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Uma nova UFO Especial

em caráter experimental
Esta edição de UFO Especial inaugura
um novo sistema de produção da revista,
que vai ser testado em 2005, em caráter
experimental. Em resumo, a mudança
consiste em atribuir a selecionados ufólogos
brasileiros a incumbência de produzirem
um número da série com temas de sua
especialidade. Assim, a cada mês deste ano,
uma nova edição de UFO Especial circulará
com um assunto específico, tratado em
profundidade por um dos ufólogos escolhidos,
que atuará como editor convidado. A
experiência começa tratando de UFOs em
Minas Gerais, numa edição produzida pelos
editores convidados Márcio V. Teixeira e Os autores que inauguram
Paulo Baraky Werner, expoentes ufólogos a nova fase de UFO Especial
mineiros. No mês que vem, em UFO Especial
33, será a vez de Rogério Chola apresentar
em profundidade o tema Ashtar Sheran, em
textos escritos por ele e seus convidados.
Em maio, Ubirajara Rodrigues fará novas
revelações sobre o Caso Varginha. E assim
por diante. Até o fim de 2005, teremos
edições sobre UFOs no espaço, aparições
Márcio Teixeira (esquerda) e Paulo Werner, jovens ufólogos
marianas, Ufologia na ficção científica,
mineiros que produziram essa edição, a partir dos resultados da
bases de UFOs na Terra, o projeto SETI,
expressiva Operação Minas. Márcio a coordenou, Paulo produziu
Ufoarqueologia etc. Essa é a forma justa que
a linda capa e ambos fizeram muitas de suas ilustrações
temos para dar espaço – bastante espaço
– aos nossos mais produtivos pesquisadores,
sempre em benefício da Ufologia Brasileira.

Pesquisa: Minas Gerais, Casuística: Discos voadores são Investigação: 1996, o Relatos: Naves extraterrestres Aviação: Objetos não
uma história repleta de comuns na Zona da Mata mineira, grande ano dos UFOs em também estão presentes na região identificados observados
UFOs e alienígenas onde assustam e encantam Minas Gerais centro-oeste do estado por pilotos em MG

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Veja a seção Suprimentos de Ufologia, com edições anteriores, livros, DVDs e vários outros produtos na página 38
EDITORIAL CONVIDADO

Fazendo Ufolo
em Minas Ger
as muitas maneiras como um pesquisador editorial é a tranqüilidade de poder permi-
de Ufologia interpreta todas as questões tir que sejam conhecidas apenas as verda-
Márcio Vicente Teixeira, e possíveis respostas sobre os UFOs reve- des, ou que ocorra a máxima aproximação
editor convidado lam apenas algumas faces desse fenômeno, da realidade dos fatos vividos, colecionados
quer sejam conclusivas ou não. O que de e pesquisados por nós, editores convidados,

N
fato ocorre é que, paralelamente a tudo alguns pesquisadores e grupos de estudos
ão se sabe quantos existem isso, os UFOs aparecem e criam pertur- ufológicos mineiros.
nem quem começou. Um in- bações a qualquer instante. Entretanto, a A apresentação da casuística de Minas
teressado em descobrir o que simples aparição, ao acaso, de algo des- Gerais nos parece uma das mais impor-
são os objetos voadores não conhecido no céu, não revela necessaria- tantes identidades da Ufologia Brasileira,
identificados (UFOs), ou ape- mente ser elemento preponderante, uma e agregar a fascinante coleção desses ca-
nas certificar-se se de fato existem, pode vez que a participação dos pesquisadores sos às grandes referências em termos de
ser apenas um curioso, mas com certeza de Ufologia têm aqui um papel importan- nomes do estado é uma oportunidade que
há outros que vão além do simples inte- te, em função de tantas descobertas veri- humildemente tentaremos corresponder.
resse e inquietude, buscando melhores ficadas – entre as quais a de que os UFOs Contudo, peço licença aos consagrados
respostas que os façam compreender es- não somente são reais, como parecem pre- estudiosos – tais como o professor Húlvio
se comentado fenômeno. São esses os es- ferir áreas específicas. Brant Aleixo, o advogado Ubirajara Fran-
tudiosos do que chamamos Ufologia. Não co Rodrigues, o cientista político Alberto
se aventuram somente no descobrir, mas Uma profusão de casos do Carmo, o historiador Antônio Faleiro
também ajudam outros igualmente inte- e tantos outros – para transcrever um pou-
ressados a formular as mesmas perguntas, Desde que os estudos ufológicos tiveram co da realidade que conheceram de perto,
investindo todo o seu saber nas tentativas início, dentro da chamada era moderna dos ao adentrarem por caminhos antes não
de constatações. Uma atividade ainda mo- discos voadores, em meados dos anos 50 do percorridos. Inclusive, arrisco em minhas
derna, frente a tantas ciências mal resolvi- século passado, uma das regiões que con- modestas palavras enumerar um pouco
das e semelhantes a outras que fazem da firmaram essa predileção foi Minas Gerais, mais de seus esforços e objetivos, que fo-
humanidade uma espécie curiosa. Assim, que se destacou devido ao impressionante ram diretrizes e bases muito bem formu-
diferentes pessoas, em todo o mundo, seja número de observações de fenômenos ce- ladas, em época não muito distante, que
por impulso ou após profunda reflexão, se lestes e à profusão de casos. A apresentação moldaram a verdadeira Ufologia Mineira,
candidatam a continuar essas buscas. de diversos fatos, testemunhas, evidências e tal qual os desbravadores bandeirantes re-
A determinação de cada um, seus pro- constatações sobre a rica casuística do esta- presentaram para nossa história.
pósitos e ainda os métodos como condu- do é objetivo desta edição de UFO Especial, E como não poderia deixar de ser, Mi-
zem essa tarefa poderão contribuir de que com enorme prazer, e fazendo cumprir nas Gerais tem nos apresentado as mesmas
muitas formas, podendo ainda apresentar um pouco do papel de ufólogo, apresento. E verdades, ou seja, que os objetos aéreos não
diferentes e melhores conclusões. Porém, o que eleva minha satisfação em abrir este identificados ou OANIs – sigla também

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UFOs em Minas Gerais

ogia
rais
adotada à época desse pioneirismo – ja- valores, alguns deles ainda desconhecidos. ro acentuado de manifestações do Fenô-

Márcio V. Teixeira
mais deixaram de aparecer, causando en- Com a consciência do dever cumprido e meno UFO. Existe na casuística ufológi-
tre perplexidade e certeza, fatos que foram confiança em nossas atividades, os editores ca estadual fatos que apontam para essa
pesquisados com a determinação desses e convidados agradecem ao Centro Brasileiro realidade – às vezes indicando um tipo
de outros nomes, e que ratificam a cada dia de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) e de região ou padrão de objeto observado,
a importância da pesquisa da manifestação aos nossos amigos que colaboraram para a como pequenos pontos luminosos que são
ufológica naquele estado. Para brindar a sé- realização de mais esta empreitada. vistos em pedreiras e próximos a cursos
rie de edições de UFO Especial programa- d’água. Muitas vezes, são observados em
das para 2005, a serem produzidas a convi- Sem barreiras para a ação circunstâncias que nos fazem pensar que,
te do editor aos pesquisadores que atuam de alguma forma, os desconhecidos apa-
de forma independente, fica a importância Falar em nome da Ufologia mineira, se- relhos voadores parecem mesmo interes-
da pesquisa de campo, da parceria entre ria o mesmo que minimizar as importantes sados nesses pontos característicos da
pesquisadores e de tantas referências que a colaborações não presentes, mas com um região sudeste do Brasil. Entre algumas
presente publicação abriga. Inclusive, nes- sentimento de cidadania esperamos ter co- pesquisas, o leitor poderá verificar uma
te editorial, estão representados grupos laborado para o crescimento do valor cul- cronologia ligando as cidades responsá-
diferentes, entre eles o Grupo Mineiro de tural de nosso estado. Mas por que Minas veis por boa parcela desse índice, além
Pesquisas Ufológicas (Grumpu) e o Centro Gerais? Somos da opinião de que os limites de gráficos e levantamentos cautelosos
de Investigações e Pesquisas de Fenômenos geográficos não representam qualquer tipo sobre o comportamento dos UFOs no
Aéreos Não Identificados (Cipfani). Essa in- de barreira nem indicam sintomas que difi- estado. Além de características e dados
teração indica sinais de prosperidade e de cultem a pesquisa ufológica. Pelo contrário, interessantes, temos um fator preponde-
perspectivas de organização. graças a um intercâmbio cada vez mais in- rante em quase todas as pesquisas, que
O competente pesquisador mineiro Pau- tensivo entre ufólogos, e graças à facilidade é o grande número de testemunhas. Co-
lo Baraky Werner, que também assina esta de comunicação advinda da modernidade nhecer o que dizem é tarefa para todo
edição, nos permite, através de pesquisas da internet, casos de UFOs são relatados em interessado em Ufologia, pesquisadores
em conjunto com seu grupo, acessar uma qualquer parte do mundo. Também consi- e descrentes dessa incrível e fantástica
Ufologia Mineira como deve ser. Espelhada deramos que a distribuição de pesquisado- realidade que é a presença dos discos vo-
também no trabalho dos grandes colabora- res seja responsável pelo maior ou menor adores na Terra. Boa leitura.
dores que “abriram as portas” para muita número de casos. Se, por exemplo, tivésse-
investigação e determinação. Também é im- mos um pesquisador em cada cidade bra-
prescindível que se registre aqui a impor- sileira, os registros de aparições aumenta- Márcio Vicente Teixeira é designer gráfi-
tância dos vários centros de pesquisas ufo- riam consideravelmente. co, presidente do Grupo Mineiro de Pesquisas
lógicas de Minas Gerais e de pesquisadores Alguns elementos que indicam existi- Ufológicas (Grumpu), ilustrador e consultor da
anônimos e colaboradores em geral. Afinal, rem determinadas áreas específicas, in- Revista UFO em Portugal. Seu e-mail: marcio.
a pesquisa ufológica mineira possui muitos clusive em Minas Gerais, com um núme- teixeira@ufo.com.br

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Uma história
repleta de U
pios, que servem de pontos de interseção en-
Santos Dumont está tre as diversas culturas que caracterizam a ri-
situada na região queza histórica de nossa Nação, sinônimos de
muitas conquistas e eventos marcantes, como
sudeste de Minas a própria invenção do avião.
Gerais, na chamada O inigualável teor paisagístico, com
microrregião de Juiz seus grandes parques nacionais, que abri-
de Fora. O município gam por exemplo a Serra da Mantiqueira,
é palco de intensa onde prevalece uma vegetação típica e ca-
casuística ufológica racterizada por um terreno bastante monta-
nhoso, se entendendo até a Zona da Mata
mineira, abrangendo cidades como Santos
Dumont e Barbacena, que são pequenas
amostras dessa beleza, em que um cenário
envolto por uma atmosfera de riquezas na-
turais desperta todo tipo de interesse.
Neste texto, uma completa apresenta-
ção e descrição de eventos diversos, como
a história de um grupo de pesquisas, fun-
dado na região, para mostrar sua rica ca-
suística. Não se limitando numa ou noutra
curiosidade, cada região do estado tem sua
peculiaridade. Antes de ingressamos nas
curiosidades dessas privilegiadas cidades
em que o Fenômeno UFO numerosamen-
te se manifesta, devemos frisar que existem
Márcio V. Teixeira

outras, igualmente importantes, que mesmo


não pertencendo a essas zonas de predileção,

D
têm também seus casos isolados.
izem que a Ufologia nos permi- Ao se afirmar que a Ufologia abrange
te trilhar muitos caminhos, em muitos lugares, focalizamos, por exemplo,
busca de informações e cons- a cidade de Santos Dumont, como principal
tatações a respeito do assunto. precursora das atividades do Grupo Mineiro
Conduz-nos a incríveis lugares, de Pesquisas Ufológicas (Grumpu). A im-
geralmente associados a aparições de UFOs, pressão que temos é que a cidade nos leva
permitindo que sejam verificadas as predile- de encontro à Ufologia, já que o município
ções que os responsáveis por esses fenômenos não consta entre os mais citados pontos de
Márcio V. Teixeira, editor convidado, têm sobre determinadas áreas. Minas Gerais acontecimentos. Conhecer sobre a casuísti-
e Equipe Grumpu contribui para esse tipo de resultado, porque ca local é uma tarefa que se reveste de bas-
sob vários aspectos, se revela como um esta- tante trabalho, porém reveladores. Santos
do atípico. Com seus limites geográficos ocu- Dumont está situada na região sudeste do
pando considerável área da região Sudeste do estado de Minas Gerais, na chamada micror-
Brasil é constituída por centenas de municí- região de Juiz de Fora. Seus quase 60 mil ha-

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UFOs em Minas Gerais

a Santos Dumont, em
Minas Gerais, é a cidade
do pai da aviação e
rências a essas experiências, contadas prin-
cipalmente por aqueles que vivem nas regi-
ões rurais, embora o número de testemunhas
encontradas no centro da cidade e próximas
a rodovias seja igualmente elevado.

UFOs
A investigação começa quando se busca
por histórias contadas como “casos assom-
brados”, fatos geralmente tratados como as
também de muitos muitas lendas que pertencem a uma espécie
de folclore localizado, como o “lençol voa-

outros objetos voadores


dor”, a “irmã da Lua” e principalmente a
tão comentada “mãe d’ouro”. Histórias que
de tempos em tempos sofrem adaptações de-
vido à modernidade que invade nossas cul-
turas. Aqueles que estudam essas mudanças,
podem encontrar também, outros tipos de
tentativas de explicações por parte dos prota-
bitantes ocupam uma área de 538 km2, dis- ao conhecimento público é o objetivo desta gonistas. Poderá o investigador ouvir compa-
tribuída em terreno montanhoso, causado análise, que tenta ainda agregar novos inte- rações tais como “parecia um hambúrguer”
pelo acidente geográfico da Serra da Manti- ressados em partilhar os mesmos interesses, ou “era tipo um pedaço de satélite”. Alguns
queira. Sua altitude é de 838 m. com contribuições e indicação de novos ca- dos membros do Grumpu residem em San-
O município é formado, além da sede, sos, antigos ou não. tos Dumont e sabem que bastou uma luzinha
por quatro distritos: Conceição do Formo- Seus integrantes contam que não é pre- no céu, para logo serem acionados.
so, Dores do Paraibuna, São João da Serra ciso andar muito para logo encontrar notí- “As pessoas daqui dizem não acreditar
e Mantiqueira. Limita-se com as cidades de cias de avistamentos ou histórias de alguém nesses fenômenos, mas curiosos é que não
Ewbank da Câmara – marcada pela Ufolo- que tenha visto um UFO. Com um pouco de faltam nessas horas”, comenta Miguel Fon-
gia por episódios como o conhecido Caso “faro ufológico” é possível encontrar-se refe- seca, membro da instituição, que também já
Hermínio e Bianca e outros que viu um UFO por volta de 1978.
pertencem aos acervos do Grum- Os casos de avistamento são todos
pu. Também faz divisa com Juiz reportados ao presidente do grupo,
de Fora, Oliveira Fortes, Antô- Márcio Teixeira, que sempre que
nio Carlos, Barbacena, Aracita- possível desloca-se até o local pa-
ba, Tabuleiro, Piau e Bias Fortes. ra auxiliar na verificação dos fatos
Traçada por importantes rios da – agora, residindo provisoriamente
região como o Paraibuna, Santos em Portugal, interage a distância.
Dumont possui clima tropical de O que também tentamos ex-
altitude, com verões quentes e plicar, é que muitas aparições que
chuvosos e invernos acentuados, são associadas aos UFOs, não re-
com temperaturas que oscilam sistem a uma investigação mais
entre os 09 e 29º C. aprofundada, o que confirma as
estatísticas de que a maioria dos
Levantamento minucioso casos são fenômenos mal inter-
pretados. Felizmente, não hou-
Todas essas características, ve ainda, na cidade, registros de
são de uma típica cidade mineira, fraude ou má fé, implícitas nos
semelhante às demais da região casos já pesquisados.
sul do estado, que são conheci- Estudando o assunto há 14
das pelos tantos casos de UFOs anos, o grupo já encontrou ca-
registrados. É o que o grupo con- sos significativos e que mere-
seguiu constatar, após cataloga- cem destaque. Temos por exem-
ção de cerca de 30 ocorrências plo, um caso de avistamento
ufológicas, somente no municí- que fora pesquisado em Santos
pio e em áreas limítrofes, desde Dumont, uma semana após seu
Márcio V. Teixeira

o período em que foi fundado, acontecimento, em 13 de janei-


nesta mesma cidade. Reunindo ro de 1996 (dias antes do Caso
fatos e dados, o trabalho levou Varginha). Nessa mesma ocasião
os integrantes do grupo a acreditarem que Caso mineiro típico da zona rural, onde as obser- ocorreram outros avistamentos, um pouco
seja esse o mais minucioso e talvez único vações de sondas ufológicas e naves estruturadas mais distantes, como na estrada de acesso a
trabalho de levantamento já realizado na re- é regular. Os moradores dessas áreas, em Minas, Varginha e próximo a Três Corações, no sul
gião. Permitir que tais ocorrências cheguem estão acostumados aos fatos de Minas. Existe ainda muitos outros casos

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UFOs em Minas Gerais
verificados na cidade, que antes se chamava que gentilmente recebeu os ufólogos, reve- provocou nele uma grande curiosidade. Até
Palmyra. Em 1932, em homenagem ao seu lam que resgatar a história da cidade e citar o momento sem respostas, ele tem a certeza
mais ilustre filho – o inventor Alberto San- fatos vividos pelo seu povo são tarefas im- de que os discos voadores existem. O ano
tos Dumont – a cidade passou a chamar-se portantes e necessárias ao crescimento cul- era possivelmente 1978, por volta da 01h00,
Santos Dumont. Uma coisa é certa, os san- tural do local. Os registros mais antigos, de de noite de maio, quando Miguel e sua es-
dumonenses são autênticos observadores do alguma documentação que cita a realidade posa Elza da Fonseca dormiam em sua re-
céu e sempre olharam para ele de forma di- ufológica no município data dos anos 70, sidência, localizada próxima ao Hotel Ca-
ferente. O inventor Alberto Santos Dumont sendo que as melhores e primeiras citações bangú. Ele teve seu sono interrompido por
parece ter percebido isso primeiro que todos, pertencem possivelmente aos colecionado- uma luminosidade seguida de reflexos que
portanto, olhos a postos. res do extinto jornal A Voz Mariana. adentraram seu quarto através da janela. Se-
A história de que um padre, antigo co- gundo ele, as paredes, móveis e objetos fo-
Casos ufológicos de Santos Dumont nhecido da cidade, foi testemunha de uma ram iluminados com muita intensidade. Es-
observação de disco voador em pleno cen- se fenômeno durou pouco tempo, dando a
As lembranças de Jandira Romano, mu- tro, por volta de 1976, preencheu a imagina- impressão de que algo muito luminoso teria
lher idosa, porém de muita lucidez, fazem- ção de muita gente. Esse foi um caso clás- passado por seu quintal.
na contar que certa vez, por volta de 1945, sico para a época, servindo inclusive como Mesmo um pouco confuso, devido à
após uma chuva torrencial que despencou editorial do citado jornal. Após esse, que foi sonolência e pelo fato inusitado, levantou-
sobre a cidade, provocando muita cheias, um marcante episódio, foram verificados se movido pela curiosidade e dirigiu-se até
uma aparição de algo incrível no céu foi outros e cada vez mais freqüentes aconteci- a janela para verificar o que poderia ser. A
motivo de muito temor. Ela conta, com cer- mentos ufológicos, algumas pessoas ainda princípio, pensou ser algum carro, levan-
ta imprecisão, que uma gigantesca cruz bas- se recordam da ocasião em que um grande do-o a certa preocupação, porém não ouvi-
tante iluminada chegou bem perto das ca- objeto iluminado pousou no alto da caixa ra qualquer barulho. Ao abrir a janela, teve
sas, no bairro onde morava. “Naquela época d’água, no Bairro Graminha, em direção uma visão espantosa, uma enorme bola de
havia poucas casas, eu morava no bairro norte, distante apenas um quilômetro do luz de cor branca que se encontrava a cerca
que hoje é chamado de João Gomes Velho e centro da cidade. “Esse foi um dos casos de 500 m de sua casa, do outro lado da rodo-
estava chovendo pouco naquele momento”. mais conhecidos, já documentados pela via BR-040. Não compreendendo o que po-
Em seu relato, ela se recorda que as pesso- impressa escrita em Santos Dumont”, co- deria ser, chamou sua esposa para também
as estavam nas janelas observando o riacho menta Miguel Fonseca, que lamenta a di- contemplar a visão daquele objeto, que não
que havia transbordado e estava a ponto de ficuldade de obter esses registros. possuía forma definível. Nesse momento,
invadir as casas, quando subitamente apon- não se configurava ainda ser um UFO, pois
taram para o céu ainda chuvoso. Nesse ins- Integrantes do Grumpu observam luzes estava estático e sua luz oscilava ao mesmo
tante ela também pode ver. tempo em que aumentava a luminosidade.
“Tinha umas luzinhas enfileiradas, Miguel José de Campos da Fonseca é Passados poucos segundos, a luz iniciou
cheias de cores e faziam um X ou sinal da uma das referências na cidade quando o as- evoluções vagarosamente e desceu um
cruz. Lembro que comecei a rezar e pedir sunto é Ufologia, pois sempre revelou seu pouco mais, talvez até o solo, como indi-
graças para aquilo sumir, e sumiu do mesmo interesse pelos estudos que envolvem o fe- ca Miguel, ficando desta vez parcialmen-
jeito que apareceu, mas era grande”, conta nômeno dos objetos voadores não identifi- te encoberta por algumas árvores, porém
Jandira, que nunca se preocupou ou buscou cados. Igual a muitos outros, seu ingresso seus reflexos eram demasiadamente fortes
compreender o que era. Somente se recorda, se deu após a observação de um UFO, que e vistos por todos os lados, do que passou a
dessa passagem, quando chamar de aparelho.
conversa sobre casos an- “Parecia solda elé-
tigos. Ao ser questionada trica, os raios lumino-
sobre o que poderia ser sos atravessavam pelos
a tal formação luminosa, galhos e folhagem das
busca explicar em suas árvores”, afirma Miguel,
palavras que são misté- que na época tinha cer-
rios de Deus. “Podia ser ca de 30 anos de idade.
um aviso para fazer as Com seu bom nível de
pessoas rezarem”. É im- instruções, chega a ser
possível e desnecessário preciso nas descrições.
buscar por nomes de ou- Continuando seu relato,
tras testemunhas, afinal ele afirma que o objeto
casos desse tipo são con- permaneceu ali, por al-
tados a todo instante. O gum tempo, talvez uns
fato é que esses aconteci- cinco minutos, e que ao
mentos mostram que ob- final dessa permanência
jetos no céu já se faziam simplesmente começou
Cortesia Grumpu

presentes antes das pes- a subir lentamente em


quisas ufológicas. zigue-zague até adquirir
Entre essas e outras maior velocidade e alti-
passagens, muitas lembranças permanecem Integrantes da Equipe Grumpu (a partir da es- tude para depois desaparecer. Miguel se re-
vivas na memória de seus mais antigos mo- querda): Miguel Fonseca, João Marcelo e o editor corda de detalhes como a agitação dos cães,
radores. Historiadores locais e contribuições convidado desta edição, Márcio V. Teixeira. Todos e julga esta como uma das mais extraordi-
de pessoas como Mônica Castelo Branco, testemunhas a intensa casuística mineira nárias experiências de sua vida. Incansável

