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Os movimentos Migratórios (Da emigração à imigração)

Emigração
- Portugal é, desde há séculos, um país de emigração que, em diferentes momentos
da história, assistiu à saída de milhões de portugueses para os vários continentes, à
procura de melhores condições de vida.
- A emigração portuguesa atravessou várias fases, reflexo da evolução da
conjuntura política, económica e social do país ao longo do tempo.
Fases Tendência Duração Destinos Contexto político e económico
Evolutiva Principais
1960-1973 Rápido Predomínio da França, - Guerra colonial.
Crescimento emigração Alemanha, - Portugal vive um regime ditatorial
permanente Luxemburgo e opressivo, os salários são baixos e a pobreza
Suíça. generalizada.

1974-1986 Decréscimo Crescimento da França, - Crise económica na Europa resultante da


emigração Alemanha, subida dos preços do petróleo;
temporária e Luxemburgo e - Restrições à imigração nos países de
diminuição da Suíça. destino;
permanente - Aumento do desemprego na Europa
Ocidental.
- Fim da Guerra Colonial e democratização da
sociedade portuguesa.
- Entrada de Portugal na CEE.

1987-2010 Crescimento Predomínio da Suíça, França, - Livre circulação no espaço da União


moderado emigração Alemanha, Europeia;
temporária Espanha e - Assinatura do acordo de Schengen;
Luxemburgo - Desaceleração económica de alguns dos
principais destinos da emigração portuguesa

Predomínio da Reino Unido, - Fraco crescimento económico e forte


2011- Suíça, aumento do desemprego em Portugal, que
emigração
2014 Rápido crescimento
temporária.
Alemanha, conduziu a um período de assistência
França e financeira e consequente imposição de
Espanha. políticas de austeridade financeira.
Após 2014 Decréscimo Predomínio da Reino Unido, - Retoma do crescimento económico em
emigração Alemanha, Portugal, com um crescimento do emprego e
temporária. França, Suíça e uma descida da taxa de desemprego.
Espanha.

- Desde a segunda metade do século XX até à atualidade Portugal atravessou duas grandes
vagas de emigração, mas de características muito distintas.

1960-1973

 Áreas de partida: espaços rurais do interior do país,


 Duração: predomínio da emigração permanente.
 Áreas de destino: países da Europa Ocidental, sobretudo França.
 Características dos emigrantes: jovens, maioritariamente homens, com baixas
habilitações literárias.

2011-2014

 Áreas de partida: indiferenciadas - todo o território nacional.

 Duração: predomínio da emigração temporária.

 Áreas de destino: países da Europa Ocidental, sobretudo Reino Unido.

 Características dos emigrantes: diferentes escalões etários, de ambos os sexos, com


diferentes habilitações literárias, desde mão-de-obra pouco escolarizada até à
altamente qualificada.

Imigração

- Os anos 80 trouxeram a Portugal uma nova realidade, a imigração. Portugal passa a ser, não
só emissor, mas recetor de migrantes.

1980 – 2010 - Crescimento contínuo da imigração

- Revolução de Abril e democratização da sociedade.

- Independência dos territórios ultramarinos.

- Maior estabilidade política e social.

- Adesão de Portugal à União Europeia: construção e modernização das infraestruturas do país


apoiadas pelos fundos estruturais e de investimento europeus, que ditou um forte crescimento
do emprego.

- Globalização da economia.

Países de origem:

- 1.ª vaga de imigrantes - PALOP, resultantes das relações históricas, culturais e


linguísticas com Portugal.

- 2.ª vaga de imigrantes (final da década de 90 e início século XXI) - Brasil e países da
Europa de Leste, que passam a constituir as principais comunidades de imigrantes em
Portugal.

2010 – 2015 - Quebra do crescimento imigratório

- Saída de quase 68 mil imigrantes do país.

- Período de crise económica e financeira.

- Desemprego.

- Assistência financeira a Portugal e fortes medidas de austeridade para os contribuintes.


A partir de 2015 -Crescimento acelerado do n.º de imigrantes

- Fim do período de crise económica e financeira no país.

- Políticas de restrição à imigração adotadas por muitos países europeus.

- Perceção de Portugal como destino seguro.

- Vantagens fiscais concedidas pelo Governo a residentes não habituais.

