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COMUNICAÇÃO E INTERCULTURALIDADE

EM SAÚDEE COMUNICAÇÃO
INTERCULTURALIDADE
INTERCULTURALIDADE E COMUNICAÇÃO

Na contemporaneidade, as questões da multi/interculturalidade e da mobilidade das

populações são da maior importância no contexto do mundo globalizado e estão no centro

das preocupações da maioria dos Estados, e têm vindo a colocar novos desafios à sociedade,

às várias disciplinas e às políticas do século XXI nos diferentes setores.


O aumento da globalização e das migrações no mundo fez aumentar a multi/interculturalidade

nas sociedades e a coabitação com a diversidade cultural.

Esta multiculturalidade faz com que as sociedades, os Estados e as diferentes instâncias

sociais sejam confrontadas com uma grande heterogeneidade linguística e cultural dos seus

profissionais e cidadãos, o que exige destas o desenvolvimento de competências e a adoção de

práticas, estratégias e políticas adequadas para fazer face a estas novas realidades sociais,

educacionais e comunicacionais
Nos cuidados de saúde têm influência

• Ambiente onde se desenrolam os cuidados


• Desigualdades sociais e culturais
• Fatores culturais, sociais e económicos
A Comunicação

O contexto das experiências anteriores, nomeadamente, expectativas, modelos explicativos,

preconceitos e representações culturais que cada um traz para o encontro clínico, influenciam a

comunicação e a relação doente/profissional de saúde


Os aspetos sociais e culturais

As representações sobre saúde e doença são construídas culturalmente e têm-se

revelado responsáveis por um conjunto de comportamentos de risco e de saúde,

incluindo o próprio processo de pedido de ajuda e adesão à medicação.


Fatores que dificultam acessibilidade aos cuidados

 Dificuldade na compreensão da língua

 Falta de informação

 Fificuldade na comunicação com os técnicos de saúde

 Conceitos diferentes de saúde e doença

 Recursos económicos escassos


Imigrantes – Riscos para a Saúde

Os imigrantes são expostos a riscos acrescidos para a

saúde que decorrem de fatores como a segurança

pessoal, situação familiar, as condições de vida, falta de

recursos económicos, falta de informação, barreiras

linguísticas, discriminação e estigmatização.


As diferenças culturais existentes, as desconformidades entre os conceitos de

saúde e doença e as expectativas distintas que caracterizam cada grupo

condicionam o acesso aos serviços de saúde.

O desconhecimento da cultura própria de cada migrante, das suas crenças e

das suas práticas, bem como os estereótipos associados a estas comunidades

condicionam os profissionais de saúde na prestação de cuidados.


A saúde assume uma dupla faceta onde o direito a cuidados de saúde por parte de

toda a população, incluindo a população migrante, equilibra, ou deveria equilibrar, o

dever de cuidar por parte dos profissionais de saúde. É desta estabilidade que devem

resultar os cuidados de saúde individualizados, enquadrados num ambiente social e

cultural únicos.
Dificuldades dos Profissionais

O encontro com a diferença cultural nos cuidados de saúde pode levar a reações

emocionais e a comportamentos de rejeição e abandono, ou a atitudes de

preconceito, discriminação e violência dos profissionais de saúde, sobretudo

quando não há conhecimento sobre a cultura do doente e formação na área da

comunicação e das relações interculturais.


Dificuldades dos Profissionais

 Dificuldades na língua que afetam a comunicação,

 Falta de formação sobre práticas relacionadas com a saúde (comportamentos e

atitudes),

 Desconhecimento sobre o direito e as condições de acesso ao Serviço Nacional

de Saúde

 Estereótipos de poder que muitos profissionais ainda adotam (“os migrantes é

que têm de se adaptar”) condicionam esse acesso


O que leva os migrantes aos serviços de saúde?

 Situações de urgência, doença incapacitante de trabalhar, final de gravidez

e saúde infantil.

 São situações pontuais que requerem uma intervenção no momento, um

agir rápido para resolução de uma situação


AS EXPECTATIVAS E PRECONCEITOS

 A população que acolhe os migrantes cria expectativas e constrói modelos,


idealizando pessoas com uma boa capacidade física, dispostas a trabalhar
arduamente, se necessário, e que não tragam mais encargos e problemas para o
país.
 Se o migrante não vai ao encontro destas expectativas, é visto como um fardo e
é olhado com desconfiança.
 Este fardo é agravado, se aparecem problemas de saúde, que funcionam como
um empecilho à rentabilidade que o imigrante poderia ter.
MITOS E FACTOS SOBRE A
IMIGRAÇÃO

MITOS E FACTOS SOBRE A


IMIGRAÇÃO
IMIGRANTES/EMIGRANTES

 Portugal tem 4,5 milhões de emigrantes espalhados pelo Mundo.

 Por cada imigrante que temos entre nós, temos 10 emigrantes portugueses

pelos quatro cantos do mundo.

 Tudo o que dissermos sobre imigração, lembremo-nos que também se aplica

aos nossos emigrantes.


A IMPORTÂNCIA DA IMIGRAÇÃO

 O aumento de imigração deveu-se a um período de grande crescimento

económico de Portugal, na segunda metade dos anos 90.

 Este exigiu, para a sua concretização, uma disponibilidade de mão-de-obra


muito significativa, à qual Portugal não tinha capacidade de responder.

 Era o tempo da Expo 98, da Ponte Vasco da Gama, da Auto-estrada do Sul e,


mais tarde, dos Estádios do Euro 2004.
O MIGRANTE

Muitos migrantes são confrontados com fronterias de identidade,

vulnerabilidade e pobreza, com barreiras de comunicação, preconceito,

estereótipo e racismo que os conduzem a situações de sofrimento, desilusão,

isolamento e exclusão, as quais podem afetar a sua integração, saúde mental e

física, acesso aos cuidados de saúde e prevenção, capacidade para reclamar e

defender os seus direitos e o exercício da cidadania.


SAÚDE DOS MIGRANTES EM
PORTUGAL

As questões de saúde e cidadania das populações migrantes estão no centro das

preocupações da União Europeia, onde se inclui Portugal.

Com efeito, o direito à saúde constitui um direito fundamental indispensável

para o exercício dos outros direitos humanos.


Legislação em Portugal

Em Portugal, a legislação garante aos migrantes o direito de acesso aos centros

de saúde do SNS, independentemente da sua nacionalidade, estatuto legal e

nível económico (Despacho 25 360/2001, Ministério da Saúde).


COMUNICAÇÃO CULTURALMENTE ADAPTADA

Para ajudar uma comunidade a melhorar a sua saúde, seja ela migrante ou
nacional temos, não só, de promover a equidade e a articulação entre centros de
saúde e unidades hospitalares, como é igualmente necessário conhecer e
compreender não só as formas de viver, de pensar, de comunicar e de agir dos
indivíduos que a compõem, mas também os cuidados, a intervenção em saúde
exige tomar em consideração a sua visão do mundo e os seus modos de vida e
de pensamento.
Não deixe que os preconceitos substituam a

verdade dos factos.

Não se deixe dominar por mitos falsos.

Não se esqueça que qualquer um de nós

poderia ser imigrante, se a vida a isso nos

obrigasse e se tivéssemos coragem e

capacidade de sacrifício para tal aventura.

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