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DE PESSOAS
CÁ TIA L. V E N TU RE LLA
CLA RIS S A S. CE RV O
ELE N IS E A. MA RTIN S DA RO C H A
FÁ BIO P IZZA TO
GIS E LDA SA LLO N DIA S (O RG .)
T A M A RA KA RA WE JC ZYK
EDITORA UNISINOS
2011
APRESENTAÇÃO
O alarmante quadro descrito acima seria, por si só, um alerta à sociedade em que
estamos inseridos e ativos. A questão atual é que esse tipo de esgotamento físico e
mental não se dá mais somente em nível de produção operacional, como na Era
Industrial. Ele é cada dia mais comum e em faixas econômicas e salariais antes não
atingidas. O trabalhador do conhecimento, tão citado, é uma das maiores vítimas desse
processo de aceleração do tempo pós-moderno. Segundo Rifkin (2004), o trabalhador
da Era Industrial conectava o seu ritmo interno com o da maquinaria mecânica dentro
da produção e descrevia seu cansaço em relação ao tempo da máquina, muitas vezes
queixando-se de “desgaste ou esgotamento”. O novo cenário é diferente. Rifkin (2004,
p. 188) descreve que o número de pessoas que se integram com a cultura do
computador só aumenta e, ao contrário do cenário anterior, “quando se sentem
estressados, sentem ‘sobrecarga’ e ‘dão uma parada’ – eufemismos que refletem a
proximidade com que os trabalhadores se identificam com o ritmo imposto pela
tecnologia do computador”.
As consequências desse ciclo têm enormes impactos na visão de Rifkin (2004, p.
189), “as novas tecnologias baseadas no computador aceleraram tanto o volume, o
fluxo e o ritmo da informação que milhões de trabalhadores estão passando por
‘sobrecarga’ mental e ‘fundindo-se’”. Para ele, o fato da nova economia da informação
estar sendo regida pelo ritmo do nanossegundo,1 só agrega mais a fadiga mental, esta
superando o ritmo acelerado da antiga economia industrial. Para Broad (1984, apud
RIFKIN, 2004, p. 188), “o ritmo cada vez mais acelerado do trabalho apenas
aumentou a impaciência dos trabalhadores, resultando em níveis sem precedentes de
estresse”.
Esse ritmo citado acima tem influência direta nos processos internos e nos
resultados, tornando imperativo que haja políticas e práticas adequadas de gestão de
pessoas, alinhadas à estratégia das organizações.
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Campus, 1999.
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RIFKIN, Jeremy. O fim dos empregos. São Paulo: Makron, 2004.
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice. São Paulo: Cortez, 1995.
WOOD JR., Thomas. Mudança organizacional: aprofundando temas atuais em administração de
empresas: São Paulo: Atlas, 1995.
1 Uma unidade de duração tão minúscula que nem mesmo pode ser experimentada pelos sentidos
humanos. Em um estalar de dedos, mais de 500 milhões de nanossegundos se passaram (RIFKIN,
2005, p. 189).
CAPÍTULO 2
Autor Conceito
A seleção abrange o conjunto de práticas e processos usados para
Lacombe, 2007, p. 79 escolher, dentre os candidatos disponíveis, aquele que parece ser o mais
adequado para a vaga existente.
O objetivo da seleção é contratar pessoas com probabilidades de serem
Spector, 2003, p. 147
bem-sucedidas no trabalho.
É a escolha do candidato mais adequado para a organização, dentre todos
Limongi-França, 2002, p. 66 os recrutados, por meio de vários instrumentos de análise, avaliação e
comparação de dados.
Na seleção é analisado com mais propriedade quais dos candidatos
recrutados apresentam as maiores possibilidades de adaptação e
Carvalho et al., 2008, p. 78
produtividade, diante das estratégias, cultura, clima, características da
área requisitante e necessidades tecnológicas.
A seleção configura-se como um novo processo de tomada de decisão, que
Faissal et al., 2005, p. 85 envolve comparação: cada candidato é comparado com o perfil de
competências da posição em aberto e com os demais candidatos.
Apesar do trabalho de captar e recrutar ser uma das primeiras atribuições da área
de Recursos Humanos nas empresas, poucos são os estudos e pesquisas que buscam
refinar essa prática nas organizações (GRAM IGNA, 2006). Compreende-se como um
momento estratégico para as empresas, pois esse processo dimensiona o quanto o
conhecimento, a experiência e a competência do novo profissional acrescentará nos
projetos e processos com os quais interagirá (FAISSAL et al., 2005). Somam-se a essa
discussão a necessidade de que delimitar o contexto do setor e da empresa, bem como
a cultura e o momento pelo qual o negócio está passando, elementos que devem ser
considerados no processo de decisão (LIM ONGI-FRANÇA, 2002).
O mundo do trabalho vem exigindo das organizações um aperfeiçoamento de seus
processos, tornando-os mais eficientes e competitivos. Com isso, novas competências
são esperadas dos profissionais, para que conduzam eficazmente os serviços e os
produtos desenvolvidos pela empresa. Nos dias atuais, os profissionais buscam
espaços de desenvolvimento, de participação, de inovação e de criação. Assim, o
modelo autoritário de gestão e a centralização dos processos de tomada de decisão não
cabem mais. Novas competências são exigidas e, essas devem englobar saberes
diferenciados, capacidade constante de aprendizado, postura ativa, flexível e próxima
aos valores, aos objetivos e à cultura organizacional (CERVO; STEFFENS;
DAUBERM ANN, 2010).
