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ECONOMIA RURAL

Prof Dr Vladimir P Novaes


Economia

Por que aprender economia?


Qual o impacto da economia no meu dia-a-dia?

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Economia

Economia é uma Ciência Social que estuda como o indivíduo e a


sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e
grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas ilimitadas.
(VASCONCELLOS, 2008, P02)
Dilema da Economia

1) O que produzir?
2) Como produzir?
3) Para quem produzir?
Isto nos leva à seguinte proposição: por mais rica que a sociedade seja (por mais
recursos produtivos de que disponha), os fatores de produção serão sempre escassos
para efetivar a fabricação de todos os bens e serviços que essa mesma sociedade deseja.
Ou seja, ela terá́ que efetuar escolhas sobre quais os bens e serviços deverão ser
produzidos.
Por este fato, a Economia muitas vezes também é definida como a ciência que
estuda a escassez ou a ciência que estuda o uso dos recursos escassos na produção dos
múltiplos bens que a sociedade deseja.
Dilema da Economia

Necessidades Ilimitadas

Recursos produtivos Escassos


Existe, portanto, uma contradição. Se por um lado nossas necessidades são ilimitadas, por outro
lado, os recursos para atender a estas necessidades são escassos.
Curva de Possibilidade de
Produção (CPP)

A Curva de Possibilidades de Produção (CPP) é um recurso utilizado pelos


economistas para ilustrar o problema da escassez.
Vamos imaginar uma fábrica com quantidade de máquinas e funcionários fixa
para produção de dois produtos. Se admitirmos que os mesmos funcionários e as
mesmas máquinas serão utilizados para a produção dos dois produtos, fica fácil entender
que quanto mais produtos A forem produzidos, menos do produto B a fábrica poderá
produzir.
Curva de Possibilidade de
Produção (CPP)
Observando o gráfico ao lado, podemos concluir:
a) A produção do produto B é mais difícil que a do produto A,
demanda maior tempo da estrutura produtiva;
b) Os pontos da Curva de Possibilidade de Produção expressam a
quantidade máxima possível da produção de um dos bens, dada a
produção do outro;
c) Um ponto dentro da curva significa uma produção abaixo ou aquém
das possibilidades da empresa; se ela resolver produzir, digamos, 6
unidades de A e 3 unidades de B, alguns dos recursos produtivos O aumento da produção do produto A
ficarão ociosos ou não serão utilizados da forma mais eficiente; só é possível com a redução do volume

d) Um ponto fora da curva significa uma produção acima ou além das de produto B produzido.

possibilidades da empresa.
Os fatores de Produção

A PEA é constituída por empregados e desempregados. A parcela da


- Recursos naturais ou terra; PEA que está empregada é denominada População Ocupada. O
- Mão-de-obra ou trabalho; quociente entre a parcela desempregada da PEA e o seu total é

- denominada de taxa de desemprego da economia.


Capital

São considerados recursos naturais somente os elementos da natureza suscetíveis de


serem incorporados às atividades econômicas.
É considerada, como fator de produção Trabalho, a População Economicamente Ativa
(PEA) da sociedade.
O fator de produção Capital corresponde ao conjunto dos edifícios, máquinas,
equipamentos e instalações que a sociedade dispõe para efetuar a produção. Este conjunto é
denominado de estoque de capital da economia
Sistema Econômico

Sistema Econômico é a forma como a sociedade está organizada para


desenvolver as atividades econômicas que são as atividades de produção,
circulação, distribuição e consumo de bens e serviços.
Tendo em vista que as necessidades humanas são ilimitadas e os
recursos produtivos são limitados, qualquer sistema econômico terá́ que
enfrentar os três problemas básicos da economia: O que produzir? Como
produzir? e Para quem produzir?
Sistema Econômico

a) o que produzir - ou seja, a sociedade terá que fazer uma escolha, dentro do leque de
possibilidades de produção que tenha, quais os produtos e respectivas quantidades que serão
fabricados.
b) como produzir - a sociedade terá que escolher também quais os recursos produtivos que serão
utilizados para a fabricação dos produtos elegidos, dado o nível tecnológico nela existente; como
esses recursos são escassos, é sempre conveniente que sejam utilizados da forma mais eficiente
para que o Custo de Produção seja o menor possível.
c) para quem produzir - a sociedade terá também que decidir como seus membros participarão da
distribuição dos resultados de sua produção, ou seja, se todos participarão igualmente desses
resultados ou, em caso contrário, quais deles serão os mais ou menos beneficiados.
Fluxos Econômicos
Fluxos Econômicos

