Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
EXPEDIENTE
Vetores&Pragas é uma publicação ISSN 1982 - 4262
quadrimestral da Associação Brasileira de
Controle de Vetores e Pragas - ABCVP
Av. Pastor Martin Luther King Jr, 126 Ano XXIII | Nº 56 | Dezembro de 2020
Torre 3000 - 14º andar - sala 1.504
Office Nova América - Del Castilho - RJ
Tels: (21) 2577-6433 / 3435-2477
abcvp@abcvp.com.br / www.abcvp.com.br VEM LOGO, 2021!!!
DIRETORIA
RUBEN BARAT
Presidente da ABVCP O ano de 2020 finalmente chega ao fim, e nunca ansiamos tanto
MARCOS MORAES por isso. Não há uma guerra declarada lá fora, no entanto muitos en-
Vice-presidente da ABVCP
frentaram, e ainda enfrentam, verdadeiras batalhas em seu interior,
CLAUDIO MELLO
Diretor administrativo da ABVCP seja pela solidão, crise financeira... não ouvimos rumores de guerra,
MARCELO CUNHA FREITAS mas de uma pandemia assoladora, a qual custamos a acreditar em seu
Biólogo, especialista no controle de Vetores
e Pragas e Diretor Técnico da ABCVP poder devastador.
FERNANDO MARQUES As aulas foram canceladas, o comércio fechado, uso de máscaras, ál-
Diretor financeiro da ABCVP
cool gel, distanciamento... Tivemos que nos isolar, engavetar sonhos,
CONSELHO EDITORIAL
MARCELO CUNHA FREITAS adiar projetos, comemorar sós, e até nos momentos de luto tivemos que
Biólogo, especialista no controle de Vetores chorar sozinhos, porque esse vírus nos tirou até o direito da despedida.
e Pragas e Diretor Técnico da ABCVP
06
JAIR ROSA
DUARTE
Ex Libris - O que é isso?
09
HOMENAGEM
A SERGIO VANIN
Importante entomólogo,
mestre e doutor, que
colaborou sobremaneira
com a Ciência.
20
CONTROLE DE
MOSQUITOS
O desconforto e
os riscos à saúde
associados aos
mosquitos.
24
PROBLEMAS
COM BARATAS?
Siga o (POP) para
edifícios residenciais.
4
ESPAÇO JAIR ROSA DUARTE
5
Figura 2. Ex Libris do Instituto Histórico, Geográfico e Figura 3. Ex libris do parasitologista Manuel Augusto Pi-
Genealógico de Sorocaba. rajá da Silva, em obra do acervo da biblioteca do Instituto
Botânico de São Paulo.
Fotografias e vídeos podiam ser reprodu- digital. O formato digital facilitou a obtenção
zidos múltiplas vezes a partir do acetato ori- de material bibliográfico e a organização de
ginal, com boa qualidade. Material em papel, bibliotecas online, de acesso mais fácil do que
entretanto, era mais difícil de copiar a partir do as congêneres do mundo físico.
original impresso, e as primeiras reproduções Apresento esse brevíssimo histórico para
foram as “fotocópias”, em que cada lauda ou lembrar que, no passado não distante, era
dupla de páginas abertas de um livro era foto- muito difícil obter ou copiar bibliografia
grafada e impressa em papel fotográfico, com técnica ou especializada em determinado
qualidade inferior à do original e a um custo tema. Ou se obtinha um original impresso
elevado. Mais tarde, surgiram processos mais em uma biblioteca, ou se localizava quem o
complexos de reprodução imediata e mais ba- possuísse, para então copiar esse material.
rata, gerando as cópias reprográficas, também Agora, a facilidade gerada pela informática
chamadas xerocópias. Finalmente, aparece- suscitou e ainda tem provocado discussões
ram os formatos digitais ou eletrônicos, com sobre a conveniência, ou não, de haver im-
boa qualidade e que acabaram por substituir ou pressão em papel, e mesmo sobre o futuro
conviver com os impressos. Dentre eles, o PDF das atuais bibliotecas de livros, periódicos
(“Portable Document Format”) é o mais aces- e outros impressos. Afinal, se tudo pode ser
sível em computadores, mas há outros padrões, digitalizado, para que manter bibliotecas e
próprios para outros tipos de leitores de mídia outros acervos de obras físicas?
6
aranhas, e podem embolorar ou mostrar
resíduos suspeitos de presença de insetos
xilófagos e outros. Às vezes, sem motivo
aparente, surge na capa ou lombada da-
quele livro muito apreciado uma mancha
ou risco, oriundo sabe-se lá de onde. Foi a
faxineira a autora do delito, ou o filho, ou o
gato? Como isso se deu, se o armário estava
fechado? A verdade é que raramente se des-
cobre o autor da proeza.
Houve uma época em que as coleções de
livros eram muito valorizadas. Não me re-
firo apenas às bibliotecas públicas ou ins-
titucionais, e sim às particulares. Quem
possuísse o seu conjunto de livros, fosse de
natureza especializada e voltado a determi-
nado tema, ou generalista, também gosta-
Figura 4. Ex libris pessoal, com o símbolo da Enfermagem.
va de personalizar os seus livros com a sua
marca, ou o fazia por necessidade, a fim de
Não vou entrar nessa discussão e abaixo explicarei dificultar o sumiço de alguma obra. Muitos
o porquê. Hoje também há diversas ferramentas de assinavam, ou ainda assinam os livros, para
pesquisa de publicações eletrônicas na forma de arti- determinar a sua posse e reduzir a chance
gos ou livros, as quais podem, com relativa facilidade, de serem levados, emprestados ou surru-
ser obtidas online e salvas no computador, para pos- piados, e nunca mais retornarem. Outra
terior leitura ou mesmo impressão em papel. forma de personalizar é aplicar um carim-
Eu sou um amante dos livros em papel, assim bo, que vale por chancela de propriedade,
como dos discos “long-play” e das antiquadas “fi- mas isso é mais usado em grandes bibliote-
tas magnéticas K7”. Ocorre que todos esses mate- cas públicas ou privadas, do que nas pesso-
riais, ainda que obsoletos e volumosos, o que acar- ais. Porém, muitos reprovam esses tipos de
reta algum desconforto para armazenar, podem ser sinais de posse, por serem grosseiros e irre-
manuseados, olhados sob diversos ângulos, chei- movíveis. Há, entretanto, uma forma mais
rados, ouvidos em seus estalidos ou entrechoques, elegante de identificar o dono da obra, que
empilhados, enfim, eles ocupam espaço físico e se é afixar nela uma etiqueta, que é o Ex libris,
tornam quase um membro da família, que às vezes um logotipo padronizado do proprietário,
nos requisita o olhar e envelhece ou deteriora se não que pode ser um órgão público ou privado,
for bem cuidado. Livros impressos são assim, eles ou uma pessoa.
