Você está na página 1de 127

Baseado na obra do Prof.

Mestre Jorge Luiz de Freitas


“Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”

SIMPÓSIO
Capoeira Infantil e Pedagógica
Prof. Sérgio R. Moreira
Disciplina: Capoeira
Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
EQUIPE
CAPOEIRA
UNIVASF
EQUIPE
CAPOEIRA
UNIVASF
INSERÇÃO
PEDAGÓGICA
EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA - UNIVASF
AULA 1
- Introdução
- Considerações sobre a história da capoeira

AULA 2
- Por que a capoeira para criança?
- O perfil do professor de capoeira infantil Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A
ARTE DE BRINCAR COM O PRÓRPIO
CORPO

Apresentação: Prof. Sérgio R. Moreira (Sérginho)


Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
INTRODUÇÃO

• Brasil: resgate da identidade, origem...;


• Capoeira: ligação entre história e cultura popular;
• Capoeira cresceu na resistência social de várias épocas;
• Se adaptou em todas as épocas e regiões brasileiras;
• A cultura brasileira tem a capoeira com parte dela;
• Todos devem experimentar a capoeira;
• Atualmente aceita como profissão em escola.
Considerações sobre a história da capoeira
• Escravidão considerada um
progresso para os povos antigos;

• O homem explorava o homem


(direito de vida e de morte);

• Areias (1983) descreve que a


capoeira nasce da necessidade de
sobrevivência do negro (luta a
partir do próprio corpo imitando
animais).
Considerações sobre a história da capoeira
• 1934;

• Capoeira autorizada;

• Mestre Bimba
importante
participação;

• Ensino em recinto
fechado em Salvador.
Mestre Bimba e seu
grupo
Mestre Bimba Jornalista olhando
tocando quadro Mestre Camisa jovem
Mestre sentado

Bimba
ensinando

Durinho e Sisal
jogando
POR QUE A CAPOEIRA PARA CRIANÇA?

• História;
• Cultura nacional;
• Musicalidade;
• Dança;
• Jogo - desafio;
• Ritmo;
• Poesia;
• Educação;
• Disciplina;
• Brincadeira com o próprio corpo;
• Amor.
POR QUE A CAPOEIRA PARA CRIANÇA?
• Pelo movimento o ser humano se conhece e se desloca no meio ambiente
em busca de seus objetivos;
• A vivência de uma criança deve passar pelo comportamento de
exploração, onde o corpo tem grande importância nesse aspecto, sendo
desafiado e desafiando-se.
PERFIL DO PROFESSOR DE
CAPOEIRA INFANTIL

• Comprometido com a capoeira e preparado para crescer com o trabalho;


• 1º lugar: Gostar de criança – intuição e criatividade sobressai;
• 2º lugar: conhecimento básico da biologia, psicologia e sociologia da
criança nas suas diferentes fases;
• Fazer o aluno aprender por ele mesmo, respeitando seus potenciais;
• A aprendizagem é construída NO e PELO indivíduo a partir de
estímulos externos;
• O professor não ensina, mas sim o aluno que aprende;
• Professor deve estar preparado aos anseios da criança – conhecer o
mundo dela faz parte do processo – as gerações mudam.
EXPRESSÃO
• Expressão facial: parte a qual a criança passa a maior
parte do tempo olhando quando o professor está falando
– olhar voltado a todos – comunicação de extrema
importância.
EXPRESSÃO
• Gesticulação dos braços: usar para criar grandes
exemplos, movimentando-os com criatividade;

• Gesticulação das mãos: possibilita forma e sutileza


nos exemplos.
EXPRESSÃO
• Deslocamento do corpo todo: quando estiver
explicando algo ao aluno, o corpo deve estar em
constante movimento. Essa condição aumenta a
concentração e a motivação dos alunos. Movimento em
acordo ao assunto. Obs. Criança é sinônimo de
movimento.
EXPRESSÃO
• Posicionamento perante a criança: criança sentada,
professor deve estar a maior parte possível do tempo
abaixado – mesma altura – mostrando proximidade.
EXPRESSÃO
• Tonalidade de voz: dicção boa e em tonalidade clara e
objetiva. Variar a tonalidade em acordo a atividade a ser
desenvolvida. Não esquecer que a melhor didática é o
seu próprio estilo. Não precisa ter padrão, mas sim
estratégias.
AULA 3
- Porque a criança gosta de brincar?
- O lúdico na capoeira: jogos e brincadeiras.

Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A


ARTE DE BRINCAR COM O PRÓRPIO
CORPO

Apresentação: Lorrana Kayola S. Barros (Capi-Capi)


Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
INTRODUÇÃO

“Eu gosto da capoeira, da ginga e dos movimentos, de tudo, o tio ensina a ser
educado. Eu sempre peço para a minha mãe para não sair da capoeira”.
(Taise)

“Tudo na capoeira eu gosto, dos movimentos, das músicas, e do berimbau e de


tudo que o tio coco ensina, ele ensina a não bater nos outros”.
(Dalton)

(Depoimentos de alunos da professora Norma Regina Alves Schaitza. Pré-escola


Mundo mágico).
POR QUE A CRIANÇA GOSTA DE BRINCAR?

•A criança vive em um mundo próprio, e está se


preparando para a fase seguinte, por isso ela brinca,
joga, representa, imita e faz de conta.

É através dos brinquedos/brincadeiras que as


crianças modelam o seu próprio eu.

A criança quando brinca vive o real jeito dela, enquanto


que o adulto vive o real com mais complexidade.
ATRAVÉS DE BRINCADEIRAS AS CRIANÇAS...

• As crianças desenvolvem funções corporais (habilidades motoras), alimentando o


seu próprio repertório motor, e também desenvolve o psicológico (resolução de
problemas, aprendendo a brincar com o outro, ganhando e perdendo) e assim
melhorando seus hábitos e costumes, auxiliando à formação da sua
personalidade.
MELHORANDO
FUNÇÕES CORPORAIS PSICOLÓGICO HÁBITOS E
COSTUMES
ATRAVÉS DE BRINCADEIRAS AS CRIANÇAS...

• As crianças manifestam diferentes modos de valores trazidos de seus meios onde


convivem:
• Quebrar a regra do jogo;
• Não saber perder;
• Individualismo em excesso;
• Mentir;
• Lideranças negativas;
• Criar suas próprias histórias.
CONCLUSÃO

• A criança brinca enquanto criança não só para satisfazer suas necessidades


básicas, mas também para através delas aliadas às suas fantasias, dar um
significado a sua própria existência.
O LÚDICO NA CAPOEIRA
• O aquecimento em formato de brincadeiras prepara e estimula a prática da capoeira:

• Condições fisiológicas para a prática da modalidade.


• As crianças iniciam a aula mais animadas.

MAIOR VISCOSIDADE MELHOR MOBILIDADE


ENTRE OS MÚSCULOS ARTICULAR

MAIOR ATIVAÇÃO DOS


SISTEMAS RESPIRATÓRIO
E CARDIOVASCULAR
O LÚDICO NA CAPOEIRA
• As brincadeiras tem o domínio cognitivo, motor e afetivo social, e o professor deve
saber trabalhar estas áreas de forma homogênea para que a criança tenha um
desenvolvimento holístico.

• O professor poderá obter um melhor desenvolvimento na coordenação motora, no


estímulo visual, criatividade, autoestima, automatização de movimentos das crianças
administrando melhor o tempo e espaço dentro de um movimento.
O LÚDICO NA CAPOEIRA
• Resgate de valores da nossa cultura, fazendo com que a criança compare o passado
com o hoje de uma forma contextualizada.

• Gladson Silva, 1981, em seu livro mostra diversas brincadeiras, algumas adaptadas e
outras que ele mesmo criou durante suas aulas.

• O autor apresenta as brincadeiras da seguinte forma:

HISTÓRICO ESTRUTURA DINÂMICA FINAL


O LÚDICO NA CAPOEIRA

I. Saque coroa;
II. Corrente;
III. Futepoeira;
IV. Pegador;
V. Senhor de engenho;
VI. Cada macaco no seu galho;
VII. Quilombo;

(Gladson Silva, 1981)


AULA 4
- OS PAIS E A CAPOEIRA: experiências que deram certo

Módulo 1: Capoeira Pedagógica:


A ARTE DE BRINCAR COM O
PRÓRPIO CORPO

Apresentação: Thamires S. do Vale (Iaça)


Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
 Relato de Experiência

• André obteve resultados positivos com a prática da capoeira tanto do lado


físico quanto pessoal;

• Fisicamente: Equilíbrio, rapidez e flexibilidade;

• Som do berimbau e das palmas;

• Pessoal: Relacionamento, comunicação , concentração, disciplina,


maturidade;

• Desinibido e sociabilizado.
• Qualquer atividade que se realize com as crianças é
necessário o envolvimento:

Criança

Segura
Pais Orgulhosa Parentes

Amigos
 Piquenique pedagógico

• Influência de imigrantes europeus;

• Excursão festiva no campo, parque, etc;

• Forma de reunir os alunos da capoeira;

• Atividades recreativas que envolvam a capoeira;

• O nome: piquenique pedagógico.


 As vantagens do piquenique pedagógico

• Mostrar o lado afetivo e social;

• Divulgar a capoeira;

• Fortalecer a filosofia de grupo;

• Forma de avaliação e observação.


 Como aplicar as atividades recreativas no
piquenique pedagógico envolvendo a capoeira
• Oficinas simples e recreativas;

 Os Pandeiros: com material alternativo ensina-se vários ritmos,


O Atabaque: banco, circulo no chão;
O Berimbau: só o fato de pegar o instrumento tocar de qual forma já causa
satisfação aos pais;
 Samba de Roda: expressar a troca de efetividade;
 Maculelê: passos básicos, com simplicidade;
 Iniciação a Capoeira: ensinar a ginga, aú e movimentos simples.
 Como executar:

• Forma de rodizio;

• Vivenciem todas as atividades;

• Tempo de 10 a 15 min;

• Em cada estação um aluno graduado;

• Roda de capoeira no final.


 Festival Pedagógico

• Encontro de vários grupos de capoeira;

• Através da capoeira criar situações alternativas para que a criança vivencie


a troca de experiência e aprenda por ela mesma;

• Criar ideias sobre política, sociedade, meio ambiente, brasilidade, noções


de cidadania.
 Atividades desenvolvidas nas diversas fases da
infância
• Na fase I: Recortes, colagem, massinha, blocos lógicos, pintura, desenho,
brincadeiras pedagógicas;

• Na fase II: Pintura, desenho, brincadeiras pedagógicas, leitura de texto,


pandeiro, atabaque, berimbau, maculelê, movimentos de floreio na
capoeira;

• Na fase III: Berimbau, pandeiro, atabaque, pintura, desenho, leitura de


textos, maculelê com coreografia e floreios.
 Execução

• Cada atividade deverá ter um responsável: Aluno graduado, o professor,


os pais;
• O aluno escolherá no máximo três atividades;
• A fase I é para quem tem mais flexibilidade devido a faixa etária;
• Rodizio a cada 15 min ou adaptação das regras;
• A competição é estimulada;
• Os prêmios são adaptados as fases I, II e III;
• Todos devem estar cientes da responsabilidade e compromisso do seu
trabalho com reuniões prévias;
• Os alunos receberam pontos que serão somados no final;
• Organizar a entrega dos prêmios sem destacar apenas um aluno;
• Entrega realizada no final com uma roda de capoeira comemorativa.
AULA 5
- FASE I, FASE II E FASE III

Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A


ARTE DE BRINCAR COM O PRÓRPIO
CORPO

Apresentação: Ariel Custódio de Oliveira II


Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
Fases da infância
Fase I

3 a 6 anos

“ ”
É necessário ir ao encontro
mais daquilo que a criança
tem do que daquilo que lhes
falta.

Rose Mary Petry (1980)


Fases I
A capoeira como um meio
3 a 6 anos
para atingir:

Objetivo proposto:

Desenvolvimento global

A criança construa seu próprio


movimento

Respeitando o referencial próprio


Fases I

3 a 6 anos Estratégias

O professor deve estar atento:

Linguagem Fase I Segurança

Conteúdos
Fases I
O corpo da criança se desenvolve
3 a 6 anos
obedecendo ritmos diferentes dependendo:

Herança genética

Meio em que vive

Estímulos deste meio:


formação física, emocional e cultural
Fases I

3 a 6 anos Importante saber:

Quanto menor a criança,


menor o nível de concentração

Professor: objetivo e
muita ludicidade
Fases I

3 a 4 anos

A criança:
- Concentração: 10 a 15 min;
- Canta musicas de capoeira, embora fora do tom e sem ritmo;
- Menos inibição para cantar e gosta de tocar instrumentos da capoeira do seu
jeito;
- Só ouve e entende aquilo que lhe é dito diretamente;
- Cria histórias: conta como se fossem verdadeiras mas sem intenção de mentir;
- Pergunta (várias vezes) pelo prazer do diálogo;
- Sem noção de passado e futuro;
- Alguma compreensão de regras, mas quase não as segue.
Fases I

5 e 6 anos

A criança:
- Concentração: até 20 min;
- Mundo imaginário maior parte do dia;
- Destruidora: curiosidade;
- Aprende com facilidade: por meio de situações concretas;
- Muita imaginação, porém diferencia o real do imaginário:
obs.: pergunta sempre se a história é real;
- Canta várias músicas de capoeira com mais ritmo;
- Já diferencia: timbres, sons graves e agudos e intensidade.
Fase I

3 a 6 anos

“ ”
Será que estou
preparado para
trabalhar com crianças
na FASE I?
Fases II e III

SEGUNDA
FASE II FASE III
INFÂNCIA
Segunda Infância

7 a 12 anos Na segunda infância:

Desenvolvimento físico mais gradual

Desenvolvimento motor geral aumenta muito

Número espantoso de habilidades

Leva toda essa energia para a capoeira


Segunda Infância

7 a 12 anos
Canalizar as
Basta somente: potencialidades

Transformar em
capacidades
Fases II

7 e 9 anos

A criança:
- Continua se descobrindo mas com boa base de maturidade pra saberem o
que querem;
- Professor já pode dar ênfase as técnicas dos movimentos de capoeira;

- Oralidade:
expõem e defendem ideias, ouvem em silêncio as músicas,
acompanham melodia e ritmo,
cantam acentuando a tônica das palavras,
maior domínio de si mesma,
gostam de dialogar.
Fases II

7 e 9 anos Quanto a técnica da capoeira e história:

Base da ginga, Movimentos


Exercício com
golpes de linha e básicos de chão:
mais evidência
rodados simplicidade

História da
Floreios:
capoeira: explorar
liberdade
a curiosidade
Fases III

10 e 12 anos

A criança:
- Crianças com mais entusiasmo
com a musicalidade:

Repertório das musicas,


Organização da roda,
Posição correta dos instrumentos,
No jogar, imitam capoeiristas mais antigos,
Compõem músicas e gostam que
o professor valorize seu empenho.
Fases III

10 a 12 anos Quanto a técnica da capoeira:

Movimentos de Jogo com mais


sequência e compreensão da
continuidade linguagem corporal

Percepção analítica
mais aguçada
Fases III

10 e 12 anos

Professor deve ter cuidado:

- Não sobrecarregar a criança: ultrapassar as etapas seguintes;


- Isso pode fazer com que a criança perca a motivação e pare de treinar.

