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DIREITO
FINANCEIRO
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É fato que uma preparação antecipada, focando naquilo que mais importa para
os concursos de procuradorias, o coloca um passo à frente dos concorrentes. Pensando
nisto, o curso foi elaborado como uma fonte sucinta, confiável e absolutamente
atualizada.
O seu curso de Direito Financeiro conta com uma revisão completa sobre todos
os informativos do STF e STJ referentes aos últimos anos, além de algumas importantes
decisões dos TCU.
Cada um dos julgados consta no tema respectivo, por isso, recomendamos que
você leia com muita atenção as decisões judiciais que são apresentadas em aula.
Todo o nosso extensivo foi pensado de modo a propiciar uma análise completa
dos assuntos que você precisa conhecer para se tornar procurador. Por isso,
apresentamos um material completo em PDF’s, videoaulas sobre todos os temas, além
de simulados realizados e comentados pela própria equipe do RevisãoPGE.
Por vezes, nosso curso será “redundante”, um mesmo assunto que foi visto em
PDF será revisto na videoaula, isso tem uma função, fazer você reestudar aquilo que é
mais relevante, ajudando na fixação dos principais dispositivos legais, jurisprudências e
conceitos doutrinários.
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Este curso é concebido para ser o seu único material de estudos, isto é, você não
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Vamos Juntos!
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AULA 01 -
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO, PRINCÍPIOS
GERAIS E FONTES DO DIREITO FINANCEIRO
COMO ESTUDAR ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO, PRINCÍPIOS GERAIS E FONTES
DO DIREITO FINANCEIRO .......................................................................................... 5
A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO...................................................................... 5
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO FINANCEIRO ................................................................ 8
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO FINANCEIRO.......................................................... 11
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ..........................................................................................12
PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE ..................................................................................14
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA ...................................................................................15
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE FISCAL ..................................................................20
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ................................................................................... 21
FONTES FORMAIS DO DIREITO FINANCNEIRO ......................................................... 25
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ...............................................................................25
LEIS COMPLEMENTARES (LRF E LEI 4.320/64) .............................................................25
LEIS ORDINÁRIAS ..........................................................................................................30
LEIS DELEGADAS ...........................................................................................................31
MEDIDAS PROVISÓRIAS ...............................................................................................32
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Vamos iniciar os estudos do Direito Financeiro com alguns temas que, embora
não sejam os mais cobrados em provas, servem de alicerce para construir um
conhecimento sólido e capaz de suportar o “peso” dos temas complexos que veremos
nos demais capítulos.
De tudo que veremos nesta aula inicial, peço sua especial atenção para as fontes
formais do Direito Financeiro, tal tema influencia diversos outros ao longo deste curso,
de modo que a correta compreensão desses institutos facilitará muito a aprendizagem
de tudo que vem ao longo do curso.
público.
Em resumo, se pode afirmar que o Direito Financeiro tem por objetivo disciplinar
a Atividade Financeira do Estado e, assim, estabelecer regras relativas aos quatro
elementos dessa atividade: (I) o orçamento público, (II) a receita pública, (III) o crédito
público e (IV) a despesa pública. Disso decorre que a compreensão integral de tal ramo
do direito apenas é possível pela análise minuciosa de cada um desses elementos.
Embora esses conceitos iniciais tenham por objetivo principal apenas introduzir
os temas fundamentais do Direito Financeiro, observe que eles também são cobrados
em prova:
No mais, o Direito Financeiro tem estreita relação, mas não se confunde, com a
ciência das finanças. Esta consiste na atividade pré-normativa, que alcança os âmbitos
econômico, social, político e/ou estatístico, servindo-lhe de norte no sentido de
estabelecer as regras que regerão a Atividade Financeira do Estado. Ou seja, o
desenvolvimento das normas do Direito Financeiro está fundamentado também na
ciência das finanças, que oferece o caráter informativo, teórico e especulativo daquela.
Comentário: a assertiva está errada, enquanto a ciência das finanças se preocupa com
o estudo da atividade financeira do Estado em seu sentido teórico e especulativo, o
direito financeiro estuda seu aspecto jurídico. Por exemplo, no momento da
elaboração do orçamento público, a ciência das finanças oferece auxílio ao ente político,
fornecendo-lhe dados e os meios para que o legislador escolha a decisão política
acertada.
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deixar bem clara a distinção entre Direito Financeiro e Direito Tributário. Enquanto
aquele ramo estuda os quatro elementos acima apontados, o Direito Tributário
preocupa-se apenas com uma parte desta receita, qual seja, a receita tributária, o que
demonstra a maior amplitude do direito financeiro.
Além disso, o próprio art. 24, I da Constituição Federal, ao afirmar que "compete
à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito
tributário, financeiro (...)" separou os ramos. Daí que, didaticamente, é importante o
estudo distinto desses ramos.
Mesmo com essa previsão no art. 24 da CF/88, vale ressaltar que a distinção
doutrinária entre o Direito Financeiro e o Direito Tributário não tem suporte
constitucional.
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total fluidez, tendo em vista que diversas normas constitucionais determinam o destino
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Financeiro. Portanto, a os princípios desta disciplina são elaborados pela doutrina, tendo
algumas divergências entre uma obra e outra.
