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1. REFERÊNCIAS TEÓRICAS
Modelos de avaliação psicológica e sua especificidade
Modelos de observação clínica e anamnese
Avaliação psicológica e diagnóstico
Referência à psicologia do desenvolvimento. Teorias, princípios e técnicas da avaliação
instrumental
Modelos teóricos de referência.
4. DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO
5. BIBLIOGRAFIA
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4. DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO - Quadros Clínicos
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✓ Défices sensoriais: visão/audição;
✓ Perturbações emocionais/relacionais;
✓ Dificuldades específicas ou instrumentais.
• Em cerca de 50% dos casos, existem múltiplos diagnósticos;
FACTORES ETIOPATOGÉNICOS
• Fatores Sociais:
✓ Sócio/culturais, ambientais, familiares;
• Perturbação do Desenvolvimento:
✓ Crianças sem patologia/imaturidade do desenvolvimento;
• Perturbações Reativas:
✓ Acontecimentos de vida, traumatismos: divórcio, separação, morte.
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PERTURBAÇÃO PSICOLÓGICA GLOBAL
✓ A. Perturbação neurótica – Inibição intelectual;
D. Perturbações afetivas
Depressão, ansiedade:
✓ Desinteresse pelas atividades;
✓ Empobrecimento das funções intelectuais;
✓ Inibição generalizada;
E. Perturbações psicóticas
• Falha básica do desenvolvimento, por vezes associada a défice cognitivo;
F. Organização deficitária
• Défices cognitivos de base orgânica, nem sempre diagnosticados.
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Descodificar o código da leitura implica:
• Reconhecimento e discriminação de símbolos gráficos (grafemas);
• Associação aos correspondentes símbolos auditivos(fonemas);
• Análise e síntese auditiva e visual dos elementos constitutivos da palavra;
• Representação fonológica – sons;
• Representação semântica e lexical – significado;
• Morfologia e sintaxe – gramática;
• Compreensão ou atribuição de significado às palavras.
DISLEXIA
• Dificuldade importante da linguagem na sua forma escrita, sem causa intelectual cultural ou
emocional direta;
• As aquisições da criança ao nível da leitura e da escrita estão muito aquém do nível
esperado, em função da idade e nível intelectual.
• Incapacidade de processar os símbolos da linguagem;
• Dificuldade na aprendizagem da leitura com repercussão na escrita.
Causas
• Congénitas:
• Neurológicas;
• Imaturidade cerebral.
Estão alteradas:
• Capacidades linguísticas associadas à escrita, em particular:
✓ A codificação visual e verbal;
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✓ Memória a curto prazo;
✓ Perceção da ordem;
✓ Sequenciação;
Leitura:
• Dificuldades na velocidade;
• Entoação;
• Precisão;
• Compreensão.
DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO:
✓ História clínica;
✓ Informação dos professores;
✓ Avaliação cognitiva global;
✓ Processamento visuo-motor e grafo-percetivo;
✓ Competências linguísticas;
✓ Avaliação do nível de leitura/escrita;
✓ Capacidade de concentração/ atenção.
IDADE PRÉ-ESCOLAR:
• Dificuldade em recordar o nome de séries (i.e. nomes de cores, de pessoas, de objetos, de
lugares);
• Confusão de vocabulário relacionado com a orientação espacial;
• Melhor capacidade de realização do que linguística;
• Dificuldade em aprender lenga-lengas ou rimas e sequências.
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DOS 6 AOS 9 ANOS:
• Dificuldade importante na aprendizagem da leitura e escrita;
• Expressão verbal pobre;
• Dificuldade em aprender palavras novas, em particular as foneticamente mais complexas;
• Tendência para escrever os números em espelho ou com direção e orientação inadequadas.
ENTRE OS 9 E OS 12 ANOS:
• Erros persistentes na leitura;
• Lacunas na compreensão escrita;
• Escrita particular: omissões de letras; alteração da ordem das letras;
• Dificuldade em copiar com cuidado;
• Dificuldade na compreensão da linguagem oral e escrita.
MAIS DE 12 ANOS:
• Tendência para a escrita descuidada, desordenada e por vezes incompreensível;
• Inconsistências gramaticais e erros ortográficos: persistência de omissões, alterações e
adições da fase anterior;
• Dificuldade em planear e redigir narrativas e realizar composições escritas.
DISORTOGRAFIA
• Manifesta-se por uma frequência elevada de erros ortográficos na escrita;
• Está quase sempre associada à dislexia embora possa surgir isolada;
• Os erros específicos mais frequentes resultam da dificuldade em diferenciar homófonos
(sem/cem), em reconhecer categorias verbais (cinto/sinto) e em compreender a estrutura da
frase;
• Como consequência a criança não consegue estruturar a linguagem escrita num texto livre.
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DISGRAFIA
• Traduz-se por uma má qualidade da escrita (ilegível ou lenta), sem problema intelectual
associado;
• Em geral está associada a organização espacial deficiente.