Quanto a história da capoeira, a criança:


- Aumenta a curiosidade;
- Querem saber mais sobre mestres antigos: Mestre Bimba, Mestre Pastinha,
entre outros;
- O porquê do sistema de graduação;
- Noções de filosofia da capoeira.
Fases da Infância

Lembre-se

“ ”
Planejar é fundamental pois tudo o
que se for fazer deve ser feito com
muita coerência e, principalmente,
procure conhecer bem o seu aluno.
JOGO DO
APRENDIZADO
JOGO DO APRENDIZADO

1- Em que fase o professor já pode dar ênfase as


técnicas dos movimentos de capoeira?

a) FASE I b) FASE II c) FASE III


JOGO DO APRENDIZADO

2- Em que fase as crianças já possuem maturidade para


aprender bem movimentos de sequência e continuidade?

a) FASE I b) FASE II c) FASE III


JOGO DO APRENDIZADO

3- Qual faixa etária a criança concentra-se por até 20


min?

a) 3 e 4 anos b) 5 e 6 anos c) 7 a 9 anos


JOGO DO APRENDIZADO

4- Cria histórias: conta como se fossem verdadeiras mas


sem intenção de mentir:

a) 3 e 4 anos b) 5 e 6 anos c) 7 a 9 anos


JOGO DO APRENDIZADO

5- Qual faixa etária pode-se considerar como segunda


infância?

a) 3 a 10 anos b) 7 a 12 anos c) 6 a 10 anos


AULA 6
- Os instrumentos musicais utilizados na capoeira

Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A


ARTE DE BRINCAR COM O PRÓRPIO
CORPO

Apresentação: Renan de Luna Sobral (Teco)


Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
Os instrumentos utilizados na
capoeira:

- Berimbau
- Atabaque
- Pandeiro
Aplicação dos
instrumentos
musicais na
aula de
capoeira
A capoeira, pode ser uma das artes mais completas em todos os aspectos,
possui nos instrumentos e na musicalidade um misticismo que faz com que
as pessoas tenham mais curiosidade sobre a origem e a história.
Breve histórico do berimbau:
O berimbau é um dos instrumentos mais antigos do mundo, originando-
se a mais ou menos 15.000 mil anos antes de cristo, no continente
africano.
- Berimbau de barriga - Bucumbumba
- Gunga - Golo
- Urucungo - Oburububa
- Hungo - Marinha
Como construir um berimbau
tradicional:

- Verga: madeira flexível 150 a 170 cm


- Corda: arame de aço
- Cabaça: fruto da cabaceira
- Baqueta: vareta 40 cm
- caxixi: chocalho feito de junco
Equipe na construção de instrumentos alternativos
Como construir um
berimbau
alternativo:

- Verga: bambu ou pvc


- Corda: arame de pneu ou de outro tipo
- Cabaça: lata ou fundo de garrafa pet
- Baqueta: agulha de tricô, bambu, ou
qualquer outra vareta
Modo de armar um berimbau
Mestre Camisa, aluno de Mestre Bimba em 1993 – Aula em SP no Brooklin
Como trabalhar com o berimbau em
crianças da fase 1 a 3:

- Fase 1: despertar o prazer de brincar, trabalhar com os berimbaus


alternativos, exploração livre, despertar o interesse pelo
instrumento, trabalhar o lúdico, ensinar como colocar e tirar a
cabaça.

- Fase 2 e 3: mesmo procedimento, noções de como confeccionar um


berimbau, armar e afinar, diferenciar os tons, não demorar, não
esquecer da auto motivação, jamais falar que está errada, ser
positivo, diferenciar os 3 berimbaus.
Breve histórico do atabaque:
O atabaque é um instrumento oriental muito antigo, sendo utilizado
como recurso de comunicação e foi mais divulgado no continente
africano. É um instrumento místico usado nas religiões e danças afro, foi
o primeiro instrumento introduzido na capoeira.
Como trabalhar com atabaque na
fase 1 a 3:
- Fase 1: usar a imaginação, procurar materiais alternativos como:
bancos, pandeiros alternativos, chão, partes do corpo, coisas que
podem servir de atabaque.

