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ECONOMIA FLORESTAL

CONCEITOS BÁSICOS CONCEITOS BÁSICOS CONCEITOS BÁSICOS

É o estudo do método de alocação de meios físicos e Agentes econômicos Os melhoramentos das técnicas produtivas aumentam a
humanos escassos (recursos) entre fins alternativos, Na economia, os diversos papéis que desempenham os capacidade produtiva, por meio da maior produção por
para o bem-estar do homem. Estuda o modo como os agentes econômicos podem ser agrupados em três unidade de recurso utilizado.
indivíduos e a sociedade fazem suas escolhas e grandes setores: Concorrência perfeita
decisões, para que os recursos disponíveis, sempre Primário: agricultura, pesca, mineração. Um mercado de concorrência perfeita é aquele em que
escassos, possam contribuir da melhor forma para Secundário: indústria e construção. existem muitos compradores e muitos vencedores, de
satisfazer as necessidades individuais e coletivas. Diz Terciário ou de serviços: comércio, transporte, bancos. forma que nenhum comprador ou vendedor individual
respeito apenas às necessidades que são satisfeitas Os agentes econômicos são compostos por: exerce influencia sobre o preço.
com bens econômicos, ou seja, por elementos naturais a) Famílias: consomem bens e serviços e oferecem Condições: elevado no de ofertantes e demandantes;
escassos ou produtos elaborados pelo homem. seus recursos (trabalho e capital) às empresas. homogeneidade do produto; transparência do mercado;
Preocupa-se com a explicação e previsão de fenômenos Comportamento similar ao das famílias é o de perfeita mobilidade dos recursos e liberdade de entrada
observados que baseiam-se em teorias. Com aplicações indivíduos, grupos esportivos e culturais, associações e saída de empresas; inexistência de conluio ou
de técnicas estatísticas e econométricas, as teorias beneficentes e religiosas, etc. restrições artificiais a procura, oferta e preços.
podem ser utilizadas para construir modelos, a partir dos b) Empresas: contrata trabalho e compra fatores com o A concorrência perfeita não existe, pois não há um
quais as previsões possam ser feitas. fim de fazer e vender bens e serviços. mercado que atenda a todas essas exigências; pode-se
Elementos-chave da atividade econômica c) Setor público: atua como empresário e oferece bens afirmar q este tipo de mercado frequentemente funciona
a) Necessidades humanas: sensações de carência de públicos que são bens proporcionados a todas as como um modelo teórico p/ compreensão dos processos
algo, unidas ao desejo de satisfazê-las. Segundo o pessoas a um custo que não é maior que o necessário econômicos. O que ocorre na prática chama-se
requerente: necessidades do individuo (natural: comer para o fornecimento a uma só pessoa. Exemplo: defesa concorrência pura, pois atende a quase todas as
ou social: festa) ou da sociedade (coletivas: transporte nacional. Coordena e regula o mercado e, às vezes, condições citadas; como exemplo tem-se o mercado de
ou públicas: segurança). Segundo a natureza: vitais/ estabelece a política econômica, tentando alcançar bolsa de valores e as feiras livres.
primárias (alimentos) ou civilizadas/ secundárias. objetivos gerais como: crescimento estável do produto
Constituem a força motriz da economia. Possuem duas nacional; pleno aproveitamento dos recursos e eficiente DEMANDA
características: diversificação (≠ entre indivíduos) e alocação destes; estabilidade de preços; e distribuição
insaciabilidade. A satisfação de necessidades materiais de renda justa. A demanda, ou procura, é definida como as várias
e não-materiais de uma sociedade obrigam seus quantidades de um bem que os consumidores retirarão
membros a se ocuparem de determinadas atividades Organização de um sistema econômico do mercado a todos os possíveis preços alternativos,
produtivas. enquanto tudo o mais permanece constante.
b) Recursos: fatores ou elementos básicos utilizados As quantidades retiradas serão afetadas por diversas
na produção de bens e serviços, denominados fatores circunstâncias, entre as quais são mais importantes: o
de produção. preço do bem, os gostos e as preferências dos consumi-
Terra: terra agricultável, urbana e recursos naturais. dores, o no de consumidores considerados, a renda dos
Capital: edificações, fábricas, máquinas, equipamentos consumidores, a variedade de bens disponíveis e o
e demais meios utilizados nos processos produtivos. preço dos bens relacionados àquele bem considerado.
Não se deve confundir capital com dinheiro. O dinheiro Estes bens relacionados podem ser complementares ou
por si não produz nada; é padrão para medir o valor dos substitutos. Os bens substitutos ou competitivos são
itens de capital, do trabalho e dos bens de consumo. aqueles que poderão ser adquiridos pelo consumidor
Funções do sistema econômico
Trabalho: faculdades físicas e intelectuais dos seres em substituição a outro bem e satisfazer suas
1) Determinação do que se deve produzir
humanos empregados na produção de bens. necessidades. Os bens complementares são aqueles
Depende da verificação de quais necessidades dos
Características dos recursos: que são consumidos em conjunto.
consumidores são mais importantes e em que grau
 São limitados em quantidade, sendo chamados de Curva de demanda de um determinado bem
devem ser satisfeitas. O valor monetário que o consumi-
recursos econômicos. Alguns recursos, como o ar
dor emprega em cada produto depende da urgência da
utilizado em motores de combustão interna, são tão
necessidade do bem, do gosto e da renda do consumi-
abundantes que podem ser obtidos por apropriação,
dor e da oferta do produto.
chamados de recursos livres, pois não exigem preço.
2) Organização da produção
A escassez de recursos torna necessária a escolha
Envolve a canalização contínua dos recursos das
cuidadosa de quais necessidades devem ser
empresas que produzem bens e serviços menos
satisfeitas e em que grau, sendo este o problema
desejáveis para as que produzem bens e serviços mais
econômico.
desejáveis; e uso eficiente dos recursos pela empresa Quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade
 São versáteis, c/ a capacidade de aproveitamento
(relação produto/ fator). procurada.
em diversos usos. Quanto mais aperfeiçoado ou
3) Distribuição dos produtos Mudança na curva em função de mudanças no preço
especializado torna-se o curso, mais limitados serão
Depende da renda pessoal, q depende das quantidades
os seus usos.
dos diferentes recursos que um indivíduo pode
 Podem ser combinados em diversas %.
empregar no processo produtivo e dos preços que
c) Técnicas de produção: consistem no know-how e
recebe pelos recursos empregados.
dos meios físicos para transformar os recursos de modo
4) Racionamento dos bens em períodos de oferta fixa
que satisfaça as necessidades.
(curto prazo): distribuição entre os consumidores – se a
oferta fixa for baixa, o preço subirá e o consumo
Ramos da economia
diminuirá. Se, ao contrário, a oferta for alta, o preço Aumentando-se o gosto ou a preferência, a população,
a) Microeconomia: ou teoria do preço, ocupa-se da
descerá e o consumo aumentará. Racionamento ao a renda, o preço do bem substituto, ou diminuindo o
análise do comportamento das unidades econômicas
longo do tempo – se toda a colheita for colocada em preço do bem complementar, mantendo o preço
individuais, como as famílias ou consumidores, e as
mãos de consumidores logo após ter sido colhida, maior constante, haverá aumento na demanda deslocando a
empresas, ou produtores. Preocupa-se com o fluxo de
parte estará disponível no início da safra; com isso o curva para a direita.
bens e serviços das empresas para os consumidores e
preço cairá e haverá maior consumo inicial. Em
também, como o fluxo dos recursos produtivos (ou seus
conseqüência, haverá menor quantidade disponível no
serviços) dos seus proprietários para as empresas.
final da safra, o que faz o preço subir e o consumo
Pressupõe pleno emprego dos recursos e uma
diminuir.
economia estável (sem grandes flutuações).
5) Manutenção e ampliação da capacidade produtiva
b) Macroeconomia: ou teoria da renda nacional, ocupa-
A força de trabalho pode ser incrementada com o
se do comportamento global do sistema econômico
aumento da população e com o desenvolvimento e
refletido em um número reduzido de variáveis, como o
melhoramento das habilidades. A acumulação de capital Diminuindo-se o gosto ou a preferência, a população, a
produto total de uma economia, o emprego, o consumo,
acontece quando algum dos recursos é desviado da renda, o preço do bem substituto, ou aumentando o
o investimento, o nível geral de preço, etc.
produção de bens de consumo p/ a produção de bens preço do bem complementar, mantendo o preço
de capital, de modo que ultrapasse a quantidade constante, haverá redução da demanda deslocando a
requerida para depreciação. curva para a esquerda.
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OFERTA PREÇO DE EQUILÍBRIO FUNÇÃO DE PRODUÇÃO

