Bernoulli Resolve

Língua
Portuguesa
6V Volume 3
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 Módulo A
Sumário - Língua Portuguesa 07 3 Estrutura do texto dissertativo-argumentativo

08 5 Estratégias argumentativas

09 7 Argumentação e contra-argumentação

Módulo B
07 9 Funções da Linguagem

08 11 Elementos da prosa

09 13 Romantismo

Módulo C
07 15 Termos ligados ao verbo

08 16 Termos ligados ao nome

09 18 Concordância nominal
COMENTÁRIO
E RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
MÓDULO – A 07
Estrutura do texto
dissertativo-argumentativo
Exercícios de Fixação
Questão 01
Comentário: O aluno deve atentar-se para a natureza
textual indicada no comando: discurso de apresentação oral.
Isso significa uma estrutura dissertativo-argumentativa,
articulada, sobretudo, por meio de uma estrutura interlocutiva
(dialogada). Nesse caso, o esperado é que o aluno direcione
o texto a colegas e a professores, visando a apresentar a
palestrante e os objetivos essenciais da palestra, alvo da
comunicação. O vocativo recomendável para tal situação
poderia ser “prezada comunidade escolar”, “prezados
professores e alunos da escola X”, etc. Além do delineamento
dessa estrutura interlocutiva no vocativo, o aluno deve
atentar-se para a sua manutenção em todo o texto. É
dispensável o uso de título e a apresentação de local e data
(este último, imprescindível em uma carta), uma vez que o
texto é o suporte para uma apresentação oral.
A partir dessa abordagem inicial, o aluno deve organizar
seu raciocínio conforme os itens listados na questão, a
saber:
A) Um diagnóstico com três problemas do ensino de ciências
em sua escola. O desejável para uma boa estruturação
do conteúdo nesse item seria que o aluno inferisse as
falhas do ensino nas respostas dadas pela entrevistada.
Isso permitiria um enfoque mais analítico e não ficcional
(ou seja, o aluno não deveria inventar problemas, mas
detectá-los na fala da especialista).
Problemas sugeridos pela entrevistada:
• Uso inadequado de tecnologias no ensino. Geralmente,
a escola não propicia a interação entre o uso do equipamento
técnico – como o microscópio – e o procedimento científico
– elaboração eficiente de conclusões, refutação de itens
hipotéticos, levantamento de novas hipóteses, etc.
• Falta de interatividade nas aulas de ciências. Geralmente,
o excesso de formalismo (conteudismo) impede a
consolidação de mecanismos necessários à prática
científica, como a curiosidade.
• Resistência, ou mesmo inabilidade, do profissional no
manuseio de tecnologias, como a Internet.
• Esquecimento da história da ciência (aspecto enfatizado
pela entrevistada). A falta de diálogo com a história torna
o ensino da ciência lacunar / fragmentado.
• Pouco exercício do método científico. O ensino da
ciência precisa levar em conta que a controvérsia /
refutabilidade faz parte do modo de consolidação de
qualquer abordagem científica.
B) Justificar a presença da entrevistada. Seria interessante
que a construção desse item se desse na abertura do texto
e não no final. No entanto, a ordem dessas informações
não afeta, necessariamente, a qualidade do conteúdo
elaborado pelo aluno. É importante que se leve em
consideração o perfil acadêmico (bióloga) e altamente
interativo na formação da entrevistada: vivência como
divulgadora do conhecimento científico em diferentes
veículos, a se ressaltar a participação da renomada revista
Ciência Hoje, além de publicações e participações em
domínios virtuais, popularizados na Internet.
É desejável que o aluno crie um discurso de identificação /
sintonia com as falas da entrevistada, visando a apontar
expectativas de mudanças no cenário de ensino de ciências
que sedia o evento.
Questão 02
Comentário: A proposta de redação apresenta um tema
objetivo: a divulgação do conhecimento como meio de
transformação social. Além da orientação do tema, o
comando propõe uma finalidade de abordagem relacionada
ao desenvolvimento de um raciocínio sobre as transformações
sociais ocorridas a partir do investimento em educação. Para
o desenvolvimento do texto, o aluno pode explorar o fato de o
conhecimento ser um processo de transformação e a educação,
uma forma de promovê-lo. Dessa maneira, o aluno pode propor
um raciocínio baseado em argumentos que demonstrem as
diferentes formas de intervenção do homem por meio do
conhecimento. Por exemplo, pode citar: intervenção do homem
na natureza (descoberta, uso e exploração dos recursos
naturais); nas relações humanas (evolução de relações sociais,
políticas, éticas, etc.); na construção do próprio conhecimento
(como no desenvolvimento das Ciências Naturais, das Exatas
e das Humanas). A partir de um panorama que demonstre
essas diferentes formas de intervenção e progresso por meio
do conhecimento, o aluno pode justificar a necessidade de se
investir em educação, visando à obtenção de um quadro de
desenvolvimento da sociedade em diferentes contextos e áreas.
Quanto à estrutura, o aluno deve compor um texto dissertativo-
argumentativo padrão, o que pressupõe:
• introdução com a apresentação clara do tema e de uma
tese de raciocínio;
• processo de fundamentação desse raciocínio baseado
em estratégias argumentativas, como: exemplificação,
contextualização, histórico, comparação, uso de fatos,
contraste, etc.;
LÍNGUA PORTUGUESA
• conclusão do raciocínio por meio de uma retomada da tese
e / ou de uma reflexão crítica sobre o tema proposto. A
partir do comando dado, é desejável uma sugestão de
formas de investimento na educação como um processo
de transformação social (a educação como uma forma de
ascensão cultural, social e, sobretudo, intelectual).
Orientações gerais:
• O texto deve ser produzido de acordo com as normas
gramaticais;
• O aluno deve atribuir um título à sua produção.
Editora Bernoulli
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 Questão 03
Comentário:
A) O euro e a bitcoin extrapolam a ideia de que uma moeda
representa uma nação porque o euro cobre uma zona
integrada por dezessete nações europeias e a bitcoin
não tem uma zona de abrangência delimitada. A bitcoin
é aceita por estabelecimentos comerciais localizados em
diferentes partes do mundo e não está vinculada a uma
nação ou a um grupo de nações.
B) O aluno pode escolher entre os seguintes trechos:
“Alguém que queira se hospedar no Villa Sart, um pequeno
hotel na cidade de Danzig, às margens do mar Báltico, na
Polônia, pode fazer a reserva de um quarto duplo por 95
euros por noite. Se preferir, o visitante pode se instalar
no mesmo cômodo pagando com seis unidades de outra
moeda, a bitcoin.”
ou
“Outros 700 estabelecimentos, como restaurantes,
livrarias e lojas de roupas, em diferentes países (nenhum
deles no Brasil, ao menos por enquanto), começaram a
trabalhar da mesma forma recentemente: aceitam moedas
locais e bitcoins.”
ou
“Na esperança de que a valorização continue, milhares de
investidores têm comprado bitcoins para tentar revendê-
las no futuro com lucro. Parte dessas compras é feita em
casas de câmbio virtuais, que vêm sendo criadas para
trocar dólares, euros e até reais por bitcoins.”
Questão 04
Comentário:
A) Quanto ao modo de emissão, a bitcoin pode ser emitida por
qualquer pessoa que tenha instalado em seu computador
um aplicativo chamado “minerador”, enquanto as
moedas do mundo real são emitidas por um órgão oficial
credenciado. E, quanto ao gerenciamento, a bitcoin não é
controlada por instituições financeiras de nenhum país, já
as moedas do mundo real são gerenciadas e fiscalizadas
por bancos centrais.
B) A expressão “lavagem de dinheiro” é um recurso metafórico
usado para designar transações financeiras que objetivam
tornar lícitos bens e moedas obtidos a partir de transações
ilegais. A bitcoin pode favorecer a lavagem de dinheiro, pois
sua origem não é regulada por um órgão oficial nem está
sujeita à fiscalização, logo, a bitcoin pode funcionar como
uma estratégia de “limpeza” de dinheiro “sujo”.
Questão 05
Comentário:
A) O autor questiona a confiabilidade (ou a credibilidade) da
LÍNGUA PORTUGUESA
bitcoin perante o mercado financeiro.
B) O autor reafirma sua dúvida (ou seu receio, sua
desconfiança) quanto à duração do otimismo das
pessoas em relação à bitcoin, sugerindo que, apesar de
ter vantagens em relação a outras moedas, a bitcoin
apresenta riscos, logo, a euforia dos investidores pode
acabar a qualquer momento. Ele resume essa dúvida
utilizando a frase “A questão é saber até quando o
otimismo vai durar” (ou: Uma frase do texto que resume
essa dúvida é “Nada garante que os usuários de hoje
manterão o interesse pela moeda no futuro”).
Coleção Estudo
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Exercícios Propostos
Questão 01 – Letra D
Comentário: As afirmativas verdadeiras, de acordo com
o texto, são III, IV e V, o que torna correta a alternativa D.
A afirmação feita em I não procede, pois a ideia central do
texto está na frase “Conter a obesidade é um desafio tão
urgente para o Brasil quanto acabar com a fome.”, e não no
trecho citado. A assertiva II está incorreta, porque o texto
pertence ao tipo dissertativo e ao gênero reportagem, e não ao
tipo narrativo e ao gênero notícia, como se afirmou. As demais
afirmações feitas com relação ao texto são corretas.
Questão 04 – Letra A
Comentário: A única afirmação falsa feita em relação ao texto
é a de número IV. Em “A exportação do modelo americano de
progresso [...] leva países emergentes como Brasil, Índia e
África do Sul a um paradoxo”, o trecho grifado expressa ideia
de comparação, conforme atesta a presença da conjunção
“como”. A ideia de causalidade, mencionada na assertiva,
está presente na citação, mas é construída por meio do verbo
“leva”, que não está contido no trecho grifado. Todas as demais
afirmações feitas em relação ao texto estão corretas.
Questão 06 – Letra A
Comentário: As perguntas que podem ser respondidas pelo
texto são II, III e IV, o que torna correta a alternativa A.
A  pergunta feita na alternativa II pode ser respondida por
trechos como “Não é difícil constatar preconceitos sociais
através do emprego vocabular de muitas pessoas” e “[...] tal
figura de linguagem [eufemismo] tem sido constantemente
utilizada para fazer uma preconceituosa separação entre
classes sociais [...]”. A pergunta feita em III pode ser
respondida logo no primeiro parágrafo do texto, em “[...]
muitos a chamam [a figura de linguagem eufemismo] de ‘a
linguagem dos educados’, uma vez que [...] se constitui falta
de educação e de sensibilidade o emprego de determinados
vocábulos que certamente causarão dissabores aos
envolvidos num processo de comunicação, em determinadas
circunstâncias”. A pergunta feita em IV pode ser respondida
pelo trecho “Não há como discordar que as expressões ‘roubo’
e ‘desvio de verbas’ têm, praticamente, o mesmo valor
semântico, mas causam impactos totalmente diferentes”.
Questão 08 – Letra B
Comentário: As correções propostas em “Errata: correções
a uma carta” evidenciam que o eu lírico arrepende-se pelas
declarações que ele fez à mulher amada, de modo que está
correto o que se afirma na alternativa B. Esse arrependimento
pode ser inferido a partir das substituições propostas pelo
eu lírico. “Prezada senhora” em lugar de “minha amadinha”
comprova que o grau de distanciamento entre os interlocutores
aumentou. “Ruminando ressentimentos e vomitando mágoas”
em lugar de “para sempre” deixa claro o sentimento de
arrependimento do eu lírico. Não há marcas textuais que
indiquem a existência de sentimento de culpa, tristeza ou
vaidade, o que torna incorretas as alternativas A, C e D.
Também não está correto o que se afirma em E, uma vez
que, no último verso, o eu lírico declara que “basta corrigir,
não precisa responder”.
Seção Enem
Questão 01
Comentário: Os textos motivadores chamam a atenção
para os conceitos de igualdade e diversidade, que são
entendidos em diversas acepções. A igualdade, no sentido
de equidade e justiça, deveria ser direito de toda a
humanidade, mas o que se percebe é que “uns são mais
iguais que os outros”, o que significa que, na prática,
as pessoas ainda são diferenciadas, e que umas detêm
privilégios – de diversas naturezas – em relação a outras.