DISCALCULIA
• É uma perturbação da aprendizagem do cálculo;
• A criança tem dificuldade em manejar corretamente os números e em efetuar operações
aritméticas elementares.
Comorbidade:
• Com perturbações de oposição e do comportamento é de 70%;
• Com a dislexia é de 33%;
• Com a depressão de 15 a 75%;
• O risco de depressão aumenta com a idade;
• Com perturbação de ansiedade 25 a 40%.
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SINTOMAS DSM:
• Dificuldade em manter a atenção;
• Hiperatividade e impulsividade;
• Rendimento escolar baixo;
• Perturbação do comportamento.
Duas formas:
• Hiperatividade/impulsividade;
• Desatenção.
DESATENTAS:
• Dificuldades de concentração, distratibilidade com estímulos ambientais, falta de método e
de organização;
• Erros por descuido, sem atenção aos pormenores;
• Parece não ouvir;
• Não segue instruções, não termina as tarefas;
• Dificuldade em organizar tarefas ou atividades;
• Evita tarefas que requeiram concentração;
• “Perde tudo”;
• Distrai-se facilmente.
HIPERATIVAS/IMPULSIVAS:
• A hiperatividade é motora e verbal;
• A impulsividade impede a criança de esperar pela sua vez, de ouvir o final da instrução;
• Mexe pés e mãos;
• Mexe-se quando sentado;
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• Não é capaz de se manter sentado;
• Agitado, precipitado, dificuldade em esperar;
• Fala demais;
• Interrompe.
Sintomatologia variável:
• Atrasos nas aquisições psicomotoras e cognitivas, particularmente perturbações da
linguagem;
• Perturbações do comportamento: instabilidade, intolerância à frustração;
• Anomalias da relação;
• Pulsões agressivas e destrutivas expressas de forma excessiva;
• Caráter primitivo das angústias.
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HIPERATIVIDADE:
• Estudos referem uma prevalência de 5 a 10% da população escolar;
• Pequeno núcleo verdadeiramente patológico - 1%;
• Variante do normal – 4 rapazes para 1 rapariga;
• Componente genética fraca, mas que se transmite de forma forte para a geração seguinte
(B.Golse);
• Dificuldade da criança encontrar a justa distância em relação ao adulto;
• Haverá uma proto-hiperatividade antes dos 5/6 anos? i. e. perturbação do sono);
• Aos 2/3 anos, a necessidade de ter sempre alguém presente, remetendo para insuficiente
interiorização da relação poderia fazer prever futura hiperatividade.
MODELOS EPISTEMOLÓGICOS:
• Endógenos;
• Exógenos;
• Interativos.
ENDÓGENOS
• Pressupõem desordem metabólica primária, a partir da alteração metabólica da dopamina;
• As anfetaminas iriam ocupar este “buraco”;
• 2 hipóteses endógenas:
✓ Perturbação da modelação cognitiva da atenção;
✓ Hipótese genética.
EXÓGENOS:
• Pode ser desencadeada por fatores externos em crianças vulneráveis;
• Os genes da dopamina não se encontram em todas as crianças hiperativas;
• Condições externas;
• Ambientes de carência.
ABORDAGEM PSICOPATOLÓGICA:
1. Depressão materna;
2. Vinculação desorganizada e fracasso da função reflexiva;
3. Falhas de holding inicial e carências de ambiente primordial – falha de contenção psíquica;
4. Dificuldade de diferir de esperar – prevalência do pré-verbal sobre o verbal;
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5. Defesa maníaca da depressão;
6. Falha do Recalcamento;
7. Poderá haver núcleo depressivo inicial na hiperatividade, sendo neste caso a
hiperatividade uma defesa hipomaníaca;
8. Com o tratamento com anfetaminas muitas vezes surgem organizações depressivas
importantes.
OUTRAS ABORDAGENS:
1. Psicossomática – Processos autocalmantes paradoxais;
2. Perturbação Reativa - Reação crónica a traumatismo;
3. Processos pré-verbais dominam os processos verbais;
4. Dificuldade na internalização dos conflitos.
Intervenção terapêutica:
• Técnicas psicoterapêuticas individuais ou de grupo (i.e. psicodrama);
• Psicomotricidade;
• Grupos terapêuticos para os mais novos (terapias com fantoches ou outra mediação);
• Grupos de socialização;
• Associadas ou não a terapêuticas farmacológica.
❑ Na criança
• Agressividade, instabilidade, oposição.
❑ Na adolescência
• Tem sempre um significado na relação com as figuras parentais;
• Hetero-agressividade, violência, fugas, automutilação impulsiva, condutas aditivas.
• Principal referência para a consulta de saúde mental nos rapazes;
• As perturbações do comportamento são resistentes ao tratamento principalmente na
adolescência.
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Importância da identificação precoce:
As crianças são facilmente identificadas pelos comportamentos disruptivos e agressivos.
Quanto mais cedo estes comportamentos têm início, mais grave é o prognóstico.
