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Instituto de Química – Universidade de São Paulo

QFL 4705 – Atividades Teórico-Práticas de Aprofundamento I

Andres Krasnikovas Perucelo

Trabalho Final

São Paulo, SP
2º Semestre, 2020
Atividade Acadêmica: Química Nova

A revista Química Nova, publicada e editada pela Sociedade Brasileira de


Química, apresenta um conteúdo diversificado, tendo química, ciência e seus
desdobramentos na sociedade como pontos principais, para o seu público, como
pesquisadores, estudantes, docentes e interessados no meio científico.
O corpo editorial dispõe de uma banca altamente qualificada, onde se pode
observar grandes nomes de universidades conceituadas no país e até mesmo no exterior,
sendo comuns ao público principalmente da USP alguns deles como Susana I. C. de
Torresi e Renato S. Freire. Desse modo, a avaliação e seleção dos artigos publicados se
baseiam em critérios como o mérito acadêmico-científico-tecnológico. Isto é, leva-se
em consideração a posição do autor dentro da comunidade científica, em conjunto com
seus feitos e contribuições.
As normas para publicação estão bem claras para os interessados em publicar no
periódico. Deve-se atender às áreas da revista, interessada em publicar novas técnicas
ou métodos, pesquisas originais, trabalhos de revisão e relacionados à educação, em
inglês, espanhol ou português. O artigo deve constar de título, subtítulos cabíveis,
introdução, parte experimental, resultados e discussões, conclusão e referências, além
dos diversos critérios de formatação ao longo do corpo do trabalho, juntamente com
seus elementos.
O periódico Química Nova publica atualmente 10 fascículos por ano, tendo
seguido essa linha há 10 anos, divulgando conhecimento científico para a comunidade
por 42 anos, visto que sua primeira edição foi lançada em 1978.
A revista atende com sucesso as categorias propostas, que no caso são novas
técnicas ou métodos, artigos originais de pesquisa, sobre educação. Foram consultados
três volumes da revista, 40, 41 e 42, números 9, 5 e 4, dos anos 2017, 2018 e 2019,
respectivamente. A leitura compreendeu os abstracts de todos os artigos, eventualmente
acompanhada de alguns trechos das introduções, partes experimentais, resultados e
conclusões, totalizando aproximadamente trinta artigos. Nestes, observou-se uma
grande variedade de assuntos com diferentes objetivos. Assuntos como eletroquímica,
química orgânica, inorgânica, forense, teoria de ligações químicas, bioquímica e
ambiental. E é claro, a analítica instrumental está intrinsecamente ligada, visto que é a
principal ferramenta responsável pelo andamento das pesquisas. Nesse contexto, há a
maior integridade e comunicação entre todas as áreas da química e de outras ciências,
como programação, biologia, matemática, ciências da terra e até mesmo a arqueologia,
seguindo a tendência atual da cada vez maior da interdisciplinaridade.
É provável que, para qualquer entusiasta de ciência, mas principalmente
química, encontre-se movido com os achados na revista. Todas as pesquisas
proporcionam e agregam fatores muito positivos para a ciência, visto que elementos
como a reavaliação de métodos tradicionais bem estabelecidos, com o objetivo de
averiguar sua aplicação atual e veracidade, busca por novos conhecimentos até então
não muito bem documentados ou estudados, na direção de aumentar a “enciclopédia
científica”, novas metodologias, com vantagens econômicas, sociais e ambientais,
avanço tecnológico e uma preocupação maior com o meio ambiente, juntamente com as
consequências dos processos antrópicos, são de suma importância para a sociedade de
diversas formas, não só brasileira como mundial. Por fim, conclui-se que o periódico
está fazendo um ótimo trabalho para a divulgação científica, com conteúdo de qualidade
e relevância nos tempos atuais, prestando um serviço excelente não somente para a
comunidade científica, mas para a sociedade, como um todo.
Na leitura do artigo “Removal of BPA from landfill leachates using Fenton-
Adsorption process”, elaborado pelos pesquisadores mexicanos Lilliana San-Pedro
Cedillo, Roger I. Méndez-Novelo, Germán Giácoman-Vallejos, A. Bassam, da
Universidade Autônoma de Yucatán, e Emanuel Hernández-Núñez, do Centro de
Investigação e de Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional (CINVESTAV),
está presente um interessante caminho para uma das etapas do tratamento de chorume
de aterros sanitários, ricos em resíduos orgânicos possivelmente tóxicos tanto para o
ambiente como para diversos organismos, como o bisfenol A (BPA), principal espécie
química monitorada no estudo. Através da separação da parte sólida da líquida e
submetimento à oxidação, pode-se remover o BPA e outras espécies de característica
química similar, tornando o efluente resultante mais ambientalmente amigável.

Figura 1: Abstract e cabeçalho do artigo

Na introdução, todo o contexto e possíveis primeiras dúvidas ao ser lido o título


