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INTRODUÇÃO À

CONTABILIDADE
Me. Natália Magdaleno Xavier

INICIAR
introdução
Introdução
Cada evento ocorrido em uma organização está de certa forma afetando o
patrimônio. Sempre que for possível quantificar esse impacto em moeda, ele
deve ser registrado de maneira organizada e padronizada para que as
demonstrações financeiras, que são fonte de análises e tomadas de decisão,
possam ser elaboradas e utilizadas pelos diversos usuários. E não são somente
os fatos que impactam o patrimônio, mas os eventos que causam variação no
patrimônio também devem ser registrados e levados em consideração, já que as
demonstrações contábeis são compostas por mais de um relatório, para dar
suporte aos diversos “tipos” de decisão dentro da organização.
Os Atos e Fatos
Relacionados à
Escrituração Contábil e ao
Balancete de Verificação

Cada ato e fato que afeta o patrimônio, de forma mensurável em moeda,


precisa ser capturado e registrado contabilmente. Há um processo
normalmente seguido pelos contabilistas para que esse registro seja organizado
e padronizado e para que haja sucesso desse processo é importante conhecer
do que se trata a escrituração contábil e o balancete de verificação, pois fazem
parte desse processo de registro da informação.

Atos Administrativos e Fatos Contábeis


Atos Administrativos são ações que não modificam (naquele momento) o
patrimônio da empresa, por isso não precisam ser contabilizados, porém, alguns
deles -   considerados relevantes, ou seja, ainda não causaram modificação
alguma no patrimônio, mas estão na iminência de acontecer - poderão ser
contabilizados por meio das contas de compensação ou contas
extrapatrimoniais, por exemplo (SILVA, 2008):

Assinatura de contrato de seguro com companhias seguradoras, cujo


objetivo fosse resguardar contra incêndio;
Admissão de empregados;
Assinatura de contratos de compra e/ou venda.

Já os fatos contábeis são aqueles que provocam modificação qualitativa e/ou


quantitativa no patrimônio, podendo alterar o patrimônio líquido ou não, por
exemplo: pagamento de seguro contra incêndio, recebimento de duplicatas
realizado por cobrança simples por meio do banco, pagamento de salários a
empregados e pagamento ou recebimento de valores correspondentes a
contratos de compra ou venda, respectivamente (SILVA, 2008).  Os fatos
contábeis podem ter uma classificação, dependendo da forma como ele
modifica o patrimônio.

Permutativos
Os fatos permutativos são aqueles que não impactam o patrimônio líquido,
representam só uma troca entre contas do ativo, entre contas do passivo
exigível ou entre contas do ativo e passivo exigível. Assim, os fatos contábeis
permutativos envolvem apenas contas patrimoniais (SILVA, 2008; MONTOTO,
2015), conforme podemos verificar na Figura 3.1.

Figura 3.1 - Fatos Permutativos

Fonte: Montoto (2015, p. 166).


1. Ativo Aumenta e Ativo Diminui
: recebimento em dinheiro do valor
que tinha direito de Duplicatas a receber, nesSe exemplo, o valor será
creditado na conta duplicatas a receber e debitado na conta Caixa,
sendo assim, não afeta o patrimônio líquido;
2. Ativo Aumenta e Passivo Diminui
: pagamento de duplicatas a pagar
pela conta de mercadorias, nesse exemplo, o valor será creditado na
conta duplicatas a pagar e debitado nas mercadorias, não afetando o
patrimônio líquido;
3. Passivo Exigível Diminui e Ativo diminui
: pagamento de duplicatas a
pagar com dinheiro, nesse exemplo, o valor será creditado na conta
banco e debitado na conta duplicatas a pagar, sendo assim, não afeta o
patrimônio líquido;
4. Passivo Exigível diminui e Passivo Exigível aumenta
: supondo que
tenha sido observado que a conta Salários a pagar estava contabilizada
no valor total de R$40.000 e que não havia sido contabilizado o valor
referente ao Imposto de Renda retido na fonte dos empregados, cujo
valor é de R$6.000; para regularizar, temos que retirar os R$6.000 de
Salários a pagar e transferir para a conta própria de  Impostos a
recolher;
5. Patrimônio Líquido Aumenta e Patrimônio Líquido diminui
:
integralização no Capital dos lucros acumulados, nesse exemplo, o
valor será creditado no capital e debitado na conta lucros acumulados,
sendo assim, não afeta o valor do patrimônio líquido.