A oferta é definida como as várias quantidades de um Mudança de oferta com procura fixa A função de produção representa a quantidade máxima
bem que os vendedores colocam no mercado a todos os de produto que se pode obter por meio de uma
preços alternativos, por unidade de tempo, enquanto combinação de fatores. No modelo mais simples, o
tudo o mais permanece constante. modelo fator-produto, tem-se a quantidade de produto
Denomina-se lei da oferta a ∆ diretamente proporcional (Y), em função da quantidade de apenas um fator
da quantidade ofertada em razão da variação nos empregado (X1), sendo os outros fatores mantidos
preços dos produtos. Chama-se lei da procura a ∆ da constantes. Assim, Y = f(X1/X2.... Xn).
quantidade demandada em função da ∆ nos preços dos Em que: Y = quantidade de produto; X1 = quantidade de
produtos. O aumento de oferta gera um excesso do produto. fator variável; e X2... Xn = quantidade de fatores fixos.
Depende de um conjunto de fatores: Os fatores produtivos são: terra, trabalho, capital,
Preço do produto (*) ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA administração, etc.
Tecnologia (*) Algumas pressuposições devem ser observadas para se
Impostos (**) A elasticidade é uma medida de sensibilidade de uma trabalhar com uma função de produção:
Disponibilidade de recursos (*) variável em relação à outra. Permite saber como as i) O mercado de insumo e produto é competitivo, o que
Preço dos fatores produtivos (**) mudanças de preços ou quantidades irão afetar a significa dizer que os preços são dados pelo mercado.
Expectativa do produtor (*) receita total das empresas ou o dispêndio total das ii) Existe conhecimento perfeito do mercado, ou seja, há
Período de tempo (**) famílias. A elasticidade preço da procura ou demanda ausência de risco e os preços são dados com certeza
(*) aumento do fator aumenta a quantidade ofertada (Ed) mede a sensibilidade da quantidade demandada em absoluta.
(relação direta) relação a modificações no preço do próprio bem. Pode iii) O objetivo do investidor é maximizar o lucro.
(**) aumento do fator diminui a quantidade ofertada ser medida pela inclinação da curva, pela elasticidade- iv) A produção é instantânea, pois, tão logo o insumo
(relação indireta) arco e pela elasticidade preço no ponto. seja utilizado, o nível de produto se altera. Não há
Procura Elástica: uma pequena alteração no preço relação entre um período e outro, já que a análise é feita
causa uma alteração grande da quantidade procurada. em determinado ponto no tempo.

