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Paul Stonehill e Philip Mantle

OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

O que é a Biblioteca UFO

Biblioteca UFO é uma série de livros


já consagrada pela Ufologia Brasilei-
ra. Foi lançada pela Revista UFO em
1998 com o objetivo de reunir textos de
qualidade, atuais e consistentes sobre a
presença alienígena na Terra, produzi-
dos por autores ativos e que realmente
ajudaram a construir a história atual da
Ufologia. A Biblioteca pretende abaste-
RAFAEL AMORIM

cer os estudiosos e entusiastas do as-


sunto com obras ricas em informação
de qualidade sobre nossos visitantes extraterrestres. O critério de
seleção de autores leva em consideração o significado, a utilidade
e a repercussão de seu trabalho. Assim como são escolhidos temas
que ofereçam verdadeira contribuição ao entendimento da questão
ufológica em todas as suas vertentes.
Ao serem consideradas novas obras para comporem este
acervo, observa-se também um critério muito presente no
Fenômeno UFO, ou seja, sua manifestação em múltiplos ní-
veis físicos e não físicos, visíveis ou invisíveis à consciência
humana. Para tanto, um estudo de tão complexo cenário deve
ter em conta a transdiciplinariedade como ferramenta de tra-
balho essencial, ou seja, um conceito que mescle diferentes
formas de pensamento e inter-relacione várias disciplinas,
estimulando novas maneiras de se compreender e assimilar
a realidade dos fatos por meio da articulação dos elementos
que os compõem, sob todos os seus ângulos.
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Paul Stonehill e Philip Mantle

Assim, refletindo o esforço da Revista UFO há 33 anos, a


Biblioteca UFO busca encontrar aonde quer que estejam as res-
postas para a questão que envolve a ação na Terra de outras es-
pécies cósmicas e suas consequências para o presente e o futuro
da humanidade, respeitando a pluralidade do tema e entendendo
que apenas uma abordagem adogmática, profunda, responsável
e pluralista poderá oferecer entendimento a seu respeito e, quem
sabe, também as respostas para o enigma do milênio.

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

Quem são Paul Stonehill e Philip Mantle

Os autores são con-


siderados os maiores
especialistas em Ufo-
logia Russa da atuali-
dade. Philip Mantle
[À direita], inglês re-
sidente em West Yor-
kshire, sempre se in-
FOTOS ARQUIVO UFO

teressou por assuntos


paracientíficos, tendo
abraçado a Ufologia como sua preferência ainda quando adolescente.
Seu interesse pela presença alienígena na Terra teve início no fim
da década de 70, quando entrou para a Yorkshire UFO Society [So-
ciedade Ufológica de Yorkshire, YUFOS]. Após ter trabalhado com
o grande ufólogo britânico Graham Birdsall, hoje falecido, Mantle
ajudou a formar a Independent UFO Network [Rede Ufológica In-
dependente, IUN], afiliando-se a seguir à British UFO Research
Association [Associação de Pesquisa Ufológica Britânica, Bufora],
uma das mais tradicionais do Reino Unido.
Durante o período em que atuou na Bufora, Mantle foi
seu porta-voz, organizador de congressos e diretor de investi-
gações, o que lhe permitiu conhecer estudiosos do Fenômeno
UFO de todo o mundo e realizar trabalhos de grande profun-
didade sobre observações de discos voadores e contatos com
extraterrestres em várias regiões da Europa. Durante vários
anos, Mantle foi o representante da Mutual UFO Network
(MUFON) na Inglaterra. Um de seus trabalhos mais notáveis é
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Paul Stonehill e Philip Mantle

a obra Without Consent [Sem Consentimento, Fortune Books,


2002], que publicou em coautoria com Carl Nagaitis. Tam-
bém é de Mantle, com o alemão Michael Hesemann, Beyond
Roswell [Além de Roswell, Marlowe & Company, 1997], que
disseca de maneira inédita uma das primeiras quedas de UFO da
história. Consultor da Revista UFO desde 2000, Philip Mantle
também é autor de Alien Autopsy Inquest [Pesquisa Sobre a
Autópsia Alienígena, Publish America, 2007].
Paul Stonehill [À esquerda na página anterior], refugiado
judeu soviético vindo da Ucrânia, hoje mora em Los Angeles. É ba-
charel em ciência política pela Universidade do Estado da Califórnia,
autor, conferencista e pesquisador de destaque internacional, tendo
especial interesse nos fenômenos ufológicos e sua relação com a
exploração espacial soviética. Stonehill passou a se interessar pelo
Fenômeno UFO na juventude, quando morava em seu país natal.
Ele acredita que para encontrarmos respostas a respeito das civili-
zações extraterrestres que nos visitam, precisamos também explorar
nossos oceanos e lagos, onde seres extraterrestres também atuam.
Stonehill coletou uma quantidade enorme de informações sobre
objetos submarinos não identificados (OSNIs) em várias partes do
mundo, comprovando esta afirmação.
Ele também se dedica à parapsicologia e à pesquisa de
fenômenos psíquicos, além de mistérios subaquáticos, espio-
nagem, guerra e história da Rússia. Seus trabalhos, tanto na
área ufológica quanto parapsicológica, já foram publicados em
várias partes do mundo, nas mais diversas línguas. Stonehill tem
inúmeros textos sobre a presença alienígena na Terra que são
referência sobre o assunto na Rússia, onde ajudou a criar, em
1991, o Russian UFO Research Center [Centro de Pesquisas
Ufológicas da Rússia, RURC]. Stonehill tem textos veicula-
dos nas revistas UFO Magazine, UFO Encounters, Revista di
Informazione Ufológica etc. Consultor da Revista UFO desde

