Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RIBEIRÃO PRETO
Ribeirão Preto
2022
BEATRIZ CIBELE DAVID FURTADO
Ribeirão Preto
2022
RESUMO
Women's football faces several challenges on a daily basis, especially regarding the
consolidation and professionalization of the sport. In the current context, there are
several efforts on part of the federations, the leagues and the clubs themselves,
which aim, in general terms, the development of the female modality. Considering
this scenario, the International Federation of Association Football (FIFA), made
available a handbook of good management practices for women's clubs, these
practices, according to FIFA, tend to have an effect on the development of the
women's category in clubs. In this way, this study seeks to identify, through a
literature review and an application of interviews, the current context in the
management of three football clubs in São Paulo, in order to verify the existence, or
not, of good management practices for women's football. sugested by FIFA.
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................7
2 OBJETIVOS...............................................................................................................8
2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................9
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................9
3 REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................................9
3.1 FUTEBOL..............................................................................................................10
3.2 FUTEBOL FEMININO...........................................................................................10
3.2.1 Boas práticas de gestão para o Futebol Feminino............................................17
4 METODOLOGIA......................................................................................................22
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...................................................................22
4.2 RECURSOS METODOLÓGICOS.........................................................................23
4.3 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA..................................................................................24
4.4 COLETA DE DADOS............................................................................................25
4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................................25
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................26
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA CLUBES ESTUDADOS................................................26
5.2 REPRESENTATIVIDADE.....................................................................................27
5.3 DESCRIÇÃO SOBRE AS REPOSTAS DO QUESTIONÁRIO APLICADO..........29
6 CONCLUSÃO..........................................................................................................33
REFERÊNCIAS...........................................................................................................35
APÊNDICE A..............................................................................................................39
APÊNDICE B..............................................................................................................41
7
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
O presente estudo tem como objetivo buscar boas práticas de gestão que
alavancam clubes de futebol feminino a fim de verificar a presença delas no contexto
atual de clubes de futebol feminino do estado de São Paulo.
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 FUTEBOL
Foi apenas nos últimos anos que a seleção feminina do Brasil atingiu o auge
no futebol e aproximou-se das seleções dos Estados Unidos, da China e da
Noruega. A história do futebol feminino brasileiro pode ser relacionada àquelas
vistas nos países que também são potências estabelecidas de futebol masculino -
marcada pela luta das mulheres pelo direito de definir a modalidade como profissão.
No século 19 na Inglaterra, a Football Association (FA) foi criada e as
regras do jogo foram padronizadas, dando forma à prática que conhecemos
hoje. No final de 1800, o futebol moderno se popularizou no país e, assim
como os homens, as mulheres também procuraram estabelecer equipes e
ligas femininas, no entanto, o repúdio e a resistência contra a prática feminina
apenas cresceu (DICKENS, 2020).
Durante a primeira guerra mundial, as mulheres assumiram papéis que
eram atribuídos aos homens, nesse período o futebol feminino na Inglaterra e
na Escócia passou por um ressurgimento dramático. Em 1915, com os
homens lutando na guerra, a FA suspendeu as ligas masculinas e passou a
apoiar as partidas femininas como meio de angariação de fundos para
esforço de guerra. As equipes femininas foram autorizadas a usar os campos
e materiais da liga masculina e os jogos oficiais atraíam multidões para os
estádios em toda Inglaterra (DICKENS, 2020).
Apesar do fim da guerra, a popularidade do futebol feminino não
diminuiu. Em 1920, o jogo entre as duas principais equipes femininas da
Inglaterra bateu o recorde de público, contando com 53 mil espectadores e 10
12
I. Representatividade:
1. Presença de mulheres em posições de liderança;
2. Adoção de regulamentos necessários para garantir igualdade de
gênero.
II. Boa governança:
1. Existência de um departamento responsável pelo futebol feminino ou,
integração do futebol feminino em toda estrutura organizacional da
associação;
2. Presença de um plano estratégico traçado;
3. Presença de um Diretor de Futebol Feminino;
4. Presença de diversos departamentos envolvidos com o futebol feminino;
5. Inclusão de políticas relacionadas ao futebol feminino nos programas
políticos do Presidente do clube;
6. Presença de um membro representando os interesses do futebol
feminino no Conselho;
7. Existência de um comitê de futebol feminino;
8. Presença de funcionários contratados (FIFA, 2020).
23
4 METODOLOGIA
abstratos e gerais. Neste trabalho, foram realizadas três entrevistas com clubes de
futebol feminino, em seguida, foi realizado um estudo comparativo entre as boas
práticas de gestão estabelecidas neste documento através das diretrizes da FIFA e
as gestões presentes nos clubes estudados.