A quantidade oferecida aumenta junto com preço,


refletindo o comportamento dos produtores. Lei dos rendimentos decrescentes
Deslocamento da Curva de oferta A função de produção clássica é a representação da lei
dos rendimentos decrescentes. Segundo essa lei,
adicionando-se quantidades iguais do fator variável, o
Procura Inelástica: uma grande alteração no preço retorno da produção será crescente, constante,
causa uma alteração pequena da quantidade procurada. decrescente e até negativo.

Aumentando-se os fatores que apresentam relação


direta ou diminuindo os de relação indireta haverá
aumento na oferta deslocando a curva para a direita.

Função clássica de produção (PFT = produto físico total).


Oferta Elástica: uma pequena alteração no preço
causa uma alteração grande da quantidade ofertada. Produto Físico Total, Médio e Marginal.
Produto físico total (PFT ou Y): produção total medida
em termos físicos.
Diminuindo-se os fatores que apresentam relação direta Produto físico médio (PFMe) ou produtividade média
ou aumentando os de relação indireta haverá diminuição (PMe): produção total dividida pela quantidade de fator
na oferta deslocando a curva para a esquerda. variável utilizada. PFMe = PFT/ X. O PFMe mede a
eficiência do fator variável; portanto, quando PFMe for
máximo ter-se-á o máximo em termos técnicos. Pode
PREÇO DE EQUILÍBRIO
ser dado pela tangente do ângulo α, formado entre o
Oferta Inelástica: uma grande alteração no preço eixo das abscissas e a reta, que parte da origem e toca
É o preço obtido quando se confronta as curvas de causa uma alteração pequena da quantidade ofertada. a curva do PFT.
demanda e oferta.

Produto físico marginal (PFMa): representa a mudança


na produção (∆Y) associada à mudança incremental no
Magnitude da elasticidade-preço da procura: uso do fator (∆X). Como o incremento no uso do fator
Mudança de procura com oferta fixa Unitária: diminuição no preço afeta a demanda na costuma ser uma unidade, diz-se que o PFMa é a
mesma proporção. mudança na produção associada ao incremento de uma
Elástica: diminuição no preço provoca grande aumento unidade no fator. PFMa = ∆Y/ ∆X.
na demanda.
Inelástica: aumento do preço leva a uma pequena
diminuição na demanda.

O aumento de demanda gera um déficit do produto.


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FUNÇÃO DE PRODUÇÃO CUSTOS DE PRODUÇÃO CUSTOS DE PRODUÇÃO

Estágios de Produção A soma dos custos fixos e variáveis representam os Equilíbrio da firma e maximização do lucro
A função de produção clássica pode ser dividida em três custos totais (CT). CT = CFT + CVT O ponto de equilíbrio da firma e a maximização do lucro
estágios ou regiões de produção. Custo fixo médio: CFMe= CFT/Y ocorre quando o CMa se iguala ao preço do produto
Custo variável médio: CVMe= CVT/Y (ou RMa): CMa=RMa.
Custo total médio: CTMe= CT/Y Curvas de custos e pontos importantes
Custo marginal (CMa) representa o aumento no custo Pt. 1 - Mínimo do CTMe: O CTMe decresce, devido à
total provocado pelo aumento de uma unidade na diminuição dos custos fixos médios, até um mínimo.
quantidade produzida e é representado pela inclina- Depois disso o CTMe aumenta porque há um cresci-
ção da curva de Custo total (CT). mento dos Custos Variáveis.
CMA = dCT/ dY = ∆CT/ ∆Y Pt. 2 e 3 - Limiar e limite de Utilidade: onde a curva do
CTMe cruza a linha reta do preço.
Pt. 4 e 5 - Máx. e Mín. de produção: onde o CVMe é
coberto pelo preço.
Pt. 6 - Melhor nível de produção: Onde ocorre Cma =
Rma = Preço, é o lucro máximo a um dado nível de
O estágio I inclui níveis de fatores de zero unidades até
produção.
o nível de uso em que o PFMe é máximo ou onde este
se iguala ao PFMa.
O estágio II inclui a região do ponto em que o PFMe é
máximo até o ponto onde o PFT atinge o máximo ou o
PFMa é igual a zero. Custos fixos, variáveis e totais de uma empresa.
O estágio III inclui a região onde a função de produção
é decrescente e o PFMa é negativo.
Estágios irracionais: tradicionalmente, I e III são
descritos como estágios irracionais de produção. A
terminologia sugere que o economista florestal nunca
utilize níveis de fatores dentro dessas regiões, a menos
q o comportamento seja irracional. Os comportamentos Maximização do lucro (pelo lado do produto)
irracionais descrevem escolhas inconsistentes com a L=RT-CT L = Py.Y -Px1.X1-C
maximização de retornos líquidos ou lucros. Onde C=Custo fixo
É fácil entender por que o empresário interessado em Para obter o ponto de máximo lucro são necessárias
maximizar lucro nunca opera no estágio III. Não faria duas condições:
Custos médios (fixos, variáveis e totais) e marginal de a)que a 1ª derivada seja igual a zero;
sentido ele aplicar insumo se ao fazer isso o nível de
uma empresa. b)que a 2ª derivada seja menor que zero.
produção diminuísse. Do mesmo modo, não faria
sentido ele operar no estágio I, pois, como se trata de Assumindo que a 2ª condição esteja satisfeita, tem-se:
O Ponto de mínimo das curvas de custo Py= Px1/PFMa=RMa=Cma. Cada unidade adicionada às
uma região onde o produto médio aumenta, deixar de
Quando em mesma escala, os pontos de mínimo das vendas da firma aumentará sua receita por uma quantia
adicionar fator representa perder oportunidade de
curvas de custo facilitam a análise dos resultados constante - o preço por unidade do produto - daí a curva
ganhar mais dinheiro.
obtidos. Os mínimos das curvas CVMe e do CTMe se de receita total ser retilínea e inclinada de baixo para
Estágio racional: O estágio II é chamado de racional
dão no ponto de tangência da curva do CV e do CT. cima.
ou região de produção econômica. Nesse sentido, esta
terminologia sugere que o economista florestal racional
que tem como objetivo a maximização do lucro opere
dentro desta região. Todavia, em certos casos,
principalmente quando a disponibilidade de capital para
a compra de fatores é limitada, o economista racional
pode ficar impossibilitado de operar tanto no estágio II
quanto no I.