do trabalho são dado e solucionadas, respectivamente, encontrando informações sobre o
BPA e produtos químicos semelhantes em termos de seus danos e origem, explicação de
conceitos abordados como chorume e no que consiste o chamado processo de absorção
Fenton. Também são abordados rapidamente os resultados e o que se espera do artigo.
Na parte experimental, são especificados detalhadamente como se decorreu o
processo experimental. Todo o andamento do procedimento, condições aplicadas e
monitoradas, bem como o equipamento, suas especificações e parâmetros e ainda o
método de quantificação e de estudo são narradas, para situar o leitor no artigo, além de
servir como referência para futuros estudos ao redor do mundo.
Em resultados e discussões, são expostos os valores obtidos com o
procedimento, assim como explicações dos mesmos com o auxílio da teoria estatística
necessário e conhecimento teórico envolvido. Aqui é trabalhado e explicado o que
aconteceu nas etapas processo, ainda com comparações com referências consultadas e
possíveis inferências.
Na conclusão, fecha-se o estudo. A partir do que foi realizado, calculado e
analisado, tem-se finalmente a resposta para a pergunta que inspirou a pesquisa, numa
maneira sucinta. Ainda, uma pergunta ou sugestão para o que poderia ser feito no
futuro, na sequência do progresso científico.
A leitura do artigo mostrou-se construtiva e informativa, uma vez que foi
possível entrar em contato com novos conceitos, maneiras de quantificar um analito em
amostra complexa e uma nova forma de amenizar o impacto destrutivo ambiental
antrópico. Este último me é particularmente interessante, uma vez que aspiro a área de
química ambiental e me encontro preocupado com tais questões. Até foi possível
trabalhar mentalmente ideias de química orgânica, visto que o processo de remoção de
BPA se dá por oxidações na matéria orgânica, sendo alguns deles por mecanismos
radicalares. Maiores dificuldades foram em decorrência da falta de experiência na área
experimental e falta de familiaridade com conceitos usados para quantificação,
exemplificadas como estratégias experimentais usadas corriqueiramente em laboratório
(fluxo de N2), não ter tido contado com equipamentos e suas medidas (CG-MS e
cromatograma), DQO (demanda química de oxigênio), DBO (demanda biológica de
oxigênio), entre outros conceitos.
Link para o acesso do artigo:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422019000400418
Atividade Acadêmica: Química Nova na Escola

A revista Química Nova na Escola busca, de uma forma abrangente, expor os


assuntos da química e aqueles envolvidos no processo de educação da mesma de uma
maneira completa e atualizada. Ela busca integrar blocos relevantes para o ensino da
química para que o leitor interessado, refletindo sobre os temas e as informações,
desenvolva-se intelectual e praticamente, aplicando os novos métodos apreendidos e
trabalhando-os, seja adotando novas estratégias para uma aula ou novos recursos para
seu cotidiano.
O periódico é revisado e editado por uma banda competente, com ótimos
profissionais envolvidos na área educacional e química de conceituadas universidades
ao redor do Brasil e afora. Deve-se seguir uma devida formatação, atender à norma de
ética e más condutas, explicitando o código moral regente da revista, e claro, atender
também à respectiva área em que o artigo está sendo submetido à publicação. Com isso,
ela presta um ótimo serviço à comunidade há 25 anos, publicando 4 edições por ano,
atualmente.
Fidelidade e comprometimento à estrutura da revista caracterizam o conteúdo ali
presente. Foi feita a leitura de vinte e quatro artigos, consultados nos volumes 35, nº2,
de 2013, 38, nº2, de 2016 e 41, nº2, de 2019. A leitura foi feita de forma breve, não
integralmente.
Nota-se uma preocupação e busca por novas metodologias alternativas, bem
como recursos, aqui podendo ser experimentais, de caráter demonstrativo,
computacionais ou até num cenário mais interativo como o teatro, que promovam um
melhor apreensão e concretização do conteúdo pelo aluno. Não só ampliar as faculdades
dele, mas também colocá-lo como protagonista e motor de seu próprio saber,
quebrando, ainda, com a visão tradicional do professor detentor último do
conhecimento, por meio de métodos instigadores. Vários estudos, experiências pelos
autores trazem esta ideia e reflexão para os estudantes. Analisa-se o efeito dessas
propostas, como o conhecimento está atualmente sendo formado e se lança um olhar
sobre as maneiras já historicamente aplicadas, com um olhar crítico.
Além disso, problemas reais e atuais são abordados, tanto na sociedade e suas
relações com o meio em que vive como no ambiente da sala de aula, trazendo um pouco
mais do cotidiano para o foco, um aspecto bom, prático e instrutivo. A aplicação de
teorias pedagógicas, presentes nas metodologias de estudos dos artigos, auxilia na
avaliação do conhecimento dos alunos, bem como na aplicação de estratégias para
melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Em adição, impulsiona-se a
conscientização ambiental e na área da saúde com experimentos realizados com os
alunos, sempre numa tentativa de os fazer interessados pelo o que estão fazendo e
aprendendo.
Em linhas gerais, apresentou-se uma leitura muito interessante para os
interessados em melhorar o processo de ensino-aprendizagem de química nas escolas e
até mesmo fora dela, num âmbito maior. Até quem sabe se mostre uma oportunidade
para conhecer ferramentas e estratégias para o aumento do próprio conhecimento.
Visto o título incitador e conteúdo pessoalmente atraente, foi escolhido o artigo
“A Química dos Chás”, publicado no volume 36, número 3, de 2014, elaborado pelos
autores sul-rio-grandenses Mara Elisa Fortes Braibante (UFSM), Denise da Silva
(UFRGS), Hugo T. Schmitz Braibante (UFSM) e Maurícius Selvero Pazinato (UFSM).
Em “Breve histórico dos chás”, faz-se uma introdução e contextualização
histórica, informando o leitor sobre a origem e difusão da cultura do chá pelo mundo,
chegando à atualidade com dados sobre consumo e produção, justificando a grande
popularidade da bebida por fatores culturais e seus benefícios medicinais. Até estão
presentes curiosidades sobre a etimologia de “chá”.
Então, aprofunda-se sobre a planta originalmente usada para a realização dos
chás, Camellia sinensis, explorando os tipos de compostos presentes ali, a categorização
dos chás mais comuns oriundos desta planta, no caso o branco, verde, oolong e preto e a
caracterização destes baseada nas classes de moléculas presentes, relacionando-as com
seus efeitos positivos no organismo.

