Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Capítulo
5
PREPARAÇÃO FÍSICA NAS CATEGORIAS
DE BASE E NO FUTEBOL FEMININO
93
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
94
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
95
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
acerca do efeito da idade relativa sugerem que a vantagem dos atletas nascidos no
início do ano está relacionada com fatores maturacionais (MALINA, 2000).
O grande entrave na formação esportiva do futebol é que parte dos atletas que
chegam à categoria Sub-20 não será aproveitada pelo mercado. Nesse caso, os atletas
não aproveitados, com baixo capital cultural, encontram dificuldades para se recolo-
carem no mercado fora do esporte (SOUZA et al., 2008).
Quando analisamos a realidade dos clubes brasileiros, embora não tenhamos
exatidão quanto ao número de jogadores federados no Brasil, há uma estimativa de
que se tenha algo em torno de 10 a 15 mil postos de trabalho (SOARES, 2011).
Existe um abismo em relação ao aproveitamento desses atletas de futebol pelos
clubes. No 1º semestre temos as competições em nível estadual (27 Federações), que
absorvem um número expressivo de atletas, com o seu fim no mês de maio, temos
inúmeros jogadores desempregados à procura de um lugar ao sol, uma vez que só
teríamos 100 possíveis clubes para absorverem inúmeros atletas. Considerando a série
A, como o topo da pirâmide no cenário nacional teríamos, em um cálculo simples,
elencos formados com média de 26 atletas, o que daria algo em torno de 520 postos
de trabalho na parte mais valorizada do mercado (DAMO, 2007).
96
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
Avaliação
Nível
Maturacional
Desempenho
97
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
98
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
99
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
somente quando deu sinais de que poderia estruturar-se como uma modalidade esportiva
feminina, conquistando mais autonomia perante os homens e fazendo reivindicações que
até então eram restritas ao futebol masculino. O CND “entrou em campo” e fez com que
a lei fosse cumprida, antes que fosse tarde demais, quando aquelas experiências isoladas
passaram a representar um afronte aos costumes sociais da época que restringiam a mulher
ao espaço privado, vigiavam a vestimenta e disciplinavam o seu corpo feminino. Nesse
sentido construiu-se o discurso que a prática do futebol não era condizente com a mulher,
principalmente se jogado com chuteiras! (RIGO et. al, 2008 p. 183).
A revogação do Decreto aconteceu no final dos anos 1970. No entanto, os valores
culturais incorporados e reproduzidos sobre a perda ou a diminuição da feminilidade
das mulheres praticantes da modalidade, não foram “instantaneamente” revogados.
A permissão legal da prática do futebol feminino estava aí, mas grande parte da
criação e do gerenciamento dessas novas equipes ficava, e atualmente ainda fica,
sob o encargo dos homens.
Existem diferentes versões para o início da prática do futebol feminino no país.
Salles, Silva e Costa (1996) buscaram ressaltar este início através de fontes orais e
escritas. Analisando uma matéria do Jornal do Brasil de 29/11/76 cujas informações
sugerem que as primeiras partidas de futebol feminino na praia foram jogadas no
Leblon, no mês de dezembro de 1975, sempre tarde da noite em função das jogado-
ras serem empregadas domésticas (DARIDO, 2002). Por outro lado, a Revista Veja
(FLORES, 1996, p. 72-73) traz uma matéria afirmando que o futebol feminino teve
seu início marcado por jogos organizados por diferentes boates gays no final da
década de 70. Ainda tendo como debate o início do futebol no país, o jornal revela
que o futebol feminino esteve relacionado a peladas de rua e a jogos beneficentes
(DARIDO, 2002). Para exemplificar, citam um jogo ocorrido em 1959 por atrizes do
teatro de revista, que jogaram uma partida beneficente no Pacaembu.
O futebol feminino institucionalizado iniciou-se em meados da década de 80. Sal-
les et al. (1996) afirmam que no Rio de Janeiro constam informações que a primeira
liga de futebol feminino do Estado do Rio de Janeiro foi fundada em 1981, e que
muitos campeonatos que se seguiram eram patrocinados por diferentes empresas.
Ocorreram o I Campeonato de Praia Feminino do Rio de Janeiro-Copertone Open de
Futebol Feminino, I Torneio de Futebol Society Feminino – Casas Pernambucanas; I
Copa Regine’s Cinzano de Futebol Feminino, Copa Unibanco de Futebol Feminino,
e outros. Desta forma, não é possível separar o início do futebol feminino dos inves-
timentos realizados no esporte pela iniciativa privada.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo (DARIDO, 2002), em rápido resumo
da história do esporte, a explosão do futebol feminino no país ocorreu na década
de 80. O time carioca Radar colecionou títulos nacionais e internacionais. Em 1982,
conquistou o Women’s Cup of Spain, derrotando seleções da Espanha, Portugal e
França. A vitória estimulou o nascimento de novos times e, em 1987, a CBF já havia
cadastrado 2 mil clubes e 40 mil jogadoras. No ano seguinte, o Rio de Janeiro orga-
nizou o Campeonato Estadual e a primeira seleção nacional conquistou o terceiro
lugar no inédito Mundial da China.
100
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
101
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
102
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
103
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
Nos últimos anos, tem-se dado muita importância ao componente físico do treina-
mento em futebolistas. Segundo Reilly (1996a), isso se deve em função desse fator de
treino ser considerado alicerce para o desenvolvimento dos aspectos técnico e tático.
