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Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os
seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação:
a) do nome do acionista e do número das suas ações;
b) das entradas ou prestações de capital realizado;
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe;
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia;
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações;
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer
ônus que grave as ações ou obste sua negociação.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de
transferência, que deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos
representantes;
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência de
Partes Beneficiárias Nominativas", se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no
que couber, o disposto nos números I e II deste artigo;
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais;
V - o livro de Presença dos Acionistas;
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das
Reuniões de Diretoria;
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
3. Livros Contábeis – Diário, Razão e Caixa
Os livros contábeis são aqueles que têm por objetivo o registro de fatos contábeis
(atinentes ao patrimônio e sob o ponto de vista do controle do patrimônio e da apuração
do resultado).
A escrituração é realizada nos livros – principais – Diário e Razão. Esses livros são ditos
livros principais porque registram todos os fatos contábeis.
Ao lado dos livros principais, existem livros auxiliares que servem para o registro de apenas
alguns fatos contábeis (que tenham alguma característica especial).
Por exemplo: (1) livro caixa – que serve para registro apenas de fatos contábeis que
envolvam movimentação de numerário (dinheiro) e (2) livro de contas correntes, que
registram fatos contábeis que envolvam transações de empresas que – reciprocamente –
figuram como credoras e devedoras umas das outras (com o objetivo de controlar a
compensação de dívidas recíprocas).
O Livro Diário é um livro que contém o registro de cada lançamento em ordem
cronológica (nos permite compreender a sequência de acontecimentos ocorridos na
empresa).
O Livro Razão é um livro que contém o registro destes mesmos lançamentos, porém
ordenados por conta (nos permite analisar o comportamento de um dado elemento
patrimonial no tempo).
3.1. Livros Contábeis – Diário
O Diário é um livro obrigatório para fins de escrituração contábil, pelo Código Civil,
conforme arts. 1.179 e 1.180, a seguir transcritos, para fins de clareza:
A escrituração mantida no Livro Diário, com observância das disposições legais, faz prova
a favor da empresa, dos fatos nele registrados e comprovados por documentos hábeis.
Para merecer fé, no entanto, o Diário deve atender a determinadas exigências e
preencher certas formalidades:
► Extrínsecas: relacionadas com sua apresentação exterior;
► Intrínsecas: relacionadas com a escrituração.
As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com
as assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da
contabilidade legalmente habilitado.
3.1.1. Formalidades extrínsecas do diário
Formalidades extrínsecas são aquelas relacionadas com a forma do Diário. São
formalidades extrínsecas do Diário as seguintes:
a) ser encadernado;
b) ter suas folhas numeradas tipograficamente;
c) ser registrado no Registro do Comércio ou Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas;
d) conter termos de abertura e de encerramento devidamente preenchidos e
autenticados.
A inobservância das formalidades extrínsecas invalida todo o Diário que passa a fazer
prova apenas contra a empresa.
Termo de abertura: finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de
folhas, a firma individual ou o nome da sociedade a que pertença, o local da sede ou
estabelecimento, o número e data do arquivamento dos atos constitutivos no Órgão de
Registro estipulado e o número de registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ).
Estes termos serão datados e assinados pelo comerciante ou por seu procurador e por
um contabilista legalmente habilitado. Na localidade em que não haja profissional
habilitado, os termos de abertura e encerramento serão assinados, apenas, pelo
comerciante ou seu procurador.
É admitida a escrituração resumida do diário, por totais que não excedam o período de
um mês, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da
sede do estabelecimento, desde que sejam utilizados livros auxiliares (devidamente
autenticados na forma prevista para o Diário) para registro individualizado e conservados
os documentos que permitam sua perfeita verificação.
O Livro Razão é utilizado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos
efetuados no Diário.
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e
segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas, mantidas as demais
exigências e condições previstas na legislação.
3.3. Livros Contábeis – Caixa
O livro caixa registra as entradas e saídas de numerário das entidades, lançados de forma
cronológica (dia, mês e ano)..
A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED e tem por
objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo,
ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os seguintes livros:
I - Livro Diário e seus auxiliares, se houver;
II - Livro Razão e seus auxiliares, se houver;
III - Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos
assentamentos neles transcritos.
Segundo o art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013, estão obrigadas a adotar a
ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014:
I - as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro
real;
II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título
de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos
lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos
os impostos e contribuições a que estiver sujeita; e
III - As pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano
calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital das
Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012.