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João Lima Fernandes
Janeiro de 2020
Infância
A infância é uma fase onde se faz grandes aprendizados e se adquire diversas experiências, na
relação com os outros e com o mundo. Esta é uma fase importante do desenvolvimento, mas
também muito sensível. Com isto há alguns teóricos da psicologia que descrevem as fases da
infância, como por exemplo Piaget. Este autor relata que o raciocínio se desenvolve em quatro
estágio universais e em cada estágio a criança desenvolve um esquema, no entanto sendo elas:
Período sensório-motor (nascimento aos dois anos) a criança explora seu ambiente através de
suas capacidades sensoriais e motoras (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Período pré-operacional (dois aos sete anos) a criança usa simbolismo para entender seu
ambiente através de imagens e linguagem, também sendo o início do egocentrismo (o
pensamento da criança é somente nela).
Período operacional-concreto (sete aos doze anos) já se inicia o pensamento lógico, não são
mais enganadas pela aparência, já entende o comportamento da outra pessoa, e por fim:
Período operações-formais (doze anos em diante) o pensamento é abstrato e sistemático.
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Vygotsky (1978) é outro autor importantíssimo quanto ao desenvolvimento infantil, pois enfatiza a
linguagem como um meio essencial para aprender a pensar sobre realidade, sendo que a criança
para realizar alguma atividade precisa de um mediador para apoia-la em alguma tarefa até que
ela consiga realiza-la sozinha. Bem como, pode-se dizer que alguém mais experiente pode ajudar
a atravessar a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) como colegas, professores, familiares
entre outros, assim a criança apresenta um desenvolvimento cognitivo e uma atividade
socialmente mediada (BEE; BOKD, 2011). Além disso, surgem quatro estágios do
desenvolvimento que acontece do nascimento até os sete anos (BEE; BOKD, 2011), sendo eles:
Estágio Primitivo -do nascimento até os dois anos
Estágio de psicologia ingênua - dois aos três anos
Estágio da fala egocêntrica - também conhecido como discurso egocêntrico, vai dos três
aos sete anos
Estágio de crescimento interior - a partir dos sete anos)
No ponto de vista de Erikson (1998) a criança passa por diversas etapas até os nove anos
conhecida como produtividade vs. inferioridade está é a fase onde a criança tem o maior
desenvolvimento cognitivo e social, é quando ela inicia sua vida escolar e social com seus
colegas. Começa a ter interação com seu gênero sexual, esse é o momento em que se divide
meninas para um lado e meninos para outro, formando grupos. O orgulho é o sentimento que se
desenvolve nessa etapa após atividades realizadas com sucesso, quando seus responsáveis e
professores elogiam após uma atividade realizada adquirem um sentimento de competência e
crença em suas habilidades, quando isso não acontece então a criança sente o sentimento de
inferioridade (ERIKSON; ERIKSON, 1998).
Adolescência
O comportamento do adolescente muda conforme a criação, não tem como classificar uma
adolescência em suas atitudes, mas em geral pode-se indicar algumas pontos como mudanças
cognitivas, os pensamentos de criança passando para um adulto assumindo responsabilidades,
deveres, normas que antes não tinha conhecimento, os hormônios ficam a “flor da pele” e iniciam
a vida sexual, também ocorrem mudanças no físico, comportamental, emocional e social que se
apresenta em maior evidência nessa fase (CAMPOS, 1987). Está fase inicia-se em torno dos
doze anos juntamente com as transformações de seu corpo, começa a crescer pelos, a primeira
menstruação (feminino), aumento de testosterona (masculino), crescimento corporal. entre outras
mudanças que a puberdade traz com ela. Com isto, o corpo em seu todo entra em conflito, por
estar deixando de ser uma criança e sendo encaminhado para uma vida onde tem que fazer
muitas escolhas e os pais não podem decidir por eles, quando esse indivíduo consegue resolver
suas dúvidas, conflitos e compreende o meio que está sendo inserido vai formando sua
personalidade, assim tornando-se um adulto (OUTEIRAL, 2008). O emocional fica perturbado por
não poder se expressar com choro, raiva, tristeza, medo entre outras, devido a cobrança da
sociedade, pelo crescimento emocional e isso acaba criando dúvidas sobre o meio aonde está
inserido, no qual os pais tem que auxiliar para seguirem em frente, denominada de zona de
desenvolvimento proximal (ZDP), que é o auxílio de um mediador para conseguir passar por
algum problema que tem dificuldade (VYGOTSKY, 1978).
De acordo com Wallon (2003) as mudanças que estão ocorrendo no adolescente são
expressadas com seu corpo, demonstrando as dificuldades que tem com seu novo corpo, a
expressão afetiva está em alta tendo então comportamentos que podem surpreender os adultos.
Podendo ser mais centrados em suas atividades profissionais ou até mesmo amorosas, saídas
para festas, novas amizades e viagens, misturando afetividade e imaginação, criando alguns
conflitos internos e atitudes novas (MAHONEY; ALMEIDA, 2003).
Conforme Erikson (1998) o adolescente precisa de uma segurança para todas as mudanças que
estão acontecendo. O modo que o adolescente encontra uma segurança é em sua identidade,
que foi formada pelos estágios anteriores (confiança vs. desconfiança, autonomia vs. vergonha e
dúvida, iniciativa vs. culpa, produtividade vs. Inferioridade). Essa identidade se expressa na forma
de questionamento pra entender o que está mudando, por exemplo, “quem sou?”, “vou ficar igual
meus pais?”, “o que devo fazer no futuro?”. Com o resultado dessas perguntas o adolescente se
encaixa em algum grupo da sociedade. Esta fase é conhecida como “Identidade vs. Confusão de
Identidade” (ERIKSON; ERIKSON, 1998).
Adultícia
Após a adolescência então tem início a fase adulta, conhecida também como jovem adulto que é
dos vinte aos quarenta e depois é chamando de meia idade que é dos quarenta até os sessenta,
todas as fases do desenvolvimento têm sua complexidade, mas esta em especial tem muitos
altos e baixos que interferem em todo seu ciclo de vida, principalmente nas saúdes mental física
(LIDZ, 1983).
O jovem adulto passa por diversas preocupações com o futuro, sendo a profissão que escolheu,
a pessoa que iniciou o relacionamento para constituir uma família, se os amigos são os certos
para levar para a vida toda entre outras questões que aparecem. Quando consegue entender
qual seu lugar na sociedade e no âmbito familiar e profissional começam outros questionamentos,
estou criando meu filho bem, meu cônjuge está feliz, estou feliz com essa vida, vou conseguir me
aposentar, quantas dividas ainda tem, esses problemas sempre estão presentes conforme o
desenvolvimento da pessoa (PAPALIA; OLDS, 2000).
Quando chega na meia idade surge outros desafios, principalmente a angustia sobre os filhos, que
é conhecida como “síndrome do ninho vazio”. Todos os indivíduos com desenvolvimento típico
passaram por esse momento, até o momento em que percebem que não se encontram sozinhos,
que seus filhos estão lá para qualquer coisa mesmo estando em outro local, assim passa para a
última fase da vida a velhice (SARTORI; ZILBERMAN, 2008).
Tornar-se adulto é um processo que envolve o desenvolvimento de identidade, consolidação da
estrutura da personalidade e a auto-realização, a fase adulta representa novas
responsabilidades, novas conquistas. Acerca das mudança da personalidade na vida adulta, o
teórico Erik Erikson (1963) descreve algumas pistas sobre as mudanças que uma pessoa pode
esperar, diante de oito estágios desenvolvidos por ele, dividiu a vida adulta em duas (WEITEN,
2011).
Intimidade vs. isolamento: este estágio acontece no começo da vida adulta, tendo a preocupação
se a pessoa tem capacidade de partilhar sua intimidade com os outros, nesta fase devem
requerer empatia e abertura, e fortalecer seu ego o suficiente para aceitar o convívio com outro
ego sem se sentir anulado ou ameaçado. Outro estágio seria:
Generatividade vs. estagnação, esta seria a fase média da idade adulta, o principal desafio é a
preocupação com o bem-estar das gerações futuras (os filhos, jovens), fase em que o ser
humano sente sua personalidade de forma enriquecida e não modificada, pois ele ensinara os
mais novos (WEITEN, 2011).
No pensamento de Piaget (1970) diferente de Erikson o adulto já tem toda a parte cognitiva
formada pelas fases anteriores, sendo assim quando chega nessa etapa deve estar totalmente
formado e não adquire nenhuma outra evolução (INHELDER; PIAGET, 1976). Conforme a Teoria
Psicogenética de Wallon traz a etapa do adulto como “O equilíbrio entre o afetivo e o cognitivo”.
Esta teoria fala que nesta etapa a pessoa está preparada afetivamente e cognitivamente para
tomar decisões, sabe seu limite e entende como funciona seu corpo (NADEL-BRULFERT, 1986).
Anciania
O envelhecimento da população é um fenômeno que está acontecendo em todo o mundo, com os
progressos da medicina e melhoria das condições de vida, as pessoas estão vivendo mais.