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2000, Paul Stonehill é figura constante em programas de tele-


visão apresentados pelo Discovery e History Channel. Na rede
TNT participou com destaque do especial The KGB UFO Files
[Arquivos sobre UFOs da KGB].
Philip Mantle e Paul Stonehill já publicaram pela co-
leção Biblioteca UFO, em abril de 2009, com enorme êxito,
a obra UFOs na Rússia: Antes e Depois da Queda do Co-
munismo, hoje praticamente esgotada.

Contato com os autores:

— Philip Mantle
philip.mantle@gmail.com

— Paul Stonehill
rurcla@hotmail.com

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

Sumário

Introdução Uma espantosa casuística 17


Capítulo 01 Breve história da Ufologia Russa 25
Capítulo 02 Fantasmas e kvakeri nos mares 35
Capítulo 03 Os nadadores desconhecidos 49
Capítulo 04 Submarinos russos e OSNIs 69
Capítulo 05 OSNIs em águas internacionais 81
Capítulo 06 OSNIs vistos no Mar do Diabo 93
Capítulo 07 A investigação da KGB em Kolyma 103
Capítulo 08 Ação alienígena no Oceano Ártico 107
Capítulo 09 A misteriosa área de Chukotka 129
Capítulo 10 Atividade alien no leste da Rússia 133
Capítulo 11 Na Ásia Central e países vizinhos 143

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Capítulo 12 UFOs e OSNIs no Mar Negro 151


Capítulo 13 Terras de fatos estranhos 163
Capítulo 14 O Lago Ladoga e outros da Carélia 173
Capítulo 15 O Fenômeno Robozero 183
Capítulo 16 Avistamentos no Mar Báltico 191
Capítulo 17 Experiências no Mar de Azov 199
Conclusão Observações finais 203
Apêndice Cosmonautas e ETs se encontram 205

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

Introdução

Uma espantosa
casuística

O
historiador, cientista social e autor russo Alexander
Alfradovich Gorbovisky, falecido em Londres,
em 2003, trabalhou durante 20 anos na Academia
de Ciências da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS). Seu livro Zagadki Drevnei
Istorii [Enigmas da História Antiga] foi publicado em 1966 e
republicado no começo dos anos 70. Para muitas pessoas por
trás da Cortina de Ferro, a obra abriu as portas para o fascinante
e esquecido mundo da Ufologia, dos mistérios da história antiga
e do paleocontato, termo russo usado para designar a Teoria dos
Antigos Astronautas. Na primeira edição do livro, Gorbovisky
mencionou um acidente ocorrido no Mar Mediterrâneo na An-
tiguidade, no qual as pessoas observaram um estranho veículo
submarino emergindo em alta velocidade — o objeto saiu da
água com incrível rapidez e logo desapareceu.
Assim como muitos pesquisadores russos, os autores des-
te livro são fascinados por relatos de objetos submarinos não
identificados, comumente chamados OSNIs e que são o mesmo
que acreditamos ser os UFOs, mas que se deslocam também
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Paul Stonehill e Philip Mantle