estão lá parados, mas volta e meia exigem ser fo- Ex libris é uma expressão latina que sig-
lheados, ou simplesmente abertos ou mudados de nifica “dos livros de”, ou seja, indica que o
lugar. Não há como serem ignorados, pois eles são livro é “da biblioteca de”. Essas etiquetas
peças que acumulam poeira e teias de minúsculas são comumente confeccionadas com papel
7
fino, de boa qualidade e preferivelmen- do Itamaraty e no Ministério das Relações
te neutro (sem acidez), e afixadas com Exteriores, em Brasília, e na Academia
cola neutra de metil-celulose ou outra, Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro.
na face interna da capa, ou ainda na folha Em nosso país, os Ex libris floresceram
de guarda ou de rosto. São geralmente re- até a década de 1950, depois declinando
tangulares ou quadradas, embora possam com os livros, que passaram a ser menos
ter outro formato, e adornadas com ilus- valorizados no acervo das famílias. Nas
trações ou elementos alegóricos ao gosto décadas de 1940 e 1950, foram fundadas
do proprietário, idealizados por ele ou en- a Sociedade de Amadores Brasileiros de Ex
comendados a um artista ou perito nessa Libris, a Sociedade Paulista de Ex-libristas,
arte. A maioria utiliza traços pretos, mas o Clube Internacional de Ex Libris, a Asso-
há também as coloridas. O tamanho mais ciação Brasileira de Colecionadores de Ex
comum não ultrapassa os 7 cm e serve Libris e o Grêmio de Ex Libris de Vila Isabel,
para a maioria dos livros, mas há menores que promoveram exposições e estimu-
e outras bem maiores. Enfim, é a predile- laram essa arte. Alguns artistas se des-
ção do proprietário que determina o tema, tacaram na sua produção. Todas essas
a cor, a decoração, o formato e o tamanho agremiações se extinguiram. Atualmen-
do Ex libris. Comumente o bibliófilo usa te, os Ex libris só não desapareceram por
um modelo, embora haja quem confeccio- completo entre nós porque algumas ins-
ne vários, para diferenciar os diferentes tituições públicas ou privadas, e alguns
itens temáticos da sua biblioteca. Também proprietários de bibliotecas pessoais,
há modelos genéricos e quem os adquire ainda os conservam.
acrescenta o seu nome ou assinatura. Assim como as coleções de selos, mo-
No passado, essas etiquetas eram co- edas e outras, as de Ex libris também po-
muns e diversificadas, uma arte em mi- dem nos levar a uma viagem cultural, ao
niatura para expressar a profissão ou os se pesquisar os elementos gráficos utiliza-
interesses do proprietário. Assim, elas dos na sua confecção por área temática ou
acabaram por ganhar valor próprio e sur- contexto artístico, e a elucidar a trajetória
giram colecionadores de Ex libris, que os percorrida por um livro ou acervo literário,
buscavam e juntavam para trocas e ex- até se situar no atual destino. É um ele-
posições temáticas, como também se faz mento que está ligado à história e cultura
com selos postais e moedas. Há várias as- de um povo e seu estudo proporciona de-
sociações no mundo, que promovem ex- leite e conhecimento.
posições, reuniões e troca de informação.
No Brasil, um grande colecionador foi o
Barão do Rio Branco (José Maria da Silva
Paranhos Júnior, 1845-1912), diplomata
no Segundo Reinado e nas duas primei-
ras décadas do período republicano. Par-
Luiz Roberto Fontes
tes dessa grande coleção estão no Palácio é biólogo (entomólogo) e consultor.
8
HOMENAGEM
9
Figura 2. Excursão de coleta em Peruíbe, 1981, com Cleide Costa,
Sonia Casari e Luiz R. Fontes.
10
Figura 4. Departamento de Zoologia, na bancada
de trabalho, 03/02/2016.
11
SAÚDE PÚBLICA
Imóveis desabitados:
Secretaria da Saúde e imobiliárias
se unem para o controle do mosquito
Aedes aegypti
Por Lúcia Antônia Taveira; Cássia Aparecida Jorge D’Antônio; Fábio Henrique Di Felippo;
Irma de Jesus Galego Lázaro; Joana D’Arc Alves Silva de Aguiar; Maria das Dores Gonçalves Viana;
Rodrigo Lino de Matos; José Augusto Gardim; Luiz Roberto Fontes
12
lógicos, para assessorar a equipe e mesmo reali- principais dificuldades encontradas pelos agentes
zar ações de controle com maquinários e viaturas. são os imóveis desabitados, que estão fechados
Após esse período, o município foi estrutu- para venda ou locação. Quando localizados, esses
rado com recursos humanos e equipamentos, imóveis são anotados nos boletins, com endereço,
e mesmo assim vivenciou várias epidemias de nome da imobiliária e telefone para contato, de
dengue, com número expressivo de doentes em acordo com os cartazes neles afixados.
todas as classes sociais. A importância dos imóveis desabitados é que
Com a chegada de mais duas viroses, Chikun- eles são focos permanentes de mosquitos, ina-
gunya e Zika, transmitidas também pelo mos- cessíveis aos agentes de controle e a transmissão
quito Aedes aegypti, a situação da saúde pública da doença se faz no seu entorno (Figura 1).