O presente estudo foi realizado no estado de São Paulo e, por isso, a amostra
foi restringida aos clubes de futebol feminino deste estado. Além disso, foram
selecionadas agremiações que em 2022, ano em que foi realizado o presente
estudo, disputaram o Campeonato Paulista de Futebol Feminino, a principal
competição feminina de futebol paulista, representando assim, a elite do futebol
feminino do estado de São Paulo.
No âmbito deste estudo, os clubes entrevistados foram definidos pela
facilidade de acesso, assim como foram estudadas as agremiações que aceitaram
participar da pesquisa. Os entrevistados, por sua vez, são membros da gestão de
futebol feminino de algum dos clubes referentes a amostra citada anteriormente, que
assumem alguma posição de liderança dentro da estrutura organizacional do clube.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.2 REPRESENTATIVIDADE
Apesar de não ser uma minoria absoluta dos cargos, o maior percentual
corresponde à metade, demonstrando que ainda há muito espaço a ser conquistado
pelas mulheres em cargos de gestão desse segmento.
A questão de número 07 da seção “representatividade” pergunta ao
entrevistado se existem regulamentos no clube de futebol que ele trabalha que
asseguram de alguma maneira a igualdade de oportunidades para os homens e
mulheres?
A resposta a este questionamento é explicitada na figura 2
31
Essa resposta foi bem dividida, sendo que cada clube entrevistado assinalou
uma alternativa. Aduz-se que, apesar de não haver uma negativa explícita no que
diz respeito a da existência de um membro no conselho que represente os
32
interesses do futebol feminino, no entanto existe caso que nem sequer existe um
conselho com essa especificação.
Como compilado de todas respostas às perguntas apresentadas no
questionário, os quadros 1 e 2 sintetizam a leitura extraída, separando as seções de
representatividade e boa governança, respectivamente.
O ambiente de trabalho é
favorável à igualdade de Sim Sim
Sim
gênero
O futebol feminino é
integrado a toda Sim Sim
futebol feminino ou, Sim
estrutura organizacional
integração completa
na estrutura
Os interesses da
organizacional
categoria feminina são Sim Sim Parcialmente
atendidos
Existe um orçamento
pré-definido para o Sim Sim Sim
2. Presença de feminino
planejamento
estratégico traçado Existe um planejamento
estratégico bem traçado Sim Sim Sim
para o futebol feminino
4. Presença de
Todos os departamentos
diversos
do clube estão
departamentos Sim Sim Sim
envolvidos com o Futebol
envolvidos com o
feminino
futebol feminino
O futebol feminino é
incluído nos programas Sim - Sim
5. Inclusão de políticos do presidente
políticas nos
programas do Nos programas políticos
presidente do presidente existem
Não - Sim
projetos específicos para
o feminino
O conselho inclui os
interesses do futebol Sim - Sim
feminino
6. Presença de um
membro do conselho Existe pelo menos um
representando o membro do conselho que
feminino representa
Não - Sim
exclusivamente os
interesses do Futebol
Feminino
7. Existência de um
Existe um comitê de
comitê de futebol Não Não Não
futebol feminino no clube
feminino
34
8. Presença de
O Futebol feminino conta
funcionários
com funcionários Sim Sim Sim
contratados para o
contratados
Futebol Feminino
Fonte: Elaborado pela autora.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALVES, Camila. Montar time feminino é exigência para equipes da Série A 2019;
veja situação dos clubes. 2019. Globo Esporte. Disponível em:
<https://ge.globo.com/futebol/noticia/montar-time-feminino-e-exigencia-para-equipes-
da-serie-a-2019-veja-situacao-dos-clubes.ghtml>. Acesso em: 06 jul. 2022
FIFA. FIFA Women’s Football Development – The Story So Far. 2022. Disponível
em: <https://www.fifa.com/womens-football/news/fifa-womens-football-development-
the-story-so-far>. Acesso em: 1 jul. 2022
FRANZINI, Fábio. Futebol é “coisa para macho”?Pequeno esboço para uma história
das mulheres no país do futebol. Rev. Bras. Hist., São Paulo, v.25 n.50, p.315-328,
Jul/dez. 2005.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999
HONG, Fan; MANGAR, J.A. Soccer, Women, Sexual Liberation.: kicking off a new
era. Londres: Frank Cass, 2004.
MOURA, Eriberto José Lessa de. As relações entre lazer, futebol gênero.
2003.135f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas. Faculdade
de Educação Física, Campinas, 2002.