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UFOs em Minas Gerais
buscador, jamais aban- sua casa. Eram dias de
donou a leitura sobre Carnaval, e devido ao
Ufologia, sendo mem- feriado prolongado, al-
bro do Grumpu, desde a gumas pessoas saíram
sua fundação. para acampamentos na
Assim como Mi- localidade de Ponte Pre-
guel, outro integrante do ta, onde há uma represa,
Grumpu, Evander Gon- cujo curso d’água per-
çalves Ferreira, hoje exer- mite banhos.
cendo a profissão de ad- Grupos de jovens re-
vogado, também revela ligiosos, que ali estavam,
ter avistado algo estranho também viram um obje-
no céu. Coincidentemen- to parecido, em fevereiro
te, nas proximidades do daquele mesmo ano. De-
local do relato anterior, na vido ao verão, a luz solar
Rua Vicentino ainda estava intensa por
Gustavo Nas- volta das 18h00. Um jo-

Cortesia Cipfani
cimento. Evan- vem de nome aqui pre-
der tinha 13 servado, por motivos de
anos, por volta sua conhecida religião,
do ano de 1986, Não se deve medir esforços para disse que viram uma esfera de grandes di-
e se recorda que empreender as pesquisas, mas sim mensões, de cor vermelha e que emitia luz
Cortesia Cipfani

à noite tinha o ir onde quer que os casos tenham própria. Em novembro de 1990, uma tia de
costume de fi- ocorrido, se possível imediatamente Evander contou que por volta das 16h00 du-
car defronte a após seu registro. Amostras de solo as esferas vermelhas de tamanho estimado
sua casa, ponto de privilegiada visão, por es- e vegetação devem ser colhidos de maneira apro- em 50 cm, passaram voando bem próximo à
tar bastante alto. Estava observando o movi- priada para análises. Acima, as equipes do Grum- localidade onde mora. A constatação veio lo-
mento dos veículos que passavam pela rodo- pu e Cipfani participam de uma pesquisa conjunta. go depois, quando distante cerca de dois qui-
via BR-040 quando em dado momento, viu a Ao lado, o editor convidado Paulo Werner coleta lômetros do ponto desta possível observação,
certa distância, uma luz que se movimentava material em solo tocado por um objeto Marlene R. Teixeira, contou ao seu filho que
um pouco a sua direita, em direção à Copasa, havia acabado de ver uma coisa incrível vo-
e à medida que esta se aproximava aumentava lho, de grandes dimensões, com coloração ando sobre o trevo de São Sebastião da Barra,
sua intensidade luminosa. vermelha e formato triangular, que voava localidade onde moravam, na saída norte da
Já bem próxima, talvez uns 300 ou 500 vagarosamente sobre o céu noturno. Possi- cidade, com acesso à BR-040.
m de onde estava e a uma altitude estimada velmente haja quem se recorde de tudo isso,
também em 500 m a luz de coloração entre o pois foi uma espécie de avistamento cole- Caso Quatro Sondas
amarelo e o laranja parou de forma surpreen- tivo, e tudo indica que durou muito tempo.
dente. Passados poucos segundos, uma luz Devido a fatos como esses, Evander ini- Marlene conta que não se tratava de um
de menores proporções e de mesma colora- ciou desde então seus estudos sobre o as- objeto muito grande e que era precisamente
ção também permitiu ser observada, ficando sunto, conseguindo enumerar alguns casos esférico, não havia frestas, furos ou qualquer
ambas próximas por alguns instantes. Evan- que fizeram parte de uma pequena onda de detalhe e que passou em velocidade mode-
der conta que um vizinho chegou a tempo avistamentos, por volta de 1986. Coinci- rada, porém muito baixo, talvez a uns 150 m
de também observar as luzes realizando as dentemente, época em que os UFOs inva- de altitude e em direção sul-norte. Anos de-
estranhas evoluções, e posteriormente se diram oficialmente o Brasil, na comenta- pois, precisamente em novembro de 1997,
distanciando aos poucos, até ficarem mui- da “Noite Oficial dos UFOs”, que foi um Marlene juntamente com o esposo relata-
to próximas a um morro, em direção oeste, exemplo claro dessa realidade. ram outra ocorrência, digna de nota, que fi-
e depois desaparecerem. Embora já distan- O Grumpu ainda não estava formado, cou conhecida como Caso Quatro Sondas.
tes, a impressão que teve é de que as luzes quando subitamente, aqueles que viriam Era por volta das 22h00 quando Marlene
pareciam fazer parte uma da outra. Evander a ser seus integrantes souberam que bolas Romano, 47 anos, e Jurandyr V. Teixeira,
porém não arrisca citar detalhes, porque já de coloração vermelha estavam sendo vis- 49 anos, observaram quatro aparelhos lu-
fogem à sua memória. Também estudioso tas em diferentes pontos da cidade, sendo minosos no céu. Eles estavam em frente à
de Ufologia, defende que devemos ser ex- que desta vez de forma mais curiosa, pois sua residência, próximo à BR-040, no tre-
tremamente cautelosos com os relatos. os UFOs passaram a ser vistos durante o dia, vo de São Sebastião da Barra, e descreve-
o que aumentou em muito a riqueza dos de- ram em seus depoimentos objetos bastante
UFO de grandes dimensões poimentos. Os primeiros casos surgiram co- pequenos, de aproximadamente 60 cm de
mo boatos nas escolas. Pessoas no bairro da diâmetro, que tinham coloração vermelha e
Evander Gonçalves cita que outros Glória haviam testemunhado, em fevereiro formato esférico. Voavam a baixa altitude e
UFOs luminosos foram igualmente obser- de 1990, uma bola esférica do tamanho de em grande velocidade, à cerca de 250 m de
vados nos céus de Santos Dumont, na mes- um balão, realizando evoluções, por volta onde as pessoas se encontravam.
ma época, desta vez na localidade de Pe- da 18h00. Uma funcionária da Malharia “Parecia que aquilo tinha saído do chão.
dreira, causando grande alvoroço nos mora- Cosme e Damião, meses depois, contou a Os objetos faziam movimento igual ao de
dores. Embora ele não tenha observado os este autor que sua família não só havia ob- um foguete e depois sumiram atrás do mor-
UFOs, recorda que muita gente viu e con- servado como também reagiu à presença de ro”, afirmam os dois, que apontam ainda
tou sobre a presença de um estranho apare- tal objeto, chegando a se esconderem em sobre uma terceira testemunha. Todos ob-

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UFOs em Minas Gerais
servaram que as luzes se desprenderam do Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, dois Luzes vermelhas na estrada rural
solo e foi possível ouvir alguns ruídos bai- soldados, dois cabos e um sargento. Passa-
xos, possivelmente provenientes dos obje- vam pelo município de Ewbank da Câmara Certamente um dos mais impressionan-
tos. Outra testemunha das quatro sondas é (MG) já quase anoitecendo quando dois mi- tes registros pertencente aos arquivos do
o vigia noturno da Fibra Automóveis, insta- litares que se encontravam na cabine da via- Grumpu, é o de um caso que ocorreu no dia
lada próxima dali. Ele disse que as luzes se tura, um caminhão, observaram uma lumi- 10 de junho de 1993 entre Santos Dumont e
movimentavam com velocidade impressio- nosidade de cor vermelha sobre um morro. Oliveira Fortes (MG), com Geraldo Ribeiro
nante, impedindo uma melhor visualização. Continuaram a viagem sem dar muita aten- e sua família. Eram 21h30, quando faziam
Elas percorreram uma longa distância, até ção ao fato, pensando tratar-se de alguma luz de carro o percurso entre as duas cidades
sumirem atrás de um morro. Após apurar-se de torre, antena ou sinalizador. por uma estrada rural. Percebendo algumas
a existência de eventos comemorativos que Chegando ao município de Santos Du- luzes vermelhas mais à frente, próximas à
pudessem justificar o avistamento, não foi mont, distante aproximadamente 10 km do estrada, Flávio Ribeiro, 15 anos, alertou seu
encontrado qualquer indício de festividade ponto onde tiveram o primeiro avistamento, pai, que naquele momento conduzia o veí-
nas redondezas. O local onde supostamen- observaram novamente a mesma luz. Desta culo, sem lhe dar muita atenção. Passados
te se desprenderam os objetos luminosos fi- vez, estava ao lado do motorista como se alguns instantes o garoto perguntou a seu
ca numa estrada de terra que dá acesso ao estivesse seguindo-os. Curiosos, pararam pai: “Onde estão os carros que eu tinha vis-
Horto Florestal, onde há uma confluência a viatura e chamaram os soldados e o ca- to à frente?”. E obteve uma resposta ainda
de dois rios. O lugar é quase isolado, tendo bo que estavam na carroceria lonada para mais desatenta: “Deve ter entrado em al-
apenas um humilde casebre. que também observassem aquele fenômeno. gum sítio, deixa de ser cismado”.
Enquanto olhavam, a luz reduziu seu tama- Porém, Flávio continuou insistindo e
Os UFOs e seus padrões nho, moveu-se para a direita atravessando a pediu que o pai parasse o veículo para que
rodovia, ficou estática novamente, aumen- pudessem verificar se não havia ocorrido al-
Em 1990, outros eventos foram cata- tando seu volume e desapareceu após três gum acidente. Geraldo mais uma vez acal-
logados, alguns com pouca expressividade, minutos. “Parecia que ia explodir, tinha a mou o filho, pensando que ele poderia estar
porém juntos, esboçaram uma onda ufoló- cor de um ‘Ponto 50 Traçante’ e não fazia impressionado com um acidente presencia-
gica. Esse período prevaleceu até o início de nenhum barulho”, disse um dos cabos. do no início da viagem, ao passarem pelo
1991, sendo inclusive um dos motivos que Chegando ao 4º Esquadrão de Cavalaria trevo de São Sebastião da Barra. Nesse mo-
levaram à formação do grupo. Os UFOs, na Mecanizada, em Santos Dumont, os milita- mento, sua esposa Maria da Conceição co-
maioria das vezes, apareciam à noite, ou nos res relataram o caso ao sargento da guarda, mentou também ter visto as luzes vermelhas
fins de tarde, em forma de pontos lumino- mas ele ironizou dizendo: “Doido aqui já naquele trecho, no entanto, ele ainda tentou
sos, de coloração vermelha ou objetos maio- tem...”. Alguns soldados que estavam de ser- persuadi-los dizendo que o carro à frente po-
res, de cor branca e amarela. O encontro da viço na guarda de entrada, que prestaram ser- deria estar em alta velocidade, e por isso, se
Ufologia Mineira com a do estado vizinho viço militar em 1992, certamente lembram distanciado muito rápido deles. Mas Maria
ficou marcado após as constatações advin- desse episódio. A viatura não transportava e o filho continuaram insistindo que não po-
das dos estudos realizados pelo pesquisador nada de especial, simplesmente suprimen- deria de maneira alguma ser um carro, pois a
Marco Antônio Petit, co-editor de UFO, que tos de rotina e os militares portavam arma- estrada era de terra e nenhuma poeira tinha
concentra suas pesquisas na região da Serra mento individual. Esse tipo de avistamento sido jogada em seu veículo. Geraldo decidiu
da Beleza e Santa Isabel, no Rio de Janei- é típico da região, pois existem muitos casos então retornar ao local para se certificar de
ro, localizada à cerca de 120 km de Santos de luzes avistadas nas estradas. que realmente nada de anormal havia acon-
Dumont. Pesquisas re- tecido naquele trecho.
velaram que ambos es- Ao seguirem pelo ca-
tavam lidando com algo minho de volta, quase no
real, que apresentava um mesmo local do avista-
tipo de padrão, tanto nas mento, viram novamen-
evoluções e número de te as luzes vermelhas pa-
objetos, quanto pelos fa- radas na estrada. Estacio-
tores que parecem atrair naram o carro à cerca de
ou provocar os fenôme- 150 m da luminosidade e
nos, tais como: zonas de puderam notar que havia
serra, altitude, clima, pe- uma formação de cinco
quenos vilarejos e outras luzes vermelhas, com
semelhanças. brilho não muito inten-
Em maio de 1992, so, semelhante à lan-
alguns militares viram terna traseira dos auto-
objetos luminosos sobre- móveis. Geraldo estava
voando a BR-040, quan- impressionado, pois era
do faziam o percurso impossível a existência
Márcio V. Teixeira

Valença, Rio de Janeiro, de carros naquele local,


Santos Dumont. No mês de difícil acesso. De re-
de maio é comemorado pente, duas das luzes se
o aniversário da cavalaria mecanizada. Para O Caso Cinco Sondas, ocorrido em 10 de junho desprenderam do solo realizando um incrí-
o evento foi deslocado da unidade militar de 1993, entre Santos Dumont e Oliveira Fortes vel vôo em direção ao veículo em que Ma-
de Valença, no Rio de Janeiro, um grupo de (MG). Geraldo Ribeiro fazia de carro o percurso e ria Conceição ficara aguardando. Em pâni-
praças do Exército brasileiro. Saíram do 1º observou as luzes vermelhas à sua frente co, Flávio gritou para que sua mãe saísse

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UFOs em Minas Gerais

Importantes fatos envolvem


o polêmico Caso Varginha
Equipe Grumpu Ainda de acordo com as descrições da testemu- de tamanho considerável, comparado ao de um
nha, as modificações aparentes das dimensões e bri- micro-ônibus, em forma de um submarino, o qual
lho do objeto, talvez estejam relacionadas à exposição sobrevoou lentamente a região, por 40 minutos, a

O
s primeiros dias de janeiro de 1996 não fi- do mesmo ao Sol e a posição do observador em re- uma altura de cinco metros do solo.
cariam marcados na memória da Ufologia lação aos dois. O fato de desconhecer a cor também A nave estava apagada e tinha em uma das
Brasileira não fosse a divulgação do surpre- pode ter influenciado, não havendo inclusive descri- pontas a estrutura aparentemente avariada, com
endente Caso Varginha, ocorrido em 20 de janeiro ções sobre o formato do objeto. Não há motivos para um buraco na fuselagem e soltava muita fumaça de
de 1996, com repercussão mundial. Porém, deve- contestarmos a veracidade deste episódio. cor branca. O casal descreve que a nave não fazia
se prestar muita atenção aos fatos, que podem vir barulho, e que devido à estrutura estar aparente-
a representar importantes ligações com o mesmo, Em Varginha, UFOs vistos na mesma data mente avariada, partes da fuselagem balançavam
ocorridos poucos dias antes, sendo que o dia 13 de como pedaços de pano ao vento. Segundo o casal,
janeiro, sábado, pode ter sido o precursor de todos Ao mesmo tempo, distante algumas centenas de a mesma seguiu na direção de um bairro de Var-
os acontecimentos. Em nossa cronologia dos fatos, quilômetros, o sul de Minas também colecionava seus ginha. Os estudos realizados por outro conhecido
embora alguns horários estejam imprecisos, reuni- relatos. Com diferença de algumas horas, os aconteci- pesquisador, Claudeir Covo, mostram que alguns
mos as principais informações e relatos associados mento se apresentaram igualmente importantes. Ubi- informantes militares, operadores de radar, confirma-
ao ocorrido naquela data. rajara Rodrigues, pesquisador de Varginha, registrou ram que realmente houve um aumento significativo
Em Santos Dumont (MG), Jurandir, conhecido que às 16h30, um estranho objeto voador foi visto por de plots nas telas dos radares, naquele período. Só no
como Dico da Borracharia, com idade estimada em Rogério Pereira e seus familiares sobrevoando a baixa mês de janeiro de 1996 os radares registraram mais
50 anos, encontrava-se em frente ao estabelecimen- altitude, aproximadamente 600 m do solo no Bairro de 40 objetos aéreos não identificados na região sul
to onde trabalha, quando percebeu de Minas Gerais. Nos dias que ante-
no horizonte a uns 700 ou 1.000 m, cederam o dia 20 daquele mês, em
um estranho objeto, que fazia evo- Varginha, muitas pessoas avistaram
luções incompreensíveis para ele. diversas luzes nos céus da região.
“Eu não conseguia acompanhar, aqui- Sem sombra de dúvidas, o Centro
lo parecia desgovernado”, contou a Integrado de Defesa Aérea e Con-
testemunha. Disse ainda que tinha trole de Trafego Aéreo (Cindacta),
outras testemunhas, e que todos em Brasília (DF), também estava
naquele instante ficaram amedron- rastreando tais objetos.
tados. Segundo suas descrições, o Muitos militares falam em
aparelho fazia um movimento mui- um acordo de cooperação militar
to rápido, subia e descia instantane- entre o Brasil e os Estados Unidos.
Fotos Arquivo UFO

amente e de forma desordenada O rastreamento por satélite per-


como uma pipa. Quando parecia mite detectar a queda ou o pouso
que ia pousar, já bem próximo ao de uma nave com erro de poucos
solo, reduzia seu tamanho e brilho, para depois vol- Os ufólogos Claudeir Covo (à esquerda) e Ubiraja- metros. Pertence também aos arquivos ufológicos
tar ao tamanho e brilho normal quando subia. ra Rodrigues. O segundo descobriu o Caso Vargi- o depoimento de Carlos de Sousa, empresário e
Sua descrição não indica tratar-se de uma pi- nha e ambos coordenaram as investigações piloto de ultraleve, residente na cidade de São Pau-
pa ou qualquer confusão do gênero, uma vez que lo (SP), que em 12 de janeiro de 1996, à noite, saiu
o descreveu como sendo um grande objeto, com Santana em sua cidade. Segundo as descrições das tes- de São Paulo e pernoitou no Hotel Havaí 5.0, em
10 m de diâmetro e de brilho não muito forte. O temunhas, o que foi apelidado de sonda realizou suas Mairiporã (SP), à beira da Rodovia Fernão Dias. Por
UFO permaneceu dessa forma e em determinada acrobacias aéreas sem emitir qualquer ruído e a obser- volta das 04h00, já do dia 13, seguiu viagem com
área por alguns minutos até tornar-se invisível. No vação durou poucos minutos. destino à cidade de Três Corações (MG), local onde
momento da observação não se ouviu qualquer ti- Logo mais à noite, não muito distante, porém na iria se encontrar com uns amigos para tratar de um
po de som proveniente do objeto. estrada pavimentada que dá acesso à cidade, um relato campeonato de vôo com ultraleves.
Quando questionado sobre a cor do objeto, ficou marcado. Com certa imprecisão na data, antes tida Carlos acredita que esse fato tenha ocorrido
não soube precisar exatamente, afirmando nunca como dia 13 e depois como 20 de janeiro, mas certa- em 13 de janeiro, seus amigos também confirma-
ter visto tal coloração. A observação durou cer- mente um sábado, pouco depois das 24h00, numa fa- ram a data. Quando estava a uns 5 km antes de
ca de quatro minutos e o caso chegou ao conhe- zenda distante 10 km do centro de Varginha, Oralina chegar no trevo de acesso à cidade de Varginha, por
cimento do Grumpu, através de Ângelo Miguel Augusta de Freitas, 37 anos, estava vendo um programa volta das 08h00, ouviu um ronco abafado de motor,
Dias, antigo membro da entidade, que constatou de televisão quando percebeu o ruído do gado assustado pensou que era defeito do seu veículo e então pa-
e registrou que o observador não pôde fornecer que corria de um lado para outro. Ao abrir a janela, viu rou numa área do lado oposto da rodovia. Ao sair
o nome das outras testemunhas, sob alegação de uma nave sobrevoando o local. Rapidamente acordou do carro viu à sua esquerda uma estranha nave no
não conhecê-las, provavelmente por tratar-se de seu marido Eurico Rodrigues de Freitas, 40 anos, e jun- céu, a aproximadamente 120 m de altura e voando
clientes que solicitaram seus serviços. tos acompanharam a lenta evolução daquele objeto. Era no sentido de Varginha para Três Corações.