sob as águas. Nesta obra, pela primeira vez, detalharemos


relatos de fenômenos observados no mar, acompanhados de
misteriosos objetos submarinos, muitos dos quais fornecidos
por testemunhas sinceras e confiáveis.
Analisaremos os trabalhos de nossos colegas da atual Rússia
e da antiga União Soviética, que têm estudado esse fenômeno por
décadas. Precisamos acrescentar, entretanto, que algumas vezes
os pesquisadores se mostraram muito relutantes em repartir suas
informações e que outros simplesmente se recusaram. Os arquivos
secretos da Marinha Soviética contêm muito conhecimento im-
portante sobre avistamento de UFOs e OSNIs e os pesquisadores
militares soviéticos têm se mostrado muito sinceros e profissionais.
Infelizmente, grande parte dos arquivos continuaram inacessíveis,
mesmo após a queda da União Soviética. Mas através de todos
esses anos de pesquisa, e com a ajuda de nossos amigos pesqui-
sadores de países não mais soviéticos como Rússia, Ucrânia e
de outras nações agora independentes, pudemos coletar uma boa
quantidade de fascinantes informações inéditas.
É desnecessário mencionar que a Marinha Soviética guardava
cuidadosamente seus segredos e que denunciava qualquer um que
publicasse uma visão alternativa sobre os OSNIs. Um exemplo típico
disso foi a reação do contra-almirante M. Rudnistky a um artigo
sobre OSNIs publicado pela corajosa revista Tekhnika Molodezh
[Tecnologia Moderna], em 1972. Rudnistky descartou qualquer
possibilidade de existirem OSNIs e declarou, entre outras coisas,
que se seres inteligentes tivessem vivido sob as águas por milhares
de anos, já teriam, sem qualquer dúvida, tentado contatar os seres
humanos. “E, claramente, isso nunca aconteceu”, disse.
Ou talvez tenha acontecido. Na opinião do engenheiro sibe-
riano N. Yerokhina, que se interessa pelo assunto, as misteriosas
fluorescências observadas no mar talvez sejam exatamente isso — a
tentativa de uma civilização subaquática de estabelecer comunicação

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

conosco. É claro que isso é pura especulação, mas provavelmente


está mais perto da verdade do que as declarações de desqualificação
feitas pelos representantes oficiais do governo.
Apesar das tentativas da Marinha Soviética de diminuir
o interesse público sobre o assunto, a própria Armada sempre
esteve interessada nele. O pesquisador Nikolai Nepomnyaschy
descreveu em sua obra Iz Sekretnikh Arkhivov Razvedok Mira
[Dos Arquivos Secretos dos Serviços de Inteligência Mundiais,
1998], um importante incidente ocorrido em 1960, quando um
grande objeto submarino foi bombardeado pela Marinha da Ar-
gentina. Isso provocou uma forte reação por parte das autoridades
soviéticas e Nikita Krushev, o então líder da União Soviética,
enviou ao representante do país na Argentina um pedido de infor-
mações detalhadas sobre o incidente. Aparentemente, a tentativa
argentina de capturar o OSNI falhou.
Os cosmonautas soviéticos também demonstraram muito
interesse no fenômeno dos UFOs e dos OSNIs. Em agosto de
2006, Pavel Popovich, o famoso cosmonauta que ajudara Vladi-
mir Ajaja e outros devotados pesquisadores a fomentar a pesquisa
sobre UFOs na URSS — e que estava ajudando-os de forma
proeminente a obter os arquivos ufológicos da KGB no começo
dos anos 90 — foi entrevistado pelo popular jornal ucraniano
Bulvar Gordona [Fatos Cotidianos].
Popovich revelou algumas informações muito interessan-
tes durante a entrevista. Ele falou sobre uma antiga e avançada
civilização de um planeta chamado Phaeton ou Moonah, que
ficaria próximo à Terra há muitas eras e que teria desaparecido
devido a guerras nucleares, cujos habitantes provavelmente
visitavam a Terra de tempos em tempos. A base intermediá-
ria dos visitantes estaria localizada próximo a Saturno e eles
teriam montado três bases na Terra: uma nos Andes, outra
em uma fossa abissal no Oceano Índico e outra no Himalaia,

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na lendária cidade de Shambala. A base dos Andes, segundo


Popovich, foi destruída pelos visitantes extraterrestres porque
a civilização humana estava se aproximando dela rapidamente.
Porém, afirmou o cosmonauta, os extraterrestres mantiveram
a base submarina nas profundezas do Índico.
Os autores deste livro não conhecem a fonte dessas decla-
rações feitas pelo cosmonauta — nós as destacamos aqui sim-
plesmente para mostrar que o tema é realmente levado a sério
nos altos círculos e também para uma das muitas teorias que têm
surgido para explicar os avistamentos de OSNIs. Mostraremos
observações feitas por soviéticos e por russos nos quatro cantos
do mundo e deixaremos que os leitores decidam qual teoria cabe
melhor para explicar o fenômeno.
A imprensa russa vem transmitindo uma boa quantidade de
comentários sobre OSNIs. Em 2006, um documentário chamado
Tayna Tryokh Okeanon [O Mistérios dos Três Oceanos], escrito e
dirigido por V. Pravdivtsev, foi transmitido pela TV russa. Partici-
param do documentário vários oficiais da Marinha do país que eram
muito bem informados sobre encontros com OSNIs. O programa
também apresentou relatos de avistamentos feitos por proeminentes
pesquisadores, inclusive citando vários artigos de Paul Stonehill.
Em 2008, a emissora de TV Primeiro Canal transmitiu um filme
documentário chamado NLOs: Podvodniyl Prisheltsi [UFOs: Alie-
nígenas Submarinos]. No mesmo ano, outro canal russo, o Ren
TV, transmitiu um filme chamado NLO: Ukhod Pod Vodu [UFO:
Embarque Submarino]. Enfim, não há dúvidas de que o público
russo tem um grande interesse pelo assunto.
Ao mesmo tempo, ocasionalmente surgem declarações pro-
nunciando que a Marinha Russa está desclassificando e liberando
informações sobre os OSNIs. Esse foi o caso, em 2009, quando
tanto a imprensa ocidental quanto a russa divulgaram tal notícia,
mas infelizmente não se confirmou. Um porta-voz da Marinha