Foto 1: Camellia sinensis, retirada do artigo (créditos a Brissago, 2013)


Quadro 1: Tipos de chá da planta e seus benefícios (vide artigo)

Em “Infusões a partir de outras plantas”, diz-se de passagem a utilização de


plantas pelos humanos pela história em decorrência de seus diversos efeitos,
provocando seu uso cada vez maior e a atração da ciência num olhar mais de perto.
Então, a seção “Os chás na sociedade” apresenta desdobramentos históricos e
sociais em que o chá está envolvido, citando particularmente um tipo de chá especial no
Rio Grande do Sul, visto a naturalidade dos autores, amplamente conhecido, o
chimarrão.
Com detalhes, “Os chás e o ensino de química” pormenoriza as possíveis
abordagens no tema dentro da química e suas possíveis interfaces com outras matérias,
como biologia, história e geografia, fomentando a interdisciplinaridade. Em química,
pode ser abordado, principalmente, química orgânica: cadeia carbônicas, funções
orgânicas, nomenclatura, estereoquímica e até reações, sugerindo experimentações
acessíveis, podendo ser feitas em sala de aula para identificação das funções orgânicas
pelos alunos.
O artigo fez jus a imagem inicial quanto a ser interessante; sua leitura
proporcionou conhecimentos sobre curiosidades além da química, na área cultural,
histórica, da saúde, de mundo, por assim dizer. Houve a devida e completa
contextualização acerca do tema proposto para então focar no propósito do mesmo:
aplicações no ensino de química, juntamente com o contexto social. O que é
potencialmente interessante para a atenção dos alunos, justificada no grande alcance da
bebida. Com isso, ampliar e transmitir o conhecimento químico se torna mais fácil e
prazeroso a ambos os lados do ensino.
A leitura do artigo é leve e estimulante, o leitor com certo conhecimento de
química orgânica não terá dificuldades para entender os processos e reações presentes.
No entanto, pessoalmente, surgiram algumas dúvidas acerca do compreendimento das
classes de compostos (flavonoides, alcaloides), mecanismo de reação e não exatamente
dúvida, mas curiosidade do porquê dos efeitos provocados pelos princípios ativos dos
chás. E é esta provocação que impulsiona a ciência.
Link para o acesso do artigo: http://qnesc.sbq.org.br/edicao.php?idEdicao=54
Atividade Científica: Museu Virtual

O museu virtual do MAST, Museu de Astronomia e Ciências Afins, foi


escolhido como local de visitação, por causa de sua exposição online e interessante
sobre química e sua história. Teve sua inauguração em 1985 no Rio de Janeiro, no
bairro do Vasco da Gama e desde então vem lançando mão de esforços para ampliar o
conhecimento científico e tecnológico na sociedade, além de ser uma unidade de
pesquisa, onde uma biblioteca e acervo de uma grande gama de documentos podem ser
encontrados.

Foto 2: Fachada do museu

O museu dispõe de diversos conteúdos disponíveis, contando com exposições


sobre astronomia, arte, ciências, tecnologia e suas relações com a sociedade atualmente
e ao decorrer da história, debates e aulas em vídeo, palestras, documentos elaborados
pela equipe do museu. Estão disponíveis programas para todas as idades, desde crianças
até adultos envolvidos diretamente com as áreas do conhecimento relacionadas, como
astronomia, geofísica, biologia, astrofísica, dentre outras.
Numa visão ampla, o museu se mostra comprometido em produzir e divulgar
ciência, chegando ao seu objetivo. Com vários programas, artigos, exposições, debates,
aulas e transmissões, nota-se o envolvimento e aprofundamento da equipe responsável
em desempenhar sua missão. A variedade encontrada apetece todos os públicos,
integrando todas as partes da sociedade, visto que se encontra contextos culturais,
sociais e históricos, além dos já mencionados.
Dessa forma, curiosos recursos estão disponíveis, como o “dicionário” elaborado
com a interface química/botânica, pouco explorada usualmente. Ele resgata informações
sobre diversas plantas encontradas no Brasil, como análise da composição química,
caracterização da planta e aplicações. Por interesse e curiosidade pessoal em ambas
áreas, foi uma surpresa agradável ter encontrado tal trabalho. Link para o dicionário:
http://site.mast.br/multimidias/botanica/frontend_html/index.html.
Em particular, a exposição “A Química – Na História do Universo, da Terra e do
Corpo” está disponível para visitação no site do museu e integra muito bem história,
sociedade e áreas adjacentes e em contato com a química, explorando muito bem a
relação de todos estes elementos. Lá, a linha do tempo da química no mundo e no Brasil
é explorada, explicitando os seus efeitos benéficos e maléficos no meio social, além de
ser possível a contemplação de instrumentos antigos usados nas análises químicas.
Muito frutífera foi a visita.