38
THE FA. The history of women’s football in England. 2021. Disponível em:
<https://www.thefa.com/womens-girls-football/history>. Acesso em: 23 jun. 2022
APÊNDICE A
Roteiro de entrevista
Perfil pessoal
APÊNDICE B
Entrevista transcrita (ferroviária)
42
Perfil Pessoal
estrutura. Não tenho, por exemplo, tenho uma vez por semana o masculino tem o
direito de usar a fonte para treinar e eu também tenho uma vez por semana para
utilizar para treinar, então tipo, a gente tem as mesmas diretrizes, os mesmos
caminhos para utilizar, não tem essa diferenciação. Aqui no clube hoje a gente tem
até os próprios diretores e todo mundo falando a mesma língua.
2.1: Desde que você entrou em 2017, a gestão é estruturada dessa forma?
R: Não, isso, o futebol feminino era visto como, por algumas pessoas, tá, como uma
modalidade que daria despesa, sabe, como uma parte do projeto que só daria
despesa. Qualquer coisa era um empecilho, qualquer coisa era um problema. E a
partir daí a gente vai, é trabalho de formiguinha né, a gente vai vendendo o projeto,
vai mostrando que está sendo construído de forma séria, que tem pessoas sérias
envolvidas, querendo fazer o negócio bem, querendo fazer o negócio sério, e aí
você vai conquistando um espaço. Claro que nesse meio, todo esse tempo, tiveram
pessoas muito complicadas que passaram por aqui, não no feminino, mas em outras
áreas, que não consideravam o feminino, mas essas pessoas passaram, e hoje,
quem está aqui sabe que é imprescindível e sabe que o negócio vai acontecer aqui.
Então não sempre foi fácil, foi bem difícil. Hoje, se um dia tu vier para cá, se puder
vir para Araraquara eu te apresento o clube, te apresento toda estrutura para você
entender o espaço que a gente tem para trabalhar, o que a gente já conquistou o
que a gente está buscando conquistar ainda, mas pensando na dimensão da
ferroviária, por que é um clube, né, sem dinheiro, mas é tratado com muita seriedade
aqui, de verdade. Muito diálogo, por exemplo, fizemos uma reunião para tratar sobre
departamento médico, com o diretor do masculino profissional, eu como do feminino
e o diretor da base. Então tomamos as decisões baseado em todos. Não é uma
parte, não é uma ideia, não, é tratado de maneira muito séria. Até porque a gente
sabe que no futuro, o futebol feminino ele vem evoluindo muito rápido, ele tem
ganhado muito espaço, só que vai virar o masculino, vai virar, vai ter transição e a
gente consegue enxergar e faz políticas para que a gente também tenha retornos e
que se torne um clube sustentável e que a gente consiga fazer o negócio acontecer
e que a gente tenha retorno também. Então a gente trabalha de maneira muito
estratégia em cima disso também. Hoje o Paulista paga 1 milhão, a libertadores 1
milhão e 500 dólares, o Brasileiro 1 milhão. No Paulista tem cota de participação,
que foi sensacional. Tem coisa boa acontecendo, só que claro, uma coisa que a
47
gente tem que tomar cuidado é que por vezes, a gente tem poucas jogadoras, se a
gente for olhar, de uma prateleira alta, só que como tem muito clube vindo e tendo
investimento, o que isso é bom, só que ao mesmo tempo está impulsionando muito
o mercado, então se a gente não tomar cuidado a gente não vai ter um futebol
feminino de campo sustentável. E eu acho que o futebol feminino não é ainda uma
realidade para muitos clubes, por que ele ainda é tratado como uma obrigatoriedade,
então se você trata como uma obrigatoriedade, e uma hora você tem que cortar uma
despesa, porque eventualmente não foi bem no masculino, o que você vai cortar?
Um jogador bom do masculino? Ou vai cortar um do feminino? Então tipo assim, se
a gente faz um projeto absurdo e monstruoso de cara, a gente não vai conseguir
manter, só que isso ele influencia na cadeia inteira né, então ele vai influenciar para
todos os clubes. É um pouco disso que temos que tomar cuidado.
No começo, tivemos muita dificuldade, de verdade, mas temos pessoas muito boas
ao nosso redor. Pessoas que compravam a briga com a gente, então vinha um nada
a ver lá falando besteira, e tinha 2 do meu lado defendendo o projeto e batendo no
peito. E esse processo foi lindo. Tanto é que aqui faz parte da rotina, só pisa aqui
quem respeita o futebol feminino.
5. Atribuições – já respondeu