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Para tal basta perceber que entre outros, são responsáveis por esta
tendência, os movimentos de migração da população de zonas mais rurais para as
áreas mais urbanas, fruto da maior gama de oportunidades de trabalho e
diversificação das atividades e serviços que acabaram por resultar também numa
alteração de muitos valores dominantes na vida em sociedade, dando origem a
uma progressiva emancipação da mulher que levou naturalmente a uma redução
da fecundidade e como tal da natalidade, acresce ainda a generalização dos
métodos contracetivos, a divulgação de métodos de planeamento familiar e o os
encargos sociais decorrentes de uma família numerosa. No inicio do século XX
os valores da natalidade rondavam cerca dos 30% ao passo que no inicio do século
XXI os valores rondavam já somente os 10%.
Resta neste sentido, perceber como é que se pode fazer face a esta nova realidade
com que se tem de contar, isto é, o envelhecimento da população é, como já referi, algo
que veio para ficar pelo que por ventura esta alteração na sociedade em que nos
habituámos a viver, não pode vir desacompanhada de uma adaptação a si própria. O
envelhecimento da população traz consigo uma oportunidade para a sociedade e para nós
cidadãos que fazemos parte dela, alterarmos a forma como pensamos e vivemos o nosso
dia a dia por forma a que o impacto, que entretanto se assume somente negativo, deste
envelhecimento, não se faça sentir. O problema deixa assim de ser demográfico e passa
a ser um problema ideológico e filosófico do modo como encaramos o mundo.
Uma primeira ideia, da autoria de Maria João Rosa, prende-se com uma
alteração daquela que é a tradicional conceção do nosso ciclo de vida, composto
essencialmente por uma primeira fase de formação, seguida da fase de produção e por
ultimo da fase de descanso. A autora propõe uma adaptação da sociedade ao
envelhecimento dos seus membros, através de uma redução das assimetrias existentes
entre estas três fases, onde o objetivo é que a primeira e ultima fases perdurem durante
todo o nosso tempo de vida ao passo que a segunda fase teria o seu inicio mais cedo e o
fim naturalmente mais tarde, fruto da maior esperança média de vida. A ideia passaria
num primeiro momento criar um sistema onde o período de tempo de trabalho fosse mais
reduzido, abrindo mais espaço para a fase de lazer e descanso, o que permitiria alargar a
fase de produtividade durante mais tempo, uma vez que os cidadãos não chegariam a
determinada idade com vontade de parar de trabalhar e de descansar, pois poderiam fazê-
lo de forma equilibrada ao longo da sua vida, isto é, reduzia-se o período semanal e diário
de trabalho, dando mais oportunidade ao lazer e descanso para com isso se puder estender
por mais anos a fase de produtividade dos cidadãos de uma sociedade, adaptando-se o seu
modo de vida ao facto de cada vez mais vivermos durante mais tempo.
Uma segunda ideia que precisa de começar a ser adotada tem que ver com
a população imigrante, isto é, hoje em dia o imigrante independentemente do seu
conhecimento encontra-se tradicionalmente relegado para os trabalhos menos desejados
verificando-se um desperdício das suas capacidades e valências, segundo uma ideia de
sociedade que não quer perder a sua identidade cultural nem ver os seus autóctones
substituídos, quando a verdade é que a população imigrante é um fator de relevo no que
diz respeito á demografia e combate á falta de produtividade de um pais, ajudando
também a combater ou a desacelerar o envelhecimento da população uma vez que
também contribui para a percentagem de natalidade do pais, fixando-se os imigrantes em
território nacional e atribuindo-lhes condições para que os mesmos possam aqui criar
família.