Você está na página 1de 22

REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE

............*............
MINISTÉRIO DO INTERIOR
SERVIÇOS PROVINCIAIS DE MIGRAÇÃO DE MANICA
 
 
PALESTRA SOBRE QUADRO LEGAL DA MIGRACAO A COMINIDADE ISMAELITA (19/02/17)
INTRODUÇÃO
 Estatísticas revelam que em todo mundo 3 % da
população é imigrante e a Europa é o continente com
maior número de emigrantes (56,1 milhões), seguido da
Ásia (50 milhões) e da América do Norte (41 milhões). 
A IMIGRAÇÃO E AS SUAS CAUSAS
 As causas da imigração são quase sempre as mesmas: a fuga à pobreza,
desemprego, destruição do meio ambiente, guerra, violência, perseguição
política ou religiosa. Neste campo, não é fácil distinguir por vezes, a fronteira
entre o imigrante e o refugiado. Ambos fogem a uma situação intolerável que
os obriga a deixar a terra onde nasceram. Imigram-se também para aproveitar
oportunidades de emprego que se oferecem em alguns países que carecem de
mão-de-obra. 
 A imigração ilegal, tem vindo contudo a crescer, constituindo actualmente um
próspero negócio para as redes de tráfico de seres humanos que operam em
todo o mundo. 
 Existe uma grande quantidade de imigrantes ilegais que tentam ou que
conseguem cruzar a fronteira dos países que querem alcançar, que é
geralmente motivada pela busca de uma promessa de melhoria de vida. Esses
imigrantes ilegais arriscam a própria vida, pagando grande quantia em
dinheiro para que agentes facilitadores, os ajudem a atravessar a fronteira.
Entretanto, o risco de serem pegos, mortos ou acabarem como vítimas do
tráfico de seres humanos, que vendem homens e mulheres sequestrados como
trabalhadores escravos ou para a prostituição forçada, é grande.
A IMIGRAÇÃO E AS SUAS CAUSAS (CONT.)
 A imigração não é um mal, muito pelo contrário, inúmeros
exemplos históricos mostram que a mesma tem constituído um
poderoso meio para o desenvolvimento cultural, social e
económicos da humanidade. Exemplo do desenvolvimento
económico é que, as remessas do emigrantes para os seus países
de origem no ano de 2015, no primeiro lugar surgiam os
indianos (enviaram cerca de 11,5 milhares de milhões de euros),
seguidos dos mexicanos (6,5 milhares de milhões), turcos (4,5),
egípcios (3,7), espanhóis (3,4)  e em sexto lugar surgiam os
emigrantes portugueses que enviaram para país, neste ano, cerca
de 3,1 milhares de milhões de Euros.
MIGRAÇÃO
 Migração- Processo de travessia de uma fronteira internacional
ou de um Estado. É um movimento populacional que
compreende qualquer deslocação de pessoas, independentemente
da extensão, da composição ou das causas; inclui a migração de
refugiados, pessoas deslocadas, pessoas desenraizadas e
migrantes económicos.
 Em nosso período, a imigração é tão comum que os teóricos
convencionaram em chamar as últimas décadas de “a era das
migrações”. Estima-se que em 1990 a população migrante do
mundo era de 80 milhões de pessoas, já em 2010 estima-se que
esse número aumentou para cerca de 214 milhões
MIGRAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
 Com a crise económica que fustiga a todos cantos do mundo,
começamos a receber um número muito incomum de emigrantes que
pretendem fixar-se em Moçambique para fins de trabalho e procura de
outras oportunidades de vida. Alguns deles saem dos seus países com
pouca informação sobre as normas relativas aos emigrantes e por causa
disso passam por situações embaraçosas, como tem sido em muitos
casos das maciças devoluções aos seus países de origem, isto é mesmo
nos pontos fronteiriços por questões relacionadas ao visto. Outros
chegam sem nenhuma noção do que vão encontrar cá, e em tentativas de
buscar ajuda, acabam caindo nas mãos de pessoas de má-fé.
 A província de Manica tem um potencial enorme em termos de atracção
de estrangeiros como, o ambiente de negócios, isto é, de géneros
alimentícios, vestuários assim como a extracção mineira, também
constata-se a zonas de interesse turístico em quase toda província
ESTRANGEIROS RESIDENTES
N/O LOCAL QUANTIDADE