Numa versão simplificada do funcionamento de uma economia de mercado, há que se


distinguir dois agentes econômicos fundamentais: as unidades produtivas ou empresas e as unidades
consumidoras ou proprietários dos fatores de produção (ou famílias).
As unidades produtivas, como próprio nome indica, são as unidades produtoras de bens e
serviços. Numa economia de mercado, tal produção é efetuada por pessoas jurídicas denominadas
empresas, utilizando os fatores de produção (recursos naturais, trabalho e capital) que são cedidos a
elas pelos proprietários dos mesmos em troca de uma remuneração, que é denominada renda.
Os proprietários dos fatores de produção (que detém a propriedade do capital, os
assalariados e demais trabalhadores que possuem o fator de produção trabalho e as pessoas que são
donas dos recursos naturais) utilizam a renda originária da cessão de seu uso para as empresas para
comprar os bens e serviços que estas produzem e que satisfaçam às suas necessidades. O valor total
destas compras é denominado dispêndio.
Fluxos Econômicos

A renda, a remuneração paga pelas empresas pelo uso dos fatores de produção, é classificada pelos
economistas nas seguintes categorias:
 os salários, que são a remuneração do fator de produção trabalho; nesta categoria são incluídas
também as comissões, os honorários de profissionais liberais, os ordenados dos executivos, enfim
todas as remunerações relativas ao trabalho, mesmo que não-assalariado.
 os juros e lucros, que são a remuneração do fator de produção capital: observe que o lucro das
empresas, mesmo que não distribuído, é considerado renda dos sócios ou acionistas da empresa
pois, em última análise, pertence a eles.
 os aluguéis, que são a remuneração dos proprietários dos recursos naturais e de bens de capital
arrendados a terceiros.
Fluxos Econômicos

A decisão de quais produtos deverão ser produzidos pela economia é


tomada em conjunto pelas unidades consumidoras (que constituirão a
demanda por bens e serviços) e pelas unidades produtoras (que farão a oferta
de bens e serviços). O mecanismo de equilíbrio entre essas duas forças se dá
no mercado, onde são determinados os preços e quantidades transacionados
dos diversos bens e serviços.
A resposta à questão de como produzir será́ dada pela concorrência
entre os produtores, que deverão adotar a combinação de fatores de
produção que proporcione o menor custo da produção.
Micro e Macroeconomia

Microeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento


do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o
comportamento dos compradores e vendedores de tais bens, tais como o
mercado de automóveis, de produtos agrícolas etc.

Macroeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento


da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que
determinam o volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de
preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia
mundial.
Variáveis Econômicas

Variáveis Fluxo: são aquelas que são medidas em Variáveis Estoque: são aquelas medidas em
determinada unidade de tempo (ano, semestre, determinada data:
trimestre, mês, semana, dia etc.):  estoque de mercadorias
 consumo de bens e serviços  estoque de matérias-primas
 salários pagos  capital nominal investido numa empresa
 lucro das empresas  a população de um país
 compras de matérias-primas  a População Economicamente Ativa
 renda paga aos fatores de produção  estoque de capital de um país
 exportações e importações  dívida interna e externa de um país
 nascimentos e óbitos  a quantidade de moeda em circulação no país
 empréstimos e respectivas amortizações  os preços dos bens e serviços
 a taxa de variação dos preços de um país  a taxa de câmbio
Princípios da Economia

1) As pessoas enfrentam tradeoffs (escolhas)


- Nada é de graça;
- Toda decisão envolve trocas (Assistir Aula X Televisão);

2) O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la


- Custo explícito X Custo implícito
- Custo de oportunidade
Princípios da Economia

3) As pessoas racionais pensam na margem


Pessoa racional  faz o máximo para alcançar os seus objetivos
Mudança marginal  pequeno ajuste no plano de ação
Benefício marginal X Custo marginal
Benefício > Custo
4) As pessoas reagem a incentivos
Induz a pessoa a agir
Punição X Recompensa
Preço da gasolina aumenta  incentivo ao uso de outros combustíveis
ou de outros meios de transporte
Princípios da Economia

5) O comércio pode ser bom para todos


O comércio entre 2 países pode ser bom para ambos
O comércio permite que as pessoas se especializem naquilo que são
melhores.
Países se encaixam nesse princípio.
6) Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade
econômica
Ideia liberal / Economia de mercado
“mão invisível” / preço como instrumento de regulação
Princípios da Economia