Modificativos
Os fatos modificativos são aqueles que causam variações no patrimônio líquido
para mais ou para menos; os fatos modificativos envolvem também as contas de
resultado, afetando diretamente o patrimônio líquido (SILVA, 2008).

Diminuição
: envolve apenas uma conta patrimonial e uma ou mais
contas de resultado ou do Patrimônio líquido, por exemplo, com o
pagamento de uma despesa com a telefonia, a conta Caixa diminui pelo
pagamento em dinheiro, a conta Lucros acumulados também diminuiu,
pois, via de regra, a Despesa faz com que o lucro reduza;
Aumento
: envolve apenas uma conta patrimonial e uma ou mais
contas de resultado ou do Patrimônio líquido, por exemplo,
considerando a hipótese de que o imóvel registrado no patrimônio seja
para auferir receita e que foi recebida, em dinheiro, a importância do
pagamento de aluguel, o ativo aumentaria em decorrência do ingresso
de dinheiro na conta Caixa e a conta Lucros acumulados também
aumentaria por se tratar de Receita, o que faz aumentar o lucro, então,
o Patrimônio líquido aumentaria;
Mistos
: os fatos mistos envolvem, ao mesmo tempo, um fato
permutativo e um fato modificativo, ou seja, envolvem mais de uma
conta patrimonial e uma ou mais contas de resultado ou do Patrimônio
líquido, por exemplo, a empresa pagou uma duplicata no valor de
R$10.000 e, pelo atraso, pagou 10% de juros no valor de R$1.000,
totalizando R$11.000; a conta caixa diminui em R$11.000, devido ao
valor da duplicata paga (obrigação) no valor de R$10.000 mais R$1.000
de juros provenientes do atraso da data de pagamento (Despesa).

Escrituração Contábil
A escrituração contábil é uma técnica contábil que consiste em um registro
permanente em livros próprios de todos os fatos contábeis e alguns atos
administrativos em livros próprios, resultantes da gestão do patrimônio durante
determinado período, sendo feita de maneira manual ou informatizada (SILVA,
2008).

Os livros utilizados para realizar suas escriturações de forma ampla estão


 subdivididos em QUATRO tipos: Livros Fiscais (são exigências legais a nível
municipal, estadual e/ou federal); Livros Societários (são os livros exigidos pela
Lei das Sociedades por ações e que estão descritos na Lei n. 6.404/76 art. 100);
Livros Trabalhistas (são os livros exigidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho); Livros Contábeis (estão normalizados pelo Conselho Federal de
Contabilidade em diversas normas e são exigidos tanto pela legislação comercial
como fiscal, são eles: diário, razão, caixa, contas correntes e livro de registro de
duplicatas) (MONTOTO, 2015).

Segundo a Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, no art. 1.179, a empresa é


obrigada a seguir um sistema de contabilidade, baseado na escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e
a levantar anualmente o Balanço Patrimonial e o resultado econômico, com o
objetivo de manter controle efetivo sobre o patrimônio.

Estrutura
Para registro do fato contábil no livro razão, é necessário conhecer a estrutura
de contas e as informações necessárias para que esse registro seja útil. A seguir,
será apresentado o exemplo do registro de um fato contábil:

Figura 3.2 - Estrutura da Escrituração Contábil

Fonte: Silva (2008, p. 111).