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UFOs em Minas Gerais
do carro, temendo que as luzes pudessem O mineiro, com seu jeito tranqüilo e sereno, co-
atingi-la. Então, a mulher foi de encontro mo é reconhecido em todo o país, convive com
ao marido e filho e os três se esconderam na UFOs e alienígenas de maneira muito simples
mata, para observar o fenômeno.
Uma das luzes ficou planando em cima moradores, quando dois objetos pequenos e
do carro, a três metros de altura, enquanto brancos passaram a ser vistos sobre a cidade,
a outra fazia movimentos estonteantes em pouco antes das 09h00. Esse objeto perma-
zigue-zague. “Só vendo para explicar...”, neceu no céu de Minas por mais de cinco
afirmou Geraldo. Naquele momento, sen- horas, chamando a atenção da TV Globo de
tiram-se tomados por medo e admiração. Juiz de Fora, que noticiou os fatos em seu
Maria Conceição logo imaginou que fosse jornal do horário de almoço. Além de tirar o
alguma manifestação divina. Flávio decide sossego de pesquisadores, como José Ricar-
então atirar pedras em direção às luzes, para do Dutra, que de Barbacena pôde registrar
afastá-las do carro. Feito isso, os objetos lu- um dos objetos em vídeo, por cerca de 30
minosos que estavam próximos do veículo minutos, ativou outro membro do Grum-
foram de encontro aos outros e desaparece- pu, João Marcelo Marques Rios, na cidade
ram. Todo esse avistamento durou cerca de de São João Del Rey. Esses avistamentos
cinco minutos. Após tamanho susto, as tes- desencadearam uma série de relatos, que
temunhas retornaram a estrada de acesso a chegam às centenas, provocando inclusive

As Minas Gerais
Oliveira Fortes (MG). declarações por parte de oficiais da Escola
Quando passaram pela localidade de Preparatória de Cadetes do Ar (EPCar), si-
Ponte de Cimento, tentaram comunicar o tuada em Barbacena.
avistamento à polícia militar de Santos Du- Um ano depois, por volta das 05h00, Em Santos Dumont, a diretora do Gru-
mont. O policial que os atendeu, garantiu em um dia qualquer de fevereiro de 1998, po Escolar Vieira Marques teve de para-
que estaria enviando uma viatura até o local, Geraldo Esteves, homem muito popular na lisar temporariamente as aulas matutinas
já que não ficava muito distante. No outro cidade e de hábitos matutinos, estava na va- daquele dia, pois alunos e funcionários
dia, estando em Santos Dumont, Geraldo randa de sua casa, localizada na Rua São ficaram demasiadamente curiosos e aten-
comunicou novamente o fato à polícia, que José, próxima ao cemitério municipal, onde tos à passagem dos UFOs sobre a cidade.
lhe respondeu que o caso fora soluciona- pode contemplar uma brilhante massa lumi- Um dentista também registrou o caso em
do. “Trata-se de uma munição especial do nosa que realizava evoluções sobre o centro vídeo, porém resiste em contribuir com
4° Esquadrão de Cavalaria Mecanizada de lazer Tangará Tênis Clube, localizado no os estudos acerca do caso. De Belo Ho-
do Exército de Santos Dumont. Chama-se centro da cidade. Homem interessado pela rizonte, sede do Grumpu, Márcio Teixei-
‘Ponto 50 Traçante’ e é muito utilizada em vida religiosa, nega qualquer comparação ra ativou informantes de todo o estado e
treinamento na região de Oliveira Fortes”. com o planeta Vênus, muito brilhante nes- teve confirmação visual inclusive de Car-
Na época, Geraldo afirmou que as luzes se horário. Em conversa com este autor, ex- mo do Rio Claro, onde o consultor Mauro
avistadas por ele e sua família naquela noi- plica com gestos as evoluções que o objeto Silva fez um rápido registro por volta das
te não se tratavam de munições de guerra, realizava lentamente e acrescenta o seguin- 13h30. Intensificadas pesquisas descartam
nem tampouco de manifestações de Deus. te: “Desta vez vi uma coisa esquisita mesmo, a possibilidade de tratar-se de balão meteo-
“As pessoas me chamaram de doido, mas aquilo era lindo e brilhava muito, não havia rológico, já que o único lançamento naquela
eram aparelhos voadores”. sol ainda e portanto só ele estava no céu”. data, possivelmente fora realizado às 10h00,
Atualmente ele evita comentar o assun- em Lagoa Santa (MG), distante 250 km dos
to, pois foi muito ridicularizado por alguns Avistamento coletivo avistamentos. Em Santos Dumont, esses
amigos que souberam da história. Já sua es- pontos brilhantes permaneceram realizando
posa acredita que o fato tenha alguma liga- No dia 14 de janeiro de 2001, Mário Tei- evoluções por cerca de 40 minutos, tempo
ção com eventos religiosos, e que seja um xeira, 55 anos, por volta das 23h00, assistia suficiente para que muitos pudessem atestar
aviso divino, pois na época fazia tratamento televisão e aguardava o início do Rock in a incrível realidade de que os UFOs nos visi-
médico para uma doença que fora curada Rio quando, ao sair para a sacada da casa de tam e não se importam em serem vistos.
tempos depois do avistamento. sua tia, no Bairro Cabangú, viu uma grande Enfim, a casuística local não pára e por
luz seguindo em direção ao conhecido Bar vezes é necessária uma completa catalo-
Os UFOs voltam à cidade Faria. Ficou sem entender o que era aquilo gação dos acontecimentos. O trabalho do
e procurou outro ângulo de visão. Feito isso, Grumpu na região da Zona da Mata e cida-
Na noite de 11 de fevereiro de 1997, o avistou novamente a luz, que se apresentava des próximas, como Barbacena, Juiz de Fo-
jovem Marcelo da Silva, 24 anos, morador desta vez como uma enorme roda, cheia de ra entre outras, busca agregar novos colabo-
da Rua 23 de Outubro, no Bairro das Flo- holofotes que iluminavam o solo, fazendo radores e intercâmbios. Acrescentar novas
res, comenta ter visto algo no céu que não com que a vegetação de uma fazenda, além evidências sobre a realidade da presença dos
sabe explicar. Tinha a cor entre o branco e de um lago próximo dali, ficassem comple- UFOs não só na região, mas como também
o azul e curiosa forma anelar, semelhante tamente iluminados. “Chegou a ficar tudo em todo estado, seria uma notável contribui-
a uma roda feita de luz néon. Estava rela- branco”, como descreve Mário. Ele avalia ção aos estudos ufológicos.
tivamente distante, mas realizou vôos so- ainda, que o objeto era muito grande, com
bre o centro da cidade. “Veio de muito alto, mais de 20 m de diâmetro e que era mesmo
sempre descendo e após uns dois minutos parecido com os discos voadores do cine- Márcio Vicente Teixeira é designer gráfico, pre-
seguiu em direção a Cabangú. Minha mãe ma. Logo depois, ele seguiu voando vaga- sidente do Grupo Mineiro de Pesquisas Ufológicas
contou ter visto uma coisa dessas meses rosamente em direção leste. No mesmo ano, (Grumpu) e consultor da Revista UFO em Portugal.
atrás, mas não acreditei”. uma manhã ficou marcada para centenas de Seu e-mail: marcio.teixeira@ufo.com.br.

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UFOs em Minas Gerais

Minas Gerais, um estado cercado


de mistérios por todos os lados
Márcio V. Teixeira, populações de características físicas parecidas com dem com as descoloridas regiões formadas por
os grupos negróides – distinta e mais antiga do que a calcário, características por suas grutas e onde se
editor convidado dos índios encontrados pelos portugueses –, além de apresentam sítios que podem gerar ainda muitas
um dos mais antigos cemitérios das Américas. Esses surpresas – algumas das quais sequer consegui-

I
ncrivelmente, Minas Gerais se anuncia assim, representam alguns dos achados que tornam a pré- mos descrever. Sua natureza sem igual ainda nos
permitindo remontar dados de épocas que história de Minas Gerais uma das mais fascinantes para apresenta a Serra do Cipó, que abriga espécimes
sequer imaginamos, mas que para a ciência a arqueologia brasileira e mundial. únicos no mundo. É uma região de tantas formas
é perfeitamente possível. Por pelo menos dois mil A confirmação da contemporaneidade entre o ho- que parecem competir entre si, de tanta exube-
anos, os antigos habitantes do território onde hoje mem pré-histórico e alguns dos animais extintos do pe- rância e tamanho. Lá são permitidos o nascer de
é o Brasil devem ter saído de suas cavernas para ríodo pleistocênico e, ainda, a existência de mais de 500 rios, o verdejar de montes e cerrados, e todo tipo
caçar ou coletar alimentos, cautelosos e olhando sítios com pinturas rupestres que resistiram à passagem de vegetação possível, que fornece meios de so-
para todos os lados. Eles sabiam que em algum do tempo e mostram as mudanças sofridas pelas muitas brevivência ao homem. Não só da terra se obtém
lugar, um dos mais perigosos predadores que já formas gráficas e temáticas de pinturas rupestres, com- esplendor, mas também dos céus, que para au-
viveram no planeta, o tigre-dente-de-sabre [Smi- partilhadas por populações de diferentes regiões, ser- mentar ainda mais o mistério, despeja em Minas
lodon populator], poderia estar à espreita para fazer vem para definir tradições arqueológicas do estado. As uma grande quantidade de meteoritos, superan-
deles o seu almoço. Incursões em ciência, cultura, semelhanças nos grafismos evidenciam influências cul- do todos os outros estados brasileiros.
mistério e muita diversidade chamam a atenção de turais entre grupos, mesmo distantes uns dos outros, e Tantas atrações curiosas parecem já ter des-
qualquer um quando se ouve falar de Minas Gerais, também com outras artes, que, no entanto, parecem pertado igual interesse por parte de desconheci-
que tem a honra de representar até mesmo o in- indecifráveis. Esses fatos são amostras de que estamos dos visitantes cósmicos, que não só fazem visitas
ventor do avião – a pouco mais de um século. falando de um estado que recebe justificado nome du- como assustam as populações, perseguindo, apa-
O mesmo tempo que levou a ciência atual a plo. Gerais parece pouco, diante de tanta diversidade. recendo e sumindo. Às vezes escolhem determi-
por fim a uma das muitas polêmicas e incertezas As Minas, das conhecidas águas do sul do estado nados lugares ou épocas, como revelam os pesqui-
existentes. Da tecnologia atual aos tempos mais ou dos mais ricos metais e rochas – como ouro, esme- sadores mineiros, que, como cientistas do assunto,
remotos, evidências da pré-história mostram ralda, diamante e tantos outros minérios –, se confun- cumprem papel semelhante ao dos paleontólogos
que o estado abrigou também animais e astrônomos, causando e despertando
como uma gigante preguiça terrícola, de interesse e mais buscas por descobertas.
2,5 m de altura, que rondava as savanas Existem constatações reais de que UFOs
dessa parte do Território Brasileiro há surgem nas zonas rurais e em pequenas
uns 10 mil anos. São fatos por demais cidades. Sabe-se lá desde quando se fa-
importantes para a ciência, que, per- zem presentes, ou mesmo se um dia fica-
correndo os mesmos caminhos, verifi- ram igualmente curiosos com as pontu-
cou depois, ser o solo mineiro o chão das presas do tigre-dente-de-sabre...
em que pisava a raça Lagoa Santa, com
As vastas áreas rurais do interior
de Minas Gerais são as preferidas
Cortesia Grumpu

por ETs para suas aparições,


quando assustam principalmente
moradores humildes
Cortesia Grumpu

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 13


UFOs na Zon
da Mata min
rença senão a sua altitude, que é pouco mais
O local na zona elevada, mas ufologicamente apresenta os
rural de Barbacena mesmos e intensificados casos ufológicos.
Um importante colaborador iniciou in-
(MG), onde Manoel tercâmbio com o Grumpu a partir de 1997.
Franklin de Oliveira Esse fato auxiliou muito o grupo que con-
observou um centra suas pesquisas em Santos Dumont.
objeto luminoso. A Trata-se do pesquisador José Ricardo Dutra,
claridade emitida presidente do Grupo de Estudos Ufológicos
pelo objeto era de Barbacena (GEUB). A cidade vizinha,
tão intensa que foi distante apenas 40 km de Santos Dumont,
também apresenta muitos casos de UFOs.
comparada a do Sol
Cortesia GEUB

Constatações do GEUB indicam tratar-se


durante a alvorada geralmente de sondas. A parceria entre es-
ses grupos permitiu grande interatividade
entre seus membros e importantes adesões
para os grupos. Esse exemplo de modelo de
intercâmbio deveria ser adotado por todos
os grupos de pesquisa.
A confirmação ou não da veracidade
de alguns casos pesquisados por esses gru-
pos, as atividades e pesquisas em conjunto,
funcionam como uma rede de informações,
quando esses pesquisadores mineiros acio-
nam ou são acionados, a fim de transmitir
o mais rápido possível ocorrências verifica-
Márcio V. Teixeira

das ou notícias relacionadas aos seus objetos


de estudos. Seguindo a regra, José Ricardo

O
alerta outro pesquisador de plantão, desta
s casos de aparições de objetos vez João Marcelo Marques Rios, de São
luminosos na região da Zona da João Del Rey e membro do Grumpu.
Mata mineira são constantes, po- Já em Passa Tempo, não muito distante
rém é impossível catalogá-los na dali, temos importantes representantes, co-
íntegra. No entanto, alguns são mo Antônio Faleiro e Estevão Morais da
diferenciados devido às características que Associação de Pesquisas Extraterrestres
classificamos como dignas de registro. De- (ASPET), que trocam permanentes infor-
pois de uma rica apresentação sobre os ca- mações entre Passa Tempo e Belo Horizon-
Márcio V. Teixeira, editor convidado. sos ocorridos na cidade de Santos Dumont te. Esse é mais um exemplo de que a par-
Colaborou José Ricardo Q. Dutra (MG), o modelo que temos da atualidade, ceria é o melhor caminho. Somente assim,
chamados por nós de casos recentes, podem as informações chegarão com facilidade a
ser encontrados na mais distante das datas, todos os pesquisadores. Com o advento da
ou seja, o ano de 2001. A cidade de Barbace- internet e do telefone celular não existem
na (MG) basicamente não indica outra dife- mais limitações que impeçam um grupo de

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UFOs em Minas Gerais

na Uma região rica em


avistamos de naves
alienígenas e contatos
Na madrugada seguinte, sábado para
domingo, às 03h30, lá estava Oswaldo no-
vamente fazendo sua costumeira ronda no
haras. De repente, um pequeno risco aver-
melhado traça o céu limpo e estrelado. O

neira
homem começa a se beliscar para saber se
está ou não sonhando. Ao perceber que é
tudo real a testemunha começa a prestar
de vários graus com mais atenção, quando percebe um objeto
em forma de bola na extremidade do ris-

tripulantes
co. Ele se assusta novamente ao perceber
que o objeto pára de repente. Nesse ins-
tante, aproveita e corre em direção à casa
principal do haras e chama seu amigo Pe-
dro, que estava dormindo. “Pedro, Pedro!
Venha aqui fora ver a bola de fogo”.
Assustado, Pedro sai da casa, ainda se
interessados em partilhar seus estudos. Des- Estranho objeto risca o céu vestindo e vai em direção a Oswaldo. Ao
sa parceria nascem trabalhos como este re- avistá-lo percebe que ele está apontando pa-
alizado entre o GEUB e o Grumpu, cujos Numa quente e limpa madrugada de sexta ra cima. “Pedro, veja a bola de fogo”, diz
membros estiveram em algumas localida- para sábado, às 04h00, na pequena cidade de o rapáz. Ele olha para onde foi apontado e
des protagonistas de aparições de objetos Antônio Carlos, Oswaldo, casado, 40 anos, vi- toma um enorme susto. “Oswaldo, o que é
ainda não classificados. gia noturno de um haras, corre em desespero. isto?”, pergunta. “E agora Pedro, acredita
As primeiras notícias foram divulgadas Ele acabara de presenciar um estranho objeto em mim ou você também está sonhando?”.
pela imprensa da cidade mineira de Barba- riscar o céu todo estrelado. O ano era 2001. Às Pedro fica estático e nada responde.
cena e a população local, evidentemente, 10h00 do sábado Oswaldo ainda sem conse- Após alguns minutos, o objeto começa
ficou atônita diante da realidade dos fatos. guir dormir narra toda a história para os com- a se deslocar e acelera rapidamente fazendo
Com intenção investigativa o pesquisador panheiros de trabalho no haras, que incrédulos novamente aquele bonito risco avermelha-
residente na cidade José Ricardo Dutra, começam a zombar dele, dizendo que era tu- do e brilhante e desaparece atrás de algumas
junto com integrantes do Grumpu, contatou do invenção da sua cabeça ou que tivera um montanhas, sem fazer qualquer barulho. Pe-
testemunhas que relataram ter visto UFOs sonho. A testemunha ao perceber que seria dro e Oswaldo percebem que os cavalos do
nas madrugadas de junho e julho daquele alvo de brincadeiras resolve não falar mais haras ficaram agitados e vão ao socorro de-
ano. Um caso interessante ocorreu em 12 sobre o assunto e fica preocupado, pois tinha les, a fim de acalmá-los. Na manhã de do-
de junho de 2001, às 05h50, quando Manoel medo de perder o emprego. mingo os dois comentam com os outros fun-
Franklin de Oliveira observou um ob- cionários do haras; alguns acreditam
jeto luminoso em uma estrada rural. A mas outros ainda continuam a zombar
claridade refletida por esse objeto era deles. Na madrugada seguinte, de do-
tão intensa que foi comparada a do mingo para segunda, entre 03h30 e
Sol durante a alvorada. “Aquilo não 04h00, muitos dos empregados do ha-
era Sol, estou de idade e conheço... ras se reuniram para ver se o tal objeto
Deve ser sinal de Deus, o que vocês apareceria novamente.
acham?”, disse a testemunha indagan- Os minutos iam passando e na-
do os pesquisadores. da, até chegar 04h00, quando alguns
O objeto permaneceu no céu, pou- funcionários começam a se retirar,
co acima das montanhas, por cerca de fazendo as tradicionais piadinhas,
quatro minutos. Esse avistamento quando os cavalos do haras se agitam
ocorreu antes do pôr-do-Sol e o obje- misteriosamente. A testemunha grita:
to apresentava coloração branco aver- “Vejam a bola de fogo”, e aponta pa-
melhada e tinha formato atípico, den- ra a mesma, para que todos possam
tro dos padrões ufológicos, uma vez observá-la. A bola vermelha começa
que, de acordo com a descrição dada a riscar o céu limpo e estrelado, dei-
pela testemunha, possuía uma espécie xando uma linda cauda brilhante. To-
de telhado. Esse avistamento ganhou dos os funcionários viram o estranho
Márcio V. Teixeira

consistência devido a depoimentos objeto. Às 04h10, após a assustadora


semelhantes dados por outras teste- passagem do objeto que, novamente,
munhas, entre elas Oswaldo do Car- desapareceu atrás das montanhas, to-
mo, residente no vizinho distrito de Antônio Oswaldo do Carmo, residente no distrito de An- dos voltaram para seus alojamentos, com
Carlos (MG), que curiosamente viu objetos tônio Carlos (MG), que viu objetos luminosos não exceção de Oswaldo, pois precisava con-
luminosos por três dias consecutivos antes identificados por três dias consecutivos, indican- tinuar a ronda no haras. Na manhã seguinte,
do avistamento registrado em 12 de junho. do a alta intensidade da casuística local todos os habitantes da cidade próxima ao