A responsabilidade e a atribuição do selecionador tornam-se mais complexas,
uma vez que é necessário considerar os elementos acima citados, bem como aproximá-
los com as exigências da empresa. O processo de recrutar e selecionar, atualmente,
exige a busca por um corpo de colaboradores experientes na área em questão, com
conhecimentos avançados e muito capacitados e qualificados para o trabalho. Para tal,
faz-se necessário ampliar as ferramentas, técnicas e recursos tecnológicos aplicados
nos processos seletivos, acompanhando as referidas transformações no mundo do
trabalho. Rever e atualizar as técnicas de seleção corresponde a uma estratégia crucial
da área de Recursos Humanos, pois as empresas não podem mais compreender esse
processo como uma forma de achar “a pessoa certa para o lugar certo”, sem atrelar
essa ação às estratégias da empresa. Ou seja, a contratação deve responder a uma
demanda da organização e, para isso, o cuidado para que não ocorra um erro de seleção
fica em evidência. A baixa margem de erro, que se espera nessa atividade, justifica-se
por as empresas não terem “tempo” e “orçamento” para constantemente estarem
substituindo seus quadros de colaboradores (BOHLANDER; SNELL; SHERM ANN,
2003; PONTES, 2005; ULRICH, 1998).
A seleção não pode voltar-se apenas para a identificação do perfil, mas deve,
sobretudo, avaliar o potencial do candidato, tanto nos aspectos técnicos quanto nas
características pessoais, habilidades e competências. Dessa forma, atrela-se ao
planejamento do negócio que é orientado pela lógica da concorrência, competitividade
e do aperfeiçoamento dos processos organizacionais.
Para qualificar e aprimorar o processo seletivo, ou seja, para tornar a entrada na
empresa um processo, além de sério, ético, transparente, exigente e competente na
avaliação dos requisitos de acesso de forma objetiva, cada uma das etapas da seleção
deve ser cuidada e bem conduzida. Diversas são as formas e etapas possíveis para se
estruturar os processos seletivos. Os passos mais tradicionais são: triagem dos
currículos a partir do perfil mapeado; entrevistas (em diferentes momentos e com
características distintas); dinâmicas de grupo; provas situacionais; provas de
conhecimento; avaliação psicológica dos candidatos; análise dos pareceres; decisão
final; retorno aos participantes e procedimentos de contratação (BOHLANDER;
SNELL; SHERM ANN, 2003).
Cada uma das etapas que compõem o processo de captar/recrutar e selecionar
será mapeada e discutida nos tópicos que seguem neste capítulo. A pretensão, ao
separá-los, busca facilitar a discussão e o aprendizado. Contudo, é válido ressaltar que
o processo seletivo deve ser estruturado de forma integrada e única, para sua melhor
operacionalização.
Exemplo 1:
Uma rede de supermercados de uma cidade precisa contratar funcionário para
exercer a função de caixa operador.
Cargo
Caixa operadora
Objetivo do cargo
Realizar a finalização das vendas dos produtos comercializados no
supermercado.
Atividades
Iniciativa no
Conhecimentos dos
produtos e disposição atendimento ao cliente e
Comprometimento
deles no supermercado na execução de seus
com o trabalho
trabalhos
Capacidade de
Segundo grau completo
negociação com os Empático
ou em andamento
clientes
Atenção concentrada e
Conhecimento em
raciocínio lógico e
microinformática e Organizado
abstrato bem
sistema P DV
desenvolvido
Recrutamento interno
Por recrutamento interno entende-se a divulgação da vaga em aberto para os
próprios profissionais que compõem o quadro de colaboradores da empresa.
Complementando, Chiavenato (2006) afirma que o recrutamento interno é quando,
surgindo uma posição, a empresa adota a estratégia de supri-la por meio de remanejo
de seus profissionais. Para o autor, essa estratégica pode envolver: transferência,
promoções, programas de desenvolvimento e planos de carreira. Quando se
disponibiliza as oportunidades para os colaboradores da empresa, algumas vantagens
são identificadas, tais como (LACOM BE, 2007):
Recrutamento externo
A segunda forma de recrutamento compreende a divulgação externa à
organização. Essa opção consiste em atrair profissionais que estão no mercado de
trabalho, suprindo, dessa forma, as vagas e oportunidades da empresa. Segundo
Faissal et al. (2005), esse tipo de recrutamento possibilita que o candidato escolhido
traga para empresa seus conhecimentos, suas experiências, renovando e ampliando as
competências organizacionais e, com isso, agregando novas.
As vantagens nessa forma de captação se volta para adesão de novos
conhecimentos e o ganho em adquirir novas experiências e vivências, além de mobilizar
e influenciar os demais membros da empresa. Também se pode destacar o
aproveitamento dos investimentos em treinamento realizados pelo profissional em
outras empresas. Corroborando essa ideia, Carvalho et al. (2008) delimitam que
algumas organizações preferem pagar um valor maior aos profissionais oriundos do
mercado, devido a essa qualificação que implica resultados e retornos imediatos.
Em contrapartida a essas vantagens, os pontos de atenção dessa forma de
recrutamento são:
a. tempo de duração do processo que pode ser longo, uma vez que precisa dar
um bom espaço de divulgação para que os profissionais saibam da
oportunidade na empresa;
b. o processo de contratação (exames médicos e aspectos burocráticos) em
alguns casos dificulta o início do trabalho;
c. o custo com orçamento de anúncios, honorários de agências e consultorias e
outras despesas também confere uma desvantagem a esse processo.
