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TEORIA..................................................................

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ESTUDO GUIADO................................................ 262

PROPOSTAS DE REDAÇÃO............................. 266


REDAÇÃO

Competência I ou interpretações; e argumentativa: é preciso apresentar


argumentos a fim de sustentar o seu ponto de vista (defendendo
A Competência I afirma: “Demonstrar domínio da
ou refutando-o), conforme vimos anteriormente. O objetivo
modalidade escrita formal da língua portuguesa”, isso significa
do texto dissertativo-argumentativo é convencer o seu leitor
que o aluno deve lançar mão de seus conhecimentos acerca
de que o ponto de vista ali trabalhado em relação à temática
da norma padrão para redigir seu texto, tendo em vista o
solicitada é acertado e relevante, por isso a necessidade de
caráter formal do exame, o que se espera da escrita para o
apresentar informações, fatos e, principalmente, opiniões,
texto do tipo dissertativo-argumentativo. Por isso, em síntese,
seguindo um raciocínio coerente e consistente.
é necessário usar bem a pontuação, acentuação, grafar
corretamente as palavras — conforme o Novo Acordo
Ortográfico, o qual está em vigor no Brasil desde o ano de Competência III
2009. Além disso, o participante não deve fazer uso de Na Competência III, o aluno precisa selecionar,
linguagem informal ou de marcas da oralidade, deve saber relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões
trabalhar regência verbal e nominal, concordância, bem e argumentos em defesa de um ponto de vista; nesse quesito,
como fazer escolhas vocabulares precisas, isto é, usar um será evidenciado o caminho escolhido pelo participante
vocábulo no seu sentido correto e adequado ao contexto para dar sentido ao texto, utilizando a tese como ponto
utilizado na redação. norteador. No processo de construção do texto, o escritor
deve ter poder de elencar argumentos válidos, associá-los
Competência II com organização clara e estratégica para defender o ponto
de vista já citado. Desse modo, é fundamental que a
Na Competência II, as diretrizes são: “Compreender a
progressão dada ao texto aconteça de forma coerente, pois
proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de
isso dá indícios de que o participante elaborou o que
conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites
chamamos de projeto de texto, nota-se um planejamento
estruturais do texto dissertativo argumentativo em prosa”.
anterior à escrita definitiva. Isso resultará num texto em
Inicialmente, o escritor precisa refletir sobre o tema e
que todas as partes estão interligadas de forma clara
determinar qual será o direcionamento da discussão
e coerente.
(compreender a proposta de redação), definindo um ponto
de vista e como irá defendê-lo. Para ajudá-lo nessa tarefa,
o Enem disponibiliza os textos motivadores, os quais Competência IV
geralmente são compostos de imagens, gráficos e/ou A Competência IV aborda a coesão, pois é preciso
reportagens a fim de que o aluno mobilize os conhecimentos ''Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários
adquiridos ao longo dos seus anos de formação educacional para a construção da argumentação''. Isso quer dizer que o
para formular uma tese. Além disso, é importante não participante irá se valer da organização textual por meio de
tangenciar o tema, ou seja, uma abordagem superficial com elementos coesivos que garantam uma sequenciação lógica
base apenas no assunto ao qual o tema está vinculado. do texto e uma interdependência entre as frases, orações,
Em seguida, vamos ao segundo aspecto da C2 que é os períodos, parágrafos, entre outras partes do texto. Para
aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para isso, o aluno irá utilizar, principalmente, os chamados
desenvolver o tema. Como foi dito anteriormente, na folha operadores argumentativos, atuando na superfície do texto,
da proposta de redação, são apresentados textos motivadores, possibilitando um entendimento mais profundo da redação.
mas o aluno não deve se ater apenas a esses textos, já que Para garantir essa coesão textual é fundamental que os
eles estão ali para cumprir a função de fazê-lo refletir. Tendo recursos coesivos sejam utilizados entre os parágrafos e
em vista que o tipo textual é dissertativo-argumentativo, o dentro dos parágrafos - inter e intratextuais, respectivamente.
participante precisa mostrar que tem noção, ou seja, São os operadores argumentativos e expressões coesivas
conhecimento do que está escrevendo. Para isso, é que irão ligar uma ideia a outra e dar sentido ao que está
fundamental o uso do Repertório Sociocultural (RSC), pois sendo dito, além de evitar truncamentos e períodos isolados.
ele o ajudará a validar o seu ponto de vista. Podem ser Quando a coesão acontece entre os parágrafos, ela pode ser
utilizados filmes, séries, músicas, livros, obras, poemas, facilmente identificada pelas expressões coesivas sequenciais
jornais, personalidades, estudos, estatísticas, fatos ou períodos ou operadores argumentativos utilizados para introduzir
históricos, filósofos, sociólogos, entre outras possibilidades, uma ideia. Durante a correção dos textos, há a necessidade
desde que sejam legitimados, ou seja, com respaldo nas de identificar, no mínimo, duas vezes essas expressões
várias Áreas do Conhecimento (científicas ou culturais). coesivas entre os parágrafos para ofertar a nota máxima
Por fim, o terceiro aspecto da competência II são os limites nesse critério.
estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. A coesão não se resume a essas expressões, mas também
Portanto, além de entender o tema e estabelecer uma tese, quando o aluno emprega um pronome corretamente para
escolher o repertório que irá utilizar no desenvolvimento do evitar a repetição de uma informação dada anteriormente,
texto, o aluno precisa que a sua redação seja dissertativa: inclusive um aspecto fundamental da competência IV é evitar
discorra sobre o tema por meio de exemplificações, análises repetições e utilizar os mecanismos linguísticos adequadamente.