CUSTOS DE PRODUÇÃO Os lucros da firma serão máximos ao nível de produção


Y*, onde a distância entre receita total e custo total é
Custos: dispêndios efetuados por uma firma, nos recur- máxima. Analisando de outra forma, pode-se afirmar
sos empregados para produzir o seu produto. Podem que os lucros da firma são máximos no nível de
ser explícitos ou implícitos. (a) Curvas do Custo Variável (CV) e Custo Variável
Médio (CVMe); (b) Curvas do Custo Total e Curvas produção em que o Cma=RMa , isto é no ponto Y*.
Custos explícitos: dispêndios feitos pela firma, os
quais são entendidos como despesas, ou seja, do Custo Total Médio (CTMe).
pagamentos por fatores de produção utilizados.
Custos implícitos: dispêndios provenientes do uso de O mínimo do CMa se dá no ponto de inflexão (PI) da
recursos próprios, não envolvendo um desembolso curva do CT. O ponto de mínimo do custo total médio
monetário. (CTMe) coincide com o custo marginal (CMa) e ocorre
Despesas: são o valor de todo o pagamento que sai da na direção do ponto de tangência (PT).
empresa com ou sem compensação produtiva. Ex:
pagamento de salário x doação à entidade.
Gastos: são todos os desgastes de valores ou materiais Lucro e prejuízo
e energia expressos em valores dentro da empresa. Ex: Uma firma pode operar em várias situações, obtendo
depreciação anual de uma máquina. lucro ou prejuízos, ilustraremos algumas dessas
Custos a curto prazo: período de tempo em q a firma situações:
não pode variar alguns recursos, como equipamentos, Situação 1 - Lucro puro: P>CTMe.
construções, terra, etc. Estes recursos são fixos.
Custos a longo prazo: período de tempo em que todos
os fatores são variáveis, inclusive a planta ou tamanho
da empresa.
Curvas de Custo
Os custos se dividem em fixos e variáveis. Os custos
fixos totais (CFT) são aqueles que não variam quando
se varia a produção, enquanto os custos variáveis totais
(CVT) variam com a produção.
ECONOMIA FLORESTAL
CUSTOS DE PRODUÇÃO ECOMOMIA FLORESTAL ECOMOMIA FLORESTAL

Quando o preço do produto estiver acima do CTMe, Relação entre os 3 fatores de produção: terra, capital e B) Períodos unitários
tem-se lucro positivo. Isto é representado pela área do trabalho. B1) Antecipada
retângulo PABD. Dependência das condições naturais: como solo, clima, R[1  (1  i )  n ](1  i ) R[(1  i) n  1](1  i)
Situação 2 - Lucro zero: P=CTMe. Neste caso, se o pragas e doenças, requerendo um planejamento minu- V0  Vn 
i i
preço cai e iguala ao CTMe, não há lucro nem prejuízo. cioso para tomada de decisões.
B2) Postecipada
Matemática financeira
Capital: real ou imobilizado são as máquinas e equipa- R[1  (1  i)  n ] R[(1  i ) n  1]
V0  Vn 
mentos, imóveis, estradas, pontes, terras, árvores em i i
crescimento, etc.; o capital em dinheiro (capital de giro) Série periódica imediata constante perpétua
são os pagamentos de salários, de serviços, dos juros, A) Períodos múltiplos
etc. A1) Antecipada
Juros: são a remuneração pelo uso do capital. Como o R(1  i) t V  
capital pode ser próprio ou de terceiro, a taxa de juros a V0  n

