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UFPI- UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CCHL- CENTRO DE CINÊCIAS HUMANAS E LETRAS


DA- DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL
PROFESSOR(A): SANDRA MICHELINNE SARAIVA DE SOUSA AMORIM

GABRIEL DIAS COSTA

ESCRITURAÇÃO

TERESINA, 2019
CAPÍTULO 4
4.1 CONCEITOS
Escrituração consiste na técnica contábil baseada no registro em livros próprios
de todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que modifiquem ou possam
alterar a situação patrimonial da empresa. Nesse sentido, todas as empresas são
obrigadas a seguir um sistema de contabilidade baseado na escrituração uniforme de
seus livros.
Contudo, está dispensado da escrituração contábil para o pequeno empresário,
este entende-se por, empresário individual caracterizado como microempresa que aufira
receita bruta anual de até $ 60.000. Já Microempresa (ME) é a sociedade empresária, a
simples ou ainda o empresário, devidamente registrados no Registro de Empresas
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que aufira,
em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a $ 360.000 e empresário de
Pequeno Porte (EPP) são os empresário citados como pequenos empresários desde que
aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta superior a $ 360.000 e igual ou inferior a
$ 3.600.000. Simples é o sistema de tributação simplificado que beneficia as ME e as
EPP.
4.2 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS
Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e não
provocam alterações no patrimônio, logo, não são contabilizados, por exemplo:
admissão de empregado, assinatura de contratos de compra e venda, assinatura de
contratos de seguro, fianças em favor de terceiros, avais de títulos. Todavia, alguns atos
são relevantes, pois seus efeitos podem gerar modificações futuras no patrimônio da
empresa, por isso, são contabilizados por meio das contas de compensação, exemplos:
remessa de títulos ao banco para cobrança simples, remessa de títulos ao banco, nos
casos de empréstimos mediante caução, assinatura de contratos de seguro com
companhias seguradoras.
Fatos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que
provocam alterações no patrimônio, logo, são objeto de contabilização por meio das
contas patrimoniais ou das contas de resultado, podendo ou não alterar o Patrimônio
Líquido. O fatos administrativos são divididos em três grupos:
- Permutativos, qualitativos ou compensativos: referem-se as trocas entre elementos
ativos, passivos ou entre ambos simultaneamente, porém sem modificações no
Patrimônio Líquido. Nesse sentido, encaixam-se quatro fatos possíveis:
 Fatos permutativos entre elementos ativos: envolvem exclusivamente as contas
do ativo.
 Fatos permutativos entre elementos passivos: envolvem exclusivamente as
contas do passivo.
 Fatos permutativos entre elementos ativos e passivos, acarretando aumento no
patrimônio: envolve, simultaneamente, contas do ativo e do passivo, causando
aumento do patrimônio sem causar modificações no patrimônio líquido.
 Fatos permutativos entre elementos ativos e passivos, acarretando diminuição no
patrimônio: envolvem, simultaneamente, contas do ativo e do passivo, causando
diminuição do patrimônio sem causar modificações no patrimônio líquido.
- Modificativos ou quantitativos: provocam variações no Patrimônio Líquido. Nesse
sentido, encaixam-se dois fatos possíveis:
 Fatos modificativos aumentativos: envolvem a conta patrimonial e contas de
receita.
 Fatos modificativos diminutivos: envolvem a conta patrimonial e contas de
despesa.
- Mistos: envolvem, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um modificativo. Nesse
sentido, encaixam-se dois fatos possíveis:
 Fatos mistos aumentativos: envolvem mais de uma conta patrimonial e uma ou
mais contas de receita.
 Fatos mistos diminutivos: envolvem mais de uma conta patrimonial e uma ou
mais contas de despesa.
Além destes, faz-se importante destacar os fatos geradores de despesa e receita:
- Fato gerador de despesa: é o acontecimento que dá origem a uma despesa. A maior
parte deles decorre do consumo de bens e da utilização de serviços, diz-se que esta foi
incorrida.
- Fato gerador de receita: é o acontecimento que dá origem a uma receita. A maior parte
deles decorre da venda de bens ou da prestação de serviços, diz-se que esta foi
realizada.
4.3 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO
Há vários livros de escrituração, cada qual com sua função e consequente
importância, são eles: O Diário, é o livro mais importante sob o ponto de vista legal,
pois preocupa-se com o registro de todos os eventos que ocorrem no dia a dia das
entidades. O Razão, é o livro mais importante sob o ponto de vista contábil, pois
preocupa-se com o controle em separado de cada conta. O Contas Correntes é um livro
auxiliar do Razão, destina-se ao controle da movimentação das contas que representam
direitos e obrigações da empresa. O Caixa é um livro destinado ao registro de todos os
fatos administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro na empresa.
Os livros de escrituração podem ser classificados quanto à sua utilidade:
- Principais: são utilizados para o registro de todos os eventos do dia a dia da empresa,
como ocorre com os livros Diário e Razão.
- Auxiliares: são utilizados para o registro de eventos específicos, como os livros Caixa,
Contas Correntes, Registro de Duplicatas, além de todos os livros fiscais que podem
servir de suporte para a escrituração do Diário e do Razão.
Os livros de escrituração podem ser classificados quanto à sua natureza:
- Cronológicos: são aqueles em que os registros são efetuados obedecendo à rigorosa
ordem cronológica de dia, mês e ano. Segundo a legislação atual, todos os livros