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ASSUNTO 05 ESTUDO GUIADO

Estudo guiado
Para escrever com propriedade sobre uma temática, é fundamental estar a par das discussões que a envolvem, reu-
nindo informações capazes de facilitar seu entendimento. O roteiro de estudos é um recurso muito utilizado para essa
finalidade, por isso preparamos uma seção especial para você, na qual reuniremos dados, conceitos, citações, obras, entre
outras possibilidades de repertório sociocultural para sua redação. Bons estudos!

“Os impactos da exclusão digital no Brasil”

Dados iniciais
• O Coordenador do Programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(IDEC), Diogo Moyses, afirma que o acesso à internet é considerado um direito, por ser essencial para uma série
de atividades. O especialista destaca que o acesso cresce no Brasil desde que a internet começou a ser oferecida
comercialmente no país, no final da década de 1990. Porém, está longe de ser igualitário. Ou seja, mesmo entre os
que estão conectados, há desigualdades profundas.
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 14 mar. 2020.

• Uma pesquisa sobre uso da internet durante a pandemia, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação, aponta que em 2020 o telefone celular foi o principal dispositivo
usado para acompanhar as aulas e atividades remotas, sobretudo nas classes D e E, somando 54% deste segmento
da população. Desse total, 36% tiveram dificuldades para acompanhar as aulas por falta ou baixa qualidade da
conexão à internet, o que evidencia um cenário de exclusão digital no país.

Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br. Acesso em: 22 out. 2020.

• De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comuni-
cação, no último trimestre antes que a pandemia de covid-19 se agravasse no Brasil, 12,646 milhões de famílias
ainda não tinham acesso à internet em casa. Cerca de 39,8 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não
usavam a rede, e ainda havia 34 9 milhões de pessoas nessa faixa etária sem aparelho de telefone celular. O resul-
tado mostra o tamanho do desafio de inclusão digital no País, um pouco antes que a crise sanitária confinasse
milhões de brasileiros, provocasse o fechamento de escolas e aumentasse o número de pessoas em trabalho remoto.
Até mesmo o cadastro para inscrição ao recebimento do auxílio emergencial pago pelo governo era feito pela
internet, através de um site da Caixa ou aplicativo de telefone celular.
Disponível em: https://exame.com. Acesso em: 30 abr. 2020.

