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INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1
DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................... 2
II – A EDUCAÇÃO E A ALFABETIZAÇÃO PÓS-COLONIAL................................................ 2
2.1. DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO PÓS-COLONIAL À REFORMA EDUCATIVA ............ 2
OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO ASSOCIADOS AO PLANO ESTRATÉGICO
PARA REVITALIZAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO .................................................................... 5
DIFERENTES PÚBLICOS, DIFERENTES FORMAS DE ANALFABETISMO ..................... 6
CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 9
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................................... 10
INTRODUÇÃO
Analfabetismo é a incapacidade que uma pessoa demonstra ao não compreender
textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as letras,
geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade de
interpretação de textos e de fazer operações matemáticas. Também é definido como
analfabeto funcional o indivíduo maior de quinze anos possuidor escolaridade inferior a
quatro anos lesivos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos
funcionais detentores de nível superior de escolaridade.
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DESENVOLVIMENTO
A educação senhores é a pedra basilar de desenvolvimento de qualquer nação, através
do qual o presente é edificado e o futuro é garantido, é acima de tudo , através dela, numa
sociedade democrática emergente que vivemos , que criamos as condições para formação de
um povo consciente de seus deveres, direitos e obrigações, pois somente projectando bons
educando e educadores visualizaremos perspectivas e horizontes positivos e benéficos num
amanha vindouro, ate porque não é por acaso que se costuma dizer "" o futuro de uma mora
numa boa educação"" .
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Organizações e Associações Nacionais e Organizações Internacionais em processos
de alfabetização Segundo Lopes (2012, p.7) as primeiras formas de organizações autónomas
ao Estado Angolano surgiram sobretudo no final dos anos 80 e início dos anos 90, sendo que
numa fase inicial, muitas estavam associadas à igreja, nomeadamente a Cáritas de Angola, a
Aliança Evangélica de Angola e o Conselho das Igrejas Cristãs de Angola. Esta autora refere
também que, à época, “as Organizações da Sociedade Civil surgem como entidades de
desenvolvimento local, no entanto com o reacender do conflito civil, muitas alteram a sua
actuação para a Ajuda de Emergência. Para prover apoio às populações a nível local, a
abordagem evidencia-se assistencialista de resposta e entrega imediata de mantimentos e
bens para os beneficiários”.
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melhoria da qualidade. No que respeita a este Subsistema e particularmente no domínio da
alfabetização e pós-alfabetização, atendendo às suas características e objetivos, este é levado
a cabo na base da “política de alianças consubstanciada no estabelecimento de parcerias com
instituições públicas, empresas e organizações representativas da sociedade civil, com
destaque para as igrejas e ONG´s, o que exige do Estado mecanismos expeditos, sérios e
credíveis de apoio, acompanhamento e avaliação de modo sistemático, tendo para o efeito
sido realizada a formação de metodólogos para a alfabetização e educação de adultos”
(EIPMSE,). 2001.
De acordo com a ERARAE (2007), estima-se que atualmente mais de 70% das ações
alfabetização no país sejam asseguradas pelos parceiros sociais. Para possibilitar que ocorra
uma adequada coordenação entre o MED e os parceiros sociais foi realizado por este
Ministério um levantamento das iniciativas de alfabetização de Jovens e Adultos para
permitir o fortalecimento de sinergias entre técnicos do Ministério, Governos Provinciais e
parceiros locais.
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implementação de um sistema de monotorização, avaliação e apoio metodológico aos
programas de iniciativas da sociedade civil dirigidas à formação e educação de adultos. Para
tornar mais céleres e eficazes as ações de alfabetização no país e para que fosse possível
garantir a capacidade das instituições parceiras em capacitar as suas congéneres e os quadros
de supervisão, foram definidos critérios para o estabelecimento de convénios com o MED.
Os parceiros sociais que possuem método de alfabetização próprio podem candidatar-se ao
estabelecimento do Convénio, os que que não o possuem poderão, no entanto, receber
formação do MED ou de outros parceiros sociais com experiência na alfabetização
(ERARAE, 2007). O MED poderá também procurar patrocinadores para apoiar estes
parceiros sociais e/ou financiar, através de atribuição de subsídios, a serem pagos aos seus
alfabetizadores. Segundo a ERARAE (2007, p.378), esses patrocinadores poderão ser
“empresas privadas ou públicas, agências de cooperação bilateral ou multilateral, ONG´s
nacionais ou internacionais”.