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rapidamente veio a público e declarou que não existem documen-


tos oficiais descrevendo encontros com objetos não identificados
com navios e submarinos soviéticos. E acrescentou que os rumo-
res surgem naturalmente porque os comandantes têm ordens para
relatar todos os objetos que não podem ser identificados, mas que
são visualmente observados e que aparecem as telas dos radares.
Nesses episódios, cardumes de peixes, lixo flutuando e fenômenos
naturais podem ser confundidos com UFOs. Em outras palavras,
ele disse que as notícias da imprensa eram falsas.
Apenas para registro, os autores deste livro não acreditam
que qualquer coisa relacionada à Inteligência e contrainteli-
gência naval russas seja desclassificada em um futuro próxi-
mo — não há nenhuma informação sobre alguma abertura ou
desclassificação vinda dos pesquisadores que conhecemos nes-
tes países. Nenhum arquivo secreto sobre OSNIs foi liberado
pelo Arquivo Naval Federal da Rússia, um dos mais antigos
do país, pré-datando 1917, data da Revolução Russa. O país e
sua Marinha guardam muito bem seus segredos.
Ainda assim, devemos permanecer atentos para novos anún-
cios vindos da Rússia sobre OSNIs — e, possivelmente, também
de outras nações que estudam os oceanos. Isso porque nossa ha-
bilidade de pesquisar as profundezas oceânicas vem melhorando
continuamente, com veículos não tripulados mais sofisticados que
são utilizados comumente por pesquisadores militares e civis. Câ-
meras de vídeo e ecossonares são extensivamente usados pela
comunidade científica para estudar todos os oceanos do planeta e
explorar os mistérios das profundezas abissais.
Veículos robóticos operados remotamente — ligados por
cabos aos navios — podem ir onde humanos não se atrevem ou
não podem. Atualmente os cientistas estão desenvolvendo algo cha-
mado neurotecnologia, baseado na neurofisiologia e no comporta-
mento de animais. Novas tecnologias como os veículos submarinos

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biométricos autônomos estão sendo desenvolvidos e construídos e


aparelhos submarinos autônomos aperfeiçoados estão sendo usados
em missões de monitoramento dos mares. Nós podemos apenas
imaginar que mistérios e maravilhas eles irão descobrir.
Na verdade, os russos têm uma longa história de liderança
na área de submersíveis, como o extremamente secreto Poisk
6, um veículo com capacidade para três homens que suporta-
va mergulhos profundos e operações no fundo do mar. Não
sabemos muito sobre ele aqui no Ocidente, mas há algumas
informações vindas de fontes russas. Sabemos que o veículo
foi desenvolvido no Escritório JBS de Desenho de Caldeiras
Especiais, em Leningrado, onde os projetistas soviéticos cria-
ram plantas de geradores eletroquímicos para os submarinos
da Marinha. Em 1985, antes de os japoneses e franceses de-
senvolverem seus submersíveis, o Poisk 6 já conseguia atingir
a profundidade de 6.000 m. Os cientistas que participaram do
projeto receberam os mais importantes prêmios soviéticos e o
construtor chefe do Poisk 6 foi Yuri K. Sapozhkov.
Os soviéticos também desenvolveram os submersíveis Mir
I e Mir II, capazes de operar a profundidade de 6.000 por mais
de 20 horas. Isso faz dos Mir dois dos apenas sete veículos exis-
tentes até hoje capazes de mergulhar em profundidas maiores do
que 3.000 m. Eles foram projetados para acomodar três pessoas,
normalmente dois pilotos e um observador. Os russos usaram seus
Mir para investigar fontes hidrotermais em todo o planeta e várias
vezes cientistas norte-americanos se juntaram a eles para mergu-
lhos exploratórios dessas fontes termais. O doutor Anatoly M.
Sagalevitch, chefe do Laboratório de Veículos Tripulados para
Águas Profundas do Instituto P. P. Shirshov de Estudos Oceânicos
da Academia Russa de Ciências, foi o projetista dos submersíveis
Mir. Ele liderou cinco expedições científicas e fotográficas ao
Titanic e fez mais de 30 expedições até os destroços.

