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TERESINA-PI
2022
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TERESINA-PI
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
Divisão de Representação da Informação
CDD 658
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela saúde, pela família, pelos amigos e pela
graça da oportunidade que poucos têm em um país tão desigual quanto o Brasil, que minha fé
em Deus, mediante a intercessão de Maria seja inabalável, pois é o que nos salva todos os dias.
Obrigado, Senhor, por ter em ti a inspiração para enfrentar os obstáculos da vida e perseguir os
meus objetivos.
Ao Colégio Sagrado Coração de Jesus, tão importante para minha formação como
cidadão, agradeço pelos ensinamentos advindos de cada um dos integrantes dessa centenária
instituição, por cada momento vivido nesse ambiente tão nobre e por todas as pessoas que
conheci, condições fundamentais para a construção do meu caráter e da minha visão de mundo
visando a seguir a obra e a honrar memória de Savina Petrilli.
Aos meus queridos e amados avós, Judite Lopes Dias e Valdemar Francisco Dias,
tão cuidadosos, atenciosos e dedicados à família que eu poderia muito bem chamá-los de mãe
e pai. Obrigado por toda a dedicação e o amor com os quais cuidam da família e oportunizaram
assim seus filhos e seus netos gozarem de um futuro melhor, minha eterna reverência a ambos.
Às minhas mães, Antonia Lopes Dias, mulher valorosa e trabalhadora, que com
suas virtudes desperta em todos ao seu redor a admiração e o respeito, por alguém que tem suas
convicções, seus valores, e os torna inegociáveis em procura da justiça social. Em mim, desperta
mais que isso, urge um sentimento para além da admiração e do respeito, sentimento de amor e
profunda gratidão por todo o zelo e carinho que esta mulher é capaz de me propiciar e Maria
De Lourdes Lopes Dias, amorosa e cuidadosa, mostrou-se uma mulher capaz de fazer-me sentir
o amor de mãe advindo de alguém cujo ventre não vivi, mas nasci de seu coração e em meu
coração ela viverá eternamente.
À minha família, tias, tios, primos, primas, padrinhos e à minha querida irmã, meu
muito obrigado por me acompanharem durante essa jornada, muito obrigado pelo carinho e
muito obrigado por transformarem nossos momentos juntos em memórias saudosas e emotivas,
saibam que eu não poderia ter nascido em um lar melhor e escolheria mil vezes vocês caso me
fosse permitido.
Aos meus colegas de turma e a todas as pessoas que conheci na Universidade
Federal do Piauí durante esta graduação, agradeço pelo companheirismo, pelos ensinamentos e
incentivos, em especial, a minha namorada, Maria Eduarda de Sousa, que de uma amiga de sala
de aula transformou-se em uma pessoa fundamental na minha vida e que esteve ao meu lado
durante toda esta graduação, tornando a rotina letiva uma experiência mais leve e agradável.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Lauro Oliveira Viana, além de orientador, meu
professor durante três períodos, agradeço pela confiança, pela disponibilidade e pelos
ensinamentos.
À Universidade Federal do Piauí por proporcionar um ambiente de aprendizagem e
desenvolvimento de profissionais e cidadãos em busca de um Piauí mais próspero e um Brasil
melhor.
RESUMO
A rotina do futebol brasileiro, salvo exceções, consiste em uma busca acelerada por
desempenho e resultados em campo, mesmo que esta pressa prejudique e encerre o
desenvolvimento de trabalhos que poderiam a longo prazo render resultados importantes. A
consequência deste fato é o processo de turnover dos treinadores brasileiros, visto que o futebol
brasileiro acostumou-se com um padrão de troca de treinadores em que o profissional é
demitido a cada dois ou três meses de trabalho por conta de dois ou três resultados ruins. Nesse
sentido, uma forma de combater essa realidade e desenvolver um futebol brasileiro mais
qualificado seria um amplo processo de profissionalização do futebol, pois o processo de
profissionalização dos clubes diz respeito diretamente a gestão de seu recursos e ao alcance de
seus objetivos, todavia, esta abordagem parece distante da realidade do futebol nacional. Assim,
este estudo determina-se a analisar a relação entre a quantidade de troca de treinadores e o
alcance do objetivo permanência na Série A do campeonato brasileiro no período de 2017 a
2020 como forma de identificar padrões de comportamento relativos a troca de treinadores que
podem determinar o rebaixamento a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental de
natureza qualitativa.