municipal tornou-se mais preocupante, conside-
rando que o mosquito vetor possui hábito urbano Imóveis desabitados-Um problema difícil
e domiciliar e se desenvolve em locais com água
parada, demonstrando que a transmissão das três Como exemplo, tomamos o ano de 2013 na área
doenças pode ocorrer dentro dos imóveis. 6 (Distrito Central), onde estavam ocorrendo ca-
O Município de Ribeirão Preto possui 278.881 sos confirmados de dengue. Os Agentes de Com-
imóveis e está dividido em 26 áreas, que são prio- bate às Endemias realizaram todas as medidas de
rizadas para serem trabalhadas de acordo com a controle na área, mas não conseguiram bloque-
situação entomológica e epidemiológica, para re- ar a transmissão. Assim, a equipe de Informação
duzir a infestação do mosquito e interromper a Educação e Comunicação (IEC) realizou ativida-
transmissão. Quando uma área é trabalhada, to- des educativas em todos os componentes sociais
dos os imóveis existentes devem ser vistoriados da área (escola, igrejas, creche, indústria etc.),
na parte interna e externa, para eliminação dos com objetivo de estimular a população para ado-
possíveis criadouros através de medidas de con- tar como rotina as medidas de controle. Ainda as-
trole mecânico e químico. No entanto, uma das sim, o resultado esperado não foi alcançado.
13
Foi quando a equipe IEC realizou vistoria nos imó-
veis desabitados para venda ou locação e o resultado foi:
- 47 imóveis vistoriados.
- 5 imóveis positivos com foco de mosquito
Aedes aegypti.
- Nestes últimos, 29 criadouros com larvas fo-
ram eliminados.
Dos 47 imóveis vistoriados, em três havia mato
alto e grande quantidade de objetos espalhados
na área externa, além de outros locais de acúmu-
lo de água contendo larvas de mosquito, que fo-
ram coletadas para identificação em laboratório.
Os principais criadouros encontrados nos imóveis
desabitados foram: vasos sanitários, ralos exis-
tentes na área interna e externa, objetos jogados
ao relento, piscinas, sacos plásticos, calhas, cai-
xas de passagem no solo, e vazamento hidráulico.
Durante a vistoria, a equipe realizou o bloqueio
dos criadouros (Figura 2). Figura 2. Ação de Agente de Combate às Endemias,
bloqueando criadouro externo.
Com esse resultado, as imobiliárias foram no-
tificadas para que fizessem contato com os pro-
prietários e eles realizassem a limpeza no prazo
de 10 dias, removendo mato e entulho. Após esse
prazo, nova vistoria nos mesmos imóveis mos-
trou resultado satisfatório (Figuras 3-4).
Porém, a equipe incumbida de vistoriar os
imóveis desabitados havia enfrentado grande di-
ficuldade para fazer os contatos e obter permis-
são para adentrar os imóveis:
- Localizar os proprietários de imóveis não ca-
dastrados em imobiliárias, especialmente os re-
Figura 3. Situação de imóvel ao ser vistoriado. Proprietário notificado.
sidentes em outros municípios.
- Distância entre a imobiliária e o imóvel a ser
vistoriado, com a consequente demora para obter as
chaves, executar o trabalho e devolver as chaves no
mesmo dia. Essa condição fez com que poucos imó-
veis fossem vistoria dos em cada dia de trabalho.
- Alguns imóveis estavam abandonados e inva-
didos por andarilhos e dependentes químicos, com
grande quantidade de objetos ao relento, mato alto
e condições favoráveis para proliferação de mos-
quitos, ratos, escorpiões e outras pragas urbanas. Figura 4. Situação do mesmo imóvel após limpeza.
14
Estas condições tornavam a
operacionalização do trabalho
muito lenta, comprometendo as
ações de controle em outras áreas.
Imóveis desabitados
A solução do problema
15
A população não é encorajada a utilizar
inseticidas no controle, pois essa é uma
atribuição do Poder Público Municipal e
das empresas de controle de pragas. Entre
os produtos alternativos, recomenda-se o
uso de cloro e sal de cozinha, em dosagens
proporcionais ao volume hídrico a tratar
(Figuras 9-10).
A tabela anexa mostra o resultado das
últimas vistorias no município, momenta-
neamente interrompidas devido à pande-
mia por Covid-19.
16
17
Figura 10. Orientações sobre o uso de sal de cozinha. Figura 9. Orientações sobre o uso de cloro.
Figura 11. Código Sanitário Municipal: vetores e animais sinantrópicos.
18
O diagnóstico ambiental também é pelo profissional de controle de pragas,
importante para o controle de outros cuja atividade é essencial na manutenção
mosquitos, os quais, se não transmitem da sanidade urbana, pode ser decisivo no
doenças, podem causar grande transtorno conjunto de medidas de controle, quando
à população e seus criadouros são mais re- envolve a aplicação de produtos químicos,
motos e de eliminação mais difícil. Nesses conforme se discute no artigo“Controle de
casos, o diagnóstico ambiental realizado mosquitos”, neste número da V & P.
AUTORES:
Lúcia Antônia Taveira Cássia Aparecida Jorge Fábio Henrique Irma de Jesus Galego
D’Antônio Di Felippo Lázaro
19
MANEJO INTEGRADO
Controle de mosquitos
Por Carlos Vagner Peçanha
20
tionado e avaliado como insa-
tisfatório. Por isso é fundamen-
tal que o trabalho só inicie após
uma análise prévia da situação
e a determinação de padrões
aceitáveis a serem alcançados.
Uma vez que foi acordado com
o cliente um patamar de medição
e redução, nós podemos começar
a planejar e desenvolver um sólido
programa de controle de mosquitos.
Todo programa de contro-
le de mosquitos deve considerar
que boa parte do ciclo de vida
do mosquito se dá no criadouro
onde as larvas se desenvolvem,
que é no meio aquático, e por
isso mesmo elas são mais fáceis
de encontrar do que os adultos.
Não há como fazer um programa
de controle sem considerar ou
incluir os criadouros.