Possíveis argumentos
Dificuldades educacionais
Em 2020, escolas de todo o país tiveram que se adaptar à paralisação das aulas presenciais e aderir ao modelo remoto
de ensino. Ainda assim, dados do Inep apontam que a falta de acesso à internet tornou o período mais difícil para crian-
ças de áreas rurais, quando comparadas aos jovens de áreas urbanas.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 8 jun. 2020.

Os obstáculos de acesso à internet em determinadas áreas


A pesquisa realizada pelo O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta a dificuldade em fazer a
internet chegar a certas regiões do país. Isso porque 4,5% das pessoas em todo o Brasil não acessam a web por falta de
serviços disponíveis nos locais em que elas moram. Ou seja, elas não conseguem contratar um pacote de internet, mesmo
que queiram. Como esperado, esse percentual é mais elevado na Região Norte, onde 13,8% daqueles que não acessam
a internet não têm acesso ao serviço nos locais que frequentam. Na Região Sudeste, esse percentual é 1,9%.
Disponível em: http: https://canaltech.com.br. Acesso em: 15 ago. 2020.

Desemprego
Falta de acesso à internet afasta jovens da escola e do emprego, pois a crise agravada pela pandemia deixou de fora
do mercado de trabalho uma parte significativa da população brasileira que está em idade ativa. O percentual de jovens
de 20 a 29 anos que não estão trabalhando nem estudando atingiu o maior patamar já registrado. Um dos motivos é a
falta de acesso à internet.
Disponível em: http://www.polisrecreio.com.br. Acesso em: 5 jan. 2020.

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Outras áreas do conhecimento

Livro “Cibercultura”, de Pierre Lévy

O livro Cyberculture foi publicado em 1997. Passada mais de uma década, a obra
ainda se mostra atual, por trazer reflexões oportunas para se repensar os caminhos da
humanidade e, em especial, da aprendizagem, com o advento das tecnologias digitais.
O autor sinaliza o papel das tecnologias intelectuais, como favorecedoras de novas
formas de acesso à informação e de novos estilos de raciocínio e de construção do conhe-
cimento.

Filme “Eu, Daniel Blake”, 2016

Após uma parada cardíaca, Daniel se afasta do trabalho e buscar auxílio financeiro
do governo. No entanto, o personagem se depara com dificuldades de comunicação,
como telefonemas que o deixam esperando por horas e formulários online que ele não
consegue preencher, porque não sabe utilizar computadores e a internet.

Constituição Federal

O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos assegura a todos os seres


humanos o direito à informação: “Artigo 19: Todos os seres humanos têm direito à liberdade
de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente
de fronteiras.”. A ONU considera o corte ao acesso à internet, independentemente da justi-
ficativa e incluindo violação de direitos de propriedade intelectuais como motivo, "uma
violação artigo 19.” O acesso à informação na Internet facilita inúmeras oportunidades e
facilidades, principalmente no desenvolvimento social, como a educação acessível e inclusiva,
entre outros pontos, bem como que o acesso à Internet não deve ser interrompido por
poderes Estatais.
Disponível em: https://www.direitonet.com.br/. Acesso em: 6 set. 2021.

Proposta de intervenção
• É preciso garantir que famílias que praticamente não têm renda possam ter acesso à internet por meio de subsídios
e, assim, expandir as redes. Ou seja, investimento público.
• O Ministério das Comunicações (MCom) desenvolve importantes programas para acabar com o deserto digital do
país que atinge mais de 45 milhões de brasileiros. Ações como o Wi-Fi Brasil, Norte Conectado, Nordeste Conectado
e Cidades Digitais contribuem para a evolução da conectividade em território nacional.

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