O texto II, por exemplo, mostra que as pessoas são
igualadas, mas na sua miséria: os retirantes, os latinos, os
árabes, os índios são iguais, pois são todos discriminados.
Partindo dessa realidade excludente, o aluno deve refletir
sobre o desafio de se conviver com a diferença. O tema
“diferença” é tratado de forma bastante abrangente, o que
permite ao aluno tratar de diversos tipos de diferenças:
raciais, religiosas, sociais, políticas, entre outras. É
interessante pensar nos fatores que podem motivar essa
realidade de exclusão – preconceito, medo, intolerância – e
em medidas que possam atenuar esse quadro (como políticas
afirmativas, por exemplo). O aluno deve, ainda, evidenciar
em seu texto a importância de se valorizar uma sociedade
plural, como aponta o texto da UNESCO.
Questão 02
Comentário: O aluno deve apresentar propostas de combate
ao conformismo na sociedade brasileira. O primeiro texto
da coletânea, uma letra de canção de Chico Buarque,
apresenta uma personagem cuja principal característica é o
conformismo; característica essa que também identificará a
descendência de Pedro pedreiro. O segundo texto expõe a
atuação de jovens e da população brasileira no processo de
impeachment de Collor. O terceiro texto apresenta uma série
de generalizações que classificam os jovens pobres como
marginais, drogados e prostituídos e os jovens ricos como
alienados e consumistas. O quarto texto faz uma comparação
entre duas gerações de jovens e, nele, o autor afirma que,
sem os discursos inflamados dos jovens de outra geração,
os jovens da atualidade revolucionam por meio do exercício
da cidadania.
Com base nesses textos, o aluno deve expor suas propostas
contra o conformismo. Deve-se notar que, principalmente,
o quarto texto aponta uma proposta viável e relativamente
simples, a qual consiste na atuação da sociedade civil
no terceiro setor, ou seja, unida em organizações não
governamentais, patrocinadas (ou não) pela iniciativa privada.
As propostas contra o conformismo a serem apresentadas na
redação podem respaldar essa sugestão. Vale lembrar que o
aluno deverá explicitar a tese de seu texto – a base de sua
proposta de intervenção – de maneira clara e desenvolvê-la
com estratégias argumentativas adequadas, em um texto
coeso e coerente.
MÓDULO – A 08
Estratégias argumentativas
Exercícios de Fixação
Questão 01
Comentário: Nessa proposta, é preciso ter atenção para
não fugir ao objetivo do texto. O comando pede que o texto
a ser produzido avalie se o altruísmo e o pensamento a
longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo.
Não se trata, pois, de posicionar-se contra ou a favor
do altruísmo em si, e sim de posicionar-se quanto à
possibilidade de essa postura fazer parte do cotidiano das
pessoas na contemporaneidade. Seria interessante (embora
não obrigatório) que o aluno apresentasse em seu texto,
inicialmente, uma problematização do tema, com base em
valores que imperam na sociedade hodierna, tais como o
individualismo, o imediatismo, o hedonismo, o egoísmo, o
materialismo. A partir desse contexto, deve-se apresentar
uma tese clara contendo o posicionamento em relação ao
tema. Independentemente do ponto de vista escolhido,
devem-se apresentar argumentos que o sustentem. A
exemplificação, com a apresentação de posturas que
revelem a presença do altruísmo ou que provem que ele é
raro hoje em dia, seria uma boa estratégia argumentativa
para comprovar a tese apresentada. O texto deve ser
redigido na norma culta padrão e receber um título. Além
disso, deve ser planejado a fim de que se configure como
um todo coeso e coerente.
Questão 02
Comentário: Espera-se que o aluno se coloque na posição
de um articulista que faz um artigo jornalístico opinativo
para uma série especial sobre cidades, a ser publicado
em uma revista de grande circulação. Esse artigo, que
trata das recentes catástrofes decorrentes das chuvas que
afetaram o Brasil a partir do final de 2009, dialoga com
a crônica de Drummond, publicada em 1966. O enunciador
desse artigo é, portanto, um jornalista que tem como
interlocutores os leitores dessa revista. Esse texto jornalístico
precisa identificar três problemas enfrentados hoje pelas
cidades brasileiras em decorrência das chuvas, buscando
relacioná-los com aqueles mencionados na crônica.
Como  exemplos de problemas afins, podem-se identificar:
mortes, perdas materiais e simbólicas, sentimento
de desamparo dos desabrigados, precariedade das moradias,
interrupção dos serviços essenciais, falta de infraestrutura,
insuficiência de serviços assistenciais, omissão do governo
contrabalançada pela solidariedade da  população,  etc.
De  maneira geral, pode-se realçar a  atualidade da crônica
de Drummond, apesar de já terem se passado mais de quarenta
LÍNGUA PORTUGUESA
anos desde a sua publicação. Além disso, o articulista deve
demonstrar em que medida seu ponto de vista coincide ou não
com o  de  Drummond. Esse ponto de vista é caracterizado,
de um lado, pelo sentimento de desconforto e culpa de quem
não foi atingido diretamente pelas chuvas e, de outro lado,
por  um misto de  crítica e desencanto com a  persistência
dessas tragédias, em consequência da omissão dos governos
e das contradições sociais que marcam, emblematicamente,
a cidade do Rio de Janeiro, “tão rica de galas e bens supérfluos
e tão miserável em sua infraestrutura”. Essa reflexão deve
ser expandida para as cidades brasileiras em geral, podendo,
ainda, destacar um caso exemplar de uma cidade específica.
Editora Bernoulli
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 Questão 03
Comentário: Para responder ao que solicita essa proposta, o
aluno deve redigir um texto desenvolvendo a ideia contida na
frase de Albert Camus: “Criar é dar forma ao próprio destino”.
Os textos motivadores auxiliam nessa tarefa. O primeiro
demonstra de que modo a Guerra Fria, movida pelo desejo de
duas potências de se tornarem poderosas e hegemônicas no
mundo, foi capaz de impulsionar a criação de diversos inventos
que hoje fazem parte do cotidiano das pessoas em torno
do mundo, como, por exemplo, o computador e a Internet.
O segundo texto demonstra que oferecer uma boa educação
aos cidadãos é essencial para que uma nação possa consolidar
seu potencial criativo e, por conseguinte, científico. O terceiro
texto aponta para a criatividade como fator preponderante
na resolução de diversos problemas que hoje assolam
a humanidade e na melhoria da qualidade de vida dos homens,
ressaltando, ainda, a ideia de que a capacidade de criar deve
estar associada à capacidade de tornar concreto o que é
imaginado para que, de fato, gere frutos para a humanidade.
Com base nessas ideias, bem como em outros conhecimentos
e / ou exemplos de conhecimento geral, o aluno deve
desenvolver um texto coeso e coerente, redigido de acordo
com o padrão culto da língua portuguesa.
Exercícios Propostos
Questão 01 – Letra A
Comentário: Para o autor da primeira mensagem,
o irracionalismo do trabalho científico não pode ser superado,
porque ele é comandado pelo desejo, o que torna correta
a alternativa  A. Isso pode ser comprovado pelo trecho
“[...] Até agora, minha conclusão é pessimista: por mais que
violentemos nosso pensamento, nossa razão ainda estará
subordinada ao desejo. E assim, não há certo ou errado”.
A alternativa B está incorreta porque o que o autor compara
à religião é a técnica alienante, e não se pode dizer com
certeza que ele esteja tomando “trabalho científico” e “técnica
alienante” como sinônimos. As afirmativas feitas em C e D
não podem ser comprovadas pelo texto.
Questão 03 – Letra D
Comentário: No enunciado da questão, define-se como um
tipo de sofisma o desvio da questão debatida, acompanhado
de uma desqualificação do oponente, o que se verifica na
alternativa D. Em “Você pode fazer como muitos histéricos
e criticar a ciência”, o autor não apresenta argumentos para
comprovar sua tese em favor da ciência, apenas desqualifica
o seu oponente (o autor do primeiro texto) ao chamá-lo
de “histérico”. Nas demais alternativas, ainda que se perceba
um tom ríspido do autor do texto com relação ao seu oponente,
há também argumentos em defesa da tese, já que o autor
tenta mostrar ao seu adversário que a sua concepção de
ciência não é clara ou está equivocada.
LÍNGUA PORTUGUESA
Questão 04 – Letra A
Comentário: O uso da 1ª pessoa no texto está relacionado
à figura do autor, como comprova o trecho “Concluo dizendo
que [...]”. No trecho citado, no entanto, a presença das
aspas é um indício de que o enunciado marcado por elas não
é expressão do pensamento de quem o profere, mas sim uma
reprodução da fala de alguém. Em “eu não vou fazer porque eu
não posso”, o autor do texto reproduz, de forma generalizada,
a fala do cientista; portanto, a 1ª pessoa, nesse caso, tem
como referente o cientista e não o autor do texto, o que torna
correta a alternativa A. As demais assertivas não procedem.
Coleção Estudo
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Questão 06 – Letra C
Comentário: Em “Por isso que a ética prática adquire,
cada dia mais, uma importância maior.”, o adjetivo “maior”,
associado à expressão “cada dia mais”, permite concluir que o
grau de importância da ética prática é crescente, o que faz com
que ela seja mais importante hoje do que foi no passado e seja
ainda mais importante no futuro do que o é hoje. Percebe-se,
assim, que na alternativa C existe uma comparação entre
a importância da ética prática, em momentos distintos
e não especificados, determinada pelo adjetivo “maior”.
Nas demais alternativas, há a presença de adjetivos, mas eles
não estabelecem relação de comparação.
Questão 07 – Letra A
Comentário: A metonímia é uma figura de linguagem que
consiste em empregar um termo por outro, pela possibilidade
de associação entre eles. No discurso de Angela Rodrigues,
Deus e Einstein atuam como ícones representativos das ideias
de religião e ciência, respectivamente; constituem, portanto,
uma metonímia do tipo “a parte pelo todo”. Ao  dizer que
prefere contar com Deus a contar com Einstein no momento
da adversidade, Angela evidencia sua preferência pela religião
em detrimento da ciência. A alternativa correta é a letra A.
Nas  demais alternativas, os pares representados não
constituem metonímias
Questão 08 – Letra B
Comentário: Angela Rodrigues fundamenta sua posição
sobre suas preferências e inclinações pessoais, o que pode
ser comprovado em trechos como “Gosto de saber que existe
alguém comigo o tempo todo [...]” ou “Eu prefiro contar
com o impossível que [...] vive cruzando nosso caminho”.
A  alternativa correta, portanto, é a letra B. As alternativas
A e D estão incorretas, porque não há referência a fatos
inesperados ou a comportamentos sociais no discurso da
autora. A  alternativa C está incorreta porque a referência
a cientistas conhecidos (Einstein) não afasta o discurso da
autora do discurso científico.
Seção Enem
Questão 01 – Letra A
Eixo cognitivo: IV
Competência de área: 7
Habilidade: 24
Comentário: Para convencer o leitor da veracidade das
informações do texto, o autor cita uma autoridade especialista
no assunto: o professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome
Trust de Genética Humana, de Oxford. A alternativa correta
é, portanto, a letra A. As alternativas C e D não podem ser
verificadas pelo texto. As afirmativas feitas em B e em E podem
ser comprovadas pelo texto, mas não contribuem para conferir
credibilidade à notícia.
Questão 02 – Letra E
Eixo cognitivo: IV
Competência de área: 7
Habilidade: 24
Comentário: No anúncio em análise, o recurso utilizado pelo
autor para garantir a adesão do público à campanha é o jogo
entre as palavras “acordar” e “dormir”. Nesse caso, constrói-se
uma oposição entre a situação vivenciada no inverno pelo
público alvo – que teria dificuldade de acordar provavelmente
por causa do tempo frio e do aconchego de uma cama quente
e confortável – e a situação vivenciada pelos necessitados –
que teriam dificuldade de dormir por causa de fome e frio.
Desse modo, evidenciam-se as diferenças entre o problema do
leitor e o problema dos necessitados em função de um mesmo
contexto: o inverno. Está correta, portanto, a alternativa E.