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diferentes métodos a serem aplicados. Dos reconhecidos pelo PEPRA (2012), elencam-se: o
método Sim eu Posso de cooperação Cubana; o método Dom Bosco, da congregação
Salesiana, também utilizado em alguns projetos de alfabetização da Cáritas Diocesana; O
método Alfalit Express, da Alfalit Internacional, usado igualmente em projetos de
alfabetização da Cáritas Diocesana; o método Reflect/Aplica da AAEA e o método Gostar
de Ler e Escrever, do MED. Destaca-se ainda o método desenvolvido pela ONG Angolana
ADRA, o CAT – Conhecer, Analisar e Transformar, que embora não se encontre referido no
PEPRA (2012), por se tratar de um método vocacionado para a alfabetização de crianças,
merce a sua exposição neste trabalho, na medida em que consideramos que a amplitude da
sua ação e do seu impacto ultrapassa os fins para o qual está destinado.
A ADRA atua no país desde 1990 e leva a cabo um programa de educação intitulado
Onjila, em que, numa perspetiva de proximidade de terreno, dirige a sua intervenção “para a
educação nos meios rurais e mais desfavorecidos (…) tentando implementar projetos e
políticas educativas inovadoras, quer na área do currículo e qualidade (…) e, sobretudo da
participação comunitária na resolução dos problemas das escolas” (Santos, Silva & Cambuta,
2010, p.11). A ADRA desenvolve um trabalho de empoderamento das populações
desfavorecidas, com o objetivo de tornar os cidadãos mais conscientes, capazes e
participativos. Através do seu programa de educação vocacionado para as crianças em idade
escolar, pretende repor a escolaridade; construir modelos pedagógicos e didáticos
alternativos adequados à realidade vivida pelos alunos; promover atividades extraescolares e
outras que estejam ancoradas no desenvolvimento comunitário. A ADRA dá especial atenção
aos aspetos socioculturais do contexto onde a educação se realiza e tem como público-alvo
os grupos desfavorecidos e marginalizados.
Segundo a socióloga Leslie Limage, uma estudiosa sobre o analfabetismo nos países
industrializados, os factores exteriores à escola contribuem ainda mais para perpetuar o
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analfabetismo num grande número de crianças e adultos. Entre os que se conhecem melhor,
sem dúvida, é a pobreza.
Jean-Pierre Vélis, afirma mesmo, que “os iletrados são os analfabetos dos tempos
modernos nas sociedades industriais: eles podem saber ler o alfabeto, podem saber contar
(...), mas o saber rudimentar que possuem não está à altura das exigências da sociedade
contemporânea. Muito menos da de amanhã”.
Perante a constatação de que em qualquer país, tal como se efectuou uma reavaliação
do dinheiro de troca como capital económico, também se procedeu a um aumento do seu
capital cultural, ao nível dos saberes e das técnicas, o autor considera que “os conhecimentos
são como o dinheiro: desvaloriza-se” e que “os iletrados são aqueles que se apresentam sobre
o mercado mais desvalorizados por causa do certificado de estudos primários obsoletos, do
certificado de formação geral inútil, do certificado de aptidão profissional insuficiente.
Desqualificados. Fora de jogo”.
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Falar hoje de analfabetismo, não é mais falar de um grupo restrito de pessoas que não
sabe ler nem escrever porque não frequentou a escola, mas é falar de uma grande parte da
população que não tem acesso aos meios modernos de comunicação, que não tem acesso ao
emprego, que não tem acesso a níveis escolares superiores, enfim que não participa na vida
social e política da comunidade onde está inserida.
O combate ao analfabetismo é cada vez mais um problema que tanto diz respeito à
educação de adultos como à educação das crianças. Também em Portugal se tem verificado
uma expansão deste fenómeno, nomeadamente, dos jovens que abandonaram a escola sem
ter concluído a sua escolaridade.
É o que Roger Girod denomina de nível real de instrução e nível formal de instrução.
O primeiro não pode servir de indicador satisfatório do segundo e a sua evolução não é
correspondente.
Assim, na população com baixos níveis de instrução (sem o 1º ciclo, sem o 2º ciclo
ou apenas com o 2º ciclo) os conhecimentos são diferenciados. Alguns podem ter um nível
de conhecimentos superior ao nível formal de instrução, outros terão um nível de
conhecimentos inferior. Em estudos efectuados sobre a relação entre o nível formal de
instrução e o nível real de conhecimentos, nomeadamente em países industrializados,
chegou-se à conclusão que o nível de uma larga fracção de jovens adultos é baixo ou
medíocre.
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CONCLUSÃO
A gratuitidade, a equidade e a qualidade do ensino em Angola, enquanto objetivos
primordiais dos principais documentos reitores do Sistema de Educação, não estão a ser
asseguradas ou cumpridas com a amplitude e a eficácia pretendidas. Não obstante as
estratégias, os programas e os planos de alfabetização concebidos após 2002, a sua
implementação não tem conseguido materializar-se enquanto instrumento facilitador de uma
“segunda oportunidade” educativa para jovens e adultos analfabetos.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
UNESCO (2003). Alfabetização como Liberdade. Brasília: UNESCO.
Wheeler, Douglas; Pélissier, René (2013). História de Angola. Lisboa: Edições Tinta
da China.
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