7) As vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados


Governo: - garantir o cumprimento das regras
- manter as principais instituições
Para promover a eficiência e a igualdade. Corrigir as falhas de mercado.
8) O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e
serviços
Produtividade logo, Padrão de Vida
Princípios da Economia

9) Os preços sobem quando o governo emite moedas demais

 Moeda Desvaloriza  Preço Sobe  Inflação


Princípios da Economia

10) A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e


desemprego

Estimula o nível Empresas


Aumento da Aumenta
geral de aumentam
quantidade de contratação,
consumo e a preços,
moeda na reduz
demanda por contratações e
economia desemprego
bens e serviços produção
Classificação dos
Mercados

Concorrência perfeita trata-se de um mercado caracterizado pelos seguintes


fatores:
 existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores, de tal
forma que cada vendedor e cada comprador, individualmente, representam muito
pouco no total do mercado (mercado atomizado);
 o produto transacionado é homogêneo, ou seja, todas as empresas participantes
do mercado fabricam produtos rigorosamente iguais que não se distinguem um
dos outros por qualidade, marca, rótulo e quaisquer outras características
(produto padronizado);
Classificação dos
Mercados

 há livre entrada e saída de empresas no mercado; qualquer empresa pode entrar
ou sair do mercado a qualquer momento, sem quaisquer restrições das demais
concorrentes, tais como práticas desleais de preços, associações de produtores
visando impedir a entrada de empresas novas etc.
 perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento, pelos compradores e
vendedores, de tudo o que ocorre no mercado; assim, por exemplo, se uma
empresa obtiver uma inovação tecnológica no processo produtivo, as outras
saberão deste fato imediatamente.
Classificação dos
Mercados

 perfeita mobilidade dos recursos produtivos; isto significa que a mão de obra e os
outros insumos utilizados na produção podem ser facilmente deslocados da
fabricação de uma mercadoria para outra; além disso, no mercado dos fatores de
produção vigora também a concorrência perfeita, de tal forma que cada empresa
poderá́ adquirir a quantidade desejada do fator por um preço que será́ fixado
concorrencialmente.
Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência perfeita
não é facilmente encontrado na prática, embora possa se afirmar que os mercados
que mais se aproximam dela são os mercados de produtos agrícolas.
Classificação dos
Mercados

Monopólio - é o mercado que se caracteriza pela existência de um único vendedor. O


monopólio pode ser legal ou técnico.
Monopólio legal ocorre quando uma lei assegura ao vendedor a primazia no
mercado. Exemplo: até 1995, no Brasil, a empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás)
possuía, por lei, o monopólio das atividades de extração e refino do petróleo.
Ocorre o Monopólio técnico quando a produção através de única empresa é a forma
mais barata de fabricação do produto. Ou seja, quanto maior o tamanho da empresa
(escala), menor o Custo Médio de fabricação do produto. As atividades de geração e
distribuição de energia elétrica são apontadas na literatura especializada como
exemplo deste tipo de monopólio.
Classificação dos
Mercados

Oligopólio - é o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em


que, apesar de existir um grande número de vendedores, uma pequena parcela
destes domina a maior parte do mercado. São exemplos de oligopólios a indústria
automobilística e a indústria de bebidas, entre muitas outras. Embora não haja
barreiras explícitas, o poderio das grandes firmas que dominam o mercado é um fator
desestimulante à entrada de novas empresas no oligopólio.
Classificação dos
Mercados

Monopsônio - é um mercado em que há apenas um único comprador. Imaginemos,


por exemplo, uma região em que há um número expressivo de pequenos produtores
de leite e apenas uma grande usina onde este leite pode ser pasteurizado. A usina
será́ a única opção de venda para os produtores, de modo que ela terá́ condições de
impor preços para a compra do leite.
Classificação dos
Mercados

Oligopsônio - é o mercado caracterizado pela existência de um pequeno número de


compradores ou ainda em que, embora haja um grande número de compradores,
uma pequena parte destes é responsável por uma parcela bastante expressiva das
compras ocorridas no mercado. A indústria automobilística, por exemplo, constituída
por um pequeno número de empresas, tem um poder oligopsonista em relação à
indústria de autopeças, uma vez que é responsável por um grande volume das
compras da produção desta última. As grandes empresas beneficiadoras de produtos
agrícolas também formam um oligopsônio em relação aos agricultores, já́ que
compram uma parcela expressiva da produção destes.
Demanda