Foto 3: Equipamentos laboratoriais em química (vide exposição)

No entanto, algumas seções do site estão no momento (final de outubro, 2020)


incompletas, como a agenda. Também as exposições virtuais não apresentam um tour
trabalhada como a supracitada, que felizmente está bem elaborada. Não obstante, a
instituição faz um bom trabalho em dar acesso ao público a informações confiáveis e se
colocar, em geral, como acessível e disposta a prestar serviço para a população.
Links do museu e exposição virtual, portal do museu: http://www.mast.br/museu/
http://site.mast.br/expo_quimica_virtual/mast_quim_br/_flash/index.html
http://site.mast.br/exposicoes_hotsites/exposicao_itinerante_quimica/index.html
http://portal.mast.br/pt-br/
Atividade Científica: Planejamento da Aula

Usar-se-á a exposição citada na parte sobre o museu virtual, “A Química – Na


História do Universo, da Terra e do Corpo”, como modelo, visto o seu potencial de
ligações com as ciências física e biologia e apreensão de uma visão ampla sobre ciência
pelos alunos. Com isso, esse é justamente o objetivo proposto: o compreendimento da
integração das ciências no mundo real e sua aplicabilidade, aumentando a sua noção
perante o conteúdo exposto e desmantelando a separação mais presente das disciplinas
até o ensino secundário, no qual se falará adiante.
Visto o conteúdo ali presente, assuntos como história da química,
espectroscopia, ciclos biogeoquímicos, noção de laboratório (vidrarias), radioatividade,
química ambiental estão todos envolvidos. Como consequência, essa exposição terá
como melhor público uma turma de 3º ano do ensino médio, que provavelmente já
passaram pela matéria nos anos anteriores. Assim, pode ser feito dois planejamentos,
um para o caso da exposição, um para se a exposição não estiver disponível para os
alunos, onde a própria escola será o local.

Exposição ativa
Como o MAST possui várias atrações, uma visita hipotética seria de interesse de
diversas áreas: química, física, biologia, geografia, história, mostrando-se prolífica para
todos os professores, integrando-os, quando possível. Reitera-se que a visita hipotética
pode ser online ou presencial.
Atendo-nos ao foco do ensino de química, o professor deve acompanhar os
alunos durante a exposição e comentá-la, complementando com experiências da sala de
aula ou informações que julgar cabível e interessante aos alunos. Uma cooperação pode
ser feita com os docentes de biologia e física nas partes de interdisciplinaridade (ciclos
biogeoquímicos, fusão nuclear), onde o foco pode ser dividido seguindo o que já foi
apresentado nas disciplinas, servindo de complemento.
Um exemplo de comentário é a contextualização dos elementos químicos e seu
espectro de absorção e emissão característicos na seção “O Universo”, fundamento que
possibilitou a análise elementar nas estrelas, aproximando o aluno do processo de
produção científica. Um outro, é a explicação das funções de cada vidraria na seção dos
laboratórios antigo e novo.

Sala de aula
Neste caso, propõe-se uma aula em conjunto envolvendo as três matérias
majoritárias na exposição. No entanto, como química é o tema geral, esta terá maior
peso na aula. A sequência da exposição será a mesma da aula.
Inicia-se com a contextualização do envolvimento natural do ser humano com o
seu ambiente, intrinsecamente através de reações químicas, como a formação da
imagem na córnea, metabolismo na digestão de alimentos, etc. Essa transformação de
moléculas químicas dentro no nosso corpo foi inicialmente melhor compreendida por
Pasteur, com seu estudo sobre geração espontânea da vida e componentes necessários
para a mesma. O professor de biologia pode aqui auxiliar. Daí, nasce a ligação entre
biologia e suas diversas áreas com a química, que, em suma, denomina-se bioquímica,
estudando as reações metabólicas e compostos fundamentais e presentes na vida como
conhecemos. Não obstante, alguns destes são capazes de causar doenças e males, como
é o caso de elementos radioativos, estudados pioneiramente por Curie, direcionando
para a área da radio e quimioterapia, auxiliando na medicina.
Outras enfermidades se dão por agentes tóxicos contaminantes em várias rotas
de exposição no nosso dia a dia, sendo a dieta e o meio ambiente dois deles. Aqui, o
palestrante de biologia entra em cena para ministrar o conteúdo de ciclos
biogeoquímicos, ligando-os com os agentes tóxicos químicos já mencionados. Sugere-
se uma animação para melhor visualização dos ciclos. O professor de química pode
estar em cena para explicar a síntese industrial de fertilizantes (amônia).
Então, segue-se para a explicação dos componentes do laboratório, onde as
análises tomam rumo: instrumentos, vidrarias e outros componentes. Esta parte pode ser
feita no laboratório do colégio, caso haja um. A contextualização do laboratório antigo
pode ser feita, com o auxílio de imagens para ilustração deste. Também por meio de
mídias digitais, o aluno deve ser exposto a um laboratório atual, com instrumentação
como espectrômetros, já dando uma ideia do que vem adiante na interface com física.
Caso não haja laboratório, deve ser feito a apresentação na íntegra por meio do celular
do professor, por exemplo.
Por fim, tem-se a integração de física e química. Pode-se iniciar com a
contextualização por meio da seguinte pergunta: “De onde vêm os elementos
químicos?”, então se direciona para as estrelas, sendo conhecidas por serem “fábricas de
elementos químicos”. Tal aprofundamento deve ser feito por um físico que tenha
conhecimento sobre a área, ou astrofísico. Finalmente, finaliza-se com uma noção sobre
a espectroscopia, da forma já sugerida em exposição ativa, área fundamental para a
ciência do espaço. Para complementar o conceito de espectro de emissão, pode-se fazer
o teste de chama com soluções de diferentes metais como experimento demonstrativo.
Se não for possível, buscar no meio digital um vídeo.

Tema, objetivo, avaliação e considerações gerais


Desse modo, foi feita um protótipo de como a aula andará. O objetivo geral,
agora em ambos planos, é que se integre o aluno na aula, explicitando as relações entre
as ciências e a forma de como são feitas. Como o conteúdo é extenso e conta com outras
matérias, espera-se que sejam dedicados mais de um horário de aula padrão (50
minutos) para o andamento da atividade completa, 2 ou 3 aulas.
Como avaliação, um questionário será aplicado, ao final da parte expositiva,
com 8 perguntas por exemplo, 2 de química, 2 de física, 2 de biologia e 2 gerais. Da
parte de química e geral, sugerem-se perguntas do seguinte escopo:
Química
• De onde surgiu a curiosidade ou necessidade de se estudar química?
• De que forma os químicos e outros cientistas chegam em seus resultados? Que
vidrarias usam?