Recrutamento misto
Em alguns processos seletivos, a empresa opta por fazer um recrutamento misto,
que compreende a terceira forma de captação. Esta alia as possibilidades do
recrutamento interno com o externo.
Nesse processo, a divulgação é realizada tanto internamente quanto
externamente, ocorrendo de forma paralela. O objetivo é atrair o maior número de
pessoas qualificadas à vaga, ampliando a capacidade de escolha da empresa. Uma vez
adotando essa modalidade, o profissional que conduz o processo seletivo deve ater-se
para alguns cuidados essenciais. O primeiro consiste em verificar se ambos os
públicos de candidatos (funcionários e profissionais externos) possuem as mesmas
informações e se estas estão claras a todos. É preciso ter ciência dos requisitos e
critérios de acesso, para que não haja favorecimento de um lado ou de outro (CERVO;
STEFFENS; DAUBERM ANN, 2010).
No momento do processo seletivo, Carvalho et al. (2008) recomendam não
misturar os profissionais nas entrevistas e dinâmicas de grupo. Isso porque os
candidatos do mercado podem sentir-se desconfortáveis com uma possível
aproximação e familiaridade dos funcionários com o condutor do processo seletivo.
Assim como os membros da empresa podem experimentar um sentimento de ameaça
frente às experiências diversas relatadas pelos demais concorrentes. Essa forma de
recrutamento auxilia as organizações se conduzida de maneira ética e transparente.
Sugere-se que as empresas iniciem seus processos seletivos observando os talentos já
existentes no seu quadro. Caso não se consiga fechar o processo com um de seus
profissionais, parte-se, então, para a busca no mercado de trabalho. A estratégica do
recrutamento misto possui como uma vantagem a agilidade em encontrar candidatos,
pois, paralelamente, a empresa está direcionada para dois cenários: interno e externo
(CERVO; STEFFENS; DAUBERM ANN, 2010).
Headhunters
O s headhunters são especializados em identificar e atrair para uma determinada
empresa profissionais altamente estratégicos para o negócio. Buscam seus candidatos,
geralmente executivos de alto nível, entre profissionais empregados. Os headhunters
se valem de seu networking, ou seja, da rede de contatos, para identificar os
profissionais que possuem o perfil solicitado/ desejado para a empresa que estão
atendendo.
Consultorias especializadas em RH
As empresas de consultorias mantêm constantemente atualizados bancos de
currículos, o que dinamiza a etapa do recrutamento. Para atender às demandas das
organizações, é preciso alinhar o perfil solicitado pelo cliente com os profissionais que
a consultoria atrai para suas oportunidades.
Intranet
O uso das redes internas de comunicação nas empresas também é um meio de
recrutamento eficaz para atrair os profissionais. Auxilia tanto nas ações de divulgação
de novas oportunidades aos funcionários da empresa como para divulgar uma vaga ao
público externo, valendo-se da rede de contatos dos colaboradores.
Entrevistas
Etapa mais frequente nos processos seletivos consiste em um espaço para
conversa entre o candidato e o selecionador (podendo ser uma equipe de
selecionadores). O objetivo é obter informações do entrevistado, tanto no que tange às
considerações pessoais quanto às profissionais. A entrevista de seleção constitui a
técnica mais utilizada nas seleções, que mais influencia a decisão final a respeito dos
candidatos, apesar de seu forte apelo subjetivo (REIS, 2003). Nesse sentido, pode-se
afirmar que, mesmo sendo um dos instrumentos mais recorridos, ainda apresenta
maior espaço para a expressão da subjetividade do entrevistador e de imprecisão
(CARVALHO, 2008). O selecionador é o responsável em minimizar esse efeito, pois
cabe a ele preparar-se para esse momento, pautando-se em um perfil bem construído.
Também o profissional de RH deve conduzir essa etapa com habilidade, trazendo
informações válidas para o processo de tomada de decisão.
A entrevista também é um momento para a empresa apresentar-se ao candidato,
fornecendo dados que são relevantes para sua escolha profissional. Torna-se uma
oportunidade de conhecimento mútuo, pois a empresa conhece o candidato e este tem
possibilidade de fazer sua escolha pessoal (PONTES, 2005).
Conforme o perfil estipulado para a vaga, a empresa pode se valer de diferentes
tipos de entrevistas. Serão apresentadas essas distintas formas a fim de esclarecer o
contexto mais adequado para a sua utilização (SPECTOR, 2003; PONTES, 2005).
Não estruturada: consiste em poucas perguntas. Não há um roteiro prévio, o
entrevistador questiona o candidato sobre diversos assuntos. O ponto
relevante nesse tipo de entrevista está na forma com que a interação ocorrerá.
Ou seja, como o selecionador e o candidato estabelecem esse diálogo. A partir
da interação é que os assuntos e temas serão elencados.
Estruturada: elabora-se previamente um roteiro de entrevista, elegendo os
tópicos principais desse momento. M esmo com interações diferenciadas entre
os candidatos, o profissional conduz as entrevistas da mesma forma, obtendo,
com isso, as mesmas informações dos entrevistados, possibilitando uma
comparação entre eles.