Demanda (“procura”) é definida como a quantidade de certo bem que os


consumidores desejam adquirir. Na teoria microeconômica, a demanda é
determinada por uma série de fatores que influenciam a escolha do consumidor,
entre os quais, o preço do próprio bem, o preço de outros bens substitutos ou
complementares e a renda do consumidor.
Observamos que há uma relação negativa entre a quantidade adquirida de
um bem e o seu preço. Isso caracteriza a lei geral da Demanda.
Renda

Além do preço do bem desejado, é natural considerar que a renda do agente seja
um determinante importante de quanto ele demanda deste bem.

 Bem Normal: a demanda por um bem aumenta conforme a renda dos agentes
aumenta;
 Bens inferiores: neste caso, um aumento da renda leva os indivíduos a conter a
aquisição deste bem. É o caso de itens de consumo mais simples que, a partir de um
determinado nível de renda, passam a ser trocados por outros de maior qualidade;
 Bens de consumo saciado: aqueles cujo o consumo não aumenta nem diminui
conforme o nível de renda.
Demais Bens

 Bens Substitutos: são aqueles que podem ser consumidos em substituição ao bem
original. Um exemplo bem próximo do nosso cotidiano é a possibilidade de se utilizar
álcool no lugar da gasolina em automóveis flex, ou de se usar Uber ao invés do táxi ou
do ônibus. Se o preço do produto substituto aumenta, a demanda pelo bem original
também irá aumentar.

 Bens complementares: são aqueles que são consumidos em conjunto com outros.
Computadores e softwares, por exemplo. Dessa forma, uma redução no preço dos
computadores poderá gerar um aumento na sua demanda e consequentemente na
demanda de software.
Outros fatores que influenciam
a Demanda

 Fatores culturais: a demanda por certos bens é tipicamente influenciada por fatores
que, a princípio, não são puramente econômicos. Entre outros, podemos citar a religião
como fator social relevante que define o comportamento de consumo dos agentes,
como a não ingestão de carne bovina na índia, por exemplo.

 Fatores sazonais: o consumo de certos produtos ou serviços pode variar em função do


calendário. Carne de peixe durante a semana santa, chocolate na páscoa, técnicos para
reparo de ar condicionado no verão, entre outros exemplos.
Outros fatores que influenciam
a Demanda

 Fatores geográficos e climáticos: fatores climáticos e geográficos também influem no


comportamento de demanda dos agentes por certo produto. O consumo de vinho
tende a ser maior em regiões frias do que em regiões mais quentes de um país, por
exemplo.

 Outros fatores econômicos: além dos já mencionados, a disponibilidade de crédito e a


taxa de juros influenciam a decisão dos agentes em adquirir aqueles bens que,
tradicionalmente, são comprados a prazo, como automóveis, imóveis e
eletrodomésticos. Além desses, podemos destacar o efeito de campanhas de
publicidade, que podem fazer os consumidores se sentirem mais atraídos a adquirir
determinado bem.
Oferta

A oferta é definida como a quantidade de um bem que os produtores (empresas)


desejam produzir e oferecer aos consumidores.
Na lei da oferta, diferentemente da Lei da Demanda, temos estabelecida uma
relação positiva entre quantidade ofertada e nível de preços.
A relação positiva entre aumento do preço e aumento da oferta de um bem se
justifica no fato de que quanto maior o preço de um bem, mais a empresa irá desejar
vender e mais empresas desejarão produzi-lo.
Fatores como Inovações tecnológicas, aumento de produtividade, entrada de
novas empresas e redução dos custos de produção também influenciam a curva de oferta.
Equilíbrio de Mercado

Oferta X Demanda

Qual é o preço que os consumidores efetivamente pagarão e qual é o preço que os


produtores efetivamente receberão? Quais as quantidades que os consumidores estão
dispostos a consumir e quais as que as empresas efetivamente produzirão?
Equilíbrio de Mercado

A interação entre as funções demanda e oferta determina o preço e a quantidade


de equilíbrio a serem transacionados no mercado de um bem. O gráfico abaixo ilustra o
Ponto de Equilíbrio com o preço e a quantidade a ser demandada pelos consumidores e
produzida pelas empresas.
Equilíbrio de Mercado

A Quantidade Demandada de um determinado produto é dada pela equação:


Qtd D = 200 - P
A Quantidade Ofertada do mesmo produto é dada pela equação:
Qtd O = 110 + P
Qual a quantidade para o ponto de equilíbrio de mercado para este produto?