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Em 2012 houve relatos garantindo que um estaleiro naval


russo, situado no norte da cidade da Severodvinsk, estava cons-
truindo um submersível supersecreto para águas profundas ali-
mentado por motores nucleares, apelidado de Projeto 09.852, e
que seria capacitado tanto para pesquisa quanto para salvamento e
segurança. Mais adiante neste livro iremos descrever avistamentos
nas proximidades de Severodvinsk.
Os russos, portanto, têm há tempos uma boa capacidade
para observar fenômenos subaquáticos estranhos. A julgar pelas
informações que temos sobre encontros envolvendo OSNIs e sub-
marinos russos, incluindo declarações de oficiais da Marinha e de
agentes de Inteligência, é seguro concluir que os soviéticos, antes
de 1991, e os russos, agora, estão preocupados com estranhos
artefatos não identificados que espreitam suas águas. Nesta obra
apresentaremos evidências disso na forma de avistamentos, rela-
tórios e declarações. A maior parte das informações aqui nunca
foi apresentada fora das fronteiras da Rússia e é pouco conhecida
até mesmo dos habitantes do país.
Ninguém sabe quantos relatos de OSNIs há ao redor do
mundo. Da mesma forma, ninguém ainda foi capaz de explicar
plenamente este fascinante e intrigante fenômeno. Muitas vezes se
diz que sabemos muito mais sobre a superfície da Lua do que sobre
os mares e oceanos de nosso mundo. O estudo sobre os OSNIs só
serve para enfatizar ainda mais essa declaração.

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Capítulo 01

Breve história da
Ufologia Russa

V
ladimir Giorgiyevich Ajaja é uma das personalidades
mais proeminentes na história da pesquisa ufológica
da Rússia. Quando jovem, frequentou a prestigiada Es-
cola Superior Naval M. V. Frunze, a mais antiga escola
de oficiais de comando naval do pais. Ajaja serviu na
Marinha Soviética e mais tarde participou de pesquisas oceanográ-
ficas. Durante a vida ele se tornou amigo próximo de alguns líde-
res da Armada Soviética e Russa, escreveu uma monografia sobre
UFOs para os militares e teve a oportunidade de inquirir oficiais da
Inteligência que pesquisavam UFOs e OSNIs.
Ao mesmo tempo, Ajaja servia como chefe de expedição
subaquática no submarino soviético Severyanka, embarcação que
contava com muitas características projetadas por ele. Durante
aquelas missões, ele e seus colegas da tripulação observaram
um objeto ou criatura muito incomum abaixo da superfície, algo
que se parecia com uma lira verde com tentáculos — o que
quer que fosse aquilo foi o responsável por estimular em Ajaja
um profundo interesse em fenômenos não identificados. Outros
pesquisadores da Marinha Soviética sequer ousavam tocar no

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assunto, mas Ajaja foi em frente e encontrou duas fontes muito


úteis, um livro e uma pessoa. O livro foi a tradução russa da obra
de Charles Berlitz O Triângulo das Bermudas [Nova Fronteira,
1974], que fala sobre UFOs e desaparecimentos misteriosos na
área do Triângulo. E a pessoa foi o vice-almirante Y. V. Ivanov,
chefe da Diretoria de Inteligência Naval. Com Ivanov, Ajaja des-
cobriu que a Inteligência soviética há muito tempo considerava
que os UFOs eram assunto para uma séria investigação.
O recente interesse de Ajaja pelos UFOs, entretanto, o co-
locou em uma situação delicada. O Partido Comunista Soviético
sistematicamente se opunha e minava qualquer um que estudasse
ou se interessasse por assuntos proibidos como era a Ufologia. Uma
razão óbvia para isso era o fato de que a busca por UFOs poderia,
inadvertidamente, revelar segredos de testes militares e lançamen-
tos de foguetes que passariam a chamar a atenção dos agentes de
Inteligência estrangeiros (leia-se norte-americanos) que atuavam
na União Soviética. Mas, por outro lado, o Kremlin não tinha um
método correto para lidar com os objetos não identificados.
Há décadas objetos desconhecidos cruzavam as fronteiras da
União Soviética, entravam em seu espaço aéreo restrito, pairavam
sobre suas instalações nucleares e sobre seus campos de testes e
perseguiam seus caças. E os objetos simplesmente não podiam
ser contidos. A censura soviética podia repetir diariamente por
meio de seus meios de comunicação que UFOs não existiam, mas
mesmo com todo o poder do Politburo [Comitê político formado
por vários partidos], de sua polícia secreta e de suas formidáveis
Forças Armadas, foi incapaz de deter os UFOs e os OSNIs. Os
objetos tinham liberdade total de movimento e de expressão. Eles
não reconheciam fronteiras nacionais e internacionais.
O resultado das pesquisas de Ajaja foi ele perder seu em-
prego e tornar-se um alvo da comunidade científica e do Partido
Comunista. Seu nome foi manchado na imprensa soviética,