Cabe lembrar também que Como controlar A primeira e mais importante
normalmente os problemas de ação é encontrar e mensurar as
infestação por mosquitos são Para começar a falar de con- fontes de infestação, que podem
amplos, pois eles normalmente trole profissional de mosquitos ser lagos, açudes, piscinas desa-
se originam de locais distantes e a primeira coisa a ser comen- tivadas, ferro-velhos, córregos e
vêm aos locais de convívio huma- tada é a necessidade de alinhar mesmo margens de rios e repre-
no atraídos por estímulos como as expectativas do cliente à re- sas. Cabe ao profissional de con-
iluminação, dióxido de carbono alidade da situação. É mais que trole de pragas proceder à iden-
(CO2) e aromas. Por isso mesmo, normal que, mesmo após se tificação dos mosquitos-alvo e,
só conseguimos tratar com efi- obter um controle de 90% de com isso, identificar criadouros
ciência a partir de ações amplas, mosquitos, o cliente não fique e até rotas de infestação. Não é
ou seja, voltadas a condomínios, satisfeito. Imaginando um clu- incomum o emprego de peixes
bairros e regiões da cidade. be ou condomínio, mesmo que o larvófagos para auxiliar no con-
Antes de falarmos de tra- profissional de controle de pra- trole de forma natural.
tamentos e estratégias vamos gas atinja 90% de eficiência no Uma vez identificado o cria-
primeiro conhecer um pouco as controle, combinando técnicas douro é hora de procurar qual é
principais espécies de mosquitos e adaptando as estratégias ao a melhor alternativa de controle.
incômodos e suas características ambiente, basta que um ou dois Pode ser com larvicidas (bioló-
importantes na tabela anexa, usuários ou residentes recla- gicos ou químicos) ou com pro-
preparada pelos doutores Delsio mem que foram picados, para dutos que criam uma película na
Natal e Luiz Roberto Fontes. que todo o resultado seja ques- superfície da água, a qual impede
21
a respiração das larvas (exceto das larvas que res- Para o controle químico é importante conside-
piram via aerênquima de plantas aquáticas). Muitas rar o horário ideal de tratamento, o sistema de apli-
vezes é possível empregar ações de controle alte- cação a ser empregado e o alvo (adultos ou larvas).
rando a estrutura do criadouro, como drenagem e Para o controle de mosquitos adultos podemos
manejo da vegetação aquática e marginal, para bai- empregar tratamentos de superfície, em que as
xar o nível de infestação. paredes recebem produtos de longo residual, es-
Na aplicação de larvicidas temos que conside- pecialmente em áreas como varandas, alpendres e
rar se o criadouro tem fluxo de água permanente decks de madeira. Estes tratamentos são realiza-
ou se é uma coleção de água estática abastecida por dos com pulverizadores ou atomizadores.
chuvas ou registros. Sempre que tratamos corpos Também em muitos casos é possível empregar
de água que fluem é nas margens, vegetação e re- o controle espacial de mosquitos adultos com apli-
mansos que temos que focar e com isso calcular as cação por termonebulização (FOG/Fumacê), Ultra
doses a serem empregadas. Quando enfrentamos Baixo Volume (UBV) e Aerossóis com temporizador.
criadouros de água corrente, como os de borrachu- Antes de explicar as diferenças de cada método, é im-
dos, o cálculo correto da vazão é indispensável para portante salientar que em algumas cidades e estados
calcular a dose a ser empregada. o emprego de tratamentos especiais para controle de
Atualmente os larvicidas a base da bactéria mosquitos adultos é regulado ou até mesmo proibi-
Bacillus thuringiensis e dos hormônios regulado- do pela autoridade sanitária. Assim, cabe ao profis-
res de crescimento oferecem uma excelente re- sional de controle de pragas buscar essa orientação
lação de eficiência e segurança para o ambiente na vigilância sanitária e de vetores de sua cidade.
e as pessoas. Resumindo bastante, as aplicações espaciais
Após a atenção aos focos de criação, passamos a têm características e formação de gotículas dis-
atuar na exclusão dos adultos, ou seja, orientar o tintas, mas se destinam a levar a calda inseticida
cliente a instalar telas milimétricas nos locais ade- ao encontro do mosquito em voo ou pousado em
quados, para dificultar o acesso dos mosquitos até seu ponto de descanso. Todas as aplicações espa-
as vítimas. É fundamental que sempre seja consi- ciais são temporárias e visam criar uma “nuvem”
derado o impacto da instalação de telas no fluxo de que vai se dispersar em alguns minutos por evapo-
ar, pois caso elas causem desconforto térmico por ração ou precipitação das gotículas.
impedir a circulação de ar, teremos a tão conheci- O tamanho das gotículas varia e elas serão mais
da prática de portas e janelas teladas abertas cons- efetivas conforme o inseto-alvo e as característi-
tantemente e permitindo a entrada de mosquitos. cas do ambiente. Há uma sobreposição nos tama-
Como exclusão, podemos também considerar nhos de gotas e por isso se foca no processo de for-
o emprego de lâmpadas menos atrativas (amare- mação, conforme elucidado a seguir, ao invés do
las), pois a iluminação é um dos atrativos que tem tamanho das gotículas para essa classificação.
maior alcance. A vegetação junto às edificações e Na termonebulização as gotas são formadas
acessos também ajuda a aumentar a infestação ao pela velocidade de expansão da calda ao entrar
criar ambientes sombreados e pontos de descanso em contato com uma superfície ou fluxo de gases
para os mosquitos. muito quente. Uma parte da calda vai se vaporizar
Na prática, muito do controle de mosquitos é manejo em milissegundos e nesse processo acaba criando
do ambiente e apenas uma parte é o controle em si. micro-explosões que carregam partes da calda que
Por fim vamos falar sobre as medidas de con- ainda está liquida e vai formar gotículas. Quanto
trole químico e o uso de armadilhas de captura. mais quente e mais rápido esse processo, menores
22
serão as gotículas. A termonebulização de calda a um patamar satisfatório de controle. Por isso, é
base de óleos cria uma névoa branca densa e muito importante o levantamento (coleta), a identifi-
visível que persiste mais no ambiente e se espalha cação das espécies e o emprego de um programa
aos poucos, comprometendo a visibilidade e com de controle amplo e bem embasado tecnicamente.
isso até a segurança para motoristas e transeun- Apenas diminuir o intervalo entre os tratamentos
tes, exigindo cuidado redobrado ao ser utilizada. espaciais não vai resolver o problema e ainda fa-
No UBV temos vários tipos de processos de for- vorece o surgimento de resistência contra os inse-
mação de gotículas, mas basicamente é um processo ticidas empregados.