The routine of Brazilian football, with few exceptions, consists of an accelerated search for
performance and results on the field, even if this rush harms and ends the development of
works that could yield important results in the long term. The consequence of this fact is the
turnover process of Brazilian coaches, since Brazilian football has become accustomed to a
pattern of changing coaches in which the professional is fired every two or three months of
work due to two or three bad results. . In this sense, a way to combat this reality and develop a
more qualified Brazilian football would be a broad process of professionalization of football,
since the process of professionalization of clubs directly concerns the management of their
resources and the achievement of their objectives, however, this approach seems far from the
reality of national football. Thus, this study is determined to analyze the relationship between
this turnover process and the relegation of clubs as a way of identifying behavior patterns
related to the change of coaches that can determine the relegation from a bibliographic and
documentary research of a qualitative nature.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 17
2.1 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS ....................................................................... 17
2.2 LIDERANÇA ................................................................................................................. 18
2.3 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ................................................................................. 20
2.3.1 RECRUTAMENTO INTERNO .............................................................................. 21
2.3.2 RECRUTAMENTO EXTERNO ............................................................................. 22
2.3.3 SELEÇÃO ................................................................................................................ 22
2.4 DESLIGAMENTO ......................................................................................................... 23
2.5 ROTATIVIDADE .......................................................................................................... 24
3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 25
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................... 27
4.1 CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A 2017 ........................................................... 28
4.2 CAMPEOANTO BRASILEIRO SÉRIE A 2018 ........................................................... 29
4.3 CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A 2019 ........................................................... 30
4.4 CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A 2020 ........................................................... 32
4.5 ANÁLISE GERAL DOS RESULTADOS ..................................................................... 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 36
13
1. INTRODUÇÃO
O futebol é o esporte mais popular do Brasil, pois exerce função social e econômica
de extrema relevância para o país (AZEVEDO; ALMEIDA; RAMALHO, 2021). A função
social do futebol estabelece-se de forma intangível, quando o esporte desenvolve uma relação
de paixão do indivíduo com o jogo, pois este expressa situações simbólicas do dia a dia.
A função social do futebol é comparável à do trabalho, mas também pode ser vista
como uma espécie de drama social com valor simbólico para os espectadores, por
representar conflitos que, de outro modo, seriam menos aparentes (STEMME,
1981, p.107).
ideologia explorada anteriormente, assim, quando seus resultados não são imediatos, as
demissões se sucedem e um novo ciclo é iniciado no clube.
Sob a perspectiva da administração, a alta rotatividade de funcionários é um
problema. Para compensar as saídas, as organizações passam por um processo de entropia
negativa, assim, perdem energia e recursos, pois mediante as saídas precisam de mais energia
e mais recursos para manterem o equilíbrio (CHIAVENATO, 2014), porém, no Brasil, há um
estímulo à demissão de treinadores por parte dos stakeholders do futebol (torcedores, imprensa,
conselheiros).
Dessa forma, o futebol brasileiro limita seu potencial, pois a alta rotatividade é a
ponta do iceberg de distorções politicas presentes no ambiente organizacional (DALL’INHA,
2006), logo, este fenômeno aponta para a existência de outros problemas dentro da estrutura
dos clubes. Segundo Brannick (1999), a rotatividade ocorre a partir de uma relação má
estabelecida entre o colaborador e a cultura organizacional, o treinamento e as políticas
organizacionais.
Conforme abordado, identifica-se um fenômeno no futebol brasileiro relacionado a
rotatividade de treinadores, sob o ponto de vista da gestão, a alta rotatividade é encarada na
maioria das vezes como um problema da administração e algo que tem efeitos nocivos a longo
prazo para o ambiente organizacional. Esta perspectiva pode ser transportada para a gestão do
futebol.