ser paga pode variar. A taxa de juros de mercado (1  i) t  1


Situação 3 - Prejuízo: CVMe<P<CTMe também sofre variações devido à conjuntura econômica A2) Postecipada
Se o retângulo DCBE>DCAP, o prejuízo total parando é do País. Justificativas da existência da taxa de juros: R Vn  
- Produtividade do capital: o capital é produtivo, ou seja,
V0 
maior que o prejuízo da firma produzindo, logo ela (1  i ) t  1
continua em atividade. com o capital pode-se gerar mais capital.
B) Períodos unitários
- Preferência temporal: receber uma quantia no presente
B1) Antecipada
é melhor que receber esta mesma no futuro.
Os juros fazem a equivalem de valores em tempos R (1  i ) t Vn  
V0 
diferentes. A taxa mínima de atratividade (TMA), ou taxa i
de juros alternativa, ou custo de oportunidade de capital B2) Postecipada
é o retorno da melhor opção de investimento alternativo.
É o que se deixa de ganhar pelo não investimento
V0  R 1 Vn  
naquela opção.
Regime de Juros Simples: incidem apenas sobre o CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL
capital inicial. Não é considerado que os juros possam
ser incluídos no capital e a partir daí render juros. Custos de Salários
Situação 4 - Ponto de fechamento da firma: P<CVMe J  C0  i  n São aqueles provenientes do pagamento de mão-de-
Neste caso o preço cai abaixo do CVMe, e o prejuízo obra, nos diversos setores da empresa. As formas mais
total da firma produzindo (retângulo DCAP) é maior do Em que: J = juros; C0 = capital inicial; i = taxa de juros e
n = número de anos. comuns de pagamentos de salários são:
que a firma parando (CFMe total=Retângulo DCBE). a) Mensal: salário fixo e pago periodicamente (todos os
O montante ou capital final (Cf) poderá ser obtido por:
meses). O salário mensal (ou por dia/hora) é mais
C f  C0  J  C0  C0  i  n  C0 (1  i  n)
indicado para aqueles trabalhos que devem ser feitos
Regime de juros compostos: são os juros pagos sobre com precisão e cuidado, pois requerem qualidade.
o capital inicial e sobre os juros dos períodos anteriores, Neste caso, deve-se controlar a quantidade de trabalho
ou seja, calculam-se juros sobre juros. executado. Exemplo: alguns trabalhos de viveiro e
V f  V0 (1  i)n Vn plantio.
V0  b) Por tarefa: pago por serviço acabado. O salário por
(1  i ) n
tarefa ou empreitada é mais indicado para aqueles
Séries de pagamento
trabalhos que não exigem muito cuidado ou precisão.
São o conjunto de parcelas de pagamentos ou recebi-
Neste caso, a produção é elevada, mas deve-se
mentos destinadas à constituição de capital ou amorti-
 Qualquer empreendimento, por menor que seja, controlar a qualidade do serviço. Exemplo: roçadas e
zação de uma dívida.
merece atenção quanto aos custos de produção, algumas operações de colheita.
Podem ser classificadas quanto aos seguintes fatores:
mesmo porque há uma tendência a não se dar Encargos Sociais e Benefícios
a) Periodicidade: periódicas (intervalos constantes) ou
grande importância a pequenos investimentos, mas a Estão diretamente ligados aos custos de salários e se
não-periódicas (intervalos variáveis).
atividade pode estar acumulando prejuízos com o destinam a promover segurança e bem-estar estar
b) Duração: temporárias (horizonte finito) ou perpétuas
tempo. social. Podem representar entre 50 e 100% do valor do
(horizonte infinito).
 O mercado sempre influenciará o comportamento da salário, sendo esta variação devida ao tipo de atividade
c) Valor das parcelas: constantes ou variáveis.
função de custos, principalmente pela condição de da empresa e aos benefícios oferecidos aos funcioná-
d) Vencimento: imediatas (parcelas a partir do primeiro
oferta e procura, que alterará o preço dos insumos, rios. Os encargos dividem-se em:
período) ou diferidas (há um prazo de carência).
dos fatores de produção e consequentemente do a) Obrigatórios (encargos sociais): INSS; Férias; 13º
e) Períodos: unitárias (um período de capitalização
produto. Salário; FGTS, entre outros.
dentro do período de ocorrência da parcela) ou múltiplas
 Uma boa análise de custos será feita em função do b) Voluntários (benefícios): moradia; alimentação; água;
(o período de ocorrência da parcela é múltiplo do
conhecimento da atividade a ser desenvolvida. luz; transporte; plano de saúde; seguros, entre outros.
período de capitalização).
Variáveis para o cálculo das séries de pagamento:
ECOMOMIA FLORESTAL R = valor das parcelas; i = taxa d juros; t = número de
períodos dentro do período de ocorrência da parcela; V0
Economia florestal é o ramo da ciência que trata da = valor inicial; Vn = valor final; nt = no total de períodos
utilização racional de recursos com vistas à produção, à de capitalização; n = número de parcelas.
distribuição e ao consumo de bens e serviços florestais. Série periódica imediata constante temporária
As atividades florestais apresentam algumas caracterís- A) Períodos múltiplos
ticas especiais: A1) antecipada Custos de Depreciação
Longo tempo de produção: alto investimento inicial e  nt
R[1  (1  i ) ](1  i ) t Correspondem aos custos provenientes do uso de bens
retorno a longo prazo. V0  que não são consumidos em um ano: bens de capital
Produto final e fator de produção: quando se corta a (1  i ) t  1 (custo fixo). As causas para que existam os custos de
floresta, está se cortando o próprio fator de produção. R[(1  i) nt  1](1  i) t depreciação são: uso (reposição de peça); tempo
Surge uma importante decisão a ser tomada: melhor Vn 
(1  i) t  1 (ferrugem e desgaste); desatualização ou absoles-
idade par o corte. Além disso, tem que se repor ou cência (aparecimento de máquinas mais modernas).
A2) Postecipada
plantar novos povoamentos p/ garantir futuras colheitas. Há três tipos de depreciação:
Produção nem sempre convertida em $: proteção contra R[1  (1  i)  nt ] R[(1  i) nt  1] 1. Com taxa constante (linear);
V0  Vn 
erosão, produção de água, regulação da vazão dos rios, (1  i)  1
t
(1  i) t  1 2. Com taxa decrescente;
abrigo de fauna, beleza cênica, recreação, captura de 3. Com taxa crescente.
CO2, etc.
ECONOMIA FLORESTAL
CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL

A forma mais comum de depreciação é a linear, na qual Destoca: Custo de estradas


o valor do bem diminui em taxas constantes ao longo de Retirada e deposição em local apropriado, dos tocos e São indispensáveis no planejamento florestal, pois pos-
sua vida útil. vegetação recém desmatada; Feita com tratores de sibilitam vantagens:
V R esteira. Facilidade de transporte dos trabalhadores;
D Encoivara e queima: Divisão das áreas, facilitando o planejamento e o ma-
n
D = depreciação, V = valor de aquisição; R = valor do Enleiramento de galhos finos, sem aproveitamento nejo florestal;
resto (sucata); e n = vida útil (anos). econômico e posterior queima, se permitido. Redução das distâncias de baldeio.
Custos de Juros Locação de talhões, estradas e aceiros Componentes do custo de estradas
Correspondem ao pagamento pelo uso do capital, São atividades de demarcação dos seguintes locais: Custo de construção (depreciação); Duração da estrada
próprio ou de terceiros. Estes juros dividem-se em: de plantio; estradas e aceiros; ARL e APP. (anos); Manutenção; Preço do terreno; Renúncia do uso
Juros reais: capital emprestado (empréstimo); Construção de pontes, bueiros, represas, etc. do terreno (ha); Taxa de juros.
Juros calculados: capital próprio da empresa. Preparo do solo: Custos de proteção
O capital divide-se em: Envolve operações de: Divididos em três subgrupos:
a) Bens de duração limitada: Exemplo: máquinas, Aração ou subsolagem; Gradagem leve ou pesada; Profilaxia: diz respeito aos cuidados para se evitar o
instalações e equipamentos que têm uma vida útil Correção e adubação do solo; Cultivo mínimo. risco de: fogo, insetos, etc. Exemplo: uso de EPI, manter
limitada. Alinhamento, marcação e coveamento: aceiros limpos, treinamento de pessoal, monitoramento,
J = (V/2) * i Demarcação da orientação de plantio; Definição do etc.
b) Bens de duração ilimitada espaçamento; Fazer as covas para o plantio das Advertência: atividades para se detectar o risco e
Exemplo: terra. A terra é o capital básico de qualquer mudas. impedir que ele ocorra. Ex.: torres de vigilância;
produtor florestal, sendo muito importante considerar Combate às formigas e cupins Combate contra perigos: atividade de ataque propria-
seu custo na análise econômica. Há várias possibilida- Termonebulizador costal; Formicida em pó; Iscas mente dita.
des teóricas de se tratar o custo da terra na atividade granuladas; Iscas granuladas; Cupinicida. Custo de máquinas
florestal, porém a mais comum é considerar os juros Produção de mudas; plantio; replantio; irrigação das Custos fixos: depreciação; consertos; juros; garagem;
sobre o capital investido, ou seja, refere-se a um custo mudas. seguros e impostos. Custos variáveis: manutenção;
anual como se fosse um aluguel da terra. Fatores que devem ser considerados ao decidir pela salário do operador; combustível.
O custo anual da terra (R) é calculado: produção ou aquisição de mudas
R = VT * i a) Viveiro próprio: depende da área a ser plantada; AVALIAÇÃO DE PROJETOS
Em que: VT = valor da terra (US$/ha); e i = taxa de juros espaçamento; localização do viveiro; disponibilidade de FLORESTAIS
(% a.a.). água; pessoal treinado; temporário ou permanente;
Custos de Material custo de produção da muda. A avaliação econômica de um projeto baseia-se em seu
Surgem do consumo de bens no período de um ano de b) Mudas de terceiros: idoneidade das mudas (há fluxo de caixa, que consiste nos custos e nas receitas
trabalho da empresa. Exemplo: óleo, livros, machados, certeza quanto à procedência ou qualidade das distribuídos ao longo da vida útil do projeto.
mudas e material de construção. mudas?); preço da muda; contrato; disponibilidade de
Custos de Terceiros mudas na época certa. Classificação de projetos
Representam o pagamento às firmas que prestam Fatores que influenciam o custo de implantação:
serviço à empresa florestal. Os trabalhos mais comuns Fatores locais: qualidade dos solos; topografia; pragas e Projeto convencional: quando ocorre apenas uma
realizados por terceiros: corte; transporte; construção de doenças. Outros fatores: área a ser plantada; espécies mudança de sinal em seu fluxo de caixa. Ex.: implanta-
cercas; vigilância; alimentação; combate a formigas; florestais; método de plantio (espaçamento, equipamen- ção de um reflorestamento e corte final aos sete anos.
entre outros. Os serviços terceirizados requerem um tos, replantio); organização do trabalho.
controle rigoroso da qualidade e da quantidade. Custo da terra:
Custos de Risco Importante na análise econômica, pois a terra é capital
Os custos de risco são alguns danos que podem ocorrer básico da empresa florestal;
dentro de uma empresa florestal, ou seja, são influên- Forma mais comum de cálculo: considerar o custo
cias externas q interrompem os processos planejados, anual como aluguel da terra.
cujas freqüências, datas e tamanhos são desconhecidos Custo de manutenção Projeto não-convencional: quando ocorre mais de
antecipadamente, exigindo, portanto, um planejamento São os custos que ocorrem a partir do primeiro ano até uma mudança de sinal em seu fluxo de caixa.
flexível para a empresa. o ano de corte da floresta. São eles: Ex.: projeto de reflorestamento com eucalipto.