Ponto de Equilíbrio ocorre Oferta e Demanda


R$140
quando Oferta = Demanda R$120

R$100
R$80
200 – P = 110 + P Preço
R$80

200 – 110 = 2 * P R$60

R$40
P = R$ 45 R$20

R$0
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Quantidade

Quantidade Demandada Quantidade Ofertada


Elasticidades

Na teoria econômica, o termo elasticidade significa sensibilidade. Assim, em economia, quando se afirma que a
demanda do bem X é elástica em relação a seu preço, o que se pretende dizer é que os consumidores do bem X são
sensíveis a alterações de seu preço. Desta forma, caso este aumente, por exemplo, os consumidores diminuirão de forma
significativa a quantidade procurada do bem X.
Ao reverso, quando se afirma que a demanda do bem X é inelástica, quer-se dizer que os consumidores do bem X
mudarão muito pouco a sua quantidade procurada mesmo que o preço se eleve substancialmente.
Elasticidades

Elasticidade-Preço da Demanda:

Observe que ao variarmos o preço de A e B em 20% o comportamento da quantidade demandada dos dois bens
foi radicalmente diferente.
Enquanto a QDA diminuiu 40%, a QDB diminuiu apenas 5%.
À vista deste comportamento, pode-se afirmar que a demanda de A é elástica, ou seja, sensível a variações dos
preços enquanto a demanda de B é inelástica ou pouco sensível à citada variação.
Elasticidades

Coeficiente de Elasticidade-Preço da Demanda (Epd):

Epd = (Variação percentual da quantidade demandada) / (Variação percentual do Preço)

Se o valor absoluto de Epd for:

a) maior que 1, a demanda do bem é considerada elástica em relação a seu preço;


b) menor que 1, a demanda do bem é considerada inelástica em relação a seu preço;
c) igual a 1, a demanda do bem apresenta elasticidade unitária em relação ao preço.
Elasticidades

Coeficiente de Elasticidade-Preço da Demanda (Epd):

1) quanto maior o grau de utilidade do produto para o consumidor, menos elástica será sua demanda; de fato, se o bem X
é um produto essencial para o consumidor, aumentos em seu preço reduzirão muito pouco a sua quantidade adquirida e,
ao reverso, diminuições no seu preço aumentarão muito pouco o seu consumo. Desse modo, produtos de primeira
necessidade, tais como gêneros alimentícios, roupas e serviços de escola, tendem a ter demanda inelástica e produtos de
consumo supérfluo, tais como perfumes e joias, apresentam geralmente demanda elástica em relação a seu preço.
2) quanto menos substitutos tiver o bem, menos elástica será sua demanda; novamente, uma proposição bastante lógica:
se o preço do bem X aumentar e houver substitutos para o seu consumo, o consumidor poderá reagir adquirindo maiores
quantidades dos bens substitutos e menores quantidades do bem X; caso, entretanto, isto não seja possível pela ausência
de substitutos, o consumidor terá que continuar adquirindo o bem X e sua demanda será pouco afetada pelo aumento de
seu preço.
Elasticidades

Coeficiente de Elasticidade-Preço da Demanda (Epd):

3) quanto menor o preço do bem X e, portanto, seu peso no orçamento do consumidor, menos elástica será sua
demanda; uma caixa de fósforos, por exemplo, custa $ 0,30; se seu preço dobrar (aumentar 100%), é pouco provável que
seu consumo diminua significativamente já que continua a ser um produto muito barato, pouco representativo no
orçamento do comprador; ao contrário, se o preço de um automóvel de luxo aumentar, é quase certo que sua demanda
será significativamente afetada.
Elasticidades

Elasticidade-Preço da Oferta (Epo):

A elasticidade-preço da oferta (Epo) mede a sensibilidade da oferta a variações no preço do bem X:


Epo = (variação % da Qtd Ofertada do bem X) / (variação % do preço do bem X)
Suponhamos que o preço do leite aumente de R$ 2,00 para R$ 2,40 e a quantidade ofertada aumente de 100
milhões para 120 milhões de litros. Nesse contexto, teremos um reajuste de preço de 20% refletiu em aumento de 20% da
quantia ofertada. Aplicando a fórmula, teremos que: Eo = 40% dividido por 20%, resultando em 2,0.
Macroeconomia