Gerais
• Que aplicações das interfaces multidisciplinares há no mundo atual? Cite 3
exemplos.
• Como você imagina a ciência sendo feita atualmente, com relação a integração
entre as áreas do conhecimento?
Comenta-se que o questionário não deve ter função de pressionar os alunos, isto
é, valer “pontos na média”, uma vez que a ideia do projeto é buscar e desenvolver o
interesse do discente por meio de uma atividade complementar ao programa escolar,
deixando-o livre para realiza-la de forma genuína. Uma ideia de como estão os alunos,
em termos de conhecimento, é fazer perguntas sobre o conteúdo visto em sala no
decorrer da exposição ou aula, em função de auxiliar a avaliação.
A aula foi pensada no modelo presencial, mas também é possível adaptá-lo ao
online, com o ambiente digital que se passam as aulas normalmente, preparação do
material pelos professores, planejamento do arranjo e sequência que passar-se-á a aula e
devidos recursos para a apresentação das mídias necessárias.
Atividade Científica: Seminário 1

Dados do Palestrante
Nome: Gerald B. Hammond
Instituição de origem: Universidade de Louisville
Título do seminário: Guia de Viagem: Oportunidades e Desafios de um Professor de
Química
Local e data de apresentação do seminário: Instituto de Química da USP de São Carlos
(IQSC) em 11 de maio de 2015
URL: https://www.youtube.com/watch?v=8VaO8NlVv2w

Resumo do seminário
O seminário tratou das dificuldades de ser um produtor científico. O ministrador
aborda os aspectos técnicos, científicos, econômicos, burocráticos e até em certo
momento emocionais de estar em posição de liderança de seu projeto. Rapidamente foi
feita a introdução baseada nestes aspectos e então se segue à parte maior do evento, a
apresentação de quatro estudos desenvolvidos por Gerald, mostrando suas respectivas
complicações, aplicações e raciocínios do porquê de estar fazendo tal análise. Vale dizer
que o campo aqui é química orgânica sintética, voltado para catálise com ouro, um
assunto não muito usual em razão de suas barreiras econômicas. Adicionalmente, o
flúor teve sua aparição de uma maneira diferente do tradicionalmente abordado na área:
como CF2 e não como substituinte do anel benzênico. Ainda, a catálise com paládio,
corriqueiramente aplicada em laboratórios e indústrias, com uma aproximação
inovadora, utilizando o que o autor chama de “solventes rígidos”, é estudada.

Descreva de que forma o seminário foi proveitoso para você, e quais


foram as dúvidas e dificuldades encontradas
Em um momento, na parte das perguntas, o ministrador do seminário coloca em
foco a importância de ir atrás do próprio projeto, explorar a própria individualidade.
Julgo esse ponto importante e necessário para o destaque profissional geral, em
qualquer área. Também ajudou a ter o ponto de vista do pesquisador, que também sofre
pressão por estar sendo produtivo e ter de publicar papers. Ocasionalmente, tem-se a
ideia errônea que somente o trabalhador na indústria é pressionado. Com a apresentação
de suas pesquisas, as reações envolvendo reagentes fora do comum e moléculas
complexas se mostraram difíceis de seguir, dado a velocidade necessária de um
seminário.
Atividade Científica: Seminário 2

Dados do Palestrante
Nome: Adriana Seidel
Instituição de origem: Universidade do Estado de Santa Catarina
Título do seminário: A Química envolvida na Apicultura
Local e data de apresentação do seminário: UDESC (online, transmissão ao vivo) em 24
de junho de 2020
URL: https://www.youtube.com/watch?v=EnhuouVu9kM

Resumo do seminário
A palestrante abordou um produto bem apreciado no Brasil, o mel, com uma
abordagem sempre em foco da química, durante todo o seminário. Foi apresentado
primeiramente o número de pesquisas científicas relacionados a apicultura e química
juntamente, em seguida já com a composição química do mel e seus usos e benefícios
na sociedade. Propriedades químicas justificativas dos benefícios e de fenômenos
observáveis, como a cristalização, foram explicados. Além disso, as abelhas, principais
protagonistas na produção desse bem de consumo, teve sua aparição, com informações
acerca de seu desenvolvimento etário, tipos de abelha (e consequentemente, méis) e
mecanismos envolvendo a confecção do mel. Um artigo que estuda a relação entre
agressividade e neuropeptídios na espécie mais comum de abelha (Apis mellifera) por
meio da espectroscopia de massas foi destrinchado, com a apresentação dos métodos,
resultados, discussões e conclusão. Tal estudo tem o objetivo de estudar a origem da
agressividade, bem como fatores influentes e os efeitos destes neuropeptídios.