físico em que a velocidade do fluxo de ar, ao encon- Propositalmente não abordamos o controle
trar a calda, cria mini turbilhões que fragmentam a de vetores nas demandas da saúde pública, por
calda em gotículas. Também existe o processo que se tratar de uma responsabilidade do poder pú-
forma as gotículas por ultrassom. O que todos esses blico e que deve ser executada com a sua coope-
processos têm em comum é a ação de forças dinâ- ração ou parceria.
micas sem o emprego da temperatura (calor) como Para finalizar, cabe destacar que a atividade
agente da formação das gotículas. de controle de pragas urbanas é muito técnica e
Na formação dos aerossóis temos um choque de requer profissionais do ramo para ser executada.
pressão que faz com que a solução inseticida pre- Orientações de balcão ou palestras de 45 minutos
mida e com gases dissolvidos dentro da embala- não conseguem passar o volume mínimo necessá-
gem, ao ser exposta à pressão ambiente, libere os rio de informações, nem o raciocínio para formar
gases que lá estavam e passe para o estado gasoso um técnico. Hoje temos cursos de pós-graduação
em milissegundos. Isso gera mini-explosões da so- e especialização na USP, UNESP, FIOCRUZ e Uni-
lução, produzindo gotículas que vão pairar pelo ar. versidade Espírita do PR, que formam dezenas de
O emprego de armadilhas de captura tem cres- profissionais com capacidade de preparar progra-
cido muito nos últimos anos, pois ajuda no contro- mas consistentes e seguros de controle de mos-
le e pode ser uma excelente ferramenta para medir quitos. Se sua empresa não conta com um quadro
os resultados do controle. Há modelos domésticos técnico com formação para atender a estas de-
com ventoinhas para captura e modelos profissio- mandas, procure um consultor ou sua associação
nais com liberação de CO2, o qual é um forte atra- para saber como e onde qualificar sua empresa e
tivo para mosquitos. Existem empresas que ba- serviços. Controlar mosquitos não é simples, não
seiam boa parte de seus programas de controle de deve ser barato e pode ser uma excelente oportu-
mosquitos no emprego dessas armadilhas. nidade para empresas qualificadas.
Uma vez que esclarecemos os tipos de apli-
cação, cabe lembrar que apenas inseticidas re-
gistrados para controle de mosquitos podem ser
usados para esse fim. Nos rótulos, fichas técnicas
e suporte dos fabricantes é possível obter as in-
formações necessárias para fazer o uso adequado
desses produtos.
É importante fazer uma ressalva. Por serem
insetos de alta mobilidade, as ações de controle Carlos Vagner Peçanha
é biólogo e Presidente da FEPRAG/Federação
voltadas apenas aos adultos, sejam elas de super- das Associações de Empresas de Controle de
fície ou espaciais, muito dificilmente vão atingir Vetores e Pragas.
23
CONSULTORIA
Resolvi escrever essa matéria sobre 2- O segundo item do POP será iden-
controle de baratas, porque tenho ob- tificarmos unidades com moradores
servado que não são poucas as pergun- idosos, crianças, pessoas alérgicas ou
tas que chegam a mim sobre o tema. acometidas com algum tipo de doença
Portanto discorrerei a seguir sobre ou cirurgia.
alguns pontos e dicas importantes.
Desinsetização em um prédio resi- 3- Já de posse do quadro de morado-
dencial como deve ser o procedimento? res em mãos, dos locais de infestação,
devemos escolher os defensivos (inse-
1- O primeiro item do POP sempre será a ticidas) que iremos utilizar para cada
identificação da espécie (taxonomia). Se tipo de infestação. Inseticidas e me-
na identificação detectamos infestações todologias diferenciadas deverão ser
de periplaneta americana nos esgotos, adotadas exclusivamente pelo técnico
nas lixeiras dos andares encontramos responsável e não pelo dono da em-
blatella germânica, e também nos por- presa dedetizadora. Ser dono de uma
tais, e há queixa dos moradores sobre a dedetizadora não habilita ninguém a
presença de ambas, certamente as duas prescrever o inseticida adequado aque-
espécies já adentraram nas unidades. le tipo de ambiente, sua habilitação é de
empresário, empreendedor. Fazendo
Periplaneta Americana Blatella Germanica
uma analogia bem simples é como se o
dono de um hospital, que não é médico,
é apenas empresário, prescrevesse me-
dicação a seus pacientes.
24
4- A desinsetização otimizada e ide-
al deve ser iniciada pelo último andar,
de cima para baixo. Sim, pois dessa
forma, além de eliminarmos algumas
baratas, estaremos forçando também
a descida das fugitivas.
25
5- Observe que somente agora iremos Começamos com a barreira quími-
desinsetizar a rede de caixas de esgo- ca, ou seja, vamos realizar um “em-
to e gordura no térreo. As baratas que poçamento” de inseticida em volta
lograram êxito na fuga, no controle das tampas dos bueiros para que as
de cima para baixo, estão agora refu- fugitivas se impregnem com o mes-
giadas no térreo. mo, caso tentem fugir.
26
da atomização. Então, sucessivamen-
te, todas as caixas de esgoto e gordu-
ra serão tratadas dessa forma.
27
não procuram infestação, não se pre-
ocupam com a saúde dos moradores,
e ainda menos com o meio ambiente
(fauna e flora).
28
29
COMPORTAMENTO
OS ESCORPIÕES Mais
Venenosos do Mundo
30
Com isso, podemos definir que as pragas são As espécies conhecidas mais
animais, microrganismos ou qualquer coisa/situ- venenosas do mundo
ação que causa algum tipo de prejuízo à saúde das
pessoas ou serem prejudiciais à saúde das edifica- Leiurus quinquestriatus - Temos aqui a espécie co-
ções e todas elas podem provocar danos irrepará- nhecida como “assassino rastejante” ou simples-
veis tanto às pessoas como às edificações. mente “escorpião palestino amarelo”, considera-
Com o desmatamento de algumas regiões, pro- do o mais venenoso do mundo. Habita a África e
movendo o seu desalojamento, vem sendo cada Oriente Médio.
vez mais comum o avanço de escorpiões para os
centros urbanos. Além disso, a urbanização provo-
ca a produção de ambiente favorável para a sua so-
brevivência tais como acúmulo de lixos, a alimen-
tação fácil (por exemplo: baratas) e a escassez de
predadores naturais, facilitando a sua reprodução
desordenada e fazendo com que este torne-se uma
terrível praga urbana.