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 15


UFOs em Minas Gerais
haras comentavam Os ufólogos mineiros (a
sobre a tal bola de partir da esquerda) An-
fogo. Virou notícia tonio Faleiro, de Passa
rapidamente, che- Tempo; José Roberto Q.
gando aos ouvidos Dutra, de Barbacena; e
dos pesquisadores José Estevão M. Lima,
que pegaram seus de Belo Horizonte
carros e foram para
o haras, onde encon- Fotos Arquivos UFO casos, como acredi-
traram Oswaldo con- ta o pesquisador. As
versando com várias atenções redobra-
pessoas. Os pesqui- ram à medida que
sadores, após se certificar de toda a história, to das testemunhas, classificaram-nas co- novos avistamentos foram informados ao
decidem, com autorização da testemunha, mo pessoas idôneas e que apresentam boa grupo. O fenômeno voltou a se repetir na
fazer uma vigília no local durante a madru- cultura, a ponto de saberem discernir o fato noite de 22 de agosto, sendo que por vol-
gada seguinte. Passaram a noite inteira acor- e não o confundir com algo que poderiam ta das 19h30, o pesquisador José Ricardo
dados ao lado do rapáz, mas nada apareceu conhecer. Seus depoimentos não apresen- conseguiu registrar em vídeo a passagem
naquela madrugada. Resolveram fazer uma taram contradições nas duas entrevistas e de um UFO luminoso por cerca de sete a
pesquisa de campo na região onde conse- não havia vínculos que proporcionasse a oito minutos. Segundo as descrições fei-
guiram muitos relatos de testemunhas, além eles qualquer benefício com as histórias dos tas pelo pesquisador, o objeto luminoso
de um desenho feito por Oswaldo. Todas as relatos. Aliás, poderia acarretar constrangi- apresentava a coloração branca e forte lu-
testemunhas confirmaram o desenho. mentos para uma delas. Os fenômenos são minosidade. Em suas evoluções, quando
Durante uma semana os pesquisadores semelhantes a muitas ocorrências de proce- se aproximava do ponto onde foi filmado,
fizeram vigílias no local e nas proximidades, dências naturais, que ali também se mani- modificou sua coloração para o laranja e à
mas nada foi observado. Após uma semana festam, principalmente em sua coloração, medida que ganhava altitude apresentava
de cansativos trabalhos e sem dormir direito, porém as evoluções dos objetos indicam detalhes, como luzes menores. Ao final
eles retornaram para suas casas para fazer grande complexidade, além do que, um dos do registro, o objeto aparentava ter três
seus relatórios, porém com a sensação do objetos apresentava formato que sugere ser bolas luminosas, em disposição triangu-
dever cumprido e esperança de que da próxi- confeccionado com algo metálico e fusifor- lar. Após cerca de oito minutos, o UFO
ma vez que Oswaldo observar algo estranho me. A incidência de avistamentos na região, ficou cada vez mais distante e alto, até su-
no céu, receberão o seu chamado. Em outra por ano, está em torno de quatro. mir ou não ser mais percebido entre as nu-
coleta de depoimentos, a mesma testemu- vens e o céu escuro. Esse tipo de incidên-
nha chegou a responder a um pesquisador, Vídeo de UFO em Barbacena cia, quando devidamente relatado, pode
não em modo gravado, comentários como: contribuir para captação do objeto através
“Aquilo deve ser esse tal de disco voador que Relatos de aparições de UFOs, foram de fotos, vídeos ou outros mecanismos, o
o pessoal fala, né? Porque movia e voava novamente registrados pelo Grupo de Es- que enriqueceria e daria maior credibili-
rápido”. A testemunha comentou, muito tudos Ufológicos de Barbacena (GEUB) dade aos casos verificados.
amigável, com os pesquisadores e notada- desde o início do mês de agosto de 2002.
mente estava envolvida com os episódios Uma ocorrência que mereceu nota: acon-
presenciados naquelas noites. teceu no dia 5 do referido mês, quando tes- Márcio Vicente Teixeira é designer gráfico, pre-
Todos os depoimentos estão gravados temunhas deram depoimentos ao pesqui- sidente do Grupo Mineiro de Pesquisas Ufológicas
e desenhos foram feitos pelas testemunhas. sador José Ricardo Dutra, coordenador do (GRUMPU) e consultor da Revista UFO em Portu-
Algumas conclusões dos grupos, a respei- GEUB, dando início a uma nova onda de gal. Seu e-mail: marcio.teixeira@ufo.com.br.
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UFOs em Minas Gerais

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 17


1996: o ano d
aliens em M
pulações a respeito do tema. Qualquer me-
teorito que riscasse o céu ou brincadeiras
com pipas iluminadas, como as verificadas
em Andrelândia (MG), se transformavam
em elementos de confusão para os estudio-
sos em Ufologia. Os programas de televisão,
jornais e publicações especializadas deram
amplo espaço e destaque, de modo que qual-
quer relato representasse alguma novidade.
Esse espaço serviu para que fossem conhe-
cidas muitas contribuições mas mostrou
também muito desserviço.
Além da variedade de casos, uma situ-
ação atípica ganhou igual notoriedade, que
foram as notícias e especulações sobre o co-
mentado chupacabras, as quais preferimos
não citar nesta análise, alavancaram ainda
mais o interesse público a respeito das ques-
tões sobre os discos voadores. Aventar ou
não hipóteses sobre a veracidade de todos
Paulo Werner

os casos não é tarefa fácil mas, com certeza,

N
muitas evidências ainda prevalecem e colo-
unca houve onda ufológica co- cam o estado de Minas Gerais como um dos
Os incríveis casos ufológicos mineiros mo a do ano de 1996, não só alvos prediletos para essas constantes visi-
denotam grande interação entre os em Minas, como também em tas, como aconteceu em 1996, na maioria
muitas cidades brasileiras. Por dos seus municípios.
tripulantes dos discos voadores e o mais que a casuística ufológi-
meio ambiente local, incluindo as ca mineira abrigue numerosos e surpre- Aparições incessantes
espantadas testemunhas endentes casos um fenômeno curioso fez
com que, neste ano, as constatações sobre A aleatoriadade desta apresentação reve-
a realidade ufológica ficassem desorienta- la o quanto foi significativo esse período, e
das. Os pesquisadores ficaram perplexos, ainda trouxe grande atividade para estudio-
pois não só as notícias acerca do Caso Var- sos e grupos ligados ao tema. Do inesque-
ginha se apresentavam como uma experi- cível dia 20 de janeiro de 1996 os primei-
ência única, jamais vista no estado, como ros relatos chegavam ao pesquisador Mauro
a cada dia novos relatos de aparições de Silva Luz, na cidade de Carmo do Rio Claro
UFOs eram reportados. Um momento que (MG). Em uma de suas contribuições à Ufo-
Márcio V. Teixeira, merecia muita atenção, afinal estávamos logia mineira, ele conta que o administrador
editor convidado lidando com uma diferente realidade, que de fazenda, Pedro Paulo da Silva, 58 anos,
prefiro chamar de “efeito imprensa”. encontrava-se na Fazenda Capão Alto quan-
É praticamente impossível citar tantos do observou um estranho aparelho sobrevo-
registros, muitos autênticos e outros frutos ando as imediações da residência. Segundo
da falta de conhecimento por parte das po- a testemunha, a nave teria o formato de um

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UFOs em Minas Gerais

dos Uma onda ufológica


praticamente sem
precedentes agitou o
ses fatos também foram confirmados pelo
menor Bruno Gomes de Oliveira, 12 anos.
Os pesquisadores Mauro Silva Luz e Dilton
Mendonça tentaram localizar as peças do
veículo que foram danificadas mas não ti-

Minas
veram êxito, pois as mesmas foram atiradas
ao mato, pelas testemunhas, que desconhe-
ciam representar objetos de estudo.
estado, em 1996, com A aparição dessas luzes, desconhecidas
no município, se estendeu até o fim do ano

múltiplos casos
de 1996, quando de acordo com registros, as
irmãs Marly Moraes e Nilma Moraes avista-
ram um estranho aparelho cruzando os céus
da cidade na madrugada do dia 02 de de-
zembro de 1996. Elas aguardavam senhas
para o atendimento em um posto de saúde
quando puderam notar a presença de um
tabuleiro em posição vertical em relação ao intensidade de uma luz que se aproximara objeto que, segundo informaram, mantinha
observador. Embora não tenha sido possível do trailler onde ele estava. “O foco da luz uma trajetória fixa e velocidade constante à
precisar suas dimensões e altitude, o obser- era tão intenso que parecia atravessar a la- cerca de 100 m do local em que estavam.
vador lembra que a aparição deu-se muito taria do trailler”, disse Wilian, que conta O evento durou apenas cinco minutos,
tarde, próximo às 03h00. Foi possível per- ainda que teve uma sensação de leveza do mas as testemunhas notaram que seu forma-
ceber ainda que o objeto tinha um farol ama- corpo e que no dia seguinte todos que avis- to era discóide e possuía duas esferas lumi-
relo e emitia uma forte luz e um outro de taram a luminosidade tiveram muito sono. nosas, uma na cor verde e a outra vermelha
coloração verde, de menor intensidade lumi- “A luz fazia um movimento em zigue-zague em suas extremidades. Cerca de duas horas
nosa. Para Pedro foi uma visão emocionante. e iluminava tudo, o rio, as copas das ár- mais tarde, outro caso de avistamento foi
A testemunha disse que naquele instante os vores e fazia barulho”. Informaram que a registrado no município. O guarda noturno
animais da fazenda ficaram muito agitados. parte elétrica do carro em que estavam fi- da rodoviária de Carmo do Rio Claro Olím-
Já no dia 31 de fevereiro, Oswaldo de cou totalmente danificada, a bateria zerou pio da Silva estava em seu período de vigia,
Souza, 43 anos, outra testemunha de UFOs e algumas peças ficaram queimadas. A luz quando percebeu a presença de uma nave
daquela pequena localidade, estava cami- foi caracterizada por Wilian como sendo se- incomum sobrevoando a cidade. Segundo
nhando numa estrada próxima à Fazenda Al- melhante a um farol de milha, muito inten- ele, o objeto era grande e bastante luminoso.
vorada em direção a Campo Florido, nas pro- so, mudou de cor, passando do verde para Possuía em suas laterais duas bolas nas co-
ximidades do Bairro Rincão, era aproxima- o vermelho e em seguida desapareceu. Es- res azul e vermelha. Esses dois casos foram
damente 22h00, quando subitamente investigados por Mauro Silva Luz,
viu uma intensa luz, de coloração ama- Dilton Mendonça e Paulo Henrique B.
rela, a uma altitude de 10 m e a 100 Werner, todos do Centro de Investiga-
m de distância de onde se encontrava. ções e Pesquisas de Fenômenos Aé-
A observação durou poucos minutos e reos Não Identificados (Cipfani). Os
não pode notar melhores detalhes. pesquisadores acreditam que este últi-
Para fins de registro, numa noite mo caso esteja diretamente relaciona-
de junho de 1995, um avistamento foi do ao relato de avistamento das irmãs
feito por Carlos Alberto Madaleno, 42 Marly Moraes e Nilma Moraes. Esses
anos, que conta ter observado, nessa fatos foram noticiados pela emissora
mesma localidade, uma luz de forma- TV Globo, no programa MG TV.
to completamente atípico, semelhante
a um fusca. Em seu relato, disse que o UFOs na Serra do Cipó
gado ficou muito assustado e que pôde
perceber o movimento de alguma coi- Paulo Werner concorda que o ano
sa, como se fosse uma cabeça, dentro foi mesmo marcado pelo grande nú-
do estranho objeto luminoso. Também mero de avistamentos em Minas. Ele
em Carmo do Rio Claro UFOs foram possui em seu acervo, muitas pesqui-
novamente observados, desta vez na sas realizadas naquele período. Numa
Cortesia Cipfani

noite de 06 de agosto de 1996, na re- das investigações realizadas em Con-


gião do Rincão, envolvendo três teste- ceição do Mato Dentro (MG), no vi-
munhas que avistaram estranhas luzes. larejo de Tabuleiro, região da Serra
O horário não foi observado. Os pacatos moradores de Minas Gerais, especialmen- do Cipó, colheu o depoimento de Luiz da
Wilian Gomes de Oliveira, 38 anos, te os que residem nas áreas rurais mais isoladas, rela- Motta, 35 anos, que certa noite, quando ao
acordou com os gritos de Miguel Freitas, tam suas experiências de maneira clara e inocente, tal voltar para casa, pegou a estrada de terra que
48 anos, que estava muito assustado com a como sentem os fatos de que foram vítimas dá acesso à segunda ponte – próximo ao lo-

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UFOs em Minas Gerais
cal onde se encontra sua casa. Usando uma a participação de mais uma equipe nessa as mãos, uma pequena chapa de metal com
lanterna ele iluminava o caminho, pois estava pesquisa, pois haveria a possibilidade de diversas gravações, contendo algum tipo es-
uma noite muito escura, até que uma luz dis- existir algum fragmento, ou indício de uma tranho de caracteres. A placa encontrada na
tante chamou sua atenção. “Deve ser o carro queda. A rapidez nas buscas seria impres- mata ciliar do Rio São Francisco media 14,6
do compadre, que só tem um farol funcionan- cindível. Paulo Werner e Albert dividiram por 8,9 cm e possuía coloração próxima ao
do”, falou baixinho e encostou-se à beira de suas equipes para facilitar a localização de cobre. As equipes retornaram a Belo Hori-
uma cerca para dar passagem ao suposto ve- algum possível ponto de impacto. zonte e enviaram a placa para análises. Num
ículo. Todavia, para espanto de Luiz aquela Após adentrarem na mata local, cuja ve- parecer do Cipfani a placa era de cobre, corta-
luminosidade tornou-se uma imensa bola de getação dificultava os progressos na pesquisa, da com prensa e apresentava símbolos feitos
luz que veio rapidamente em sua direção. tiveram uma surpresa ao encontrar algo que com brocas. Era bastante rudimentar e não
Assustado, ele jogou a lanterna no mato, foi rapidamente noticiado por radiotransmis- possuía simetria, com diferenças de um lado
como é costume na região, por acreditar que sores entre as equipes. Albert segurava em su- para outro de dois milímetros. A placa quan-
a luz da lanterna atrairia os UFOs. A seguir,
pulou a cerca de arame farpado e foi se es-

Contatos imediatos em
conder debaixo de uma moita de taquara. O
estranho objeto luminoso permaneceu duran-
te uns 25 minutos sobre a tal moita. Passado

Carmo do Rio Claro


esse tempo, e sentindo que poderia acontecer
algo de pior, Luiz começou a gritar pedindo
auxílio. O fato é que depois da gritaria o ob-
jeto começou a afastar-se lentamente, dando
oportunidade para que ele corresse para sua
casa, onde pôde melhor observar o UFO que Mauro Silva Luz e Dilton Mendonça,
desapareceu por detrás das montanhas em di- da Equipe Cipfani
reção a Cachoeira Grande.
Em fevereiro de 1996, outro caso cha-

O
mou a atenção: A edição 26 do jornal mineiro s relatos de estranhos objetos lumino- deada na janela e viu dois homenzinhos se aproxi-
A Hora de Januária, que circulou em de 27 de sos sobrevoando a cidade de Carmo marem da cama. Segundo o seu relato, um “falava”
janeiro do mesmo ano, trouxe em sua capa a do Rio Claro, a 322 km a sudoeste de emitindo uma espécie de zumbido e o outro per-
seguinte manchete: “Objeto não identificado Belo Horizonte, são tão comuns que seus habi- manecia calado. Ela fez todo esforço para esboçar
cai em Januária”. O ufólogo mineiro Albert tantes conversam sobre o assunto sem qualquer alguma reação, mas não conseguiu.
Eduardo, presidente da Associação Mineira constrangimento. Eles narram as aparições com
de Pesquisas Ufológicas (AMPEU) tomou muita naturalidade. Mas os moradores evitam a Uma estranha radiação
conhecimento do fato e rapidamente viajou proximidade com esses objetos, pois temem os
até a cidade para coletar informações. Ao efeitos colaterais já bastante conhecidos pelos Depois, os homenzinhos foram embora, ela
chegar Albert tentou levantar todos os dados mesmos. Moleza, sono, dores no corpo e até se levantou, meio zonza, apanhou o papel e fez
possíveis sobre a eventual queda de um obje- manchas na pele, são sintomas que sempre apa- um desenho da cena que acabava de protagoni-
to não identificado. Contando com a colabo- recem após um contato imediato. “Se você olhar zar. Colocou a figura debaixo de uma pilha de
ração de José Domingos Coutinho, proprie- quando a luz está verde clara, não tem problema, revistas e foi para a rua, com a irmã, que levou
tário do Clube Carcará, cujos funcionários agora, se ficar mirando quando acende o amarelo a chave da casa. Contou-lhe o acontecido e que
Arnaldo Eloi de Oliveira e Francisco Alves forte, vai ficar com os olhos irritados por uma sema- tinha feito um desenho da cena com todos os
de Souza observaram no dia 23 de janeiro um na”, ensinam os habitantes. Outra preocupação
objeto que, segundo eles, fazia movimentos comum são os efeitos sobre os carros quando
oscilatórios e media uns seis metros. perseguidos de perto por algum UFO. As de-
zenas de histórias contadas por pessoas que
Técnicas de navegação na selva nem sequer se conhecem têm um ponto em
comum: os carros ou tratores perdem a veloci-
O objeto em forma de chapa dobrada nas dade ou ficam acelerados demais.
pontas desapareceu da visão dos dois funcio- Se o objeto se aproximar muito, faz pres-
nários do clube e só foi possível determinar o são sobre o veículo, como se quisesse sugá-lo.
local da suposta queda com o auxílio de ou- Nestes casos, as conseqüências são a pane na
tras pessoas. Em posse dos dados Albert Edu- parte elétrica, baterias, velas e faróis que cos-
ardo atravessou de barco o Rio São Francisco tumam “arriar” depois desse tipo de conta-
e varreu uma grande área, onde supostamente to. Outro temor entre os moradores que já
teria caído o UFO. Porém, a pequena equipe avistaram os tais objetos é a radiação, como
liderada por Albert não conseguiu resultados o caso de uma senhora que pediu para não
satisfatórios, uma vez que a maioria das pes- ser identificada. Ela estava visitando a irmã
soas envolvidas não possuía conhecimentos e que mora em Carmo do Rio Claro, quan-
técnicas de navegação na selva, além de care- do em uma tarde, deitou-se para descansar,
Cortesia Mauro Silva Luz

cerem de recursos e equipamentos. passado algum tempo, começou a sentir a


Albert voltaria a Belo Horizonte na ten- sensação de que estava ficando imobilizada
tativa de conseguir ajuda para prosseguir sobre a cama, sem conseguir mexer sequer
em suas buscas. Assim, ele entrou em con- os olhos. De repente, avistou uma luz esver-
tato com o Cipfani e passou a contar com

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UFOs em Minas Gerais
do foi encontrada estava praticamente limpa mas os relatos não são inválidos. Classificar ral e rico em avistamentos relacionados ao
e as suas arestas ainda eram recentes. Podia casos de avistamentos é difícil, já que são du- Fenômeno UFO. Distante 100 km de Belo
ser tudo, menos um fragmento desprendido as testemunhas idôneas e trabalhadoras. Horizonte é bem servido de pousadas e ho-
ou deixado por alguma entidade avançada. téis. A Pousada Grande Pedreira é excelente
“Acreditamos que a mesma não passe de uma UFOs na Serra do Espinhaço para quem quer fazer um turismo pela região,
farsa. Alguém pode ter ‘plantado’ esta evi- que além de contar com uma grande riqueza
dência no meio da mata”, comenta Paulo. A onda ufológica desencadeada naquele natural, possui amplas opções de lazer e es-
O trabalho de pesquisa ufológica foi re- ano permitiu em mais uma pesquisa de cam- porte. Zulma F. Campos e seu marido Ever-
alizado e a onda de acontecimentos de 1996 po que o Cipfani visitasse o pequeno distri- ton Campos, proprietários da pousada são
validada. Mesmo com o avistamento dos dois to de Cardeal Mota, incrustado na Serra do testemunhas desses tipos de acontecimentos.
funcionários do clube de pesca merecendo Espinhaço, próximo ao Parque Estadual da Zulma conta que teria observado um UFO
ressalvas, a existência da placa era duvidosa, Serra do Cipó, local de grande beleza natu- próximo à fazenda, no alto da serra, no iní-