Razonete
Razonete é uma forma simplificada de apresentar o Livro Razão, sendo a
representação gráfica de cada conta, na qual em uma forma desenhada de “T”,
conforme Figura 3.3, estão indicados do lado esquerdo os lançamentos a débito
e, do lado direito, os lançamentos a crédito. Pode ser usado como uma prévia do
que será lançado no Livro Razão, a fim de se evitar erros (SILVA, 2008).
Figura 3.3 - Modelo de Razonete

Fonte: Silva (2008, p. 113).


Algumas contas são bilaterais e outras unilaterais, ou seja, as bilaterais recebem
lançamentos dos dois lados, a débito e a crédito (contas patrimoniais), e as
contas unilaterais só recebem lançamentos de um único lado (contas de
resultado, porém, em situações excepcionais, para fazer um estorno, por
exemplo, são realizados lançamentos nas contas de resultado, opostos à sua
natureza ) (SILVA, 2008).

Figura 3.4 - Contas Unilateral e Bilateral

Fonte: Elaborada pela autora (2019).


Há uma peculiaridade para contabilização nas contas de resultado, pois
enquanto as contas patrimoniais são consideradas permanentes, isto é, existem
enquanto houver saldo, as contas de resultado são consideradas transitórias, já
que a cada final de período ficam com seus saldos zerado por conta da
transferência dos valores para a conta resultado do exercício (SILVA, 2008).

Balancete de Verificação
Balancete de Verificação é justamente a verificação dos saldos das contas que
foram apurado no Livro Razão com os totais dos débitos e créditos de cada
conta, ou seja, quando somamos os débitos de todas as contas, que deve ser
igual à soma dos créditos de todas as contas. Por isso, é possível encontrar nas
colunas do Balancete de Verificação os saldos credores que devem ser iguais ao
total dos saldos devedores; e se isso acontecer, os registros do Diário transcritos
para o Razão estarão corretos (SILVA, 2008).

O exemplo a seguir irá ilustrar o mecanismo do Balancete de Verificação,


primeiramente, estarão os lançamentos nos razonetes e, em seguida, o
balancete de verificação, baseado nesses lançamentos:

Figura 3.5 - Desenvolvimento do exemplo - Lançamento nos razonetes

Fonte: Elaborado pela autora (2019).


Saldos
Contas
Devedores Credores

Caixa 30.000

Duplicatas a Receber 4.500

Mercadorias 39.000

Imóveis 25.000

Móveis e Utensílios 15.500

Fornecedores 29.000

Capital 85.000

Total 114.000 114.000


Quadro 3.1 - Balancete de Verificação

Fonte: Adaptado de Silva (2008, p. 141).

Mesmo não constando nenhuma conta de resultado no balancete de verificação


apresentado na Quadro 3.1, é importante lembrar que no exemplo dado essa
verificação aconteceu antes de o resultado ser apurado, sendo assim o saldo do
demonstrativo de resultado ainda não migrou para o Balanço Patrimonial na
conta de Lucros Acumulados, ou seja, todas as contas de receitas e despesas
estarão ainda com saldos (SILVA, 2008).

O balancete de verificação pode aparecer em mais de um formato diferente: o


mais simples, apresentado na Quadro 3.1, pode ter apenas a relação de contas e
os saldos devedores ou credores ao final do exercício, já outro tipo é o que traz
os movimentos devedores e credores de cada conta no exercício e os saldos em
outras colunas, conforme é possível verificar na Tabela 3.1 (MONTOTO, 2015).
Saldo em Operações do Saldo Final
(1º
31/12/X7 Período Balancete)
Contas
Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor

Ativo

Passivo

Patrimônio
Líquido

Despesas e
Custos

Receita

TOTAL
Tabela 3.1 - Balancete de Verificação

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

praticar
Vamos Praticar
A empresa XPTO S.A. está expandindo as suas operações e, por isso, comprou 100
máquinas para substituição e aumento de capacidade. O pagamento foi feito à vista.