Macroeconomia: é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento


da economia como
um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o
volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do
sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial.
Teoria e Política Macroeconômica

Definição: Trata da evolução da economia como um todo, analisando a


determinação e o comportamento dos agregados econômicos. Os principais
 Renda; agregados são:  Poupança;
 Emprego;  Taxa de Juros;
 Produto Nacional;  Consumo;
 Desemprego;  Balanço de Pagamentos;
 Investimento;  Nível Geral de Preços;
de Moeda o comportamento das 
 EstoqueNegligencia Taxa deeconômicas
unidades Câmbio. individuais, porém
permite estabelecer relações entre os agregados e melhor compreensão das
Por que estudar

Macroeconomia?

Os fatos macroeconômicos afetam a vida de todos nós:

 Os executivos que planejam a demanda por seus produtos devem fazer uma
estimativa da rapidez com que a renda dos consumidores vai crescer;
 Os idosos que vivem com rendas fixas se preocupam com a velocidade que os
preços sobem;
 Os trabalhadores desempregados buscam emprego com a esperança de que a
economia irá melhorar e que as empresas irão contratar;

Por que estudar

Macroeconomia?

 A influência dos fatos econômicos sobre a política evidencia-se nas épocas das
eleições presidenciais:
• A política econômica fornece o tema principal do debate entre os candidatos;
• A situação da economia tem forte influência nos resultados das eleições;

 Não estudamos macroeconomia apenas para explicar os fatos econômicos!

 Também queremos aperfeiçoar a política econômica;


Quais as principais preocupações
da
Macroeconomia?

 Estabilidade de Preços;
 Crescimento e desenvolvimento econômico;
 Desemprego;
 Distribuição de renda;
Macroeconomia

Estabilidade de Preços

 Inflação: aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços;


 Inflação controlada não significa inflação zero;
 Inflação alta acarreta distorções, principalmente, sobre as classes baixas e sobre as
expectativas;

 Consequências da inflação:
 Distorções na alocação de recursos da economia;
 Perde-se a noção de preços relativos;
Macroeconomia

Crescimento Econômico

 Crescimento econômico é a ampliação quantitativa da produção (do PIB) de modo


continuado ao longo do tempo;
 Se existe desemprego e capacidade ociosa então o governo pode aumentar o
produto nacional por meio de políticas econômicas que estimulem a atividade
produtiva;
 No entanto, feito isso, há um limite à quantidade que se pode produzir com os
recursos disponíveis;
 Aumentar o produto exigirá: aumento dos recursos ou avanço tecnológico;
Macroeconomia

Desemprego

 Desemprego – número de pessoas que não tem emprego e que realiza um esforço
para obtê-lo;
 Taxa de desemprego – percentagem da população economicamente ativa (PEA)
desempregada;
Macroeconomia

Distribuição de Renda

 Embora seja difícil argumentar que a sociedade deva remunerar igualmente todos,
não se pode deixar de atribuir à melhoria da distribuição de renda como um
objetivo de política econômica;
 Distribuir de forma justa a renda gerada pela sociedade, evitando a intensificação
dos distanciamentos entre as classes sociais.
Macroeconomia

Políticas Econômicas

 É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o objetivo de:

 Promover o desenvolvimento econômico, pleno emprego;


 Garantir a estabilidade de preço, controle da inflação;
 Equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com exterior;
 Promover a distribuição de riqueza e das rendas.
Macroeconomia

Políticas Econômicas

 Os governos possuem várias medidas que podem influenciar os objetivos


macroeconômicos:

 Política Fiscal;
 Política Monetária;
 Políticas Cambiais;
 Política Comercial;
 Política de Rendas
Macroeconomia

Política Fiscal Expansionista

 O governo está contribuindo para aumentar a demanda, estimulando o consumo


via:
 Aumento dos gastos públicos;
 Redução da carga tributária;

 Os gastos são diretamente um dos elementos da demanda agregada. Dessa forma,


quanto maior o gasto público, maior a demanda e maior o produto;
 Assim, se a economia apresenta tendência para a queda no nível de atividade, o
Macroeconomia

Política Fiscal

 Referem-se às decisões do governo quanto ao gasto público e aos impostos para


influir sobre o nível de atividade econômica;
 Objetivos da Política Fiscal:
 Manter elevados os níveis de emprego;
 Elevadas taxas de crescimento econômico;
 Estabilidade de preços;
Macroeconomia