Semiestruturada: o entrevistador dispõe de um roteiro de perguntas e,
principalmente, liberdade de formular outras ao longo da entrevista, conforme
as respostas e informações acessadas com o candidato (muito utilizada na
prática);
Entrevista sob pressão: normalmente essa forma de entrevista é utilizada em
cargos estratégicos e de gerência. Para a condução desse processo, elabora-se
uma série de perguntas objetivas e rápidas que são aplicadas de tal forma a
não deixar o candidato ter muito tempo para elaborar sua resposta. O objetivo
consiste em verificar as estratégias comportamentais que o candidato recorre
ao ter que lidar com ansiedade em situações de tensão e pressão.
Entrevista por competência: focada nas experiências passadas dos candidatos,
com o objetivo de identificar, através de condutas manifestas, tendências de
comportamento dos profissionais. Conforme Pontes (2005), a entrevista por
competência tem por diferencial a investigação do histórico profissional,
explorando as competências do candidato em relação àquelas exigidas pelo
cargo e a empresa. As competências observadas nessa entrevistas são:
O entrevistador deve ater-se às reações dos candidatos, pois estes podem tentar
causar impressões positivas ou supervalorizadas. O conteúdo das respostas é um
ponto de atenção (os comportamentos verbais), assim como se devem observar as
manifestações latentes do comportamento do candidato, ou seja, os aspectos não
verbais da comunicação (as expressões faciais, gestos e posturas ao longo da
entrevista, timidez, objetividade etc.). O selecionador deve ter a facilidade de
transformar o ambiente da entrevista em um clima positivo, saber quebrar o gelo e
deixar o candidato à vontade. Por isso, é preciso estar atento às manifestações verbais
e não verbais, apresentando acuidade perceptiva e sabendo questionar, e não discutir
com os candidatos os assuntos debatidos. Algumas falhas comuns no andamento
dessa etapa da seleção correspondem a (CERVO; STEFFENS; DAUBERM ANN,
2010):
a. realização de prejulgamentos;
b. conclusões precipitadas;
c. criar suposições sobre os relatos apresentados, sem a devida comprovação
deles;
d. desviar a atenção enquanto o candidato expõe seus posicionamentos;
e. falar mais que o profissional entrevistado;
f. assumir uma postura de autoritarismo e arrogância;
g. demonstrar temor, insegurança ou falta de empatia; e
h. apenas ouvir o que deseja, pautando sua decisão em impressões e não por
critérios objetivos.
Dinâmicas de grupo
A técnica de dinâmica de grupo foi desenvolvida por Kurt Lewin, psicólogo
alemão, no decorrer da década de 1940, com base em suas ideias da Teoria de Campo.
Segundo o autor, a pessoa e seu ambiente podem ser estudados e compreendidos
como elementos interdependentes (M AROCCI; POZZI, 2004). Para Lewin, o
benefício em estudar a dinâmica de grupo consiste em compreender a postura e papéis
ocupados pelas pessoas em um momento de intercâmbio.
Para a M oscovici (2002), a vivência em grupo proporciona um exercício de
autoconhecimento e estimula uma melhor percepção do comportamento e sentimento
próprio e dos outros. A partir dessa técnica, as pessoas podem vivenciar situações
conflitantes e essas permitem que os alunos vivenciem binômios como: cooperação X
competição; confiança X desconfiança; crítica X autocrítica; submissão X liderança
etc. Também nessas práticas é possível verificar como as pessoas se situam no campo
das relações de poder e quais os princípios que utilizam para julgar e rotular os
demais. Esses elementos auxiliam os observadores e o facilitador (condutores da
dinâmica de grupo) a avaliarem os candidatos que compõem o grupo em análise.
Essa ferramenta se justifica nos processos seletivos, pois proporcionam
situações inovadoras, criativas, conflitantes e tensas, possibilitando confrontar os
comportamentos, atitudes, hábitos, valores, conhecimentos e formas de expressão da
subjetividade dos candidatos. Assim, é possível perceber as competências exigidas
pelo cargo em questão.
Por ser uma técnica que estimula as pessoas a interagirem, a dinâmica de grupo
deve ser um momento do processo seletivo em que as competências e características
individuais fiquem em destaque, facilitando a avaliação do selecionador. E esse
momento precisa refletir o perfil estruturado e desejado pela organização (CERVO;
STEFFENS; DAUBERM ANN, 2010). No intuito de promover a possibilidade de
interação, pode-se utilizar estudos de casos, simulações, debates e discussão sobre
certos assuntos, vivências, jogos, provas situacionais, como dispositivos para o
funcionamento do grupo (FAISSAL et al., 2005).
Uma das principais vantagens desse recurso nos processos seletivos compreende
o ambiente mais descontraído e informal, o que ocasiona uma demonstração mais clara
das tendências de comportamento do indivíduo. Contudo, a dinâmica de grupo
também apresenta outras contribuições, tais como (CERVO; STEFFENS;
DAUBERM ANN, 2010):
Provas de conhecimento
Essa forma de avaliação dos candidatos compreende provas, exercícios ou testes
que investigam o conhecimento técnico do profissional sobre assuntos que ele precisa
dominar para assumir o cargo para o qual está se candidatando.
Essa metodologia de avaliação é muito frequente nos concursos públicos,
correspondendo, na maioria das vezes, na primeira etapa, sendo esta eliminatória.
Também em alguns processos seletivos de trainees essas provas de conhecimento são
aplicadas, valendo-se como critério de ponderação dos estudantes que buscam
oportunidades em grandes empresas.
