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Trabalho Submetido para Avaliação - 17/09/2012 15:03:53

VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL: INSERÇÃO DA DINÂMICA SOCIAL E FAMILIAR


NA PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE.

PRISCILA DE MENEZES (quadroembranco@hotmail.com) / Direito/ Fames, São Pedro do Sul - RS


ORIENTADOR: FELIPE DA VEIGA DIAS (felipevdias@gmail.com) / Direito/ Fames, Santa Maria - RS

Palavras-Chave:
crianças, adolescentes, família, abuso sexual.

A presente pesquisa científica busca discorrer acerca do fenômeno da violência sexual infantil perpetrada
contra crianças e adolescentes por abusadores do espaço doméstico (intrafamiliar) e por estranhos
(extrafamiliar) possibilitando uma visão ampla sobre o assunto. A relevância de escrever um trabalho sobre o
tema encontra substrato nas crescentes discussões acerca da problemática, visto que esta tem saído da
obscuridade, chamando cada vez mais atenção dos profissionais, de grupos e da sociedade civil, para
estimular a ocorrência de denúncias desta prática indecorosa e uma reestruturação jurídico-social, no
atendimento as vítimas. Objetiva-se a apontar as principais diretrizes brasileiras que asseguram a proteção
integral à crianças e adolescentes, calcadas na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do
Adolescente. Ademais, tem o objetivo de entender o impacto causado no desenvolvimento da criança diante
do abuso, com ênfase no intrafamiliar, onde são elencadas ao longo do âmbito textual, algumas
consequências, a curto e a longo prazo, as quais comprometem significativamente alterações a integridade
física, moral, emocional e cognitiva de crianças e adolescentes. Apontando que quanto mais frequente e
prolongado o abuso sexual, maiores serão os impactos e as probabilidades da criança ficar traumatizada
pelo fato de ela estar em uma fase importante do seu desenvolvimento (SANDERSON, 2008) É erigida
também a importância da família na formação e no desenvolvimento da criança, justificando a inclusão da
convivência familiar entre os direitos fundamentais da população infanto-juvenil, uma vez que constitui
instrumento essencial na formação da personalidade(AZAMBUJA, 2002). As pesquisas criminológicas têm
demonstrado, paralelamente, que ela pode ser o lugar de várias formas de violências e de todas as
transgressões, citando incestos, maus-tratos, violências de todos os tipos e até intergeracionais.(SEGOND,
1992). Pois se a violência urbana é visível e francamente noticiada pelos meios de comunicação, a violência
intrafamiliar mantém-se oculta pela lei do silêncio, sobretudo quando envolve questões de ordem sexual,
induzindo que o lar não é, portanto, sempre um lugar seguro para a criança crescer, por ser vulnerável pela
sua própria condição de dependência e confiança no adulto (SCHMICKLER, 2006). Sendo que este tipo de
abuso sexual contra crianças tem uma característica que o distingue de muitos outros tipos de delito. Ele não
costuma ter testemunhas, tal qual um crime perfeito. Agressor e vítima costumam ser as próprias
testemunhas. Os familiares, quando estão presentes, ou estão diretamente envolvidos, ou são conscientes
ou inconscientemente cúmplices de violência (SCHMICKLER, 2006). Portanto, as considerações
bibliográficas somadas aos dados governamentais, indicando elevados índices de violência intrafamiliar,
inclinam esta pesquisa inicial e, suas conclusões, na direção de uma maior atenção sobre o tema, em
especial por meio de ações múltiplas, como decisões judiciais, alterações legislativas e políticas públicas,
denotando um pensamento uníssono por parte do Estado brasileiro no combate as violações dos direitos da
criança e do adolescente.

REFERÊNCIAS:

AZAMBUJA, Maria Regina Fay de. ; Violência sexual intrafamiliar: É possível proteger a criança? ; Porto
Alegre; Livraria do Advogado; 2004.

SANDERSON, Christiane; Abuso sexual em crianças: fortalecendo pais e professores para proteger crianças
contra abusos sexuais e pedofilia.; São Paulo; M. Books; 2008.

SEGOND, P.; Família e Transgressão.; Psicologia teoria e Pesquisa; n°. 8; 436-445; 1992.

SCHMICKLER, Catarina M; O protagonista do abuso sexual: sua lógica e estratégias.; Chapecó; Argos;
2006.

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