detalhes que lembrou. A irmã ficou curiosa e Sentiu um calor estranho que vinha daquela cla- perado e saiu correndo. Meu olho doía como
quando voltaram para a casa, ela entrou e foi di- ridade e ao abrir o veículo e viu o objeto do ta- se tivesse jogado sal. A luz começou a andar.
reto apanhar a imagem. Para sua surpresa, havia manho de um carro se aproximar voando baixo Ajuntei a vara e os peixes, e resolvi ir embora
sumido misteriosamente. Retornou à sua cidade, e fazendo um ruído esquisito. pra casa. Quando andava, fiquei impressiona-
e ao chegar em casa, tocou a campainha, que “Não era barulho de motor, era outro, parecia do com minha sombra no chão, como se fosse
quebrou. O mesmo aconteceu quando foi ligar a o girar de uma turbina e a luz era tão intensa que o Sol do meio-dia”, conta. Mas a experiência
televisão e o aparelho queimou. Depois tocou na a gente não conseguia reparar detalhes. O objeto mais fantástica do retireiro Pedro, ainda es-
geladeira, que também queimou, assim como o pairou bem perto do carro, aí veio o calor. Aquela tava por acontecer. Na madrugada do dia 20
liqüidificador e o ferro de passar roupa. Aí, ela se luz girava e se parecia com dois pratos colocados de de janeiro de 1996 Pedro se levantou antes
deu conta de que seu corpo estava com alguma bruços, um em cima do outro. Parou alguns minutos, das 04h00 e se dirigiu ao estábulo, para co-
radiação ou energia estranha. Com o passar dos muito próximo do carro e depois foi embora deva- meçar a preparar a ordenha. Quando estava
dias, esses sintomas desapareceram. gar, fazendo um ziguezague pelo céu, até desapare- chegando ao rancho reparou que uma luz in-
No dia 09 de agosto de 1996, o dono de cer atrás da serra”, relata. Passado o susto, veio tensa vinha em sua direção.
uma oficina em Carmo do Rio Claro, que tra- a sonolência e uma moleza tremenda. Segundo “Primeiro pensei que a luz estivesse na es-
balha com um trailler nos fins de semana para Wilian, Miguel, que viu melhor e por mais tempo trada, depois vi que seguiu por sobre a lavoura
completar o orçamento da casa, viveu a sua o objeto, ficou com os olhos irritados e dormiu de café, onde não tem estrada, aí virou e veio
mais estranha experiência. Wilian estava com por dois dias. O mais absurdo foi constatar no dia na direção do rancho”, relata. Pedro diz que
seus dois filhos e o cunhado Miguel Freitas, 50 seguinte, os efeitos sobre o carro: a bateria esta- ficou perto do interruptor, na beirada do
anos. Eles trabalharam até a meia-noite, pre- va danificada e as seis velas do carro tiveram que rancho, mas não acendeu a luz. O objeto lu-
parando-se para o movimento do dia seguinte, ser substituídas, assim como o platinado. “Estou minoso se aproximou, chegou muito perto.
depois foram dormir. Wilian fechou o veículo desde aquele dia tentando consertar o carro, pare- “Era pouco menor que um carro, devia caber
que ficou completamente escuro, e pegou no ce que nada mais funciona direito, só faltou fundir o umas três pessoas. Tinha várias luzes e fazia
sono em companhia de sua filha Denise, 7 anos. motor”, comentou Wilian, em sua oficina. um ruído esquisito. Tentei reparar bem, mas
Do lado de fora, o cunhado dormia na Caravan não tinha jeito. Quando a luz ficava esverdea-
com o outro filho de Wilian, Thiago, 12 anos. O Luz persegue na madrugada da eu tentava observar, aí acendia o amarelo
pai acordou de repente com os gritos apavora- forte e era obrigado a virar o rosto. Fiquei
dos do cunhado que Em mais de 12 anos de pesquisas na região nessa peleja uns dez minutos. O ruído fazia
o chamava, e ao filho Mauro Silva Luz, que é consultor e colaborador ‘crac-crac’, dava a impressão que mudava de
Thiago, para verem do Centro de Investigações e Pesquisas de Fenô- marcha. Pensei que estivessem manobrando
o UFO. Wilian se menos Aéreos Não Identificados (Cipfani), coletou para descer. Me deu um frio na espinha e
assustou ainda mais, mais de 80 depoimentos que classifica como apertei o interruptor”.
ao perceber o trail- importantes, ou seja, aqueles que narram con- O retireiro se lembra bem dos fatos
ler, antes, fechado e tatos próximos. O testemunho do retireiro Pe- e continua: “Quando acendi a luz, a nave
completamente es- dro Paulo da Silva, 58 anos, está gravado numa foi saindo devagar, com a luz verde acesa, aí
curo, agora continu- fita cassete de seu enorme arquivo. Na Fazenda reparei e vi que tinha uma sombra escura
ava fechado, mas cla- Capão Alto, no local chamado Rincão, o reti- em cima, mas não deu para distinguir se
ro como se estivesse reiro [Empregado que faz a ordenha e tira leite tinha um objeto maior encaixado com as
exposto à luz do dia. das vacas], que trabalha ali há mais de 36 anos, luzes apagadas”, concluiu. Naquela mes-
passou por uma experiência aterrorizante. Em ma tarde de 20 de janeiro, três garotas de
Pedro Paulo da Silva, setembro de 1995 Pedro resolveu pescar, numa Varginha alegam ter visto uma estranha
administrador da Fa- noite, e levou só o cachorro como companhia. criatura, que foi capturada pelos bombei-
zenda Capão Alto, re- De repente, a luz veio e clareou o lago. ros e levada pelo Exército.
lata aos pesquisadores “Pensei que fosse um farol de trator, aí reparei e
do Cipfani sua obser- vi que mudava de cor. Quando a luz ficava verde era
vação de um estranho como se fosse o farol baixo de um carro, dava pra Pesquisa de Mauro Silva Luz e Dilton
aparelho sobrevoan- olhar. Quando ficava amarelo forte, era tão intensa Mendonça. Redação de Margarida Halla-
do as imediações de que doía o olho mais do que se olhasse diretamen- coc. Adaptações e correções de Paulo H.
sua residência te para o sol. O cachorro começou a uivar deses- Baraky Werner.

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 21


UFOs em Minas Gerais
cio de 1996, não se recordando, da data. Ela Segundo ela, “nas comu-
comenta que foi uma visão rápida, mas que a nidades de Chácara e do
impressionou bastante, pois o objeto era mui- Jacu as crianças e mora-
to luminoso. “Não era nada conhecido, pos- dores falam deste objeto
“ Era como uma grande noite de 28 de junho de
estrela brilhante. Eu a 1996. Campo Belo, Ae-
rado, Lambari, Sete La-
avistava no terreiro da goas, Divinópolis, São
so afirmar”, diz Zulma. Seu marido estava avermelhado e com tom João Del Rey, Santos Du-
guardando algumas peças de roupas no porta- amarelado”. fazenda, sempre em mont e outros municípios,


malas do carro e não conseguiu ver o objeto O trabalhador rural direção contrária à Lua são também amostras da
que sua esposa observara. Ao chegarem em Paulo Luiz Ventura que abrangência do Fenôme-
casa e passarem pela sala que abriga uma de- já morou na Fazenda Sa- no UFO no estado.
zena de relógios, a maioria estragados, nota- mambaia também viu — PAULO LUIZ VENTURA, Muitos outros even-
ram que todos começaram a funcionar. “Meu o objeto algumas vezes. ex-morador da Fazenda Samambaia tos também foram mar-
marido confirma isso”, diz ela. Zulma acha “Era como uma grande cantes em 1996. Sobre a
que o fenômeno foi provocado pelo UFO. estrela brilhante. Eu a avistava no terreiro intensa presença de UFOs verificada naquele
Apesar de fatos paranormais interligados da fazenda, sempre em direção contrária à ano, Paulo Werner destaca que ainda ocor-
serem comuns na literatura ufológica, o gru- Lua”. Ventura diz ainda, que o fenômeno reram vários outros casos que mereceram
po de pesquisas prefere não tecer comentários ocorria entre 21h00 e 22h00. A aparição da atenção, além de um suposto caso de abdu-
sem que uma análise mais criteriosa seja feita. bola de fogo deu-se novamente na Fazenda ção, envolvendo Plínio Bragatto, 74 anos, na
Porém reforça que a região de Cardeal Mota, Samambaia em abril de 1997. Aírton Man- segunda-feira, 09 de dezembro, na cidade de
cercada por grandes paredões e por cacho- gualdi caminhava com familiares nas proxi- Governador Valadares (MG). Segundo seu
eiras, como a Véu de Noiva, uma das mais midades da fazenda quando observou um testemunho, ele teria sido levado por extra-
conhecidas, possui muitos relatos de UFOs. estranho objeto parado no ar. “Um lavrador terrestres acinzentados para o planeta Mar-
É muito comum encontrar-se moradores dis- passou pelo local e perguntei se tinha conhe- te, quando voltava, às 18h00, para o sítio
postos a contar que presenciaram algum tipo cimento do objeto e ele disse que não”. onde trabalha como caseiro na localidade
de fenômeno estranho. O grupo ficou observando o fenômeno de Pico do Ibituruna. Este fato foi ampla-
por quase 30 minutos quando este começou a mente divulgado, inclusive pela televisão
Observações na Zona da Mata se locomover descendo em ângulo e sumindo local que apresentou a curiosidade dele ter
em meio à mata. Sem lugar fixo para aparecer reaparecido em Montes Claros, chegando a
Intrigantes casos de avistamentos veri- e sem ponto de parada, os relatos de que o ob- pedir auxilio numa delegacia local.
ficados entre novembro de 1996 e abril de jeto circunda a região são constantes. Outro Também de Valadares vem uma imagem
1997 na Fazenda Samambaia e suas proxi- morador da região relatou também, que em que provocou reações em todo o Brasil, prin-
midades, em Carandaí (MG), pertencem aos certa noite, um balão caiu próximo à fazenda cipalmente em quem acompanhou o progra-
arquivos do Grupo de Estudos Ufológicos causando grande alvoroço. Apesar desse ser ma Fantástico, da Rede Globo, que exibiu
de Barbacena (GEUB), coordenado pelo um caso isolado, comprova que algumas apa- dezenas de filmagens de UFOs realizadas em
pesquisador José Ricardo Dutra. Fenômenos rições são na verdade erros de interpretação. todo o país. Muita confusão e erros de inter-
pouco comuns já vinham intrigando a comu- Fomos informados que estudos geológicos pretação levaram as pessoas a vir a público
nidade do município de Ressaca. Há alguns realizados na fazenda constataram a presen- solicitar esclarecimentos. Numa dessas oca-
anos, muitos trabalhadores rurais afirmaram ça de quartzo e uma fenda geológica. siões, uma luz exibida em vídeo filmada em
que viam freqüentemente fenômenos aéreos Rio Claro (SP) foi associada à outra imagem
não identificados. Uma das testemunhas foi Intensificação dos testemunhos divulgada pela imprensa mineira, como sen-
o agricultor Francisco Evangelista da Silva. do de Governador Valadares. Nessa mesma
Segundo ele, as aparições eram verificadas No sul de Minas, a cidade mineira de época, já na cidade mineira de Andrelândia,
sempre por volta das 21h00 em pontos isola- Alfenas anuncia ter sido visitada por UFOs um pai decidiu fazer uma brincadeira para
dos da fazenda. Pensando tratar-se sempre de e seres desconhecidos. Antônio Cândido de agradar a filha, e sem saber, causou tremenda
uma bola de fogo continuou a acompanhar as Morais observa um estranho ser que assustou confusão nos estudos ufológicos que estavam
aparições, até que algum tempo depois verifi- o gado e destruiu uma cerca de arame farpa- sendo realizados.
cou que era um aparelho, e que tinha grande do. Ao mesmo tempo uma notícia assustado- Justamente numa noite de um anuncia-
poder de locomoção. “Ele ilumina muito e ra tomou conta da população de Passos (MG), do eclipse pela TV, em que as pessoas foram
um foco de luz é jogado para baixo”, diz. A onde várias pessoas foram atacadas por uma para as ruas para observarem o mesmo, um
última vez que avistou o objeto foi no final de criatura misteriosa. Existem registros sobre cinegrafista amador flagrou um ponto lumi-
1996. Naquele dia, o UFO estava mais próxi- o caso do morador Luciano O. Reis que foi noso que piscava no céu. Essa imagem foi
mo, à cerca de 200 m, dando para perceber atacado no início de junho por uma criatura exibida posteriormente a nível nacional. Nin-
nitidamente seu formato de globo. bípede, com aproximadamente 1,80 m de al- guém sabia, que se tratava de uma pipa ilu-
Morando há quase cinco anos na Fazen- tura, de braços longos e finos e mãos grandes minada, utilizando-se artefatos eletrônicos
da Samambaia, Vera Lúcia Ribeiro, esposa do e geladas. O ser tinha também pernas curvas, alimentados por pequenas baterias. Tal fato
administrador, relatou que certa vez quando nariz achatado, boca estranha e um cheiro fé- levou o dentista a admitir seu ato em público,
voltava do dentista com a filha Natália e com tido. Luciano contou à imprensa, que lutou através do noticiário MG TV, também da Re-
o motorista Luiz Roberto da Silva observou contra o ser conseguindo escapar. A testemu- de Globo, o que prestou grande contribuição
uma grande luminosidade movendo-se de nha apresentava arranhões pelo corpo e um no esclarecimento do fato.
um lado para o outro. “O objeto estava pró- ferimento em uma das pernas.
ximo à mata da fazenda e ao correr para cha- Mas não parou por aí, no outro dia, num
mar meu marido, ele desapareceu”. Natália, curto intervalo de tempo, José F. Siqueira ob- Márcio V. Teixeira é designer gráfico, presidente
ao chegar no colégio, contou a façanha para servou o mesmo ser na região confirmando do Grupo Mineiro de Pesquisas Ufológicas (Grumpu) e
a professora Elisa Alves Silva que confirmou a existência desse estranho agressor. Nes- consultor da Revista UFO em Portugal. Seu e-mail:
a existência da tal bola de fogo na localidade. sa mesma cidade, um UFO foi filmado na marcio.teixeira@ufo.com.br.

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UFOs em Minas Gerais

UFOs presentes também


no centro-oeste de Minas
A
partir da década de 60 várias tes de uma estrada que leva ao distrito de
Milton Aloísio de Oliveira, ocorrências ufológicas mar- Tavares e ao município de Florestal, mas
convidado especial caram a então pacata região que, na época, tratava-se da única opção
centro-oeste do estado de Mi- rodoviária para deslocamentos à cidade
nas Gerais. Este artigo procura de Belo Horizonte. Diziam aterrorizadas
traçar um panorama geral das principais testemunhas, então, sobre a presença mui-
aparições catalogadas e descrever a evolu- to constante de uma dama toda vestida de
ção histórica das pesquisas locais, até en- branco que se tornava brilhantemente vi-
tão inexistentes. Em Pará de Minas, ou- sível mesmo na profunda escuridão do lo-
trora, uma pequena cidade localizada a 70 cal, lá no Alto da Maniçoba – como era
km da capital do estado, conhecida como identificado aquele ponto do percurso. O
a terra dos teares e dos sinos, que mesmo fato lembra, devido à semelhança, os mes-
vivendo na profunda religiosidade dos an- mos casos que perpetuaram o folclore da
Márcio V. Teixeira

tigos tempos, já se ouvia dizer sobre as as- região de Passa Tempo, muito bem estu-
sombrações que apavoravam os passan- dados pelo emérito pesquisador Antônio

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 23


UFOs em Minas Gerais
Faleiro. Vale recordar um fato histórico por te suspenso sobre a outra direção da pista, a Florestal, encontrando-se na companhia
demais interessante sobre essa rodovia es- poucos quilômetros antes do trevo de acesso de sua filha, pode reparar um outro objeto
tadual. Benedito Valadares Ribeiro, para- a Pará de Minas. Ambas juízas de Direito não identificado, porém, de tamanho mais
minense da gema, quando governador in- atualmente, F. M. pôde reparar, segundos considerável, pousado por entre a vegetação
terventor de Minas Gerais, nomeado por depois, que seu relógio parou no exato mo- rasteira ali existente, logo à beira da rodovia.
Getúlio Vargas, resolveu calçar com parale- mento que passaram pelo estranho objeto, às A. C. relatou a existência de diversas peque-
lepípedos aquele caminho. Pretendia, além 20h30. O veículo de I. B., um Volkswagen, nas janelas côncavas – parecendo escotilhas
do progresso para a região, facilitar seus um pouco à frente, passou a apresentar pro- – em toda a extensão do oval objeto.
deslocamentos da capital mineira à sua ter- blemas mecânicos que obrigaram a parar à
ra natal, situação que acontecia com bastan- margem da estrada, ali permanecendo até O início das investigações na região
te freqüência. Adorava passar os finais de conseguirem socorro.
semana em sua fazenda. E a estrada, parte O objeto voador já havia sido notado, Muito embora alguns se interessassem
calçada com paralelepípedos e parte de terra por ambas, minutos antes do arrepiante en- pelo assunto na cidade, inclusive o autor do
batida, assim continuou até o início do ano contro. Embora a noite fosse enluarada, o presente texto, apenas em 27 de junho de
de 2001. Foi quando, mesmo tombada pelo UFO era brilhante o bastante para não pas- 1979, a partir da brilhante palestra ministra-
patrimônio histórico do Estado, em nome do sar despercebido, uma vez que emitia forte da por Húlvio Brant Aleixo, é que este grupo
progresso foi totalmente asfaltada. luz de cor prateada, como se fosse encarna- de pessoas se uniu, finalmente, com o fir-
Imprevisível dizer que esta peculiari- da. Tiveram a impressão, quando ainda se me propósito de estudar cientificamente o
dade tenha sido o que atraiu
tanto a curiosidade dos “ma-
nobristas” dos UFOs. O certo
é que, em toda região, nunca
existiu ponto de maior freqü-
ência de aparições. Desde o
Alto da Maniçoba até o mu-
nicípio de Florestal. Mas a ci-
dade de Pará de Minas tam-
bém experimentou a emoção
de ver UFOs sobrevoando os
seus céus. Em 1962, uma lin-
da nave em forma de pratos
superpostos, do tamanho de
uma lua cheia e que girava em
torno de si mesma, cruzou o
céu de sul a norte, emitindo
fantástica luz que variava nas
tonalidades de amarelo, azul,
verde e vermelho. Em 1969,
imediatamente à ocorrência
de um inusitado apagão, um
objeto discóide esverdeado,
fazendo manobra espetacular
– que lembra um oito preguiçoso da aviação aproximavam do local onde ocorreu o pou- “A pesquisa ufológica exige esforço e muita disciplina”,
– em vertiginosa velocidade, espantou e ma- so, que o objeto vinha voando de longe entre lembra o pioneiro Húlvio Aleixo. Esses dois requisitos
ravilhou a todos que o viram. as baixas serras da região. são seguidos à risca pelas equipes do Grumpu, Cipfani
Em 1970, o mais tradicional colégio ca- Ao chegarem a Pará de Minas, logo após e GEO. Acima, à direita, a travessia do Rio São Fran-
tólico de toda região, o Ginásio São Francis- noticiarem o ocorrido aos que lhes eram cisco em balsa, para se atingir local de avistamento,
co, teve suas aulas noturnas suspensas uma mais íntimos, já puderam perceber que se- e a consulta a mapas no meio na mata
vez que professores e alunos que tinham riam inconvenientemente ridicularizadas
carro saíram na direção em que seguira um não fosse outro propositado acontecimento. fenômeno na região. Assim nasceu o Grupo
grande UFO, rumo ao Cristo Redentor, no A extinta TV Itacolomi, de Belo Horizon- de Estudo dos OVNIs (GEO), tendo como
alto da Serra de Santa Cruz, após sobrevoar te, começou a noticiar em seguidas edições eterno padrinho um dos mais competentes
o pátio daquela instituição de ensino. O pró- extras de seu telejornal, dezenas de avista- estudiosos e verdadeiro pioneiro da Ufolo-
prio diretor do educandário, um padre fran- mentos de objetos voadores não identifica- gia Brasileira o professor Húlvio, fundador
ciscano, foi quem em primeiro lugar o avis- dos, todos ocorrendo naquele momento, nas do Centro de Investigação Civil dos Objetos
tou e chamou a atenção das demais pessoas mais diversas e distantes regiões do estado, Aéreos Não Identificados (Cicoani).
com grande alarde. Nos anos 60, uma onda constituindo o fato, a verdadeira “noite dos Já em 04 de maio de 1984 o grupo foi
de avistamentos ocorreu em Minas, entre UFOs em Minas Gerais”. De Itajubá, Belo devidamente regulamentado, com aprova-
1967 e 1969. Em setembro de 1968, duas Horizonte, Lavras e muitas outras cidades, ção e registro de seus estatutos, passando a
estudantes de Direito retornavam de Divi- inúmeras informações pipocavam na sede constituir uma sociedade civil de pesquisas
nópolis, onde estudavam, via Juatuba, então daquela saudosa emissora de televisão. independente, sem fins lucrativos, e que vi-
distrito de Mateus Leme, e quando já per- Meses antes, uma conhecida educadora sa concorrer, modestamente, para a solução
corriam a recém inaugurada BR-262 passa- da cidade, quando aprendia a dirigir um ve- do enigma do século. A partir de então, e por
ram por um pequeno UFO, aparentemen- ículo automotor na citada estrada que leva boa parte da década seguinte, os integrantes

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UFOs em Minas Gerais
do GEO tiveram o privilégio de conviver

Reconhecimento a um
com o professor Húlvio, sempre na compa-
nhia do inesquecível Manoel, também pes-
quisador do Cicoani e fotógrafo profissional,
quando em suas inúmeras visitas à região,
numa não muito nova Kombi, realizaram
pesquisas, muitas vezes investigando casos
que o grupo local lhes repassava.
verdadeiro pioneiro
Começavam, então, algumas investiga-
ções conjuntas. A casuística nas décadas de Equipe GEO Ainda segundo ele, “muitos se omitem, até
70 e 80 era farta na região de Florestal e ad- presentemente, restringindo seu relato ape-
jacências. Entre os diversos casos investiga- nas às pessoas de sua confiança”.