Contrastes espaciais:

A maioria da população estrangeira reside na faixa litoral do país, sendo que cerca de 70% do
total está registada nos distritos de Lisboa, Faro e Setúbal.

Reforço dos contrastes socioeconómicos existentes entre o litoral e o restante território


nacional.

Saldo migratório SM Positivo


SM Positivo
Forte vaga imigratória,
com o regresso de Entrada de imigrantes oriundos,
portugueses: numa 1.ª fase dos PALOP, depois do
400.0 Brasil e, mais tarde, da Europa de
- Residentes na Europa
Leste, atraídos por um período de
(restrições à emigração
300.0 crescimento da economia e do
para a Europa - choque
emprego.
petrolífero de 1973).
200.0
- residentes das antigas

100.0
Milhares

SM Positivo
0.0
Tendência contínua de decréscimo da
emigração e crescimento da imigração, SM N
- 100.0
sobretudo motivada pela evolução Saída de milhares de
favorável da conjuntura económica virtude da falta de em
- 200.0 SM negativo nacional. SM negativo medidas de austerida
Forte vaga emigratória para a Europa motivadas por uma c
- 300.0 Saída de muitos portugueses
Ocidental: fuga à Guerra Colonial, à financeira.
para a Europa, devido à
ditadura de Salazar e busca de abertura de fronteiras
melhores condições de vida. decorrentes da entrada de
Portugal na UE.
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
Milhares

0.0
- 10.0
- 20.0
- 30.0
- 40.0
- 50.0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Contrastes espaciais:

A taxa bruta de crescimento migratório em 2019 revela um forte aumento face aos anos
anteriores, especialmente visível nas NUTS do Alentejo e do Centro. Estas regiões, juntamente
com a Área Metropolitana de Lisboa, são aquelas onde se verifica o maior contributo da via
migratória para o crescimento da população.

Crescimento efetivo

Desde a segunda metade do século XX até à atualidade é possível individualizar diferentes


ritmos de crescimento demográfico que resultam, em larga medida, da variação do saldo
migratório, já que o saldo natural se apresenta em declínio.

 A segunda década do século XXI caracteriza-se por um contínuo decréscimo da


população portuguesa, já que o crescimento natural tem sido cada vez mais negativo.
 O ano de 2019 quebra a tendência de quase uma década de recuo demográfico, na
sequência do forte aumento do saldo migratório, componente que, nos últimos anos
tem impedido uma maior quebra demográfica.
 O dinamismo do saldo migratório não será suficiente para, nas décadas futuras, evitar
o decréscimo e o envelhecimento da população portuguesa.

A estrutura etária da população Portuguesa


COMO SE ORGANIZA A ESTRUTURA ETÁRIA PORTUGUESA?
ESTRUTURA ETÁRIA
Constituição da população
por idades

IMPORTÂNCIA REPRESENTAÇÃO
É fundamental no processo de Gráfico de barras, denominado
planeamento e ordenamento pirâmide etária ou de idades
do território
que

representa a repartição da população por


idades e por sexo

Como se organiza a estrutura etária da população portuguesa?

A estrutura etária da população portuguesa testemunha um envelhecimento da população.

PAÍS
ENVELHECIDO

PAÍS
JOVEM
Portugal apresenta um duplo envelhecimento.

• Envelhecimento pela base

• Retração da base da pirâmide etária

• Decréscimo da população jovem

• Resulta da diminuição da natalidade e da fecundidade

• Envelhecimento pelo topo

• Alargamento do topo da pirâmide etária

• Aumento da proporção de idosos

• Resulta da diminuição da taxa de mortalidade e do aumento da esperança


média de vida à nascença.

COMO SE CARACTERIZA A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO ATIVA


PORTUGUESA?

A PROPORÇÃO DE ADULTOS

Tais como:
É influenciada por COMPORTAMENTO DO SALDO MIGRATÓRIO
fatores
POPULAÇÃO  Positivo – aumento da população ativa
ATIVA  Negativo – decréscimo da população ativa
SOCIOECONÓMICOS
E
DEMOGRÁFICOS
CONJUNTURA ECONÓMICA NACIONAL E
INTERNACIONAL
 Recessão económica – decréscimo da
população ativa
 Crescimento económico – aumento da
população ativa

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