A formatação dessa tarefa consiste em provas que podem ser objetivas,
discursivas, situacionais, práticas ou orais. Os testes objetivos buscam mensurar nos
candidatos habilidades de leitura, análise, interpretação e crítica. O candidato a partir
de um enunciado deve escolher a alternativa (às vezes mais de uma) que melhor define
e representa o que é questionado. A correção e a disponibilização tornam-se rápidas
em função da informatização do processo (CERVO; STEFFENS; DAUBERM ANN,
2010). Pode-se considerar essa etapa do processo seletivo como uma fase
classificatória e eliminatória que auxilia os selecionadores a identificarem e mapearem
os conhecimentos técnicos dos candidatos.
Provas situacionais
Os testes situacionais são aplicados quando se percebe a necessidade em avaliar o
comportamento, as atitudes e o conhecimento adotado pelo candidato frente às
situações que lhe serão cotidianas em seu ambiente de trabalho. A tendência do
selecionador, ao aplicar essa técnica, é avaliar as reações imediatas do candidato, como,
por exemplo, o processo de tomada de decisão.
Cabe ao gestor, ou responsável pela área, indicar uma atividade que seja relevante
ao cargo e que seja necessária avaliar no momento do processo seletivo. Definido o
contexto e as informações a serem disponibilizadas aos participantes, escolhe-se a
forma de apresentação a eles: um estudo de caso, uma dramatização, uma simulação.
O principal objetivo da prova situacional é examinar na prática a atuação do
profissional frente ao que lhe foi demandado. Assim, organização, planejamento,
tomada de decisão, flexibilidade são algumas características avaliadas nesse processo.
Avaliação psicológica
A avaliação psicológica é uma etapa do processo seletivo que pode ser solicitada,
tanto para cargos gerenciais como para cargos estratégicos. A aplicação é exclusiva de
psicólogos, e tem como objetivo mensurar fenômenos e processos psicológicos, tais
como: memória, atenção concentrada e difusa, raciocínio, personalidade. Para Spector
(2003), o instrumento psicológico compreende um padrão de questões e de problemas
que procuram identificar e avaliar características individuais específicas.
Entende-se avaliação psicológica como um processo técnico e científico
direcionado a avaliar, informar e explicar fenômenos psicológicos de uma pessoa ou
um grupo de pessoas, sendo que exige instrumentos e metodologias diferenciadas
conforme a área de conhecimento. Ressalta-se que o processo de avaliação psicológica
volta-se para um trabalho de caráter dinâmico, não podendo ser assumida como uma
determinação ou taxação do indivíduo (CFP – Cartilha sobre Avaliação Psicológica).
Existem dois tipos de testes psicológicos: os projetivos e os objetivos. Os testes
objetivos compreendem questionários formulados de forma a fazer o candidato
escolher uma das alternativas apresentadas que mais se aproxima da sua percepção
quanto ao tema em destaque. A resposta deve expressar seu estilo de pensamento ou
modo de agir (ALCHIERI; CRUZ, 2003). O levantamento e a apuração da grade final
do candidato são feitos de acordo com os estudos de validação e normatização,
pautando-se em tabelas específicas.
Já os instrumentos projetivos possuem por característica a apresentação de um
estímulo que induz a uma resposta que varia em cada pessoa, sendo que o conteúdo
apresentado revela o funcionamento e os aspectos relacionados à personalidade do
avaliando (ALCHIERI; NORONHA; PRIM I, 2003). Frequentemente, os estímulos
são diversificados e seguem a concepção teórica que fundamenta o teste. É possível
encontrar instrumentos que solicitem que o candidato faça um desenho de algumas
gravuras; conte uma história a partir de uma imagem; relate o que observaram em
desenhos definidos etc.
Um ponto de atenção nas avaliações psicológicas a que o profissional de RH
deve ater-se corresponde ao cuidado em passar para o psicólogo quais as
características que devem ser avaliadas. De posse dessas informações, o profissional
pode elaborar a bateria de testes mais propícia para a avaliação.
REFERÊNCIAS
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RESUMINDO:
Ou seja, existem diversas técnicas que podem ser utilizadas pelas organizações.
Funcionam de acordo com as suas necessidades e com as características dos
treinamentos. Grande parte do sucesso dos treinamentos está justamente na escolha
do tema e no alinhamento das técnicas adequadas para passar os conhecimentos.
Nas organizações atuais, cresce a cada dia a inserção de novas tecnologias dentro
da área de treinamento e desenvolvimento de pessoal. Esse tema será visto na próxima
seção.
Vivemos mudanças constantes, em um novo tempo que nos exige uma capacidade
dinâmica para desenvolver e aprimorar habilidades, competências e atitudes no mundo
do trabalho. Preparar-se para exigências que se renovam num ciclo curto de tempo é
um grande desafio para qualquer profissional, precisamos estar atentos às principais
tendências na formação dos profissionais, sobretudo aqueles que estão inseridos na
educação.
As tecnologias em interfaces com o processo de formação de pessoas acabarão
ressignificando os paradigmas didáticos e pedagógicos, em que a democratização e a
valorização do conhecimento evidenciam a necessidade relevante da utilização de
recursos tecno-pedagógicos. Atualmente, observamos cada vez mais a crescente
utilização de TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação como ferramentas
potencializadoras do processo de aprendizagem presencial e a distância. As inovações
tecnológicas surgem diariamente, e as mudanças que através delas decorrem
exponenciam comportamentos que refletem a forma como concebemos inclusive o
papel do ensino dentro das organizações atuais.