Questão 03
Comentário:
A proposta de redação solicita a produção de um texto
dissertativo-argumentativo que aborde o tema “O movimento
imigratório para o Brasil no século XXI”. Trata-se de um tema
bem diferente do que vinha sendo proposto pelo Enem, mas
bem condizente com a situação atual do Brasil. Na coletânea,
são apresentados três textos e uma imagem sobre o tema.
O primeiro texto trata da história da imigração para o Brasil
nos séculos passados, especificamente nos séculos XIX e XX,
discorrendo sobre a contribuição expressiva desse movimento
para o crescimento econômico e para a cultura do país. O
segundo texto, acompanhado de uma imagem, traz informações
sobre a imigração de haitianos para o Brasil em 2011,
em decorrência do terremoto ocorrido naquele país em 2010,
o qual deixou milhares de famílias desabrigadas. Esse trecho
evidencia que os haitianos que vieram para o Brasil não são
miseráveis, mas pessoas da classe média e profissionais
qualificados, que conseguem tirar carteira de trabalho e
CPF para viver e trabalhar no país. O último texto aborda o
processo migratório dos bolivianos para alguns países, entre
eles o Brasil, em decorrência da pobreza vivenciada pelo
país, que tem 70% de sua população considerada miserável.
Assim, para elaborar sua redação, o aluno pode valer-se dos
textos da coletânea e dos demais conhecimentos que possui
sobre o assunto para se posicionar a favor dos movimentos
de imigração para o Brasil neste século ou contra eles.
Caso se posicione a favor da imigração, o aluno pode
argumentar, por exemplo, que, historicamente, o Brasil sempre
foi um país aberto à imigração. Para sustentar seu ponto
de vista, pode citar o trecho 1, que afirma que a migração
nos séculos XIX e XX contribuiu “expressivamente” para o
crescimento econômico e cultural do país. Pode argumentar,
também, que os imigrantes têm sido atraídos pelas perspectivas
socioeconômicas do Brasil, bem como seduzidos pelas possíveis
condições de melhoria de vida, o que mostra, portanto, que a
imigração é um indicativo importante do crescimento do país,
que deve ser mantido. Como proposta de intervenção, pode
sugerir que o Brasil crie uma série de medidas legais para
receber os imigrantes, oferecendo-lhes um tratamento digno
e respeitoso, com condições de vida e de trabalho adequadas,
de forma que os imigrantes possam conquistar os direitos que
porventura tenham perdido em seus países e, assim, possam
contribuir profissional, econômica e culturalmente para o
crescimento e desenvolvimento do Brasil. Caso seja contra
a imigração, no entanto, o aluno pode basear seu ponto de
vista no trecho 2, argumentando que o país não tem, hoje,
estrutura para abrigar tantos imigrantes, como aconteceu no
caso dos haitianos, que, embora tenham recebido comida,
não ganharam abrigos e passaram a ocupar a praça da cidade
de Brasileia, causando, possivelmente, tumulto e transtorno
para os moradores da cidade. Pode argumentar, também,
que o Brasil sofre com o grande número de moradores de
ruas e desabrigados e, por isso, não seria coerente aumentar
ainda mais esse número com a chegada de imigrantes. Como
proposta de intervenção, pode sugerir a restrição da entrada
de imigrantes no país, bem como a deportação dos imigrantes
ilegais, desde que esta seja feita com respeito e dignidade.
Outra proposta de intervenção pode ser a de que o Brasil invista
nos países vizinhos, principalmente nos mais pobres, como a
Bolívia, de forma que os habitantes desses países não precisem
deixar sua pátria em busca de melhores condições de vida em
outros lugares. Vale observar que o aluno deve organizar seu
texto atentando-se para a coerência e a coesão entre as ideias
apresentadas e estruturá-lo em linguagem formal, de acordo
com o padrão culto da língua.
MÓDULO – A 09
Argumentação e contra-
argumentação
Exercícios de Fixação
Questão 01
Comentário: Para responder a essa questão, o aluno deve
redigir um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se
em relação à opinião de Nelson Rodrigues sobre a violência
nos esportes e, em nível mais aprofundado, sobre a natureza
humana. Para esse autor, episódios truculentos, que envolvem
brigas e revides no futebol, seriam um espelho da natureza
humana, cuja característica é devolver, “na mesma moeda”,
toda e qualquer ofensa recebida. Caso concorde com o autor,
o aluno pode valer-se, como exemplo, do episódio mencionado
no texto I, o qual relata o comportamento de cidadãos da
Antiguidade Clássica. Pode, também, citar outros exemplos
que comprovem o fato de que as reações dos homens às
ofensas não variam muito com a época e / ou o lugar. Citar
conflitos recentes ocorridos durante partidas de futebol ou em
outras ocasiões sociais é uma boa estratégia argumentativa
para comprovar essa tese. Nesse caso, pode-se defender ainda
que “retribuir uma ofensa com um beijo” é apenas uma moral
idealizada, que não pode ser constatada na realidade concreta.
Caso discorde da opinião do autor, o aluno pode, por exemplo,
defender a ideia de que conflitos como os mencionados devem-
se ao descuido das autoridades em relação tanto à necessidade
de se instaurar a ordem quanto à obrigação de educar bem
os cidadãos. Independentemente do ponto de vista escolhido
pelo aluno, é possível citar outros argumentos além dos que
são sugeridos aqui, desde que sejam apropriados à defesa
do ponto de vista e coerentes com a realidade. Vale observar,
ainda, que o texto deve ser redigido de acordo com os padrões
da norma culta da língua portuguesa.
Questão 02
Comentário: A proposta solicita a produção de um artigo de
opinião, em que, supostamente, um aluno de um colégio analise
a postura de um diretor autoritário e pouco aberto ao diálogo
e argumente em favor da mudança nas relações, explicitando,
nesse contexto, que sua análise e suas reivindicações são
compartilhadas por outros alunos e por outros membros da
comunidade escolar. Os textos motivadores podem auxiliar
LÍNGUA PORTUGUESA
nessa tarefa. O primeiro ressalta o poder da linguagem de
excluir aqueles que não têm domínio total sobre um idioma e
sobre os valores incorporados na forma como este se presta a
representar a realidade, de modo a mostrar que a linguagem
é um instrumento de dominação. O segundo texto, de uma
perspectiva poética, reafirma o poder da linguagem como forma
de representação inclusive de ideologias. O terceiro, por sua vez,
explica de que modo se estabelecem, por meio da linguagem, as
relações dos sujeitos consigo mesmos, com os demais sujeitos
e com a realidade circundante, destacando a importância
da interação e, portanto, do diálogo nas relações sociais.
Editora Bernoulli
7
 Para compor seu texto, sugere-se que o aluno faça uma
breve apresentação da postura do suposto diretor e, em
seguida, explicite a insatisfação que ela causa na comunidade
escolar. Em seguida, o aluno deve argumentar em favor
do estabelecimento de um maior diálogo entre Direção e
comunidade escolar, demonstrando de que modo o diálogo
pode contribuir para melhorar as relações na escola e,
assim, diminuir a insatisfação de todos com a Direção. Essa
argumentação pode e deve ser feita com base nas ideias dos
textos motivadores, as quais, entretanto, não devem ser
copiadas, mas, ao contrário, identificadas com as devidas
referências aos textos dos quais foram extraídas. O aluno deve
dar um título a seu texto e redigi-lo de acordo com as regras
da norma-padrão, a fim de torná-lo adequado ao gênero artigo
de opinião. Embora os artigos de opinião levem a assinatura
de quem os redige, o aluno não deve assinar seu texto.
Questão 03
Comentário: Primeiramente, o aluno deve atentar-se para
a natureza textual indicada no comando: comentário. Isso
significa uma estrutura dissertativo-argumentativa ancorada
em dados numéricos. É desejável o uso de impessoalização
de voz. Pela natureza do gênero, não seria necessário colocar
título. Em segundo lugar, o aluno deve atentar-se para os itens
A e B, indicadores do conteúdo esperado para a redação da
análise solicitada no objetivo da questão.
Orientações globais para o cruzamento dos itens A e B:
I. Dois valores relativamente estáveis: Pela apresentação
dos dados, os itens K (ter uma carreira, uma profissão,
um emprego) e D (beleza física / ser bonito) são
aqueles em que há uma maior coincidência de opiniões
(interseção) entre as gerações. É importante ressaltar
que essa interseção ocorre em pontos opostos da
pesquisa, uma vez que os entrevistados consideram –
em proporção semelhante – o item K como um valor
muito relevante para os jovens e o item D como menos
relevante.
Nessa abordagem de interseção, também poderiam ser
comentadas as relações entre os itens A e M.
II. Duas mudanças significativas de valores: Na confrontação
dos dados, percebe-se que, na geração de 2008, há uma
maior preocupação com a independência financeira /
ter mais dinheiro do que já tem – item F – do que se
divertir, aproveitar a vida (item B). Outro item em que se
observam mudanças entre as gerações é o do quesito J
(ter amigos). A geração de 2008 tem uma preocupação
mediana quanto ao convívio social, e as gerações
anteriores tinham esse valor como uma preocupação
LÍNGUA PORTUGUESA
acima da média.
III. Re c o n h e c e r - s e o u n ã o n o p e r f i l r e v e l a d o p e l a
pesquisa: Independentemente da opção escolhida
pelo aluno, mesmo se ele resolver apontar aspectos
de reconhecimento e outros de não identidade,
o importante é que ele aponte para itens em que a
geração de 2008 está em destaque, pois essa é a marca
do perfil mais próximo da faixa etária da maioria dos
alunos. Outro ponto é justificar cada escolha, pois os
dados apontados precisam ter comprovação com a
realidade do aluno.
Coleção Estudo
8
Para finalizar, a construção do comentário poderia ser
organizada de forma a legitimar um ponto de vista analítico.
Ou seja, o delineamento de uma visão crítica a partir, por
exemplo, de marcadores de certeza, de opinião, que visem
a demarcar a abordagem sem envolver, necessariamente,
a voz do interlocutor (exemplo: ao invés de o aluno
escrever algo como “eu me considero em sintonia com a
opinião dos jovens entrevistados em relação ao item J”,
ele poderia escrever “De fato, a opinião demarcada pelos
entrevistados na geração de 2008 reforça a comportamentos
característicos da juventude na contemporaneidade, uma
vez que...”). Esse distanciamento pode promover maior
eficiência do enfoque argumentativo.
Observação: É altamente recomendável a estruturação do
texto em parágrafos devidamente demarcados conforme
a mudança de tópicos no comentário redigido.
Exercícios Propostos
Questão 02 – Letra D
Comentário: Pela leitura do texto, é possível concluir que
a educação é direito de todos e tarefa do poder público,
o que torna correta a alternativa D. A alternativa A
está incorreta porque a autora afirma que as crianças
portadoras do HIV enfrentam diversos obstáculos para
chegar à escola, mas não que elas são impedidas de fazê-lo.
A alternativa B está incorreta porque os investimentos
em educação não vêm sendo proporcionais à economia
dos países; prova disso é que os grandes destaques
do tratado são Uruguai e Letônia, que não estão entre
os países mais ricos. Em contrapartida, os EUA, que
apresentam uma grande economia, não têm feito
investimentos consideráveis em educação. A alternativa C
está incorreta porque, embora educação e índice de
desenvolvimento estejam, de alguma forma, relacionados, o
texto não aborda as raízes do subdesenvolvimento dos países.
Questão 03 – Letra A
Comentário: A autora do texto, em nenhum momento,
mostra-se favorável ao trabalho infantil, o que torna incorreta
a alternativa A. O fato de reconhecer que ele existe, porque
muitas crianças precisam ajudar no sustento da casa,
não significa que ela o considere aceitável nessa situação.
Pelo contrário: ela alerta para as condições de trabalho
“desesperadoramente perigosas e insalubres” a que está
sujeita a mão de obra infantil e aponta o trabalho como um
dos fatores responsáveis por manter as crianças fora da escola.
As demais alternativas estão corretas.
Questão 06 – Letra B
Comentário: Em “Hoje, ainda existem 774 milhões
de adultos desprovidos do grau mais rudimentar de
alfabetização”, o verbo “existir” está flexionado no plural para
concordar com o sujeito posposto “774 milhões de adultos
desprovidos do grau mais rudimentar de alfabetização”.