Exemplo: ataque de pragas e doenças, incêndios Conservação de estradas e aceiros: tratores de pneus
florestais, seca, desabamento de estradas e acidentes. com grade, motoniveladoras, herbicidas ou capina
Pode-se compensar ou diminuir estes custos por meio manual.
de seguros. Neste caso, deixa-se de ter custos de riscos Capinas ou roçadas: diminuição da mato-competição.
e passa-se a ter custos de seguros. Combate a formigas e outras pragas: controle anual
Custos de Impostos Desbastes e desramas desbastes e desramas
Os principais impostos cobrados das empresas são: Principalmente para florestas de múltiplos usos.
Relação entre projetos
IPTU: Imposto Predial e Territorial Urbano; Desbrotas: quando não há a condução da brotação, faz
A relação entre projetos pode-se dar tanto do ponto de
IPVA: Imposto sobre Propriedade de Veículos Automo- faz-se o controle químico ou mecânico das cepas.
vista técnico quanto do ponto de vista econômico.
tores; Custo de exploração ou colheita
Do ponto de vista técnico dois ou mais projeto podem
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados Relacionados c/ operações de: abate, desgalhamento,
ser:
ICMS: Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços traçamento, extração, empilhamento, carga, transporte,
Compatíveis: quando a implementação de um não
Custos envolvidos na atividade florestal descarga da madeira no pátio da empresa ou no centro
impede a implementação dos demais.
Custo de implantação: de consumo.
Ex.: apicultura e eucaliptocultura.
São os custos relacionados com todas as operações até Fatores que influenciam o custo de colheita: Condições
Incompatíveis: quando a execução de um deles implica
o primeiro ano do projeto. Ocorrem no ano zero. As locais (clima, topografia); Tipo de floresta (natural, plan-
a impossibilidade de implementação dos demais. Ex.:
operações são: tada). Espécies florestais; diâmetro ou volume das
escolher entre a localização de uma indústria ou de
Elaboração do projeto: árvores; nº. de trabalhadores por turma; treinamento do
duas ou mais espécies florestais.
Elaborado por um técnico especializado; trabalhador; salário; equipamentos utilizados; organiza-
Do ponto de vista econômico dois ou mais projetos
Implementado com recursos próprios da empresa ou ção do trabalho.
podem ser:
por financiamento; Custo de reforma
Dependentes: quando a execução de um deles afetar a
Envolve custos de viagens, estadias, trabalho de escri- Acontece após o último ciclo de corte; Muitos dos custos
rentabilidade dos demais. Ex.: eucalipto e uma cultura
tório e despesas administrativas. que ocorreram na implantação reincidem: preparo do
agrícola numa mesma área.
solo, plantio, etc.
Independentes: quando a rentabilidade de um deles
Desmatamento: Mecanizado (trator de esteira com Custo de administração: referem-se às atividades
não depender da implementação dos outros projetos.
correntão); Semi-mecanizado (motosserra); Depende gerenciais, administrativas, contábeis, etc.; Variam em
Ex.: eucalipto e uma cultura agrícola em áreas
da vegetação e topografia. função da dimensão da empresa (15 a 20% do total); a
diferentes.
colheita é a mais dispendiosa.
ECONOMIA FLORESTAL
AVALIAÇÃO DE PROJETOS AVALIAÇÃO DE PROJETOS CUSTOS NA EMPRESA FLORESTAL
FLORESTAIS FLORESTAIS
Valor produtivo de um povoamento (Vp)
Relação entre os projetos Observações com relação aos métodos deste 1º grupo: Os terrenos e os povoamentos florestais constituem o
São indicados para situações em que a taxa de capital básico de qualquer empresa florestal e uma
desconto é muito baixa ou para situações de curto tarefa importante do manejador é estabelecer um valor
prazo. para o povoamento para a terra ou para ambos. Uma
Em projetos florestais no Brasil, não são indicados, das tarefas freqüentes do manejador é ter que avaliar
pois a taxa de juros é elevada e os projetos são de um povoamento florestal, que ainda não atingiu o
longo prazo. estágio de maturação ou idade de corte. Neste caso, há
Às vezes podem ser usados como informação vários custos e receitas que ocorrerão no futuro, que
complementar ou em caso desempate. devem ser considerados na análise.
A finalidade é fazer a avaliação de florestas para fins de:
Valor Presente Líquido (VPL) Compra e venda;
Indenização (incêndios);
Desapropriação (linhas de transmissão, estradas,
Rj = Valor atual das receitas; Cj= Valor atual dos custos; barragens);
j = Período em que as receitas e os custos ocorrem; i= Loteamento.
taxa de Juros; n = número máximo de períodos. O cálculo se baseia nas receitas líquidas futuras e
Se o VPL > 0 → projeto é viável. custos futuros descontados para a idade de avaliação
Vantagem do VPL: Considera o tamanho do investimen- (m).
to. Desvantagem: Não considera o horizonte de planeja- Valor de exploração
Horizonte de planejamento mento ou duração do projeto. O valor da exploração é o valor comercial do estoque de
Conceito: período de tempo durante o qual o Taxa de Interna de Retorno (TIR) madeira. Também, é denominado valor de liquidação e
empreendimento irá operar. É a taxa de iguala o VPL a zero, isto é, igual o valor da finalização. O valor de exploração é calculado por os
HP pode ser: presente das receitas ao valor presente dos custos. volumes dos diferentes sortimentos multiplicados com