A
dos pelo Cicoani e o GEO naqueles locais, Ufologia de Minas Gerais – e do De saudosa lembrança, o prudente
muitos diziam respeito a sondas que inva- Brasil – deve muito a Húlvio Brant posicionamento do mestre, no sentido
riavelmente perseguiam moradores rurais, Aleixo, um homem sério, professor de se evitar qualquer tipo de manifes-
fazendeiros e seus agregados. Um dos mais de psicologia da Pontifícia Universidade tação pessoal do investigador, durante
interessantes é referente a um vaqueiro, cujo Católica de Minas Gerais, que desde 1950 a entrevista com o observador. Não
nome foi pedido reserva e sigilo, que se sub- vem trabalhando incessantemente na in- era inteligente, segundo ele, qualquer
meteu a terrível aproximação vestigação e documentação científica do ingerência durante esses momentos,
noturna de um UFO. Quando Fenômeno UFO no país. Ele fundou, há sob pena de jogar por terra a fidedigna
ele cavalgava pelos pastos da mais de 50 anos, o Centro de Investigação reprodução do ocorrido. É que, diante
fazenda onde trabalhava um Civil dos Objetos Aéreos Não Identificados do inusitado, também dizia Húlvio Aleixo,
objeto voador, com várias (Cicoani). Trabalhar que qualquer colo-
hastes na sua base inferior ao seu lado foi uma cação poderia indu-
(parecendo estiletes), abateu- rara e valiosa opor- zir o entrevistado a
se, como vindo do nada, so- tunidade, além de adaptar seu relato.
bre o mesmo e seu cavalo. constituir a realização Chamava atenção a
O referido vaqueiro se de um grande sonho prática que o investi-
escondeu debaixo do animal deste autor que teve gador inventou para
que, curiosamente, permane- seu interesse volta- solucionar a gran-
ceu apático e completamen- do para a Ufologia de carência dos en-
te inerte à ocorrência, como em 27 de junho de trevistados, quando
se estivesse hipnotizado. O 1979, a partir da bri- chamados a repro-
UFO ficou pairando consi- lhante palestra minis- duzir em desenhos
derável tempo sobre os dois trada pelo professor os aparelhos obser-

Cortesia GEO
em baixíssima altitude. Se- Húlvio. Assim é que vados. O professor


gundo o observador, a lumi- surgiu, com o firme Húlvio usava uma
nosidade era tamanha que propósito de estu- massa especial e
O observador percebe
Fotos cortesia Cipfani

seria possível achar uma dar cientificamente o pedia que o entre-


agulha em meio à vegeta- fenômeno na região, que poderá colocar em vistado a manipulas-
ção. Ainda teve a impressão o Grupo de Estudo jogo toda sua credibilidade se, objetivando dar
de que as hastes serviriam dos OVNIs (GEO). a forma que mais
para capturá-lo, embora isso não tenha se A partir de então, pessoal, ao relatar algum se assemelhasse à
concretizado. Inexplicavelmente, na dé- e por boa parte da avistamento dessa espécie. observação. Os re-
cada vigente as ocorrências escassearam, década seguinte, os sultados eram fan-
ausência que parece repetir-se em qua- integrantes do GEO Isso constitui o maior tásticos.
se todo o território nacional. Entretanto tiveram o privilégio entrave à ideal pesquisa Embora os con-


e coincidentemente, poucos dias antes da de conviver com o tatos pessoais te-
elaboração desta matéria, notícias chega- professor Húlvio. To- do fenômeno nham se extinguido,
ram da região de Florestal, dando conta dos acompanhavam e caso tenha acesso
de estranhos veículos fantasmas trafegan- atentos e curiosos o — HÚLVIO BRANT ALEIXO, a este trabalho, sai-
do por aquela estrada, que aparecem e de- trabalho desenvolvi- um dos primeiros brasileiros a se ba o professor Húl-
saparecem repentinamente, sem deixar o do pelo pesquisador, dedicar à pesquisa dos UFOs, vio, que seus ensi-
menor vestígio. As investigações foram que sempre esban- ainda na década de 50 namentos foram
iniciadas e se espera, com incontida espe- jando humildade e de imensurável va-
rança, que seja o limiar de uma nova era profundo conhecimento científico nos fa- lia a todos os integrantes do GEO, como
de ocorrências na região. lava com sabedoria sobre os cuidados na são de toda a Ufologia Brasileira. Eles
abordagem aos envolvidos com UFOs. “O continuam enraizados em nossas men-
observador percebe que poderá colocar em tes, constituindo verdadeiros estatutos
Milton Aloísio de Oliveira é bacharel em eco- jogo toda sua credibilidade pessoal, ao re- de cientificismo e condução ética na
nomia e advogado. É fundador e atual presidente latar algum avistamento dessa espécie. Isso concretização de estudos do Fenômeno
do Grupo de Estudo dos OVNIs (GEO), com sede constitui o maior entrave à ideal pesquisa UFO com o necessário rigor, pelo que
em Pará de Minas (MG). Seu e-mail é: miltonaloi- do fenômeno”, dizia-nos o sábio cientista. todos, publicamente, o agradecem.
sio@parademinas.com.br.

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 25


UFOs e a avi
civil em Min
Na ocasião, este autor con-
Casos de UFOs versou com a testemunha, sem
seguindo aviões civis saber porém, que viria a ter co-
nhecimento de tal relato, três
e militares em Minas anos depois. Durante o evento,
têm sido registrados centenas de pessoas conversa-
em caráter eventual, vam e faziam perguntas aos ufó-
assim como o interesse logos, sempre reservadamente,
das autoridades entre um intervalo e outro. Os
aeronáuticas em dados dessas pessoas eram ano-
manter os incidentes tados em um cadastro de visi-
tantes, mantido pelo Centro de
sob sigilo
Investigações e Pesquisas de
Fenômenos Aéreos Não Iden-
tificados (Cipfani), responsável
pela coordenação do evento. Por
problemas com o arquivamento
e devido ao acúmulo de infor-
mações e anotações, o nome do
piloto se perdeu alguns meses
depois do evento. Ficaram ape-
nas algumas recordações quan-
to à identificação e conversas a
Editoria de Arte

respeito de sua profissão e da li-


gação com o tema. Felizmente o

A
piloto guardou cuidadosamente
s exposições, congressos e qual- o cartão do grupo, tendo o cuidado de ano-
quer possibilidade de se debater tar de próprio punho, o telefone da empresa
e divulgar a Ufologia em públi- onde trabalhava o pesquisador, na intenção
co permite aos seus realizadores de um dia conversar mais.
e participantes o acesso a muita Cerca de três anos se passaram e, quan-
informação. Esses eventos costumam enco- do em 1999 o piloto estabelece novo conta-
rajar as pessoas que possuem algum conhe- to o Grumpu havia se mudado para o Bairro
cimento ou tenham vivido alguma experi- Suíça. Nesse novo contato, ele revelou ao
ência a prestar seus depoimentos. Dessa pesquisador, o desejo de contar algo impor-
maneira, um piloto de identidade não con- tante, que havia ocorrido com no fim de 98.
firmada, relatou ao Grupo Mineiro de Pes- O segundo contato foi estabelecido quando
Equipe Grumpu quisas Ufológicas (Grumpu), muito tem- o piloto ligou para a residência deste autor,
po depois da realização da 1ª Expo-UFO na noite do mesmo dia. Poderia, a princípio,
96, em Belo Horizonte, que tinha vivido parecer alguma brincadeira, ou até mesmo
acontecimentos que o fizeram acreditar uma mentira, mas pelas descrições que fez
em Ufologia. Esse fato, inclusive, o mo- era a pessoa com quem havíamos conver-
tivou a visitar o evento citado. sado em 1996, durante a 1ª Expo-UFO 96.

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UFOs em Minas Gerais

iação Alguns incidentes de


gravidade, envolvendo
aviões civis e discos
observam na tela do equipamento de radar
dois pontos que pulsavam de forma atípica.
Imediatamente solicitou informações ao
Centro Integrado de Defesa Aérea e Contro-
le de Trafego Aéreo (Cindacta). Passados

nas
exatos um minuto e 20 segundos, um longo
período em aviação, recebeu a informação
de que se tratava de duas possíveis aerona-
voadores, têm sido algo ves e que apenas uma delas fora identificada.
Tratava-se de uma aeronave modelo Learjet

de atenção oficial
55, mas que a segunda permanecia não iden-
tificada. O Cindacta informou que as aero-
naves não traziam perigo para sua rota, uma
vez que estavam à cerca de 30 km de dis-
tância e a uma altitude muito inferior. O pi-
loto então solicitou novas informações: “As
aeronaves estão muito próximas, comunica-
Depois de uma longa conversa por telefo- controle de tráfego. Entretanto, ele não ram o fato aos outros pilotos?”, perguntou
ne, que durou mais de uma hora, o pouco sabia que quando pousam são submetidos o piloto. “Aguarde instruções”, respondeu
conhecido homem justificou a sua necessi- a uma verdadeira investigação, capaz de a torre. Após esta comunicação, não obteve
dade de falar sobre o assunto UFO. Segue causar-lhes sérias conseqüências. qualquer resposta.
abaixo, a pequena organização dos fatos, Esse piloto mineiro contou que foi afas- O piloto disse que conversou com seu
que de uma linguagem aparentemente uti- tado, temporariamente, de suas atividades co-piloto e ambos concluíram que essas ae-
lizada na aviação, pude auditivamente cap- na aviação, porque reportou um avistamen- ronaves estavam entrando na outra escala
tar e aos poucos transcrever. to de um UFO. Segundo seu relato, estava de dados, que faz uma espécie de leitura
no comando de uma aeronave, um avião sobre a posição de outros corpos e que pare-
Sistema de controle de informações Fokker MK-600, junto com seu co-piloto, ciam representar uma temível linha de coli-
quando estando a uma altitude muito eleva- são, entre o desconhecido ponto e o Learjet,
O piloto revelou que estava convicto da, próximos ao estado de São Paulo, por mas que desconheciam suas altitudes. Nes-
da existência de um sistema de controle de volta de 21h00, e preparados para o pouso, te instante, foi informado pela torre de con-
informações sobre avistamentos de trole que deveria se deslocar alguns
objetos aéreos não identificados em graus. “Favor convergir em direção
Minas e em todos os estados brasi- sul, em manobra que mantenha sua
leiros, adotado pelas companhias aé- altitude. Depois de feita e passados
reas civis. Esses sistemas de contro- quatro minutos, comunicar imedia-
le agiriam como os utilizados pelas tamente um pedido de retorno à sua
Forças Armadas, que de fato vigiam rota estabelecida”.
o céu de maneira sigilosa. O relato
de um piloto não é novidade, citar “Algo não identificado”
seu nome e a empresa possivelmente
acarretaria problemas. Quando ain- Após obedecer a ordem de ma-
da estava efetuando o seu registro, nobra, imposta pelo centro de con-
ele comentou: “Só não diga meu no- trole, o piloto então questionou o
me, nem a companhia de aviação”. motivo, perguntando se tinha algo a
Declarou também que estava inco- ver com as aeronaves. Responderam
modado com duas situações, que que estavam apenas certificando sua
vivenciara na empresa, no fim do posição, e em seguida perguntaram
ano, próximo ao Natal de 1998. Ele sobre algum possível contato visual:
jamais imaginou que o simples fato “O piloto ou seu auxiliar possuem
de observar um fenômeno aéreo não alguma informação de aproxima-
identificado, estando em vôo, acar- ção da aeronave Learjet em suas te-
retaria uma série de fatores. O as- las?”, perguntou a torre de controle.
sunto é pouco conversado dentro das “Claro, estou preocupado que, embo-
Jorge Tadeu Pires

empresas, não por temer-se alguma ra tenha se distanciado da primeira


represália, mas porque as conversas aeronave, mantêm uma velocidade
interessam a apenas um ou dois. estimativamente alta, e mais, não é
Ele sempre teve conhecimento de um Pilotos civis de companhias aéreas já passaram o Learjet, eu o identifiquei agora. É algum
procedimento que diz respeito a assuntos por situações em que tiveram que relatar reser- modelo militar? Algum caça?”, inquiriu o
ligados aos UFOs e que o piloto tem a op- vadamente suas experiências com UFOs a milita- piloto. “Não, aquilo continua não identi-
ção de reportar o avistamento à torre de res, que acompanham tais casos de perto ficado. Você fez contato visual?”, insiste a

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 27


UFOs em Minas Gerais
torre. “Ainda não, mas não conheço nada

Estranho fenômeno
que voe assim. É um UFO?”, questionou
novamente o piloto em meio a risos.
Encerrando a conversação, a torre ainda
perguntou aos aviadores se eles queriam re-
portar o objeto voador não identificado, ao
que responderam afirmativamente. Passados
cinco dias, na véspera do Natal, foi chamado
devasta vegetação
a responder questionários e também foi infor-
mado de que a companhia mudara completa- Paulo B. Werner, editor convidado. foi desaparecendo vagarosamente no céu e que
mente sua escala de vôo, reduzindo suas horas Colaborou Roalem Antônio da Silva tudo não durou mais do que 15 minutos. “As nu-
semanais. Esse foi um fato estranho, já que era vens se agitavam no céu. Elas se encontravam na-
época de muitas viagens. A empresa o mante- quele negócio e saiam em forma de fogo e fumaça.

E
ve o tempo todo voando no estado de São Pau- m busca de respostas e evidências sobre o Eu nunca tinha visto nada igual àquilo”, declarou,
lo. O piloto comentou ainda, que foi obrigado Fenômeno UFO, o Centro de Investigações completando que chegou a pensar que o mun-
a fazer um curso não programado, que durou e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Iden- do estivesse acabando. “Só vendo mesmo aquilo
20 dias, e que outros pilotos da companhia não tificados (Cipfani) nunca mediu esforços. Durante para se ter uma idéia. O objeto passou pertinho da
o fizeram. Em meio ao curso, foram apresen- muitos anos, sua equipe de investigadores viajou minha casa e pude ficar observando o negócio. Foi
tadas uma série de normas, todas já vistas em por quase todas as regiões de Minas Gerais, sem- uma visão estranha”.
tantos outros cursos de formação. Porém, con- pre documentando a manifestação ufológica de Já Lázaro Francisco da Silva, morador daque-
duta sobre como reportar um UFO ou risco forma séria, imparcial e objetiva. A investigação de la região há mais de 50 anos, conta que não viu
de colisão teve ampla discussão. Foram tra- um caso ocorrido em 22 de dezembro de 1994 se o UFO, mas ouviu o enorme barulho. “O lugar
tados casos de abduções e algumas loucuras encaixa perfeitamente nesta definição. O Cipfani onde moro fica numa baixada e eu não pude ver o
encontradas na Ufologia, embora abordassem viajou mais de 600 km e enfrentou muita estrada que estava passando por ali, naquela hora, mas o
outros assuntos também, como segurança de de chão para coletar os dados e obter fotografias barulho muita gente escutou. Parecia que um avião
vôo, disciplina interna etc. da passagem de uma estranha aeronave que, se- a jato estava passando por aqui, principalmente pe-
Ele não soube precisar se era apenas coin- gundo testemunhas, “soltava fogo e fumaça”. lo estrago causado na vegetação”, contou. Alvina
cidência, mas considerou estranho o fato de De acordo com moradores da Fazenda Barra Maria da Silva, 70 anos, irmã de Lázaro, informou
apenas cinco pilotos terem participado do do Cateto, localizada na região do Cocal, no Triân- que chegou a acender velas para Virgem Maria
referido curso e recebido instruções sobre o gulo Mineiro, o objeto voador não identificado sur- achando que se aproximava a hora do juízo fi-
assunto, entre eles um piloto de Manaus. Pas- giu na data descrita, uma quinta-feira antes do Na- nal. “Eu nunca tinha visto nada igual em toda a mi-
sada a experiência, ele começou a discutir o tal, assustando a todos. Por serem pessoas simples nha vida. Era um barulho ensurdecedor. As nuvens
acontecimento com amigos dentro da compa- os sitiantes não comentaram o episódio. Só alguns entravam pela coisa e saíam em forma de fumaça.
nhia e aeroportos, mas foi aconselhado a não dias depois, quando o proprietário, Carlos Alber- Eu chamei minha filha e netos para dentro da casa,
tratar mais desse episódio. Um piloto de longa to, visitou a fazenda e observou o estrago causado nos reunimos fazendo orações e esperamos a morte
carreira disse: “Amigo, é melhor desacredi- pela presença do UFO é que o assunto foi divul- chegar”, revelou.
tar o assunto do que ficar desempregado”. E gado. Começou, então, a coleta de depoimentos. Mas que fenômeno teria sido aquele? Nu-
assim encerrou este relato, feito em 1998. As Waldemar, 70 anos, contou que o objeto teria pas- ma área de aproximadamente 6.000 m² havia
experiências desse piloto são raras, porém em sado bem próximo de onde mora, uma casa sim- árvores caídas, arrancadas com raiz e tudo,
2001 ele ligou novamente ao Grumpu infor- ples. Ele informou que ouviu um barulho diferente enquanto outras estavam retorcidas e quebra-
mando sobre a edição 78 de UFO, dizendo e saiu de casa para ver o que estava acontecendo, das. Tudo parece ter acontecido muito rápido
“vou ler para você o que está na página 20”. O quando deparou com uma enorme bola no céu e com bastante barulho. Pelo que apuraram os
aviador fez referência a casos de sigilo ufoló- que sugava as nuvens e as devolvia para baixo, co- investigadores do Cipfani, o objeto voador não
gico, revelados em Minas Gerais, destacando mo se fosse uma espécie de escapamento. identificado tinha a forma aproximadamente
o trecho do artigo, que leu em voz alta: “UFOs Sobre a visão, Waldemar disse que estava definida, como a de uma imensa bola. A região
e aeronaves em Minas Gerais são constante “meio confuso”, não sabendo ao certo o que es- ao redor não é montanhosa e existe a possibi-
e sistematicamente censurados. Equipes que tava acontecendo naquela hora. Ele confessou lidade de que tudo não tivesse passado de um
operam em torres de controle dos aeroportos que teve muito medo, mas não saiu dali, prefe- estranho vendaval. Mas como não é possível
locais são impedidas de revelar o que sabem, rindo ficar do lado de fora da casa para ver o que obter mais detalhes, resta-nos os testemunhos
sob pena de demissão”. aconteceria. O homem disse ainda, que o objeto daqueles simples moradores da zona rural.
Apesar de percorrermos uma
grande área em busca de outros
relatos, que dessem mais subsí-
dios à investigação, os mesmos
somente foram obtidos na área
em que tudo foi devastado pelo
estranho fenômeno.

As árvores retorcidas ou ar-


rancadas do solo com suas raí-
Fotos Cortesia Cipfani

zes, por uma estranha aerona-


ve que, segundo testemunhas,
“soltava fogo e fumaça”

28 :: www.ufo.com.br :: Março 2005 – Edição Especial 32


UFOs em Minas Gerais

O fantástico
Caso Bebedouro
À
s 07h25 de 10 de maio de 1969, pediu sua identidade. “Chefe não tenho agente acabou por aceitá-la, apesar de sua
chegou à Estrada de Ferro identidade, porque me tomaram. Mas sou estranheza. Chamou então a reportagem
Central do Brasil, em Belo Ho- soldado”, respondeu o rapaz. O agente da Rádio Guarani e, após rápida entre-
rizonte, o trem NF-32, prove- continuou insistindo e recolheu o rapaz vista, o soldado foi encaminhado ao seu
niente da Estação Pedro No- a uma das salas da estação, onde passou quartel. Impressionado com o profundo
lasco, em Vitória (ES). Geraldo Lopes da a examinar o conteúdo de sua mochila. abatimento físico do rapaz, o major Fer-
Silva, agente de segurança da ferrovia, Nela encontrou material de pesca, de ali- reira isolou-o em sua própria residência,
observou entre os passageiros que des- mentação e peças de vestuário. por 24 horas, proporcionando-lhe alimen-
ciam dos vagões a presença de um rapaz Pressionado pelo agente, José Antônio tos, remédios e repouso. Na manhã do dia
mal vestido, com touca de meia na cabe- da Silva disse que tinha uma história pa- 11, domingo, o soldado subiu o morro de
ça, trazendo algo embrulhando numa lo- ra contar e identificou-se como ordenança sua casa, com muita dificuldade, para
na. Foi justamente o embrulho que cha- do major Célio Ferreira, subcomandante juntar-se a seus familiares. Estes o perce-
mou a atenção sobre o rapaz, porque ha- do Batalhão de Guarda da Polícia Mili- beram magro, queimado de Sol, barbado
via freqüentes roubos de fios de cobre da tar de Minas Gerais. Após ouvir a história e manco de uma perna. Sua ausência de
estrada de ferro. Interpelando-o, o agente várias vezes em busca de contradições, o quase uma semana os deixara aflitos, pois

Participação especial de
Húlvio Brant Aleixo
Colaborou Alberto F. Carmo
Márcio V. Teixeira