Os profissionais mais ousados e inovadores demonstram entusiasmo em utilizar
as novas tecnologias fora e dentro das organizações, eles já possuem um diferencial no
mercado de trabalho. Analisando os benefícios que as ferramentas e as TICs geram no
processo de aprendizagem, certamente destacaríamos: a flexibilidade de tempo e
espaço que elas proporcionam aos educandos, o processo de maior autonomia ao
educando, facilidade de pesquisa, acesso à informação atualizada, uso de simuladores e
jogos educativos interativos, criação de grupos de debates distribuídos pelo mundo,
além de maior acesso a cursos superiores.
São amplos os benefícios, mas muitas vezes ainda são escondidos por trás de
preconceitos e resistências dentro das próprias organizações. No entanto, observamos
inúmeras universidades corporativas sendo criadas, possibilitando aos colaboradores
das organizações a realização de cursos de capacitação e aperfeiçoamento para o
alcance dos seus objetivos estratégicos utilizando as TICs. O processo de
aprendizagem neste caso não se restringe ao objetivo de capacitar profissionais, mas
amplia-se para a gestão do conhecimento nas organizações, valorando o seu capital
intelectual.
M uitos profissionais que atuam com treinamento e desenvolvimento de pessoal,
não sabem ao certo como lidar com essas mudanças e como torná-las fortes aliadas no
processo de aprendizagem, deixando de lado as posturas tradicionais de desgastes
improdutivos contra aquilo que se mostra irreversível diante do futuro que se espera.
É preciso ampliar esta visão e aproveitar todo o potencial que as tecnologias e a web
podem proporcionar ao processo de aprendizagem quando bem aplicadas e
aproveitadas.
M as qual a melhor metodologia?
Não existe uma receita pronta, mas faz-se necessário diagnosticar e avaliar os
dados para propor modelos pertinentes. Para complementar o arcabouço de teorias, o
educador precisa ter conhecimento e preparo para que possa ter uma percepção
apurada da melhor forma como conduzir a sua capacitação.
As salas de treinamento estão sendo cada vez mais informatizadas, agregando
recursos da mídia eletrônica, e o que comprova os benefícios dessas mudanças são as
possibilidades de mediação para a instrução dos educandos que elas podem oferecer.
Algumas das técnicas de treinamento, conforme destaca Chiavenato, (2004) são:
recursos audiovisuais: imagens visuais e informação em áudio são poderosas
ferramentas de comunicação. O videocassete, o CD-ROM e o DVD (digital
video disc) permitem gravar programas de treinamento para vários locais
diferentes e em qualquer ocasião;
teleconferência: é o uso de equipamento de áudio e vídeo para permitir que
pessoas participem em reuniões, mesmo quando distantes entre si ou da
localidade do evento;
comunicações eletrônicas: a TI permite comunicações interativas entre
pessoas fisicamente distantes através do correio de voz (voice mail) dentro da
rede de telefones de uma organização;
correio eletrônico: o e-mail é uma forma de comunicação eletrônica que
permite às pessoas comunicarem-se com outras através de mensagens
eletrônicas através de computadores ligados à internet e redes internas
baseadas na internet (intranets);
tecnologia de multimídia: é a comunicação eletrônica que integra voz, vídeo e
texto, codificados digitalmente e transportados por redes de fibras óticas;
treinamento a distância: ou e-learning ou treinamento virtual – é o
treinamento através da Internet e pode ser feito a qualquer hora e em qualquer
lugar a um custo baixíssimo.
O treinamento pode ter sido eficaz, mas não necessariamente trouxe resultados
para a organização. Para fazer a avaliação dos treinamentos realizados, precisamos
considerar dois aspectos importantes:
Até que ponto o treinamento realmente produziu as modificações desejadas o
comportamentos das pessoas?
Até que ponto os resultados do treinamento apresentam relação com a
consecução das metas da organização?
A partir disso, podemos definir então destacar apenas alguns indicadores que
avaliam em diferentes níveis os resultados dos treinamentos.
Indicadores em nível organizacional
aumento da eficácia e da eficiência organizacional;
melhoria da imagem da organização;
melhoria do clima organizacional e melhor relacionamento entre organização e
colaboradores;
melhor atendimento ao cliente;
facilidade de mudanças e inovação;
envolvimento dos gerentes nas práticas de treinamento.
Avaliação de treinamentos
alcance dos objetivos do treinamento;
retorno dos investimentos efetuados em treinamento;
melhoria da eficiência dos serviços;
aumento da eficácia nos resultados;
criatividade e inovação nos produtos e serviços oferecidos ao mercado;
melhor qualidade de vida no trabalho (QVT);
qualidade e produtividade;
melhor atendimento ao cliente;
maior competitividade organizacional;
melhoria da imagem da organização;
custo de treinamento como % da folha de pagamento;
horas de treinamento totais providas;
número médio de horas de treinamentos por funcionário;
horas de treinamento por função;
horas de treinamento por grupo de trabalho;
retorno sobre o investimento (ROI) do treinamento.
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Existem dois pontos de vista que merecem ser analisados quando tratamos da
remuneração ideal: o ponto de vista de quem a recebe e o de quem paga. Na visão de
quem recebe, a remuneração justa é aquela que, no mínimo, cobre todas as despesas e
proporciona um padrão de vida razoável. Já no ponto de vista das empresas, a
remuneração justa é aquela que mantém o trabalhador satisfeito em sua função e
proporciona uma folha de pagamento ajustada à rentabilidade do negócio.