31
Centruroides vittatus - Espécie comum no sul dos Evitando os escorpiões
EUA e no México. Os adultos não crescem mais de
7 cm e duas linhas escuras passam pelo abdômen Como sabemos, detectam alguns produtos quí-
amarelado, por isso é fácil identificá-los. Milha- micos devido a presença de quimiorreceptores em
res de pessoas sofrem com mordidas desta espécie seu corpo. Por esse motivo, a utilização de pro-
anualmente. dutos não indicados para a sua eliminação pode
provocar diversos acidentes, visto que promoverá
o seu desalojamento e irritação quando o animal
detectar a substância química.
Sendo assim, o controle de escorpiões só deverá
ser realizado por profissionais bem treinados, que
saberão utilizar de forma correta os produtos dis-
poníveis no mercado e que melhor se aplicam para
o controle deste tipo de praga, além da melhor for-
ma de aplicação e dosagem.
Figura 3. Centruroides vittatus. (Foto de Gray Lasley. Diponível em:
http://greglasley.com/nonBirds/stripebarkscor.html)
Além dos tratamentos químicos, é de respon-
sabilidade do controlador, orientar o seu cliente
Tityus serrulatus - Temos aqui o nosso tão conhecido quanto as medidas preventivas que auxiliarão no
escorpião amarelo, que se distribui em todo o território controle efetivo da praga, visando à eliminação de
brasileiro. Alguns pesquisadores o consideram como locais que possam propiciar o abrigo, acesso e a
sendo a terceira espécie mais venenosa do mundo. atração. Manter jardins e quintais limpos, evitar o
Umas das curiosidades da espécie, é que sob acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico,
condições de calor e alimentados, realizam um material de construção nas proximidades, manter
processo chamado de “partenogênese”, que é a vegetação sempre aparada, sacudir roupas e sa-
capacidade de se reproduzir sem a necessidade de patos antes de usá-los, vedar soleiras de portas e
haver um casal (macho e fêmea), onde todo indiví- janelas ao escurecer, usar telas em ralos de chão,
duo adulto pode parir entre 30 indivíduos. pias e tanques e combater a proliferação de bara-
Até pouco tempo acreditava-se só existirem fê- tas, são algumas dessas medidas que devem ser
meas, porém uma descoberta recente, revelou uma repassadas aos clientes.
colônia com a “divisão de gêneros” machos e fê- Lembre-se, somente através da integração de
meas e reprodução por meio de sexo entre os casais. diferentes ferramentas de controle, de maneira
planejada e em harmonia, é possível realizar ade-
quadamente o manejo de uma praga. E você, pro-
fissional capacitado, deve se atualizar constante-
mente para que sempre possa orientar o seu cliente
de forma adequada e de maneira responsável.
32
33
MEIO AMBIENTE
34
Atividades públicas no MONA
Cagarras
35
Os ambientes insulares são os que mais
sofreram invasões biológicas. As aves ma-
rinhas são um dos grupos mais ameaçados
com a presença de ratos, isso porque eles
predam os ovos e os filhotes dessas aves.
Os ratos e ratazanas, espécies do gênero
Rattus, são originários da Ásia e considera-
dos espécies exóticas invasoras no Brasil.
No MONA Cagarras, relatos de pescadores
já indicavam a presença desses roedores
na Ilha Comprida. Em 2018, através de ar-
madilhas fotográficas, e logo depois, em
2019, através de capturas, comprovamos
a presença de Rattus cf. norvegicus na UC.
Atualmente, o Projeto Ilhas do Rio (http://
ilhasdorio.org.br/), em sua fase IV, realiza o
diagnóstico de mamíferos terrestres nati-
vos e exóticos do MONA Cagarras, incluindo
os morcegos. O projeto está em andamento
e até agora a ocorrência de ratazanas só foi
confirmada na Ilha Comprida, sendo esta a
que mais sofre com a presença de embarca-
ções e visitantes na área terrestre.
Roedores (especialmente do gênero
Rattus spp.) podem ter sido os vertebra-
dos mais amplamente introduzidos, por
acompanhar os seres humanos em nossa Fragatas na Ilha Redonda
história de dispersão global. Os impactos
negativos dessas espécies em biotas na- -marrons da América do Sul, com popu-
tivas, especialmente em ilhas, já foram lações de milhares de indivíduos.
diversas vezes reportados. Como fala- Além dos efeitos sobre as aves, a predação
do anteriormente, esses mamíferos têm de sementes pelos ratos introduzidos pode
grande impacto nas populações de aves reduzir substancialmente o recrutamento
marinhas e estão presentes em mais de de algumas espécies de plantas, alterando
90% de todas as ilhas do mundo. Alguns assim os habitats. Já foi demonstrado que
dos principais efeitos dos ratos, no nível ratos exóticos consomem e dispersam fun-
do ecossistema, ocorrem porque eles po- gos que, por sua vez, facilitam a invasão por
dem eliminar aves marinhas e, portanto, espécies exóticas de plantas, podendo ter
nutrientes e distúrbios físicos associados efeitos imprevistos ainda mais negativos.
ao guano depositado por essas aves. Vale Dada a ampla gama de interações atribuída
lembrar que o MONA Cagarras abriga uns a esses roedores, efeitos diretos e indiretos
dos maiores ninhais de fragatas e atobás- se seguiram à invasão de novos locais.