Estudos realizados mostram que em 2025, o Brasil ocupara o sexto lugar com cerca de trinta e
dois milhões de pessoas com sessenta anos ou mais (ROSSATO; PILETTI, 2014). A velhice é a
última etapa da vida, onde existem várias dúvidas e certezas, uma certeza que existe é que a
próxima fase é a morte, com isso os conflitos sobre o que deve fazer até chegar à fase final e os
arrependimentos sobre o que não foi feito antigamente (SCHNEIDER, R. H.; IRIGARA, 2008).
Erikson (1976) elaborou modelos sobre a evolução da estrutura da personalidade ao longo de
toda a vida. O indivíduo passa por oito estágios, cada qual com suas crises, os quais necessitam
de resolução para ultrapassá-los. O primeiro estágio é denominado de confiança vs. desconfiança
(nascimento até um ano), segundo estágio autonomia vs. vergonha e dúvida (um ano a três
anos), terceiro estágio incentivo vs. culpa (três anos a seis anos), quarto estágio produtividade vs.
inferioridade (seis anos aos doze anos), quinto estágio identidade vs. confusão papéis (doze anos
aos vinte anos), sexto estágio intimidade vs. isolamento (vinte ano aos quarenta anos, jovem
adulto), sétimo estágio generatividade vs. estagnação (quarenta anos a sessenta e cinco anos,
meia idade), oitavo estágio integridade do ego vs. desespero (velhice) (ERIKSON, 1976).
E se tratando da velhice, o estágio que corresponde a integridade do ego x desespero, onde o
indivíduo revê seu passado e o identifica como produtivo ou não, podendo se sentir satisfeito
como que realizou ou se sentir frustrado, dececionado, pensando no que poderia ter realizado.
Alguns idosos podem se sentir desesperados por perceberem que a morte está se aproximando,
e que não há mais tempo suficiente para refazer ou reviver toda a existência. Por outro lado,
existem aqueles idosos que possuem a sensação de dever cumprido e, experimentam o
sentimento de integridade e dignidade, acolhendo a velhice como algo positivo (FONTAINE,
2010).
In: https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/o-desenvolvimento-
humano-ao-longo-do-ciclo-vital. Out/2018
ENVELHECER...
Ao atingir a denominada última etapa da vida, a pessoa humana confronta-se com um sem
número de alterações sociais que o obrigam a desenvolver estratégias adaptativas.
A saída de casa dos filhos, a reforma, a perda de parentes e amigos (por afastamento residencial,
ou morte) sendo acontecimentos que de algum modo estão “previstos”, (dentro de um quadro que
vulgarmente é apelidado de “ser a vida”) são no entanto situações vulgarmente sentidas como
inesperadas, em alguns casos sem a possibilidade de preparação (caso da morte de um dos
cônjuges), potencialmente geradoras de estados de ansiedade, depressão e angústia mais ou
menos generalizados. Enquanto os mais novos planificam atempadamente os papéis que
desejam assumir (casar, ser pai/mãe, ser funcionário ‘x’, ‘y’, etc.), os mais velhos, são obrigados
a assumir papéis para os quais não apresentam desejo, ou escolha (ser reformado(a)
antecipadamente, enviuvar, são apenas algumas das situações que não são perspetivadas como
escolhas de cada indivíduo, embora se possam configurar como mais ou menos previsíveis),
obrigando-os a uma planificação e adaptação bruscas, confrontando-se por isso muitas vezes,
com perdas de estatuto, identidade, poder, influencia, etc.
Tais mudanças, podem constituir momentos determinantes, colocando a pessoa mais velha, na
iminência de múltiplas reorganizações, quer pessoais, quer sociais.
No plano institucional, constata-se que muitas das estratégias reorganizativas, que as pessoas
adotam, se mostram pouco adequadas. Tal situação pode exemplificar-se através do número de
casos em que se observam:
Distúrbios considerados psicossomáticos,
Desorganização mental com instalação progressiva e insidiosa,
Taxa de suicídios.
Segundo Berger e Poirier (1995), a sociedade reage às pessoas idosas, promovendo, de modo
sub-reptício, a imagem de “declínio inevitável”, sendo os seus protagonistas indivíduos “velhos”,
“gastos” e “enrugados” que de algum modo “ousaram” envelhecer numa cultura que venera a
juventude. Cox (1996) refere que “...os idosos são pensados como pessoas fracas, senis,
destituídas e infortunadas” (p. 21). Silva (1992), refere “doença”, “fealdade” e “inutilidade”, como
características estreitamente ligadas à velhice (p. 5).
Na última década, têm sido efetuados vários estudos no sentido de compreender a
conceptualização social sobre o processo de envelhecimento.
Hétu (1998), refere os resultados de uma investigação realizada por Champaghe, a uma amostra
populacional do Québec, apresentando, por ordem decrescente, os estereótipos dominantes,
face aos idosos:
Atribuem muita importância à religião
São bastante inseguros
Mais sensíveis
Sentem que os filhos devem cuidar deles
Repetem frequentemente a mesma coisa
Têm uma saúde frágil
Tomam muitos medicamentos
Têm medo do futuro
Falam muito
Ainda segundo o mesmo autor, Estudantes de Gerontologia de Montreal, identificaram igualmente
ideias pré-concebidas relativamente à interação do idoso com o meio envolvente:
Não são sociáveis e não gostam de se reunir
Temem o futuro
Gostam de jogar às cartas e outros jogos semelhantes.
Gostam de contar as suas recordações
São bastante doentes e tomam muitos medicamentos
Gostam de depender dos filhos
São senis
Não se preocupam muito com a sua aparência
São muito religiosos e rezam muito
São sensíveis e inseguros
Não se interessam pela sexualidade
São muito frágeis para fazerem exercício físico
São quase todos pobres
Como se pode constatar, existem estereótipos comuns, nos resultados dos estudos,
contudo poderemos considerar, como Berger e Poirier, que as reações de insegurança, por
exemplo, serão perfeitamente aceitáveis, dada a forma como o sistema social se relaciona com a
pessoa idosa. Será importante também salientar, que como óbvio a maioria destes estereótipos
não se enquadra na realidade humana de ser idoso, pois é fácil observarmos que, na atualidade,
muitas destas pessoas procuram estratégias que se revelam relativamente adequadas, mostrando
estes estudos acima de tudo, um profundo desconhecimento, do envelhecimento humano, por
parte da população inquirida.
Existe, no entanto, alguma percentagem de gerontes, e principalmente se atendermos à
população idosa residente em lar, cujas características poderão ser em parte similares às
descritas, todavia existem seguramente causas específicas que potenciarão este tipo de
características.
Confrontando o pensamento atual com o da antiguidade clássica, observam-se pontos
bastante comuns, desta conceptualização de velhice. Segundo Minois (1999), esta era associada
à tristeza, e da qual todo o homem sadio se deveria afastar, devendo aspirar a morrer cedo.
Existindo todo um conjunto de problemas ou de perdas atribuídas à velhice, cria-se assim,
segundo Hétu (1998) a noção de âgisme”, que se caracteriza pela discriminação real ou potencial
face a uma variável não pertinente, relacionada com a idade do indivíduo. Esta atitude significa a
desvalorização de algo relacionado com o idoso, alegando a sua idade elevada, como por
exemplo, atribuir-se determinada “mazela” que eventualmente a pessoa idosa possa apresentar,
como sendo derivada da idade.
A generalização, acaba por não ser adequada, pois em termos práticos, é do conhecimento
geral que por exemplo, estadistas importantes na história mundial, alcançaram essas posições
sociais, já em idade avançada, ou outros que se mantiveram governantes no mesmo grupo etário,
ou ainda pessoas importantes de sectores económicos relevantes que apenas conseguiram os
lugares de destaque, já no inicio da chamada fase da “terceira idade”. Estes casos reforçam a
ideia da existência de fatores psicológicos importantes, que funcionam como catalisadores de
atitudes / comportamentos, e potenciam assim uma mudança global no sentido da manutenção de
atividades e estratégias adequadas nesta fase da vida.
O exposto, gera como habitualmente, bastante controvérsia.
Na tentativa de contribuir para uma maior clareza, deste processo, há a realçar quatro teorias,
que apresentadas por diferentes autores podem-se considerar como base para uma melhor
compreensão do processo:
Teoria da Atividade
Teoria da Desinserção
Teoria da Continuidade
Teoria do Meio Social
Teoria da Atividade
Segundo esta teoria, formulada nos anos 50, (Mishara e Riedel, 1984 e Berger e Poirier, 1995),
para que o idoso mantenha satisfação de vida, autoestima e conserve a saúde, deve manter-se
ativo. Tal situação pressupõe a descoberta de novos papéis, ou uma nova organização dos
anteriormente desempenhados.
Pode, no entanto, observar-se em muitos casos, que basta a sua participação em atividades
sociais, para funcionar como fator de aumento do índice de satisfação. Segundo os mesmos
autores, é de salientar que esta teoria não contempla o estilo de vida, e os fatores de
personalidade.
Teoria da Desinserção
Para os autores deste quadro teórico, o envelhecimento é acompanhado por uma desinserção
recíproca do indivíduo e da sociedade, isto é, o indivíduo põe fim gradualmente, ao seu
empenhamento e retira-se da sociedade, esta por seu lado, ao não ter o indivíduo como
produtivo, afasta-o do seu seio (Mishara e Riedel, 1984 e Berger e Poirier, 1995).
Como óbvio, esta teoria foi contestada, por outros trabalhos que se baseando nela e na anterior
(teoria da atividade), apresentaram uma proporcionalidade entre a diminuição da satisfação de
vida e a diminuição da atividade.
Teoria da Continuidade
O envelhecimento será, segundo este referencial teórico, como uma parte integrante do ciclo de
vida, e não um período final separado das outras fases. Assim, o ser humano mantém os seus
hábitos de vida, as suas escolhas, experiências e compromissos, adquiridos ao longo da sua
vida. Desta forma a resposta de um indivíduo face a uma situação, mantém-se idêntica à sua
resposta anterior. Embora exista alguma descontinuidade ao nível das relações sociais, os
hábitos e estilos de vida do idoso são determinantes na sua adaptação. Segundo Mishara e
Riedel (1984) a pressão dos acontecimentos sociais nos últimos anos de vida, levam a que a
pessoa idosa adote comportamentos, que continuam a direção de vida já iniciada anteriormente.
Proposta por Mishara e Riedel (1984), esta teoria defende que o comportamento do indivíduo ao
longo da velhice depende: do estado de saúde, dos meios económicos, e da existência de
suporte social (cônjuge, família, amigos).
Pelo exposto é colocada a tónica nos papeis, conjugal, dos filhos e do lugar que se ocupa na
sociedade. Assim o cônjuge e os filhos assumem um papel fundamental nos cuidados a prestar à
pessoa idosa. Todavia as perdas de cônjuge, as dificuldades que os filhos denotam na prestação
de cuidados, bem como o reduzido número destes por família, provoca a diminuição deste tipo de
apoio.
Restando as relações interpessoais, observa-se que a pessoa idosa ao “assegurar” o seu círculo
de amigos e ao assegurar minimamente os seus papéis sociais, mantém melhor satisfação de
vida. É de realçar que, nenhuma destas teorias, aborda os efeitos do meio social, em que cada
um se insere, o seu estatuto e papéis relativamente ao seu espaço vital.
Para uma vivência adequada da velhice, bem como para uma maior aceitação do processo de
envelhecimento, seria fundamental que se invertessem muitos dos conceitos e noções,
apresentadas; o sistema social deveria ser capaz de organizar meios que favorecessem a
evolução do indivíduo, de modo a que este fosse capaz de assumir os seus papéis nesta última
fase de vida. (Hétu. 1998; Cox, 1996)
Em termos de síntese, envelhecer socialmente, comporta situações que, mesmo não querendo e
dadas as pressões do meio, as pessoas acabam por vivenciar como perdas, conduzindo a uma
dimensão de morte social. (Hétu, 1998)
ENVELHECER PSICOLOGICAMENTE...
Contrariamente ao que socialmente se apresenta, envelhecer não é uma sucessão de problemas
insolúveis, ou uma perda de capacidades, ou o que resta viver até à morte.
Em termos gerais, envelhecer é algo que, como já referido, se tenta esquecer através de variadas
estratégias, quer pessoais, quer sociais. Tal situação implica uma perda de consciência face a
uma realidade que se “vive”, tendo como consequência nesta situação, um impacto futuro,
substancialmente maior, aquando da confrontação com determinadas realidades,
fundamentalmente de origem social.
Tal impacto poderá ser comparado a uma “crise existencial”, que na maioria dos casos provoca
fragilidades e desequilíbrios (Berger e Poirier, 1995).
Quando esta situação ocorre, obriga a que a pessoa idosa, “reencontre” a sua identidade, e
redefina o seu papel.
Envelhecer também pode comportar o “ganho” de capacidades, até aí não detetadas. Mishara e
Riedel (1984), referem que a pessoa idosa sofre um processo de introversão tornando-se mais
atenta ao que se passa em si, passando do mundo exterior para um universo mais interior.
Berger e Poirier (1995), corroboram esta ideia referindo que a pessoa idosa, sofre um processo
de Interiorização, introduzindo assim um novo conceito processual.
De uma forma genérica todas as teorias sobre o desenvolvimento psicológico ao longo da
chamada velhice, parecem ser unânimes na aceitação dos processos atrás referidos.
Salienta-se ainda os contributos dados por Erikson, Peck e Buhler. Estes autores apresentam
teorias onde distinguem e comparam, para o envelhecimento, um desenvolvimento bem-sucedido
de um malsucedido.
Deste modo e dado o cariz que as instituições apresentam, o baixo nível de formação profissional
/ académica dos funcionários que ali trabalham, entre outros, poderão ser fatores que contribuem
para uma prestação de cuidados, cujas consequências conduzem à construção de um estado de
passividade e de dependência por parte da pessoa idosa.
Esta situação torna-se potencialmente geradora da promoção do “infantilismo”, que segundo Hétu
(1998) se caracteriza por 10 aspetos:
“Tornar-se ‘tutor’ da pessoa idosa, sem que ela o peça;
Dirigir-se pelo nome próprio sem a sua autorização;
Fazer-lhe observações maternalistas, ou paternalistas;
Impor-lhe cuidados em vez de os negociar;
Fazer por ele o que ele pode fazer por ele próprio;
Utilizar uma linguagem infantil;
Construir frases com diminutivos;
Tomar uma atitude possessiva; ex.: “vou deitar os meus velhos”
Reprimir o seu interesse sexual;
Usar entreolhares com o fim de manipulação” (p. 27)
Segundo este autor, a infantilização, intervém no sentimento de valor pessoal do idoso,
diminuindo- lhe a sua perceção de competência, sentimento de valor pessoal, contribuindo para a
sua perda de dignidade.
Deste modo será pertinente considerar que tais aspetos, para além de contribuírem para uma
deterioração da identidade e da individualidade, conduzem à criação de noções como a de “morte
psicológica”
Mas poderemos questionar, até onde vai a capacidade da pessoa idosa decidir por si e de
assumir as suas decisões, relativamente a si própria em relação à sua vida?
OBJECTO E OBJECTIVO
Pretende-se compreender o funcionamento mental do sujeito, respeitando a lógica interna
desse funcionamento, ou seja, a identificação dos traços, procurando estabelecer a lógica
que leva a determinadas condutas, a origem interna que se revela no externo. Durante o
processo de avaliação psicológica, são levantadas hipóteses que serão ou não
confirmadas ao longo desta. Para isso é necessário o recurso a teorias e a uma
metodologia, de modo a compreender, interpretar e atribuir sentido aos comportamento e
pensamentos do sujeito, para pôr fim comunicar e informar a quem solicitou.
OBJECTIVOS
“A avaliação psicológica visa produzir informação psicológica adequada para tomar decisões”
(Ribeiro. 1999)
DECISÕES:
Varia segundo o contexto em que se insere e também pela origem do pedido. Consideramos
de um modo geral:
• Contexto Clínico
• Contexto Forense
• Contexto Educacional
• Contexto Organizacional
O paciente fala de si
Solicita-se a presença de alguém (familiar, técnico, amigo, etc.)
Solicita-se pedido por escrito, ou justificação escrita.
ETAPAS PARA A AP
1. Entrevista Clínica
Sendo uma ferramenta essencial na prática clínica, a entrevista é realizada segundo os objetivos
delineados, e varia de acordo com o enfoque teórico subjacente, a estrutura, as técnicas utilizadas,
o setting em que decorre, enfim, uma série de fatores que não devem ser descurados e que
devem ser avaliados sistematicamente.
Na entrevista clínica, o aspeto central é a importância da relação que se estabelece com o
examinando, relação essa que deve ser circunscrita, definida inicialmente, e deve ter por base a
empatia. Assim, a primeira tarefa que o psicólogo tem, num processo de entrevista clínica, é saber
o motivo que levou o examinando a procurá-lo, saber se este foi voluntariamente ou se foi enviado
por outro técnico e qual.
A entrevista clínica, usada como instrumento de avaliação, deve permitir ao clínico recolher os
dados necessários ao estudo de caso. Num processo de avaliação psicológica a entrevista deve
ser semiestruturada. uma vez que é necessário recolher uma série de dados.
É essencial entender o modo como as várias modalidades do funcionamento psicológico estão
interligadas, formam a base dos sintomas ou traços de personalidade do individuo e interferem na
sua adaptação.
Deve-se avaliar o discurso manifesto e latente, o que é dito, como o é e porque é, articulando e
atribuindo sentido àquilo que aparentemente não tem. Assim deve dar-se atenção aos aspetos
verbais e não verbais da comunicação.
A aparência física, o comportamento / atitude, postura, contacto visual, expressão facial, sinais
emocionais, fala, são elementos a dar relevância na observação. Há duas fases importantes na
primeira entrevista:
Fase não estruturada (de acordo com o ritmo do examinado, sendo o psicólogo apenas o
elemento motivador para que aquele fale com à-vontade sobre a razão que o levou ali)
Nesta fase são estruturadas as hipóteses (diagnósticas) e quando há dúvidas, deve o
psicólogo intervir e formular questões que as esclareçam.
Fase estruturada, em que o psicólogo organiza uma entrevista dirigida e partindo das
hipóteses, estabelece um plano de intervenção, recorrendo a uma bateria de testes, de
modo a validar ou não as hipóteses diagnósticas.
Aspetos importantes: * Transferência na entrevista
* Atribuição de papéis por parte do
entrevistado
* Contratransferência
• Respostas do entrevistador às
manifestações do entrevistado
• Respostas específicas da sua
personalidade
• Vulgarmente inadequadas
• Dificuldades em dar atenção ao
paciente
• Interpretação dos dados à luz de
si próprio
História do paciente
Permite definir objetivos
Anamnese
Avaliação quanto:
• Estado de consciência
• Estado afetivo / emocional
• Ansiedade
• Conteúdo do pensamento
• Orientação
• Memória
• Conhecimento Geral
• Concentração
• Pensamento abstrato
• Juízo Crítico
• Sonhos / fantasias
• Sistema de valores
Poderá / deverá ter em linha de conta critérios de diagnóstico precisos, devendo para tal basear-se
na experiência de observação e caracterização do psicólogo.
3. Plano de Avaliação
4. Exame Objetivo
As técnicas deverão ser escolhidas em função do plano de avaliação estabelecido para o sujeito
em questão.
Compreendem:
o Utilização de testes
o Complementa e confirma (ou não) as informações recolhidas no Exame subjetivo.
GRUPOS DE TESTES:
Psicométricos
É uma atividade de medida, de avaliação mais ou menos precisa das performances do sujeito em
referência a normas / padrões. Centra-se a importância nos dados obtidos de modo a encontrar
uma objetivação do comportamento. Avaliam-se traços e não sujeitos.
Projetivos
Têm um papel auxiliar e importante na compreensão do funcionamento mental. O funcionamento
mental não está dissociado como função autónoma da personalidade, dado que o
comportamento humano é produto de interações sucessivas
Aplicação
A aplicação de testes envolve cuidados, nomeadamente por aqueles serem elementos
ansiogénicos. Assim deve iniciar-se a partir dos testes que sejam constituídos por material mais
simples e cujo tempo de aplicação seja mais reduzido. Em seguida utilizam-se os menos
estruturados e conclui-se o processo de AP, com algum instrumento menos estruturado, ou com
entrevista.
BATERIAS DE TESTES
Os testes como instrumentos de avaliação, podem dividir-se em vários grupos. Para este efeito
consideramos dois tipos de testes / escalas.
• TAT – Teste de Aperceção Temática – Teste que permite avaliar a natureza das angústias,
tipos de defesa, conflitos, relação objetal, etc.
5. RESULTADOS
Tabela para ordenação de dados, de acordo com os testes ou técnicas utilizadas e com os
aspetos específicos de cada área;
6. DIAGNÓSTICO / PROGNÓSTICO
Fundamental o destino do relatório, dada a qualidade da informação obtida ser sigilosa. Ex.
Psicólogos; Magistrados; Psiquiatras; Médicos; Assistentes Sociais; Equipas de Animação;
Direções de Instituições; Outros
1. IDENTIFICAÇÃO
• Dados genéricos sobre o sujeito (Nome. Idade, Data de Nascimento,
Escolaridade. Estado Civil. No de Filhos. Ocupação. etc.)
2. MOTIVO DA CONSULTA
• Razões que levaram à consulta e dados de anamnese
• Breves dados associados ao estado atual
4. SÍNTESE DE RESULTADOS
• Referência ao estado do sujeito (atitude, colaboração, forma de falar, aspeto etc.)
• Referência a dados de funcionamento emocional/afetivo. intelectual/cognitivo e
instrumental.
5. RESULTADOS
• Breve resumo dos resultados
• Análise qualitativa / explicativa
• Indicações ao nível familiar (o que pode a família fazer)
• Indicações ao nível social (o que pode ser facilitador para o sujeito).
• Indicações ao nível clínico (deverá ser ou não acompanhado em consulta psicológica;
deverá ser enviado a especialidade médica. para administração de químicos e/ou despiste
de outras variáveis; deverá ser reavaliado e dentro de quanto tempo)
Avaliação Geriátrica Global
Síntese
Problemas e
Prioridades
Intervenção
Médica
Preventiva
Avaliação
Educativa Institucionalização
Especializada
Assistencial
Outras
ALGUNS EXEMPLOS DE TESTES / ESCALAS
Consigne
É referido ao sujeito, apontando para o espaço em branco na folha, que falta um bocado. Refere-
se igualmente que cada bocado no final da página tem a forma necessária para preencher o
espaço vazio, mas nem todos completam o desenho de um modo coerente.
Mostra-se o bocado que completa corretamente o estímulo da página.
Refere-se depois à pessoa, que em cada uma das páginas do caderno há um desenho ao qual falta
um bocado e que ela deverá tentar encontrar nas alternativas que estão, qual a que será correta.
Deverá ser igualmente indicado, que se tiver atenção à forma como como resolve os problemas
fáceis, achará os seguintes menos difíceis.
Não deverá preocupar-se com o tempo, deverá ter atenção ao trabalho e que em cada página há
apenas uma e só uma alternativa correta.
• Estruturação Espacial
• Memória Imediata
• Esquema corporal
Permite ainda obter informações associadas a estruturações psicóticas
A análise incide em particularidades que se expressam nas seguintes características
• Qualidade do traço
• Omissão de elementos
• Ajustamentos ou sobrecargas
• Deslocações
• Duplicações
• Estereotipias
• Inversões
• Organização espacial
• Integridade corporal
2. Análise da memória
• Traumatismos
• Integridade corporal
• Alterações neurológicas
Sub – Escalas
Informação Sub-Escalas Verbais
Compreensão
Semelhanças
Aritmética
Memória De Dígitos
Vocabulário
Permite uma análise quantitativa e qualitativa, podendo centrar-se numa perspetiva individual.
Tem ainda como vantagens:
• Possibilidade de análise qualitativa
SEMELHANÇAS
• Abstração
• Conceptualização verbal
ARITMÉTICA • Concentração
VOCABULÁRIO • Potencial
CUBOS • Análise
• Síntese
CÓDIGO • Atenção
Aspetos Afetivos
Comportamento • Aritmética
• Cubos
• Memória de Dígitos
Abstração • Semelhanças
• Cubos
Não Implicação Pessoal • Memória de Dígitos
• Código
• Semelhanças
• Cubos
Representação Mental • Aritmética
• Cubos
• Memória de Dígitos
Sociabilidade • Compreensão
• Disposição de Gravuras
• Completar Gravuras
Referências Espaciais • Cubos
• Composição de Objetos
Referências Temporais • Disposição de Gravuras
Aspetos Instrumentais
Verbalização • Vocabulário
Estruturação Espacial / Lateralização • Composição de Objetos
• Cubos
Estrutura Temporal • Disposição de Gravuras
Motricidade • Disposição de Gravuras
• Cubos
• Código
Aspetos Intelectuais
ASPECTOS IMPORTANTES:
• Importância da familiaridade da escala por parte do examinador -» examinado como
foco de atenção
• Respostas tipo “não sei”, podem ocultar lapsos incipientes que com um inquérito podem
revelar sinais de transtorno do pensamento.
• Será útil que se o sujeito erra itens considerados fáceis, atingindo o número de
fracassos previstos para parar, e estando este resultado em desacordo com o que
vem acontecendo, é importante que se apliquem mais itens do mesmo sub teste,
ainda que não entrem em contagem para o cálculo final. Tal informação pode ser um
dado qualitativo importante.
Sub-escalas "B"
• Memória de Dígitos
• Semelhanças
• Código
• Cubos
Transforma-se as notas brutas de cada uma das oito sub-escalas, utilizando as "Tabelas de notas
standard por idade", tendo em conta a idade cronológica do sujeito. A partir destas notas
Standard, calcula-se o Quociente de Deterioração:
= - = %
Soma de testes A - soma de testes
B
Soma de
testes A
Pretende avaliar a deterioração mnésica, sendo utilizada em simultâneo com a WAIS, dado ser
necessário ter um QI definido para avaliar a deterioração.
É composta por 7 subescalas:
• Informação pessoal e geral,
• Orientação
• Controlo mental
• Memória Lógica
• Memoria de Algarismos
• Figuras geométricas
• Palavras Associadas
MATERIAL:
Folha de passagem e 3 cartões com 1 ou mais figuras geométricas
COMPOSIÇÃO
7 Sub-escalas: Informação pessoal e geral, Orientação imediata; Controlo mental; Memória Lógica;
Memoria de Algarismos; reprodução visual; Aprendizagem Associativa.
TOULOUSE-PIERRON
Permite avaliar a atenção voluntária permanente (concentração), o poder de realização e a
resistência à fadiga. A sua aplicação pode ser individual ou em grupo.
É constituído por 40 linhas com 40 figuras por linha, sendo cada uma destas constituída por um
quadrado com um traço exterior, que se encontra orientado em 8 direções, existem 8 figuras
diferentes, 5 de cada tipo em cada linha.
Objetivo:
Marcar todas as figuras que são iguais às que se encontram no início da folha, devendo ser
marcados simultaneamente e não alternadamente, devendo ser realizado da esquerda para a
direita e de cima para baixo.
De minuto a minuto o examinador solicita que o examinado marque uma cruz no local onde se
encontra naquele instante, de modo a avaliar a produtividade em cada minuto.
Análise:
É feita em função das figuras corretamente marcadas (B), das omissões (O) e dos erros €,
separadamente de minuto a minuto.
Análise Qualitativa
• Nº baixo de acertos (<80) – inibição psíquica
Embora o nome das escalas se refira a um síndroma clínico, demonstrou-se que elas possuem
uma significação no domínio do “normal”.
A apresentação de resultados consiste na tradução de uma nota bruta do traço medido, numa nota
standard (ou nota T), transpondo em seguida para a folha de perfil.
Consignes
Para a passagem do teste é necessário (versões adaptadas) explicar ao sujeito que deverá ler
cada a firmação e colocar a resposta na folha de resultados, podendo o examinador, auxiliar o
sujeito a classificar as primeiras 3 / 4 afirmações.
Não deverá haver diálogo com o sujeito enquanto realiza a prova, nem deverá ser observado.
Quando declarar que terminou a prova, o examinador deverá verificar se foram classificadas todas
as afirmações. Se detetar que mais de 10% das afirmações for classificada na categoria “não sei”,
o examinador, deverá encorajar o sujeito a encontrar resposta numa das outras duas categorias.
MINI MULT
Escala baseada no MMPI e prevista pelos autores, é uma versão reduzida da original,
identificando 8 dos traços de personalidade, da escala original.
Com os mesmos objetivos, mas com uma apresentação diferente, (as afirmações, têm à frente o
local onde o sujeito deverá dar as respostas), mantém igualmente as mesmas premissas, pode ser
aplicada individualmente ou em grupo e o sujeito não deverá ser interrompido nem observado,
durante a aplicação da escala.
A análise é baseada nos referenciais teóricos do MMPI
TAT
É constituído por imagens que apresentam situações quotidianas, em que o examinado é
convidado a construir uma “história” sobre cada uma, tendo como pano de fundo a participação
das personagens de cada figura e a possível interação entre as mesmas. Cada imagem tem um
conteúdo manifesto e um conteúdo latente, sendo a sua análise centrada na articulação entre
aquelas. Tem como base a teoria psicanalítica; pode ser utilizado dependendo das características
da pessoa e dos conhecimentos do psicólogo. Numa abordagem muito superficial a análise das
respostas deve considerar:
- Forças que provêm do herói
- Forças que provêm do meio
1. Identificação do herói, -> identificação do sujeito quando vários, reflete alterações ao
nível da identidade; quando competidores, reflete características anti -sociais.
Há que identificar:
• Traços e tendências (superioridade, inferioridade, extroversão - introversão
5. Forças do Ambiente -Pressões (objetos, personagens, etc. que não fazem parte da
prancha, mas foram introduzidos pelo sujeito)
2. Retenção
3. Atenção e cálculo
4. Evocação
5. Linguagem
6. Habilidade construtiva
Cada resposta é cotada com 1 ponto, sendo que a sua principal vantagem é poder ser aplicada a
sujeitos sem escolaridade. De rápida aplicação, não tem consignes especificas e não demora
geralmente mais que 10/15 minutos a ser aplicada. O Mini-Mental State Examination é um
instrumento útil para detetar a disfunção cognitiva, mas não é um instrumento para o diagnóstico
de demência. Um diagnóstico preciso de demência requer história psiquiátrica, avaliação clínica
completa, tanto física quanto mental, exames laboratoriais e avaliação imagiológica.
Déficits auditivos, visuais ou da fala podem comprometer a avaliação do estado mental e,
consequentemente, o desempenho no Teste Mini-Mental na ausência do comprometimento
cognitivo. Limitação locomotora e debilidade física são também fatores que comprometem a
avaliação cognitiva Resultados em itens específicos no MMSE discriminam ou indicam maior
risco de desenvolver demência.
Estudos recentes determinam que deficits na habilidade de evocação do dia da semana, ou soletrar
algumas palavras de trás para frente, e a lembrança ou evocação de uma lista de 3 palavras são
preditores independentes de demência a desenvolver-se em 3 anos. Os itens de perda de memória e
atenção, são sinais comum e precoces de demência incipiente.
É solicitado ao sujeito que desenhe num círculo apresentado numa folha branca, as horas do
relógio, na posição correta.
Em seguida solicita-se que desenhe os números e os ponteiros do relógio de modo a indicar
11horas e 10 minutos.
Cotação:
• Se coloca o número 12 corretamente, 3 pontos
• Os 12 números corretamente colocados 2 pontos
• Desenho correto dos ponteiros 2 pontos
• Marca a hora exata 2 pontos
2. Pedir à pessoa que desenhe um relógio, numa folha branca, ou numa folha onde já
esteja desenhado o círculo do relógio, devendo então completá-lo. Depois da pessoa
colocar os números dentro do círculo, pedir para colocar os ponteiros numa hora
específica, que é 11horas 10 minutos. (Estas instruções podem ser repetidas, mas não se
devem dar instruções/ informações adicionais. Observar se o paciente demora muito tempo
a completar a tarefa. O CDT funciona como elemento distrator).
3. Pedir à pessoa que repita as 3 palavras previamente apresentadas.
Cotação. Cotar 1 ponto por cada palavra recordada após o desenho do relógio.
Resultado Indicação
Contexto de Uso
Instrumento utilizado para verificar o funcionamento instrumental, quando existe suspeita clínica
de deficit cognitivo, ou o teste de screening seja positivo (incapacidade de relembrar três palavras
após um minuto).
Pontos Fracos Não pode ser utilizado com pessoas com deficit visual, e/ou dificuldades motoras
ao nível da escrita. É um teste associado ao funcionamento instrumental.
Trata-se de um instrumento que pretende avaliar capacidades (ser capaz de...) e não
competências (saber-fazer), ou seja, não avalia aquilo que a pessoa idosa faz na realidade, mas
sim aquilo que ela sente que é capaz de fazer. Recomenda-se que o EASYCare seja utilizado
nas seguintes circunstâncias:
a) Contacto inicial entre a pessoa idosa e os serviços sociais de saúde.
b) Alteração física ou mental.
c) Alteração das circunstâncias sociais.
d) Como parte de um processo de despistagem.
e) Como parte de investigações acerca do bem-estar físico, mental e social da pessoa idosa.
f) Como elemento de avaliação do idoso aquando do seu encaminhamento para
determinado serviço de apoio social ou de saúde.
As áreas contempladas pelo EASYCare são:
a) incapacidades físicas (questões 1 a 4);
b) qualidade de vida percebida pelo sujeito (questões 5 a 7);
c) área instrumental/funcional (questões 8 a 13);
d) mobilidade (questões 14 a 19);
e) atividades de cuidados pessoais (questões 20 a 22);
f) controlo esfincteriano (questões 23 e 24);
g) atividades da vida diária (questões 8 a 24);
h) Escala Geriátrica de Depressão (questões 25 a 28);
i) Teste de Diminuição Cognitiva
Para além destas áreas, o EASYCare abrange ainda outras dimensões adicionais:
• contempla o apoio facultado pelos prestadores de cuidados informais;
• as questões 1 à 24 possuem um espaço próprio para o registo da informação que o avaliador
considere relevante ("Comentários"";
• possui uma página designada por "Fixação de Objetivos" cuja finalidade consiste em
ajudar a pessoa idosa a identificar as suas necessidades, o modo de satisfazer essas
necessidades (negociação de objetivos) e o seu grau de satisfação com o resultado.
• página para o registo de "Outra Informação" considerada pertinente.
EUROTESTE
Trata-se de um teste de criado, para deteção de possíveis casos de demência. De modo algum se
pode diagnosticar uma demência com a realização deste teste. E especialmente útil para sujeitos
com baixo nível cultural e educativo, já que a sua pontuação não é afetada por esse fator. O valor
fronteira está estabelecido em 23 (menor ou igual a 23) sobre uma pontuação máxima possível de
35. Está desenhado para países em que a moeda em circulação seja o Euro (€), ainda que possa
adaptar-se facilmente a outras moedas. Antes da sua aplicação deve-se assegurar que a não sofre
de déficits sensoriais visuais nem auditivos ou neste caso que disponha de próteses
correspondentes.
O Eurotest (para o qual existe um vasto projeto de validação aberto em
http://infodoctor.org/eurotest/presentacion.htm) requer como tempo de aplicação de cerca de 7
minutos.
Correção / Instruções
• Assinalar 1 ponto por cada item correto e 0 por cada item incorreto.
• Nos itens de fluidez de moedas ou notas, dar 1 ponto por cada um recordado corretamente
e retire 1 ponto por cada intrusão. Considerar como certo o valor mínimo possível para o
total destes itens, ainda que existam mais intrusões que respostas certas.