Política Fiscal Contracionista

 Redução dos gastos da sociedade, através:


 Redução dos gastos públicos;
 Aumento da carga tributária (inibe consumo)

 A arrecadação de impostos afeta o nível da demanda ao influir na renda disponível


que os indivíduos poderão destinar para o consumo e poupança;
 Dado um nível de renda, quanto maiores os impostos, menor será a renda
disponível e, portanto o consumo.
Macroeconomia

Política Fiscal

 A política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma melhoria na


distribuição de renda, pelo fato de taxar as rendas mais altas ou aumentar os
gastos do governo em setores menos favorecidos.
Macroeconomia

Política Monetária

 É a atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de


juros. É uma política de curto prazo com o objetivo de estabilizar o nível geral de
preços.
 Os instrumentos:
 Controle do volume das emissões de moeda;
 Depósitos compulsórios: percentual sobre os depósitos à vista que os bancos
comerciais são obrigados a depositar no Banco Central;
 Open Market (compra / venda de títulos públicos);
Macroeconomia

Política Monetária Restritiva

 Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da


quantidade de moeda, e a encarecer os empréstimos com o objetivo de
desaquecer a economia e evitar aumento de preço:
1. Redução da quantidade de moeda em circulação;
2. Elevação das taxas de juros;
3. Aumento da taxa de reservas compulsórias;
4. Venda de títulos no open Market.
Macroeconomia

Política Monetária Expansionista

 São medidas que tendem a aumentar a quantidade de moeda em circulação com o


objetivo de aquecer a demanda e incentivar o crescimento econômico:

1. Redução das taxas de juros;


2. Redução da taxa de reservas compulsórias;
3. Compra de títulos no open Market;
4. Ampliação da emissão de moeda pelo BACEN.
Macroeconomia

Vantagens da Política Monetária sobre a Política Fiscal

 Tem efeitos imediatos


 Depende apenas de decisões das autoridades monetárias;
 Não depende de votações no Congresso Nacional;
 Podem ser implementadas imediatamente, sem precisar observar o Princípio da
Anterioridade da lei.
Macroeconomia

TAXA SELIC
​ Selic é a taxa básica
A
de juros da economia. É
o principal instrumento
de política monetária
utilizado pelo Banco
Central (BC) para
controlar a inflação. Ela
influencia todas as taxas
de juros do país, como
as taxas de juros dos
empréstimos, dos
financiamentos e das
aplicações financeiras.
Macroeconomia

Política Cambial

O conjunto de ações do Governo que influem no comportamento do


mercado de câmbio e da taxa de câmbio.

Objetivo: manter equalizado o poder de compra do país em relação aos outros


com os quais este mantenha relações de troca.
 Taxa de câmbio pode ser:
 Fixa: determinada pelas autoridades monetárias;
 Flexível: determinada pelo mercado de divisas.
Macroeconomia

Política Cambial

O que é Taxa de Câmbio?

 A taxa de câmbio pode ser definida como o preço em moeda doméstica da moeda
estrangeira;
 Portanto um aumento na taxa de câmbio significa um aumento no custo da moeda
estrangeira, portanto uma queda no preço da moeda doméstica, isto é, uma
desvalorização.
 Uma queda na taxa de câmbio representa uma redução do custo da moeda
Macroeconomia

Política Cambial
Macroeconomia

Política Cambial

 Como todo preço, a taxa de câmbio é basicamente determinada pela “lei da oferta
e da procura”;
 Se a procura é maior que a oferta, o preço do dólar, em reais, sobe;
 Se a oferta é maior que a procura, consequentemente, o preço cai;
 São vários os fatores que podem influenciar a oferta / demanda por dólares, daí a
dificuldade que os economistas têm em prever o comportamento da taxa de
câmbio;
Macroeconomia

Política Cambial

 O Banco Central é quem define a política ou regime cambial. Existem duas políticas
cambiais:
1. Política de câmbio fixo: é uma taxa com que os países se comprometem a manter
o mesmo poder de paridade. O Banco Central se compromete a satisfazer
qualquer oferta ou demanda por dólares que o mercado possa necessitar.
Exemplo: O Banco Central entra no mercado de câmbio e diz que, para ele, o dólar
vale R$ 4,00, e garante a compra ou venda de qualquer quantidade de dólares que
o mercado ofertar a esse preço.
Macroeconomia