Agressividade e os seus precursores na infância tais como o negativismo, devem ser
abordados preventivamente. As intervenções preventivas devem ser dirigidas às
características individuais e do meio;
FACTORES DE RISCO:
✓ Biológicos – dificuldades precoces, resistência ao controlo, hiperatividade, problemas
cognitivos e da compreensão da linguagem;
✓ Sociais – pobreza, étnicos;
✓ Familiares – Stress, alcoolismo, depressão, violência.
• Dificuldade dos pais lidarem com a adaptação e socialização – disciplina abusiva, crítica
excessiva;
• Problemas na relação precoce – Vinculação insegura;
• A resposta insuficiente dos pais aumenta a instabilidade e a exigência do bebé;
• Falha na mentalização conduz à falta de sentido de intencionalidade;
• A fragilidade do sentimento de si próprio como ser intencional pode conduzir a desumanizar
e agredir os outros;
4.5. DEPRESSÃO
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• Nas crianças pequenas:
✓ Desinvestimento, inibição, apatia.
Na idade escolar:
• Inibição grave, particularmente para a aprendizagem;
• Manifestações afetivas:
1. Tristeza, desinteresse, euforia/defesa maníaca;
2. Inibição:
✓ Lentificação motora, pobreza do jogo simbólico e do desenho;
3. Sentimentos de inferioridade:
✓ Incapacidade, desvalorização;
✓ Sentimentos de omnipotência;
Alteração do comportamento:
• Isolamento, fadiga, dificuldades escolares, insónia, enurese, queixas somáticas (cefaleias,
dores abdominais), agressividade, instabilidade;
• Em geral estes sintomas não são permanentes, a criança continua a brincar em alguns
momentos do dia;
• Sentimentos de incapacidade e desvalorização (não sei, não consigo).
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❑ Carência relacional e afetiva.
O diagnóstico deve ser feito não a partir de uma lista de sintomas, mas pela avaliação do
funcionamento global da criança:
• Patologias da personalidade:
✓ Perturbações da personalidade e/ou do comportamento numa desarmonia evolutiva que
reúne os diferentes estados limite (borderline);
• Perturbações do comportamento.
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4.6.1. Desarmonia Evolutiva
Perturbação complexa com início precoce
• Perturbação da personalidade
✓ Desarmonia do desenvolvimento;
✓ Perturbação das funções cognitivas;
✓ Perturbação das funções instrumentais;
✓ Dificuldades nas funções de simbolização, ligação e fantasia;
✓ Adaptação superficial;
✓ Atividade psíquica estereotipada e desvitalizada;
✓ Indisponibilidade permanente para a vida psíquica.
Estado-limite
• É um modo de organização psíquica da criança que se encontra entre as organizações para-
depressivas e os funcionamentos psicóticos quando o funcionamento neurótico não chega
a estabelecer-se.
• A expressão sintomática inclui:
✓ a perturbação grave da identidade;
✓ o uso de mecanismos de defesa primitivos de tipo psicótico;
✓ perturbação da simbolização.
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❑ Entre os 4 e os 6 anos
• Hipomania com hiperatividade;
• Instabilidade;
• Tendência para a euforia e para a familiaridade;
• Ideias grandiosas mal organizadas;
• Perturbação da simbolização.
❑ Idade escolar
• Forma hipomaníaca, que se traduz por problemas de comportamento e escolares;
• Também manifestações depressivas graves que se manifestam por inibição.
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❑ PSICOPATOLOGIA
• As diferentes formas clínicas de psicose infantil resultam da preponderância no
funcionamento psíquico, de mecanismos identificados no autismo;
✓ identificação adesiva, desmantelamento, fragmentação;
✓ mecanismos descritos pelos autores kleinianos;
✓ clivagem;
identificação projetiva.
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❑ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS.
Pelo menos dois dos seguintes:
1.Dificuldade em usar adequadamente o contacto visual, expressões faciais, gestos e
postura corporal, nas interações sociais;
2. Incapacidade para estabelecer relações apropriadas com outros da mesma idade;
3.Aparente falta de desejo espontâneo de partilhar interesses, atividades ou jogos, com os
outros;
4. Falta de reciprocidade social e emocional.
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Especifique gravidade corrente: Gravidade é baseada nas alterações da comunicação
social e padrões restritivos e repetitivos de comportamento.
C. Os sintomas devem estar presentes na primeira infância (podendo não ser evidentes
até que as exigências sociais excedam as capacidades do sujeito, ou podem ser disfarçadas
através de estratégias aprendidas mais tarde na vida).
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Perturbação intelectual e Perturbação do Espectro do Autismo coocorrem frequentemente;
para existir comorbilidade de diagnósticos (perturbação do espectro do autismo e
perturbação do desenvolvimento intelectual), a comunicação social deve estar abaixo do
esperado para o nível de desenvolvimento geral.
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5. BIBLIOGRAFIA
OBRAS GERAIS
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PRIMEIRA INFÂNCIA
- L`ÊTRE BÉBÉ - B. Golse, Ed. Le Fil Rouge, Puf Paris, Tradução portuguesa Climepsi;
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
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