• Finito os preços respectivos livres de custos de exploração.
• Infinito Valor do custo do povoamento
Métodos de avaliação de projetos A averiguação do valor dos custos do povoamento parte
Um projeto será considerado economicamente viável se da consideração, que o valor para um bem é pelo
Pode-se dividir os métodos em dois grupos: sua TIR for > que uma taxa de desconto correspondente
1º Grupo: não considera a variação do capital no tempo. menos tão alto como os custos que foram realizados
à taxa de remuneração alternativa do capital. para sua aquisição ou fabricação. Por isso, o valor do
São indicados para horizonte de planejamento muito Vantagens da TIR:
curto, em que não há inflação. Ex.:Tempo de retorno custo do povoamento abrange todos os custos para a
• não é preciso estimar a taxa de desconto; cultura, os tratamentos silviculturais e a proteção contra
do capital, razão receita/custo e razão receita média/ • Bom para comparar alternativas de investimento.
custo. pragas e doenças até o momento da avaliação do
Desvantagem: povoamento. Uma vez que os custos realizaram-se em
2º Grupo: considera a variação do capital no tempo. Ex.: • Dificuldade de análise em projetos mutuamente exclu-
Valor presente líquido, taxa interna de retorno, razão diferentes períodos, eles têm que ser referidos a um
sivos, projetos de duração diferente e projetos de tama- momento uniforme. Tanto o valor de exploração como o
benefício/custo, custo médio de produção. nho diferentes. Ex.: carrinho de pipoca x fábrica de
Tempo de Retorno do Capital (TRC): o projeto que valor da expectativa de produção não servem, porque
celulose. por um lado, os custos são mais elevados do que a
retornar mais rapidamente o capital investido será o • Cálculo requer computadores
mais viável economicamente. renda e por outro, existe incerteza sobre o desenvolvi-
• Não considera o tamanho do projeto mento do povoamento.
Vantagens do TRC: • Em projetos não convencionais é possível a existência
• Simplicidade e facilidade de aplicação Valor da expectativa de produção
de mais de uma TIR. O valor da expectativa da produção é composto por
• Utilização em áreas de rápido avanço tecnológico, em Razão Benefício/Custo (B/C)
que os equipamentos ficam obsoletos muito depressa. todas as receitas menos as despesas, que se pode
• Utilização em projetos que envolvem alto risco. esperar desde o momento de avaliação (m) até o final
• Utilização em áreas em que o capital investido tem de da rotação, capitalizado até o final da rotação e depois
dar retorno muito rápido. descapitalizado p/ momento da avaliação (primeiro
Desvantagens do TRC: prolongado e depois descontado). O valor da expecta-
O projeto é economicamente viável se apresentar R/C
• É indiferente na escolha do projeto A e B, não tiva de produção é proporcional às rendas de corte final
>1. O projeto é tanto mais indicado economicamente,
considera as receitas obtidas, após o retorno do capital. e de desbastes e inversamente proporcional ao valor do
quanto maior a razão B/C.
• Ignora a ordem de ocorrência das receitas, como é o capital do solo e da administração e à taxa de juros
R/C >1→ VPL > 0 →TIR > TMA.
caso da comparação entre D e C, ou seja, D é preferível (normalmente taxa interna de juros). O valor da
ao C. expectativa de produção na idade da rotação é igual ao
APLICAÇOES PRÁTICAS valor de exploração do povoamento na mesma idade.
• Não considera a variação do valor do capital no tempo.
Razão receita/custo - R/C Rotação técnica x rotação econômica
É a relação entre o somatório das receitas e o dos O termo rotação refere-se à idade na qual se planeja
custos. cortar os povoamentos equiâneos.
R / C   Ri /  Ci A rotação técnica (rotação silvicultural) corresponde à
O Projeto que apresentar R/C < 1 não é viável. Quanto idade em que o incremento médio anual (IMA) é máximo
maior R/C + interessante será a opção de Investimento. e igual ao incremento corrente anual (ICA). Esta rotação
Vantagens R/C: Considera as receitas que ocorrem resulta na produção de máximo volume médio por ano.
após a recuperação do capital investido. A rotação econômica maximiza os retornos dos
Desvantagem R/C: Não considera a variação do valor investimentos nas atividades florestais, ou seja, propor-
do capital ao longo do tempo e a ordem de ocorrência ciona lucro máximo ao investidor.
das receitas. Valor esperado da terra (VET)
Razão receita média/custo - RM/C O VET é um termo florestal usado para representar o
 Ri / n valor presente líquido de uma área de terra nua, a ser
RM / C  utilizada para a produção de madeira, calculado com
Cj base numa série infinita de rotações. Este critério é
n=horizonte do projeto, ou seja, o número de anos. mundialmente conhecido e utilizado para determinar
Quanto maior RM/C, + viável a opção de investimento. rotação econômica e preço máximo de compra de terra
Vantagem: leva em conta o tempo de ocorrência das nua, considerando série infinita, bem como selecionar
receitas. Desvantagem: não considera a variação do projetos alternativos. O cálculo baseia-se na receita
valor do capital ao longo do tempo e a ordem de líquida perpétua (RT-CT), excluindo o custo da terra, a
ocorrência das receitas. ser obtida de certa cultura (reflorestamento).

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