A regra que se aplica ao verbo “existir”, no entanto, não é
a mesma que se aplica aos verbos “haver” e “ter”: o verbo
“haver”, quando empregado com o sentido de “existir”, é
impessoal, devendo estar sempre no singular. Já o uso do
verbo “ter” com o sentido de “existir” constitui uma estrutura
típica da coloquialidade e, portanto, não é admitido pela
norma culta. A alternativa incorreta é a  letra B. Todas as
demais assertivas são corretas.
Questão 07 – Letra D
Comentário: A afirmativa 1 está correta, pois Calvin de fato
simula um discurso jurídico, o que pode ser comprovado pela
presença de termos como “tentativa deliberada”, “direito
inalienável”, bem como pelo fato de a personagem evidenciar a
conformidade do que ela reivindica com base na Constituição.
A alternativa 2 também procede, uma vez que Calvin inicia sua
argumentação explicitando a premissa em que fundamenta
seu discurso: “Se os ignorantes é que são felizes [...]”.
A afirmativa 4 também está correta, pois, conforme se sabe,
uma das características dos regimes ditatoriais é a suspensão
dos direitos constitucionais dos cidadãos, o que, no contexto
da tirinha, aplica-se à tentativa de privar Calvin de seu direito,
garantido pela Constituição, à felicidade. Apenas a alternativa
3 não procede, pois o discurso de Calvin não questiona
a eficiência da professora de torná-lo “menos ignorante”, mas,
ao contrário, reafirma essa eficiência, tanto que a personagem
se propõe a abandonar a aula e ir para o parquinho, a fim de
resguardar sua ignorância como condição para o exercício de
seu direito à felicidade. Está correta, portanto, a alternativa D.
Seção Enem
Questão 01 – Letra D
Eixo cognitivo: IV
Competência de área: 7
Habilidade: 24
Comentário: O arcebispo, que não descarta a teoria
da evolução, admite que as espécies evoluem, mas defende
também que as  primeiras espécies existentes teriam sido
criadas por alguém. Para o religioso, esse alguém, que a
ciência não sabe dizer quem é, seria Deus. Assim, pode-se
afirmar que o arcebispo utiliza uma lacuna da ciência para
defender a  existência de Deus. Já o filósofo, embora não
consiga explicar essa lacuna, acredita que não há nada que
permita dizer que foi Deus quem criou os seres primitivos.
Em sua opinião, eles podem ter sido criados por alguém, que
tanto poderia ser Deus como o super-homem. Ao fazer essa
última comparação, ele se revela irônico. A alternativa correta,
portanto, é a letra D. A alternativa B está incorreta porque
a opinião de Daniel Dennet é evidente, não demonstra sinais
de dúvida ou ausência de opinião formada. A alternativa C
está incorreta porque o posicionamento atribuído ao arcebispo,
na verdade, pertence ao filósofo e vice-versa. As alternativas
A e E são totalmente improcedentes.
Questão 02 – Letra D
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 6
Habilidade: 18
Comentário: O autor do texto em análise faz uma avaliação
crítica sobre a condição cidadã do brasileiro, ao afirmar que o
domínio da leitura e da escrita, embora viabilize uma melhor
participação social, não é suficiente para tornar um indivíduo
mais cidadão. De acordo com o texto, isso só poderia ocorrer a
partir da ruptura com o ciclo da pobreza. Está correta, assim, a
alternativa D. As afirmações das demais alternativas não podem
ser verificadas a partir da leitura do texto. Não há uma crítica aos
processos de aquisição da leitura e da escrita, nem um incentivo
à participação efetiva na vida da comunidade. O autor não fala
especificamente sobre o domínio da leitura e da escrita no Brasil,
assim como não apresenta instrumentos eficazes para elevar a
condição social da população; apenas diz que a melhoria dessa
condição é essencial ao bom exercício da cidadania.
Questão 03
Comentário: Nessa proposta de redação, o aluno deverá
apresentar propostas que visem a impedir que o aumento
da violência, principalmente daquela relacionada ao crime
organizado, torne-se uma guerra civil no país. O primeiro
texto apresenta o conceito de guerra civil e evidencia que,
para assim ser considerado, o conflito deve ser armado,
contar com a participação efetiva da população civil de um
país e objetivar a tomada de poder, ou seja, o controle da
autoridade nacional. O segundo texto afirma que uma das
principais causas de guerras civis é escassez de recursos.
O terceiro texto apresenta os números da violência no
Brasil e defende a ideia de que a violência vivenciada
equivale a uma guerra civil. O quarto e o quinto texto
tratam da tomada de favelas do Rio de Janeiro pelo Exército
brasileiro. Com base nesses textos, o aluno deve elaborar
suas propostas, e o conceito de guerra civil apresentado
no primeiro texto deve ser tomado como parâmetro.
Assim, é possível perceber que, embora a criminalidade
já tenha chegado a grandes proporções, ela não pode ser
associada a uma guerra civil, uma vez que é provocada
por grupos específicos, que não visam à tomada do poder
estatal, mas apenas a obtenção de lucros, ainda que isso
implique controlar determinadas áreas, como as vilas e
aglomerados. Outro fator que afasta a situação brasileira
de uma guerra civil é o fato de a população em geral não
tomar parte do confronto, exceto como vítima da violência
do crime organizado. Evidência disso é o fato de a população
do Morro do Alemão ter contribuído para que o Exército
retomasse o controle do morro das mãos dos traficantes
que lá atuavam. Assim, as propostas de intervenção devem
ter como objetivo maior garantir que a população continue
apoiando o Estado contra o crime organizado. A melhoria da
qualidade de vida em geral, com acesso à educação, saúde,
lazer, etc., é uma estratégia que o Estado deve adotar para
viabilizar a manutenção desse apoio, visto que, segundo o
texto II, a escassez de recursos é uma das principais causas
das guerras civis. Vale observar que o aluno deve compor
um texto coeso, coerente e redigido em português formal.
MÓDULO – B 07
Funções da linguagem
Exercícios de Fixação
Questão 01
Comentário: Questão básica de identificação das funções
LÍNGUA PORTUGUESA
da linguagem. Segundo a definição de Roman Jackobson, a
função metalinguística é aquela centrada no código, ou seja, na
própria linguagem. Isso é exatamente o que acontece no texto
de Affonso Romano de Sant’anna. Ao explicar e exemplificar
os conceitos de palíndromo e lipograma, o autor cria um texto
que tem como temática a linguagem.
A função que pode ser identificada é a metalinguística. O aluno
pode utilizar uma entre as justificativas:
• Os parágrafos explicam os significados de palavras.
• Os parágrafos contêm definições de palavras por outras
palavras.
Editora Bernoulli
9
 Questão 02
Comentário: A questão apresenta a necessidade de
estabelecer relações para se compreenderem fatos de
linguagem. No caso específico, é necessário observar as
relações entre o texto verbal e o não verbal. Uma das maiores
dificuldades dos alunos é aliar a descrição das imagens ao
sentido, à interpretação, pois normalmente eles interpretam as
imagens sem as descrever e, portanto, sem mostrar a relação
existente entre elas e as palavras, ou fazem uma descrição
isolada, como se esta fosse suficiente por si só.
A) O mapa-múndi, também chamado de “globo”, habitualmente é
representado sob um formato esférico. Já O Globo é o nome de
um jornal diário impresso. Na propaganda, o mapa-múndi está
na forma de um cubo, enquanto a esfera, mesmo guardando
algumas semelhanças com o mapa-múndi (contornos dos
continentes, por exemplo), ressalta a imagem do jornal
O Globo. Nessa contraposição, articulada ao enunciado, temos
o quadrado relacionado a algo conservador, retrógrado, e a
esfera relacionada a algo avançado. Isso permite associar O
Globo (jornal) com o mapa-múndi (globo), atribuindo sentidos
para o jornal como o de ser moderno, à frente do seu tempo,
o de possuir uma cobertura internacional, de estar inserido
na globalização, etc. Deve-se acrescentar outra possibilidade
de associação entre as imagens e o enunciado, qual seja a de
uma antiga representação da Terra como plana (simbolizada
pela forma cúbica) em oposição à concepção atual (simbolizada
pela forma esférica).
B) O jornal é moderno, antenado, inovador. Essas características
são construídas pela associação do nome próprio “O Globo”
a “avançado”, em contraste com o substantivo comum
“globo” associado a “quadrado” (conservador, tradicional e
antiquado). As imagens (mapa-múndi quadrado e o globo
terrestre com vestígios do jornal O Globo) reforçam essa
relação. Essa associação também pode ser enfatizada pela
referência à oposição entre a antiga e a atual representação
da Terra, conferindo ao jornal O Globo, pela metáfora da
ciência, a característica do progresso, do moderno, de estar
além do seu tempo.
Exercícios Propostos
Questão 01 – Letra D
Comentário: A função emotiva da linguagem pode ser
comprovada no poema de Almeida Garrett, tanto pelo
emprego da primeira pessoa quanto pela pontuação
marcada por exclamações e interrogações, que denunciam a
emotividade do eu lírico do poema ao refletir sobre a temática
amorosa.
Questão 03 – Letra C
LÍNGUA PORTUGUESA
Comentário: Novamente, o aluno deve se ater à pontuação
para identificar a presença da função emotiva da linguagem.
As interrogações e exclamações presentes nos poemas
de Gonçalves Dias (Texto II) e de Castro Alves (Texto V)
comprovam a emotividade dos versos. Além disso, você,
professor, poderia esclarecer como a própria filiação dos
autores ao  Romantismo já é um indício da presença da
função emotiva em suas obras poéticas. A função conativa
é identificada pela presença de interlocução nos poemas. No
texto II, a voz poética se dirige ao seu filho e, no V, ela se
dirige a Deus e à musa.
Coleção Estudo
10
Questão 04 – Letra B
Comentário: Em “Poética”, o raciocínio estético apresentado
por Manuel Bandeira é o de que a poesia deve privilegiar
os versos livres, o ritmo variado, a linguagem coloquial e
a libertação emotiva dos “bêbedos”, “loucos” e “clowns”,
em vez de se ater a um “lirismo comedido” e “bem
comportado”. Portanto, o que está incorreto sobre o poema
é o que se encontra na letra B da questão: “Na poesia de
Bandeira, a emoção lírica manifesta-se melhor por meio de
versos metrificados, em estrofes regulares, obedecendo a um
esquema de rimas constante. O lirismo decorre, portanto,
de processos retóricos em que se observa a contenção
do sentimento”.
Questão 05 – Letra A
Comentário: No terceiro e no quinto fragmentos de São
Bernardo é que se encontra a reflexão metalinguística, como
pode ser comprovado pelas expressões: “romance em língua
de Camões”, “períodos formados de trás pra diante” (excerto
III); “A literatura é a literatura”, “arranjar palavras com tinta
é outra coisa”, “se eu fosse escrever como falo” (excerto V).
Questão 06 – Letra C
Comentário: No poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo
Neto, a imagem da pedra apresenta sentidos antagônicos.
A “pedra”, denotativa, no feijão, é indesejável, desagradável;
contudo, a “pedra”, em seu sentido metafórico, que representa
o obstáculo para o leitor frívolo, obstruindo a sua leitura
“fluviante e flutual”, ao mesmo tempo que instiga o leitor
astuto, sendo para este um “risco” a ser explorado, possui, na
poesia, um sentido valorativo, como aparece bem apontado
na letra C da questão.
Seção Enem
Questão 01 – Letra D
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 6
Habilidade: 19
Comentário: Em “Canção amiga”, Drummond evidencia a
função metalinguística de seu poema ao retratar a elaboração
de sua escrita, a sua procura por novas palavras e imagens
que sensibilizem os homens. Por isso, a alternativa correta é
a letra D, em que aparece a afirmativa de que o autor busca
“destacar o processo de construção de seu poema, ao falar
do papel do próprio poeta e da linguagem”.