Portanto, podemos dizer que esse evento contábil representa um fato:


a)
Permutativo entre elementos do Passivo.
b)
Modificativo entre elementos do Ativo e do Passivo
c)
Modificativo no Passivo Não Circulante.
d)
Permutativo entre elementos do Ativo.
e)
Misto diminutivo no Ativo e no Passivo.
Os atos e fatos da
Escrituração Contábil e
Geração da DRE

Ao final de cada exercício social, que normalmente é o equivalente a um ano, as


empresas precisam apurar o resultado dos seus negócios, a contabilidade soma
as receitas (+) com as despesas (-) para saber se houve lucro ou prejuízo. Essa
operação é realizada na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), um dos
demonstrativos financeiros com divulgação obrigatória para grande parte das
empresas, ele apresenta de forma organizada um resumo das despesas e
receitas do período, com o objetivo de facilitar tomadas de decisão. Por meio
desse demonstrativo, é possível verificar se o maior objetivo da empresa pôde
ser atingido, ou seja, se os benefícios obtidos superaram os sacrifícios realizados
(MARION, 2016).

A receita representa, na maioria das vezes, a venda de mercadorias ou


prestação de serviços e a despesa é todo esforço, consumo de bens e/ou
serviços para obter receita. O primeiro item que aparece na DRE é a Receita
Bruta, nesse valor ainda estão inclusos os impostos sobre vendas (geradas no
momento da venda e variam proporcionalmente em relação à venda, os mais
comuns são: IPI, ICMS, ISS, PIS e Cofins), as vendas canceladas e os descontos.

Então, o primeiro passo é deduzir o valor dos impostos sobre as vendas, já que
não pertencem à empresa, mas ao governo; as vendas canceladas/devoluções
também são deduzidas, pois é como se elas não tivessem ocorrido; e o valor dos
descontos concedidos, obtendo-se assim o valor da Receita Líquida (MARION,
2016).

(+)Receita Bruta

(-) Deduções

Receita Líquida
Tabela 3.2 - Receita Líquida

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

O lucro bruto é o resultado da venda de mercadorias e/ou prestação de


serviços, menos o custo das mercadorias e/ou o custo por prestar o serviço, não
incluindo ainda as despesas administrativa de vendas e financeiras. Esse é o
primeiro indicador de desempenho nas atividades operacionais (MARION, 2016).

(+)Receita Bruta

(-) Deduções

Receita Líquida

(-) Custos das Vendas

(=) Lucro Bruto


Tabela 3.3 - Lucro Bruto

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

Já o Lucro Operacional é o resultado do lucro bruto com as despesas


operacionais, sendo que as despesas operacionais são aquelas necessárias para
efetuar a venda do produto e/ou do serviço para administrar a empresa e para
financiar as operações; o lucro bruto evidencia o desempenho no negócio da
entidade (MARION, 2016).

(+)Receita Bruta

(-) Deduções

Receita Líquida
(-) Custos das Vendas

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

(=) Lucro Operacional


Tabela 3.4 - Lucro Operacional.

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

Os principais grupos de Despesas Operacionais, segundo Marion (2016), são:

1. Despesas de vendas
: tratam-se dos gastos com a comercialização e
distribuição dos produtos/serviços, por exemplo, despesas com pessoal
da área de venda, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade,
marketing, provisão para devedores duvidosos etc.;
2. Despesas administrativas
: gastos para administrar o negócio, por
exemplo, honorários administrativos, salários e encargos sociais do
pessoal administrativo, aluguéis de escritórios, materiais de escritório,
seguro de escritório, depreciação de móveis e utensílios, assinaturas de
jornais etc.
3. Despesas Financeiras
: gastos para remunerar o capital de terceiros,
por exemplo, juros pagos ou incorridos, comissões bancárias,
descontos concedidos, juros de mora pagos etc.

O próximo passo seria apurar o lucro antes do Imposto de Renda, sendo o


resultado do lucro operacional com despesas e receitas que não estejam
diretamente relacionadas ao negócio, por exemplo, lucros ou prejuízos na venda
de itens do ativo permanente (MARION, 2016).