36
Ilha Comprida
37
altos custos de erradicação. Devido à proximidade
com o continente e a frequência de embarcações
no entorno do MONA, estudos prévios, como este
que está sendo realizado pelo Instituto Mar Aden-
tro e a empresa Piper 3D, sob curadoria técnica do
WWF-Brasil, patrocínio da Associação IEP e JGP,
contando com as parcerias institucionais do ICM-
Bio, Museu Nacional-UFRJ, Colônia de Pescadores
Ilha das Palmas, Ilha Cagarra, Cristo e Pao de açúcar de Copacabana Z-13, UERJ e FIOCRUZ, precisam
vistos da Ilha Comprida ser desenvolvidos para subsidiar o controle, ma-
38
BOAS PRÁTICAS
Biologia e metodologias
de controle de moscas
urbanas (Dipteras)
Por Roberta Arraes
As moscas pertencem ao reino animal, a clas- (passagem do conteúdo do estômago para a boca
se Insecta e a um dos grupos mais importantes da de forma involuntária, sem esforço e sem ejeção
Ordem Diptera (do grego di= duas e pteron = asas, do conteúdo alimentar).
devido às asas posteriores serem modificadas em Insetos bastante ativos durante o dia, durante a
forma de halteres e funcionarem apenas como es- noite eles repousam. Apresentam atração pela luz UV.
tabilizadores de voo), esta ordem é a quarta mais As moscas são insetos sinatrópicos, ou seja, têm
diversa pertencente à classe dos insetos. Apresen- a capacidade de adaptação às condições ecológicas
tam metamorfose completa, ou seja, fase de ovo, criadas pelo homem, utilizando estas para abrigo,
larva, pupa e adulto. alimentação e proliferação. Existem milhares de es-
As moscas podem ser reconhecidas facilmente pécies de moscas, porém, a seguir vamos abordar
por causa da cabeça móvel e os olhos facetados. as principais espécies que habitam o meio urbano e
Algumas possuem aparelho bucal com capacida- suas metodologias de controle:
de de absorver líquidos enquanto outras possuem
aparelho bucal do tipo picador.
Alimentam-se de matéria orgânica em decom-
posição, entre elas açúcares, frutas, entre outros.
Só ingerem alimentos líquidos ou pastosos, para
isso lançam uma substância (saliva) sobre eles
para dissolvê-los e conseguir ingerir.
As moscas são consideradas vetores mecânicos
de diversos microrganismos patogênicos e elas
podem carregá-los em todo o exoesqueleto, inclu-
sive nas pernas, asas e peças bucais (MARICON et
al. 1998). Internamente, os microrganismos po- Fonte: Deposiphotos
dem se alojar no aparelho digestivo, sendo elimi-
nados através dos excretas ou de partículas regur- Musca domestica: Chamada popularmente de mosca
gitadas constantemente (GREENBERG, 1973). As doméstica, frequente nos domicílios urbanos. Apre-
moscas têm a capacidade de permitir que os orga- sentam coloração acinzentada com faixas longitudi-
nismos patogênicos passem por seu trato diges- nais mais escuras no tórax. Envolvidas na trans-
tivo sem serem alterados, podendo assim serem missão de mais de 100 patógenos, como vírus,
depositados nos alimentos durante a regurgitação bactérias, protozoários e ovos de helmintos.
39
A fêmea quando fecundada procura resíduos
orgânicos em decomposição para a realização da
postura, colocam de 20-50 ovos agrupados por
postura, totalizando de 350-900 ovos durante o
ciclo de vida. O ciclo médio de vida (ovo-adul-
to) leva em torno de 10-25 dias, dependendo das
condições do meio ambiente. Os adultos vivem
de 10 a 25 dias. Utilizam como substrato para a
reprodução alimentos açucarados, carne, excre-
mentos, matéria orgânica em decomposição e Fonte: Wikipédia
meios em fermentação.
Drosophila spp.: Popularmente chamada de mos-
ca-de-frutas, mosca-da-banana ou mosca do vi-
nagre, possuem os olhos vermelhos, são amarela-
das e tem receptáculo ventral relativamente longo,
testículos espiralados medianamente longos. Es-
tes insetos estão relacionados a locais com condi-
ções higiênico sanitárias deficientes, devido a isso
existem relatos desses insetos ligados a doenças
como diarréias e outros desconfortos abdominais.
A fêmea fertilizada pode pôr até 500 ovos por
ciclo. Os adultos vivem de 8 a 10 dias. Têm prefe-
rência por matéria orgânica em decomposição ou
Fonte: Wikipédia
fermentação. Cerveja e vinho são excelentes atra-
tivos para essa espécie de mosca.
40
tamento de esgoto e bueiros. Elas podem ser car- produtos químicos. Para entender de forma mais
regadas pelo vento a distâncias superiores a 2 Km. clara vamos abordar as medidas preventivas, cor-
As fêmeas depositam até 200 ovos em superfícies retivas e de controle químico.
gelatinosas nos ralos e canos de esgoto. Os inse-
tos adultos vivem de 8-10 dias. Estas moscas não Medidas Preventivas
picam e não mordem, mas podem ser um vetor
importante de microrganismos patogênicos, uma São medidas que visam minimizar a atrativi-
vez que vivem em locais com materiais degrada- dade de moscas:
dos, estão intimamente ligadas aos riscos de in- -Eliminar ofertas de alimentos e/ou mantê-los em
fecções hospitalares e casos de bronquite asmáti- recipientes fechados;
ca, devido a inalação de ar contendo fragmentos -Eliminar possíveis fontes de umidade;
de insetos desintegrados. -Recolher restos de alimentos, fezes de animais e
qualquer outro tipo de lixo, mantendo-os em reci-
Controle pientes fechados;
-Dispor o lixo para coleta pública somente nos ho-
Toda vez que falamos de controle de pragas é rários e dias certos de recolhimento;
muito importante pensar no “Controle Integrado -Limpar diariamente os locais de refeição e preparo
de Pragas - CIP”, que consiste em um conjunto de de alimentos;
medidas preventivas e corretivas, além do contro- -Desobstruir canaletas que retenham resíduos orgâni-
le químico, o objetivo do CIP é minimizar o uso de cos e sirvam de atrativo para a proliferação de moscas.
41
Medidas Corretivas ger a área desejada, lembrando que deve-se
considerar a área de abrangência recomenda-
São medidas que visam impedir o acesso dos in- da pelo fabricante. O tipo de armadilha mais
setos às áreas edificadas, entre elas estão: recomendada para áreas internas são as com
-Portas automáticas, com sensores para fecha- placas adesivas, porém deve-se ter o cuidado
mento automático; em áreas com grande quantidade de pó, pois
-Cortinas de ar com ajuste de pressão e do fluxo do vento; esse fator pode influenciar no tempo de efici-
- Telar janelas; ência da placa instalada. As armadilhas devem
- Portas abre-fecha ou cortinas de tiras de acetato. ser instaladas na altura de 1,5m-1,8m, nunca
devem ser instaladas em áreas externas e as
Medidas de Controle Químico lâmpadas devem ser substituídas de acordo
com a indicação do fabricante e, de preferên-
Iscas granuladas ou diluídas em água: constitu- cia, devem ter película anti explosão.