Descreva de que forma o seminário foi proveitoso para você, e quais


foram as dúvidas e dificuldades encontradas
O trabalho apresentou curiosidades interessantes, como o sistema de localização
da abelha com geraniol, acerca do desenvolvimento da abelha e principalmente a
composição química do mel e explicação dos efeitos benéficos pela química do mel.
Pessoalmente, dois interesses meus são a química e os benefícios dos alimentos,
portanto a explicação do último pelo primeiro é sempre cativante, agradável e útil, tanto
na vida profissional como pessoal. Dificuldades foram advindas principalmente à parte
mais bioquímica, na apresentação do artigo, como os neuropeptídios. A profissional diz
sobre forma madura e precursora dos mesmos, o que não ficou tão claro, pessoalmente,
pelo distanciamento com esse conteúdo mais específico. A parte experimental
envolvendo o manuseio das abelhas, sua dissecação e preparação de seus cérebros
também ficou nebulosa, novamente, por distanciamento e inexperiência com a área.
Atividade Cultural 1: Museu da Imigração do Estado de São Paulo

URLs: Exposições:
https://artsandculture.google.com/exhibit/%C2%A0migra%C3%A7%C3%B5es-
%C3%A0-mesa/5QJyihZYvv_dIw
https://artsandculture.google.com/exhibit/festa-do-
imigrante%C2%A0/ZwIiZdEksns8IA
https://artsandculture.google.com/exhibit/viagem-sonho-e-destino/GQLCZOwEZpgsJw
Site Oficial: https://museudaimigracao.org.br
Portal do Google: https://artsandculture.google.com/partner/museu-da-imigracao
O portal do museu da imigração do estado de São Paulo no Google Arts and
Culture contém uma breve descrição do que se trata o museu, uma coleção com vários
itens de natureza histórica sobre o museu: fotos de toda a equipe de serviços em atuação
do que antigamente foi a Hospedaria de Imigrantes do Brás, também contando com os
imigrantes; fotos de objetos utilizados e dos eventos mais atuais realizados também.
Conta também com o acesso a 4 exposições virtuais, das quais 3 foram visitadas.

Foto 4: Entrada do museu enquanto ainda era a Hospedaria do Brás (exposição “Viagem, sonho
e destino”)

O site oficial do museu oferece informações sobre a instituição, visitação,


equipe, programas, materiais educativos e outros. Uma loja online também está
disponível, calendário de eventos, exposições e ainda seu vasto acervo de arquivos
históricos, contando com livros, passaportes, iconográficas, cartas de chamadas, lista
geral de passageiros para o porto de Santos e outros documentos oficiais importantes.
Segundo os recursos agora descritos, o museu detém uma grande variedade de
itens para diversos objetivos, sejam eles o engrandecimento cultural, acesso a
documentos para a confecção de outros, como a cidadania dupla, busca por livros e
referências, conhecimento histórico local e mais.
Contemplando o acervo e pesquisa, tem-se um conteúdo extenso e amplo acerca
dos antigos hóspedes, informações institucionais e administrativas, jornais das colônias
imigrante do período entre 1886 e 1987, banco de imagens da hospedaria, relatos orais
dos filhos, parentes ou dos próprios imigrantes, biblioteca online, para citar mais
especificamente alguns recursos. Isso se traduz numa oportunidade de se conhecer o
contexto histórico, cultural e social que remota o início do século XX relacionado à
imigração em São Paulo, em conjunto com suas problemáticas e eventos.
Quando nos encaminhamos para a seção de exposições, depara-se com algumas
exposições online, de texto breve e poucas imagens para apresentar o que estava/está
sendo feito presencialmente, no museu. No entanto, para as exposições exclusivamente
online, encontrados no portal do Google, há uma grande elaboração do tema proposto,
com textos, imagens e vídeos para enriquecer a produção.
Na página do museu do Google Arts and Culture (acesso no fim de novembro de
2020), além do principal elemento agora citado, existe um banco de imagens, onde, com
um fácil acesso, pode-se visualizar fotos da época, da hospedaria, imigrantes, sua
chegada no porto no Brasil, utensílios de cozinha, vestimentas e dos eventos mais
recentes, como a Festa do Imigrante, evento mais famoso e consagrado da instituição.
Sendo característica do portal, uma visitação online limitada de áreas do museu também
está disponível.

Foto 5: Desembarque de imigrantes na estação da Hospedaria, 1907 (Viagem, sonho e


destino)
Por falar nela, sua 25ª versão será online, visto as imposições da pandemia, e
acontece entre 30 de novembro de 2020 e 6 de dezembro de 2020, tendo a ocorrência
das danças folclóricas e típicas de alguns países. Ela conta com indicações das
comunidades para gastronomia e artesanatos típicos para solicitação à distância,
workshops de dança, artesanato, culinária e até mesmo introdução ao idioma. Uma
disponibilidade bastante alta, considerando que será online. Como evento primo da
festa, também ocorrerão as apresentações de danças dos países das comunidades
migrantes. Infelizmente, o número de países, por decorrência das adversidades, está
bem menor, por consequência o número de apresentações e todos outros eventos
também diminuiu. Contudo, visto as condições, o entusiasmo e trabalho são admiráveis.

Foto 6: Apresentação de um grupo folclórico russo (site do museu)

De forma geral, para um entusiasta da imigração em São Paulo por motivos


pessoais, amante geral de culturas e já fã da instituição, o museu da imigração é uma
ótima escolha para passar um tempo em. Não era de meu conhecimento o arsenal de
documentos que o museu detinha, principalmente me sua forma online, principalmente
de uma época antiga como final do século XIX. Tal constatação me impressionou.
Pontos negativos seriam a brevidade nas descrições e imagens de exposições no site do
museu e a visitação limitada encontrada no Google. No entanto, a visitação se mostrou
interessante, aprazível e instruidora, mesmo que não se compare com a dimensão
encontrada na presencial. E claro, a Festa do Imigrante fará falta nesse ano, visto a
imensidade, imersão e amplas oportunidades encontradas nesse ilustre evento. Mesmo
com o amparo pelos participantes com a elaboração de sua versão online, a forma
presencial é de grande valor para mim e outros muitos visitantes da feira.
Atividade Cultural 2: Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