Para facilitar o seu estudo, separei aqui os princípios mais relevantes para o
Direito Financeiro como um todo, aqueles que são pertinentes à matéria orçamentária
trataremos apenas na aula do referido assunto.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o
montante das despesas de capital, ressalvadas as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo
por maioria absoluta;
(...)
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem
prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra ou
de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
Feita a ressalva desta exceção, deve ficar claro que as demais normas de Direito
Financeiro, como o orçamento público, as normas relativas às metas e diretrizes da
Administração, bem como à distribuição de receitas e despesas, serão objeto de
aprovação pelo Poder Legislativo.
PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA
Art. 31 (...)
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade, nos termos da lei.
Com efeito, a LRF, em seus artigos 48, 48-A e 49, estabelece instrumentos pelos
quais os cidadãos poderão exercer o controle das contas públicas, e tal é possibilitado
pelas vias da transparência.
a autonomia.
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Trata-se de dar acesso aos cidadãos aos documentos que embasam a realização
de despesas públicas e, assim, possibilidade de controle dos gastos.
O art. 49, por sua vez, determina a disponibilização das contas do Chefe do Poder
Executivo por todo o exercício financeiro. Essas contas ficarão à disposição dos cidadãos
e instituições da sociedade, para consulta, no Poder Legislativo respectivo e no órgão
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Esta Lei abrange os órgãos públicos dos três poderes nas esferas federal, estadual
e municipal, incluindo Tribunal de Contas e Ministério Público. No que couber, também
serão abrangidas as entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos
públicos.
Art. 1º (...)
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação
planejada e transparente, em que se previnem riscos e
corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados
entre receitas e despesas e a obediência a limites e
condições no que tange a renúncia de receita, geração de
despesas com pessoal, da seguridade social e outras,
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia
e inscrição em Restos a Pagar.
Pela diversidade dos institutos citados no dispositivo legal já fica claro como a
responsabilidade fiscal é princípio transversal que atinge os mais diversos temas do
Direito Financeiro.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
O § 2º, por sua vez, determina que a competência da União para legislar sobre
normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. Ou seja, respeitadas
as normas gerais da União, os Estados e o Distrito Federal podem estabelecer normas
específicas sobre o direito financeiro.
A CF/88 determina em quais hipóteses a matéria deve ser tratada através de lei
complementar. Lembre-se que, quando a CF é silente, o tema deve ser tratado por lei
ordinária. A lei complementar só é necessária quando expressamente determinado no
texto constitucional.
teria que ter disciplinado por inteiro o art. 163 da CF (STF. ADInMC 2.238-DF, rel. Min.
Ilmar Galvão, 28.9.2000).
No mais, identificar o conteúdo que deve ser regido por lei complementar é tema
de suma importância, uma vez que a ampla maioria das questões cobram apenas
conhecimento do conteúdo adstrito à lei complementar, de modo que, por exclusão, os
demais temas podem ser regidos por lei ordinária.
Art. 1º (...)
§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
3º Nas referências:
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, estão compreendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos
os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério
Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
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Muita atenção, não são todas as empresas estatais que se submetem às regras
da LRF, mas tão somente aquelas consideradas dependentes, entendidas estas como
"empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no
último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária" (art. 2°, inciso
III da LRF).
LEIS ORDINÁRIAS
Ou seja, as leis orçamentárias propriamente ditas (LOA, LDO e PPA) são objeto
de leis ordinárias.
complementar.
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LEIS DELEGADAS
Assim, pela redação do art. 68, § 1°, inciso III, da CF, não serão objeto de
delegação os "planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos":
Essa vedação, leva à conclusão de que as leis delegadas não são fontes comuns
no Direito Financeiro.
Como alerta Harrison Leite: “correto dizer que não são fontes relevantes do
Direito Financeiro, pois, além de não poderem versar sobre tema alusivo a lei
complementar, campo fértil em matéria financeira, também não podem dispor sobre
PPA, LDO e LOA. Essas leis não são objeto de delegação.”
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Contudo, não é correto afirma que o Direito Financeiro impede, por completo, a
adoção de leis delegadas. Em tese, desde que não se trate de matéria pertinente à lei
complementar e às leis orçamentárias (LOA, LDO e PPA), é possível que haja lei delegada
em matéria financeira.
MEDIDAS PROVISÓRIAS
O assunto será abordado em mais detalhes quando dos estudos dos créditos
adicionais ao orçamento, de todo modo, é bom conhecer o importante julgado em que
o STF definiu que os requisitos de “guerra, comoção interna ou calamidade pública”
são mais rígidos que a simples “relevância e urgência” necessárias para as medidas
provisórias.
Portanto, para que haja medida provisória em Direito Financeiro é preciso que
seja caso de abertura de crédito extraordinário, sendo que estes somente podem existir
nos “casos de guerra, comoção interna ou calamidade pública”, não bastando a mera
“relevância e urgência”.
Esta foi apenas nossa primeira aula de Direito Financeiro, os temas aqui tratados
são relativamente secundários na disciplina. A partir da próxima aula trataremos
especificamente do orçamento público, o assunto principal da matéria e aquele que
você deve conhecer em mínimos detalhes.
Bons estudos!
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