Dentre as capacidades mais requeridas pelo desporto, encontram-se as capacida-
des aeróbia e anaeróbia, como a força e a velocidade. Gorostiaga et al. (2004) afirmam
que o futebol caracteriza-se por ser uma atividade intermitente, na qual há cerca
de 12% do envolvimento do metabolismo anaeróbio de alta intensidade e os outros
88% do metabolismo aeróbio, Além disso, devido à recuperação entre os períodos de
alta intensidade este metabolismo torna-se primordial para a modalidade (STØLEN
et al., 2005). Segundo Weineck (2000), o desenvolvimento do sistema aeróbio pode
melhorar o desempenho físico, devido ao aumento da capacidade de recuperação,
além de favorecer a manutenção de um ritmo ótimo de deslocamento durante o jogo.
Dentro de um jogo aproximadamente cerca de 1.000 a 1.200 ações são de sprints,
ocorrendo a cada 5 e 6 segundos. Em geral, no jogo, 17% do tempo é gasto parado
e 40% caminhando. Corridas de baixa velocidade ocupam 35% do jogo, enquanto
que 8% é gasto na execução de corridas de alta intensidade (KRUSTRUP et al., 2005).
O número de sprints é menor do que 1% do jogo, ocorrendo a cada 90 segundos e
percorre menos de 15 metros, com predomínio do metabolismo anaeróbio alático,
entretanto, tem um pequeno percentual durante o jogo, sendo essencial nas ações
decisivas de ataque e defesa.
104
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
105
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
106
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
REFERÊNCIAS
ARONI, A. et al. Estresse da iniciação esportiva até profissionalização: uma análise
exploratória da trajetória de atletas profissionais de Futebol. Revista Brasileira de
Futsal e Futebol, v. 11, n. 43, p. 263-272, 2019.
BAKER, Joseph et al. Nurturing sport expertise: factors influencing the development
of elite athlete. Journal of sports science & medicine, v. 2, n. 1, p. 1, 2003.
BILLAUT, F.; BISHOP, D. Muscle fatigue in males and females during multiple-sprint
exercise. Sports medicine, v. 39, n. 4, p. 257-278, 2009.
BOSCO, C.; LUHTANEN, P.; KOMI, P. V. A simple method for measurement of mecha-
nical power in jumping. European Journal of Applied Physiology and Occupational
Physiology, v. 50, n. 2, p. 273-282, 1983.
107
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
DARIDO, SC. Futebol feminino no Brasil: do seu início à prática pedagógica. Motriz,
v. 8, n. 2, p. 43-49, 2002.
FRANZINI, F. Futebol é “coisa para macho”?: pequeno esboço para uma história das
mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 25, n. 50,
p. 315-328, 2005.
HELSEN, W.F.; WINCKEL, J.V.; WILLIAMS, A.M. The relative age effect in youth
soccer across Europe. Journal of Sports Sciences, v. 23, n. 6, p. 629-36, 2005.
KRUSTRUP, Peter et al. Physical demands during an elite female soccer game: im-
portance of training status. Medicine and science in sports and exercise, v. 37, n.
7, p. 1242, 2005.
MALINA, Robert M. et al. Height, mass and skeletal maturity of elite Portuguese soc-
cer players aged 11–16 years. Journal of Sports Sciences, v. 18, n. 9, p. 685-693, 2000.
108
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
MUSCH, Jochen; HAY, Roy. The relative age effect in soccer: Cross-cultural evidence
for a systematic discrimination against children born late in the competition year. So-
ciology of Sport Journal, v. 16, n. 1, p. 54-64, 1999.
NEWMAN, Mark A.; TARPENNING, Kyle M.; MARINO, Frank E. Relationships be-
tween isokinetic knee strength, single-sprint performance, and repeated-sprint ability
in football players. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 18, n. 4, p.
867-872, 2004.
NOLAN, Joseph E.; HOWELL, Grace. Hockey success and birth date: The relative
age effect revisited. International Review for the Sociology of Sport, v. 45, n. 4, p.
507-512, 2010.
ÖSTENBERG, Anna; ROOS, H. Injury risk factors in female European football. A pros-
pective study of 123 players during one season. Scandinavian journal of medicine
& science in sports, v. 10, n. 5, p. 279-285, 2000.
PENNA, Eduardo Macedo et al. Relação entre mês de nascimento e estatura de atletas
do mundial de futebol sub 17. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum, v. 14,
n. 5, p. 571-581, 2012.
109
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
RIGO, Luiz Carlos et al. Notas acerca do futebol feminino pelotense em 1950: um
estudo genealógico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 29, n. 3, p. 173-
188, 2008.
ROGEL, Thiago et al. Efeitos da idade relativa na seleção de talento no futebol. Re-
vista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 3, 2009.
SILVA, Carla Cristiane; TEIXEIRA, Altamir Santos; GOLDBERG, Tamara Beres Lederer.
O esporte e suas implicações na saúde óssea de atletas adolescentes. 2003.
SILVA, Tiago et al. Influência do efeito da idade relativa sobre o desempenho tático de
jogadores de futebol da categoria sub-13. Revista Brasileira de Ciências do Esporte,
v. 40, n. 1, p. 54-61, 2018.
110
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
VAEYENS, Roel; PHILIPPAERTS, Renaat M.; MALINA, Robert M. The relative age
effect in soccer: A match-related perspective. Journal of sports sciences, v. 23, n.
7, p. 747-756, 2005.
VINCENT, John; GLAMSER, Francis D. Gender differences in the relative age effect
among US Olympic Development Program youth soccer players. Journal of sports
sciences, v. 24, n. 4, p. 405-413, 2006.
WERNECK, Francisco Zacaron et al. Relative age effect on olympic triathlon athle-
tes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 20, n. 5, p. 394-397, 2014.
WILLIAMS, J. H. Relative age effect in youth soccer: analysis of the FIFA U17 World
Cup competition. Scandinavian journal of medicine & science in sports, v. 20, n.
3, p. 502-508, 2010.
111
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL
TELA CHEIA SUMÁRIO
112
PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL