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INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA

Departamento de Formação Permanente

Curso de Avaliação Psicológica


do Adulto e do Idoso

Formador
João Lima Fernandes

Janeiro de 2020
Infância
A infância é uma fase onde se faz grandes aprendizados e se adquire diversas experiências, na
relação com os outros e com o mundo. Esta é uma fase importante do desenvolvimento, mas
também muito sensível. Com isto há alguns teóricos da psicologia que descrevem as fases da
infância, como por exemplo Piaget. Este autor relata que o raciocínio se desenvolve em quatro
estágio universais e em cada estágio a criança desenvolve um esquema, no entanto sendo elas:
Período sensório-motor (nascimento aos dois anos) a criança explora seu ambiente através de
suas capacidades sensoriais e motoras (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Período pré-operacional (dois aos sete anos) a criança usa simbolismo para entender seu
ambiente através de imagens e linguagem, também sendo o início do egocentrismo (o
pensamento da criança é somente nela).

Período operacional-concreto (sete aos doze anos) já se inicia o pensamento lógico, não são
mais enganadas pela aparência, já entende o comportamento da outra pessoa, e por fim:
Período operações-formais (doze anos em diante) o pensamento é abstrato e sistemático.
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Vygotsky (1978) é outro autor importantíssimo quanto ao desenvolvimento infantil, pois enfatiza a
linguagem como um meio essencial para aprender a pensar sobre realidade, sendo que a criança
para realizar alguma atividade precisa de um mediador para apoia-la em alguma tarefa até que
ela consiga realiza-la sozinha. Bem como, pode-se dizer que alguém mais experiente pode ajudar
a atravessar a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) como colegas, professores, familiares
entre outros, assim a criança apresenta um desenvolvimento cognitivo e uma atividade
socialmente mediada (BEE; BOKD, 2011). Além disso, surgem quatro estágios do
desenvolvimento que acontece do nascimento até os sete anos (BEE; BOKD, 2011), sendo eles:
 Estágio Primitivo -do nascimento até os dois anos
 Estágio de psicologia ingênua - dois aos três anos
 Estágio da fala egocêntrica - também conhecido como discurso egocêntrico, vai dos três
aos sete anos
 Estágio de crescimento interior - a partir dos sete anos)
No ponto de vista de Erikson (1998) a criança passa por diversas etapas até os nove anos
conhecida como produtividade vs. inferioridade está é a fase onde a criança tem o maior
desenvolvimento cognitivo e social, é quando ela inicia sua vida escolar e social com seus
colegas. Começa a ter interação com seu gênero sexual, esse é o momento em que se divide
meninas para um lado e meninos para outro, formando grupos. O orgulho é o sentimento que se
desenvolve nessa etapa após atividades realizadas com sucesso, quando seus responsáveis e
professores elogiam após uma atividade realizada adquirem um sentimento de competência e
crença em suas habilidades, quando isso não acontece então a criança sente o sentimento de
inferioridade (ERIKSON; ERIKSON, 1998).

Adolescência
O comportamento do adolescente muda conforme a criação, não tem como classificar uma
adolescência em suas atitudes, mas em geral pode-se indicar algumas pontos como mudanças
cognitivas, os pensamentos de criança passando para um adulto assumindo responsabilidades,
deveres, normas que antes não tinha conhecimento, os hormônios ficam a “flor da pele” e iniciam
a vida sexual, também ocorrem mudanças no físico, comportamental, emocional e social que se
apresenta em maior evidência nessa fase (CAMPOS, 1987). Está fase inicia-se em torno dos
doze anos juntamente com as transformações de seu corpo, começa a crescer pelos, a primeira
menstruação (feminino), aumento de testosterona (masculino), crescimento corporal. entre outras
mudanças que a puberdade traz com ela. Com isto, o corpo em seu todo entra em conflito, por

estar deixando de ser uma criança e sendo encaminhado para uma vida onde tem que fazer
muitas escolhas e os pais não podem decidir por eles, quando esse indivíduo consegue resolver
suas dúvidas, conflitos e compreende o meio que está sendo inserido vai formando sua
personalidade, assim tornando-se um adulto (OUTEIRAL, 2008). O emocional fica perturbado por
não poder se expressar com choro, raiva, tristeza, medo entre outras, devido a cobrança da
sociedade, pelo crescimento emocional e isso acaba criando dúvidas sobre o meio aonde está
inserido, no qual os pais tem que auxiliar para seguirem em frente, denominada de zona de
desenvolvimento proximal (ZDP), que é o auxílio de um mediador para conseguir passar por
algum problema que tem dificuldade (VYGOTSKY, 1978).
De acordo com Wallon (2003) as mudanças que estão ocorrendo no adolescente são
expressadas com seu corpo, demonstrando as dificuldades que tem com seu novo corpo, a
expressão afetiva está em alta tendo então comportamentos que podem surpreender os adultos.
Podendo ser mais centrados em suas atividades profissionais ou até mesmo amorosas, saídas
para festas, novas amizades e viagens, misturando afetividade e imaginação, criando alguns
conflitos internos e atitudes novas (MAHONEY; ALMEIDA, 2003).
Conforme Erikson (1998) o adolescente precisa de uma segurança para todas as mudanças que
estão acontecendo. O modo que o adolescente encontra uma segurança é em sua identidade,
que foi formada pelos estágios anteriores (confiança vs. desconfiança, autonomia vs. vergonha e
dúvida, iniciativa vs. culpa, produtividade vs. Inferioridade). Essa identidade se expressa na forma
de questionamento pra entender o que está mudando, por exemplo, “quem sou?”, “vou ficar igual
meus pais?”, “o que devo fazer no futuro?”. Com o resultado dessas perguntas o adolescente se
encaixa em algum grupo da sociedade. Esta fase é conhecida como “Identidade vs. Confusão de
Identidade” (ERIKSON; ERIKSON, 1998).

Adultícia
Após a adolescência então tem início a fase adulta, conhecida também como jovem adulto que é
dos vinte aos quarenta e depois é chamando de meia idade que é dos quarenta até os sessenta,
todas as fases do desenvolvimento têm sua complexidade, mas esta em especial tem muitos
altos e baixos que interferem em todo seu ciclo de vida, principalmente nas saúdes mental física
(LIDZ, 1983).
O jovem adulto passa por diversas preocupações com o futuro, sendo a profissão que escolheu,
a pessoa que iniciou o relacionamento para constituir uma família, se os amigos são os certos
para levar para a vida toda entre outras questões que aparecem. Quando consegue entender
qual seu lugar na sociedade e no âmbito familiar e profissional começam outros questionamentos,
estou criando meu filho bem, meu cônjuge está feliz, estou feliz com essa vida, vou conseguir me
aposentar, quantas dividas ainda tem, esses problemas sempre estão presentes conforme o
desenvolvimento da pessoa (PAPALIA; OLDS, 2000).
Quando chega na meia idade surge outros desafios, principalmente a angustia sobre os filhos, que
é conhecida como “síndrome do ninho vazio”. Todos os indivíduos com desenvolvimento típico
passaram por esse momento, até o momento em que percebem que não se encontram sozinhos,
que seus filhos estão lá para qualquer coisa mesmo estando em outro local, assim passa para a
última fase da vida a velhice (SARTORI; ZILBERMAN, 2008).
Tornar-se adulto é um processo que envolve o desenvolvimento de identidade, consolidação da
estrutura da personalidade e a auto-realização, a fase adulta representa novas
responsabilidades, novas conquistas. Acerca das mudança da personalidade na vida adulta, o
teórico Erik Erikson (1963) descreve algumas pistas sobre as mudanças que uma pessoa pode
esperar, diante de oito estágios desenvolvidos por ele, dividiu a vida adulta em duas (WEITEN,
2011).
Intimidade vs. isolamento: este estágio acontece no começo da vida adulta, tendo a preocupação
se a pessoa tem capacidade de partilhar sua intimidade com os outros, nesta fase devem
requerer empatia e abertura, e fortalecer seu ego o suficiente para aceitar o convívio com outro
ego sem se sentir anulado ou ameaçado. Outro estágio seria:
Generatividade vs. estagnação, esta seria a fase média da idade adulta, o principal desafio é a
preocupação com o bem-estar das gerações futuras (os filhos, jovens), fase em que o ser
humano sente sua personalidade de forma enriquecida e não modificada, pois ele ensinara os
mais novos (WEITEN, 2011).
No pensamento de Piaget (1970) diferente de Erikson o adulto já tem toda a parte cognitiva
formada pelas fases anteriores, sendo assim quando chega nessa etapa deve estar totalmente
formado e não adquire nenhuma outra evolução (INHELDER; PIAGET, 1976). Conforme a Teoria
Psicogenética de Wallon traz a etapa do adulto como “O equilíbrio entre o afetivo e o cognitivo”.
Esta teoria fala que nesta etapa a pessoa está preparada afetivamente e cognitivamente para
tomar decisões, sabe seu limite e entende como funciona seu corpo (NADEL-BRULFERT, 1986).

Anciania
O envelhecimento da população é um fenômeno que está acontecendo em todo o mundo, com os
progressos da medicina e melhoria das condições de vida, as pessoas estão vivendo mais.
Estudos realizados mostram que em 2025, o Brasil ocupara o sexto lugar com cerca de trinta e
dois milhões de pessoas com sessenta anos ou mais (ROSSATO; PILETTI, 2014). A velhice é a
última etapa da vida, onde existem várias dúvidas e certezas, uma certeza que existe é que a
próxima fase é a morte, com isso os conflitos sobre o que deve fazer até chegar à fase final e os
arrependimentos sobre o que não foi feito antigamente (SCHNEIDER, R. H.; IRIGARA, 2008).
Erikson (1976) elaborou modelos sobre a evolução da estrutura da personalidade ao longo de
toda a vida. O indivíduo passa por oito estágios, cada qual com suas crises, os quais necessitam
de resolução para ultrapassá-los. O primeiro estágio é denominado de confiança vs. desconfiança
(nascimento até um ano), segundo estágio autonomia vs. vergonha e dúvida (um ano a três
anos), terceiro estágio incentivo vs. culpa (três anos a seis anos), quarto estágio produtividade vs.
inferioridade (seis anos aos doze anos), quinto estágio identidade vs. confusão papéis (doze anos

aos vinte anos), sexto estágio intimidade vs. isolamento (vinte ano aos quarenta anos, jovem
adulto), sétimo estágio generatividade vs. estagnação (quarenta anos a sessenta e cinco anos,
meia idade), oitavo estágio integridade do ego vs. desespero (velhice) (ERIKSON, 1976).
E se tratando da velhice, o estágio que corresponde a integridade do ego x desespero, onde o
indivíduo revê seu passado e o identifica como produtivo ou não, podendo se sentir satisfeito
como que realizou ou se sentir frustrado, dececionado, pensando no que poderia ter realizado.
Alguns idosos podem se sentir desesperados por perceberem que a morte está se aproximando,
e que não há mais tempo suficiente para refazer ou reviver toda a existência. Por outro lado,
existem aqueles idosos que possuem a sensação de dever cumprido e, experimentam o
sentimento de integridade e dignidade, acolhendo a velhice como algo positivo (FONTAINE,
2010).
In: https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/o-desenvolvimento-
humano-ao-longo-do-ciclo-vital. Out/2018

ENVELHECER...
Ao atingir a denominada última etapa da vida, a pessoa humana confronta-se com um sem
número de alterações sociais que o obrigam a desenvolver estratégias adaptativas.
A saída de casa dos filhos, a reforma, a perda de parentes e amigos (por afastamento residencial,
ou morte) sendo acontecimentos que de algum modo estão “previstos”, (dentro de um quadro que
vulgarmente é apelidado de “ser a vida”) são no entanto situações vulgarmente sentidas como
inesperadas, em alguns casos sem a possibilidade de preparação (caso da morte de um dos
cônjuges), potencialmente geradoras de estados de ansiedade, depressão e angústia mais ou
menos generalizados. Enquanto os mais novos planificam atempadamente os papéis que
desejam assumir (casar, ser pai/mãe, ser funcionário ‘x’, ‘y’, etc.), os mais velhos, são obrigados
a assumir papéis para os quais não apresentam desejo, ou escolha (ser reformado(a)
antecipadamente, enviuvar, são apenas algumas das situações que não são perspetivadas como
escolhas de cada indivíduo, embora se possam configurar como mais ou menos previsíveis),
obrigando-os a uma planificação e adaptação bruscas, confrontando-se por isso muitas vezes,
com perdas de estatuto, identidade, poder, influencia, etc.
Tais mudanças, podem constituir momentos determinantes, colocando a pessoa mais velha, na
iminência de múltiplas reorganizações, quer pessoais, quer sociais.
No plano institucional, constata-se que muitas das estratégias reorganizativas, que as pessoas
adotam, se mostram pouco adequadas. Tal situação pode exemplificar-se através do número de
casos em que se observam:
 Distúrbios considerados psicossomáticos,
 Desorganização mental com instalação progressiva e insidiosa,
 Taxa de suicídios.
Segundo Berger e Poirier (1995), a sociedade reage às pessoas idosas, promovendo, de modo
sub-reptício, a imagem de “declínio inevitável”, sendo os seus protagonistas indivíduos “velhos”,
“gastos” e “enrugados” que de algum modo “ousaram” envelhecer numa cultura que venera a
juventude. Cox (1996) refere que “...os idosos são pensados como pessoas fracas, senis,
destituídas e infortunadas” (p. 21). Silva (1992), refere “doença”, “fealdade” e “inutilidade”, como
características estreitamente ligadas à velhice (p. 5).
Na última década, têm sido efetuados vários estudos no sentido de compreender a
conceptualização social sobre o processo de envelhecimento.
Hétu (1998), refere os resultados de uma investigação realizada por Champaghe, a uma amostra
populacional do Québec, apresentando, por ordem decrescente, os estereótipos dominantes,
face aos idosos:
 Atribuem muita importância à religião
 São bastante inseguros
 Mais sensíveis
 Sentem que os filhos devem cuidar deles
 Repetem frequentemente a mesma coisa
 Têm uma saúde frágil
 Tomam muitos medicamentos
 Têm medo do futuro
 Falam muito
Ainda segundo o mesmo autor, Estudantes de Gerontologia de Montreal, identificaram igualmente
ideias pré-concebidas relativamente à interação do idoso com o meio envolvente:
 Não são sociáveis e não gostam de se reunir
 Temem o futuro
 Gostam de jogar às cartas e outros jogos semelhantes.
 Gostam de contar as suas recordações
 São bastante doentes e tomam muitos medicamentos
 Gostam de depender dos filhos
 São senis
 Não se preocupam muito com a sua aparência
 São muito religiosos e rezam muito
 São sensíveis e inseguros
 Não se interessam pela sexualidade
 São muito frágeis para fazerem exercício físico
 São quase todos pobres
Como se pode constatar, existem estereótipos comuns, nos resultados dos estudos,
contudo poderemos considerar, como Berger e Poirier, que as reações de insegurança, por
exemplo, serão perfeitamente aceitáveis, dada a forma como o sistema social se relaciona com a
pessoa idosa. Será importante também salientar, que como óbvio a maioria destes estereótipos
não se enquadra na realidade humana de ser idoso, pois é fácil observarmos que, na atualidade,
muitas destas pessoas procuram estratégias que se revelam relativamente adequadas, mostrando
estes estudos acima de tudo, um profundo desconhecimento, do envelhecimento humano, por
parte da população inquirida.
Existe, no entanto, alguma percentagem de gerontes, e principalmente se atendermos à
população idosa residente em lar, cujas características poderão ser em parte similares às
descritas, todavia existem seguramente causas específicas que potenciarão este tipo de
características.
Confrontando o pensamento atual com o da antiguidade clássica, observam-se pontos
bastante comuns, desta conceptualização de velhice. Segundo Minois (1999), esta era associada
à tristeza, e da qual todo o homem sadio se deveria afastar, devendo aspirar a morrer cedo.
Existindo todo um conjunto de problemas ou de perdas atribuídas à velhice, cria-se assim,
segundo Hétu (1998) a noção de âgisme”, que se caracteriza pela discriminação real ou potencial
face a uma variável não pertinente, relacionada com a idade do indivíduo. Esta atitude significa a
desvalorização de algo relacionado com o idoso, alegando a sua idade elevada, como por
exemplo, atribuir-se determinada “mazela” que eventualmente a pessoa idosa possa apresentar,
como sendo derivada da idade.
A generalização, acaba por não ser adequada, pois em termos práticos, é do conhecimento
geral que por exemplo, estadistas importantes na história mundial, alcançaram essas posições
sociais, já em idade avançada, ou outros que se mantiveram governantes no mesmo grupo etário,
ou ainda pessoas importantes de sectores económicos relevantes que apenas conseguiram os
lugares de destaque, já no inicio da chamada fase da “terceira idade”. Estes casos reforçam a
ideia da existência de fatores psicológicos importantes, que funcionam como catalisadores de
atitudes / comportamentos, e potenciam assim uma mudança global no sentido da manutenção de
atividades e estratégias adequadas nesta fase da vida.
O exposto, gera como habitualmente, bastante controvérsia.
Na tentativa de contribuir para uma maior clareza, deste processo, há a realçar quatro teorias,
que apresentadas por diferentes autores podem-se considerar como base para uma melhor
compreensão do processo:
 Teoria da Atividade
 Teoria da Desinserção
 Teoria da Continuidade
 Teoria do Meio Social

Teoria da Atividade

Segundo esta teoria, formulada nos anos 50, (Mishara e Riedel, 1984 e Berger e Poirier, 1995),
para que o idoso mantenha satisfação de vida, autoestima e conserve a saúde, deve manter-se
ativo. Tal situação pressupõe a descoberta de novos papéis, ou uma nova organização dos
anteriormente desempenhados.
Pode, no entanto, observar-se em muitos casos, que basta a sua participação em atividades
sociais, para funcionar como fator de aumento do índice de satisfação. Segundo os mesmos
autores, é de salientar que esta teoria não contempla o estilo de vida, e os fatores de
personalidade.

Teoria da Desinserção

Para os autores deste quadro teórico, o envelhecimento é acompanhado por uma desinserção
recíproca do indivíduo e da sociedade, isto é, o indivíduo põe fim gradualmente, ao seu
empenhamento e retira-se da sociedade, esta por seu lado, ao não ter o indivíduo como
produtivo, afasta-o do seu seio (Mishara e Riedel, 1984 e Berger e Poirier, 1995).
Como óbvio, esta teoria foi contestada, por outros trabalhos que se baseando nela e na anterior
(teoria da atividade), apresentaram uma proporcionalidade entre a diminuição da satisfação de
vida e a diminuição da atividade.

Teoria da Continuidade

O envelhecimento será, segundo este referencial teórico, como uma parte integrante do ciclo de
vida, e não um período final separado das outras fases. Assim, o ser humano mantém os seus
hábitos de vida, as suas escolhas, experiências e compromissos, adquiridos ao longo da sua
vida. Desta forma a resposta de um indivíduo face a uma situação, mantém-se idêntica à sua
resposta anterior. Embora exista alguma descontinuidade ao nível das relações sociais, os
hábitos e estilos de vida do idoso são determinantes na sua adaptação. Segundo Mishara e
Riedel (1984) a pressão dos acontecimentos sociais nos últimos anos de vida, levam a que a
pessoa idosa adote comportamentos, que continuam a direção de vida já iniciada anteriormente.

Teoria do Meio Social

Proposta por Mishara e Riedel (1984), esta teoria defende que o comportamento do indivíduo ao
longo da velhice depende: do estado de saúde, dos meios económicos, e da existência de
suporte social (cônjuge, família, amigos).
Pelo exposto é colocada a tónica nos papeis, conjugal, dos filhos e do lugar que se ocupa na
sociedade. Assim o cônjuge e os filhos assumem um papel fundamental nos cuidados a prestar à
pessoa idosa. Todavia as perdas de cônjuge, as dificuldades que os filhos denotam na prestação
de cuidados, bem como o reduzido número destes por família, provoca a diminuição deste tipo de
apoio.
Restando as relações interpessoais, observa-se que a pessoa idosa ao “assegurar” o seu círculo
de amigos e ao assegurar minimamente os seus papéis sociais, mantém melhor satisfação de
vida. É de realçar que, nenhuma destas teorias, aborda os efeitos do meio social, em que cada
um se insere, o seu estatuto e papéis relativamente ao seu espaço vital.
Para uma vivência adequada da velhice, bem como para uma maior aceitação do processo de
envelhecimento, seria fundamental que se invertessem muitos dos conceitos e noções,
apresentadas; o sistema social deveria ser capaz de organizar meios que favorecessem a
evolução do indivíduo, de modo a que este fosse capaz de assumir os seus papéis nesta última
fase de vida. (Hétu. 1998; Cox, 1996)
Em termos de síntese, envelhecer socialmente, comporta situações que, mesmo não querendo e
dadas as pressões do meio, as pessoas acabam por vivenciar como perdas, conduzindo a uma
dimensão de morte social. (Hétu, 1998)

ENVELHECER PSICOLOGICAMENTE...
Contrariamente ao que socialmente se apresenta, envelhecer não é uma sucessão de problemas
insolúveis, ou uma perda de capacidades, ou o que resta viver até à morte.
Em termos gerais, envelhecer é algo que, como já referido, se tenta esquecer através de variadas
estratégias, quer pessoais, quer sociais. Tal situação implica uma perda de consciência face a
uma realidade que se “vive”, tendo como consequência nesta situação, um impacto futuro,
substancialmente maior, aquando da confrontação com determinadas realidades,
fundamentalmente de origem social.
Tal impacto poderá ser comparado a uma “crise existencial”, que na maioria dos casos provoca
fragilidades e desequilíbrios (Berger e Poirier, 1995).
Quando esta situação ocorre, obriga a que a pessoa idosa, “reencontre” a sua identidade, e
redefina o seu papel.
Envelhecer também pode comportar o “ganho” de capacidades, até aí não detetadas. Mishara e
Riedel (1984), referem que a pessoa idosa sofre um processo de introversão tornando-se mais
atenta ao que se passa em si, passando do mundo exterior para um universo mais interior.
Berger e Poirier (1995), corroboram esta ideia referindo que a pessoa idosa, sofre um processo
de Interiorização, introduzindo assim um novo conceito processual.
De uma forma genérica todas as teorias sobre o desenvolvimento psicológico ao longo da
chamada velhice, parecem ser unânimes na aceitação dos processos atrás referidos.
Salienta-se ainda os contributos dados por Erikson, Peck e Buhler. Estes autores apresentam
teorias onde distinguem e comparam, para o envelhecimento, um desenvolvimento bem-sucedido
de um malsucedido.

Teoria da Integridade Pessoal ou do Desespero (Erikson)


Para Erikson, a velhice representa o oitavo estádio do desenvolvimento humano, sendo o
resultado de crises anteriores, bem ou mal sucedidas. Nesta etapa a pessoa idosa, atinge a
Integridade do Eu, isto é, a conclusão de todas as outras etapas, podendo concretizar assim a
consolidação, proteção e conservação da autoestima e da identidade. Observa-se aqui a
aceitação e integração quer de toda a sua vida, quer dos acontecimentos e pessoas, que com ele
se “cruzam”; apresenta- se assim como alguém que consegue vivenciar as diferentes crises que
surjam. Aquele que não se encontra nestas condições, denota desespero e incapacidade de
reação face às contrariedades,

apresentando sempre dificuldades face a si próprio na relação com o meio.

Teoria das Três Crises para Atingir a Integridade do Ego (Peck)


Alargando a teoria de Erikson, Peck divide a fase da Integridade em três crises de adaptação:
Diferenciação do Ego em oposição à preocupação com o papel profissional.
Nesta “crise” a pessoa deveria adaptar-se à reforma tendo consciência do seu próprio valor e
inclusivamente sentir-se apta a executar outros papéis, que somente o de trabalhador. Segundo
Peck os homens sentiriam esta crise no inico da sua reforma e as mulheres, aquando da perda
do seu papel de esposa ou de mãe.
desprendimento em oposição às preocupações de ordem corporal.
Nesta “crise” o indivíduo deveria criar objetivos de vida, (para além dos que estão ligados à
beleza, força física e coordenação muscular) por forma a que o possam ajudar a aceitar as
alterações de ordem física que se vão verificando. Quando ao longo da vida o sujeito deu muita
importância àqueles aspetos, esta situação torna-se difícil de atingir.
Transcendência do eu em oposição à preocupação com o eu.
Esta “crise” permite ao indivíduo aceitar a inevitabilidade da morte. Para tal, o autor defende que
o idoso deve começar por reconhecer e valorizar todas as realizações e contribuições passadas,
utilizando o seu conhecimento assim obtido, em prol da felicidade e bem-estar dos outros. Assim
fica à altura de transcender o seu eu e redefinir o futuro (Berger e Poirier, 1995).

Teoria da Intencionalidade ou redefinição dos objetivos de vida (Buhler)


Para Buhler a velhice representa a quinta fase da vida, iniciando-se por volta dos 65 / 70 anos. As
pessoas deixam de querer atingir os objetivos de vida anteriormente assumidos e dedicam-se a
outros mais adequados á sua situação atual. O sentido de totalidade da vida evolui de forma
gradual; ao refletir sobre a sua vida a pessoa idosa deverá experimentar um sentimento de
alguma realização. Quando tal não acontece sentir-se-á deprimida e entrará em desespero.
Surgem nestas teorias, ideias positivas sobre a forma de envelhecer, tornando a pessoa idosa,
como detentora do poder sobre si; observa-se em contrapartida, e fundamentalmente em idosos
institucionalizados, ou em vias disso, papéis fundamentalmente diferentes e por vezes,
completamente opostos. Tal situação poderá atribuir-se a vários fatores, como doenças, estados
mentais, alterações sociais, etc.
Nestas condições, a pessoa idosa acaba por sofrer perdas de ordem pessoal, nomeadamente ao
nível da intimidade e privacidade, dado que a maioria das instituições, por não possuírem quartos
individuais, tornam a vivência dos utentes, algo a que se pode chamar de “massificada”; o utente
idoso, passa a ser tratado, “em série”, o seu nome, passa a ser utilizado, por diminutivo (ou
mesmo substituído por ‘tio(a)’) e muitas vezes, inclusivamente passa a ser tratado por ”tu”. É
referido por muitos funcionários de Lar, que tais situações advêm da manifestação de um
sentimento dito de “carinho”, sendo também uma forma de os “motivar” a realizar algumas
“tarefas”.

Deste modo e dado o cariz que as instituições apresentam, o baixo nível de formação profissional
/ académica dos funcionários que ali trabalham, entre outros, poderão ser fatores que contribuem
para uma prestação de cuidados, cujas consequências conduzem à construção de um estado de
passividade e de dependência por parte da pessoa idosa.
Esta situação torna-se potencialmente geradora da promoção do “infantilismo”, que segundo Hétu
(1998) se caracteriza por 10 aspetos:
 “Tornar-se ‘tutor’ da pessoa idosa, sem que ela o peça;
 Dirigir-se pelo nome próprio sem a sua autorização;
 Fazer-lhe observações maternalistas, ou paternalistas;
 Impor-lhe cuidados em vez de os negociar;
 Fazer por ele o que ele pode fazer por ele próprio;
 Utilizar uma linguagem infantil;
 Construir frases com diminutivos;
 Tomar uma atitude possessiva; ex.: “vou deitar os meus velhos”
 Reprimir o seu interesse sexual;
 Usar entreolhares com o fim de manipulação” (p. 27)
Segundo este autor, a infantilização, intervém no sentimento de valor pessoal do idoso,
diminuindo- lhe a sua perceção de competência, sentimento de valor pessoal, contribuindo para a
sua perda de dignidade.
Deste modo será pertinente considerar que tais aspetos, para além de contribuírem para uma
deterioração da identidade e da individualidade, conduzem à criação de noções como a de “morte
psicológica”
Mas poderemos questionar, até onde vai a capacidade da pessoa idosa decidir por si e de
assumir as suas decisões, relativamente a si própria em relação à sua vida?

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA (AP)

Processo de aquisição de informações que pretende ser objetivo e científico, limitado no


tempo, que utiliza métodos e técnicas psicológicas clínicas. É necessário ter por base
referenciais teóricos bem definidos, conceções de normalidade e desvio, conhecimentos
de psicopatologia, de teorias da personalidade e de teorias do desenvolvimento, de modo
a interpretar, compreender e definir os problemas a avaliar. “Processo científico, limitado
no tempo, que utiliza métodos e técnicas psicológicas, a nível individual ou não,
entendendo à luz de princípios teóricos, os problemas, identificando e avaliando aspetos
específicos, classificando o caso e prevendo o seu desenvolvimento, de modo a
comunicar resultados.” (Cunha, Freitas e Raymundo. 1986)

OBJECTO E OBJECTIVO
Pretende-se compreender o funcionamento mental do sujeito, respeitando a lógica interna
desse funcionamento, ou seja, a identificação dos traços, procurando estabelecer a lógica
que leva a determinadas condutas, a origem interna que se revela no externo. Durante o
processo de avaliação psicológica, são levantadas hipóteses que serão ou não
confirmadas ao longo desta. Para isso é necessário o recurso a teorias e a uma
metodologia, de modo a compreender, interpretar e atribuir sentido aos comportamento e
pensamentos do sujeito, para pôr fim comunicar e informar a quem solicitou.

OBJECTIVOS

Classificação simples Classificar resultados, conforme tabelas


normativas
Descritivo Determinar a presença de alterações
psicopatológicas, com base na
observação e exame clínico
Preventivo Identificar problemas precocemente
Avaliação Reconhecer alterações psicopatológicas;
Funcionamento do Ego; Condição das
suas funções
Compreensão dinâmica Investigar o funcionamento do Ego: Identificar
conflitos, causas primárias,
realizar interpretações,
Classificação nosológica Identificar o caso segundo a classificação
adotada
Diferencial Investigar a inconsistência no Quadro de
sintomas, para distinguir níveis
de funcionamento.
Forense Resolver questões de natureza pericial,
relacionadas com competências de
exercício de cidadania (incapacidade
etiologicamente associada com caso
judicial)
Prognóstico Estimativa do possível decurso da situação

“A avaliação psicológica visa produzir informação psicológica adequada para tomar decisões”
(Ribeiro. 1999)

DECISÕES:

Seleção A avaliação visa selecionar alguém

Monitorização Visa verificar se a ação está a atingir


os resultados que se esperavam

Investigação Fornecem informação acerca


das hipóteses que foram
formuladas
Diagnóstico Determinam a ação que se vai seguir

Varia segundo o contexto em que se insere e também pela origem do pedido. Consideramos
de um modo geral:

• Contexto Clínico

• Contexto Forense

• Contexto Educacional

• Contexto Organizacional

A AP surge motivada por queixas ou pedidos / encaminhamentos

 O paciente fala de si
 Solicita-se a presença de alguém (familiar, técnico, amigo, etc.)
 Solicita-se pedido por escrito, ou justificação escrita.
ETAPAS PARA A AP
1. Entrevista Clínica

Sendo uma ferramenta essencial na prática clínica, a entrevista é realizada segundo os objetivos
delineados, e varia de acordo com o enfoque teórico subjacente, a estrutura, as técnicas utilizadas,
o setting em que decorre, enfim, uma série de fatores que não devem ser descurados e que
devem ser avaliados sistematicamente.
Na entrevista clínica, o aspeto central é a importância da relação que se estabelece com o
examinando, relação essa que deve ser circunscrita, definida inicialmente, e deve ter por base a
empatia. Assim, a primeira tarefa que o psicólogo tem, num processo de entrevista clínica, é saber
o motivo que levou o examinando a procurá-lo, saber se este foi voluntariamente ou se foi enviado
por outro técnico e qual.
A entrevista clínica, usada como instrumento de avaliação, deve permitir ao clínico recolher os
dados necessários ao estudo de caso. Num processo de avaliação psicológica a entrevista deve
ser semiestruturada. uma vez que é necessário recolher uma série de dados.
É essencial entender o modo como as várias modalidades do funcionamento psicológico estão
interligadas, formam a base dos sintomas ou traços de personalidade do individuo e interferem na
sua adaptação.
Deve-se avaliar o discurso manifesto e latente, o que é dito, como o é e porque é, articulando e
atribuindo sentido àquilo que aparentemente não tem. Assim deve dar-se atenção aos aspetos
verbais e não verbais da comunicação.
A aparência física, o comportamento / atitude, postura, contacto visual, expressão facial, sinais
emocionais, fala, são elementos a dar relevância na observação. Há duas fases importantes na
primeira entrevista:
 Fase não estruturada (de acordo com o ritmo do examinado, sendo o psicólogo apenas o
elemento motivador para que aquele fale com à-vontade sobre a razão que o levou ali)
Nesta fase são estruturadas as hipóteses (diagnósticas) e quando há dúvidas, deve o
psicólogo intervir e formular questões que as esclareçam.
 Fase estruturada, em que o psicólogo organiza uma entrevista dirigida e partindo das
hipóteses, estabelece um plano de intervenção, recorrendo a uma bateria de testes, de
modo a validar ou não as hipóteses diagnósticas.
Aspetos importantes: * Transferência na entrevista
* Atribuição de papéis por parte do
entrevistado
* Contratransferência
• Respostas do entrevistador às
manifestações do entrevistado
• Respostas específicas da sua
personalidade
• Vulgarmente inadequadas
• Dificuldades em dar atenção ao
paciente
• Interpretação dos dados à luz de
si próprio

Informações que se podem obter:


 O que o entrevistado espera da entrevista
 Fantasias acerca da entrevista, da “saúde”, da “doença”, …

 Fantasias acerca da “cura”

História do paciente
 Permite definir objetivos

 Permite escolher instrumentos

 Pode ser o único elemento a utilizar (compreensão dinâmica, onde se investiga o


funcionamento do Eu, identificam os conflitos e se determinam as causas
primárias)

 História da “Doença” Atual


 Anamnese
 História da “Doença” Atual
 Caracterização da emergência dos sintomas ou mudanças de comportamento

 Associação ao momento presente (reflexos no meio envolvente)


 Informações de outros técnicos
 Condições de vida atuais (familiares, sociais, culturais)

 Anamnese

 História pregressa (sistemática, dada atenção às reações emocionais, associadas aos


factos relatados e às diferentes fases da vida)

 Atenção aos dados sobre a origem e desenvolvimento do paciente (aspetos


familiares, sociais e culturais).

A Entrevista Clínica deve conter informações relativas a:


Antecedentes familiares:
 Idade e profissão dos progenitores
 Doenças significativas daqueles
 N.º de irmãos, idades, sexo, profissões e doenças
 Agregado familiar
 Ambiente e dinâmica familiar na infância e juventude (alianças, conflito, etc.)
Antecedentes pessoais:
 Parto
 Reação da família ao nascimento e atitudes face ao sexo da criança
 Hábitos alimentares
 Autonomia / motricidade
 Linguagem
 Controle de esfíncteres
 Sono; alterações
 Doenças, acidentes e outros na infância e juventude
 Percurso escolar e relação com colegas e professores
 Relações sociais (irmãos, amigos, colegas)
 Percurso profissional / ocupacional e/ou escolar R
 elação com colegas, chefias
 Serviço Militar
 Álcool, tabagismo e drogas
 Situações de crise, ou stressoras e forma de lidar com elas
 Doenças, sintomas, acidentes hospitalizações, cirurgias, etc.
Noutros contextos:
Familiar de Casal
 Condições sócio – culturais e económicas do casal
 Relações afetivas e dinâmica familiar
 Relações sociais
 Vida sexual
 Atitudes em relação à paternidade / maternidade
 Atitudes em relação à educação dos filhos
Paternidade
 Como se descreve a si próprio
 Como descreve o outro
 Atitude face aos filhos
 Razões para que lhe seja confiada a regulação do poder paternal
 Razões para que não seja confiada ao outro progenitor

2. Exame Subjetivo (Quanto mais severa a perturbação, maior importância assume)


• Permite levantar hipóteses

Baseia-se em informações do paciente e/ou outros

• Importância da observação do comportamento do paciente

• Enfoque no Estado mental (modelo médico)

Descrição geral do sujeito

Avaliação quanto:
• Estado de consciência
• Estado afetivo / emocional
• Ansiedade
• Conteúdo do pensamento
• Orientação
• Memória
• Conhecimento Geral
• Concentração
• Pensamento abstrato
• Juízo Crítico
• Sonhos / fantasias
• Sistema de valores
Poderá / deverá ter em linha de conta critérios de diagnóstico precisos, devendo para tal basear-se
na experiência de observação e caracterização do psicólogo.

3. Plano de Avaliação

 Relaciona os dados obtidos com as causas


 Revela causas prováveis
 Define os objetivos do Exame (classificação, investigação, compreensão dinâmica, etc.)
 Deverá permitir:
o Responder com segurança às perguntas levantadas
o Atender aos objetivos propostos
o Adequar as técnicas às características do sujeito.

 Envolve a organização de uma bateria de testes

o Compreensão ampla do sujeito de acordo com as hipóteses


levantadas
o Tipo de Pedido
o Condições do Paciente

4. Exame Objetivo
As técnicas deverão ser escolhidas em função do plano de avaliação estabelecido para o sujeito
em questão.

Compreendem:
o Utilização de testes
o Complementa e confirma (ou não) as informações recolhidas no Exame subjetivo.

GRUPOS DE TESTES:
Psicométricos
É uma atividade de medida, de avaliação mais ou menos precisa das performances do sujeito em
referência a normas / padrões. Centra-se a importância nos dados obtidos de modo a encontrar
uma objetivação do comportamento. Avaliam-se traços e não sujeitos.

Projetivos
Têm um papel auxiliar e importante na compreensão do funcionamento mental. O funcionamento
mental não está dissociado como função autónoma da personalidade, dado que o
comportamento humano é produto de interações sucessivas

Aplicação
A aplicação de testes envolve cuidados, nomeadamente por aqueles serem elementos
ansiogénicos. Assim deve iniciar-se a partir dos testes que sejam constituídos por material mais
simples e cujo tempo de aplicação seja mais reduzido. Em seguida utilizam-se os menos
estruturados e conclui-se o processo de AP, com algum instrumento menos estruturado, ou com
entrevista.

A AP é realizada tendo em conta a conjugação de vários planos, em que se destaca: cognitivo –


Avalia-se as funções cognitivas, despistando-se possível deterioração ou organicidade. Deve
igualmente avaliar-se a psicomotricidade, a linguagem e a perceção; afetivo – o aspeto mais
relevante é a qualidade da organização psíquica o equilíbrio entre os processos primário e
secundário, impulso e controle, dinâmica afetiva – relacional, socialização, construção da realidade
e mecanismos de defesa; instrumental – em que se avalia a relação entre a execução e a
cognição. Finalmente realiza-se a integração entre os diferentes planos.

BATERIAS DE TESTES
Os testes como instrumentos de avaliação, podem dividir-se em vários grupos. Para este efeito
consideramos dois tipos de testes / escalas.

Cognitivos / inteligência/ Instrumentais


• Matrizes Progressivas de Raven (PM38) – Avalia a inteligência em geral, concretamente o
raciocínio não verbal. Não é afetada por fatores culturais e de aprendizagem.

• Escala de Memória de Wechsler – avalia a memória e permite perceber a deterioração


mnésica.

• Figura Complexa de Rey – Avalia a organização preceptiva, estruturação espacial,


memória imediata e atenção. Em termos dinâmicos avalia igualmente a imagem corporal.
Funciona como escala de despiste de organicidade.

• Toulouse Pierron – Avalia a atenção voluntária permanente (concentração) e a resistência


à fadiga.

• Escala de Inteligência de Wechsler para adultos – Revista (WAIS-R) – Mede as aptidões


mentais (cognitivas) em especial a inteligência geral. Permite igualmente avaliar a
deterioração mental.
Personalidade
• Inventário Multifásico de Personalidade de Minnesota (MMPI) – Avalia as principais
características da personalidade, através de 10 escalas clínicas e 3 escalas de validade.
Existe uma versão reduzida (Mini-Mult) que permite avaliar 8 escalas clínicas (exclui-se
aqui a escala de masculinidade-Feminilidade e Introversão social) e 3 escalas de validade

• Rorschach – Teste projetivo que permite compreender a estrutura, organização e dinâmica


da personalidade.

• TAT – Teste de Aperceção Temática – Teste que permite avaliar a natureza das angústias,
tipos de defesa, conflitos, relação objetal, etc.

• Symptom Checklist 90 Revised (SCL-90-r) – avalia sintomatologia psicopatológica,


enquadrada em 9 dimensões de sintomas e 3 índices globais de intensidade e sofrimento.

5. RESULTADOS

Tabela para ordenação de dados, de acordo com os testes ou técnicas utilizadas e com os
aspetos específicos de cada área;

Relacionamento de dados de modo a identificar os aspetos significativos (apontando os aspetos


estruturais, bem como os psicopatológicos);

Integrar os resultados dividindo-os por áreas

6. DIAGNÓSTICO / PROGNÓSTICO

História clínica Critérios de Prognóstico


Observação Diagnóstico Intervenção a
Aplicação de testes (ex. DSM IV, etc.) realizar
7. RELATÓRIO
Identificação do Sujeito
Deve conter: Motivos da AP
Datas de realização da AP
Técnicas utilizadas
História Clínica (dependendo do pedido)
Resultados
Conclusões (Diagnóstico/Classificação, prognóstico,
Indicações gerais e/ou específicas, encaminhamento)

Fundamental o destino do relatório, dada a qualidade da informação obtida ser sigilosa. Ex.
Psicólogos; Magistrados; Psiquiatras; Médicos; Assistentes Sociais; Equipas de Animação;
Direções de Instituições; Outros

EXEMPLO DE FORMATO DE RELATÓRIO

1. IDENTIFICAÇÃO
• Dados genéricos sobre o sujeito (Nome. Idade, Data de Nascimento,
Escolaridade. Estado Civil. No de Filhos. Ocupação. etc.)

2. MOTIVO DA CONSULTA
• Razões que levaram à consulta e dados de anamnese
• Breves dados associados ao estado atual

3. PERÍODO DE AVALIAÇÃO E TÉCNICAS UTILIZADAS


• Período em que se efetua a avaliação
• Indicação das Técnicas Utilizadas (entrevista. testes. outras técnicas utilizadas que
completem a recolha de dados)

4. SÍNTESE DE RESULTADOS
• Referência ao estado do sujeito (atitude, colaboração, forma de falar, aspeto etc.)
• Referência a dados de funcionamento emocional/afetivo. intelectual/cognitivo e
instrumental.

5. RESULTADOS
• Breve resumo dos resultados
• Análise qualitativa / explicativa
• Indicações ao nível familiar (o que pode a família fazer)
• Indicações ao nível social (o que pode ser facilitador para o sujeito).
• Indicações ao nível clínico (deverá ser ou não acompanhado em consulta psicológica;
deverá ser enviado a especialidade médica. para administração de químicos e/ou despiste
de outras variáveis; deverá ser reavaliado e dentro de quanto tempo)
Avaliação Geriátrica Global

Exame Exame Exames Avaliação Avaliação


Anamnese
Físico Mental Complementares Funcional Social

Síntese

Problemas e
Prioridades

Intervenção

Médica
Preventiva
Avaliação
Educativa Institucionalização
Especializada
Assistencial
Outras
ALGUNS EXEMPLOS DE TESTES / ESCALAS

MATRIZES PROGRESSIVAS RAVEN – PM38


As Matrizes Progressivas de Raven, são constituídas por 60 itens, distribuídas por cinco séries, de
12 figuras cada. É composto por itens gráficos e consiste em “preencher” o espaço que se
encontra vazio, de modo que a perceção total do item seja coerente. Para este caso existem 6 ou
8 alternativas com formato idêntico, devendo o sujeito elaborar mentalmente a sequência do
estímulo, construindo a resposta, que se encontra numa das alternativas.
Pode ser aplicado individual ou coletivamente, não tendo limite de tempo. Este é anotado no final e
será comparado com as tabelas normativas existentes.
Teste designado de “inteligência geral” (fator G) permite informações de eventuais déficits psico
neurológicos (um mau desempenho pode significar déficits visuo -preceptivos).
É um dos testes psicométricos mais utilizados, dado ser independente do tipo de aprendizagem e
de fatores culturais por parte do sujeito.

Consigne
É referido ao sujeito, apontando para o espaço em branco na folha, que falta um bocado. Refere-
se igualmente que cada bocado no final da página tem a forma necessária para preencher o
espaço vazio, mas nem todos completam o desenho de um modo coerente.
Mostra-se o bocado que completa corretamente o estímulo da página.
Refere-se depois à pessoa, que em cada uma das páginas do caderno há um desenho ao qual falta
um bocado e que ela deverá tentar encontrar nas alternativas que estão, qual a que será correta.
Deverá ser igualmente indicado, que se tiver atenção à forma como como resolve os problemas
fáceis, achará os seguintes menos difíceis.
Não deverá preocupar-se com o tempo, deverá ter atenção ao trabalho e que em cada página há
apenas uma e só uma alternativa correta.

FIG. COMPLEXA DE REY-OSTERRIETH


Permite obter informação associadas a déficits psiconeurológicos, ao nível de:
• Organização Espacial

• Estruturação Espacial

• Memória Imediata

• Esquema corporal
Permite ainda obter informações associadas a estruturações psicóticas
A análise incide em particularidades que se expressam nas seguintes características
• Qualidade do traço

• Omissão de elementos

• Ajustamentos ou sobrecargas

• Deslocações

• Duplicações

• Estereotipias

• Inversões

Em complemento deve-se avaliar globalmente o desenho, verificando


• Delimitação da dualidade interior / exterior do desenho

• Disposição dos elementos no interior

• Harmonia dos elementos com o modelo

• Disposição do desenho relativamente à folha

Assim a análise passará por três etapas:


1. Análise da cópia quantitativa e qualitativa

• Organização espacial

• Integridade corporal

• Perceção da manutenção das capacidades preceptivas do sujeito

2. Análise da memória

• Traumatismos

• Integridade corporal

• Alterações neurológicas

3. Comparação cópia / memória

• Pode confirmar o nível de funcionamento do sujeito

• A memória de nível superior poderá indicar um bom nível de estruturação mental

• A memória inferior à cópia (significativamente) poderá significar dificuldades de integração


da realidade
ESCALA DE INTELIGÊNCIA DE WECHSLER PARA ADULTOS – WAIS
Escala designada de inteligência é, na versão “R”, constituída por 11 sub-escalas, divididas em
dois grupos: Sub-Escalas Verbais e Sub-Escalas de Realização/Performance.

Sub – Escalas
Informação Sub-Escalas Verbais
Compreensão
Semelhanças
Aritmética
Memória De Dígitos
Vocabulário

Composição De Gravuras Sub-Escalas de Realização


Disposição De Gravuras
Cubos
Composição de objetos
Código

Permite uma análise quantitativa e qualitativa, podendo centrar-se numa perspetiva individual.
Tem ainda como vantagens:
• Possibilidade de análise qualitativa

• Obtenção de índice de deterioração mental

• Nível médio pessoal

• Aplicação passível de ser dividida em várias fases

• Obtenção de Informação ao nível intelectual, instrumental e emocional


ELEMENTOS PARA ANÁLISE QUALITATIVA
Fatores Inerentes às Sub – Escalas da Wechsler

Sub – Escala Fatores Inerentes

INFORMAÇÃO • Contacto com a realidade


• Memória Remota

COMPREENSÃO • Ajustamento à Realidade


• Compreensão das Responsabilidades
Sociais

SEMELHANÇAS
• Abstração
• Conceptualização verbal

ARITMÉTICA • Concentração

MEMÓRIA DE DÍGITOS • Atenção


• Memória Imediata

VOCABULÁRIO • Potencial

COMPOSIÇÃO DE GRAVURAS • Memória


• Atenção Visual

DISPOSIÇÃO DE GRAVURAS • Capacidade de Antecipação


• Organização Temporal

CUBOS • Análise
• Síntese

COMPOSIÇÃO DE OBJECTOS • Conceptualização

CÓDIGO • Atenção
Aspetos Afetivos

Comportamento • Aritmética
• Cubos
• Memória de Dígitos
Abstração • Semelhanças
• Cubos
Não Implicação Pessoal • Memória de Dígitos
• Código
• Semelhanças
• Cubos
Representação Mental • Aritmética
• Cubos
• Memória de Dígitos
Sociabilidade • Compreensão
• Disposição de Gravuras
• Completar Gravuras
Referências Espaciais • Cubos
• Composição de Objetos
Referências Temporais • Disposição de Gravuras

Imagem do Corpo • Composição de Objetos

Aspetos Instrumentais

Verbalização • Vocabulário
Estruturação Espacial / Lateralização • Composição de Objetos
• Cubos
Estrutura Temporal • Disposição de Gravuras
Motricidade • Disposição de Gravuras
• Cubos
• Código

Aspetos Intelectuais

Representação Simbólica • Aritmética


• Cubos
• Memória de Dígitos
Memória • Memória de Dígitos
• Código
• Informação
• Vocabulário
Adaptação Social • Compreensão
• Disposição de Gravuras
• Informação
Ajustamento à Realidade • Disposição de Gravuras
• Composição de Gravuras
• Composição de Objetos
Hipóteses interpretativas da análise qualitativa

Sub- Escala Análise qualitativa Hipótese interpretativa


Informação Sensível ao meio Pode prejudicar pessoas de meio sócio –
cultural. Evidencia o culturais diferentes. Resultado
interesse pela vida geralmente fraco em psicopatias,
social e a facilidade podendo ser elevado em estruturas
de verbalização psicóticas
Vocabulário Forte correlação com Não aplicável a iletrados, prejudicando
o resultado verbal e sujeitos de meio sócio – cultural baixo.
com o resultado Revela dificuldades no investimento da
global. Evidencia a língua materna. O tipo de verbalização é
capacidade aquisição por vezes revelador de dificuldades
e compreensão de específicas: Observa-se perseveração em
conhecimentos e casos de organicidade ou psicóticos. Em
facilidade de obsessivos, encontra-se o
verbalização perfeccionismo; em psicóticos observa-se
a existência de neologismos,
incoerências, associações incomuns ou
bizarras.
Semelhanças Saturada de fator G. Maus resultados podem indicar casos de
Evidencia a organicidade, com perda significativa do
capacidade de pensamento abstrato. O sobre
abstração, investimento da prova pode indicar o uso
conceptualização, excessivo de mecanismos de defesa, com
generalização e o intuito de situar os objetos no seu
categorização. ambiente, como forma de compensar as
suas próprias dificuldades em se situar,
por exemplo no local onde se encontra
inserido. Pode ainda ser investida por
sujeitos que apresentem traços
obsessivos ou mesmo psicóticos, dado
podermos estar em presença de alguém
que evita a realidade afetiva
Aritmética Põe em jogo a Resultado geralmente fraco em casos de
capacidade de organicidade e psicopatias. Resultado
representação mental elevado em estruturas obsessivas.
de situações
concretas e de
operações mais ou
menos complexas.
Muito
sensível à
emotividade.
Compreensão Esta prova põe em Pode prejudicar pessoas com vocabulário
jogo o bom senso. pobre, com pouco hábito de exprimir as
Evidencia a suas ideias por palavras Resultado
capacidade de geralmente fraco em psicopatias (conteúdo
adaptação prática, imaturo e frustre, ou antissocial), psicoses
de integração das (respostas bizarras, ou estereótipos),
normas e valores traços paranoides (argumentar sobre
sociais. dados delirantes, fugas fóbicas,
culpabilidades de tipo obsessivo).
Resultados elevados em estruturas
neuróticas: o desejo de agradar
(estruturas histéricas), o receio de ser
abandonado (estruturas fóbicas), ou o
empenhamento na prova, revelando
adesão maciça
às normas sociais (estruturas obsessivas).
Memória de Dígitos Prova sensível à Frequentemente fracassada em casos de
emotividade, à organicidade e em generalizações dos
instabilidade, às mecanismos de defesa do tipo histriónico.
dificuldades de Bem-sucedida em sujeitos que pretendem
atenção e de fadiga. evitar implicação pessoal, tal como certas
Evidencia as obsessões ou psicoses. O resultado pode
capacidades de ser comparado com o de outras provas
memória imediata e que impliquem representação mental ou
concentração e de números.
representação mental
na repetição em
sentido inverso.
Completar Gravuras Evidencia a Resultado geralmente fraco em pessoas
capacidade de que procuram evitar a realidade, ou com
perceção fina e retraimento de tipo psicótico, ou fixação
atenção ao detalhe. ou regressão a um mundo mais ou menos
impreciso; pode observar-se em quadros
histriónicos. Resultado geralmente
elevado em sujeitos com grande vigilância
e aderência à
realidade.
Disposição de Gravuras Evidencia Resultados fracos em quadros
capacidades de obsessivos ou de inibição (mecanismos
antecipação e a de isolamento excessivos)
organização Bons resultados em pessoas com
temporal organização lógica temporal das
situações sobre investidas
Cubos Prova com forte Frequentemente fracassada em casos
relação com o de deficiência mental e sujeitos com
resultado global e dificuldades de estruturação espacial.
ainda mais com o Bem-sucedida em sujeitos com traços
resultado de psicóticos ou obsessivos.
realização. Evidencia
as capacidades
conceptuais de
análise e síntese, de
representação
mental e de abstração.
Composição de Objetos Prova sensível às Frequentemente fracassada em casos de
aptidões mecânicas. organicidade, sendo muito sensível às
Evidencia a perturbações da imagem de si. Bem-
estruturação espacial sucedida em sujeitos com sobre
e ainda a imagem de investimento da imagem de si. O resultado
si pode ser comparado com a escala de
Lacunas.
Observam-se por vezes grandes
esforços para integrar as coisas num
todo, de modo a evitar angústias de
fragmentação.
Código Prova sensível às Frequentemente fracassada em sujeitos
dificuldades de com poucos hábitos de escrita e em
atenção e de fadiga. casos de organicidade e psicose Bem-
Evidencia as sucedida em sujeitos com estruturas
capacidades de fóbicas.
concentração, atenção.

Entre os vários tipos de análise, consideram-se neste trabalho duas:

Análise Inter – individual


Faz-se a comparação do resultado obtido pelo sujeito, com os resultados obtidos
por outros sujeitos da mesma idade.
Análise Intra – individual
Comparação dos resultados obtidos pelo sujeito nas várias provas:

 Se diferença entre QIv e QIr, for ≥12 resultados globais pouco


consistentes, pelo que a análise intra – individual é a mais importante (A
análise das provas deve ser feita em dois grupos distintos – 2 médias)
 Se diferença entre QIv e QIr, for ≤ 12 significa que os resultados obtidos são
fiáveis e elabora-se apenas uma média

ASPECTOS IMPORTANTES:
• Importância da familiaridade da escala por parte do examinador -» examinado como
foco de atenção

• Observação do comportamento verbal e não verbal


• Anotar as respostas textualmente e não anotar a pontuação (a seguir a uma série de
boas respostas ou más respostas, pode acontecer uma diminuição do empenho do
entrevistador no inquérito de uma resposta muito completa - “parece que já sabe o que
o entrevistado vai dizer”)

• Importante questionar o examinado face à pouca clareza, perante qualquer indício


particular ou estranho – Certos protocolos contém respostas convencionais, bem
preservadas, resultados ponderados elevados, mas podem ocultar uma considerável
desorganização, que pode ser denunciada através de uma resposta peculiar ou
estranha.

• Respostas tipo “não sei”, podem ocultar lapsos incipientes que com um inquérito podem
revelar sinais de transtorno do pensamento.

• Bloqueios, vacilações, observações descontextualizadas, movimentos expressivos,


devem ser anotados e consubstanciados com inquérito correspondente

• Modificações de comportamento, variações de atenção, concentração, sinais de


ansiedade, particularidades no manejar do material, ajudam a interpretação do
desempenho inter e intra testes.
• O limite de tempo, é um aspeto importante (deve-se manter o respeito pela notação
de valores), não devendo o sujeito ser interrompido face à tarefa, exceto quando já
utilizou um tempo demasiado, ou quando fica perturbado por não estar a conseguir.
Ajuda a perceber a natureza da dificuldade observada, como também a verificar se
o sujeito consegue realizar a prova ainda que o seu ritmo seja mais lento

• Será útil que se o sujeito erra itens considerados fáceis, atingindo o número de
fracassos previstos para parar, e estando este resultado em desacordo com o que
vem acontecendo, é importante que se apliquem mais itens do mesmo sub teste,
ainda que não entrem em contagem para o cálculo final. Tal informação pode ser um
dado qualitativo importante.

• A notação de resultados deverá ser ponderada pelo examinador, pois poderão


surgir respostas mais elaboradas, que não constem do manual, que por vezes
podem obrigar a uma pesquisa mais exaustiva, de modo a perceber a
adequabilidade da resposta.
DIFERENÇAS ENTRE QI’s
Vários autores defendem que as diferenças entre QI’s pode indicar:
• Déficits sensoriais

• Diferenças entre inteligência fluida e inteligência cristalizada

• Déficits psico linguísticos

• Problemas de coordenação motora

• Influências sócio – económicas

CÁLCULO DO QUOCIENTE DE DETERIORAÇÃO MENTAL O quociente de deterioração


mental na WAIS é diferente nas suas modalidades de cálculo, do quociente na Escala de
Wechsler- Bellevue.

São utilizadas as seguintes 8 escalas:

Sub-escalas "A" • Informação


• Vocabulário
• Composição de Objetos
• Completar imagens (lacunas)

Sub-escalas "B"
• Memória de Dígitos
• Semelhanças
• Código
• Cubos

Transforma-se as notas brutas de cada uma das oito sub-escalas, utilizando as "Tabelas de notas
standard por idade", tendo em conta a idade cronológica do sujeito. A partir destas notas
Standard, calcula-se o Quociente de Deterioração:

= - = %
Soma de testes A - soma de testes
B
Soma de
testes A

O Quociente é interpretado diretamente.


Assim o Quociente médio dos sujeitos ditos "normais" é 0 (zero) Para a população Francesa a
média é 0,006.
Um quociente positivo indica uma probabilidade de deterioração. Para ter uma estimativa desta
probabilidade, considera-se que um sujeito "normal" tem:
 20% de hipóteses de obter um valor superior a 0,12
 10% de " " " " " " a 0,18
 5% de " " " " " " a 0,23
 1% de " " " " " " a 0,35

Sobre este assunto pode-se consultar:


Pichot, P. et Kourovsky, F. (1969). Le Quocient de Détérioration Mentale à L'Echelle de
WAIS. Rev. Psychol. Appl. 19, 273-285.

ESCALA DE MEMÓRIA DE WECHSLER (EMW)

Pretende avaliar a deterioração mnésica, sendo utilizada em simultâneo com a WAIS, dado ser
necessário ter um QI definido para avaliar a deterioração.
É composta por 7 subescalas:
• Informação pessoal e geral,

• Orientação

• Controlo mental

• Memória Lógica

• Memoria de Algarismos

• Figuras geométricas

• Palavras Associadas

A nota máxima de cotação, é de 96 pontos e a cotação varia entre 0, 1 ou 2 pontos


Obtém-se a nota total da escala, somando as notas das 7 sub-escalas.
A transformação da nota total em quociente de memória, é feita através de uma tabela, tendo em
conta a idade e o sexo.
A deterioração mnésica é calculada através da diferença entre o quociente mnésico obtido e o
quociente intelectual obtido na WAIS.
É uma escala simples e rápida de aplicar podendo ajudar no despiste de algumas patologias
orgânicas cerebrais, psicoses, afasias e deteriorações senis.
Pode ser aplicada a sujeitos entre os 20 e os 75 anos, de ambos os sexos. 26

MATERIAL:
Folha de passagem e 3 cartões com 1 ou mais figuras geométricas
COMPOSIÇÃO
7 Sub-escalas: Informação pessoal e geral, Orientação imediata; Controlo mental; Memória Lógica;
Memoria de Algarismos; reprodução visual; Aprendizagem Associativa.

TOULOUSE-PIERRON
Permite avaliar a atenção voluntária permanente (concentração), o poder de realização e a
resistência à fadiga. A sua aplicação pode ser individual ou em grupo.
É constituído por 40 linhas com 40 figuras por linha, sendo cada uma destas constituída por um
quadrado com um traço exterior, que se encontra orientado em 8 direções, existem 8 figuras
diferentes, 5 de cada tipo em cada linha.

Objetivo:
Marcar todas as figuras que são iguais às que se encontram no início da folha, devendo ser
marcados simultaneamente e não alternadamente, devendo ser realizado da esquerda para a
direita e de cima para baixo.
De minuto a minuto o examinador solicita que o examinado marque uma cruz no local onde se
encontra naquele instante, de modo a avaliar a produtividade em cada minuto.

Análise:
É feita em função das figuras corretamente marcadas (B), das omissões (O) e dos erros €,
separadamente de minuto a minuto.

Análise Qualitativa
• Nº baixo de acertos (<80) – inibição psíquica

• Mais erros que omissões (sintoma de debilidade mental)

• Omissões excedem 20% dos quadrados marcados (idêntica análise)

• Pouca concentração (irregularidade afetiva, ou problemas passageiros)

• Pode existir capacidade de atenção, mas não de concentração, nem permanência na


atenção.

INVENTÁRIO MULTIFÁSICO DE PERSONALIDADE DE MINNESOTTA - MMPI

As 10 escalas presentes, avaliam:


• Hipocondria
• Depressão
• Histeria
• Personalidade psicopática
• Masculinidade / feminilidade
• Paranoia
• Psicastenia
• Esquizofrenia
• Hipomania
• Introversão social

Os itens foram classificados em 25 rubricas:


1. Estado de saúde geral
2. Sintomas neurológicos gerais
3. Neurologia
4. Motricidade e coordenação
5. Sensibilidade
6. Sistema vasomotor, linguagem, organicidade…
7. Sistema cardiorrespiratório
8. Sistema gastrointestinal
9. Sistema génito - urinário
10. Hábitos
11. Família e vida conjugal
12. Profissão
13. Educação
14. Vida sexual
15. Religião
16. Política – lei- ordem
17. Comportamento social
18. Afetividade / depressão
19. Afetividade / mania
20. Tendências obsessivas e compulsivas
21. Ideias delirantes, alucinações, ilusões, tendências interpretativas
22. Fobias
23. Tendências Sádicas e masoquistas
24.Moral
25. Itens que se referem à masculinidade / feminilidade

Embora o nome das escalas se refira a um síndroma clínico, demonstrou-se que elas possuem
uma significação no domínio do “normal”.
A apresentação de resultados consiste na tradução de uma nota bruta do traço medido, numa nota
standard (ou nota T), transpondo em seguida para a folha de perfil.

Utilização Prática / Material


 A forma individual é destinada à aplicação de sujeitos com mais de 16 anos, tendo como
única condição o facto de saber ler.
 O inventário contém meios de controle que permitem detetar as negligências ou a sua
incompreensão das questões.
 Originariamente é constituído por 550 preposições inscritas em cartões individuais
colocadas numa caixa, sendo que as consignes figuram na tampa. Neste formato existe
ainda uma folha de resultados, com o perfil no verso e grelhas para cada escala, mas só
para uso do examinador. Nas versões adaptadas, verifica-se que as afirmações, estão
inscritas numa pequena brochura, que o sujeito deverá ler e atribuir a resposta,
inscrevendo-a na folha de respostas fornecida.

Consignes
Para a passagem do teste é necessário (versões adaptadas) explicar ao sujeito que deverá ler
cada a firmação e colocar a resposta na folha de resultados, podendo o examinador, auxiliar o
sujeito a classificar as primeiras 3 / 4 afirmações.
Não deverá haver diálogo com o sujeito enquanto realiza a prova, nem deverá ser observado.
Quando declarar que terminou a prova, o examinador deverá verificar se foram classificadas todas
as afirmações. Se detetar que mais de 10% das afirmações for classificada na categoria “não sei”,
o examinador, deverá encorajar o sujeito a encontrar resposta numa das outras duas categorias.

Recolha e notação das respostas


O examinador deverá agora obter as notas brutas, através da sobreposição das grelhas sobre a
folha de notação e cotar os itens que são coincidentes.

MINI MULT
Escala baseada no MMPI e prevista pelos autores, é uma versão reduzida da original,
identificando 8 dos traços de personalidade, da escala original.
Com os mesmos objetivos, mas com uma apresentação diferente, (as afirmações, têm à frente o
local onde o sujeito deverá dar as respostas), mantém igualmente as mesmas premissas, pode ser
aplicada individualmente ou em grupo e o sujeito não deverá ser interrompido nem observado,
durante a aplicação da escala.
A análise é baseada nos referenciais teóricos do MMPI

TAT
É constituído por imagens que apresentam situações quotidianas, em que o examinado é
convidado a construir uma “história” sobre cada uma, tendo como pano de fundo a participação
das personagens de cada figura e a possível interação entre as mesmas. Cada imagem tem um
conteúdo manifesto e um conteúdo latente, sendo a sua análise centrada na articulação entre
aquelas. Tem como base a teoria psicanalítica; pode ser utilizado dependendo das características
da pessoa e dos conhecimentos do psicólogo. Numa abordagem muito superficial a análise das
respostas deve considerar:
- Forças que provêm do herói
- Forças que provêm do meio
1. Identificação do herói, -> identificação do sujeito quando vários, reflete alterações ao
nível da identidade; quando competidores, reflete características anti -sociais.
Há que identificar:
• Traços e tendências (superioridade, inferioridade, extroversão - introversão

• Atitudes frente à autoridade (Domínio/submissão; Dependência/independência;


medo; agressividade; Gratidão /ingratidão; Orgulho; humildade)

2. Motivos tendências e Necessidades do(s) Herói(s) (Impulsos, desejos, intenções, traços


de conduta)

3. Estado Interior e Emoções (Identificação dos conflitos do herói. Manifestos através da


ação das forças ou tendências opostas da personalidade)

4. Mecanismos de Defesa (Identificação de mecanismos, como por ex.: repressão,


sublimação, negação, deslocamento, formação reativa, etc.)

5. Forças do Ambiente -Pressões (objetos, personagens, etc. que não fazem parte da
prancha, mas foram introduzidos pelo sujeito)

6. Desfecho da história (qual a resolução da história; identificação do êxito ou fracasso na


resolução das dificuldades)

7. Tema (Identificação da Temática)


8. Análise Formal (humor, estrutura e estilo das verbalizações, grau de realismo, poder de
argumentação e linguagem)

MINI – MENTAL STATE EXAMINATION de Folstein.


Adaptação e aferição Portuguesa de Dra. Manuela Guerreiro e colaboradores (1993). Escala que
permite avaliar o défice cognitivo de cada pessoa. Permite observar seis áreas:
1. Orientação

2. Retenção

3. Atenção e cálculo

4. Evocação

5. Linguagem

6. Habilidade construtiva

Cada resposta é cotada com 1 ponto, sendo que a sua principal vantagem é poder ser aplicada a
sujeitos sem escolaridade. De rápida aplicação, não tem consignes especificas e não demora
geralmente mais que 10/15 minutos a ser aplicada. O Mini-Mental State Examination é um
instrumento útil para detetar a disfunção cognitiva, mas não é um instrumento para o diagnóstico
de demência. Um diagnóstico preciso de demência requer história psiquiátrica, avaliação clínica
completa, tanto física quanto mental, exames laboratoriais e avaliação imagiológica.
Déficits auditivos, visuais ou da fala podem comprometer a avaliação do estado mental e,
consequentemente, o desempenho no Teste Mini-Mental na ausência do comprometimento
cognitivo. Limitação locomotora e debilidade física são também fatores que comprometem a
avaliação cognitiva Resultados em itens específicos no MMSE discriminam ou indicam maior
risco de desenvolver demência.

Estudos recentes determinam que deficits na habilidade de evocação do dia da semana, ou soletrar
algumas palavras de trás para frente, e a lembrança ou evocação de uma lista de 3 palavras são
preditores independentes de demência a desenvolver-se em 3 anos. Os itens de perda de memória e
atenção, são sinais comum e precoces de demência incipiente.

Resultados no MMSE Status Cognitivo Fatores Associados

24 a 30 Nenhum Paciente com


comprometimento escolaridade maior de 8
cognitivo anos (25 a 28 pontos
pode indicar
comprometimento.)

19 a 23 Comprometimento Paciente com


cognitivo leve escolaridade menor ou
igual a 8 anos – escore
menor que 19 é indicativo
de perda cognitiva.
Declínio nas AVD e AIVD
pode ser um problema.
Correlação entre o escore
do Mini-Mental e o status
funcional é extremamente
importante.

11 a 18 Comprometimento Demência clínica é


cognitivo moderado tipicamente aparente.
Perda das habilidades
nas AVD é comum.

0 a 10 Comprometimento Demência é avançada,


cognitivo é severo efeito do nadir ou zero,
torna o teste incapaz de
monitorar pacientes com
escore "zero" e mantém
alguma cognição.
Avaliação clínica deve
enfocar as habilidades
funcionais.
Uma limitação do Teste Mini-Mental refere-se a alguns aspetos tais como capacidade de resolver
problemas, julgamento e funções executivas, áreas cognitivas que precocemente são afetadas no
desenvolvimento da demência. Uma avaliação integral da demência deve incluir uma avaliação
minuciosa destas áreas cognitivas.
O resultado final do Teste Mini-Mental e a avaliação do juízo ou julgamento podem ajudar no
diagnóstico de demência. Questões, tais como: "o que você faria se houvesse fogo (incêndio) na
sua cozinha?" e "como você pagaria a conta telefônica?", perguntas que são apropriadas para
avaliar o julgamento e o funcionamento executivo.
Uma pessoa com demência seria incapaz de responder corretamente e proporcionaria respostas
que indicariam pobre julgamento ou capacidade instrumental prejudicada.
Ao se desenhar os números e os braços do relógio, o examinador avalia a compreensão,
planeamento, conceptualização temporal e habilidades visuo-espaciais e complementa a
informação obtida no MMSE
Se o sujeito demonstra no MMSE e no desenho do relógio comprometimento das diversas funções
cognitivas, a probabilidade do diagnóstico de demência aumenta.

TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO - Clock Drawing Test (CDT).


O teste do relógio é de fácil aplicação e é pouco influenciado pelo grau de alfabetização,
aumentando a sua fidedignidade em pacientes com baixo nível de escolaridade.
Avalia diversas funções cognitivas:
 Memória semântica;
 Função executiva (planeamento);
 Linguagem (compreensão do comando);
 Praxia;
 Função visuo-espacial

É solicitado ao sujeito que desenhe num círculo apresentado numa folha branca, as horas do
relógio, na posição correta.
Em seguida solicita-se que desenhe os números e os ponteiros do relógio de modo a indicar
11horas e 10 minutos.
Cotação:
• Se coloca o número 12 corretamente, 3 pontos
• Os 12 números corretamente colocados 2 pontos
• Desenho correto dos ponteiros 2 pontos
• Marca a hora exata 2 pontos

O resultado considera-se normal se o paciente obtém um mínimo de 7 pontos

MINI-COG – Instrumento de Despiste de Demência


O instrumento de despiste Mini-Cog, combina 3 itens de teste de memória do MMSE, com o Clock
–Drawing Test (CDT). O Mini-Cog demora cerca de 3 minutos a ser administrado, não requer
equipamento especial, e tem pouca influência relativamente ao nível educacional, ou variações da
linguagem.
Administração
O teste é administrado tendo em conta as seguintes etapas:
1. Indicar 3 palavras e pedir que a pessoa as repita (podem usar-se as palavras do MMSE)

2. Pedir à pessoa que desenhe um relógio, numa folha branca, ou numa folha onde já
esteja desenhado o círculo do relógio, devendo então completá-lo. Depois da pessoa
colocar os números dentro do círculo, pedir para colocar os ponteiros numa hora
específica, que é 11horas 10 minutos. (Estas instruções podem ser repetidas, mas não se
devem dar instruções/ informações adicionais. Observar se o paciente demora muito tempo
a completar a tarefa. O CDT funciona como elemento distrator).
3. Pedir à pessoa que repita as 3 palavras previamente apresentadas.

Cotação. Cotar 1 ponto por cada palavra recordada após o desenho do relógio.

Resultado Indicação

0 O despiste é positivo para a demência.

1 ou 2 com o CDT incorreto Indica que o despiste é positivo para a


demência

1 ou 2 com o CDT correto Indica que o despiste é negativo para a


demência

3 Indica que o despiste é negativo para a


demência.

Contexto de Uso
Instrumento utilizado para verificar o funcionamento instrumental, quando existe suspeita clínica
de deficit cognitivo, ou o teste de screening seja positivo (incapacidade de relembrar três palavras
após um minuto).

Pontos Fortes O CDT é fácil e rápido de aplicar (menos de 5 minutos).

Pontos Fracos Não pode ser utilizado com pessoas com deficit visual, e/ou dificuldades motoras
ao nível da escrita. É um teste associado ao funcionamento instrumental.

TESTE DE DECLÍNIO COGNITIVO DE 6 ITENS


O 6CIT (Six Item Cognitive Impairment Test - 6CIT) foi desenvolvido em 1983 através da análise
de regressão do BIMC (Escala de Informação, Memória e Concentração de Blessed) realizada
por Katzman et al nos EUA. Desde então, a sua validade tem sido confirmada por
outros grupos em várias ocasiões.
É composto por seis perguntas simples, não-culturais e que não exigem uma
interpretação complexa.
Pontuação:
O 6CIT usa uma pontuação invertida e as perguntas são ponderadas, sendo
que os resultados podem assumir valores de 0 a 28. As pontuações de 0-7 são consideradas
normais, enquanto as iguais a 8 ou superiores são consideradas significativas para
compromisso.

ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA DE YESAVAGE – Versão Curta


Escala utilizada para o rastreio da depressão, avaliando aspetos cognitivos e comportamentais
tipicamente afetados na depressão do idoso.
A informação é obtida através de questionário direto ao idoso. Pode ser aplicada por médicos,
psicólogos, enfermeiros ou outros profissionais de saúde.
A escala de Yesavage tem uma versão completa, com 30 questões e uma versão curta com 15
questões. A versão curta está validada pelo autor e os seus resultados são sobreponíveis aos da
versão completa, pelo que é a mais utilizada.
É constituída por 15 questões com resposta dicotómica (Sim ou Não). As respostas sugestivas de
existência de depressão correspondem a 1 ponto.
Tempo de aplicação: 6 minutos
A pontuação final resulta da soma da pontuação das 15 questões, correspondendo a uma de três
categorias:
 Sem depressão 0-5
 Depressão ligeira 6-10
 Depressão grave 11-15

EASY-CARE – Inventário de avaliação do bem-estar físico, mental e social de pessoas com


mais de 75 anos
É um sistema utilizado para proporcionar uma avaliação rápida do bem-estar físico, mental e
social da pessoa com 75 anos de idade ou mais, facultando uma descrição global das suas
necessidades. A sua construção realizou-se a partir de outros instrumentos que avaliavam
apenas algumas das dimensões que se considerava pertinentes, ou seja, todas as questões
foram retiradas de outros instrumentos. A inovação do EASYCare reside no facto de "acumular"
numa só escala, itens relativos às várias dimensões da qualidade de vida e bem-estar do idoso.

Trata-se de um instrumento que pretende avaliar capacidades (ser capaz de...) e não
competências (saber-fazer), ou seja, não avalia aquilo que a pessoa idosa faz na realidade, mas
sim aquilo que ela sente que é capaz de fazer. Recomenda-se que o EASYCare seja utilizado
nas seguintes circunstâncias:
a) Contacto inicial entre a pessoa idosa e os serviços sociais de saúde.
b) Alteração física ou mental.
c) Alteração das circunstâncias sociais.
d) Como parte de um processo de despistagem.
e) Como parte de investigações acerca do bem-estar físico, mental e social da pessoa idosa.
f) Como elemento de avaliação do idoso aquando do seu encaminhamento para
determinado serviço de apoio social ou de saúde.
As áreas contempladas pelo EASYCare são:
a) incapacidades físicas (questões 1 a 4);
b) qualidade de vida percebida pelo sujeito (questões 5 a 7);
c) área instrumental/funcional (questões 8 a 13);
d) mobilidade (questões 14 a 19);
e) atividades de cuidados pessoais (questões 20 a 22);
f) controlo esfincteriano (questões 23 e 24);
g) atividades da vida diária (questões 8 a 24);
h) Escala Geriátrica de Depressão (questões 25 a 28);
i) Teste de Diminuição Cognitiva

Para além destas áreas, o EASYCare abrange ainda outras dimensões adicionais:
• contempla o apoio facultado pelos prestadores de cuidados informais;
• as questões 1 à 24 possuem um espaço próprio para o registo da informação que o avaliador
considere relevante ("Comentários"";
• possui uma página designada por "Fixação de Objetivos" cuja finalidade consiste em
ajudar a pessoa idosa a identificar as suas necessidades, o modo de satisfazer essas
necessidades (negociação de objetivos) e o seu grau de satisfação com o resultado.
• página para o registo de "Outra Informação" considerada pertinente.

O EASYCare pode ser dividido em três fases:


1ª Fase - Avaliação das necessidades da pessoa idosa esta fase consiste na recolha de
informação acerca das necessidades da pessoa idosa, através das questões 1 à 28 e do Teste
de Diminuição Cognitiva.
2ª Fase - Exploração das necessidades da pessoa idosa esta exploração elabora-se a partir
da reflexão da pessoa idosa sobre a informação recolhida e posterior identificação das mudanças
que pretende realizar.
3ª Fase - Negociação dos Objetivos A negociação de objetivos consiste, essencialmente, na
elaboração de um plano de ação. Isto é, a partir dos objetivos/necessidades identificados pela
pessoa idosa, o avaliador irá encaminhá-la para o tipo de resposta que mais se adequa à
satisfação das suas necessidades.

EUROTESTE
Trata-se de um teste de criado, para deteção de possíveis casos de demência. De modo algum se
pode diagnosticar uma demência com a realização deste teste. E especialmente útil para sujeitos
com baixo nível cultural e educativo, já que a sua pontuação não é afetada por esse fator. O valor
fronteira está estabelecido em 23 (menor ou igual a 23) sobre uma pontuação máxima possível de
35. Está desenhado para países em que a moeda em circulação seja o Euro (€), ainda que possa
adaptar-se facilmente a outras moedas. Antes da sua aplicação deve-se assegurar que a não sofre
de déficits sensoriais visuais nem auditivos ou neste caso que disponha de próteses
correspondentes.
O Eurotest (para o qual existe um vasto projeto de validação aberto em
http://infodoctor.org/eurotest/presentacion.htm) requer como tempo de aplicação de cerca de 7
minutos.
Correção / Instruções
• Assinalar 1 ponto por cada item correto e 0 por cada item incorreto.
• Nos itens de fluidez de moedas ou notas, dar 1 ponto por cada um recordado corretamente
e retire 1 ponto por cada intrusão. Considerar como certo o valor mínimo possível para o
total destes itens, ainda que existam mais intrusões que respostas certas.
• Nos itens de cálculo, há diferentes alternativas corretas; consideram-se todas válidas. Dar 2
pontos por cada item no caso de uma contestação válida. Se for errada, referir isso ao
sujeito e dar-lhe segunda oportunidade, e no caso de acertar à 2ª tentativa, dar 1 ponto. Se
demora mais de 1 minuto, passar ao item seguinte.
• O teste de fluência de animais, não é pontuável, para o Euroteste, dado que se trata de
uma tarefa de distração.
• Na tarefa de recordação, ser flexível com a ordem dos itens. Pode ser aconselhável
começar pelo último. Associe as intrusões ao total de respostas certas, pelo que considere
certo como valor mínimo.
• Anote no quadro da direita de cada item o resultado e some finalmente essa coluna para
obter a pontuação total.

GRELHA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO


Criada em 1993 pelo Ministério da Saúde -Direção Geral dos Cuidados de Saúde Primários, a
partir da Circular informativa, destina-se a:
• Servir como orientação técnica do modelo de abordagem;
• Permitir fazer um diagnóstico inicial da situação do idoso;
• Possibilitar a identificação imediata das prioridades de intervenção;
• Permitir, através da sua aplicação regular, monitorizar a situação de cada indivíduo e
avaliar os resultados da intervenção;
• Permitir fazer um diagnóstico global da situação de uma população idosa, monitorizar os
resultados das intervenções e ainda comparar os vários modelos de intervenção.

Permite avaliar a qualidade de vida com base em sete componentes básicos. O seu índice oscila
entre 3 e 50; consideram-se a existência de qualidade de vida com valores iguais ou superiores a
23.

AVALIAÇÃO DAS ACTIVIDADES DA VIDA DIÁRIA – KATZ


É uma escala que pretende avaliar qualitativamente a autonomia / dependência do sujeito. Permite
avaliar a autonomia do idoso para realizar as atividades básicas e imprescindíveis à vida diária,
designadas por Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD): Banho; Vestir; Utilização da sanita;
Transferência do cadeirão/cadeira de rodas para a cama; Controlo de Esfíncteres e Alimentação.
As ABVD são avaliadas na sequência habitual de deterioração ou recuperação. A informação
pode ser obtida através da observação direta do idoso e/ou do questionário direto ao idoso,
familiares ou cuidadores. Pode ser aplicado por médicos, enfermeiros ou outros profissionais de
saúde.
Apresenta-se com um valor importante neste contexto, tendo em conta a análise global que se
possa realizar do sujeito. Divide-se em duas partes:
• Índice de atividades rotineiras do paciente
• Sobre o paciente — Atividades instrumentais da vida diária
Para cada ABVD o idoso é classificado como Dependente (0) ou Independente (1). Se o idoso
recusa, ou não está habituado a fazer determinada ABVD, classifica-se como dependente
nessa atividade.
Pontuação:
A pontuação final resulta da soma da pontuação das 6 ABVD e varia entre 0 (dependente) a 6
pontos (independente), correspondendo a pontuação ao número de ABVD em que o idoso é
independente.

ESCALA DE LAWTON & BRODY


Permite avaliar a autonomia do idoso para realizar as atividades necessárias para viver de forma
independente na comunidade, designadas por Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD):
Utilização do telefone, Realização de compras, Preparação das refeições, Tarefas domésticas,
Lavagem da roupa, Utilização de meios de transporte, Manejo da medicação e Responsabilidade
de assuntos financeiros.
A informação pode ser obtida através do questionário direto ao idoso, familiares ou cuidadores.
Pode ser aplicado por médicos, enfermeiros ou outros profissionais de saúde. Cada AIVD tem
vários níveis de dependência (3 a 5).
Para cada AIVD o idoso é classificado como dependente (0 pontos) ou independente (1 ponto). No
caso dos homens não se contabilizam a preparação das refeições, as tarefas domésticas e a
lavagem da roupa.

Pontuação:
A pontuação final resulta da soma da pontuação das 8 AIVD (conforme valor indicado antes de
cada item na folha de protocolo) e varia entre 0 e 8 pontos (5 pontos no homem), correspondendo
ao número de AIVD em que o idoso é independente.

Mulher Homem
0-1 Dependência total 0
2-3 Dependência grave 1
4-5 Dependência moderada 2-3
6-7 Dependência ligeira 4
8 Independente 5

Tempo de aplicação: 5 minutos

TESTE DAS FOTOS


Pode ser transmitido on-line em tablet ou computador através de aplicativo da web, é um teste
cognitivo breve que avalia a capacidade de lembrar seis elementos que já foram mostrados ao
sujeito, tendo sido solicitado que os denomine. Entre denominação e memória é inserida uma
tarefa de fluência verbal na qual o sujeito deve evocar nomes de pessoas agrupadas por sexo.
O Teste das fotos, assim como outros testes cognitivos breves, é especialmente indicado para a
deteção de indivíduos com comprometimento cognitivo e demência, sendo também uma
ferramenta adequada para o acompanhamento ou avaliação da resposta ao tratamento.
O Teste das fotos foi desenvolvido pelo Dr. Cristóbal Carnero Pardo, e passou por um rigoroso
processo de validação no qual participaram ativamente profissionais de Neurologia e outras
disciplinas de grande prestígio, tendo demonstrado propriedades psicométricas adequadas.
É um teste curto, utilizável em sujeitos analfabetos e com pouco ou nenhum nível de
escolaridade, não contendo tarefas de "papel e lápis", e aplicável em pessoas com pouco
conhecimento da língua em que é praticado.
A estrutura do Teste das fotos garante validade de conteúdo adequada, avaliando diretamente a
memória (recordação livre e lembrança facilitada), capacidade executiva (fluência verbal) e
nomeação (linguagem), elementos essenciais cujo envolvimento é necessário para o diagnóstico
de comprometimento cognitivo e demência. A validade ecológica também é assegurada, uma vez
que os conceitos e materiais utilizados são familiares, mesmo para sujeitos analfabetos ou com
baixo nível educacional.
A validade discriminativa de Teste das fotos é boa, igual ou superior à dos testes de uso
generalizado no nosso meio, com a vantagem de não ser influenciada pelo nível de escolaridade
dos sujeitos. Os resultados do Teste das fotos mostram uma correlação alta e significativa (p
<0,01) com os obtidos no Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) (0,5) e no Questionário de
Estado Mental Portátil Curto (SPMSQ) (0,65), o que garante sua validade convergente.
O estudo normativo do Teste das fotos encontrou uma média global na amostra de padronização
(± desvio padrão) de 39,4 ± 6,4 pontos. Na tabela a seguir pode ver os valores
normais,dependendo da faixa etária do sujeito:

Valores normais e percentil segundo nível etário.

Grupo de idade < 50 50-64 ≥ 65


anos anos anos
Valores normais 45,0±5,5 38,7±4,8 34,4±4,4

Percentil chave 34 30 27

Os pontos de corte recomendados são: 28-29 pontos para comprometimento cognitivo e 26-27
pontos para demência.

TESTE SLUMS (Saint Louis University Mental Status)


O SLUMS é um teste de rastreio para sujeitos idosos e adultos com queixas de memória ou
outras de natureza cognitiva, com aplicação rápida em torno dos 10 minutos. O acrónimo significa
“Saint Louis University Mental Status” e designa a universidade dos EUA onde um grupo de 5
investigadores elaborou o instrumento e investigou as suas características psicométricas (Tariq,
Tumosa, Chibnall, Perry, Morley, 2006). É um teste do tipo do MMSE (Folstein, Folstein, McHugh,
1975) com o qual pretende comparar-se e ultrapassar algumas deficiências de diagnóstico,
nomeadamente quando aplicado a amostras com escolaridade elevada. Tal como o MMSE, o
SLUMS tem uma cotação máxima de 30 pontos e pretende ser um instrumento breve, de fácil
aplicação, com o objetivo de distinguir adultos com envelhecimento normal, défice cognitivo
ligeiro e doentes com Alzheimer.
Os investigadores do SLUMS tornaram acessível este instrumento ao público em geral através da
Internet, não estando sujeito a copyright e pode ser usado livremente (SLUM test, 2006).
Sendo um instrumento novo, o SLUMS está numa fase de avaliação e aplicação a sujeitos e
amostras mais diversificadas, e começou a ser aplicado a sujeitos de nacionalidade portuguesa.
Tem normas de administração e cotação específicas, em face dos 11 grupos de questões com
referência às aptidões cognitivas envolvidas.
Resultados:
escolaridade do ensino secundário ou superior:
 Normal - (27-30);
 Desordem neurocognitiva ligeira - (21-26),
 Demência - (1-20).

escolaridade abaixo do ensino secundário:


 Normal - (25-30);
 Desordem neurocognitiva ligeira - (20-24),
 Demência - (1-19).

BREVES NOTAS SOBRE A DEMÊNCIA DE ALZHEIMER

Demência caracterizada por um processo de atrofia cerebral global, com comportamento


desordenado, distúrbios agnoso – afaso – apráxicos e hipertonia muscular. Neurologicamente
observa-se abundância extrema de “placas senis” e de “lesões neurofibrilares de Alzheimer”

Fase de Instalação
 Por volta dos 55 anos (mais frequente depois dos 65 anos)
 Insidiosa (em poucos meses o doente apresenta deterioração mental)
 Conservação de consciência relativa dos distúrbios.
 Alterações ao nível da memória
 Linguagem (é atingida mais precocemente, a linguagem escrita)
 Afetividade e Comportamento (maior isolamento, apatia, desinteresse, abandono
progressivo da atividade, irritabilidade, agressividade, explosões caracteriais)
 Desorientação espaço – temporal
 Excitação motora

Fase Declarada
 Perturbações cognitivas: síndrome demencial evidente
o Perturbações da memória: graves e permanentes
o Perda das referências espaço – temporais
o Perturbações da linguagem:
 Discurso muito pobre, parcialmente incoerente
 Alterações graves da escrita e da leitura
o Apraxia
o Agnosia
o Dificuldades de execução
 Perturbações emocionais e comportamentais
o Perturbações do humor (depressão)
o Alterações dos traços de personalidade
o Perturbações do comportamento motor (estereotipias, deambulação, agitação, fuga,
agressividade)
o Perturbações dos comportamentos básicos (sexuais, alimentares, controlo
esfincteriano, ritmo vigília – sono)
o Perturbações psicóticas

Fase Terminal
 Perda total de autonomia
 Perturbações psico comportamentais graves (agitação, fuga, alucinações, alterações do
ritmo vigília – sono)
 Sintomas neurológicos, (Parkinson, mioclonias, crises de epilepsia
 Acamamento permanente
 Postura fletida

PARA UM DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER

Para ter uma visão global da alteração mental do idoso e diagnosticar de forma fiável a demência,
especialmente nos seus estados iniciais e intermédios, é necessário ter em conta três aspetos
complementares:
1) A utilização de critérios estandardizados (tipo DSM o CIE) ou entrevistas estruturadas,
2) A avaliação válida e fiável da gravidade e extensão da deterioração cognitiva,
3) O exame da conduta e de a adaptação à vida diária, independente d diagnóstico clínico
e da deterioração cognitiva validado pelas escalas.

Do ponto de vista clínico, tanto os critérios de demência de tipo Alzheimer do DSM-III-R (terceira
edição revista do manual diagnóstico e estatístico da Associação Americana de Psiquiatria) como
os de doença de Alzheimer provável do NINCDS-ADRDA (National Institute of Neurologic,
Communicative Disorders and Stroke - Alzheimer's Disease and Related Disorders Association)
devem estar bem presentes e ser utilizados de maneira rotineira no diagnóstico da Doença.

Quanto a exames complementares, devem realizar-se de modo similar:

 Determinar em análise ao sangue e urina: glucose, ureia, creatinina, sódio,


potássio, cálcio, ácido úrico, colesterol, triglicéridos, aminotransferasas, gamma-GT,
fosfatasa alcalina e albumina, exames à função tiroidea e níveis de B12.
Hemograma completo. Análises elementares de urina.
 TAC craneo-encefálico ou Ressonância magnética.
 Punção lombar: somente em caso de suspeita de infeção do SNC, hidrocefalia,
idade inferior a 55 anos, demência invulgar ou progressiva, imunossupressão,
suspeita de vasculites do SNC ou presença de doença metastática.
 Eletrocardiograma e radiologia simples de tórax.
 Eletroencefalograma: se existe história de convulsões, perda de consciência,
episódios de confusão ou deterioração clínica rápida.

As estratégias de medição linear ou volumétrica mediante TAC ou RM não se recomendam


de modo rotineiro na atualidade no diagnóstico inicial ou diferencial, já que não se demonstrou a
sua mais valia face aos critérios clínicos.

Para a concretização do diagnóstico, deve-se ainda ter em conta:


1. Análise do Motivo da Consulta (Regra geral trata-se de uma queixa mnésica, apresentada
essencialmente pelos que rodeiam o doente)
2. Observação do Doente (insegurança, aparência por vezes malcuidada, sinais de agitação e
de incompreensão)
3. Questionário ao Doente e à Família (comparação entre os dados obtidos através das fontes)
4. Estudo das Funções das Cognitivas (orientação no espaço e no tempo, atenção, memória,
linguagem, atividades práxicas e gnósicas, capacidade de execução, avaliação e raciocínio
5. Capacidades de atenção
6. Memória (fundamentalmente as consequências na vida quotidiana)
7. Linguagem (essencialmente a eventual perda de palavras, perturbações de expressão,
compreensão alteração da leitura ou da escrita
8. Perturbações práxicas (motoras)
9. Atividades gnósicas (reconhecimento e identificação de objetos)
10. Execução
11. Avaliação (perda da autocrítica)
12. Raciocínio
13. Avaliação de clínica Médica

Tratamentos na Doença de Alzheimer


1. Medicamentosos
Do foro médico
2. Não Medicamentosos
Estimulação Cognitiva Global (Processo de Readaptação)
Objetivos:
 Reforçar recursos cognitivos, afetivos e sociais (realização de exercícios cognitivos
de modo a utilizar as capacidades cognitivas intactas
Método passível de ser utilizado em grupo
Reeducação Cognitiva (Reeducação específica da esfera mnésica)
Objetivo:
 Ensinar o doente a utilizar novas estratégias, baseadas nas estratégias que lhe
restam
Método individual, regularmente adaptável de acordo com os défices.
Tratamentos Psicoterapêuticos
Tipos de abordagem:
 Inspiração analítica
Visam o reforço afetivo e narcísico
 Cognitivo-Comportamentais
Reforçar comportamentos adaptados e diminuir ou suprimir os comportamentos
desadaptados
 Técnicas de Relaxamento
Numa fase inicial, permitem diminuir significativamente a ansiedade e reforçar o
narcisismo através da imagem corporal.
 Musicoterapia
o Técnica recetiva (Baseia-se na audição de extratos musicais eventualmente
associada a um relaxamento sob indução musical, seguida de uma sessão
de verbalização
o Técnica Ativa (Consiste em fazer música, produzir som e conseguir, por
intermédio deste voltar a estar em contacto com o outro - particularmente
utilizada em doentes de Alzheimer em estado adiantado).
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Anexos

5
3
A última Etapa

5
4
"…Delírio ou Realidade?"
“(…) Ponho-me a lembrar o que passou e o que me lembra é só a tua presença forte ao pé de
mim. E depois acabou. Deves ter achado que era de mais e então acabou. Foste para não sei
onde e estás lá fixa quando te lembro.
Aqui nesta casa apodreço devagar e em que os filhos me meteram.
Nesta casa estou só com o meu corpo, lembro-me muito bem de quando éramos os dois
num só e íamos criar o mundo todo, como era nossa obrigação. Nós saíamos de um baile, não
sei se te recordas, era uma noite de Verão. Caminhávamos à beira-rio e éramos imensos.
E houve enfim a tua morte. Estou agora num lar de repouso, chama-se assim numa
tabuleta e na lista telefónica. Não estou mal. Há cá imensa gente a repousar. Algumas velhas
choram, vê tu, aquilo é que é uma mania. Não me faz muita falta a companhia, tenho a tua
imagem linda de quando o eras.
É duro morrer, querida.
E agora estou aqui há alguns meses, não sei se queres que te conte. Era um dia de chuva e a
mulher disse:
- Começamos então por aqui. Esta é a sala.
Era alta a mulher, digamos um pouco mais alta do que tu. De cima a baixo direita, vestida
de escuro. E as mãos dadas à frente, com severidade. Equilibrava-me ainda mal nas canadianas,
equilibrava-me mal em mim.
- Esta é a sala.
Não havia tempo de a ver bem, mas eu olhei-a e foi como se a visse bem. Havia um círculo
de gente a toda a roda das paredes - vês? Disse a Márcia, companhias não te faltam. Havia
gente a toda a volta, mulheres, poucos homens. Sentavam-se em cadeiras baixas, cadeiras de
rodas, estavam todos muito sossegados, metidos para dentro.
- E vamos então agora ver o quarto, disse a mulher.
Mas eu atrapalho-me com o estupor das canadianas, vou saindo e fico olhando uma
parada de caveiras a toda a roda da sala e um mau cheiro a corpo, cheio de pressa de
apodrecer.
No corredor, numa sala ao lado enquanto íamos passando, um homem estava na cama.
Era um corpo velho deitado. Pálido magro, uma barbicha reles no ar, lembrava-me o senhor
morto. Tinha uma grelha de tubos na cara.
- Todo este corredor até ao fundo são quartos. Ao meio do corredor é a secção dos mais
velhos e ao fundo a secção A dos externos que vêm só quase comer e dormir. Ao lado, a
cozinha, consultório e mais adiante os sanitários.
E fomos por fim ver o quarto. A Márcia olhava em volta, ao alto, a calcular o espaço,
apalpáva os colchões. Havia ao lado um guarda-fatos, a mulher abriu para lhe vermos o interior,
abriu em baixo os gavetões, mas eu fui até à janela. Não era comigo o problema, o meu destino
estava nas mãos da Márcia que o negociava com a mulher, eu olhava apenas a chuva lá fora.
- Ouve - disse Márcia - estive aqui a falar com a D. Felicidade e ela também acha que podes ficar
já.
- Não! - Disse eu mais depressa do que eu - Preciso primeiro de arrumar as coisas, preciso de ir.
- Mas tu não tens nada a arrumar, eu mesma trato disso. Roupas e o que quiseres, eu trato
de tudo. Escusas de vir apanhar chuva.
E então pensei em humildade que ela tinha razão. Não tenho nada de meu - Que é que eu
tenho ainda de meu? Tenho só este sacana de corpo, este estupor, estava ali comigo - Mas
estou a ser ingrato e grosseirão. Serviu-me bem toda a vida com dedicação, não me posso
queixar.
- Mas nesse caso traz-me uns livros, aquela fotografia da tua mãe que está na secretária, o
Cristo da sala, o gravador e as cassetes.
- Trago tudo. Vê se te lembras de mais alguma coisa. A questão é caber aqui, mas não é
preciso vir logo tudo de uma vez.
Fiquei sozinho a olhar pela janela, chovia, as camionetas desapareceram, o comércio já
deve ter fechado. Foi quando bateram à porta e eu não cheguei a dizer "entre" porque duas
empregadas entraram logo antes disso. Mas atrás delas estava a D. Felicidade com as mãos à
frente da sua severidade disse-me:
- As raparigas vão preparar o quarto e enquanto o preparam o Sr. Dr. vai tomar banho.
- Banho?
Não vou, por enquanto não vou. Preciso ainda de estar contigo mais um pouco. O banho.
5
5
Já lá vou, quero ir primeiro ter contigo.
- E onde é que eu hei-de ir ter contigo. Lembras-te do ginásio? Quando entrei havia uma
rapariga nas barras e tu corrias num extremo do salão, davas saltos mortais. Espera, deixa-me
ver devagar. Dás uns passos, bates uma palmada no chão e sobes alto e lá no ar dás uma volta
sobre ti, mas antes de caíres de pé, fico a ver-te parada no ar. Corpo elástico, esguio, fico a ver-
te. Queria dizer-te como isso me maravilhou, o teu corpo poderoso feito de esplendor. Ah! Poder
falar do teu corpo. Perder o pé da realidade. Fechar à volta uma cortina para que nada de ti me
fugisse e ficar eu só diante de ti.
- E agora, enquanto as raparigas arranjam o quarto o Sr. Dr. vem tomar banho.
- Já vou, já vou. D. Felicidade espera à porta, mas ela que espere ainda, tenho tanto que te ver.
Saímos do ginásio
- Não quer tomar um café? Havia um ali perto, na praça da Republica. Chamo-me Mónica,
disseste e senti logo que o nome te ficava bem.
- E agora o Sr. Dr. vai tomar banho!
- Eu vou, eu vou. (…)”
(Virgílio Ferreira, “Em nome da Terra”)

5
6
Fig. Complexa de Rey-Osterrieth

Nome Profissão

Habilitações Idade

Data / /

Cópia Reprodução
1 1
Tempo2 2 Tempo
Percent.3 3 Percent.
Obs.4 4 Obs.
5 5
6 6
7 7
8 8
9 9
10 10
11 11
12 12
13 13
14 14
15 15
16 16
17 17
18 18
Total Total
Percentil Percentil

5
7
Perfil Individual da Escala de Weschsler

Sub - escalas verbais Sub - escalas de realização

Semelhan
Aritmétic

Vocabulá

Gravura
Informaç

Disposiçã
Código

Composi
Cubos
Compree

Objetos
Gravur
Memóri

ção de
Algaris

Compl

o de
etar
a de
nsão

ças
ão

rio
a
19 . . . . . . . . . . . 19
18 . . . . . . . . . . . 18
17 . . . . . . . . . . . 17
16 . . . . . . . . . . . 16
15 . . . . . . . . . . . 15
14 . . . . . . . . . . . 14
13 . . . . . . . . . . . 13
12 . . . . . . . . . . . 12
11 . . . . . . . . . . . 11
10 . . . . . . . . . . . 10
9 . . . . . . . . . . . 9
8 . . . . . . . . . . . 8
7 . . . . . . . . . . . 7
6 . . . . . . . . . . . 6
5 . . . . . . . . . . . 5
4 . . . . . . . . . . . 4
3 . . . . . . . . . . . 3
2 . . . . . . . . . . . 2
1 . . . . . . . . . . . 1
0 . . . . . . . . . . . 0
Compreensão das responsabilidades

Capacidade de antecipação -
Atenção - Memória Imediata

Memória e Atenção Visual

Organização temporal
Memória remota

Capacidade de abstração

Análise - Síntese
Concentração

Metodização
Contacto com a realidade -

Atenção
Potencial
sociais

ATENÇÃO - ORGANIZAÇÃO COORDENAÇÃO VISUO -


CONCENTRAÇÃO VISUO-MOTORA MOTORA

Cálculo do Quociente de Deterioração


Mental
Testes que se mantêm Nota Testes que não se mantêm Nota
Informação Memória de Algarismos
Vocabulário Semelhanças
Composição de Objetos Código
Completar Gravuras Cubos
Total Total

Soma de testes que se mantêm - soma de testes que não se mantêm = -


= %

Soma de testes que se mantêm

Valor Médio Quociente de Deterioração


Individual
GRAU DE DEPENDÊNCIA

Atividades Corporais Atividades Locomotoras Atividades Atividades Mentais


Sensoriais
a) Alimentação a) Transferência a) Fala a) Memória
0 = Alimenta-se 0 = Efetua-se 0 = Expressão verbal 0 = Normal
normalmente normalmente perfeita
1 = Necessita 1 = Necessita de Ajuda 1 = Dificuldade em 1 = Esquecimentos
auxílio ou parcial ou de apoio falar mais ou menos
alimentação triturada frequentes
2 = Necessita total 2 = Necessita de Ajuda 2 = Não compreensão 2 = Esquecimentos
ajuda, humana ou total ou de ou afasia muito frequentes ou
cadeira elevatória
artificial (sonda) ou amnésia
impossibilidade
b) Higiene b) Deslocação (no b) Visão (+ - b) Comportamento
domicílio ou correção)
exterior)
0 = Faz a higiene 0 = Efetua-se 0 = Normal 0 = Normal
normalmente normalmente
1 = Necessita de Ajuda 1 = Necessita de Ajuda 1 = Má 1 = Perturbações
parcial Humana ou técnica minor: Teimosia,
Lamentações,
(bengala, andarilho) Emotividade
2 = Necessita de Ajuda 2 = Necessita de cadeira 2 = Muito má ou 2 = Perturbações
total de rodas ou cegueira Major: Fuga, Agitação,
impossibilidade de desorientação
deslocação
c) Eliminação c) Espaço de vida c) Audição d) Humor
0 = Micção e Defeção 0 = Possível no exterior ou 0 = Normal 0 = Normal
normais em casa
1 = Incontinência 1 = Limitado ao domicílio 1 = Má 1 = Tristeza +-
urinária ou fecal importante ou
ocasional irritabilidade
2 = Incontinência 2 = Limitado à Cama 2 = Muito má ou 2 = Apatia (sem
permanente (algália ou surdez energia) ou
doente ostomizado) agressividade
Sub – total Sub – total Sub – total Sub – total
Pontuação 0 Nulo
1a7 Ligeiro
8 a 14 Moderado
15 a 19 Severo
Data 20 a 24 Muito Severo / /

Diagrama Marcar os pontos obtidos no item correspondente e fazer a ligação entre os diferentes pontos.
Memória

Audição
Espaç
o de
Vida
Visão

Fala

7
2
t
C o
Alimentação
o
m
po
rta Humor
m
en
Higiene

Deslocação
Eliminação

Transferência

Questionário MMSE

7
3
Idade: Tempo em Lar: Data / /

1.ORIENTAÇÃO 2. RETENÇÃO
Em que ano estamos
Em que mês estamos Vou dizer três palavras, queria que
Em que dia do mês
estamos as repetisse, mas só depois de eu
as dizer todas, procure ficar
Em que dia da semana a sabê-las de cor.
estamos
Em que estação do ano
estamos em que país Pera
estamos
Em que distrito vive Gato
Em que terra vive Bola
Em que casa estamos
Em que andar estamos

Nota:
Nota:

3. ATENÇÃO E CÁLCULO 4. EVOCAÇÃO


Agora peço-lhe que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número
Vejaencontrado
se consegue
voltar
dizer
a tirar
as três
3 e palavras
repete até
que
euhá
mandar
poucoparar.
pedi para decorar.

27 24 21 18 15 Pera
Gato
Nota: Bola
Nota:

5. LINGUAGEM 6. HABILIDADE CONSTRUTIVA


a)Como se chama isto: Relógio Copie este desenho.
Lápis

Nota:

Repita a frase que vou dizer.


“O RATO ROEU A ROLHA” Nota:

Quando lhe der esta folha de papel peque nela com a mão direita dobre-a ao meio e ponha-a na mesa.
Pega com a mão direita
Dobra ao meio
Coloca onde deve

Nota:
Cópia:
Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz..
- Fechou os olhos

Nota:

e) Escreva uma frase inteira aqui.


Nota:

7
Nota:
4
Escala de Solidão da UCLA

Adaptação Portuguesa

Nome: Idade:

Sexo: Est. Civil: Data: / /

Algumas Muitas
Nun Rarame Vezes Vezes
ca nte

1 Sinto-me em sintonia com as pessoas que 1 2 3 4


estão
à minha volta (*)

2. Sinto falta de camaradagem 1 2 3 4


3. Não há ninguém a quem possa recorrer 1 2 3 4
4. Sinto que faço parte de um grupo de 1 2 3 4
amigos (*)
5. Tenho muito em comum com as pessoas 1 2 3 4
que me
rodeiam (*)

6. Já não sinto mais intimidade com ninguém 1 2 3 4


7. Os meus interesses e ideias não são 1 2 3 4
partilhados
por aqueles que me rodeiam.

8. Sou uma pessoa voltada para fora. (*) 1 2 3 4


9. Há pessoas a quem me sinto chegado (*) 1 2 3 4
10. Sinto-me excluído. 1 2 3 4
11. Ninguém me conhece realmente bem. 1 2 3 4
12. Sinto-me isolado dos outros. 1 2 3 4
13. Consigo encontrar camaradagem quando 1 2 3 4
quero (*)

14. Há pessoas que me compreendem 1 2 3 4


realmente (*)
15. Sou infeliz por ser retraído 1 2 3 4
16. As pessoas estão à minha volta mas não 1 2 3 4
estão
comigo
1 2 3 4
17. Há pessoas com quem consigo falar (*)
1 2 3 4
18. Há pessoas a quem posso recorrer (*)

Score total | |

7
5
Nota: O Score total é a soma dos 18 itens

7
6
GRELHA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
Ministério da Saúde -Direção Geral dos Cuidados de Saúde Primários Circular informativa
n"I/CSlfDASfDGCSP, de 13 -01 -93

PARA CÁLCULO DO ÍNDICE QVI

I. INTRODUÇÃO
Para melhorar a qualidade de vida do idoso justifica-se a existência de instrumento de avaliação.
A senescência, ou processo de envelhecimento, implica, à medida que o tempo passa, a perda
de adaptabilidade do organismo e a consequente diminuição das capacidades para fazer, ter e
conseguir.
No entanto, a pessoa idosa pode ter qualidade de vida e tanto maior, quanto mais o fizer, e
conseguir se aproxima, com ou sem ajuda, do fazer, ter e conseguir da mesma pessoa no pleno
uso das suas capacidades.
1.1. A qualidade de vida do idoso pode ser medida através do índice de Qualidade de Vida do
Idoso Obtido a partir da aplicação de uma grelha de avaliação baseada em sete componentes
básicos da vida adulta.
Este índice oscila entre os valores 3 e 50, considerando existir qualidade de vida a valores iguais
ou maiores a 23.

2. OBJECTIVOS
Esta grelha destina-se a:
2.1. Servir como orientação técnica do modelo de abordagem; 2.2. Permitir fazer um diagnóstico
inicial da situação do idoso;
2.3. Possibilitar a identificação imediata das prioridades de intervenção;
2.4. Permitir, através da sua aplicação regular, monitorizar a situação de cada indivíduo e avaliar
os resultados da intervenção;
2.5. Permitir fazer um diagnóstico global da situação de uma população idosa, monitorizar os
resultados das intervenções e ainda comparar os vários modelos de intervenção.

3. NORMAS DE PREENCHIMENTO

3.1. Deve ser preenchida tendo obrigatoriamente em conta as definições de conceitos inseri das
no verso;
3.2. Os componentes 1,2 e 3 resultam da observação direta do técnico;
3.3 , Os componentes 4, 5, 6 e 7 resultam da informação prestada pelo idoso ou, no seu
impedimento por quem de perto lida com ele;
3.4 , Cada um dos componentes é de resposta única (Exceção para o nº 4 que admite uma
resposta suplementar quando se verifique a existência de atividade ocupacional remunerada);
3.5. Para obter o valor do Índice QVI soma-se a pontuação da resposta assinalada em cada um
dos componentes.

7
7
GRELHA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
(para cálculo do Índice QVI)

1. ISOLAMENTO/COMUNICAÇÃO AFECTIVA E SOCIAL


 Sem comunicação O
 Comunicação centrada no domicílio 2
 Comunicação centrada na envolvente habitacional 5
 Comunicação alargada ao mundo exterior 7

2. MOBILIDADE
 Sem mobilidade 0
 Mobilidade com ajuda de outros 2
 Mobilidade através de ajudas técnicas 4
 Mobilidade sem ajuda 7

3. ACTIVIDADES DA VIDA DIÁRIA

 Sem atividades 0
 Atividades com ajuda de outros 2
 Atividades através de ajudas técnicas 5
 Atividades sem ajuda 7

4. ACTIVIDADE OCUPACIONAL
 Sem atividade 1
 Com atividade esporádica 4
 Com atividade regular 6
 Atividade ocupacional remunerada 1

5. ACTIVIDADE LÚDICA
 Sem atividade 0
 Com atividade regular 5
 Com atividade que dê resposta aos seus anseios 7

6. RELAÇÃO FAMILIAR
 Sem relação familiar 1
 Com participação familiar 4
 Com integração familiar funcional 8

7. RECURSOS ECONÓMICOS
 Insuficientes 1
 Suficientes para as necessidades básicas 4
 Para além das necessidades básicas 7

Para obter o valor do Índice QVI soma-se a pontuação da resposta assinalada em


cada um dos componentes. Este índice oscila entre os valores 3 e 50,
considerando existir qualidade de vida a valores iguais ou maiores a 23.

7
8
TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO - CDT

Pedir ao paciente que desenhe um relógio, e que o faça nas seguintes fases:

 "Desenhe primeiro o círculo, redondo e grande"


 "Agora coloque dentro dela os números correspondentes às horas do relógio,
cada um no seu lugar "
 "Desenhe agora os ponteiros do relógio, marcando onze e dez"

A pontuação atribui-se do seguinte modo:

 Se coloca o número 12 corretamente, 3 pontos


 Os 12 números corretamente colocados 2 pontos
 Desenho correto dos ponteiros 2 pontos
 Marca a hora exata 2 pontos

O resultado considera-se normal se o paciente obtém um mínimo de 7 pontos

7
9
Teste de Declínio Cognitivo De 6 Itens – adaptação
(Apóstolo e Paiva, 2012)

(Six Item Cognitive Impairment Test (6CIT) 6CIT - Kingshill Version 2000)

Correto 0
1. Em que ano estamos? pontos
Incorreto 4 pontos
Correto 0 pontos
2. Em que mês estamos? Incorreto 3 pontos

Peça à pessoa que memorize uma frase com um endereço de


5 componentes.

Ex: Abel, Silva, nº 42, Rua da Sofia, Coimbra.

Correto 0
3. Que horas são (aproximadamente)? (a pessoa não pode
pontos
ver as horas num relógio) - margem de erro de 1 hora)
Incorreto 3 pontos
Correto 0
pontos Um erro 2
4. Conte na ordem inversa de 20 para 1. pontos Mais do que
um erro 4 pontos
Correto 0
pontos Um erro 2
5. Diga os meses do ano na ordem inversa. pontos Mais do que
um erro 4
pontos
Correto 0
pontos
1 erro 2
6. Repita a frase com o endereço. pontos
2 erros 4
pontos
3 erros 6
pontos
4 erros 8
pontos Tudo
errado 10 pontos

8
0
EUROTEST

Vou observar como está a sua memória.


Sabe quantas moedas existem atualmente? Pergunto-lhe só as moedas, não
as notas.
Cêntimos 1 2 5 10 20 50 Euros 1 2
Outros (especificar): Total
corretas: Intrusões:
Sabe quantas notas existem atualmente?
Euros 5 10 20 50 100 200 500
Outros (especificar): Total corretas: Intrusões:
Colocar em frente ao sujeito as seguintes moedas
(2 de 1 euro, 1 de 50 cêntimos,, 3 de 20 cêntimos e 5 de 10 cêntimos)
Quantas moedas estão aqui?
(11)
Correto: Correto 2ª tentativa: Incorreto:
Troque esta moeda por outras mais pequenas. (retirar as duas moedas de 1
euro, e mostrar-lhe uma delas)
Correto: Correto à 2ª tentativa: Incorreto:
Quanto dinheiro está aqui no total? (todas as moedas – 3,60€)
Correto: Correto à 2ª tentativa:
Incorreto:
Por favor divida as moedas em dois montes com a mesma quantia (1,80€
em cada) Correto: Correto à 2ª
tentativa: Incorreto:
Por favor divida agora as moedas em três montes com a mesma quantia
(1,20€ em cada)
Correto: Correto à 2ª tentativa: Incorreto
Retirar e Guardar as moedas
Quero que diga todos os nomes de animais que lhe ocorram, sejam da terra,
do mar, do ar, do campo, ou de casa; todos os que lhe ocorram (1 minuto
para a tarefa)
Para acabar, quero que faça um esforço e tente recordar.
Quantas moedas tínhamos aqui antes (11)
Correto: Incorreto:
Quanto dinheiro totalizava (3,60€)
Correto: Incorreto:
Lembra-se que moedas havia exatamente?
5 de 10 Cêntimos 1 Cêntimo
3 de 20 Cêntimos 2 Cêntimos
1 de 50 Cêntimos 5 Cêntimos
2 de 1 Euro 2 euros
Total Certas: total incorretas:
Pontuação total

8
1
CORRECÇÃO / Instruções

 Assinalar 1 ponto por cada item correto e 0 por cada item incorreto.

 Nos itens de fluidez de moedas ou notas, dar 1 ponto por cada um recordado
corretamente e retire 1 ponto por cada intrusão. Considerar como certo o valor
mínimo possível para o total destes itens, ainda que existam mais intrusões que
respostas certas.

 Nos itens de cálculo, há diferentes alternativas corretas; consideram-se todas


válidas. Dar 2 pontos por cada item no caso de uma contestação válida. Se for
errada, referir isso ao sujeito e dar-lhe segunda oportunidade, e no caso de acertar à
2ª tentativa, dar 1 ponto. Se demora mais de 1 minuto, passar ao item seguinte.

 O teste de fluência de animais, não é pontuável, para o Euroteste, dado que se trata
de uma tarefa de distração.

 Na tarefa de recordação, ser flexível com a ordem dos itens. Pode ser aconselhável
começar pelo último. Associe as intrusões ao total de respostas certas, pelo que
considere certo como valor mínimo.

 Anote no quadro da direita de cada item o resultado e some finalmente essa coluna
para obter a pontuação total.

Trata-se de um teste de criado, para deteção de possíveis casos de demência. De modo


algum se pode diagnosticar uma demência com a realização deste teste. E especialmente
útil para sujeitos com baixo nível cultural e educativo, já que a sua pontuação não é
afetada por esse fator.

O valor fronteira está estabelecido em 23 (menor ou igual a 23) sobre uma pontuação
máxima possível de 35. Está desenhado para países em que a moeda em circulação seja o
Euro (€), ainda que possa adaptar-se facilmente a outras moedas. Antes da sua aplicação
deve-se assegurar que a não sofre de déficits sensoriais visuais nem auditivos ou neste
caso que disponha de próteses correspondentes.

O Euroteste (para o qual existe um vasto projeto de validação aberto em


http://infodoctor.org/eurotest/presentacion.htm) requer como tempo de aplicação de cerca
de 7 minutos.

8
2
Teste Mental Abreviado (Abbreviated Mental Test Score)

1 ponto por cada questão


1. Idade (O sujeito deve dizer a sua idade)
2. Hora atual? (Deve dizer a hora atual)
3. Uma morada? (Deve dizer uma morada e deve ser repetida pelo paciente no
final do teste)
4. Ano em que estamos
5. Nome do Lar, Hospital, Centro, ou local onde vive?
6. Reconhecimento de duas pessoas (Médico, enfermeiro, ajudante de Lar, apoio,
etc.)
7. Data de nascimento
8. Ano em que começou a 1ª Guerra Mundial
9. Nome do atual presidente
10. Contar para trás de 20 até 1

Total

Um resultado inferior a 6 é sugestivo de demência.

8
3
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage
Versão Reduzida

Item Pergunta a Realizar 1 Ponto se


responde:

1 Está basicamente satisfeito com a sua vida? Não

2 Nos últimos tempos deixou de realizar muitas das suas Sim


atividades e passatempos

3 Sente que a sua vida está vazia Sim

4 Encontra-se muitas vezes aborrecido? Sim

5 Sente-se alegre e otimista com bom ânimo a maior parte Não


do tempo?

6 Tem medo que se vai passar algo de mal? Sim

7 Sente-se feliz e contente a maior parte do tempo? Não

8 Sente-se muitas vezes sem apoio e indeciso? Sim

9 Prefere estar em casa, do que sair e fazer coisas novas? Sim

10 Acha que tem mais problemas de memória do que as Sim


outras pessoas?

11 Acredita que é agradável estar vivo? Não

12 É difícil empreender novos projetos? Sim

13 Sente-se cheio de energia? Não

14 Sente que a sua situação é angustiante e desesperada? Sim

15 Acredita que a maioria das pessoas se encontra em Sim


melhor situação económica que você?

Pontuação: 0 – 5: Normal
6 – 9: Depressão Leve
> 10: Depressão Instalada

8
4
Avaliação das atividades da vida diária -
Índice de Katz

A - Índice de atividades rotineiras do paciente


Tentar obter essas informações com o paciente, caso seja possível

1. Tomar banho (esponja, chuveiro ou banheira):


(I) Não precisa de ajuda.
(A) Precisa de ajuda para lavar apenas uma parte do corpo (costas ou pernas).
(D) Precisa de ajuda para higiene completa (ou não toma banho).
2. Vestir-se:
(I) Pega as roupas e veste-se sem nenhuma ajuda.
(A) Pega as roupas e veste-se sem ajuda, com exceção de amarrar os sapatos.
(D) Precisa de ajuda para pegar as roupas ou para se vestir, ou fica parcial ou
completamente não vestido.
3. Ir ao banheiro:
(I) Vai ao banheiro, faz a higiene, e se veste sem ajuda (mesmo usando um objeto para
suporte como bengala, andador, cadeira de rodas, e pode usar urinol à noite, esvaziando
este de manhã).
(A) Recebe ajuda para ir ao banheiro, ou para fazer a higiene, ou para se vestir depois de
usar o banheiro, ou para uso do urinol a noite.
(D) Não vai ao banheiro para fazer suas necessidades.
4. Locomoção:
(I) Entra e sai da cama, assim como da cadeira, sem ajuda (pode estar usando objeto para
suporte, como bengala ou andarilho).
(A) Entra e sai da cama ou da cadeira com ajuda.
(D) Não sai da cama.
5. Continência:
(I) Controla a urina e movimentos do intestino completamente por si próprio.
(A) Tem acidentes ocasionais.
(D) Supervisão ajuda a manter controle de urina ou intestino, cateter é usado, ou é incontinente.
6. Alimentação:
(I) Alimenta-se sem ajuda.
(A) Alimenta-se, com exceção no caso de cortar carne ou passar manteiga no pão.
(D) Recebe ajuda para se alimentar ou é alimentado parcial ou completamente por meio de
tubos ou fluidos intravenosos.

Quando o paciente não souber informar, favor anotar que a informação não foi dada por ele.

8
5
B - Sobre o paciente — Atividades instrumentais da vida diária
As alternativas devem ser escolhidas em relação aos últimos 30 dias)

1. Telefone:
(I) capaz de olhar os números, discar, receber e fazer chamadas sem ajuda.
(A) É capaz de receber chamadas ou ligar para a telefonista em uma emergência, mas
necessita de um telefone especial ou ajuda para pegar o número ou discar.
(D) É incapaz de usar o telefone (escreva _ não se aplica _ se o paciente nunca recebeu
uma chamada ou usou o telefone).
2. Locomoção fora de casa:
(I) É capaz de dirigir seu próprio carro ou andar em um ônibus ou de táxi sozinho.
(A) É capaz de se locomover fora de casa, mas não sozinho.
(D) É incapaz de se locomover fora de casa.
3. Compras:
(I) É capaz de tomar conta de todas as compras, desde que o transporte seja providenciado.
(A) É capaz de fazer compras mas não sozinho.
(D) É incapaz de fazer compras.
4. Preparar a comida:
(I) É capaz de planejar e preparar uma refeição completa.
(A) É capaz de preparar pratos simples, mas incapaz de cozinhar uma refeição completa sozinho.
(D) Incapaz de preparar qualquer comida. (Se o paciente nunca foi responsável por
preparar uma refeição, pergunte algo como fazer sanduíche, pegar uma fruta para comer,
etc. Verificar se essas atividades diminuíram e marcar da mesma forma.)
5. Trabalho doméstico:
(I) é capaz de fazer o trabalho doméstico pesado (exemplo: limpar o chão).
(A) É capaz de fazer o trabalho doméstico leve, mas precisa de ajuda nas tarefas pesadas.
(D) É incapaz de fazer qualquer trabalho doméstico.
6. Medicação:
(I) É capaz de tomar as medicações na dose e hora certa.
(A) É capaz de tomar as medicações, mas precisa ser lembrado ou alguém precisa
preparar a medicação.
(D) É incapaz de tomar sozinho suas medicações.
7. Dinheiro:
(I) É capaz de fazer as compras de coisas necessárias, preencher cheques e pagar contas.
(A) É capaz de fazer as compras de uso diário, mas necessita de ajuda com o talão de
cheques e para pagar as contas.
(D) É incapaz de lidar com dinheiro.

Abreviações: I = independente, A = assistência, D = dependente.

Fonte: Gallo et al., 1995 (tradução para o português de Márcia Scazufca)


8
6
ESCALA DE LAWTON & BRODY

Nome:
Local: Data:

1- Utilização do telefone 5- Lavagem da roupa


(1) Utiliza o telefone por iniciativa própria (1) Lava sozinho toda a sua roupa
(1) É capaz de marcar bem alguns números (1) Lava sozinho pequenas peças de roupa
familiares (0) A lavagem da roupa tem de ser feita por
(1) É capaz de pedir para telefonar, mas terceiros
não é
capaz de marcar 6- Utilização de meios de transporte
(0) Não é capaz de usar o telefone
(1) Viaja sozinho em transporte público ou
conduz o seu próprio carro
2- Fazer compras
(1) É capaz de apanhar um táxi, mas não usa
(1) Realiza todas as compras necessárias outro transporte
Independentemente (1) Viaja em transportes públicos quando vai
(0) Realiza independentemente pequenas acompanhado
Compras (0) Só utiliza o táxi ou o automóvel com ajuda
(0) Necessita de ir acompanhado para fazer de terceiros
qualquer compra (0) Não viaja
(0) É totalmente incapaz de comprar
7- Manejo da medicação
3- Preparação das refeições (1) É capaz de tomar a medicação à hora e
(1) Organiza, prepara e serve as refeições dose corretas
sozinho e adequadamente (0) Toma a medicação se a dose é preparada
(0) Prepara adequadamente as refeições se previamente
se (0) Não é capaz de administrar a sua
fornecem os alimentos Medicação
(0) Prepara, aquece e serve as refeições,
mas 8- Responsabilidade de assuntos
não segue uma dieta adequada Financeiros
(0) Necessita que lhe preparem e sirvam as
Refeições (1) Encarrega-se de assuntos financeiros
sozinho
4- Tarefas domésticas (1) Realiza as compras diárias, mas necessita
de
(1) Mantém a casa sozinho ou com ajuda ajuda em grandes compras e no banco
ocasional (trabalhos pesados) (0) Incapaz de manusear o dinheiro
(1) Realiza tarefas ligeiras, como lavar
pratos ou fazer a cama
(1) Realiza tarefas ligeiras, mas não pode
manter um nível adequado de limpeza
(0) Necessita de ajuda em todas as tarefas
domésticas
(0) Não participa em nenhuma tarefa
doméstica

Preenchido por:

8
7
Avaliação do comportamento (BEHAVE - AD)

A - Ideação paranoide e delirante

1 - Ideia de que "há gente roubando

coisas": 0 Ausente
1 Ideia de que há gente escondendo coisas
2 Ideia de que pessoas estão entrando em casa e que estão escondendo
ou roubando coisas 3 Conversação com pessoas que estão entrando em
casa (fala e ouve)

2 - Ideia de que a "residência não é

seu lar": 0 Ausente


1 Convicção de que a casa onde mora não é seu lar (exemplo: fazer malas para voltar
para casa; estando em casa, faz queixas do tipo "leve-me para casa")
2 Tentativa de sair do domicílio para "ir
para casa" 3 Reação violenta quando se
tenta impedir sua saída

3 - Ideia de que o cônjuge ou outro acompanhante "é

um impostor": 0 Ausente
1 Convicção de que o cônjuge (ou qualquer outro acompanhante)
é um impostor 2 Raiva do cônjuge (ou do acompanhante) por
considerá-lo um impostor
3 Violência contra o cônjuge (ou acompanhante) por ser

um impostor 4 - Ideia de abandono:

0 Ausente
1 Suspeita de que o acompanhante está tramando abandoná-lo ou colocá-lo sob
os cuidados de uma instituição
2 Acusação de uma conspiração de abandono ou
institucionalização 3 Acusação de próximo ou imediato
abandono ou institucionalização

5 - Ideia de deslealdade:

0 Ausente
1 Convicção de que cônjuge e/ou filhos e/ou
acompanhantes são desleais 2 Raiva do cônjuge ou
qualquer outro por sua suposta deslealdade
3 Violência contra o cônjuge, parente ou acompanhante por sua

suposta deslealdade 6 - Suspeição/paranoia (de tipos diversos dos já

mencionados):

0 Ausente
1 Suspeitoso (exemplo: esconde objetos que depois é incapaz de encontrar)
2 Paranoide (exemplo: firme convicção a respeito de suas e/ou demonstração de cólera
como resultados dela) 3 Violência como resultado das suspeitas

Descrição:
8
8
7 - Ideias delirantes (outras além das mencionadas):

0 Ausentes
1 Ideias delirantes que pouco alteram o comportamento
2 Manifestações verbais ou emocionais como resultado de suas ideias
3 Manifestações físicas ou violência como resultado de suas

ideias delirantes Descrição:

8
9
B - Alucinações:

8 - Alucinações visuais:

0 Ausentes
1 Vagas, não claramente definidas
2 Alucinações claramente definidas de objetos ou pessoas (exemplo: vê
outras pessoas à mesa) 3 Manifestações físicas ou verbais ou reações
emocionais em relação às alucinações

9 - Alucinações auditivas:

0 Ausentes
1 Vagas, não claramente definidas
2 Alucinações de palavras ou frases claramente definidas
3 Manifestações verbais ou físicas ou reações emocionais com

relação às alucinações 10 - Alucinações olfativas:

0 Ausentes
1 Vagas, não claramente
definidas 2 Claramente
definidas
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais em

relação às alucinações 11 - Alucinações tácteis:

0 Ausentes
1 Vagas, não claramente
definidas 2 Claramente
definidas
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais

às alucinações 12 - Outras alucinações:

0 Ausentes
1 Vagas, não claramente
definidas 2 Claramente
definidas
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais com

relação às alucinações Descrição:

C - Distúrbios da atividade:

13 - Perambulação, distanciamento de casa ou do acompanhante.

0 Ausente
1 Em certo grau, mas insuficiente para exigir
repressão 2 Suficiente para exigir repressão
3 Manifestações físicas ou verbais ou reações emocionais com relação às

tentativas de repressão 14 - Atividade sem objetivo:

0 Ausente

9
0
1 Atividades sem objetivo, repetitiva (exemplo: abrir e fechar a carteira, fazer e desfazer
malas, repetidamente vestir peças de roupa e as tirar, abrir e fechar gavetas, repetição
insistente de exigências ou perguntas)
2 Andar de um lado para o outro; outra atividade sem objetivo em grau suficiente
para exigir repressão 3 Escoriações ou danos físicos decorrentes da atividade sem
objetivo

15 - Atividade imprópria:

9
1
0 Ausente
1 Atividades impróprias (guardar e esconder objetos em locais inadequados, jogar
roupas no cesto de lixo ou colocar pratos vazios dentro do forno, comportamento sexual
impróprio tal como o de exibição imprópria)
2 Presente e em grau suficiente para exigir repressão
3 Manifesta cólera ou violência quando a repressão é empregue

D - Agressividade:

16 - Explosão verbal:

0 Ausente
1 Presente (inclusive acompanhada do uso de linguagem
obscena ou ofensiva) 2 Presente, acompanhada de raiva
3 Presente, acompanhada de raiva, sendo esta claramente dirigida

a outras pessoas 17 - Ameaças físicas e/ou atitudes violentas:

0 Ausentes
1 Comportamento ameaçador
2 Violência física
3 Violência física, acompanhada de

veemência 18 - Agitação (de tipo diverso dos

já mencionados):

0 Ausente
1 Presente
2 Presente com manifestações emocionais
3 Presente com manifestações emocionais e físicas

E - Distúrbios do ritmo quotidiano:

19 - Distúrbios

diurnos/noturnos: 0

Ausente
1 Acorda repetidamente durante
a noite 2 Sono noturno reduzido
em 25% a 50%
3 Ritmo quotidiano completamente perturbado (i.e., menos de 50% do período de sono ocorre à
noite)

F - Distúrbios da afetividade:

20 - Tendência ao choro:

0 Ausente
1 Presente
2 Presente e acompanhada de evidente componente emocional
3 Presente e acompanhada de evidente componente emocional e físico (exemplo: ficar
"torcendo as mãos" ou outros gestos)

21 - Estado de

9
2
depressão/outros:

0 Ausente
1 Presente (exemplo: afirmação ocasional de "eu gostaria de estar morto", sem
evidentes componentes emocionais)
2 Presente com evidentes manifestações concomitantes (exemplo: pensamentos de morte)
3 Presente com manifestações concomitantes emocionais e físicas (exemplo: atitudes suicidas)

G - Ansiedades e fobias:
22 - Ansiedade com relação a eventos próximos (síndrome de Godot)

0 Ausente
1 Presente, repetidas perguntas e/ou outras atividades relativas a compromissos
e/ou eventos próximos 2 Presente e incómoda para o acompanhante
3 Presente e intolerável para o

acompanhante 23 - Outros tipos de

ansiedade:

0 Ausente
1 Presente
2 Presente e incómoda para o
acompanhante 3 Presente e
intolerável para o acompanhante

Descrição:

24 - Medo de ficar sozinho:

0 Ausente
1 Presente e vocalizado
2 Presente, vocalizado e em grau suficiente para exigir ação específica por parte
do acompanhante 3 Presente, vocalizado e em grau suficiente para exigir
acompanhamento permanente do paciente

25 - Outras fobias:

0 Ausentes
1 Presentes
2 Presentes e em grau suficiente para exigir ação específica por parte
do acompanhante 3 Presentes, e em grau suficiente para impedir as
atividades do paciente

Descrição:

Final da parte 1 _ Total de pontos

Parte 2 — Classificação Global

Os sintomas indicados, dependendo de sua magnitude, permitem a seguinte classificação:

0 Não são absolutamente incómodos para o acompanhante ou


perigosos para o paciente 1 São apenas levemente incómodos para o
9
3
acompanhante ou perigosos para o paciente 2 São moderadamente
incómodos para o acompanhante ou perigosos para o paciente
3 São muito incómodos para o acompanhante ou perigosos para o paciente

Parte 2 - Pontuação

Fonte: Reisberg et al., 1987 (tradução para o português de Isabel M. Monteiro)

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EASY CARE
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