01 Chimoio 2.475

02 Manica 668

03 Gondola 190

04 Sussundenga 159

05 Barue 48

07 Mossurize 25

06 Guro 37

08 Machaze 15

09 Macossa 03

10 Tambara 02

11 Vanduzi 81

12 Macate 00

TOTAL 3.703
NACIONALIDADES COM MAIS
ESTRANGEIROS
N/O Nacionalidades Quantidade

01 Chineses 968

02 Indianos 401

03 Bengalis 395

04 Paquistaneses 234

05 Malianos 78

06 Guineses 66

07 Somalis 34
PROCEDIMENTO PARA ENTRADA EM MOÇAMBIQUE
 A lei 5/93 de 28 de Dezembro, estabelece o regime jurídico do
cidadão estrangeiro, fixando designadamente, as respectivas
normas de entrada, permanência e saída do país, os direitos,
deveres e garantias.
 Estrangeiro- é todo cidadão que não tenha nacionalidade
Moçambicana, em conformidade com o ordenamento jurídico
vigente.
 Estrangeiro residente- estrangeiro com a autorização de
residência concedida pela autoridade competente nos termos da
lei.
ENTRADA DO CIDADÃO ESTRANGEIRO NO PAÍS
 A entrada legal no território moçambicano deve ser feita pelos postos de
travessia oficialmente estabelecidos para o efeito, onde o cidadão estrangeiro é
exigido o passaporte ou o documento equiparado válido para o pais e visto de
entrada emitido pelas entidades moçambicanas competentes, igualmente validos.
Modalidades de vistos de entrada
 Visto diplomático

 Visto de cortesia

 Visto oficial

 Visto de residência

 Visto turístico

 Visto de trânsito

 Visto de visitante

 Visto de negócios

 Visto de estudante

 Visto de fronteira

 Visto de trabalho
CONDIÇÕES PARA OBTENÇÃO DO VISTO DE ENTRADA
 Para obtenção de visto de entrada, o estrangeiro deverá reunir os
seguintes requisitos:
 Estar presente o respectivo titular;

 Ser considerado maior de idade nos termos da lei pessoal, ou sendo


menor, possuir autorização por escrito do pai, mãe ou tutor;
 Não se encontrar interdito de entrar na república de Moçambique

 Não ter sido expulso ou declarado persona non grata na república de


Moçambique
 Não desenvolver actividades que quando praticadas na república de
Moçambique impliquem a pena de expulsão;
 Provar possuir meios de subsistência, quer no acto do pedido, quer a
entrada ou termo de responsabilidade emitido por uma entidade ou
um cidadão residente no pais, reconhecidamente idóneo
DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO E RESIDÊNCIA
PARA ESTRANGEIROS (DIRE)
Dire – é um documento concedido pelos Serviços de Migração com
vista a conceder a residência no pais ao cidadão estrangeiro. Este pode
ser precário, temporário, permanente e vitalício.
 Requisitos para obter o Dire precário e temporário
Passaporte e respectiva fotocópia;
Fotocópia do visto de residência ou de trabalho;
Fotos do tipo passe;
Comprovativo de meios de subsistência;
Alvará da empresa se se tratar de um empresário, trabalhador ou
mandatário;
Certidão de quitação passada pelas finanças;
Certidão de registo criminal com validade não superior a 90 dias;
Permissão de trabalho;
Termo de responsabilidade, para os menores, cônjuge e ou dependentes
passado por quem solicita a residência.
RESIDÊNCIA PARA ESTRANGEIROS
(DIRE)

 NB: Estes requisitos devem ser apresentados aos


Serviços de Migração da área onde pretenda residir ou de
residência.
 A autorização de residência tem a validade de um ano
renovável por iguais períodos, enquanto perdurarem as
razões da sua concessão.
DIRE PERMANENTE
 O Dire permanente- é concedido pela Migração ao cidadão
estrangeiro que é residente há pelo menos 10 anos
consecutivos, desde que reúna os requisitos que são:
 Requerimento dirigido ao Director geral da Migração
solicitando o estatuto de residência permanente;
 Passaporte válido