Questão 02 – Letra E
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 5
Habilidade: 16
Comentário: Ao dizer que sente com a imaginação e não
com o coração, o autor revela que as emoções descritas em
um poema fazem parte de um processo de criação e não
são necessariamente vivenciadas pelo poeta. Essa afirmação
desfaz um equívoco cometido com frequência pelas pessoas
– o de confundir autor e obra – e mostra que os sentimentos
expressos em um poema pertencem ao eu lírico, não ao autor.
Questão 03 – Letra B
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 6
Habilidade: 19
Co m e n tá r i o: “ S o m d e p r e t o ” p r i v i l e g i a a f u n ç ã o
metalinguística, uma vez que se trata de uma canção que
apresenta características inerentes ao funk e aborda o
status que esse estilo musical tem na sociedade. Ao afirmar
“a sociedade pra gente não dá valor”, os Mc’s Amilcka e
Chocolate denunciam o desprestígio desse estilo dentro da
sociedade, que o relega à margem. As alternativas A e  C,
ao contrário, apontam para uma universalização e uma
aceitação do funk, que começa a ser visto de outra forma
pelas pessoas. Da mesma forma, as alternativas D e E não
mostram a marginalização do funk, mas sim uma mudança
na postura dos funkeiros, que se tornaram mais conscientes
do papel da música como instrumento de comunicação.
Questão 04 – Letra A
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 6
Habilidade: 19
Comentário: Ao dizer como escreve o nome da amada
e como os demais recebem esse trabalho, o poeta nada
mais faz do que um exercício metalinguístico, ou seja,
reflete sobre a concepção e a recepção de sua “produção
artística”, o que torna correta a alternativa A. As demais
alternativas da questão apresentam alguma incoerência.
A alternativa B está incorreta, pois a cena descrita no
poema não apresenta nada de irreal, pelo contrário,
trata-se de uma cena cotidiana e que revela o talento dos
modernistas em poetizar acontecimentos corriqueiros;
já  a alternativa C está incorreta, pois, na segunda estrofe,
a interlocução com a amada é mantida, o que pode ser
percebido pelo uso do pronome de 2ª pessoa em “para acabar
teu nome”; a alternativa D está incorreta, pois não há uma
preocupação do poeta em dar continuidade ao diálogo, haja
vista que a frase “eu estava sonhando” não foi proferida
em voz alta, ela manifesta-se apenas no pensamento do eu
lírico, que nos revela algo sobre si mesmo; por conseguinte,
a alternativa E está incorreta, porque o cartaz amarelo não
é real, é metafórico, o que reforça ainda mais o emprego da
função poética no texto.
Questão 05 – Letra A
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 7
Habilidade: 23
Comentário: Como é típico das campanhas publicitárias,
o que se busca no anúncio da questão é a adesão do
interlocutor, o que é evidente pelo uso de verbos no imperativo
(“apadrinhe” e “seja”). Verifica-se, assim, o uso da função
conativa ou apelativa, aquela em que o foco da comunicação
está no interlocutor da mensagem. As alternativas B, C, D e E
representam, respectivamente, as funções fática, referencial,
emotiva e poética.
Questão 06 – Letra C
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 6
Habilidade: 19
Comentário: O samba de Noel Rosa valoriza a fala popular
como patrimônio linguístico e como forma legítima de
identidade nacional, o que se evidencia em trechos como
“A gíria que o nosso morro criou / Bem cedo a cidade aceitou
e usou” e “Tudo aquilo que o malandro pronuncia / com voz
macia é brasileiro, já passou de português”. O samba, surgido
no meio popular, é exaltado nessa canção como linguagem
genuinamente brasileira, impossível de ser traduzido em
outras línguas de origem europeia, como o inglês e o francês,
cultuadas por aqueles que, segundo o sambista, têm mania
de exibição.
Questão 07 – Letra A
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 6
Habilidade: 19
Comentário: A função emotiva da linguagem, segundo a
teoria elaborada por Roman Jackobson, é aquela cujo foco
está no emissor da mensagem. Assim, o que revela sua
presença na canção de Geraldo Vandré são as marcas de
atitudes pessoais e de sentimentos do eu lírico. A resposta
correta é, portanto, a letra A. As características expressas
nas demais alternativas não se verificam no poema de Vandré
e são representativas de outras funções de linguagem: letra
B, referencial (foco na mensagem); letra C, conativa (foco
no destinatário); letra D, metalinguística (foco no código);
letra E, fática (foco no canal).
MÓDULO – B 08
Elementos da prosa
Exercícios de Fixação
Questão 01
LÍNGUA PORTUGUESA
Comentário: Questão simples de domínio sobre os tipos de
discurso. Nela, o objetivo não é verificar a habilidade do aluno
em identificar os diversos tipos de discurso, uma vez que eles
já se encontram destacados e nomeados; o que se verifica é
a habilidade do aluno em produzi-los.
I. [...] um cangaceiro encontrou uma Kodak e entregou ao
chefe, que perguntou: “A quem pertence esta Kodak?”
II. O “rei do cangaço” disparou que queria que tirassem o
seu retrato.
Editora Bernoulli
11
 Questão 02
Comentário: Essa questão enfoca o narrador e as
personagens, dois importantes elementos da prosa. Não
se trata de uma questão que cobra do aluno identificar o
foco narrativo, nem classificar os tipos de personagens
presentes no texto, mas que instiga o aluno a perceber
algumas das estratégias utilizadas pelo autor de um texto
no processo de construção das personagens. A narrativa é
marcada pelo uso de imagens que mostram, de uma maneira
enfática e direta, os desencontros entre as protagonistas e a
maneira como elas se veem e percebem o mundo ao redor.
Percebe-se a impossibilidade de relacionamento através das
seguintes oposições: doçura versus dureza; obesidade versus
magreza; delicadeza versus grosseria; sensibilidade versus
insensibilidade. A utilização de imagens violentas (Almira
enfiando o garfo no pescoço de Alice) e grotescas (Almira
sendo comparada a um elefante) acentua o sentido trágico
e irônico do título “A solução”.
Questão 03
Comentário: Essa é uma questão interessante sobre foco
narrativo. O aluno não precisa identificar o tipo de narrador
do texto, pois essa informação já foi dada, mas é levado
a refletir sobre as implicações da escolha desse foco em
detrimento de outro. O narrador do conto é um elemento
destoante do restante da família, e o foco em 1ª pessoa, nesse
caso, é significativo, pois ajuda a definir a subjetividade do
personagem, a elucidar as fronteiras entre o eu e o outro e
também a deslindar uma visão crítica de alguns de nossos
costumes e tradições. O narrador, protagonista do conto,
contrapõe o jeito de ser do pai, as relações sociais e a dinâmica
familiar ao seu comportamento deliberadamente transgressor.
A opção por adotar um tipo “louco”, “doido”, identificado com
atitudes críticas contra os valores da família, garantia-lhe a
liberdade e uma “existência sem complexos”.
Exercícios Propostos
Questão 01 – Letra A
Comentário: O título “Múltiplo sorriso” sugere alegria, porém
essa ideia é posta em xeque ao longo do desenvolvimento do
enredo, que revela o isolamento da protagonista. O múltiplo
sorriso, na realidade, não passa do riso da personagem
solitária refletido nas diversas bolinhas da árvore de Natal.
A imagem replicada da protagonista cria para ela a ilusão de
estar menos só.
LÍNGUA PORTUGUESA
Questão 02 – Letra B
Comentário: O modo indicativo está relacionado a fatos,
enquanto o modo subjuntivo diz respeito às ações que se
passam no plano hipotético. No caso em questão, a forma
composta “estão vendo”, empregada no indicativo, sugere
inicialmente um acontecimento concreto, porém os verbos
“diriam” e “estivessem”, ambos empregados no subjuntivo,
revelam que a presença das amigas só ocorre no plano das
ideias, das possibilidades, não é real.
Coleção Estudo
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Questão 05 – Letra C
Comentário: A resposta incorreta sobre a transposição de um
texto estruturado no discurso direto para o discurso indireto
está presente na letra C, pois, ao retirar o diálogo e colocar
as informações referendadas pelo narrador, o texto “não
acentua a carga de humor da piada”, pelo contrário, perde
em dinamismo e em efeito cômico, uma vez que as cenas são
descritas de modo mais lento e de forma intermediada. Isso
fica nítido na comparação entre os textos apresentados na
questão. O primeiro, construído pelo discurso direto, é muito
mais expressivo e engraçado que o segundo, escrito por meio
do discurso indireto.
Questão 06 – Letra B
Comentário: Alfredo Bosi afirma que o escritor pré-
modernista constrói as suas personagens de modo risível
a partir de um defeito físico ou de caráter. Só não é possível
identificar esse traço da obra de Monteiro Lobato na letra
B, pois a personagem é descrita de modo idealizado, como
comprovam as expressões: “lábios de  pitanga”, “magnólia
da pele”, “dentes de pérola”, entre outras.
Seção Enem
Questão 01 – Letra D
Eixo Cognitivo: III
Competência de área: 5
Habilidade: 15
Comentário: O assoalho debaixo da ponte e os fundos
do  mercado de peixe, onde vivem as personagens de
Jorge Amado e Dalton Trevisan, respectivamente, são
um indício da condição marginal dos meninos órfãos,
lançados à criminalidade e ao abandono, e dos bêbedos
que se contentam com as sobras do mercado. Os trechos
citados consistem em descrições predominantemente
o b j et i vas e, p o rt ant o, não ap res ent am l i ng uag em
afetiva ou irônica, o  que torna incorretas as alternativas
A e B, e nem uma crítica direta (a crítica existe,
mas é sutil, indireta), o que invalida a alternativa E.
A alternativa C também é incorreta, pois não há um
detalhamento do cotidiano nas passagens citadas, apenas
a breve descrição de um flash particular (ainda que se trate
de uma cena recorrente).
Questão 02 – Letra A
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 6
Habilidade: 18
Comentário: A proximidade do narrador de terceira pessoa em
relação ao ponto de vista da personagem Miguilim, inclusive no
que diz respeito à questão espacial, encontra-se evidenciada
na letra A da questão: “O homem trouxe o cavalo cá bem junto”.
A expressão “cá bem junto” evidencia como o narrador retrata
a cena a partir da ótica da personagem infantil, bem como
da dicção que o próprio Miguilim empregaria para retratar
o episódio.
Questão 03 – Letra A
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 5
Habilidade: 15
Comentário: No texto de Cornélio Pires, o narrador, como
aparece retratado na letra A, “apresenta, sem explicitar juízos
de valor, costumes da época, descrevendo os pratos servidos
no jantar e a atitude de Nhô Tomé e de Tia Policena”. Não há,
por parte do narrador, nenhuma postura pejorativa ou
condenatória no que se refere aos costumes e à linguagem
coloquial empregada pelas personagens.
Questão 04 – Letra E
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 8
Habilidade: 27
Comentário: A hesitação da personagem em separar-se da
avó evidencia-se no trecho “Deveria fugir ou falar com ela?”.
Quando pensa em fugir, o protagonista manifesta o desejo
de separar-se da progenitora, porém, quando pensa em falar
com ela, em dedicar-lhe mais algumas palavras, a personagem
tenta postergar o momento da partida. A dúvida é reforçada
ainda pelo uso da interrogação no trecho.
Questão 05 – Letra D
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 5
Habilidade: 15
Comentário: O excerto retrata a relação entre fazendeiros e
agregados, de que é exemplo o próprio Riobaldo. Por meio de
seu relato, somos informados de que ele, quando ainda era
uma criança pobre, juntamente com sua mãe, acompanhou a
família de um certo Jidião Guedes em sua mudança até o Baixio
da Sirga, já que, na condição de agregado, dependia dessa
família para viver. No momento presente do relato, Riobaldo,
agora fazendeiro, é quem dá abrigo a agregados, como Zé-
Zim, o que se evidencia na fala “Eu dou proteção”. Embora
seja legalmente livre e tenha apreço por sua liberdade (“Eu
gosto muito de mudar”), o sertanejo nem sempre consegue
usufruí-la, já que a situação de dependência econômica com
relação ao fazendeiro que lhe oferece serviço e proteção o
mantém cativo.