(+)Receita Bruta

(-) Deduções

Receita Líquida

(-) Custos das Vendas

(=) Lucro Bruto


(-) Despesas Operacionais

(=) Lucro Operacional

(-) Despesas Não Operacionais

(+) Receitas não operacionais

(=) Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social


Tabela 3.5 - Lucro antes do Imposto de Renda e Contribuição Social

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

Em seguida, o cálculo do lucro - após o imposto de renda - para o cálculo do


valor a ser pago de impostos, é preciso que seja analisada a forma de tributação
à qual a empresa pertence: lucro real, lucro presumido, simples nacional e lucro
arbitrado (MARION, 2016).

(+)Receita Bruta

(-) Deduções

Receita Líquida

(-) Custos das Vendas

(=) Lucro Bruto


(-) Despesas Operacionais

(=) Lucro Operacional

(-) Despesas Não Operacionais

(+) Receitas não operacionais

(=) Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social

(-) Imposto de Renda e Contribuição Social

(=) Lucro depois do Imposto de Renda e Contribuição Social


Tabela 3.6 - Lucro depois do Imposto de Renda e Contribuição Social

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

E, por fim, a apuração do lucro líquido é o resultado do lucro, depois do imposto


de renda e menos os gastos com doações e contribuições (dirigidas às
fundações com a finalidade de assistir o quadro de funcionários e às
cooperativas de empregados)  e as participações (complementos à remuneração
de empregados e administradores) (MARION, 2016).

(+)Receita Bruta

(-) Deduções

Receita Líquida

(-) Custos das Vendas

(=) Lucro Bruto


(-) Despesas Operacionais

(=) Lucro Operacional

(-) Despesas Não Operacionais

(+) Receitas não operacionais

(=) Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social

(-) Imposto de Renda e Contribuição Social

(=) Lucro depois do Imposto de Renda e Contribuição Social


Tabela 3.7 - Lucro Líquido

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

O Lucro Líquido é a sobra à disposição dos proprietários da empresa, eles


decidem quanto do lucro fica retido na empresa e quanto será distribuído via
dividendos. A distribuição do lucro será evidenciada na Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) (MARION, 2016).

praticar
Vamos Praticar
Foi analisado o balancete de verificação da empresa XYZ, levantado em 31.09.X9, as
contas ainda  não estavam ordenadas em ordem de liquidez/exigibilidade e se
apresentavam da seguinte forma:
Bancos: 5;

Clientes: 10;

Capital: 25;

Salários a Pagar: 5;

Caixa: 7,50;

Mercadorias: 20;

Empréstimos Obtidos: 20;

Prejuízos Acumulados: 10;

Fornecedores: 2,50.

Com base nas informações apresentadas, conclui-se que:

a)
A soma do saldo devedor do balancete é R$52,50.
b)
A soma do saldo credor do balancete é R$52,50.
c)
O valor do ativo patrimonial é de R$72,50.
d)
O valor do passivo patrimonial é de R$32,50.
e)
O valor do Patrimônio Líquido é de R$15.
Relação da Demonstração
do Resultado do Exercício –
DRE com o Balanço
Patrimonial

O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são


demonstrativos/relatórios contábeis obrigatórios. De certa forma, eles estão
interligados, pois os registros dos fatos contábeis são feitos, a princípio, nas
contas dos dois relatórios e somente após a apuração do resultado do exercício
é que o saldo da Demonstração do Resultado do Exercício migra para a conta de
Lucros/Prejuízos acumulados no Balanço Patrimonial (MARION, 2016).