A satisfação salarial é obtida pela diferença entre o montante que o indivíduo
recebe e o que este acredita ser justo receber. Este sentimento de “justiça” estará
sempre presente quando o assunto em questão for remuneração. A percepção do
quanto cada pessoa deveria receber é construída a partir da necessidade individual de
cada um e da comparação entre os salários adotados na empresa e fora dela, em
avaliação ao seu cargo e a similares.
Cabe ressaltar que o aumento da competitividade no cenário empresarial atual
vem reforçar a necessidade da manutenção de um equilíbrio entre os salários pagos
pelas empresas e os que são praticados pelo mercado, já que o pagamento em níveis
superiores poderá impactar na capacidade competitiva. Já o pagamento inferior
poderá dificultar a atração e a retenção de profissionais competentes para a
organização.
Na visão de Chaguri (2000), o mercado deixa de ser uma variável soberana na
definição do salário, exceto ainda em alguns cargos, como os ligados à tecnologia da
informação. Para o autor, esta mudança se deve ao aumento da oferta de candidatos
disponíveis no mercado de trabalho. Com isso, o autor conclui que bons profissionais
estarão em empresas que remuneram melhor, afirmando que salários medíocres
mantêm profissionais medíocres.
Pode-se dizer que o salário é um fator de satisfação de curta duração, pois pouco
adiantará um salário competitivo diante de um ambiente organizacional com
problemas, falta de benefícios justos ou perante um clima de insegurança. Porém, não
se pode negar que o salário influencia na adesão e no comprometimento dos
colaboradores para com a empresa, indispensável hoje perante a competitividade do
mundo globalizado.
Uma política de remuneração adequada, consistente em relação às possibilidades
da empresa e de acordo com os valores praticados no mercado, é, sem sombra de
dúvidas, um importante instrumento de melhoria do nível de satisfação dos
colaboradores, mas em nenhuma hipótese deve isoladamente responder pelos sucessos
ou fracassos das políticas de recursos humanos.
Hipólito (2001) atribui à remuneração uma enorme capacidade para influenciar e
legitimar as ações nas empresas, ficando além do discurso. Na visão do autor, de nada
adianta ações de reestruturação, enriquecimento de cargos e diminuição dos níveis
hierárquicos se o plano de remuneração não atender a estas iniciativas. Para ele, a
gestão de salários deve estar alinhada às estratégias da organização, contribuindo para
o crescimento da empresa e do colaborador.
O sistema de remuneração bem desenvolvido é um fator de atração e retenção de
pessoas. Embora não seja o único, comprova a importância das organizações em
possuir mão de obra qualificada como diferencial competitivo, evidenciando a
importância das práticas salariais para as empresas perante o atual contexto de forte
concorrência.
Os modelos de remuneração em sua essência buscam estabelecer o equilíbrio
interno e externo em relação aos salários pagos:
Mudanças Impactos
Estruturas organizacionais horizontais, com redução nos níveis hierárquicos.
Mudanças Estímulo ao trabalho em equipe, gerando a necessidade de desenvolvimento de
organizacionais novas competências nos colaboradores. Aumento da amplitude de
responsabilidade dos cargos, tornando as pessoas mais “ multifuncionais”.
Necessidade de estimular a participação e o autodesenvolvimento dos
Aumento de
colaboradores. Impossibilidade de repassar custos que não agreguem valor ao
competitividade
negócio.
Pode-se notar através da figura 12 que o cargo é o mesmo. O que irá diferenciar a
remuneração a ser paga é a quantidade de competências certificadas pelos ocupantes
dos cargos. Quem tiver mais competências certificadas, receberá maior remuneração.
Já o sistema híbrido é indicado para as empresas que buscam a flexibilização de
sua estrutura organizacional ou ainda não consolidaram uma estrutura por processos.
A principal diferença em relação ao sistema puro é que as competências são
identificadas dentro do próprio cargo e não dentro de determinado processo.
Nesse modelo, descreve-se o perfil de competências de cada cargo da estrutura
organizacional levando em consideração as competências necessárias para atingir a
excelência do mesmo. Os cargos são hierarquizados pela sua importância e
complexidade para a organização, e o enquadramento salarial nas respectivas faixas
também são consequência das aquisições de novas competências individuais.
Figura 13 – Modelo de remuneração por competências híbrido.
Fonte: autor do capítulo.
Q uestionamentos Percepções
O desenvolvimento das
O aumento das competências somente terá valor se a pessoa
competências passa a ser
obtiver ganho salarial
consequência
Excessiva cobrança em cima Visão imediatista que o aumento das competências deverá
de resultados gerar resultados.
4.5 Benefícios
Para a empresa
Representa um custo significativo.
Causa impacto sobre a imagem da empresa na comunidade. Algumas
empresas desenvolvem a política de benefícios como uma estratégia de gestão
de pessoas visando maior atratividade perante o mercado.
É um fator considerável na atração e retenção de mão de obra, podendo ser um
fator de vantagem competitiva (principalmente no nível operacional).