MÓDULO – B 09
Romantismo
Exercícios de Fixação
Questão 01
Comentário: A questão traz dois poemas do Romantismo: um
do poeta brasileiro Gonçalves Dias, outro do poeta português
Almeida Garrett. Embora haja diferenças quanto ao tratamento
do tema (no primeiro poema, o eu lírico dá curso ao sonho,
enquanto, no segundo, o poeta “acorda” para a realidade),
ambos tocam em questões caras ao Romantismo: idealização
amorosa, idealização da figura feminina, fuga da realidade
(que, no caso de Garrett, vem acompanhada de sofrimento
amoroso). Deve-se ressaltar também que a questão trata de
poemas específicos, portanto, não é possível generalizar as
diferenças encontradas para toda a obra de Gonçalves Dias
e Garrett. No poema de Gonçalves Dias, existe apenas o
desejo de encontrar um amor ideal, o amor não sai do campo
do platonismo, por isso segue como sonho idealizado. Já no
poema de Almeida Garrett, o amor, que era platônico, parece,
de algum modo, ter se concretizado. A partir do momento
em que o poeta “desperta do sonho” e que a amada, antes
imaginada, se materializa, “se fixa”, a idealização amorosa se
desfaz, pois o poeta passa a conhecer a dor.
Questão 02
Comentário: Questão simples sobre a fase indianista do
Romantismo brasileiro, que requer do aluno a percepção da
imagem idealizada do índio e sua identificação como ícone
nacional. É interessante revelar para o aluno a contradição
existente entre a idealização da figura do nativo e o mito
sacrificial apontado por Alfredo Bosi e mencionado na parte
teórica do módulo. O romance O Guarani faz parte de uma
tradição da literatura romântica que tem o indianismo
como tema central. A figura do índio, presente no texto,
reafirma a busca de um símbolo para o imaginário nacional:
um herói idealizado que represente a força do nativismo.
Deve-se destacar, no entanto, que os românticos tinham uma
concepção eurocêntrica do heroísmo. O índio-herói da nossa
literatura possuía as virtudes cristãs de um cavaleiro medieval
e, quase sempre, abdicava de seus valores e costumes em favor
da “amizade” com o português colonizador. Peri, por exemplo,
é um exemplo de coragem e força física, no que está o seu
caráter heroico. Mas é sempre submisso a Ceci. Essa docilidade
de Peri é exaltada por Alencar como uma característica positiva,
como se fosse o Peri “um índio de alma branca”.
Questão 03
Comentário: Questão básica de identificação do condoreirismo,
dos seus traços característicos e de seu poema mais famoso,
“O navio negreiro”, de Castro Alves. O poema pertence à
Terceira Geração do Romantismo, que é preocupada com o
social e possui caráter engajado. Quanto ao recurso estético,
destaca-se a linguagem grandiloquente e retórica, evidenciada
pelas exclamações, que sugerem a indignação, e pelo tom
de rogo da voz poética para que acabe o tráfico de escravos.
Exercícios Propostos
LÍNGUA PORTUGUESA
Questão 02 – Letra B
Comentário: Ao afirmar que “há uma crise nos séculos como
nos homens”, o poeta deixa entrever que, de tempos em
tempos, há uma revisão de valores, um questionamento de
posturas, que leva à mudança. Isso é ilustrado pelo exemplo
da poesia, que caiu do céu, fazendo o poeta acordar na terra.
Deixou-se de valorizar a poesia mística para valorizar a poesia
que trata da realidade concreta, objetiva, material. O poeta,
obviamente, acompanha a mudança, passando a se dedicar
à nova poesia valorizada em sua época.
Editora Bernoulli
13
 Questão 03 – Letra C
Comentário: Como a idealização amorosa e o platonismo são
valores do Romantismo, especialmente na obra de Álvares de
Azevedo, o aluno pode, em um primeiro momento, descartar
a alternativa C. Uma leitura atenta do fragmento, no entanto,
não deixa dúvidas: há uma apologia à poética da celebração
da vida física, o que pode ser percebido na descrição do
homem como um ente que “vê, ouve, sente”, “que tem fibras
e artérias” e que tem corpo, antes e depois de ser idealista.
O poeta afirma ainda ser impossível haver poesia sem esses
prosaicos elementos.
Questão 04 – Letra E
Comentário: No poema de Álvares de Azevedo, retirado de
sua obra Lira dos vinte anos, a possibilidade de união conjugal
entre a voz poética e a sua amada é “nenhuma, pois o poeta
apenas representa seu desejo”, como apontado na letra E.
Isso evidencia como o amor é retratado de modo completamente
platônico, inatingível, como se a figura feminina fosse muito
mais fruto de um pensamento onírico do eu poético do que
uma existência necessariamente carnal.
Questão 05 – Letra C
Comentário: Na questão referente ao poema “Meus oito
anos”, de Casimiro de Abreu, a alternativa incorreta é a letra C:
“O autor dissocia os aspectos formais dos emocionais”.
Os  elementos estéticos do texto, como a pontuação
expressiva, marcada por exclamações, as interjeições
e o vocabulário construído por termos idealizadores para se
referir à infância da voz poética reiteram o saudosismo que
se encontra representado no poema.
Questão 06 – Letra A
Comentário: A questão, que trabalha com um excerto do
romance Memórias de um sargento de milícias e com a
sua versão para os quadrinhos, procura evidenciar, pelas
linguagens verbal e não verbal, a cena do encontro “amoroso”
de Leonardo e Maria. Em tal episódio, o beliscão dado por
Maria em Leonardo representa “a cumplicidade na situação de
aproximação desencadeada pela pisadela” que ele havia lhe
dado, como apontado na letra A. Essa cena “afetiva” aponta
para o caráter picaresco da obra, que desconstrói os encontros
idealizados do Romantismo.
Seção Enem
Questão 01 – Letra B
LÍNGUA PORTUGUESA
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 6
Habilidade: 18
Comentário: O soneto de Álvares de Azevedo se fundamenta
na melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da
perda, o que pode ser comprovado pelos trechos “[...] embalde
[...] / Tento o sono reter [...]” e “[...] o teu adeus, minha
saudade / fazem que insano do viver me prive”. A alternativa
correta é, portanto, a B. A alternativa A está incorreta,
pois nela há uma inversão na relação causa-consequência:
Coleção Estudo
14
não é a morte que causa a angústia, mas a angústia que
causa a morte, como atesta o trecho “eis o estado em que
a mágoa me tem posto”. A alternativa C é incorreta porque
o desgosto e a agonia do eu lírico são causados pela perda,
não necessariamente pela autopiedade. As alternativas D e E
estão incorretas porque o eu lírico não manifesta desejo de
morrer ou gosto pela escuridão, pelo contrário, ele parece
desejar superar o estado em que se encontra quando suplica
“Dá-me a esperança que com o ser mantive”; se não consegue
fazê-lo, não é por falta de vontade, mas por impotência.
Questão 02 – Letra A
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 7
Habilidade: 22
Comentário: Tanto a Carta de Caminha quanto o quadro de
Meirelles sugerem uma relação cordial entre colonizadores
e indígenas. Na Carta, a integração entre os dois grupos se
comprova em trechos como “estiveram conosco”, “assentados
todos de joelhos assim como nós”, “eles se levantaram
conosco”, “tornaram a se assentar como nós”, “eles se
puseram assim como nós estávamos”. No quadro, como já
foi dito na parte teórica do módulo, a cena da Primeira Missa
é retratada com leveza, mostrando um encontro pacífico
entre católicos e pagãos. A alternativa B é incorreta porque
não há, em nenhum dos textos em questão, a menção de
características que poderiam ajudar a construir uma imagem
heroica do índio, como bravura, coragem, beleza e força, por
exemplo. A alternativa C está incorreta porque, embora haja
uma relação de intertextualidade entre os textos (a tela de
Meirelles se inspira na Carta do escrivão), essa relação não
é de paródia, pois não há desconstrução de sentido, mas
sim de reafirmação. A alternativa D está incorreta porque a
cena descrita é retratada de forma pacífica, não violenta. A
alternativa E está incorreta porque somente a Carta pertence
ao Quinhentismo. O quadro de Meirelles pertence ao estilo
romântico.
Questão 03 – Letra B
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 7
Habilidade: 22
Comentário: São traços característicos do poema de
Casimiro de Abreu o nacionalismo reforçado pela distância
da pátria e a saudade em relação à paisagem onde o eu lírico
viveu a infância. Essas ideias se confirmam explicitamente
em trechos como “[...] Senhor dá-me de novo / os gozos do
meu lar”, “[...] Dá que eu veja uma vez o céu da pátria / o
céu do meu Brasil”, “Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
/ Lá na quadra infantil”. O nacionalismo se verifica também
em elementos como as laranjeiras e os sabiás, típicos da
vegetação e da fauna brasileiras. Note-se a semelhança
entre o poema de Casimiro de Abreu e a “Canção do exílio”,
de Gonçalves Dias. As demais alternativas da questão
apresentam afirmações que não se aplicam ao poema, por
exemplo, ausência de métrica e alívio por se estar longe
da pátria, ou mesmo que contradizem os princípios do
Romantismo, como negação do passado e tristeza na infância.
Questão 04 – Letra D
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 5
Habilidade: 15
Comentário: No trecho da obra Inocência, de Taunay,
observa-se como o Romantismo brasileiro, principalmente
na prosa, procurou construir uma imagem nacional por meio
da representação de certas áreas desconhecidas do país,
bem como da natureza de tais regiões. Por isso, a afirmativa
presente na letra D da questão é correta – é possível
reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições
do Romantismo para a construção da identidade da nação foi
a “expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o
sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer
os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros”. O “sertão
bruto”, descrito no excerto, comprova tal assertiva.
MÓDULO – C 07
Termos ligados ao verbo
Exercícios de Fixação
Questão 01
Comentário: A questão testa a capacidade do aluno
de identificar as vozes ativa e passiva. Tão ou mais importante
que identificar essas vozes, no entanto, é trabalhar seus
usos e mostrar como a utilização de uma ou outra voz é uma
escolha consciente do falante para identificar ou omitir o
responsável por uma ação, atribuindo-lhe prestígio ou culpa
em um processo, dando-lhe importância ou relegando-o ao
esquecimento. A escolha das vozes verbais, assim como
outras escolhas linguísticas, privilegiam ou desconsideram
fatos e pessoas neles envolvidas. Se o aluno perceber isso,
ele compreenderá melhor a abordagem e o posicionamento
de determinadas reportagens.
A) Foram mortas; foram queimados; foi suspenso. Prefere-se
a voz passiva porque há interesse em omitir o agente da
ação, o qual pode não ser conhecido.
B) Prefere-se a voz ativa pelo fato de serem títulos de
reportagem em que há intenção de evidenciar a clareza e
objetividade.
C) É mais pertinente o uso da voz passiva quando não se sabe
ao certo o agente de um acontecimento, como o referenciado
na manchete. Nesse caso, destacam-se as vítimas.
Questão 02
Comentário: O aluno deve perceber que a presença de um
complemento circunstancial de lugar para o verbo “levar”
restringiria as infinitas possibilidades de destino oferecidas
pela companhia de turismo, o que, em termos de publicidade,
não é interessante. A ausência desse complemento, portanto,
se justifica pelas diferentes opções de viagem que o cliente
venha a desejar, ou seja, a CVC o leva para onde ele desejar.
Nesse sentido, o verbo “levar” pode também estar relacionado
ao verbo “sonhar” – levar para o sonho.
Questão 03 – Letra B
Comentário: A questão pede que o aluno aponte a alternativa
que contém um objeto direto preposicionado. Na alternativa B,
o verbo “amar”, que é transitivo direto (exige complemento
sem preposião obrigatória), apresenta como complemento
(objeto direto) a expressão “ao seu pai”, em vez de
simplesmente “seu pai”, como seria o esperado. Pode-se
dizer, portanto, que, nesse caso, tem-se um objeto direto
preposicionado. Na alternativa A, a expressão “aos filhos”
é um objeto indireto. Nas alternativas C e D, as expressões
“para os infernos” e “nos céus de agosto” são adjuntos
adverbiais de lugar. Ainda na alternativa D, a expressão
“em dias ensolarados” é um adjunto adverbial de tempo.