A relação entre o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultado do


exercício ocorre, pois toda vez que ocorre uma receita essa conta aumenta
quando é creditada e a sua contrapartida sempre será um débito no ativo,
normalmente, na conta caixa, mas também pode ser em alguma conta de
direitos a receber; e toda vez que ocorre uma despesa essa conta aumenta
quando é debitada e a sua contrapartida sempre pode ser um crédito no ativo,
na conta caixa, mas também pode ser um crédito no passivo exigível em alguma
conta de obrigações a pagar (MARION, 2016).

Além dessa relação entre balanço patrimonial e demonstrativo de resultado do


exercício, no final de cada exercício social, é apurado o lucro/prejuízo do período
e são feitos ajustes que afetam o balanço patrimonial e a demonstração do
resultado do exercício, por exemplo (MARION, 2016):
1.   Ajustes em decorrência do regime de competência:

a.   Contratação de seguros: inicialmente, a aquisição do seguro é contabilizada


como ativo, pois o fato gerador ainda não ocorreu, mas no final do exercício
constata-se a sua utilização, por isso o seu valor deve ficar como despesa;

b.   Apropriação de juros de acordo com o período percorrido;

c.   A provisão de devedores duvidosos;

d.   Salários não pagos no mês:

2.   A depreciação: despesas decorrentes do uso dos bens do Ativo Imobilizado,


por exemplo, quando se adquire uma máquina, classifica-se esse bem no Ativo;
à medida que a máquina é usada, há um desgaste, uma perda de potencialidade
de valor, que se denomina depreciação. Como as taxas de depreciação também
são fixadas pelo Fisco, esse ajuste precisa ser feito no demonstrativo de
resultado do exercício, conforme é possível verificar na Figura 3.6:

Figura 3.6 - Ajuste Depreciação

Fonte: Adaptada de Marion, (2016, p. 224).


3.   A provisão para Imposto de Renda: para o cálculo do Imposto de Renda do
exercício, é preciso saber o Lucro antes do Imposto de Renda, para tanto, devem
ser relacionadas todas as receitas e despesas do exercício, ele deve ser
transferido para o Livro de Apuração do Lucro Real para o cálculo do Lucro
Tributável ou Real, que serve de base para cálculo do Imposto de Renda, então,
soma-se as despesas não dedutíveis - segundo o Imposto de Renda - mas que
foram deduzidas pela contabilidade (por exemplo, multas, excesso de
depreciação, provisão para devedores duvidosos etc.).

E, além dos ajustes, tem o efeito do lucro líquido no Balanço Patrimonial, já que
o lucro/prejuízo apurado pertence aos proprietários/acionistas e cabe a eles
decidirem o que será feito com esse valor. A parte distribuída aos
sócios/acionistas/proprietários denomina-se dividendos, caso seja decidido que
esse valor vai ser reinvestido na empresa, ele pode ser alocado na conta de
lucros retidos ou lucros acumulados, no patrimônio líquido, conforme Figura 3.7.

Figura 3.7 - Apuração do Resultado

Fonte: Adaptada de Marion, (2016, p. 91).


saiba mais
Saiba mais
Tanto as grandes como as pequenas empresas
precisam de um profissional dedicado à
contabilidade ou, ao menos, parcialmente
dedicado a essa atividade. As informações
providas por esses profissionais e/ou
departamento são tão importantes que,
inclusive, o Sebrae, órgão referência para
Micro e Pequenas empresas no Brasil, divulga
textos mostrando a importância e
incentivando os proprietários/sócios a
exercerem esse controle e conhecimento das
suas empresas.

ACESSAR

praticar
Vamos Praticar
Para que possa ser feita apuração do resultado do exercício, alguns ajustes precisam
ser feitos.

Quais são os ajustes que afetam o Balanço Patrimonial e a Demonstração de


Resultados que precisam ser feitos?

a)
Depreciação.
b)
Ajustes em decorrência do regime de competência e razonete.
c)
Provisão para Imposto de Renda, Balancete de Verificação e Razonete.
d)
Ajustes em decorrência do regime de competência, depreciação e provisão
para Imposto de Renda.
e)
Razonete.
Relatórios Contábeis

Segundo a lei  nº 6.404/76 (legislação societária brasileira), as sociedades


anônimas precisam elaborar e divulgar suas Demonstrações financeiras ao
término de cada exercício social, com o objetivo de fornecer informações ao
usuários internos e externos.