Para os colaboradores
Contribui com a qualidade de vida dos mesmos, podendo influenciar
diretamente sobre sua condição de vida. Normalmente, os benefícios visam a
conferir um maior nível de segurança aos colaboradores e suas famílias,
protegendo-os de riscos diversos. Se pensarmos nos níveis mais operacionais,
em que por consequência os salários são menores, benefícios como refeição,
alimentação, assistência médica e odontológica, auxílio medicamentos passam
a ter uma importância significativa na vida da família do colaborador.
a. aluguel de casa;
b. ambulatório na empresa;
c. aquisição facilitada de produtos ou serviços;
d. assistência farmacêutica;
e. assistência jurídica;
f. assistência médica, hospitalar e odontológica;
g. automóvel e sua manutenção;
h. auxílio funeral;
i. cesta de alimentos;
j. check-up anual;
k. clube recreativo;
l. combustível;
m. complementação em caso de auxílio-doença;
n. creche;
o. estacionamento;
p. financiamento ou empréstimos;
q. instrução dos filhos;
r. instrução própria;
s. plano de previdência privada;
t. reembolso alimentação;
u. seguros diversos: vida, automóvel e residencial;
v. transporte.
A implantação da PLR nas empresas passa por três grandes etapas em sua
elaboração.
1ª etapa – Definições estratégicas: é importante discutir junto à diretoria da
empresa o que ela busca com a implantação da PLR e quais direcionamentos
estratégicos devem servir de orientação para a elaboração do mesmo, tais
como:
Quanto a empresa pretende disponibilizar de recursos para o plano?
Como será o pagamento: parte do lucro, valor pré-fixado ou atrelado
ao salário nominal dos colaboradores?
Qual será a vigência do plano: semestral ou anual?
Como será a realizada a distribuição: homogênea ou diferenciada por
níveis hierárquicos?
Como será a estrutura do plano: apenas indicadores globais ou
também metas setoriais?
2ª etapa – Definições de indicadores e metas: o fator-chave de sucesso do
plano consiste na definição de indicadores e metas desafiadores e que
realmente agreguem resultado a organização. Nesta etapa é realizado o
detalhamento de quais indicadores irão compor o plano e definir as metas a
serem atingidas.
3ª etapa – Definições das regras de elegibilidade: esta etapa também possui
alta relevância, pois irá estabelecer claramente todas as regras que irão reger o
plano.
4ª etapa – Redação do plano: redigir o plano de forma que fique claro para
entendimento de todos os profissionais da empresa.
5ª etapa – Aprovação do plano: aprovar o plano junto à diretoria da empresa.
6ª etapa – Homologação junto ao sindicado dos funcionários da categoria:
efetuar a discussão e a homologação do plano proposto junto ao sindicato da
categoria.
7ª etapa – Divulgação do plano: esta etapa é fator-chave de sucesso. Quanto
maior for o entendimento do processo, maior será o comprometimento dos
colaboradores na busca do alcance das metas estabelecidas. Por isso o plano
de comunicação deverá receber uma atenção especial por parte da empresa
(murais, jornal, cartazes, palestras etc.).
8ª etapa – Acompanhamento do plano: consiste em acompanhar mensalmente
os resultados obtidos visando estabelecer ações futuras para que o resultado
seja alcançado.
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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
Aferição do potencial
utilizado para apoiar promoções gerenciais e cargos-chave na empresa;
uso de simulações de situações reais (Ex.: assessment centers);
têm foco de longo prazo, verifica se o funcionário se adapta a função de líder.
Análise comportamental
identifica os tipos de comportamento que estão de acordo com os objetivos e
valores da empresa.
Desenvolvimento profissional
estabelece a lógica entre a complexidade do trabalho e o desenvolvimento das
pessoas;
relação direta: capacidade de tomar decisões X Requisitos exigidos para o
desempenho;
remuneração e promoções mais elevados = desempenho de cargos.
Avaliação 360 é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm
alguma interação com o avaliado. Participam da avaliação os gestores, os colegas e
pares, os subordinados, os clientes internos e externos, os fornecedores, enfim, todas
as pessoas ao redor do avaliado, em uma abrangência de 360 graus.
A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes informações,
vindas de todos os lados, e funciona no sentido de assegurar a adaptação e o
ajustamento do funcionário às variadas demandas que ele recebe de seu ambiente de
trabalho ou de seus parceiros (CHIAVENATO, 2008; M ILKOVICH; BOUDREAU,
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a. o caráter tácito, que procura refletir até que ponto uma competência está
baseada em um conhecimento que resiste à codificação e à divulgação;
b. a robustez, que caracteriza a suscetibilidade de uma competência em mudar
segundo as próprias mudanças do ambiente;
c. a fixação, que seria a possibilidade de uma competência ser transferida para
outra organização; e
d. o consenso, refletindo o entendimento compartilhado ou as percepções
comuns dentro de um grupo. Este último aspecto sendo de extrema relevância
para a implantação de um plano de carreira por competências.
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Este capítulo foi elaborado por Tamara Karawejczyk.
CAPÍTULO 7
As necessidades podem variar de uma pessoa para outra, pois toda necessidade
está relacionada com o estado de satisfação, ou de insatisfação, de outras necessidades.
M aslow (1971) admite que sua hierarquia não é tão rígida, pois sugere que as
necessidades podem estar parcialmente satisfeitas quando surge uma nova
necessidade. Os seres humanos, de uma forma geral, possuem várias necessidades, e
não apenas uma.
Remuneração adequada
1. Compensação justa e adequada Equidade interna
Equidade externa
Carga de trabalho
Jornada de trabalho
2. Condições de trabalho
Ambiente físico seguro e saudável
Condições de saúde
Autonomia
Significado da tarefa
3. Uso e desenvolvimento de capacidades
Identidade da tarefa
Variedade da habilidade
Retroinformação
P ossibilidade de carreira
4. Oportunidade de crescimento e segurança Crescim