Questão 04
Comentário:
A) A citação de Ianni apoia a ideia da presença marcante
das viagens na história das sociedades, como forma de
descobrir o outro e a si mesmo. É interessante destacar
que a viagem aparece não só como real, mas também,
principalmente, como fictícia, isto é, a narrativa de viagem
é fundamental na construção das sociedades.
B) Para responder a essa questão, o aluno deve perceber
com qual verbo o adjunto adverbial se relaciona. Em I, o
adjunto adverbial incide sobre o verbo “considerar” e, em
II, modifica o verbo “viver”.
Questão 05 – Letra B
Comentário: “O palanque” é um objeto direto que completa
o verbo “desmontaram”. Em “por onde”, há um pronome
relativo precedido de preposição, o qual substitui “palanque”,
e essa expressão pode ser lida como “desfilou pelo palanque”,
ou seja, exerce a função de adjunto adverbial de lugar. Por
fim, “a elite do samba” é o sujeito (posposto) do verbo
“desfilou”.
Exercícios Propostos
Questão 01 – Letra E
Comentário: Os termos citados na alternativa E, “disparatadas”
e “indivíduos”, seriam os mais adequados para substituírem os
termos coloquiais usados no texto original. Nas alternativas
A e B, os termos “panaca” e “bestalhão”, embora tenham
sentidos próximos aos dos termos usados no texto, também
são coloquiais. Na alternativa C, “intrigante” não tem o mesmo
sentido de “asnáticas”, assim como não o tem “estranhas”,
LÍNGUA PORTUGUESA
na alternativa D. Nesta última alternativa, “cara” é expressão
coloquial e, portanto, não está de acordo com o que é solicitado
no enunciado da questão.
Questão 03 – Letra D
Comentário: Para João Ubaldo Ribeiro, não notamos
a incoerência de algumas frases, porque já as ouvimos
muitas vezes. Isso pode ser comprovado pelo seguinte
trecho do texto: “Como sabemos, existem muitas frases
comumente repetidas a cujo uso nos acostumamos tanto
que nem observamos nelas patentes absurdos ou disparates”.
A resposta correta é, portanto, a alternativa D.
Editora Bernoulli
15
 Questão 05 – Letra D
Comentário: Os termos em destaque exercem a função
de objeto direto, o que torna correta a alternativa D.
O objeto direto é o termo não preposicionado que completa
o sentido de um verbo transitivo direto. No caso em questão,
“a mente”, “um tênis” e “previsão de pagamento” completam
o sentido das formas verbais “emburrece”, “atire” e “há”,
respectivamente.
Questão 07 – Letra E
Comentário: Em “Ela sempre fez tudo por mim”, o termo “por mim”
exerce a função de adjunto adverbial. Essa é também a função
sintática que o termo “comigo” exerce na frase da alternativa E:
“Ela irá à festa comigo”. Na frase da alternativa A, “com você”
funciona como objeto indireto; na frase da alternativa B,
“minha vez” é objeto direto; na da alternativa C, “satisfeito”
desempenha a função de predicativo, assim como “onze
horas”, na da alternativa D.
Questão 08 – Letra E
Comentário: A única palavra destacada que não apresenta a
mesma função sintática de “rápido” é “alto”, na alternativa E.
Em “É preciso agir, e rápido”, o termo destacado funciona
como adjunto adverbial de modo (note-se que ele pode ser
substituído, sem alteração de sentido, por “rapidamente”).
Em todas as alternativas, os termos negritados também
têm essa função, exceto na alternativa E, em que o adjetivo
“alto” funciona como adjunto adnominal, já que qualifica o
substantivo “oratório”, sem intermediação de verbos.
Questão 11 – Letra A
Comentário: Na oração “onde brilhavam alunos mais velhos”,
a expressão “alunos mais velhos” exerce a função sintática de
sujeito (simples). Vale ressaltar que o sujeito está posposto ao
verbo, o que pode, em alguns momentos, dificultar a análise.
Seção Enem
Questão 01 – Letra E
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 8
Habilidade: 26
Comentário: A construção “precisa-se gentes” aproxima-se
da linguagem brasileira coloquial, por não obedecer às regras
da Gramática Normativa. Há, nessa frase, um desvio quanto
ao uso da regência verbal, já que o verbo “precisar” exige o
uso da preposição “de”. Outro fator a ser apontado é o uso
desnecessário de “gentes” no plural, já que a palavra “gente”
já traz consigo a noção de coletividade. A frase adequada à
norma padrão, portanto, seria “precisa-se de gente”. A própria
escolha do vocábulo “gente” é um indício de aproximação
da linguagem popular, uma vez que gramáticos puristas
geralmente preferem o uso de “pessoas”, termo menos
coloquial.
LÍNGUA PORTUGUESA
Questão 02 – Letra C
Eixo cognitivo: I
Competência de área: 8
Habilidade: 25
Comentário: A construção “eu boto ele” não é admitida pela
norma padrão da língua portuguesa, embora seja admissível
e bastante comum na coloquialidade. A norma padrão aceita
somente o uso de pronomes do caso reto na função de sujeito
e, algumas vezes, de predicativo do sujeito, o que invalida
o uso de “ele” como complemento de “botar”. Está correta,
portanto, a alternativa C.
Coleção Estudo
16
MÓDULO – C 08
Termos ligados ao nome
Exercícios de Fixação
Questão 01 – Letra C
Comentário: A questão pede que se assinale a alternativa
em que as funções dos termos em destaque estejam
corretamente identificadas, o que ocorre na letra C. Em “Jazia
a um canto, arrepiado, morto-vivo”, “a um canto” expressa
uma circunstância de lugar, evidencia o lugar onde alguém
jazia, por isso é um adjunto adverbial. “Arrepiado” e “morto-
vivo” classificam-se como predicativos do sujeito, pois são
expressões com valor adjetivo, que expressam o estado do
sujeito (desinencial) da oração e ligam-se a esse sujeito por
meio de um verbo.
Na alternativa A, somente “morto-vivo” está classificado
corretamente. Nas alternativas B e D, somente “arrepiado”
está corretamente classificado. Na alternativa E, todas as
classificações estão incorretas.
Questão 02 – Letra C
Comentário: Assim como na questão anterior, o aluno deve
identificar a alternativa que contém a classificação correta
dos termos destacados no texto, o que ocorre na letra  C.
Em “A água comovida abraça-se com o mato”, tem-se o
verbo pronominal “abraçar-se”, que exige um complemento
preposicionado. A expressão “com o mato” funciona,
portanto, como complemento da forma verbal “abraça-se”,
sendo classificada como objeto indireto. Já em “Levada pela
correnteza”, tem-se a construção: sujeito + VTD no particípio
passado + expressão preposicionada, característica da voz
passiva (“a terra emigrante [foi] levada pela correnteza”).
Nessa construção, a correnteza é quem executa a ação de
levar embora a terra emigrante (sujeito paciente), por isso
“pela correnteza” é classificado como agente da passiva.
A alternativa A está incorreta, porque nela somente a
expressão “pela correnteza” foi classificada devidamente.
Na alternativa D, somente a expressão “com o mato” foi
classificada corretamente. Nas alternativas B e E, os dois
termos em destaque foram erroneamente classificados.
Questão 03 – Letra D
Comentário: A questão pede que o aluno identifique as
funções exercidas pelo pronome “lhe” nos enunciados I e II,
o que ocorre na alternativa D. Em “... custou-lhe a história
uma forte sarabanda...”, o verbo “custar” tem como sujeito
“a história” e é transitivo direto e indireto. Nessa frase, “uma
forte sarabanda” é objeto direto da forma verbal “custou”,
e o pronome “lhe” – “a ele” – é o objeto indireto. No enunciado
“[...] o amor e o ciúme lhe ocupavam a alma [...]”, “lhe” tem
valor possessivo. Pode-se dizer que “[...] o amor e o ciúme
lhe ocupavam a alma [...]” equivale a “... o amor e o ciúme
ocupavam a alma dele(a)...”. Nesse caso, “lhe” funciona como
adjunto adnominal.
As alternativas A e E não são válidas, pois nelas somente
o “lhe” do enunciado I foi classificado corretamente.
As alternativas B e C estão incorretas, porque nelas somente
o “lhe” do enunciado II foi classificado adequadamente.
Questão 04 – Letra C
Comentário: O pronome oblíquo átono “lhe” tem valor
possessivo e é equivalente a “dele” ou “sua” e determina o
substantivo “cabeça”, portanto é um adjunto adnominal. O
pronome pessoal reto “ele” exerce sua função típica, a de
sujeito, no caso, do verbo “ser”.
Questão 05 – Letra E
Comentário: O excerto faz parte do período “De tudo que
é nego torto / Do mangue e do cais do porto / Ela já foi
namorada”, a que corresponderia, na ordem direta: “ela já
foi namorada de tudo que é nego torto, do mangue e do cais
do porto”. Assim, “De tudo que é nego torto” é complemento
do substantivo “namorada”, regido de preposição, portanto,
complemento nominal, como se enuncia em E.
Exercícios Propostos
Questão 05 – Letra B
Comentário: Em “Como o conselheiro é idoso, pensei
vê-lo atacar os costumes e o carnaval”, a conjunção em
destaque estabelece entre as orações uma relação de causa.
O narrador imagina ter visto o conselheiro atacar os costumes
e o carnaval, pelo fato de o conselheiro ser um homem idoso.
Assim, “como” poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido,
pela conjunção “porque”, o que torna correta a alternativa B.
As conjunções apresentadas nas demais alternativas não são
adequadas ao enunciado, por apresentarem noções diferentes
da noção de causa. Em A, a  conjunção tem o sentido de
concessão; em C, de conformidade; em D, de condição e,
em E, de oposição ou adversidade.
Questão 06 – Letra E
Comentário: Em “Meu filho, quando se chega a uma certa
idade, o resultado é tudo”, o termo em destaque é utilizado
para evocar alguém, fazer um chamamento, e é marcado
por sinal de pontuação, no caso, por vírgula. Essas são
características que o definem como um vocativo. A resposta
correta é, portanto, a alternativa E.
Questão 07 – Letra A
Comentário: O verbo “esquentar”, em várias situações,
é transitivo direto (exige um complemento não preposicionado).
No entanto, em “As coisas esquentam!”, possui sentido
completo, não exige um complemento. Nesse contexto,
trata-se, portanto, de um verbo intransitivo, o que torna
correta a alternativa A. As alternativas B, C e D estão
incorretas, porque, conforme foi dito, na frase analisada,
o verbo “esquentar” não exige complemento, portanto,
não poderia ser transitivo. A alternativa E está errada, porque
o verbo “esquentar” exprime ação (verbo significativo), não
estado, qualidade ou condição do sujeito.
Questão 09 – Letra A
Comentário: Essa questão exige a identificação dos termos
da oração destacados. “Sob pressão” é equivalente a
“pressionados” e determina o núcleo do sujeito “os governos”,
exercendo, portanto, a função de predicativo do sujeito.
“Para agirem à luz das conclusões do painel intergovernamental
sobre mudança climática da ONU” indica a finalidade de os
governos estarem sob pressão, por isso exerce a função de
adjunto adverbial de fim ou de finalidade. “De que no futuro
haja mais tempestades, secas, ondas de calor provocadas “
completa o sentido do substantivo abstrato “probabilidade”
e “pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades”
indica o agente da ação de “provocar”, por isso são,
respectivamente, complemento nominal e agente da passiva.
Questão 10 – Letra D
Comentário: Os versos estão na ordem indireta, fato comum
em textos poéticos. Se reescritos na ordem direta (A idade,
pérfida e assassina, rouba-lhe mais que a vida, (rouba-lhe)
o orgulho de ser bela), fica claro que “a vida” é objeto direto
de “rouba”, “pérfida e assassina” é predicativo do sujeito, e
“o orgulho de ser bela” é complemento verbal de “rouba”.
Questão 11 – Soma = 05
Comentário: A proposição 02 está incorreta, pois “meus
amigos” é, na verdade, vocativo. A proposição 08 está
incorreta, já que “é” é classificado como verbo de ligação. E a
proposição 16 também está errada, porque “a base do governo”
é predicativo do sujeito, pois se refere ao sujeito “a ordem”.
