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As possíveis articulações entre as

competições esportivas, a educação e


formação de jovens atletas

Luciano Juchem
Carlos Adelar Abaide Balbinotti
Introdução
• Grécia Antiga: Esporte > educação, caráter
(VARGAS, 1999; DE ROSE JR., 2009)

• Europa: Nobres, século XIX passa a ser


praticado pela “classe média”(SÀNCHES, 1999)

• Reconhecimento pedagógico do jogo

• Desenvolvimento psicossocial; Esporte Escolar


(LUCAS; PEREIRA; MONTEIRO, 2012)
• Paradoxo: Competição Infanto-juvenil é muitas
vezes rejeitada como instrumento de educação e
formação!

• É a competição que lhe atribui sentido, ela é um


elemento fundamental do esporte (SCAGLIA;
MONTAGNER; SOUZA, 2001; MARQUES,
2004a; SCAGLIA; GOMES, 2005)
• Marques e Oliveira (2002): Não existe esporte
sem competição

• Treinamento e Competição formam o núcleo do


modelo educativo do esporte (MARQUES, 2004)
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• Desde o seu início, a competição esportiva é
definida como uma comparação de rendimento
de esportistas, a qual pode ser realizada através
de disputas individuais ou em equipes,
organizada a partir de regras e normas de
conduta inerentes a cada modalidade esportiva
(THIESS; LÜHNENSCHOLOSS; WILLE, 2004).
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• Principais objetivos que orientam a participação
em competições destacam-se: a revelação das
capacidades necessárias para alcançar o alto
desempenho esportivo e a satisfação dos
objetivos pessoais e sociais relacionados ao
esporte (GOMES, 2009).
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• Funções das competições: desenvolvimento do
atleta; satisfação de objetivos pessoais

• Função formativa: formação na modalidade;


desenvolvimento de processo pedagógico de
exercícios e treinos; competições.....

• “Enquanto o treinamento esportivo em relação à


atividade competitiva serve quase exclusivamente
para a preparação, a competição pode ser o objetivo
e o conteúdo do treinamento” (THIESS; LÜHNENSCHLOSS;
WILLE, 2004)
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• Como a formação esportiva e a participação em
competições deve ser organizada para que sejam
educacionais?

• Seria adequado utilizar modelos de treino e de


competições utilizados no alto rendimento?

• Não!!!!!!
• Quais as diferenças???
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• É fundamental o reconhecimento por parte de
professores e treinadores que trabalham com a
formação esportiva e competições de crianças e
jovens, de que as crianças não são adultos
jovens, que os jovens não são crianças e
tampouco adultos (MARTIN et al., 2004)

• Responsabilidade relativa aos processos


educacionais.
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• Indicações:
▫ A noção de que o treinamento infanto-juvenil
deve seguir princípios éticos, que respeitem a
personalidade do atleta e protegem sua saúde
durante os treinos e competições;

▫ Os treinadores devem ter a responsabilidade de


ser modelos de comportamento para as crianças;
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
▫ As decisões relativas aos treinamentos e ao
desenvolvimento do rendimento devem estar em
harmonia com o desenvolvimento da
personalidade das crianças;

▫ Os treinamentos devem ser prescritos de forma


individualizada, respeitando as condições e
estágios de desenvolvimento da criança.
A competição e o treinamento infanto-
juvenil
• Princípios da elaboração e organização do
treinamento:
▫ Adequação da atividade de treino ao objetivo
proposto; b) o crescimento da especialização
ocorrendo de forma crescente e oportuna; c) a
formação, numa perspectiva de longo prazo; d) a
existência de uma harmonia entre as exigências da
competição e do treino (TSCHIENE, 1990; FILIN, 1996;
MATVEIEV, 1996; WEINECK, 1999; DAMÁSIO; SERPA, 2000; BOMPA,
2002; BALYI, 2003; PLATONOV, 2004; GOMES, 2009).
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
• Competição Escolar: Motivo para a não adoção
do esporte como modelo de educação e
formação.

• Marques (2004); Bento (2006): Posição


equivocada.

• Ferraz (2009): Competição não é nem boa, nem


má......
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
• Siedentop (2002):
a) promover a participação de todos, pois a
criança prefere jogar em um time que não
vence que ficar assistindo, do banco, aos seus
colegas vencendo a outra equipe;
b) propiciar a melhoria do desempenho
(perceber-se competente em uma atividade é
fundamental para o desenvolvimento na etapa
da adolescência)
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
c) promover oportunidades de sociabilização (se
a sociabilidade é uma motivação central para a
prática de esportes de adultos no seu lazer, por
que seria diferente com o esporte infanto-
juvenil?);
d) oportunizar experiências que proporcionem
prazer e alegria aos participantes (o abandono
da prática é, em grande parte, causado pela
não obtenção de prazer nesta prática).
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
• Adultos fazem uma ideia equivocada sobre o esporte
infanto-juvenil, especialmente em dois aspectos:

• a) entendem que esta necessidade de diversão e de


prazer está relacionada à frivolidade;
• b) a criança compete apenas para vencer,
considerando que as outras motivações não seriam
importantes. Na visão de Siedentop (2002), isto não
é verdade, o fato somente acontece quando a criança
não possui autonomia.
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
• Candeias (1999): Rendimento escolar, porque não
no esporte?

• Lima (1988): A prestação competitiva, mesmo


durante a aprendizagem ou o treino,
independentemente do nível técnico, sempre
proporciona resultados que são indicadores dos
progressos qualitativos das capacidades humanas
exigidas na modalidade em questão
• Competição: Instrumento pedagógico mais
importante para a formação esportiva!
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
• Para Rost (1997), o sistema de competições
infanto-juvenis deverá dar sustentação a um
treinamento que seja adequado às condições das
crianças; devendo ser construído de forma a
impedir a especialização precoce,
potencializando e promovendo a preparação da
criança, numa perspectiva de longo prazo.
A PRÁTICA ESPORTIVA E AS COMPETIÇÕES NA
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CRIANÇAS E
JOVENS
• Marques (2004): Dúvida não é se a competição
deve fazer parte da educação, mas , qual
competição!
▫ Competição a partir dos interesses e necessidades
das crianças;
▫ Vitórias e derrotas;
▫ Grande frequência de competições;
Conclusões

• Esporte educacional não pode prescindir das


competições;

• Modelos de competição do alto rendimento não


podem servir de referência;

• Derrotas e Vitórias;

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