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seus trabalhos foram parar na lista negra e ele foi impedido de


falar ou dar palestras para o público. Felizmente, a Marinha
lhe deu um emprego e junto com ele a oportunidade invejável
de continuar seus estudos e pesquisas sobre UFOs e OSNIs.
Pelo menos na Armada a ideologia vinha depois das questões
práticas de defesa nacional. Com a ajuda de amigos bem co-
locados dentro da força naval, Ajaja escreveu um artigo sobre
o Triângulo das Bermudas para a respeitada revista científica
soviética Nauka I Zhizhn [Ciência e Vida].
Em 17 de novembro de 1976, Ajaja deu uma palestra sobre
UFOs e os fenômenos relacionados a eles no Departamento de
Pesquisa Subaquática da Comissão Oceanográfica da Academia
de Ciências da União Soviética. Estavam presentes o seu supe-
rior, o presidente do departamento, P. Borovikov, e seu vice, E.
Kukharkov, além de outras 29 pessoas. A palestra foi impressio-
nante o suficiente para que os participantes decidissem incluir
avistamentos de UFOs dentro de corpos d’água nas atividades
planejadas pelo departamento. Todos os dados coletados deviam
ser devidamente pesquisados e analisados.
O grupo, claramente, não carecia de estranhezas para es-
tudar e Ajaja relatou-lhes um curioso episódio ocorrido alguns
meses antes. O reservatório da Bacia Pirogovsky está localizado
a 7 km de Moscou. Em agosto de 1976, A. Troitsky e outras seis
testemunhas observaram um disco metálico prateado sobre o
local — o objeto tinha aproximadamente oito vezes o tamanho
aparente da Lua e se movia lentamente a várias dezenas de me-
tros de altitude. As testemunhas observaram duas faixas ou tiras
se movendo ao lado do objeto e quando elas pairaram sobre o
UFO, todos viram um ponto negro aberto em sua parte inferior
e um pequeno e fino cilindro se projetar a partir dele. A porção
do cilindro, então, começou a se mover em círculos, mas a parte
superior permaneceu ligada ao objeto.

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Paul Stonehill e Philip Mantle

Essa bizarra história é apenas uma das muitas coletadas por


Ajaja envolvendo objetos desconhecidos e em torno de corpos
de água. Outra história envolve um submarino nuclear soviético
com a Frota do Pacífico. Enquanto estava em patrulha de batalha,
os equipamentos hidroacústicos do submarino detectaram seis
objetos desconhecidos em sua proximidade, que não puderam ser
classificados. Quando o submarino tentou se afastar, os objetos
copiaram sua manobra, permanecendo na mesma posição fixa. O
comandante da embarcação foi obrigado a emergir, contrariando as
regras estabelecidas para as patrulhas de combate. Com o subma-
rino à tona, os seis OSNIs voaram para fora do oceano, deixando
a tribulação perplexa. Ajaja afirmou que ele soube sobre esse in-
cidente em um documento oficial que vira no quartel general do
comando da Marinha Soviética.
Um dos mais importantes episódios envolvendo a Marinha
e os UFOs, e que é frequentemente discutido pelo pesquisador,
ocorreu no Mar de Barents, em 07 de outubro de 1977. Naquele
dia, técnicos de radar embarcados no navio de apoio de subma-
rinos Volga [Navio usado para carregar suprimentos para sub-
marinos] detectaram a aproximação de um alvo desconhecido a
uma distância de 100 km. Enquanto os marinheiros procuravam
responder à situação de emergência, o capitão de terceira classe
Yuri Tarankin foi chamado com urgência para que comparecesse
ao centro de informações de combate da embarcação. Lá, ele
soube que os técnicos de radar acreditavam que o alvo fosse um
grupo de helicópteros, mas de onde eles haviam saído? O navio
estava muito longe da costa e todos os helicópteros soviéticos
conhecidos, muito distantes para alcançá-lo. Além disso, os re-
latórios da Inteligência apontavam que não havia porta-aviões
estrangeiros no Mar de Barents naquele dia.
O capitão Tarankin, então, foi para a ponte, na tentativa de
conseguir visualizar o alvo. E o que ele viu foram nove discos

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

O Kremlin, sede do governo da então União Soviética, atual Rússia, de onde


partem as ordens para investigar objetos submarinos não identificados

com brilho estranho, que se aproximavam a nordeste. Outros


tripulantes do Volga também observaram os objetos e todos eles
concordaram que não estavam vendo helicópteros. Quando os
objetos se aproximaram dos mastros do navio, eles começaram
uma espécie de “dança aérea” circular [Em russo, Khorovod].
Tarankin ordenou que os operadores de rádio contatassem a base
principal da Frota do Norte, localizada em Severomorsk, mas os
frenéticos operadores descobriram que não conseguiam enviar,
ou receber, qualquer comunicação de rádio.
Toda a comunicação fora cortada. Tarankin, então, emitiu
uma incomum ordem pelo rádio interno do navio: todo o pes-
soal a bordo que estivesse vendo os objetos devia desenhá-los
e, se possível, fotografá-los o máximo que conseguissem.
O militar queria reunir a maior quantidade de provas que