• Nos itens de cálculo, há diferentes alternativas corretas; consideram-se todas válidas. Dar 2
pontos por cada item no caso de uma contestação válida. Se for errada, referir isso ao
sujeito e dar-lhe segunda oportunidade, e no caso de acertar à 2ª tentativa, dar 1 ponto. Se
demora mais de 1 minuto, passar ao item seguinte.
• O teste de fluência de animais, não é pontuável, para o Euroteste, dado que se trata de
uma tarefa de distração.
• Na tarefa de recordação, ser flexível com a ordem dos itens. Pode ser aconselhável
começar pelo último. Associe as intrusões ao total de respostas certas, pelo que considere
certo como valor mínimo.
• Anote no quadro da direita de cada item o resultado e some finalmente essa coluna para
obter a pontuação total.
Permite avaliar a qualidade de vida com base em sete componentes básicos. O seu índice oscila
entre 3 e 50; consideram-se a existência de qualidade de vida com valores iguais ou superiores a
23.
Pontuação:
A pontuação final resulta da soma da pontuação das 8 AIVD (conforme valor indicado antes de
cada item na folha de protocolo) e varia entre 0 e 8 pontos (5 pontos no homem), correspondendo
ao número de AIVD em que o idoso é independente.
Mulher Homem
0-1 Dependência total 0
2-3 Dependência grave 1
4-5 Dependência moderada 2-3
6-7 Dependência ligeira 4
8 Independente 5
Percentil chave 34 30 27
Os pontos de corte recomendados são: 28-29 pontos para comprometimento cognitivo e 26-27
pontos para demência.
Fase de Instalação
Por volta dos 55 anos (mais frequente depois dos 65 anos)
Insidiosa (em poucos meses o doente apresenta deterioração mental)
Conservação de consciência relativa dos distúrbios.
Alterações ao nível da memória
Linguagem (é atingida mais precocemente, a linguagem escrita)
Afetividade e Comportamento (maior isolamento, apatia, desinteresse, abandono
progressivo da atividade, irritabilidade, agressividade, explosões caracteriais)
Desorientação espaço – temporal
Excitação motora
Fase Declarada
Perturbações cognitivas: síndrome demencial evidente
o Perturbações da memória: graves e permanentes
o Perda das referências espaço – temporais
o Perturbações da linguagem:
Discurso muito pobre, parcialmente incoerente
Alterações graves da escrita e da leitura
o Apraxia
o Agnosia
o Dificuldades de execução
Perturbações emocionais e comportamentais
o Perturbações do humor (depressão)
o Alterações dos traços de personalidade
o Perturbações do comportamento motor (estereotipias, deambulação, agitação, fuga,
agressividade)
o Perturbações dos comportamentos básicos (sexuais, alimentares, controlo
esfincteriano, ritmo vigília – sono)
o Perturbações psicóticas
Fase Terminal
Perda total de autonomia
Perturbações psico comportamentais graves (agitação, fuga, alucinações, alterações do
ritmo vigília – sono)
Sintomas neurológicos, (Parkinson, mioclonias, crises de epilepsia
Acamamento permanente
Postura fletida
Para ter uma visão global da alteração mental do idoso e diagnosticar de forma fiável a demência,
especialmente nos seus estados iniciais e intermédios, é necessário ter em conta três aspetos
complementares:
1) A utilização de critérios estandardizados (tipo DSM o CIE) ou entrevistas estruturadas,
2) A avaliação válida e fiável da gravidade e extensão da deterioração cognitiva,
3) O exame da conduta e de a adaptação à vida diária, independente d diagnóstico clínico
e da deterioração cognitiva validado pelas escalas.
Do ponto de vista clínico, tanto os critérios de demência de tipo Alzheimer do DSM-III-R (terceira
edição revista do manual diagnóstico e estatístico da Associação Americana de Psiquiatria) como
os de doença de Alzheimer provável do NINCDS-ADRDA (National Institute of Neurologic,
Communicative Disorders and Stroke - Alzheimer's Disease and Related Disorders Association)
devem estar bem presentes e ser utilizados de maneira rotineira no diagnóstico da Doença.
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5
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of Dementia. Archives of Internal Medicine 155: 250-260, 1995
Anexos
5
3
A última Etapa
5
4
"…Delírio ou Realidade?"
“(…) Ponho-me a lembrar o que passou e o que me lembra é só a tua presença forte ao pé de
mim. E depois acabou. Deves ter achado que era de mais e então acabou. Foste para não sei
onde e estás lá fixa quando te lembro.
Aqui nesta casa apodreço devagar e em que os filhos me meteram.
Nesta casa estou só com o meu corpo, lembro-me muito bem de quando éramos os dois
num só e íamos criar o mundo todo, como era nossa obrigação. Nós saíamos de um baile, não
sei se te recordas, era uma noite de Verão. Caminhávamos à beira-rio e éramos imensos.
E houve enfim a tua morte. Estou agora num lar de repouso, chama-se assim numa
tabuleta e na lista telefónica. Não estou mal. Há cá imensa gente a repousar. Algumas velhas
choram, vê tu, aquilo é que é uma mania. Não me faz muita falta a companhia, tenho a tua
imagem linda de quando o eras.
É duro morrer, querida.
E agora estou aqui há alguns meses, não sei se queres que te conte. Era um dia de chuva e a
mulher disse:
- Começamos então por aqui. Esta é a sala.
Era alta a mulher, digamos um pouco mais alta do que tu. De cima a baixo direita, vestida
de escuro. E as mãos dadas à frente, com severidade. Equilibrava-me ainda mal nas canadianas,
equilibrava-me mal em mim.
- Esta é a sala.
Não havia tempo de a ver bem, mas eu olhei-a e foi como se a visse bem. Havia um círculo
de gente a toda a roda das paredes - vês? Disse a Márcia, companhias não te faltam. Havia
gente a toda a volta, mulheres, poucos homens. Sentavam-se em cadeiras baixas, cadeiras de
rodas, estavam todos muito sossegados, metidos para dentro.
- E vamos então agora ver o quarto, disse a mulher.
Mas eu atrapalho-me com o estupor das canadianas, vou saindo e fico olhando uma
parada de caveiras a toda a roda da sala e um mau cheiro a corpo, cheio de pressa de
apodrecer.
No corredor, numa sala ao lado enquanto íamos passando, um homem estava na cama.
Era um corpo velho deitado. Pálido magro, uma barbicha reles no ar, lembrava-me o senhor
morto. Tinha uma grelha de tubos na cara.
- Todo este corredor até ao fundo são quartos. Ao meio do corredor é a secção dos mais
velhos e ao fundo a secção A dos externos que vêm só quase comer e dormir. Ao lado, a
cozinha, consultório e mais adiante os sanitários.
E fomos por fim ver o quarto. A Márcia olhava em volta, ao alto, a calcular o espaço,
apalpáva os colchões. Havia ao lado um guarda-fatos, a mulher abriu para lhe vermos o interior,
abriu em baixo os gavetões, mas eu fui até à janela. Não era comigo o problema, o meu destino
estava nas mãos da Márcia que o negociava com a mulher, eu olhava apenas a chuva lá fora.
- Ouve - disse Márcia - estive aqui a falar com a D. Felicidade e ela também acha que podes ficar
já.
- Não! - Disse eu mais depressa do que eu - Preciso primeiro de arrumar as coisas, preciso de ir.
- Mas tu não tens nada a arrumar, eu mesma trato disso. Roupas e o que quiseres, eu trato
de tudo. Escusas de vir apanhar chuva.
E então pensei em humildade que ela tinha razão. Não tenho nada de meu - Que é que eu
tenho ainda de meu? Tenho só este sacana de corpo, este estupor, estava ali comigo - Mas
estou a ser ingrato e grosseirão. Serviu-me bem toda a vida com dedicação, não me posso
queixar.
- Mas nesse caso traz-me uns livros, aquela fotografia da tua mãe que está na secretária, o
Cristo da sala, o gravador e as cassetes.
- Trago tudo. Vê se te lembras de mais alguma coisa. A questão é caber aqui, mas não é
preciso vir logo tudo de uma vez.
Fiquei sozinho a olhar pela janela, chovia, as camionetas desapareceram, o comércio já
deve ter fechado. Foi quando bateram à porta e eu não cheguei a dizer "entre" porque duas
empregadas entraram logo antes disso. Mas atrás delas estava a D. Felicidade com as mãos à
frente da sua severidade disse-me:
- As raparigas vão preparar o quarto e enquanto o preparam o Sr. Dr. vai tomar banho.
- Banho?
Não vou, por enquanto não vou. Preciso ainda de estar contigo mais um pouco. O banho.
5
5
Já lá vou, quero ir primeiro ter contigo.
- E onde é que eu hei-de ir ter contigo. Lembras-te do ginásio? Quando entrei havia uma
rapariga nas barras e tu corrias num extremo do salão, davas saltos mortais. Espera, deixa-me
ver devagar. Dás uns passos, bates uma palmada no chão e sobes alto e lá no ar dás uma volta
sobre ti, mas antes de caíres de pé, fico a ver-te parada no ar. Corpo elástico, esguio, fico a ver-
te. Queria dizer-te como isso me maravilhou, o teu corpo poderoso feito de esplendor. Ah! Poder
falar do teu corpo. Perder o pé da realidade. Fechar à volta uma cortina para que nada de ti me
fugisse e ficar eu só diante de ti.
- E agora, enquanto as raparigas arranjam o quarto o Sr. Dr. vem tomar banho.
- Já vou, já vou. D. Felicidade espera à porta, mas ela que espere ainda, tenho tanto que te ver.
Saímos do ginásio
- Não quer tomar um café? Havia um ali perto, na praça da Republica. Chamo-me Mónica,
disseste e senti logo que o nome te ficava bem.
- E agora o Sr. Dr. vai tomar banho!
- Eu vou, eu vou. (…)”
(Virgílio Ferreira, “Em nome da Terra”)
5
6
Fig. Complexa de Rey-Osterrieth
Nome Profissão
Habilitações Idade
Data / /
Cópia Reprodução
1 1
Tempo2 2 Tempo
Percent.3 3 Percent.
Obs.4 4 Obs.
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10 10
11 11
12 12
13 13
14 14
15 15
16 16
17 17
18 18
Total Total
Percentil Percentil
5
7
Perfil Individual da Escala de Weschsler
Semelhan
Aritmétic
Vocabulá
Gravura
Informaç
Disposiçã
Código
Composi
Cubos
Compree
Objetos
Gravur
Memóri
ção de
Algaris
Compl
o de
etar
a de
nsão
ças
ão
rio
a
19 . . . . . . . . . . . 19
18 . . . . . . . . . . . 18
17 . . . . . . . . . . . 17
16 . . . . . . . . . . . 16
15 . . . . . . . . . . . 15
14 . . . . . . . . . . . 14
13 . . . . . . . . . . . 13
12 . . . . . . . . . . . 12
11 . . . . . . . . . . . 11
10 . . . . . . . . . . . 10
9 . . . . . . . . . . . 9
8 . . . . . . . . . . . 8
7 . . . . . . . . . . . 7
6 . . . . . . . . . . . 6
5 . . . . . . . . . . . 5
4 . . . . . . . . . . . 4
3 . . . . . . . . . . . 3
2 . . . . . . . . . . . 2
1 . . . . . . . . . . . 1
0 . . . . . . . . . . . 0
Compreensão das responsabilidades
Capacidade de antecipação -
Atenção - Memória Imediata
Organização temporal
Memória remota
Capacidade de abstração
Análise - Síntese
Concentração
Metodização
Contacto com a realidade -
Atenção
Potencial
sociais
Diagrama Marcar os pontos obtidos no item correspondente e fazer a ligação entre os diferentes pontos.
Memória
Audição
Espaç
o de
Vida
Visão
Fala
7
2
t
C o
Alimentação
o
m
po
rta Humor
m
en
Higiene
Deslocação
Eliminação
Transferência
Questionário MMSE
7
3
Idade: Tempo em Lar: Data / /
1.ORIENTAÇÃO 2. RETENÇÃO
Em que ano estamos
Em que mês estamos Vou dizer três palavras, queria que
Em que dia do mês
estamos as repetisse, mas só depois de eu
as dizer todas, procure ficar
Em que dia da semana a sabê-las de cor.
estamos
Em que estação do ano
estamos em que país Pera
estamos
Em que distrito vive Gato
Em que terra vive Bola
Em que casa estamos
Em que andar estamos
Nota:
Nota:
27 24 21 18 15 Pera
Gato
Nota: Bola
Nota:
Nota:
Quando lhe der esta folha de papel peque nela com a mão direita dobre-a ao meio e ponha-a na mesa.
Pega com a mão direita
Dobra ao meio
Coloca onde deve
Nota:
Cópia:
Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz..
- Fechou os olhos
Nota:
7
Nota:
4
Escala de Solidão da UCLA
Adaptação Portuguesa
Nome: Idade:
Algumas Muitas
Nun Rarame Vezes Vezes
ca nte
Score total | |
7
5
Nota: O Score total é a soma dos 18 itens
7
6
GRELHA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
Ministério da Saúde -Direção Geral dos Cuidados de Saúde Primários Circular informativa
n"I/CSlfDASfDGCSP, de 13 -01 -93
I. INTRODUÇÃO
Para melhorar a qualidade de vida do idoso justifica-se a existência de instrumento de avaliação.
A senescência, ou processo de envelhecimento, implica, à medida que o tempo passa, a perda
de adaptabilidade do organismo e a consequente diminuição das capacidades para fazer, ter e
conseguir.
No entanto, a pessoa idosa pode ter qualidade de vida e tanto maior, quanto mais o fizer, e
conseguir se aproxima, com ou sem ajuda, do fazer, ter e conseguir da mesma pessoa no pleno
uso das suas capacidades.
1.1. A qualidade de vida do idoso pode ser medida através do índice de Qualidade de Vida do
Idoso Obtido a partir da aplicação de uma grelha de avaliação baseada em sete componentes
básicos da vida adulta.
Este índice oscila entre os valores 3 e 50, considerando existir qualidade de vida a valores iguais
ou maiores a 23.
2. OBJECTIVOS
Esta grelha destina-se a:
2.1. Servir como orientação técnica do modelo de abordagem; 2.2. Permitir fazer um diagnóstico
inicial da situação do idoso;
2.3. Possibilitar a identificação imediata das prioridades de intervenção;
2.4. Permitir, através da sua aplicação regular, monitorizar a situação de cada indivíduo e avaliar
os resultados da intervenção;
2.5. Permitir fazer um diagnóstico global da situação de uma população idosa, monitorizar os
resultados das intervenções e ainda comparar os vários modelos de intervenção.
3. NORMAS DE PREENCHIMENTO
3.1. Deve ser preenchida tendo obrigatoriamente em conta as definições de conceitos inseri das
no verso;
3.2. Os componentes 1,2 e 3 resultam da observação direta do técnico;
3.3 , Os componentes 4, 5, 6 e 7 resultam da informação prestada pelo idoso ou, no seu
impedimento por quem de perto lida com ele;
3.4 , Cada um dos componentes é de resposta única (Exceção para o nº 4 que admite uma
resposta suplementar quando se verifique a existência de atividade ocupacional remunerada);
3.5. Para obter o valor do Índice QVI soma-se a pontuação da resposta assinalada em cada um
dos componentes.
7
7
GRELHA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
(para cálculo do Índice QVI)
2. MOBILIDADE
Sem mobilidade 0
Mobilidade com ajuda de outros 2
Mobilidade através de ajudas técnicas 4
Mobilidade sem ajuda 7
Sem atividades 0
Atividades com ajuda de outros 2
Atividades através de ajudas técnicas 5
Atividades sem ajuda 7
4. ACTIVIDADE OCUPACIONAL
Sem atividade 1
Com atividade esporádica 4
Com atividade regular 6
Atividade ocupacional remunerada 1
5. ACTIVIDADE LÚDICA
Sem atividade 0
Com atividade regular 5
Com atividade que dê resposta aos seus anseios 7
6. RELAÇÃO FAMILIAR
Sem relação familiar 1
Com participação familiar 4
Com integração familiar funcional 8
7. RECURSOS ECONÓMICOS
Insuficientes 1
Suficientes para as necessidades básicas 4
Para além das necessidades básicas 7
7
8
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO - CDT
Pedir ao paciente que desenhe um relógio, e que o faça nas seguintes fases:
7
9
Teste de Declínio Cognitivo De 6 Itens – adaptação
(Apóstolo e Paiva, 2012)
(Six Item Cognitive Impairment Test (6CIT) 6CIT - Kingshill Version 2000)
Correto 0
1. Em que ano estamos? pontos
Incorreto 4 pontos
Correto 0 pontos
2. Em que mês estamos? Incorreto 3 pontos
Correto 0
3. Que horas são (aproximadamente)? (a pessoa não pode
pontos
ver as horas num relógio) - margem de erro de 1 hora)
Incorreto 3 pontos
Correto 0
pontos Um erro 2
4. Conte na ordem inversa de 20 para 1. pontos Mais do que
um erro 4 pontos
Correto 0
pontos Um erro 2
5. Diga os meses do ano na ordem inversa. pontos Mais do que
um erro 4
pontos
Correto 0
pontos
1 erro 2
6. Repita a frase com o endereço. pontos
2 erros 4
pontos
3 erros 6
pontos
4 erros 8
pontos Tudo
errado 10 pontos
8
0
EUROTEST
8
1
CORRECÇÃO / Instruções
Assinalar 1 ponto por cada item correto e 0 por cada item incorreto.
Nos itens de fluidez de moedas ou notas, dar 1 ponto por cada um recordado
corretamente e retire 1 ponto por cada intrusão. Considerar como certo o valor
mínimo possível para o total destes itens, ainda que existam mais intrusões que
respostas certas.
O teste de fluência de animais, não é pontuável, para o Euroteste, dado que se trata
de uma tarefa de distração.
Na tarefa de recordação, ser flexível com a ordem dos itens. Pode ser aconselhável
começar pelo último. Associe as intrusões ao total de respostas certas, pelo que
considere certo como valor mínimo.
Anote no quadro da direita de cada item o resultado e some finalmente essa coluna
para obter a pontuação total.
O valor fronteira está estabelecido em 23 (menor ou igual a 23) sobre uma pontuação
máxima possível de 35. Está desenhado para países em que a moeda em circulação seja o
Euro (€), ainda que possa adaptar-se facilmente a outras moedas. Antes da sua aplicação
deve-se assegurar que a não sofre de déficits sensoriais visuais nem auditivos ou neste
caso que disponha de próteses correspondentes.
8
2
Teste Mental Abreviado (Abbreviated Mental Test Score)
Total
8
3
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage
Versão Reduzida
Pontuação: 0 – 5: Normal
6 – 9: Depressão Leve
> 10: Depressão Instalada
8
4
Avaliação das atividades da vida diária -
Índice de Katz
Quando o paciente não souber informar, favor anotar que a informação não foi dada por ele.
8
5
B - Sobre o paciente — Atividades instrumentais da vida diária
As alternativas devem ser escolhidas em relação aos últimos 30 dias)
1. Telefone:
(I) capaz de olhar os números, discar, receber e fazer chamadas sem ajuda.
(A) É capaz de receber chamadas ou ligar para a telefonista em uma emergência, mas
necessita de um telefone especial ou ajuda para pegar o número ou discar.
(D) É incapaz de usar o telefone (escreva _ não se aplica _ se o paciente nunca recebeu
uma chamada ou usou o telefone).
2. Locomoção fora de casa:
(I) É capaz de dirigir seu próprio carro ou andar em um ônibus ou de táxi sozinho.
(A) É capaz de se locomover fora de casa, mas não sozinho.
(D) É incapaz de se locomover fora de casa.
3. Compras:
(I) É capaz de tomar conta de todas as compras, desde que o transporte seja providenciado.
(A) É capaz de fazer compras mas não sozinho.
(D) É incapaz de fazer compras.
4. Preparar a comida:
(I) É capaz de planejar e preparar uma refeição completa.
(A) É capaz de preparar pratos simples, mas incapaz de cozinhar uma refeição completa sozinho.
(D) Incapaz de preparar qualquer comida. (Se o paciente nunca foi responsável por
preparar uma refeição, pergunte algo como fazer sanduíche, pegar uma fruta para comer,
etc. Verificar se essas atividades diminuíram e marcar da mesma forma.)
5. Trabalho doméstico:
(I) é capaz de fazer o trabalho doméstico pesado (exemplo: limpar o chão).
(A) É capaz de fazer o trabalho doméstico leve, mas precisa de ajuda nas tarefas pesadas.
(D) É incapaz de fazer qualquer trabalho doméstico.
6. Medicação:
(I) É capaz de tomar as medicações na dose e hora certa.
(A) É capaz de tomar as medicações, mas precisa ser lembrado ou alguém precisa
preparar a medicação.
(D) É incapaz de tomar sozinho suas medicações.
7. Dinheiro:
(I) É capaz de fazer as compras de coisas necessárias, preencher cheques e pagar contas.
(A) É capaz de fazer as compras de uso diário, mas necessita de ajuda com o talão de
cheques e para pagar as contas.
(D) É incapaz de lidar com dinheiro.
Nome:
Local: Data:
Preenchido por:
8
7
Avaliação do comportamento (BEHAVE - AD)
coisas": 0 Ausente
1 Ideia de que há gente escondendo coisas
2 Ideia de que pessoas estão entrando em casa e que estão escondendo
ou roubando coisas 3 Conversação com pessoas que estão entrando em
casa (fala e ouve)
um impostor": 0 Ausente
1 Convicção de que o cônjuge (ou qualquer outro acompanhante)
é um impostor 2 Raiva do cônjuge (ou do acompanhante) por
considerá-lo um impostor
3 Violência contra o cônjuge (ou acompanhante) por ser
0 Ausente
1 Suspeita de que o acompanhante está tramando abandoná-lo ou colocá-lo sob
os cuidados de uma instituição
2 Acusação de uma conspiração de abandono ou
institucionalização 3 Acusação de próximo ou imediato
abandono ou institucionalização
5 - Ideia de deslealdade:
0 Ausente
1 Convicção de que cônjuge e/ou filhos e/ou
acompanhantes são desleais 2 Raiva do cônjuge ou
qualquer outro por sua suposta deslealdade
3 Violência contra o cônjuge, parente ou acompanhante por sua
mencionados):
0 Ausente
1 Suspeitoso (exemplo: esconde objetos que depois é incapaz de encontrar)
2 Paranoide (exemplo: firme convicção a respeito de suas e/ou demonstração de cólera
como resultados dela) 3 Violência como resultado das suspeitas
Descrição:
8
8
7 - Ideias delirantes (outras além das mencionadas):
0 Ausentes
1 Ideias delirantes que pouco alteram o comportamento
2 Manifestações verbais ou emocionais como resultado de suas ideias
3 Manifestações físicas ou violência como resultado de suas
8
9
B - Alucinações:
8 - Alucinações visuais:
0 Ausentes
1 Vagas, não claramente definidas
2 Alucinações claramente definidas de objetos ou pessoas (exemplo: vê
outras pessoas à mesa) 3 Manifestações físicas ou verbais ou reações
emocionais em relação às alucinações
9 - Alucinações auditivas:
0 Ausentes
1 Vagas, não claramente definidas
2 Alucinações de palavras ou frases claramente definidas
3 Manifestações verbais ou físicas ou reações emocionais com
0 Ausentes
1 Vagas, não claramente
definidas 2 Claramente
definidas
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais em
0 Ausentes
1 Vagas, não claramente
definidas 2 Claramente
definidas
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais
0 Ausentes
1 Vagas, não claramente
definidas 2 Claramente
definidas
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais com
C - Distúrbios da atividade:
0 Ausente
1 Em certo grau, mas insuficiente para exigir
repressão 2 Suficiente para exigir repressão
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais com relação às
0 Ausente
9
0
1 Atividades sem objetivo, repetitiva (exemplo: abrir e fechar a carteira, fazer e desfazer
malas, repetidamente vestir peças de roupa e as tirar, abrir e fechar gavetas, repetição
insistente de exigências ou perguntas)
2 Andar de um lado para o outro; outra atividade sem objetivo em grau suficiente
para exigir repressão 3 Escoriações ou danos físicos decorrentes da atividade sem
objetivo
15 - Atividade imprópria:
9
1
0 Ausente
1 Atividades impróprias (guardar e esconder objetos em locais inadequados, jogar
roupas no cesto de lixo ou colocar pratos vazios dentro do forno, comportamento sexual
impróprio tal como o de exibição imprópria)
2 Presente e em grau suficiente para exigir repressão
3 Manifesta cólera ou violência quando a repressão é empregue
D - Agressividade:
16 - Explosão verbal:
0 Ausente
1 Presente (inclusive acompanhada do uso de linguagem
obscena ou ofensiva) 2 Presente, acompanhada de raiva
3 Presente, acompanhada de raiva, sendo esta claramente dirigida
0 Ausentes
1 Comportamento ameaçador
2 Violência física
3 Violência física, acompanhada de
já mencionados):
0 Ausente
1 Presente
2 Presente com manifestações emocionais
3 Presente com manifestações emocionais e físicas
19 - Distúrbios
diurnos/noturnos: 0
Ausente
1 Acorda repetidamente durante
a noite 2 Sono noturno reduzido
em 25% a 50%
3 Ritmo quotidiano completamente perturbado (i.e., menos de 50% do período de sono ocorre à
noite)
F - Distúrbios da afetividade:
20 - Tendência ao choro:
0 Ausente
1 Presente
2 Presente e acompanhada de evidente componente emocional
3 Presente e acompanhada de evidente componente emocional e físico (exemplo: ficar
"torcendo as mãos" ou outros gestos)
21 - Estado de
9
2
depressão/outros:
0 Ausente
1 Presente (exemplo: afirmação ocasional de "eu gostaria de estar morto", sem
evidentes componentes emocionais)
2 Presente com evidentes manifestações concomitantes (exemplo: pensamentos de morte)
3 Presente com manifestações concomitantes emocionais e físicas (exemplo: atitudes suicidas)
G - Ansiedades e fobias:
22 - Ansiedade com relação a eventos próximos (síndrome de Godot)
0 Ausente
1 Presente, repetidas perguntas e/ou outras atividades relativas a compromissos
e/ou eventos próximos 2 Presente e incómoda para o acompanhante
3 Presente e intolerável para o
ansiedade:
0 Ausente
1 Presente
2 Presente e incómoda para o
acompanhante 3 Presente e
intolerável para o acompanhante
Descrição:
0 Ausente
1 Presente e vocalizado
2 Presente, vocalizado e em grau suficiente para exigir ação específica por parte
do acompanhante 3 Presente, vocalizado e em grau suficiente para exigir
acompanhamento permanente do paciente
25 - Outras fobias:
0 Ausentes
1 Presentes
2 Presentes e em grau suficiente para exigir ação específica por parte
do acompanhante 3 Presentes, e em grau suficiente para impedir as
atividades do paciente
Descrição:
Parte 2 - Pontuação
9
4
EASY CARE
93
94
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