destinados à escrituração mercantil são cronológico.
- Sistemáticos: são aqueles destinados ao registro de eventos da mesma natureza, como
o Livro Caixa, que é utilizado somente para o registro de operações que envolvam
entradas e saídas de dinheiro; e o Livro Contas Correntes, destinado somente para o
registro de transações que envolvam direitos e obrigações.
Os livros de escrituração podem ser classificados quanto à sua finalidade:
- Obrigatórios: são aqueles exigidos pela legislação civil (Código Civil/2002), pela
legislação comercial (Decreto-lei nº 486/1969), pela legislação tributária (RIR/1999),
pela legislação societária (Lei nº 6.404/1976) e pela Interpretação Técnica ITG 2000
aprovada pela Resolução nº 1.330/2011 do Conselho Federal de Contabilidade
- Facultativos: são aqueles que as entidades utilizam sem que haja exigência legal. Esses
livros, como podem servir de suporte para o registro nos livros Diário e Razão, são
denominados também livros auxiliares. Exemplos: Livro Caixa (exceto para as ME,
EPP e optantes pela tributação do IR com base no lucro presumido, conforme já
comentamos), Livro Contas Correntes, Livro de Controle de Contas a Receber, Livro de
Controle de Contas a Pagar etc.
Como dito anteriormente, o Diário é um livro obrigatório. Nele são lançadas
individualmente, com clareza e indicação do documento comprobatório, todos os dias,
os diversos acontecimentos da empresa que provocam modificações no patrimônio
(fatos administrativos), bem como aqueles que possam vir a modificar futuramente o
patrimônio (atos administrativos relevantes). Por ser obrigatório, o Diário possui uma
serie de formalidades denominadas:
- Formalidades extrínsecas: Estas formalidades dizem respeito ao livro em si, como
aspecto material, o Diário deve ser encadernado com folhas numeradas sequencial e
tipograficamente. A empresa que adotar escrituração mecanizada ou eletrônica poderá
substituir o Diário por conjunto de fichas ou folhas soltas que também deverão ser
numeradas tipograficamente, ou ainda por folhas contínuas que deverão ser numeradas
mecânica ou tipograficamente. Os livros, fichas, folhas soltas ou contínuas do Diário
deverão conter termos de abertura e de encerramento, e ser submetidos à autenticação
no órgão competente do Registro do Comércio, quando se tratar de empresa civil, no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de Títulos e
Documentos.
- Formalidades intrínsecas: Estas formalidades estão relacionadas ao conteúdo do
Diário. A escrituração será completa, em idioma e moeda corrente nacionais, em forma
contábil, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem
intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as
margens.
O Livro Diário já passou por diferentes estágios de escrituração, sendo estes:
processamento manual, no princípio, toda escrituração era processada de forma
manuscrita, processamento mecânico, nesse estágio, a escrituração do Diário passou a
ser feita em fichas ou em folhas soltas, as quais, posteriormente, eram copiadas por
decalque em livro apropriado, processamento eletrônico de dados, hoje, quase que a
totalidade das empresas processam a escrituração do Diário por meio do computador,
sendo que as folhas impressas são posteriormente encadernadas. A legislação tributária
disciplina o uso da escrituração por meio do computador, cuidando inclusive dos
critérios a serem observados quanto ao armazenamento de dados em arquivos
magnéticos.
4.4 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO
Há dois métodos básicos para se realizar a escrituração, o método das Partidas
Simples que consiste no registro de operações específicas envolvendo o controle de um
só elemento e o método das Partidas Dobradas cuja sua adoção permite o controle de
todos os componentes patrimoniais bem como das variações do Patrimônio Líquido,
que poderão resultar em lucro ou prejuízo.
4.5 LANÇAMENTO
Lançamento é a forma contábil de se processar o registro dos fatos no Livro
Diário, configura-se essencial que o lançamento possua local e data da ocorrência do
fato, conta a ser debitada, conta a ser creditada, histórico e valor. Para realizar um
lançamento correto é essencial que alguns passos sejam seguidos:
- Primeiro passo: identificar o local e a data da ocorrência do fato. O local é a cidade em
que a empresa está estabelecida e a data é a constante do documento comprobatório da
ocorrência do fato.
- Segundo passo: verificar que documento foi emitido para comprovar a operação.
- Terceiro passo: identificar, no fato, os elementos envolvidos.
- Quarto passo: identificar as contas que serão utilizadas para registrar os elementos
envolvidos no fato.
- Quinto passo: identificar que conta será debitada e que conta será creditada. Após
identificadas as contas a serem utilizadas para registrar os elementos envolvidos no fato
em questão, deve-se observar qual delas será debitada e qual será creditada. Para
executar o quinto passo pode-se escolher uma opção entre as citadas abaixo:
 Primeira opção: Aplicação de recursos é o débito e origem de recursos é o
crédito.
 Segunda opção: identifica-se a conta a ser debitada e a conta a ser creditada no
lançamento tendo em vista a natureza do saldo.
- Sexto passo: preparar o histórico do lançamento.
- Sétimo passo: elaborar o lançamento no Livro Diário. Para executar o último passo
deve-se aplicar uma destas fórmulas:
 Primeira fórmula: uma conta no débito e uma conta no crédito.
 Segunda fórmula: uma conta no débito e mais de uma conta no crédito.
 Terceira fórmula: mais de uma conta no débito e uma conta no crédito.
 Quarta fórmula: mais de uma conta no débito e mais de uma conta no crédito.

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