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conseguisse para que seus superiores não o acusassem de ter


enlouquecido ou de ter delirado.
O silêncio no rádio permaneceu durante os 18 minutos em
que os discos circularam o Volga. Depois que os objetos se foram,
o rádio voltou a funcionar e as mensagens foram enviadas à base
principal. Uma hora mais tarde, um avião de reconhecimento
chegou ao local, mas então os UFOs já estavam muito longe.
Esse incidente preocupou, e muito, os cabeças da Marinha e Ajaja
foi chamado no mesmo dia para se reunir com o comandante-
-em-chefe da Armada, almirante Nikolai Smirnov. Smirnov, que
também supervisionava a pesquisa da Marinha, queria que Ajaja
ouvisse o relatório de Tarankin.
O almirante também contatou o vice-chefe do Estado Maior
da Marinha, N. P. Navoytsev, e ordenou que uma diretiva fosse
enviada para as frotas e flotilhas: eles estavam para implementar
uma nova diretiva — documento conhecido como Instruções para
Observações de UFOs — em todas as embarcações. Ajaja foi quem
providenciou a linguagem da instrução, que foi assinada por Na-
voytsev e posta em prática, inicialmente, em navios hidrográficos,
de pesquisa científica e de reconhecimento.
Uma das primeiras observações relatadas em função da
nova Instrução apontava um objeto visto pelo vigia de um
submarino nuclear de alta velocidade (Projeto 705) que voltava
de alguns testes no estaleiro de Severodvinsk, o maior estaleiro
do mundo, em 20 de setembro de 1977. A cidade, localizada
no delta do Rio Dvina, ao norte, fora construída para tornar a
Frota do Norte independente dos estaleiros do Mar Báltico e
servir como o principal estaleiro russo.
O oficial de vigia, um capitão-engenheiro de segunda clas-
se, notou um objeto brilhante parecido com uma estrela que se
movia rapidamente pelo céu, com trajetória norte-sul, em dire-
ção a Petrozavodsk e Leningrado. A estrela parecia estender-se,

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

transformando-se em uma fita longa e brilhante. Enquanto o


objeto voava sobre o oficial de vigia, ele pensou que aquilo se
parecia com um cilindro com uma das extremidades assimétri-
ca — era difícil precisar o tamanho, mas pela altitude em que
estava, deveria ser enorme. Além do cilindro, vieram também
outros objetos que, de longe, se pareciam com ervilhas. Esses
objetos menores não acompanhavam o cilindro, mas voavam
em direções variadas. O oficial vigia gravou todo o incidente no
registro do submarino. Descobriu-se que uma hora mais tarde o
mesmo objeto voou sobre Petrozavodsk.
O Fenômeno de Petrozavodsk, como o incidente ficou co-
nhecido, foi o que determinou a criação do programa secreto Setka,
que conduziu pesquisas sobre UFOs e funcionou de 1978 até 1991,
quando a União Soviética chegou ao fim. O programa teve dois
componentes básicos, o Setka-MO e o Setka-NA. O primeiro era
o braço militar nas pesquisas e, o segundo, era executado sob os
auspícios da Academia de Ciências. Porém, se o braço militar levou
o assunto muito a sério, o braço científico, na grande maioria das
vezes, tratou o assunto com pouco caso e de forma negativa.
Como parte do Setka-MO, a Instrução se tornou uma diretiva
oficial para a Marinha Soviética. Essa área do programa estava sob
os auspícios do Comitê Estatal Soviético de Controle Ambiental e
Hidrometeorológico e foi transmitido a todas as Forças Armadas
do país. A Instrução foi assinada pelo vice-comandante do quartel-
-general da Marinha, K. I. Saakyan, e pelo contra-almirante Mars
Iskanderov, e foi disseminada em toda a Frota do Norte. Ainda
veremos algumas menções a ela ao longo deste livro.
A Instrução assinada por Saakyan mencionava duas unida-
des militares nas quais os dados mais sérios sobre UFOs coletados
na União Soviética precisavam ser enviados imediatamente. Eram
elas a Unidade 67947, na cidade de Mitischi, próxima a Moscou,
e a Unidade 62728, em Leningrado. Os dados levantados foram