Nesse contexto, insere-se o objetivo desta pesquisa, analisar a relação entre a
quantidade de troca de treinadores e o alcance do objetivo permanência na Série A do
campeonato brasileiro no período de 2017 a 2020, tendo como referência o estudo desenvolvido
por Galdino et al. (2022). Segundo os autores, o processo de turnover dos treinadores brasileiros
é reflexo de um comportamento organizacional cultural cultivado pelos tomadores de decisão.
De maneira análoga, pretende-se também estudar o grau de rotatividade que garante o
rebaixamento e o grau de rotatividade que garante a permanência assim como identificar o
aproveitamento ideal para a permanência na elite.
Nesse sentido, visando a embasar a pesquisa, a definição de alguns processos
diretamente ligados ao processo de turnover foram discutidos no referencial teóricos desta
pesquisa a fim de evidenciar a relação entre o processo de recrutamento e seleção e a
rotatividade, assim como evidenciar as consequências deste processo na visão dos autores
citados.
17
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.2 LIDERANÇA
em que não há coerção e sim motivação pessoal, assim, esta influência deve partir de
significados, normas, sentimentos, pensamentos e valores (BLOM e ALVESSON, 2014).
Esta perspectiva nasceu junto a Teoria das Relações humanas, tendo em vista que
a teoria clássica pouco se preocupou com definições de liderança que iriam além da liderança
forma inerente à autoridade estabelecida por níveis hierárquicos.
Quando se toma como base a contribuição de Bolden (2004), infere-se que, por não
exercer a coerção, o líder precisa ser toado de algumas competências para liderar uma equipe
com sucesso, assim, pode-se explanar as competências estabelecidas por Katz (1974).
a) Competências técnicas: capacidade de se obter conhecimento e proficiência em
algum tipo de trabalho ou atividade especifica, vale-se ressaltar que este tipo de competência
perde valor quanto mais elevado for o nível gerencia ocupado;
b) Competências sociais: capacidade de lidar com pessoas, estabelecendo um
ambiente de confiança, conforto e que encoraje os liderados nas suas atividades.
c) Competência conceitual: capacidade de raciocinar de forma abstrata,
imaginando o funcionamento organizacional;
A perspectiva contemporânea de liderança defende que a liderança não parte mais
apenas de um indivíduo, mas funciona como um processo partilhado e originado em nível
coletivo (FERKINS et al., 2017). Assim, uma liderança de sucesso advém de um processo de
integração entre líderes e seguidores (MURJI, 2015).
Por conta da necessidade de integrar o coletivo ao processo de liderança, Kelley
(2004), define os tipos de seguidores que a liderança encontrará no ambiente organizacional.
a) Seguidores alienados: seguidores críticos e independentes, possuem uma visão
realista da organização a partir de um ceticismo saudável.
b) Seguidores conformistas: seguidores que cumprem as ordens e as regras,
aceitando-as sem divergências, estes seguidores são capazes de sacrificar seus princípios em
prol da harmonia coletiva.
c) Seguidores passivos: seguidores que esperam a tomada de decisão do líder para
agirem de acordo com direcionamento adotado.
20
2.3.3 SELEÇÃO
cargo a ser ocupado de acordo com a escolha exercida pela organização a partir do método de
análise (LIMONGI-FRANÇA e ARELLANO, 2002).
De acordo com Knapik (2006), a seleção deve considerar o perfil profissional
relativo a vaga disponível bem como o capital intelectual do cargo que deve ser mantido ou
aumentado, nesse sentido, sustenta-se o raciocínio de Chiavenato (2008), o autor trata a seleção
como um processo de comparação, assim, ele estabelece que um processo seletivo de sucesso
sustenta-se na habilidade do profissional de comparar as necessidades da organização com as
características comportamentais do candidato e a cultura da organização.