Balanço Patrimonial: tem o objetivo de evidenciar, em determinado


período, quantitativa e qualitativamente, a posição estática patrimonial
e financeira da empresa, é uma das demonstrações solicitadas
legalmente (Lei 6.404/76). Essa demonstração se divide entre ativo e
passivo em que o ativo é o conjunto de bens e direitos de propriedade
e o passivo é a origem dos recursos que possibilitam a formação do
patrimônio, formado por capital de terceiros e capital próprio (VIEIRA;
RAUPP; BEUREN, 2015);
Demonstrativo de Resultado: essa demonstração representa o
resultado do exercício e como ele foi composto de maneira lógica,
 apresentando aos usuários todas as receitas, os custos dos produtos
vendidos e/ou serviços prestados, as despesas decorrentes da
operação da empresa, além das despesas não-operacionais e os
impostos e as contribuições, até chegar ao valor de lucro líquido e,
também, é uma demonstração solicitada legalmente (Lei 6.404/76)
(VIEIRA; RAUPP; BEUREN, 2015);
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados: essa demonstração
tem como objetivo divulgar as mutações nos resultados acumulados da
empresa, ou seja, os elementos que modificaram o saldo da conta
lucros ou prejuízos acumulados e a distribuição do resultado do
exercício, sendo também solicitada legalmente (Lei 6.404/76) (VIEIRA;
RAUPP; BEUREN, 2015);
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: a lei 6.404/76 não
exige a divulgação dessa demonstração, mas a Comissão de Valores
Mobiliários exige a sua divulgação para companhias empresas abertas;
ela demonstra as mudanças ocorridas na composição do Patrimônio
Líquido e o que causou essas variações, indica também de forma clara
a formação e a utilização de todas as reservas, servindo para o cálculo
dos dividendos obrigatórios (VIEIRA; RAUPP; BEUREN, 2015);
Demonstração do Valor Adicionado: demonstra o que foi gerado de
riqueza pela empresa e qual a sua fonte geradora, por exemplo,
empregados, financiadores, acionistas, governo, outros e, também, a
parcela que não foi distribuída é solicitada legalmente (Lei 11.638/07),
se for companhia aberta;
Demonstração de Resultado Abrangente: demonstra as alterações no
capital próprio da empresa, exceto as resultantes de investimentos
pelos proprietários e distribuição para proprietários. É um relatório
gerencial (MAZZIONI et. al, 2013);
Demonstração do fluxo de caixa: ela demonstra os ingressos e saídas
de recursos monetários de uma empresa em um período de tempo,
evidenciando a fonte dos recursos e a sua aplicação; esse controle
proporciona maior segurança referente à disponibilidade de recursos
para realização de investimentos e para cumprimento dos
compromissos já assumidos. É solicitada legalmente (Lei 6.404/76)
(VIEIRA; RAUPP; BEUREN, 2015);
Notas Explicativas: o objetivo das notas explicativas é esclarecer a
situação patrimonial e dos resultados do exercício, normalmente,
indicam os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,
dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição
de provisões para encargos e riscos e dos ajustes para atender às
perdas prováveis na realização de valores do ativo e também é
solicitada legalmente (Lei 6.404/76) (VIEIRA; RAUPP; BEUREN, 2015).

reflita
Reflita
Com base no passo a passo apresentado para registro dos fatos
contábeis e elaboração das demonstrações, conclui-se que há
margem para erros, caso essas atividades sejam todas feitas
manualmente. Além de pensar também na agilidade e eficiência
dos processos que as empresas estão cada vez mais
interessadas, os sistemas vêm para suportar o dia a dia contábil,
ajudando a evitar erros e a agilizar esse processo. O link a seguir
trata sobre a parceria entre contabilidade e tecnologia: <
https://www.totvs.com/blog/demonstracoes-financeiras/
>.

praticar
Vamos Praticar
As contas a seguir representam um grupo de receitas e despesas, que aqui estão
distribuídas aleatoriamente, mas compõem a demonstração do resultado do exercício
da empresa Margaridinha S/A.

Receitas não-operacionais R$ 1.000,00;

Provisão para contribuição social 10%;

Juros recebidos R$ 750,00;


Depreciação R$ 350,00;

Participação de administradores 5%;

Impostos e taxas R$ 250,00;

Propaganda e publicidade R$ 900,00;

Vendas canceladas R$ 10.000,00;

PIS/PASEP 1%;

Despesas bancárias R$ 400,00;

Comissões sobre vendas de mercadorias R$ 1.500,00;

Descontos incondicionais concedidos R$ 10.000,00;

Descontos condicionais concedidos R$ 1.000,00;

Participação de partes beneficiárias 5%;

Juros pagos R$ 250,00;

Vendas de mercadorias R$ 50.000,00;

COFINS 2%;

Salários e encargos R$ 1.500,00;

Água e energia R$ 100,00;

Provisão para imposto de renda 15%;

CMV R$ 18.500,00;

ICMS s/ compras e vendas 12%;

Descontos obtidos R$ 7.500,00;

Colocando as contas acima em ordem com as regras de elaboração da demonstração


do resultado do exercício, vamos encontrar:
a)
Receita líquida de vendas de R$ 24.000,00.
b)
Lucro operacional bruto de R$ 2.000,00.
c)
Lucro operacional líquido de R$ 7.500,00.
d)
Lucro líquido antes da contribuição social e do imposto de renda de R$
10.000,00.
e)
Lucro líquido do exercício de R$ 6.750,00.
indicações
Material
Complementar

LIVRO

Contabilidade Geral Fácil


Editora
:
Saraiva
Autor
: Osni Moura Ribeiro
ISBN
: 9788502202023.
Comentários
: o Capítulo 13 desse livro contempla uma
riqueza de detalhes sobre as demonstrações contábeis,
inclusive, da Demonstração de Fluxos de Caixa, que não é
tema desta unidade, apesar de ser solicitada legalmente.
FILME

Aula 11 - Razão e Erros de Escrituração


Comentários
: Na segunda parte desse vídeo, você vai
poder verificar os principais erros de escrituração que
ocorrem, já que se trata de um trabalho muito detalhado
e manual e como esses erros podem ser corrigidos.

TRAILER
conclusão
Conclusão
É importante conhecer como acontece a escrituração contábil, a elaboração e a
divulgação dos relatórios contábeis, ou seja, conhecer desde o fato ocorrido do
dia a dia das empresas e também saber como a contabilidade recebe, processa
e registra a informação e, por fim, de forma organizada e padronizada como ela
divulga a informação sobre a empresa para utilização de todos os usuários para
tomada de decisão e planejamento.

Para a divulgação da informação, é necessário estar ciente sobre o objetivo de


cada uma das demonstrações e, também, de que forma ela deve ser elaborada,
por isso é importante conhecer em que formato deve ser apresentada, qual
período de informações deve estar compreendido naquele demonstrativo, quais
informações são essenciais e se é necessário algum
complemento/esclarecimento para que a informação disponível no relatório seja
compreendida.

referências
Referências
Bibliográficas
BRASIL. Lei
n. 6404, 15 de dezembro de 1976
. Dispõe sobre as Sociedades por
Ações. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
>. Acesso em: 16
jun. 2019.

BRASIL.
Lei n. 11.638, 28 de dezembro de 2007
. Altera e revoga dispositivos da
Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União,
Brasília, D. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm
>. Acesso em: 19 jun. 2019.

BRASIL.
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Controladoria para o Controle de Gestão: um estudo de caso em uma Empresa
de Construção Civil. In:
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