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Paul Stonehill e Philip Mantle

enviados para unidades especiais de pesquisa com foco em tra-


ços físicos de fenômenos anômalos, morte de militares — como
resultado de contato com fenômenos anômalos — e avarias ou
mau funcionamento de tecnologias.
Em 16 de janeiro de 1979, Ajaja levou a Instrução que ha-
via feito para as Forças Armadas Soviéticas até àqueles que foram
os responsáveis pelo treinamento dos cosmonautas do país. Foi o
cosmonauta V. Shatalov, vice-comandante da Força Aérea para
treinamento de cosmonautas, o destinatário da Instrução de Ajaja.
Os pesquisadores ufológicos russos independentes não sabem se
a Instrução foi adotada pelos cosmonautas, mas se sabe que foi
permitido a Ajaja fazer suas palestras sobre UFOs no Instituto de
Pesquisa Espacial Soviético e no Centro de Controle da Missão.
Em 1984, uma comissão central para fenômenos anôma-
los no meio ambiente foi estabelecida pela União de Todos os
Conselhos das Sociedades Técnicas Científicas. A comissão era
presidida por V. Troitsky, membro da Academia de Ciências da
União Soviética. Um de seus membros foi o cosmonauta Pavel
Popovich. Popovich, que desempenhou um papel importante na
comissão e lembrou, anos depois, que a maioria das informações
sobre fenômenos anômalos que a comissão recebeu veio de fontes
e pilotos militares, todos considerados pessoas de confiança, sãs e
saudáveis — alguns dos relatos eram muito sérios. Um deles foi
enviado por A. Golotikin, mecânico de Leningrado.
Em 1980, Golotikin trabalhara embarcado no Brilliant, uma
grade traineira refrigerada para pesca. Em 24 de janeiro, a embarca-
ção estava operando a aproximadamente 30 km da costa ocidental
do Saara, quando, logo no começo da tarde, às 13h00, Golotikin e
outros membros da tripulação viram um objeto em forma de cha-
ruto se movendo em direção à traineira, em completo silêncio e
em velocidade mais lenta do que uma aeronave normal. A equipe
observou o objeto pelos binóculos por 5 minutos a 7 minutos. Então,

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OSNIs: Os Incríveis Segredos dos Russos

quando o artefato se aproximou da embarcação, ele simplesmente


desapareceu, deixando as testemunhas atônitas.
Embora os objetos anômalos estivessem sendo gravados dentro
do secreto mundo soviético, pouco ou nada sobre o assunto circulava
fora daqueles círculos e a pesquisa ufológica era apenas um dos muitos
assuntos proibidos. Em 05 de agosto 1984, em uma entrevista para o
jornalista I. Mosin, do jornal Sotsialisticheskaya Industriya [Indústria
Socialista], Popovich corajosamente falou sobre essa realidade, afirman-
do que “hoje há uma grande compilação de observações de objetos
voadores e é hora de se entender com o que estamos lidando. Não há
nenhum sentido em se esconder a cabeça na areia, como avestruzes, e
continuar negando tudo. O inexplicável deve ser investigado”.
Foi somente nos últimos anos da União Soviética que a aber-
tura alcançou o mundo da pesquisa ufológica. Em sua brochura
Vnimaniye: NLO [Atenção: UFOs], Ajaja afirmou que a onda
ufológica de 1989, que ainda estava em curso em 1991, quando
foi publicada a brochura, havia varrido para longe as barreiras
ideológicas e de censura que haviam sido anteriormente impostas
à pesquisa ufológica dentro da União Soviética. No entanto, devido
aos anos de silêncio, o país estava totalmente despreparado para o
surto de avistamentos de UFOs e OSNIs que ocorria.
Com isso em mente, em 1990 Ajaja ajudou a organizar o
Soyuz UFO Tsentr [Centro Ufológico Soyuz], a primeira orga-
nização soviética pública e oficial de pesquisa ufológica. Ele se
separou de seu berço, a Academia Soviética de Ciências, porque
estava convencido de que aqueles que eram responsáveis pela
pesquisa ufológica dentro da instituição estavam dificultando uma
investigação genuína e imparcial do fenômeno. A desconfiança
de Ajaja foi confirmada anos mais tarde, quando a história do
Setka se tornou pública, ainda que de maneira incompleta, já
que ainda há informações escondidas e classificadas relativas
às atividades e descobertas do programa.

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Paul Stonehill e Philip Mantle

Vladimir Ajaja e Pavel Popovich desempenharam, ambos,


um papel importante na história da Ufologia Soviética. Provavel-
mente eles sabiam muito mais do que aquilo que revelaram em
seus escritos e entrevistas. Ajaja, por exemplo, foi o coautor de
um curioso livro intitulado Pesquisa Científica em Submarinos
[Nauka, 1966]. Na obra é mencionado de maneira breve o fato de
Ajaja ter realizado uma intrigante pesquisa na área de hidrobiolo-
gia, embora ele nunca tenha discutido que pesquisa fora aquela.
Assim, muito da pesquisa ufológica soviética e russa permanece
oculto até hoje e nós só podemos conjecturar sobre o que ainda não
veio à luz. Esperançosamente, algum dia saberemos mais sobre
isso. Não há dúvida, entretanto, que sem Ajaja e Popovich nós
estaríamos hoje muito menos informados do que estamos. Temos
para com os dois uma grande dívida de gratidão.

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