Durante o processo de seleção, alguns método de avaliação podem ser adotados
pela organização de acordo com o processo considerado mais assertivo para a escolha do
candidato para o cargo em questão. Elgenneni (2009) afirma que os mais comuns são:
a) Formulários de emprego: preenchimento por parte do candidato de algumas
informações especificas como formação, experiência profissional ou idade, eliminando
candidatos que não atendam aos requisitos mínimos do cargo.
b) Testes: exercícios organizados pela organização com o objetivo de avaliar as
aptidões previamente estabelecidas para o cumprimento do cargo, estes testes complementam
o currículo com algumas informações oriundas de testes de inteligência, testes de personalidade
ou testes de aprendizado.
c) Entrevistas: exercício de contato direto entre o candidato e o contratante a partir
de um roteiro de perguntas previamente elaborado pelo contratante que medirá o grau de
preparação do candidato.
2.4 DESLIGAMENTO
reforçado por De Araújo, Shikida e Ferreira (2018) que entendem a demissão de um líder como
a interrupção da estratégia de planejamento adotada.
A partir deste entendimento é possível diferenciar os dois tipos de desligamentos
que influem no cálculo da rotatividade. O desligamento por iniciativa própria corresponde a
decisão do funcionário de romper o contrato de trabalho com base em duas percepções:
insatisfação ou melhores oportunidades, enquanto que o desligamento por iniciativa da
organização ocorre quando a organização decide substituir o colaborador por outro mais
adequado às características que a organização espera para desempenhar determinado cargo
(CHIAVENATO, 2014).
Ademais, Silva (2002) concorda com tal subdivisão do processo de desligamento,
destacando como tema imprescindível para a análise a natureza do desligamento, segundo ele,
há o desligamento funcional, este de interesse da organização, e o desligamento disfuncional,
este de interesse unilateral do funcionário. Ainda segundo o autor, estudar a rotatividade é
estudar o movimento dos funcionários na organização a qual pertencem. Logo, o processo de
turnover, termo inglês para rotatividade, alia-se a substituição de antigas trabalhadores por
novos (SANTOS, 2010).
2.5 ROTATIVIDADE
Todavia, tal tema sempre foi tratado com pouco esmero no meio do futebol,
naturalizou-se que uma equipe trabalhe ao longo de dez meses com três ou quatro treinadores,
deixou-se de lado o fato da alta rotatividade causar danos à imagem da organização, perda de
identidade e custos financeiros elevados (DALMOLIN et al., 2007), contudo, tal discussão
ganha cada vez mais espaço e a diminuição da taxa de rotatividade, bem como a qualificação
do processo de seleção dos treinadores são hoje temas protagonistas na discussão do futebol
nacional.
A rotatividade corresponde ao conjunto de movimentações de entrada e saída de
colaboradores da organização, sejam essas movimentações provocadas pelo empregado ou pelo
empregador (ORELLANO; MATTOS; PAZELLO, 2009). Nesse sentido, a saída de um
colaborador quase sempre resulta na admissão de outro como substituto (CHIAVENATO,
2014), tal fenômeno ocorre no tema estudando, tendo em vista que a gestão da atividade
principal do clube não permanece vago por muito tempo.
De acordo com Lima (2020), a rotatividade consiste em um indicador importante,
pois fornece informações além do fluxo de pessoas que entram e saem das organizações,
também indicam aos gestores a existência de conformidades que afetam os colaboradores. Tal
linha de raciocínio encontra sustentação no pensamento de Ferreira e Siqueira (2005), pois eles
entendem que as organizações precisam desenvolver mecanismos de estímulo ao
comprometimento a fim de identificar as insatisfações e minimizá-las visando a baixa
rotatividade.
3. METODOLOGIA
sendo que, de acordo com as regras estabelecidas pela CBF, no campeonato brasileiro da série
A, uma vitória equivale a 3 (três) pontos, o empate equivale a 1 (um) ponto e a derrota equivale
a 0 (zero) ponto. Nesse contexto, também foi calculada a média da quantidade de treinadores
que as equipes selecionadas tiveram de acordo com o ano a fim de delimitar padrões
quantitativos que desencadeiam o rebaixamento ou não.
que entre o 1° e o 2° treinador utilizou, como interino, durante uma partida, João Paulo Sanchez,
em uma partida em que a equipe saiu vitoriosa. Após a demissão do 2° treinador, o clube goiano
decidiu pela efetivação de João Paulo Sanchez no cargo, este fez aproveitamento superior
inclusive ao Vitória e ao Sport, equipes que permaneceram na Série A.