Seção Enem
Questão 01 – Letra E
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 8
Habilidade: 27
Comentário: Segundo o enunciado da questão, o governo
do Estado lançou uma campanha que tinha por objetivo
acabar com a violência. Assim, pode-se dizer que ela é
uma campanha do governo do Estado contra a violência.
Considerando-se que essa campanha entrou em nova fase,
pode-se dizer que a “campanha do governo do Estado contra
a violência entra em nova fase”. O enunciado que contém a
interpretação pretendida pelo interlocutor é apresentado na
alternativa E. Em “campanha contra a violência do governo do
Estado entra em nova fase”, a inversão da ordem dos termos
da oração produz um sentido diferente do que era pretendido
pelo interlocutor. Nesse enunciado, não mais “a violência”, mas
“a violência do governo do Estado” funciona como complemento
de “campanha”. Desse modo, o leitor é levado a interpretar
que o Estado é agente da violência que quer combater, e não
LÍNGUA PORTUGUESA
o responsável pela campanha.
Questão 02 – Letra D
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 8
Habilidade: 27
Comentário: Pronomes pessoais desempenham a função de
adjuntos adnominais, denotando a ideia de posse, nas construções
linguísticas em que for possível substituí-los por pronomes
possessivos. Nesses casos, o pronome “me” corresponde a “meus”;
Editora Bernoulli
17
 “te”, a “teus”; “lhe”, a “seu”; “nos”, a “nosso”; “vos”, a “vosso”; e
“lhes”, a “seus”. Analisando-se as sentenças, verifica-se que essa
substituição pode ser feita apenas na alternativa D. “E ficam-
me os dedos estarrecidos” corresponde, em sentido, a “E ficam
meus dedos estarrecidos” ou “E meus dedos ficam estarrecidos”.
Em nenhumas das demais alternativas é possível fazer essa
substituição sem alterar o sentido original da sentença, porque os
pronomes átonos em destaque desempenham funções distintas
da de adjunto adnominal.
Questão 03 – Letra E
Eixo cognitivo: III
Competência de área: 8
Habilidade: 27
Comentário: Na frase citada no enunciado da proposta,
as vírgulas são utilizadas para isolar o vocativo, termo que, por
não pertencer, de fato, à oração, aparece sempre separado por
um sinal de pontuação. A alternativa em que as vírgulas são
usadas também para separar o vocativo é a E. Em “Esse amor,
meu amor, / Onde andará?”, o termo “meu amor” funciona
como vocativo, ou seja, o eu lírico dirige a pergunta à pessoa
por ele considerada seu amor / amante.
MÓDULO – C 09
Concordância nominal
Exercícios de Fixação
Questão 01 – Letra D
Comentário: O aluno deve indicar a alternativa que contém
erro de concordância nominal, o que ocorre na letra D.
Quando um adjetivo é posposto a vários substantivos,
há duas possibilidades de concordância: o adjetivo pode
flexionar-se de modo a concordar com todos os substantivos
ou pode concordar com o substantivo mais próximo.
No caso em questão, o adjetivo “próspero” poderia flexionar
no masculino plural para concordar com os dois elementos a
ele antepostos (“fazendas e engenho prósperos”), ou poderia
permanecer no masculino singular para concordar com o
elemento mais próximo (“fazenda e engenho próspero”).
LÍNGUA PORTUGUESA
A opção “fazendas e engenho prósperas” não satisfaz a
nenhuma das duas propostas possíveis de concordância.
As alternativas A, B e C estão corretas, porque em todas elas o
adjetivo concorda com o último elemento. A alternativa E está
correta, porque nela o adjetivo concorda com os dois elementos.
Questão 02 – Letra D
Comentário: O aluno deve indicar a alternativa incorreta,
o que ocorre em D. Na expressão “o mais... possível”, “possível”
deve sempre concordar com o artigo que inicia a expressão.
Coleção Estudo
18
No enunciado da alternativa D, isso não ocorre, pois o artigo
que inicia a expressão (“o”) está no singular, e “possíveis” está
no plural, por isso há erro de concordância. O correto seria
“Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possível”.
A alternativa A está correta, pois, quando a palavra “só” tem
sentido de “sozinho”, ela deve concordar com o termo a que se
refere; por isso, o termo está no plural (“sós”) para concordar
com “os fatos”. As alternativas B e C estão corretas, pois,
nelas, “meio” e “caro” têm valor adverbial, logo, são palavras
invariáveis. A alternativa E está correta, porque “mesma” tem
valor adjetivo e deve concordar com o termo a que se refere,
no caso, “a moça” (representada pelo pronome “mim”).
Questão 03 – Letra C
Comentário: A questão pede que o aluno indique
a  alternativa incorreta, o que ocorre na alternativa C. O
adjetivo “oportuno” determina o substantivo “comentários”,
por isso, deveria estar flexionado no plural. O correto seria
“O autor não considera oportunos os comentários negativos
dos porretas americanos”.
Nas alternativas A e E, ocorre um adjetivo determinando dois
substantivos de gêneros diferentes. Nesse caso, os adjetivos
podem flexionar-se no masculino plural (o que acontece
nas frases) ou concordar com o termo mais próximo. Em A,
“inadequados” está flexionado no masculino plural para
concordar com “os estudos e as propostas”. Em E, “brasileiros”
e “estrangeiros” flexionam-se também no masculino plural
porque são determinantes, respectivamente, de “as mulheres
e os homens” e de “os homens e as mulheres”.
As alternativas B e D também estão corretas, pois “emprestada”
e “encerrada” estão no feminino singular para concordar com
os termos “verba” e “discussão”, respectivamente.
Questão 04
Comentário:
A) Para responder a essa questão, o aluno deve interpretar
o trecho da carta de Mário de Andrade. Se sua leitura
for atenta, ele encontrará as consequências no seguinte
trecho:
“Eu acho, Drummond, pensando bem, que o que falta pra
certos moços de tendência modernista brasileiros é isso:
gostarem de verdade da vida. Como não atinaram com o
verdadeiro jeito de gostar da vida, cansam-se, ficam tristes
ou então fingem alegria o que ainda é mais idiota do que
ser sinceramente triste”.
B) No enunciado A, trata-se de moços brasileiros com
tendência modernista; no enunciado B, trata-se de moços
cuja tendência modernista é brasileira.
Questão 05 – Letra E
Comentário: O fato de a palavra “entrada” aparecer
determinada com o artigo definido “a” exige que a expressão
verbal concorde com ele. Assim, a frase da alternativa E não
observou as regras da norma padrão e deveria ser substituída
por “É proibida” para ser considerada correta.
Exercícios Propostos
Questão 04 – Letra E
Comentário: Somente no item VI a mudança de posição
dos itens em negrito eliminaria a ambiguidade da frase.
A alternativa E, portanto, é incorreta. Em “Estou pensando em
viajar para o exterior novamente”, pode-se entender que o
enunciador, que já viajou para o exterior anteriormente, deseja
fazê-lo de novo, ou que ele, mais uma vez, deseja fazer uma
viagem internacional. Se mudarmos o advérbio de lugar,
de modo que ele modifique o verbo “pensar” (“Estou pensando
novamente em viajar para o exterior”), a ambiguidade se
desfaz, e a frase passa a ter somente a segunda interpretação.
Nos demais casos, a  alteração da ordem dos termos não
desfaz a ambiguidade.
Questão 05 – Letra B
Comentário: A frase “Guardo saudoso aquele olhar em tons
verdes-claros” não exemplifica a regra descrita em II, o que
torna incorreta a alternativa B. Segundo a regra descrita em II,
somente o segundo elemento do adjetivo composto deveria
ser flexionado em gênero e número, mas, no caso citado,
ambos os elementos do adjetivo composto flexionam-se.
Adequando a frase, teríamos “tons verde-claros” e não “tons
verdes-claros”. A frase da alternativa A exemplifica a regra I,
já que “fresca” concorda em gênero e número com a palavra
mais próxima, “alface”. A alternativa C exemplifica a regra
III, porque “vamos” está no plural para concordar com a
palavra “gente”, que expressa noção de grupo. A alternativa D
exemplifica a regra IV, porque “deve ser protegida” concorda
com o segundo elemento da frase, “nossa segunda casa”, que
equivale à “escola”. A alternativa E exemplifica a regra IV,
porque “deverão ser presos” concorda com o último elemento,
“autores”, por uma questão de retificação de número gramatical.
Questão 06 – Letra A
Comentário: Em “Os filhos ou a única irmã herdarão o
imóvel mais caro do espólio”, a conjunção “ou” traduz noção
de exclusão; portanto, pela regra IV, o verbo deveria estar
no singular, para concordar com o sujeito mais próximo
(“a única irmã”). A alternativa A, portanto, não se ajusta
às regras descritas. A alternativa B ajusta-se à regra IV; as
alternativas C e E ajustam-se à regra III (segundo a qual o
verbo “pode” ir para o plural, o que significa que o usual é
o emprego no singular); a alternativa D ajusta-se à regra I.
Questão 07 – Letra D
Comentário: Somente a afirmativa presente em D está
correta. A afirmativa A está incorreta, porque o uso do
artigo “a” antes de “participação” obriga o uso da palavra
“necessária” flexionada no feminino. A alternativa B está
incorreta, porque não há qualquer problema de pontuação no
trecho. “Grandes mobilizações” não é sujeito de “é necessária
também”. A vírgula depois de “grandes mobilizações” destaca
corretamente a oração adverbial deslocada. A alternativa C
está errada, porque “é necessária” concorda com
“a participação”, não com “grandes mobilizações”, que,
conforme foi dito, não é sujeito. A alternativa E está incorreta,
porque as expressões “é necessária” e “é precisa” não se
equivalem em sentido, portanto, o autor não poderia utilizar a
segunda no lugar da primeira.
Questão 08 – Letra B
Comentário: Na frase “se divertissem e passassem meia
hora rachando o bico”, o termo destacado é um adjetivo,
relacionado com o substantivo “hora”. O mesmo acontece
em A e E, com o adjetivo concordando com os substantivos
“hora” (elíptico) e “palavras”, respectivamente. Em C e D,
também são respeitadas as regras de concordância, pois
o termo “meio” exerce função de advérbio, relacionado
com os adjetivos “caras” e “ríspidas”, portanto, deve
permanecer invariável. A opção que apresenta desvio
do padrão recomendado é B, pois o termo “meia” está
flexionado indevidamente por se tratar de um advérbio
ligado ao adjetivo “cansada”. O correto seria eu estou
meio cansada.
Seção Enem
Questão 01 – Letra A
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 8
Habilidade: 26
Comentário: Os trechos contêm inadequações do ponto de
vista da Gramática Normativa. Em todos há, por exemplo,
erros ortográficos. Além desses erros, há, na alternativa B,
uma inadequação no emprego de um pronome do caso reto
na função de complemento verbal e, na alternativa A, o uso do
verbo “ter” com sentido de “haver” (“Tinha um viúvo [...]”).
Nenhum desses erros, entretanto, deriva de uma falha na
relação entre as palavras na frase. Apenas na alternativa A
ocorre um erro desse tipo. De acordo com a norma culta,
em um grupo nominal, os termos determinantes devem
concordar em gênero e número com o termo determinado
(núcleo do sintagma nominal), o que não ocorre no termo
“treis rapaz”.
Questão 02 – Letra C
Eixo cognitivo: II
Competência de área: 6
Habilidade: 18
Comentário: Na charge o humor decorre de uma
interpretação equivocada que o recém casado faz sobre o
que é dito por seu amigo. Este usa, corretamente, a palavra
“meia”, que, em sua frase, é um substantivo feminino
designativo de uma vestimenta. O amigo não comete
LÍNGUA PORTUGUESA
nenhuma inadequação, mas flexiona adequadamente o
adjetivo “velha” que é determinante do substantivo “meia”. O
recém-casado, entretanto, atribui à palavra “meia” um valor
adverbial. Para ele, o adjetivo “velha” seria um predicativo
de “sua mulher”, e a palavra “meia” um adjunto adverbial
de intensidade que estaria modificando o adjetivo “velha”.
A alternativa C é, portanto, a que melhor explica a causa do
mal entendido. Vale observar que a flexão do advérbio “meio”
é bastante comum na linguagem coloquial.
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