Política Cambial

 O Banco Central é quem define a política ou regime cambial. Existem duas políticas
cambiais:
2. Política de câmbio flutuante: As taxas flutuam livremente, respondendo aos
efeitos da oferta e da procura;
 Existe, ainda, um outro tipo de política cambial, que seria intermediária entre o
câmbio fixo e o câmbio flutuante, que é a política de bandas câmbio;
 O Banco Central não define um preço único para o dólar, e sim um intervalo
(banda), dentro do qual ele pode flutuar livremente;
Macroeconomia

Política Comercial

Refere-se aos instrumentos de estímulo ou desestímulo às exportações e


importações:
 Estímulos fiscais e creditícios às exportações (isenção de impostos, crédito
subsidiado, taxas de juros subsidiadas, etc)
 Controle das importações (tarifas e barreiras sobre importações);
Macroeconomia

Política de Rendas

 É o conjunto de medidas que visa a redistribuição de renda e justiça social;


 Mecanismos da intervenção direta do Estado na formação da renda através:
 Controle sobre preços;
 Controle sobre salários;
 Congelamento de preços e salários.
 Principais objetivos:
 Propiciar ganhos de poder aquisitivo aos salários;
 Redistribuir a renda;
Macroeconomia

Política de Rendas

 Dimensão patrimonial: acesso à terra, à casa própria, aos bens de consumo durável
e aos fundos de previdência;
 Dimensão dos rendimentos: inserção no mercado de trabalho, carga tributária e
transferências públicas;
 Dimensão dos direitos sociais: acesso aos serviços de saúde, segurança, transporte,
etc. Acesso aos equipamentos de lazer, acesso à educação e à cultura.
Macroeconomia

Política de Rendas são em Geral Políticas Anti-inflacionárias

 Exemplos:
1. Política de fixação do salário mínimo;
2. Atuação da Secretaria Especial de Abastecimento e Preços no controle de preços;
3. Congelamentos de preços e salários nos planos econômicos das décadas de 1980
e 1990 no Brasil.
Macroeconomia
Estrutura de
Análise
Mercado de bens e serviços:

Demanda agregada depende da evolução da demanda dos quatro


grandes setores:
 Consumidores;
 Empresas;
 Governo;
 Setor externo.  Investimentos agregados;
Condição de equilíbrio de
 mercado: Oferta
Exportações agregada de
/ importações bens / serviços
totais.
= demanda agregada de bens / serviços. Variáveis:
Macroeconomia
Estrutura de
Análise
Mercado de trabalho:

Determina as taxas de salário e nível geral de emprego. A demanda e a


procura por mão-de-obra depende da taxa de salário real e do nível de
produção desejado pelas empresas.
Oferta de mão-de-obra = Demanda de mão-de-obra

Mercado Monetário:

Existência de uma demanda de moeda e de uma oferta de moeda,


Macroeconomia
Estrutura de
Análise
Mercado de títulos:

Análise do papel de agentes econômicos superavitários e deficitários e


como eles se interagem.
Oferta de títulos = Demanda de títulos
Análise do mercado monetário e de títulos é chamado de mercado financeiro.
Macroeconomia
Estrutura de
Análise
Mercado de divisas:

Devido as transações econômicas com o resto do mundo.

Oferta de divisa: depende das exportações e da entrada de capitais


financeiros;
Demanda de divisa: determinada pelo volume de importações e saída de
capital financeiro;
Banco Central: pode interferir nesse mercado a partir de taxas de câmbio e da
taxa de equilíbrio;
Inflação

O que é?
Podemos definir inflação como o aumento contínuo e generalizado dos
preços de uma economia.

Quais os seus principais efeitos?


 Sobre as funções da moeda: Redução do poder de compra da moeda, gerando um
“incentivo” ao uso da moeda adquirindo produtos, serviços e ativos físicos (imóveis
por exemplo) como forma de se proteger da inflação.
 Sobre a distribuição de renda: Como a maior parte dos salários é reajustada em
datas definidas, os trabalhadores experimentam uma alta perda de capacidade de
Inflação

Quais os seus principais efeitos?

 Sobre as decisões dos empresários: Dificulta o planejamento a longo prazo, o que


inibe investimentos em máquinas para a produção, por exemplo.
 Sobre o comércio internacional: Como encarecem o produto nacional, tendem a
beneficiar as importações e desestimular as exportações.
 Sobre o mercado financeiro: Como existe um “incentivo” na transformação da
moeda em bens, sobram poucos recursos aplicados, essenciais para o bom
funcionamento do mercado financeiro;

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