Na Série A de 2019, pode-se identificar que a média de troca de treinadores dos seis
últimos colocados foi de 2,83 técnicos por equipe, apenas duas equipes ficaram abaixo dessa
média.
de forma que no mínimo mantivesse o aproveitamento, ainda sim, alcançou o objetivo, assim
como Vaco, a equipe Cearense obteve melhor aproveitamento com seu terceiro treinador a
partir de um comparativo com o segundo treinador.
O Sport foi a equipe que menos trocou de treinador entre as analisadas e foi a melhor
colocada, mesmo que todas as outras equipes analisadas, com exceção do Coritiba, tenham ao
menos um treinador durante a competição que obtivera aproveitamento no mínimo igual ao do
Sport. Logo, todas as equipes, com exceção do Coritiba, tiveram no mínimo um treinador com
aproveitamento que poderia levar a equipe a permanecer na série A.
Entre as temporadas analisadas, a de 2020 foi a temporada em que mais houve
trocas de treinador, nesse sentido, esta temporada pode ser observada sob a ótica do “Bode
Expiatório”, explanada, segundo Silvestre, por Gramson e Scotch (1964).
um treinador durante a competição, o Avaí, e foi rebaixado. Sob esta perspectiva, pode-se
afirmar que quatro treinadores durante o campeonato é um forte indicativo de rebaixamento,
mas não se pode fazer outras ilações acerca de uma relação quantitativa entre quantidade de
treinadores e permanência na Série A tomando como base três treinadores e dois treinadores
durante a competição.
Quanto ao caso do Avaí, em 2017, vale-se ressaltar que a equipe obteve
aproveitamento suficiente para a permanência na Série A, pois encerrou sua participação no
campeonato empatado em pontos com o 16° colocado, todavia fora rebaixado por contas dos
critérios de desempate, contudo, dois anos depois, o Avaí teve três treinadores durante a
competição e fora rebaixado em último lugar com 17,5% de aproveitamento, logo, mais trocas
de treinadores, no caso do Avaí acarretou uma queda de aproveitamento em relação a sua última
participação na liga nacional.
Outro fato a se observar é que, entre as equipes analisadas, das 12 equipes em que
a primeira troca de treinador acarretou uma melhora de aproveitamento 10 realizaram no
mínimo mais uma troca, este fenômeno evidencia a pressa por resultados no futebol brasileiro
em que a evolução no que refere a resultados precisa ser rápida e expressiva, caso contrário, a
demissão é praticamente certa.
Sob uma perspectiva geral, vale-se ressaltar que esta pesquisa apurou o
aproveitamento de 70 treinadores, entre os quais, 31,4% realizaram aproveitamento acima da
média dos aproveitamentos mínimos que garantiram a permanência na série A nos anos
analisados (36,4%), enquanto, dos 24 clubes analisados, 37,5% deles realizaram
aproveitamento acima desta média.
Ademais, o recrutamento interno, para uma situação de crise como a permanência
na Série A mostrou-se eficaz, tendo em vista que dos treinadores analisados, seis eram
treinadores interinos efetivados no cargo de treinador principal, quatro desses treinadores
obtiveram o melhor aproveitamento entre os treinadores da equipe no determinado ano e nestes
quatro casos o aproveitamento destes treinadores era suficiente para a permanência na Série A
do campeonato, logo, o recrutamento interno neste tipo de situação pode ser uma boa estratégia.
Portanto, encontrou-se a quantidade de quatro treinadores durante o campeonato
como determinante para o rebaixamento e não se encontrou uma quantidade de treinadores
durante o campeonato que garantisse a permanência na série A, mas encontrou-se relações
importantes entre certos comportamentos que podem contribuir diretamente para um
rebaixamento ou uma permanência na elite do futebol, uma contribuição importante pode ser o
35
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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