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 29


UFOs em Minas Gerais
José Antônio nunca passara tanto tempo tanoso, por onde caminhavam com muita
fora de casa, sem aviso. O próprio major Fer- facilidade. Com seus joelhos arrastando-se
reira chegara a mobilizar subordinados para pelo chão, José Antônio desistiu de reagir ao
irem à sua procura no dia anterior à sua che- pensar no que lhe aconteceria se um novo
gada. Na noite do dia 11, o Centro de Inves- jato de luz fosse disparado contra sua cabe-
tigação Civil dos Objetos Aéreos Não Iden- ça. Já a 10 m da lagoa, percebeu por entre
tificados (Cicoani) obteve a primeira entre- o capim alto, um terceiro indivíduo que não
vista com José Antônio e, a partir desta data, se moveu à sua passagem, ficando para trás.
inúmeras outras se sucederam sem que hou- Todos os três carregavam uma espécie de
vesse variações significativas nos seus rela- arma, mas José Antônio supõe que o tercei-
tos ou em seu comportamento. Uma semana ro fora responsável pelo disparo e também
após o seu retorno, foi feita uma reconstitui- pela emissão do som grave, que parecia uma
ção de cena no próprio local da ocorrência, espécie de gemido.
Bebedouro. O rapaz conta que na tarde de
03 de maio de 1969, sábado, saiu de cada Descrição dos ETs raptores
para uma pescaria. Apanhou um ônibus na
Rodoviária de Belo Horizonte, com destino A esta altura, o rapaz vestia apenas um
a Pedro Leopoldo, e desceu do veículo an- calção curto de camurça amarela, trazendo
tes de chegar a essa cidade, seguindo a pé um grande rosário enrolado na cintura e na
pela Estrada Jaguará até o local denomina- cabeça, um gorro de meia de mulher, cober-
do Bebedouro, antiga fazenda dos Ingleses, to por outro, de malha preta. Observou que
no município de Matozinhos. Por volta das os homenzinhos tinham cerca de 1,20 m de
24h00 chegou à beira de uma pequena lagoa, altura e estavam totalmente cobertos – o cor-
retirou seus apetrechos da lona que levava a po, por uma roupa clara, brilhante, dispon- ses a duas peças lenticulares ou achatadas,
guisa de mochila e montou sua barraca, indo do de gomos nas articulações dos cotovelos ambas de diâmetro maior do que o cilindro,
pescar um pouco antes de dormir. e dos joelhos, e a cabeça por uma máscara e a de cima com a base sobre um pires e
Ao amanhecer de domingo, dia 04, José de cor cinza fosca, como “alumínio apa- com a boca encimada por outro pires maior
Antônio acordou, enrolou a lona e continuou gado”. Esta era redonda na parte de trás e e emborcado. Das bordas da plataforma su-
a pescaria, sem êxito. Fez na frente era esquinada, perior saiam, a intervalos regulares, hastes
uma pausa às 12h00 pa- aplainando-se a partir que iam se encaixar obliquamente na base
ra alimentar-se com sar- da testa, exceto na altu- do cilindro – e não nas bordas da plataforma
dinha enlatada e retornou ra do nariz, onde havia a inferior. No cilindro havia uma abertura,
à pesca. Perto das 15h00, saliência correspondente. semelhante a portas, de aproximadamente
olhando para o lado, per- Na altura dos olhos ha- 1,30 por 0,6 m. Pela parte de fora, o apa-
cebeu vagamente vultos via dois orifícios circula- relho teria uns dois metros de altura total,
e ruídos. Ouviu então res de uns dois cm de di- uns três metros de diâmetro na plataforma
um grito “parecendo um âmetro. Aparentemente superior, e uns 2,5 m na plataforma infe-
gemido vindo do fundo rígida, a máscara descia rior, apoiada no solo. O cilindro era de cor
do peito” e, em seguida, larga sobre os ombros e cinza e as duas plataformas pretas.
percebeu-se atingido nas não tinha conexão com Introduzido através da porta, José An-
pernas por uma rajada de o vestuário. De sua parte tônio deparou com um cômodo de forma
fogo vinda da direção de inferior saía um tubo se- quadrangular, com cerca de dois metros de
um vulto parcialmente melhante a plástico, que lado e de altura. As paredes, o teto e o asso-
coberto pelo mato. Sen- passando sobre o peito e alho eram de cor cinza escura fazendo lem-
tindo câimbra e adorme- sob as axilas, terminava brar superfícies de pedra, assim como os
cimento nas pernas, ajoe- num pequeno bujão fixa- banquinhos, que não tinham pernas. Junto
lhou-se automaticamente do à sua pequena estatu- à parede, estava o banco cúbico mais com-
na beira da lagoa soltan- ra. Suas pernas pareciam prido aonde ele e seus dois acompanhan-
do no solo a vara de pes- grossas. “Eu acho que tes iriam se sentar. No meio do cômodo, o
car. “A rajada parecia de daria conta de dois deles, banco menor, que logo seria ocupado pelo
fogo, mas não era, por- se quisesse” – comenta tripulante ainda ausente. Apesar da ilumi-
que não queimou minha José Antônio. Nesta altu- nação ambiente ser intensa e do tipo vapor
perna”, diz José Antô- ra sentia mais curiosida- de mercúrio, o soldado não conseguiu des-
nio. Era um feixe de luz de do que medo. cobrir os focos de luz nem aberturas ou sa-
esverdeada no centro e Tão logo passou liências nas superfícies lisas.
Cortesia Cicoani

avermelhada nas bordas, pelo terceiro indivíduo, Uma vez sentado no meio do banco du-
abrindo-se um pouco a avistou um aparelho, pa- ro, seus acompanhantes adaptaram na sua
partir do ponto de ori- ra o qual era levado, atra- cabeça um capacete igual ao que levavam,
gem. Logo se viu lade- A única foto conhecida do soldado-Jo- vés do arvoredo. Ele se introduzindo-o através de uma abertura tra-
ado por dois indivíduos sé Antônio da Silva, protagonista de apoiava um tanto incli- seira. Também desse capacete saía um tubo
pequenos e mascarados, uma das mais intrigantes histórias nado numa pequena es- que se dirigia às costas, mas José Antônio
que passaram a levantá- de abdução da casuística mineira. Ao trada de terra. Era com- não percebeu a adaptação, em si, do bujão
lo pelas axilas, arrastan- narrar sua experiência, repetidamen- posto por um cilindro semelhante aos que iam às costas dos tripu-
do-o pelo matagal pan- te, nunca entrou em contradição vertical, ligado pelas ba- lantes. Admite a possibilidade de que essa

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UFOs em Minas Gerais
É justamente nos lugares mais ermos da zona tinha cabelos longos, ondulados e averme-
rural, quando não há ninguém olhando, onde lhados, ultrapassando os ombros por trás da
ocorrem os mais dramáticos casos de encontros cintura. Sua barba era espessa e comprida,
diretos entre humanos e ETs, muitas vezes do- chegando a altura do abdômen. As sobran-
lorosos para os primeiros celhas eram separadas, da espessura de dois
dedos, cobrindo quase toda a testa. Pele cla-
cavam-lhe os ombros e a nuca. Após muito ra, bem pálida. Olhos arredondados, de ta-
tempo de viagem, que lhe pareceu intermi- manho superior ao comum, de cor verde,
nável, percebeu que a claridade no interior semelhante à da folha que começa a mur-
do cômodo se tornava cada vez mais forte e char. Cavidades orbitais fundas, esclerótica
pulsava, obrigando-o a fechar os olhos, den- mais escura do que a pele e pupilas escuras.
tro do capacete. Após mais ou menos uma Os olhos quase não piscavam. Nem deu pa-
hora, percebeu que a claridade diminuía, po- ra reparar os cílios.
dendo reabrir os olhos.
A viagem continuou sem novidades, até Seres urânidas e cadáveres humanos
o momento que o aparelho pareceu girar 90°
sobre o eixo lateral. Para ilustrar essa ma- “Rezei na hora que vi aquele ser. Imagi-
nobra, José Antônio pegou um copo – re- nei que não voltaria mais”, disse José Antô-
presentando o cilindro central – e colocou-o nio aos investigadores do Cicoani. Seu nariz
deitado. As cadeiras se adaptaram à nova si- era afilado e comprido, “maior do que os
Márcio V. Teixeira

tuação do aparelho, “parecendo terem vira- nossos”, complementou. Suas orelhas, tam-
do também”, declarou. Muito tempo depois, bém maiores, eram iguais às nossas na parte
o aparelho normalizou sua posição, assim de baixo, mas eram despontadas na parte su-
peça estivesse colocada atrás do seu banco, como as cadeiras. Decorrido outro prazo, o perior. A boca era larga, com largura seme-
mas não a percebeu. Sentando-se cada um aparelho apoiou-se em algum lugar. “Senti lhança às nossas, “mas parecia boca de pei-
de um lado, os dois acompanhantes amarra- o arranco”, diz José Antônio. Os homenzi- xe”. “Eu não vi dentes nelas. Se eles abrem
ram-lhe os pés e em seguida sua cintura com nhos se desamarraram e, em seguida, tam- a boca, eu não vi”, argumentou. O ser, cer-
um material “ressecado” e áspero. Passaram bém a ele. Vedaram-lhe os orifícios da más- cado pelos companheiros de viagem de
então a amarrar-se a si próprios, momento cara, de modo que agora ele podia apenas es- José Antônio, parecia muito alegre e fazia
em que entrou no cômodo o terceiro tripu- cutar. Os indivíduos, até então muito falantes gestos com as mãos ao falar. O medo do
lante, para sentar-se à sua frente, no banco e parecendo alegres, calaram-se e o pegaram soldado foi atenuando, porque “o homem
isolado, e amarrar-se também. Nesta altura pelas axilas carregando-o de pernas encolhi- parecia bom”. Surgindo de sua retaguarda,
José Antônio só podia enxergar através dos das, os joelhos arrastando-se pelo chão. As o abduzido percebeu que outros indivíduos
orifícios da pesada máscara, cujas pontas pernas continuavam dormentes, mas José de aspecto físico semelhante vieram rodear
começavam a incomodar-lhe os ombros e Antônio julga que já conseguiria ficar de pé, aquele que parecia ser o chefe, chegando
a base posterior do pescoço. se pudesse tentar. Os homens tinham muita a 10 ou 12 o número de homenzinhos pre-
força, para seu reduzido tamanho. sentes em certo momento.
Viagem interplanetária Na medida que avançava na escuridão, Ao surgirem ou desaparecerem de seu
sempre carregado, José Antônio ouvia ruí- limitado campo de visão, faziam-no na di-
Sentado de frente para os três, o tri- dos de passos e de muita conversa. Tinha reção de suas costas, onde José Antônio su-
pulante isolado acionou uma pequena ala- vontade de enxergar e, nesta altura, chegou põe haver uma parede com porta. Não viu
vanca situada no piso à sua esquerda. Ime- a sentir-se alegre. Em todas as vozes que essa parede, porque sua posição e a másca-
diatamente José Antônio ouviu um zumbi- ouvia, distinguia o mesmo idioma estranho ra não deixavam. Percebeu apenas três pa-
do oriundo da parte superior do aparelho, de seus acompanhantes, que agora estavam redes do salão e o piso, mas não reparou
acompanhado por uma sensação de deco- calados. Algumas vozes eram mais graves, o teto, em virtude de sua posição inclinada,
lagem. Em seguida, ao ser acionada para outras menos. Nenhuma, entretanto, lhe pa- com as pernas estendidas; o banco era mui-
cima uma alavanca maior à direita do piloto, receu de origem feminina. Percebeu que o to baixo. O rapaz ficou surpreso e amedron-
ouviu um zumbido na parte inferior, tendo a sentaram num banco sem encosto. Em se- tado quando percebeu ao seu lado e junto à
impressão de que o aparelho acelerou verti- guida, tiraram a venda dos orifícios de sua parede lateral esquerda, uma espécie de es-
calmente. Logo após a decolagem os estra- máscara, através dos quais se viu num salão trado baixo, aparentemente de pedra, onde
nhos começaram a falar animadamente en- muito grande, quadrangular, com cerca de haviam quatro homens enfileirados. Esta-
tre si, olhando freqüentemente para o rapaz, 10 a 15 m de lado. Imediatamente chamou- vam desnudos e sem máscaras, de olhos fe-
que nada entendia. Língua ininteligível, ne- lhe a atenção uma figura que estava de pé, à chados e com rigidez cadavérica. Um deles
la predominava a letra R no final de muitas sua frente, a uns cinco metros de distância e era negro, outro moreno claro, ambos bem
palavras, que eram pronunciadas de forma focalizando-o com o olhar. robustos. Os outros dois eram mais claros e
rompante com voz grave e gutural. Era um indivíduo pouco maior que os franzinos, sendo um deles bem loiro, “co-
À medida que o aparelho lhe parecia demais – com cerca de 1,25 m – e também mo estrangeiro”, disse.
mais alto, a respiração do soldado se fazia mais robusto, sem máscara e sem uniforme Os mortos eram semelhantes a huma-
mais difícil. A certa altura, além do abati- de vôo, que olhava para José Antônio, com nos e não apresentavam qualquer ferimento
mento moral, sentiu o organismo cansado e aparente satisfação. Neste momento, os visível. “Só se havia nas costas, que eu não
paralisado. Sua posição foi se tornando cada seus três acompanhantes estavam retirando pude ver”. Os seres não davam qualquer
vez mais incômoda devido à dureza e tama- as respectivas máscaras conversando mui- atenção aos cadáveres, que em José Antô-
nho do banco, ao adormecimento das pernas to animadamente com aquele que, ao rapaz, nio despertava pensamentos tétricos e pes-
e ao peso do capacete, cujas quinas machu- pareceu ser o chefe. Como os demais, este simistas quanto ao eventual retorno. Ainda

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 31


UFOs em Minas Gerais
assim, ele não julga que os homenzinhos pele, comprimento da barba e cor dos olhos. O rapaz julga que os homenzinhos identi-
tenham matado aqueles homens. “Talvez O abduzido ficou surpreso ao perceber que ficaram, através de sua carteira, sua condição
eles não tenham resistido ou tirado a más- um dos indivíduos tentava desamarrar cui- de militar, porque logo um deles, apontando
cara”, pensou o rapaz. A situação permitiu dadosamente o embrulho de lona onde tra- sua arma para a parede, disparou um jato de
que ele examinasse o salão à sua volta. Suas zia seus apetrechos de pesca. Ao ser cap- luz que resultou na descoloração da área atin-
paredes e o piso pareciam de pedra, devido turado, na beira da lagoa, essa lona estava gida. As armas portadas pelos seres eram pa-
ao tom cinza uniforme. A iluminação tam- aberta numa pequena clareira e os objetos dronizadas, apesar de suas variadas dimensões.
bém era uniforme e intensa, do tipo vapor espalhados em torno. Ele não sabe quem a Bem menores do que um fuzil, apresentavam
de mercúrio, mas não tinha focos aparentes. teria enrolado com os objetos dentro e leva- canos bem mais largos e curtos e, formando
Não havia janelas ou aberturas visíveis. Na do àquele salão. Supôs, depois, que aquilo uma peça única, continuavam se alargando
parede da esquerda – junto à qual estava o tivesse sido obra do terceiro tripulante, que para formar as coronhas. Na parte intermedi-
estrado com os cadáveres – havia desenhos ficara para trás, no matagal, enquanto ele ária superior de cada arma havia uma espécie
coloridos, de muitas coisas familiares ou co- era carregado para o aparelho. de gatilho que, acionado para trás, provocava
nhecidas por José Antônio: bichos como on- De qualquer forma, ali estavam os seres a ejeção de um feixe luminoso do tipo que o
ça, macaco, elefante, girafa. Também havia retirando e examinando com muita anima- atingiu antes de ser capturado.
desenhos de casas e uma cidade pequena, ár- ção um a um dos pertences contidos pela Um dos indivíduos passou ao líder, um
vores, florestas e o mar, caminhões, um avião lona. De mão em mão, passavam as suas pequeno objeto cilíndrico e negro que, a se-
bimotor a hélice e um automóvel. Tais figu- coleções de anzol, machadinha, escavadeira, guir, seria por ele utilizado como lápis na
ras, isoladas umas lousa clara e lisa
das outras, cobriam a seu lado. Volta-
apenas uma parede. do diretamente pa-
As da frente e da ra José Antônio, o
direita nada conti- líder fazia gestos e
nham visível. sempre os acompa-
Apoiado no piso, nhava com sua lin-
um pouco à direita, guagem incompre-
estava um aparelho ensível. Apontava
estranho que fez Jo- para o soldado, de-
sé Antônio se lem- pois para cima, pa-
brar de um carro ra baixo, para seus
de corrida. Tinha companheiros. Pa-
uma estrutura mais ra cada conjunto de
ou menos cilíndrica, gestos e palavras,
com dois metros parecia aguardar
de comprimento e uma resposta do ra-
uns 80 cm de altu- paz. À medida que

Márcio V. Teixeira
ra, toda fechada e as tentativas se su-
repousada sobre o cediam, ele passou
piso. De um lado e a entender alguma
de outro, nas posições correspondentes às São inúmeros os casos de UFOs escondidos atrás coisa, como as expressões que significavam
das rodas de um carro, havia quatro saliên- de morros e montanhas, e muitas vezes até en- “sinal para baixo”, “sua terra”, “sinal pa-
cias arredondadas que tocavam o chão e fi- fiados em grutas e cavernas. Por isso, causam e ra cima”, “igual a este salão”, “nossa ter-
zeram-no lembrar turbinas. Apesar de ter se estimulam superstições entre os moradores ra”, e assim por diante. O entendimento
esforçado não conseguiu ter nenhuma idéia foi aumentando, a partir das ilustrações em
sobre a utilidade e o funcionamento daquele facões, caixas de fósforo, lata de sardinha e forma de desenhos toscos feitas pelo líder
aparelho. Cerca de cinco metros à sua frente outros alimentos, assim como as peças de na lousa branca e com o acompanhamento
havia um pequeno banco de forma cúbica e roupa. Enquanto isso, José Antônio apesar às palavras e gestos.
sem pernas, onde o líder do grupo se senta- de estar respirando melhor, sentia frio, pois No primeiro desenho, José Antônio
va de vez em quando. Do lado direito desse continuava apenas de calção. Percebeu que, julgou perceber um quartel. Era um cír-
banco e quase no nível do piso, havia um ou- logo após detido exame das peças, era sepa- culo com figuras armadas em torno, com
tro estrado, com três metros, sendo utilizado rado um exemplar de cada objeto do qual sentinelas. O líder apontou para as armas
como lousa para desenhos. houvesse duplicata. Assim, os homenzinhos do desenho, depois para o soldado, em
se apossaram de um exemplar de cada anzol, seguida para baixo e finalmente para ci-
Exame dos pertences e comunicação de um dos três facões, de uma caixa de fós- ma, tendo o abduzido entendido que ele
foro, uma das duas mudas de roupas e uma desejava possuir armas das nossas cor-
No meio da confusão provocada pelo nota de 100 cruzeiros, entre os 35 mil e 100 porações militares, por seu intermédio.
entrar e sair dos homenzinhos, da gesticu- cruzeiros que encontraram num dos bolsos. O soldado gesticulou negativamente e,
lação acompanhada de linguagem estranha As peças sem duplicatas – como a lata de pelo modo com que o líder insistia em
e da animação aparente nas fisionomias sardinha, por exemplo – foram devolvidas temas desse tipo, começou a perder toda
dos estranhos, José Antônio chegou a supor ao envoltório de lona e este foi de novo enro- a esperança de retornar a salvo. Curiosa-
que eles estavam muito satisfeitos com sua lado e amarrado cuidadosamente. A exceção mente, mesmo perante a insistência dos
presença. Os indivíduos se assemelhavam ocorreu com sua carteira de identidade en- ufólogos, José Antônio tem se negado a
muito uns aos outros, apesar de variações contrada também num dos bolsos e exibida revelar outros trechos da conversa que
envolvendo tamanhos, fisionomias, tons de para todos, que não foi devolvida. envolveu este tema.

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UFOs em Minas Gerais

Casuística da Serra do Cipó:


o caso da “betoneira voadora”
Paulo B. Werner, editor convidado. UFO Especial — Por favor, lá da minha nora apareceu.
Colaborou Maria Irene M. Neves descreva o que o senhor viu? Ele tem um “butijão” escu-
José Luzia — Aquilo eu ro. Aquele “trem” escuro. E
vi várias vezes. A primeira vez a luz dele é de “banda”.

A
investigação cuidadosa de UFOs em ia para casa, quando eu vi a luz.
certas regiões, permite-nos ir arman- Diabo, desde que eu era garoto UFO Especial — Quan-
do, peça após peça, um quebra-cabe- nunca tinha visto nada. Mas olhei do o senhor viu aquilo pela
ças que acaba permitindo-nos saber até alguns para lá e para cá e o trem “en- primeira vez?
detalhes do seu funcionamento. A investigado- vinha” baixando. Todo mundo José Luzia — Todas as

Arquivo Maria Irene Melo


ra Maria Irene de Melo Neves, artista plástica aqui viu. E disseram que “luzer- três vezes eu vi este ano de
competente e ufóloga bem experimentada, na” está vindo? Meu filho estava 1978, no mesmo mês.
começou suas atividades no Centro de Investi- na minha cunhada, e quando me
gação Civil dos Objetos Aéreos Não Identificados viu chegar cansado perguntou o UFO Especial — Que
(Cicoani), em 1969. Pesquisou com bastante que era. Minha nora disse que eu estava tonto, mas horas eram quando encontrou o primeiro?
cuidado uma série de avistamentos na região disse que não e só mostrei a eles assim [Apontou o José Luzia — O primeiro foi às 18h00.
da Serra do Cipó, ao norte de Belo Horizonte. dedo]. E disseram: minha nossa senhora! É o disco, Os outros aconteceram, mais ou menos às
São acontecimentos absolutamente inéditos, o disco! E ele só fez assim [Chiando], tombou para 19h00. O tempo estava turvo.
mas o que os torna interessantes é que um o lado e foi embora. Depois, mais tarde, eu e meu
conjunto deles corrobora, com bastante pre- filho subimos, quando ele perguntou: “Pai, olhe lá UFO Especial — No primeiro dia, du-
cisão, um tipo particular de UFO – em forma o disco”. Nós corremos e escondemos em uma rante quanto tempo o senhor ficou observado
de barril ou misturador de cimento, ou seja, gruta. Duas vezes eu corri. aquele aparelho suspenso no céu?
uma betoneira não muito grande, com dois José Luzia — Uns 15 minutos. A pri-
faróis nas extremidades. UFO Especial — Na primeira vez que o senhor meira vez as minhas duas filhas também viram
Outros detalhes são: voa apagado, como viu, que cor aquela luz tinha? o “butijão”. A segunda vez eu estava no mato
se emitindo luminescência em toda a sua su- José Luzia — Era mais forte que um carro. com o meu filho Gerson dos Santos.
perfície. O UFO ejeta fachos de luz paralelos Da mesma cor. Eu corri e caiu cigarro, fósforo, tudo
ou divergentes e finalmente é dotado de uma no chão. Tinha uns pés de manga, “araticum”, e me UFO Especial — Como era a luz que saia
abertura central, onde é emitido um sistema de escondi lá. Ele foi, e não me viu mais e foi embora. do disco? E a que distância ficou do senhor?
ganchos, provavelmente para captura de obje- José Luzia — Era forte e iluminava tudo.
tos, animais e até gente. O uso desse processo UFO Especial — O senhor chegou a escutar Acredito que tinha uns 30 m de altura
de captura – os ganchos – já apareceu algumas algum barulho junto daquela luz?
vezes nos relatos da região. Como o caso de José Luzia — Não. Ele veio direto até onde UFO Especial — Sempre que o senhor
Hermelindo Coelho Silva, um morador da re- eu estava. Só fez o barulho na hora que o pessoal viu os discos, eles possuíam esta mesma cor
gião de Palmital – embora nesse fato o tipo de e forma de butijão, como nesse caso?
UFO fosse diferente – e o caso de José José Luzia — Sim. É a mesma
Luzia. Este último caso é o que se coisa que entrar debaixo de um
apresenta a seguir. forno. As luzes, que eram
Ter acesso aos depoi- duas, “é a mesma” coisa
mentos de gente simples de um carro.
do meio rural, que se não
sofre os assaltos que so- UFO Especial — O
bressaltam os habitantes senhor nos confirmou an-
das grandes metrópoles, aca- tes que ele veio se aproxi-
ba levando ao conhecimento de mando bem baixo. Dá pra dizer
impressionantes casos de contatos qual era o seu tamanho?
Paulo B. Werner
com algo bem mais potente, sofisticado e José Luzia — Quando ele chegou
perigoso do que imaginamos. A linguagem ori- perto de mim, devia ter muitos metros de
ginal das testemunhas foi conservada no relato largura e comprimento. Minha patroa tam-
adiante, o que prova que nem os UFOs, nem bém viu. A minha nora também. Eu fiquei
os personagens de Guimarães Rosa são ape- O incrível objeto não identificado em forma de tremendo de medo. Da última vez ele já
nas ficção. O fato se deu na Serra do Cipó, em betoneira ou butijão, visto pelo ruralista José Lu- estava bem alto. Não me lembro dos dias,
03 de novembro de 1978, por volta das 18h20, zia [Foto acima], também conhecido como “José não. Aquele objeto era igual a uma betonei-
com José Luzia, um ruralista de 64 anos conhe- do Geve”. Em seu depoimento ele explica deta- ra, parecido com um butijão de gás, desses
cido como “José do Geve”. lhes que observou no artefato que a gente vê por aí.

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 33


UFOs em Minas Gerais
Carregando com as duas mãos um cubo, vamente, para o conjunto de três, para Jo- Finalmente, desceriam à Terra e eu fica-
aparentemente pesado e de pedra, um dos sé Antônio e para baixo. Depois apontou ria sendo um guia para eles”.
homenzinhos aproximou-se do soldado. O de novo para o soldado, para cima e para Como resposta a esta proposta, o soldado
cubo era escavado na parte superior e conti- o conjunto de sete grandes aglomerados, fez sinal negativo com a cabeça, para indicar
nha um líquido de cor verde-escura. O líder fazendo ainda outros gestos e levando Jo- sua recusa. Nesta altura, já estava manipulan-
fez sinal para que ele o tomasse, enquanto sé Antônio a entender a seqüência da se- do o rosário que trouxera enrolado à cintura, e
um dos subordinados afrouxava sua másca- guinte maneira, conforme descreveu aos fazia suas orações em voz alta. Demonstrando
ra por detrás, chegando a suspendê-la com investigadores: “Ele estava propondo me irritação pela primeira vez, o líder agarrou o
certa violência. José Antônio resistiu e fez levar à Terra, onde ficaria por três anos, crucifixo e arrancou-o de suas mãos. Uma das
sinal negativo. Vendo que um dos próprios colhendo informações para eles. Em se- contas rolou pelo piso e foi apanhada por um
homenzinhos tomava o líquido, resolveu guida, mandaria me buscar para junto de- dos homenzinhos, que a exibiu aos demais.
tomar também, porque se sentia fraco e sem les, onde ficaria estudando por sete anos. Da mesma forma foi exibido o crucifixo, que
alimentos. O líquido tinha um sabor amargo
e estava contido numa cavidade piramidal

Objeto assusta moradores


do cubo. A partir desse instante começou
a sentir-se melhor e mais animado. Além
disso, julga que passou a entender melhor

com sobrevôo a baixa altura


o que o líquido queria dizer.

Alimento extraterrestre

Dentre todos os aspectos abordados,


nas tentativas de comunicação, o rapaz Equipe Cipfani
não tem dúvidas sobre o fato de que aque-
les indivíduos estavam insistindo para que

O
ele os auxiliasse em seus propósitos para caso a seguir se deu na Fazenda do Ca- UFO Especial — A luz emitida pelo objeto
com nossa sociedade. Manipulando aque- pão, localizada na Serra do Cipó, próxi- que o senhor viu era forte ou fraca?
la espécie de lápis grosso, sobre a lousa ho- mo da Vila Amanda, um local de intensa Enoque Batista — Ela piscava forte e voa-
rizontal, o líder traçou pacientemente dois atividade ufológica. Trata-se de um avistamen- va bem mais baixo do que um avião. Ele poderia
grandes círculos, lado a lado. Em segui- to de objeto voador não identificado, a baixa estar a 20 m de altura do chão.
da enegreceu um deles, deixando branco altitude, visto no dia 01 de janeiro de 1978, às
o outro. Apontando sucessivamente para 15h00, por Enoque Batista dos Santos, lavra- UFO Especial — O senhor sentiu algo dife-
os dois círculos, depois para José Antônio dor empregado há um ano na propriedade. rente no corpo quando o fato ocorreu?
e para baixo, o soldado acabou compre- Entre as testemunhas da observação estavam Enoque Batista — Não, só senti medo quan-
endendo que o círculo branco era corres- também os moradores Maria Irene, Fabiano, do eu vi ele.
pondente ao dia terrestre e, o preto, à noite. Edmundo e dona Conceição. A transcrição
Decorrido muito tempo até ter chegado a do incidente foi feita mantendo-se a originali- UFO Especial — O senhor viu este objeto uma
esta conclusão o soldado fez sinal afirma- dade do relato, sem alterações. “A noite estava única vez?
tivo com a cabeça e o líder prosseguiu em escura e tinha chovido. Eu vinha da usina para Enoque Batista — Baixinho assim, apenas
seus desenhos. Passou a esboçar uma série baixo, quando avistei um farol apontando para uma vez. Depois a gente vê quase todos os dias,
enorme de pequenos círculos de interior este lado. Andei uns 100 m e ele apagou. Quan- mas alto. Ele passa de 18h30 até às 20h30.
branco, relacionando-os, através de gestos, do olhei, ascendeu novamente e piscou. Levantei
com o círculo branco maior. Pelo abando- os olhos e ele já passava a uns 20 m de altura, UFO Especial — Segue uma velocidade certa?
no da referência ao círculo escurecido, o acima de mim”, inicia o relato. Enoque Batista — Não, ele pára, pisca e
soldado compreendeu que os pequenos Enoque tomou um grande susto e pisca. Fica parado muito tempo e depois segue o
círculos correspondiam a dias. procurou fugir. “Corri para dentro de um seu caminho. Na semana passada, estava na reza
Ao fazer cada círculo pequeno, o ho- ribeirão e me escondi lá um pouco. Depois da casa do Afonso e nós vimos de lá. O João Ba-
menzinho fazia uma pausa e chamava, com voltei outra vez, pegando a mesma estrada. tista, amigo meu, viu primeiro. Estava baixinho e
gestos, a atenção de José Antônio, que co- Quando andei uns 100 m para frente, ela paradinho. Ficou um tempo assim. Depois virou
meçou a contá-los. Com muita paciência, ‘apontou’ do meu lado, baixinho. Eu entrei de banda e seguiu direto.
o líder completou um grande aglomerado debaixo de uma bananeira na fazenda de
de pequenos círculos, mas concluiu que um rapaz lá, cercada de arame e escondi. UFO Especial — Da primeira vez que o senhor
o conjunto significava um ano – ou seja, Então ele beirou o pé da Serra, fez uma volta, enxergou este objeto, de que direção ele surgiu?
365 dias. Depois de fazer ao líder um si- e tornou a subir. Eu permaneci por lá uma Enoque Batista — Do norte. Mas às vezes
nal afirmativo, este prosseguiu desenhan- hora e fui direto para casa”. Veja a seguir a ele vem do outro lado daquelas montanhas.
do mais nove aglomerados de pequenos entrevista feita com a testemunha
círculos, relacionando-os por gestos com UFO Especial — Aqui, na região do Capão,
o primeiro e chamando a atenção de José UFO Especial — De que cor era o ob- quem mais viu esse objeto?
Antônio que compreendeu tratar-se de um jeto que o senhor observou? Enoque Batista — Muitos “viu”. E andam
conjunto de 10 anos, pois cada aglome- Enoque Batista — Ele era escuro co- apertados com ele. Um filho meu andou pescando
rado estava circunscrito por outro círculo mo um britador de concreto. Era lumino- neste ribeirão [Córrego Capão Grande] com o Dudu,
maior. Em seguida, o ser traçou um risco so e variava do amarelo e verde. E só chia- à noite. Ele passou baixinho e alumiou o rio todo.
grosso que separava três aglomerados dos va, não ‘zuava’. Eles correram e gritaram. Entraram por debaixo
sete restantes e passou a apontar, sucessi-

34 :: www.ufo.com.br :: Março 2005 – Edição Especial 32


UFOs em Minas Gerais
despertou a curiosidade de todos. Subitamen- Uma visão e um segredo que até aquele momento se sentia angus-
te, enquanto os homenzinhos se ocupavam tiado e sem esperança, sentiu alívio com
com um longo debate, o soldado viu surgir Apesar da forma como surgiu, a figura a presença daquele que identificou como
à sua frente, como se tivesse vindo do nada, era nitidamente a de um homem de cer- “pessoa boa, um dos nossos”, e viu-se ani-
uma figura humana que ali se manteve imó- ca de 1,70 m de altura, magro, com bar- mado, com certas revelações oriundas da-
vel, com atitude firme e amigável, olhando e ba e cabelos compridos, loiros. Sua pele quela visão. Tais revelações não poderiam
falando com ele em português claro. Logo Jo- era clara, corada e seus olhos claros. Sua ser transmitidas a ninguém, segundo en-
sé Antônio concluiu que aquela visão era ex- roupa escura descia até os pés descalços. tendeu o abduzido, antes de receber novas
clusiva dele, pois apesar de sua posição favo- Tinha mangas largas, gola revirada e uma instruções – e isto demoraria talvez dois
rável, não era aparentemente percebida pelos espécie de corda branca e grossa na cintu- ou três anos.
homenzinhos, que continuavam discutindo ra, com um nó e duas extremidades pen- Sobre esta visão, houve uma enorme
entre si, cada vez mais irritados. dentes, como batina de frade. José Antônio, resistência do soldado em abordá-la com
os investigadores, principalmente no que
se refere à mensagem recebida, que José
Antônio considera secreta. Mesmo os da-
de uma moita e a luz subiu pra cima e desapareceu UFO Especial — O senhor chegou a ob- dos sobre a descrição física do indivíduo
no cerrado. O Dudu viu duas a três vezes. Muita servar se a superfície do objeto brilhava tam- foram fornecidos com muita relutância,
gente viu o objeto. bém? Poderia se parecer com uma bacia? pois ele alega que eles poderiam ser sufi-
Enoque Batista — Não, não brilhava. cientes para a identificação da pessoa. Per-
UFO Especial — No dia em que o senhor Parece com uma espécie de betoneira. E de- guntamos a ele, como se poderia descobrir
avistou esse objeto, estava só? baixo dele tinha um buraco igual a uma bacia. o segredo, mediante a simples descrição
Enoque Batista — Estava sim. Eles [Os ou- dos traços de alguém que não conhecía-
tros moradores] “pegaram a dizer” que era men- UFO Especial — Esse buraco que o se- mos nem iríamos jamais encontrar. Ele deu
tira minha, que era cachaça. Foi quando eles pe- nhor viu era escuro? a entender que seria possível reconhecer a
garam a ver quase todos os dias. Enoque Batista — Não. Lá dentro es- pessoa e que não seria impossível encontrá-
tava claro. Parecia uma espécie de luz da ci- la. Inquirido sobre se a visão era de Jesus,
UFO Especial — O que o senhor pensa que dade. Luz comum. A velocidade era como a respondeu prontamente que não. Se era de
pode ser esse objeto que passa por lá? de um avião. E quando ele avista qualquer um algum santo, ele não quis responder, ape-
Enoque Batista — Ele mesmo, o tal objeto farol na frente, ele pára e apaga a luz. Depois nas sorriu e desviou a conversa.
voador. Ele estava parado que o vulto escure- Nessa fase dos acontecimentos, ini-
há muito tempo. A gente ce, ele chega mais ciou-se então a longa viagem de volta, com
pensa dele abaixar e pe- depressa. a presença de três tripulantes e os mesmos
gar a gente. A gente fica incidentes da ida – o aparelho variando de
correndo e escondendo. UFO Especial — E posição, a luz aumentando e pulsando por
durante quantos mi- certo período. Logo após ter sentido o ba-
UFO Especial — De nutos o senhor ob- que correspondente ao pouso do aparelho,
onde o senhor acha que servou o objeto? seus acompanhantes afrouxaram e, em se-
escutou que ele pega? Enoque Batis- guida, retiraram sua máscara. Então per-
Enoque Batista — ta — Uns 20 ou mais. deu quase totalmente a consciência, per-
A gente ouve o pessoal Escondido eu fiquei cebendo vagamente que o arrastavam para
dizer que ele abaixa e mais de uma hora a escuridão. Calcula que ficou neste esta-
pega. Mas homem que dentro de uma bana- do de semiconsciência cerca de uma hora,
Arquivo Maria Irene Melo

vê ele baixo nem sai de neira. Até ele sair. percebendo depois os primeiros raios de
casa. Fica sempre escon- luz, do dia que ia nascer. Nesse momento,
dido com medo. UFO Especial — O percebeu também o ruído de água próxi-
senhor acha então ma e, movido por uma sede intensa, arras-
UFO Especial — E O roceiro Enoque Batista dos Santos, que em que ele esperava que tou-se até encontrar um ribeirão com uma
qual seria o tamanho 01 de janeiro de 1978, às 15h00, avistou um o senhor saísse? corredeira. A seu lado estava a mochila, de
aproximado desse objeto, UFO a baixa altitude, na Fazenda do Capão, Enoque Batis- onde retirou o cantil, enchendo-o por duas
comparado com outros? localizada na Serra do Cipó ta — Acho que sim. vezes. Calculou ter tomado um litro e meio
Enoque Batista — Quando eu notei de água, sem ter a sede totalmente saciada.
O tamanho dele para mim é igual a uma betoneira. que ele tinha ido, peguei a estrada e corri Em seguida preparou seu material de pes-
Grosso no meio e a frente mais apertada. Ele tem e perdi o sapato de tanto correr. O chapéu ca e conseguiu apanhar pequenos peixes,
um buraco debaixo que a gente vê a Lua lá dentro. também. Perdi tudo. com os quais se alimentou.

UFO Especial — O senhor disse que havia UFO Especial — Quem estava na sua Paisagem completamente estranha
uma luz naquele objeto? casa no dia do avistamento?
Enoque Batista — Sim, na frente, que Enoque Batista — A minha família. Lá Quando o Sol despontou, o soldado pô-
apagava e acendia. Eu estava a uns três metros pertinho de mim tem um vizinho que teve um de reparar melhor a paisagem que lhe era
dela. O meio dele era um “trem” muito gros- aperto com “ele”. Mas ele tem tanto medo completamente estranha. Tinha sido deixa-
so mesmo. A ‘frenteira’ e a traseira era mais que adoeceu quando eu levei lá um médico do sobre uma pequena pedreira ao lado de
apertado. Uns três metros de comprimento para entrevistar. Ele pensou que fosse a polícia um córrego. Começando a caminhar trôpe-
por 1,30 m de largura. e adoeceu. Ficou meio lerdo da cabeça. go, confuso e abatido, com barba de alguns
dias, logo encontrou uma rodovia asfaltada

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 35


UFOs em Minas Gerais
e abordou um transeunte. Per- Um dos procedimentos necessá-
guntando-lhe que local era rios a uma boa investigação de
aquele, foi informado estar a campo é a comunicação com as
32 km de Vitória, justamente testemunhas de maneira clara e
na rodovia que liga a Minas simples, tanto para que ela com-
Gerais. Com espanto, pergun- preenda melhor as perguntas,
tou que dia era aquele, assus- quanto para que se sinta mais à
tando o transeunte desconhe- vontade com o pesquisador
cido, que lhe respondeu ser 09
de maio, sexta-feira. te um dos dois facões que lhe
sobraram. Além disso, fi-
Quatro dias ausente nanciou a passagem de um
jovem que não tinha dinheiro
Fazendo mentalmente para pagar. Os homenzinhos
os cálculos, José Antônio tinham devolvido ao bolso de
concluiu que sua ausência sua calça, 35 mil cruzeiros,
demorara quatro dias e meio. do total de 35 mil e cem que

Cortesia Grumpu
Informando-se a respeito da tinha antes da viagem.
direção de Minas Gerais, Às 07h25 de sábado o sol-
passou a caminhar pela es- dado desembarcou na Estrada
trada, absorto em seus pensamentos. Che- cumprindo promessa”, para justificar seu es- de Ferro Central do Brasil, em Belo Horizon-
gou à conclusão que não devia voltar a tado maltrapilho. Voltando a caminhar, en- te, onde foi abordado pelo agente de seguran-
Minas, porque não poderia justificar sua controu-se com um grupo de meninos e com ça, a quem acabou contando sua história, e por
ausência, já que ninguém iria dar crédito eles se informou sobre o atalho que o levaria quem foi encaminhado ao seu quartel. Foi de
ao seu relato. Em conseqüência, preferiu à mais próxima estação da ferrovia que liga lá que seguiu para a residência do major Célio
embrenhar-se no mato e tentar sobreviver Vitória a Belo Horizonte. Queixou-se de que Ferreira. Durante as entrevistas que o Cicoani
consumindo frutas e peixes. Tinha receio os meninos, após indicarem o caminho, fize- fez com José Antônio insistiu muito para que
de ser abordado pela polícia do Espírito ram chacotas e atiraram pedras nele, talvez o acompanhássemos ao local de pouso, por-
Santo, pois não tinha mais a carteira de devido a sua esquisita aparência. Seguindo que ali, provavelmente, acharíamos ainda um
identidade para apresentar. Apesar dessas pelos trilhos da ferrovia, deparou com uma peixinho nadando entre rochas, nas quais fi-
idéias, sua caminhada foi aproximando-o pequena estação, que não era ainda a de cara preso quando ele, já saciada a fome, o
cada vez mais da divisa do estado de Minas. Colatina. Ali parou, informando-se com o devolveu à água. Disse também que o agente
Em várias oportunidades rejeitou caronas agente sobre o próximo trem para Belo Ho- ferroviário o reconheceria e nos mostraria o
de motoristas que paravam, ao perceberem rizonte, pois já mudara de idéia resolvendo facão recebido de presente.
a dificuldade de seu andar. A perna direita voltar e enfrentar as conseqüências.
estava mais afetada e parecia inchada na Como o trem demoraria muito ficou na
altura do joelho. Além disso, havia três fe- estação conversando com o agente, com Húlvio Brant Aleixo é professor de psicologia da
ridas abertas nos ombros e abaixo da nuca, quem fez amizade, chegando depois a vi- Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, um
provocadas pela fricção do capacete. sitar a casa deste e conhecer sua esposa dos maiores pioneiros da Ufologia Brasileira e funda-
Finalmente, foi vencido pelo cansaço e e filhos, que o alimentaram. Encontrou-se dor, nos anos 50, do Centro de Investigação Civil dos
aceitou uma carona que o deixou perto da também com um sitiante vizinho, que lhe Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani). Este texto
cidade de Colatina (ES). Mas continuou evi- ofereceu serviço, mas não aceitou. Grato foi publicado no boletim número 94/98 da Sociedade
tando revelar sua história e alegava “estar pelo tratamento que recebera, deu ao agen- Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV).
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UFOs em Minas Gerais

Edição Especial 32 – Março 2005 :: www.ufo.com.br :: 37


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