ídas a base de açúcares, princípio ativo (insetici- As armadilhas biológicas são frascos plásti-
da) e atrativo. A aplicação das iscas devem seguir cos, com o interior coberto por um líquido atra-
rigorosamente as recomendações do fabricante, tivo, com alta eficiência para moscas varejeiras
garantindo assim não só a eficiência das iscas, mas e menor eficiência para moscas domésticas.
também a segurança da aplicação evitando conta- Deve-se observar as orientações do fabricante
minação e intoxicação de pessoas e animais; para instalação, observando cuidadosamente
Pulverização ou atomização: a pulverização a altura e a posição dos ventos. As armadilhas
deve ser direcionada para áreas de pouso e possí- biológicas devem ser instaladas a uma distân-
veis criadouros. A atomização consiste na aplica- cia a partir de 20m das edificações, evitan-
ção de pequenas gotículas que formam uma nebli- do a atração de insetos para as áreas internas
na, despejada no ar, essa aplicação apresenta uma da estrutura. Durante as inspeções e serviços
ótima eficiência para insetos adultos, ela também é necessário verificar a quantidade de líquido
pode ser direcionada para abrigos e possíveis cria- atrativo nas armadilhas, é importante que ele
douros. Os produtos recomendados para essa apli- sempre esteja na quantidade recomendada e
cação são microencapsulados, pó-molháveis e que os insetos já capturados sejam removidos.
suspensões concentradas.
Pincelamento: técnica utilizada em áreas de
pouso de moscas, utilizando produtos à base de
organofosforados e piretróides.
42
43
ASSOCIADOS
RIO DE JANEIRO
21 4102-7522 21 2415-0372
acqua.limp@gmail.com cgdedetizacao@bol.com.br
Ação Combinada L.C.D 21 – 2620-6330
21 – 2228-0085 /contato@ mineiravetores@ig.com.br
lcddesinsetizacao.com.br
21 2161-5617 / info@
21 – 2561-0524 controlserviceambiental.com.br
akron@akron.com.br 21 – 2620-0606
contato@bioclean.com.br
21 – 2667-5000
contato@diskinset.com.br
24 -2245-2772 21 – 2234-6986 / contato
bioconser@bioconser.com.br @controlar-rj.com.br
21- 2734-6917
contato@aliancasaude
ambiental.com.br 21 – 2293-4846
24 – 3348-5382 embraexx@terra.com.br
ddsulf@ddsulf.com.br
21 – 3213-7900
www.biovetservicos.com.br
21- 2628-6901
smo@ambiental-cupim.com.br
21-3155-8188 / 2417-1441 21 – 2625-5228
21 – 2213-1386 / 3689-4689 dedetizadoradedeflasch@ fulmegan@dedetizadorafulmegan.com.br
administrativo@bioqualityrio.com.br gmail.com
44
21 – 3885-6804
21 – 3547-8567 21 – 2569-6969 22-3822-3420 comercial@
gt21@terra.com.br insetisan@insetisan.com.br lealcontroledepragas@hotmail.com primesolucoesambientais.com.br
21 – 3461-8555
22 – 26432593 / contato@ 21-3269-4224 vendas@novario.com.br
hienaservicos.com.br contato@insetkan.com.br
21 -3476-0069 / 3341-6828 Prev-Inset
adm@liderbrasilambiental.com.br 21 – 3708-2490
previnset@yahoo.com.br
24-3343-4343 22-2624-3164
21-3559-3333
21-2725-2968 / 3716-2848 matak@matak.com.br riolagosdedetizadora@hotmail.com
contato@insethelp.com.br
dedetizadoraimunivalle@hotmail.com
21 – 3186-3052 / 21 - 3228-0767
atendimento@
21 2281-4895 / 21 2289-4761 renascerambiental.com.br
21-3842-4343 atendimento@
contatoinsetbom@gmail.com 21 – 3215-3226 megabarraimunizacoes.com.br
atendimento@insetoff.com.br
24 – 2242-6271
revolução@compuland.com.br
21 3040-1500
insectbye@insectbye.com.br 21 – 2269-6994
21-3079-7936 mmdedetizadora@gmail.com
contato@insetquality.com.br 21-3030-5407
contato@rodantech.com.br
21 -3593-0500
contato@insetglobal.com.br 21 – 2284-2500 21 – 3351-3838
insetsystem 21 – 2502-6198
adm@mmxrio.com.br
@insetsystem.com.br lina@sanisystem.com.br
45
SÃO PAULO
62 – 3091-5050
sac@pastarosa.com.br
22- 2722-2198 21 3604-0923
comercial@ vetserviceddt@uol.com.br
tamanduamirim.com.br
12 – 3413-2625 / 12 – 3413 – 2620
imunimad.sp@imunimad.com.br
PARÁ
21 3734-7000
contato@unitec.emp.br 21-3214 0600
contato@pragasurbanas.com
12 – 3413-2625 / 12 – 3413 – 2620
imunimad.sp@imunimad.com.br FABRICANTES
91- 3729 – 6688
contatos@higibem.com
ESPÍRITO SANTO
21-2215-8368
comercial@
univetdedetizacao.com.br
27 – 3328-8884 - ES saude.ambiental1@bayer.com
atendimento@kafkacp.com.br
21 – 3731-5431 91 98581.1933
mauricio.rosas@ig.com.br WhatsApp: 91 98383.6937
GOIÁS deterclean.pa@gmail.com
13-3565-1212
R0NDÔNIA mkt@bequisa.com
64 – 3623-5320 / vendas3.
ambientec@gmail.com
69 -3255-6469 11 - 5643-2184
21-2426-0799 / 21-3549-5799
hcp.jequitiba@gmail.com rodrigo_otavio.santiago
vetor.comercial@globo.com
@syngenta.com
46
47
48