 Autorização de residência temporária valida

 Fotos tipo passe

 Outros documentos jugados necessários, dependendo da


situação do requerente.
CESSAÇÃO DE RESIDÊNCIA
 O cidadão estrangeiro perde o direito de residência:
 Se a ausência do país for por um período superior a 90 dias
sem que tenha comunicado por escrito o facto, aos serviços de
Migração, se se tratar o estrangeiro com residência temporária
ou precária.
 Se a ausência do país for por um período superior a cinco anos
sem que tenha comunicado por escrito o facto, aos serviços de
Migração, se se tratar o estrangeiro com residência
permanente.
 Expulsão ou declaração expulsão de persona non grata

 Não revalidação da autorização de residência


MUDANÇA DE DOMICÍLIO
 A mudança de domicílio de cidadão estrangeiro residente no
país, assim como a ausência por um período superior a 90 dias,
deverão com antecedência de 8 dias ser comunicadas aos
Serviços de Migração, solicitando-se averbamento do novo
domicílio.
 Qualquer alteração de elementos de identificação ou do
estatuto pessoal de cidadão estrangeiro, deve ser comunicada,
aos serviços de Migração no prazo de 30 dias desde a sua
verificação.
BOLETIM DE ALOJAMENTO
 Os hotéis, motéis, estalagens, parques de campismo, pousadas,
casas de hóspedes e similares, são obrigados a comunicar a
hospedagem do cidadão estrangeiro, a Migração, mediante o
boletim individual de alojamento.
 O cidadão estrangeiro não residente que se instale em
habitação própria, fica responsável pela comunicação, quer em
relação a si próprio quer em ralação as pessoas estrangeiras que
com ele coabitam.
INFRACÇÕES E SANÇÕES

 A estadia ilegal, isto é, caducidade do visto e punido com uma pena de


2000,00Mt diária de Multa;
 Quando o estrangeiro é interpelado na fronteira a multa é de 3000,00Mt
diária;
 A falta de comunicação é punida com multa de 1000,00Mt diária;

 A caducidade do Dire tem a multa de 200,00Mt diária;

 Quando o Dire caduca, e o estrangeiro já não faz nada em termos do trabalho


que ele fazia, tem a pena diária de 2000,00Mt.
 A mudança de domicílio sem comunicação sem a devida comunicação será
punida com uma pena de 2000,00Mt mensais.
 As empresas, agentes de navegação e pessoas singulares que transportem para
o país estrangeiros indocumentados ou clandestinos, são responsáveis por
todas as despesas com estes, incluindo o seu retorno, acrescidos de multa de
12.000,00Mt em caso de desembarque.
 A Falta de comunicação de alteração de elementos de identificação ou
estatuto pessoal será punida com a multa de 200,00Mt.
CÓDIGO PENAL

As empresas públicas ou privadas e as sociedades comerciais que


tenham estrangeiros ao seu serviço respondem pelas despesas do seu
repatriamento nos termos da presente lei.
O Código Penal no seu Artigo 414 diz que aquele que aliciar ou
instigar outrem a entrar ou permanecer ilegalmente na República de
Moçambique, é punido com uma pena de prisão maior de dois a oito
anos e multa.
 
Art. 416
Aquele que, com a intenção lucrativa transportar, facilitar ou
favorecer por qualquer forma, a entrada, permanecia, saída ou trânsito
ilegal de cidadão estrangeiro no território nacional, é punido com
uma pena de prisão maior de 2 a 8 anos e multa.
A tentativa de auxílio a imigração ilegal é punida com a pena de
prisão e multa.
CÓDIGO PENAL (CONT.)
 Art. 147
 Quem transportar ou mantiver o cidadão estrangeiro em
condições desumanas ou degradantes pondo em perigo a sua
vida ou causando-lhe ofensa grave a integridade ou a morte, é
punido com a pena de prisão de 2 a 8 anos, se pena mais grave
não couber.
 Art. 418

 Aquele que acolher, abrigar, alojar ou instalar imigrante ilegal


ou conhecendo-o como tal é punido com a pena de prisão de 2
a 8 anos de prisão e multa.
CÓDIGO PENAL (CONT.)
 Art. 419
 Aquele que contratar ou intermediar a contratação, directa ou
indirectamente, ainda que precária, de imigrante ilegal, é punido
com pena de prisão de 3 meses a um ano de multa.
 Art. 420

 Aquele que não denunciar a imigração ilegal, ou por interposta


pessoa, vantagem patrimonial ou qualquer benefício para si ou
para terceiro é punido com a pena de prisão e multa, se pena
mais grave não couber
MUITO OBRIGADO

Você também pode gostar