URLs: http://www.museubunkyo.org.br/index.htm
http://www.japao100.com.br/home/
https://www.bunkyo.org.br/br/home/

O museu histórico da imigração japonesa no Brasil apresenta descrições dos


eventos e exposições passadas e presentes que ocorreram (e ocorrem) na sua localidade,
na Liberdade, conhecida popularmente por sua cultura japonesa. No site do museu,
pode-se encontrar pinturas de artistas imigrantes, auto retratos e fotos do acervo
bibliotecário, bem como as atividades realizadas pela equipe da instituição. Além disso,
comunicam-se os eventos e um acervo de pesquisa dos imigrantes chegados no Brasil,
pelas categorias de navio, nome, província de origem (Japão) ou ano, entre 1908 e 1950,
está disponível. Localizado nos andares 7, 8 e 9 do prédio da Bunkyo (Sociedade
Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social), o museu em si possui um
patrimônio, naturalmente, muito maior, com mais de 97.000 itens.

Foto 7: Exposição de Ryo Mizuno, o homem que iniciou a onda de imigração japonesa
no Brasil, no começo do século XX

Aliado ao site do museu, existe o Projeto Incorporado ao Museu Histórico de


Imigração Japonesa no Brasil, onde se encontram materiais mais recentes no contexto
social e cultural atual, na forma de relatos, blogs, pinturas, vídeos, áudios, reportagens e
mais. Uma grande coleção de fotos e imagens acerca de temas variados, como
casamentos nipo-brasileiros e viagem à Liberdade, e árvores genealógicas dos
colaboradores do site estão abertos ao público.
Figura 2: Pintura sem título da série “Connect with the forest”, do artista Hideaki
Idetsuki, 2006

O site do museu possui uma interface concisa e limpa – um tanto desatualizada,


todavia, diga-se de passagem. A descrição do que se passa no museu tem o mesmo
formato, de tal forma que se tem uma noção básica, mas considerável, do que esperar do
museu. Isso é feito de uma maneira didática, não necessitando de longos períodos para
leituras para a compreensão. Por ser limitada e com pouca visualização da parte
presencial, supõe-se que o objetivo dessa aproximação seja uma espécie de propaganda,
para atrair o leitor à visitação. Nesse caso, pode-se dizer que o objetivo é cumprido:
para curiosos e entusiastas da cultura japonesa, o conteúdo salta aos olhos.
Quanto ao acervo e fotos, pouco está disponível na plataforma digital. Pode-se
visualizar algumas imagens e fotografias, porém apenas em menor escala. Em
contrapartida, na galeria do projeto incorporado, já citado, fotos antigas e atuais, obras
típicas e sobre festas estão em maior número e melhor visualização. Alguns eventos
ocorridos estão melhores decorridos que outros; alguns são muito brevemente descritos.

Foto 8: Cantora Elaine Hara interpreta canções tradicionais japonesas no centenário da


imigração japonesa (2008)
Em suma, mesmo que os recursos no site e descrições não tenham se mostrado
abundantes, o conjunto destes dois sites se mostram boas portas de entrada e divulgação
da cultura japonesa no Brasil, mais especificamente para São Paulo. Com uma
comunidade dedicada, ativa e empenhada, garante-se o espaço, juntamente com meios
para seu acesso, da cultura japonesa e nipo-brasileira para todos os interessados.
Presencialmente, contudo, uma experiência muito melhor é esperada.
Adicionalmente, comenta-se que mesmo com tais adversidades, foram
descobertas várias curiosidades importantes de caráter sócio-histórico-cultural na
questão da imigração japonesa e aspectos do povo no estado, até mesmo em questões
linguísticas. Isso se ocorreu pelo interesse despertado pelo acesso, promovendo a minha
própria pesquisa dos nomes e eventos considerados intrigantes. Inclusive, considero
agora, num momento oportuno, visitas ao museu e outras instituições descobertas para
uma melhor experiência e imersão na cultura.
Atividade Cultural 3: Museu da Língua Portuguesa

URLs: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br
https://artsandculture.google.com/partner/museu-da-lingua-portuguesa

O Museu da Língua Portuguesa, que infelizmente sofreu um incêndio em 2015 e


ainda se encontra em processo de reconstrução, está disponível, até certo ponto, em sua
forma online, cujo site apresenta facetas da instituição.

Foto 9: Museu da Língua Portuguesa

Logo na primeira vista, nos deparamos com a linha do tempo do infortúnio


acontecido, onde brevemente se discorre sobre os eventos sucessivos ao incêndio, com
o objetivo da reconstrução. Além disso, o acesso ao conteúdo online está logo à vista,
bem como notícias sobre língua portuguesa num geral e claro, sobre o estabelecimento.
As exposições de longa data e temporárias estão à disposição de interessados,
onde se pode navegar pelos temas atrativos e nomes renomados da literatura, além de
conhecer sobre a história de nossa língua, por meio de recursos audiovisuais, numa
abordagem moderna. Os prêmios que destacam o museu por sua bagagem cultural são
ostentados.
Na biblioteca virtual, estudos e artigos para desmistificar e destrinchar a
complexa tarefa do uso bem feito e fluente da língua portuguesa, além de aspectos
históricos, estão elencados, produzidos por intelectuais oriundos de universidades e
outras instituições de pesquisa, sendo o próprio museu uma delas. Os materiais
dispostos nas exposições e projetos educacionais museológicos também podem ser
acessados, tornando a experiência online mais próxima do presencial.
Por fim, toda a informação administrativa incluindo transparências, equipe
responsável e legislações referentes a transações e gestões estão a par na página.
Segundo as informações obtidas, o museu mostra grande reputação - e não
desmerecida – por sua coletânea. Com 12 prêmios, quase 4 milhões de visitantes e 30
exposições temporárias em apenas 9 anos de funcionamento, a organização põe à
mostra um trabalho competente. Fotos e imagens estão dispostas a todo momento para
ilustrar as ideias refletidas pela equipe de produção, tornando a experiência online bem
agradável aos olhos.
Seus quadros principais, sendo a exposição principal e temporárias, esbanja
grande autenticidade. Na primeira, uma longa viagem é contada, desde a difusão dos
povos indo-europeus pelo então novo continente, por volta dos anos 4000 a.C.. Nessa
linha do tempo esquemática, o visitante acompanha a evolução resumida da nossa
língua, até os dias de hoje, contando com aspectos socioculturais responsáveis pela
construção do idioma e com diversos trechos enigmáticos e profundos de consagradores
autores como Machado de Assis e Oswald de Andrade. Não parando por aí, dado o
alcance da língua e sua interação, até mesclagem com o povo, elementos importantes de
nossa cultura historicamente estão expostos como filmes curtos, mostrando música,
poesia, filme e teatro. Toda a arquitetura e trabalho artístico chamam a atenção com
seus traços finos e atuais. É uma pena que, por exemplo, as curtas-metragens não
estejam acessíveis.

Foto 10: Linha do tempo da construção de nosso idioma, da exposição principal


Nas temporárias, pode-se contemplar os disseminadores e exploradores da
capacidade coloidal do português, como Cazuza, Fernando Pessoa, Machado de Assis, e
obter informações acerca de curiosidades linguísticas. Novamente, nota-se uma
elaboração inteligente e conceitual da equipe para as exposições, como notado no
cenário da machadiana com um tabuleiro de xadrez numa sala temática, referenciando o
jogo de estratégia que o autor montava para capturar seu leitor. Infelizmente, pouco do
conteúdo presencial está disponível e os relatos são um pouco breve demais; um
desapontamento para os entusiastas leitores.

Foto 11: Sala supracitada da exposição “Machado de Assis, mas este capítulo não é sério”

Adicionalmente, uma visita virtual ao portal do museu no Google Arts and


Culture oferece uma trajetória histórica da língua, desde a Antiguidade até a Idade
Moderna, expondo as influências histórico-culturais no idioma lusófono, bem como
excertos de textos antigos, vídeos animados e imagens.
Após o experienciado, a visita despertou muito mais o interesse, já pulsante, em
meu cerne de explorar a literatura luso-brasileira. A forma com que o museu apresenta
seu conteúdo é fácil de ser assimilada, por sua brevidade, não comprometendo a
completude, tornando a vivência não entediante, mas estimulante, suscitando pesquisas
além do exibido. As exposições temporárias com suas curiosidades aparentam ser
realmente vívidas, e uma futura visita, deveras curiosa. A corporação mostra-se muito
engajada com seu projeto e interessada em divulgar conhecimento acerca de nossa
cultura, trazendo mais gosto ao testemunhar sua produção.
Atividade Cultural 4: Museu da Diversidade Sexual

URL: http://www.mds.org.br

O Museu da Diversidade Sexual tem como objetivo expor a questão sexual por
meio da expressão da sua comunidade, membros da LGBT, desdobrando-se em termos
históricos, culturais, sociais e até econômicos. Representando uma parcela significativa
da população (10%), esta comunidade ainda é alvo de preconceito e discriminação no
mundo atual; daí nasce a necessidade de um espaço de divulgação da sua identidade e
de abertura para debate e diálogo de suas questões e dificuldades.
Com uma interface concisa, o museu oferece ao visitante breves resumos sobre
as exposições efetuadas no passado, bem como fotografias em alguns dos casos. A que
se sobressai é a “Queerentena”, exemplar exclusivamente online, contando com as
experiências e sentimentos da comunidade frente as barreiras impostas pela pandemia.
As atividades culturais, como palestras, performances e projetos, encontram-se
pausadas, visto o evento agora citado. No entanto, pode-se visualizar as recomendações
de material envolvendo temas recorrentes na comunidade e abordados em palestras,
para mais informações. O contato para fins educativos e de visita é de fácil visualização.
Outras informações administrativas e burocráticas também estão disponíveis.
A linguagem utilizada é bem simples e acessível, algo positivo e que inclusive
está de acordo com a meta da instituição de alcançar todos os públicos. Contudo, o
material das exposições é demasiado curto, passando uma ideia vaga do que foi
ocorrido. Ainda, as imagens certas vezes não ajudam muito a expor, como algumas
vezes elas se restringem a fotos. Claro que a Queerentena é uma exceção, visto que foi
construída para o modelo virtual. As outras abas do site são mais curtas, basicamente
oferecendo um contato para mais informações.
Num panorama geral, o museu demonstra uma falta no conteúdo online ou
pouca transferência do que foi passado no presencial. Pessoalmente, houve essa
carência entre ambos os ambientes: uma maior ênfase apenas na parte presencial me é
sentido, sendo que atualmente nem esta parte pode ser experienciada. Com melhores
esperanças, essa esfera deve ser melhor instrutiva e viva que a online. Quanto mais não
seja, os relatos dos artistas e membros na exposição virtual se mostram
contemporâneos, atingindo e se identificando com grande parte do público
principalmente jovem adulto, e com certo conteúdo.
Figura 3: Pintura de uma das artistas da comunidade

Aqui podemos observar um retrato da sofreguidão e confusão com a solidão


forçada enfrentada por diversos indivíduos na quarentena, no processo de contemplação
do interior, por Maysa Sigoli, de Campinas, São Paulo.

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