- Fase 2 e 3: não é diferente da fase 1, adaptar os interesses, usar a


voz para marcar o ritmo.
Breve histórico do pandeiro:
O pandeiro é um dos instrumentos mais antigos utilizados na velha
índia, os portugueses trouxeram para o Brasil na primeira procissão
Corpus Christi na Bahia. O instrumento foi utilizado mais pelos negros
em festas e cerimônias. O pandeiro na capoeira é indispensável, utiliza-
se o de couro fino para produzir um som de melhor qualidade.
A construção de pandeiros
alternativos:
Os pandeiros alternativos são baratos, leves de fácil manuseio
oferecendo muita segurança durante a aula.

- Pratos de plástico
- Tampas de garrafa
- arame
Trabalhar com o pandeiro nas fases
de 1 a 3:

- O pandeiro é o instrumento ideal para ser o primeiro instrumento


utilizado na fase 1 por causa do fácil manuseio, peso e geometria
em forma de círculo que fascina as crianças.
- Usar o pandeiro para estimular outras práticas pedagógicas, e
trabalhar a psicomotricidade geral.
- Estimular a cultura corporal da criança sempre com criatividade e
ludicidade.
AULA 7
- Musicalização

Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A


ARTE DE BRINCAR COM O PRÓRPIO
CORPO

Apresentação: Anderson Pinheiro (Dançarino)


Universidade Federal do Vale do São Francisco –
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
Univasf
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
MUSICALIZAÇÃO

A infância é um período na vida do ser humano onde ele tem suas


maiores oportunidades de enriquecimento do seu acervo motor e, também
que ele tem maior interesse e necessidade de movimentar-se. Onde existe
criança existe movimento quase contínuo. Quando associado a isto, temos
um interesse musical sendo desperto - a capoeira surge como uma
alternativa interessantíssima para o trabalho psicomotor e musical
conjugados. A capoeira em sua pluriconcepção, tem uma distinta
característica que é o fato de trazer a música inserida em sua prática.

Professor Nilton Rodrigues (Toquinha)


Música na Capoeira (História)

• A música acompanhava e disfarçava ao mesmo tempo seus exercícios;

• Chulas acompanhadas de palmas ritmadas, batidas e cantadas por quem


jogava e seus assistentes;

• O ritmo da música comanda a velocidade dos movimentos.


• Sem fugir da história e dos princípios da capoeira;

• De forma que a criança goste.


Fase I
• Auto descobrimento corporal;

• Curiosidade das palavras e


seus significados;

• Questões básicas para


trabalhar musicalização nas
crianças.
Questões Básicas

1. Busca pela a própria voz

2. Como cantar

MUSICALIZAÇÃO

3. Tipo de música e seus conceitos

4. Coreografia gestual
1. A criança em busca da sua
própria voz

• 5 a 6 anos crianças de ambos o sexos têm a voz parecida;

• Preconceito de alguns pais;

• Só após os 6 anos a voz começa a se desenvolver.


2. Como Cantar

• Não tirar a naturalidade da criança;

• Várias posições e ambientes;

• Mostrar a diferença entre cantar e gritar.


3. Que tipo de música e seus
conceitos

• Relacionar as músicas ao seu mundo;

• Curtas e objetivas;

• Usar como forma de ensinamento para as crianças.


4. A coreografia gestual para
reforçar a música

• Usar gestos para simbolizar momentos da música e


não esquecer do “temperinho”;

• Muitas vantagens;

• Exemplo: 1. Lá na Bahia= Aportar o dedo para cima;

2. Corre água sem chover= Fazer uma onda com as mãos;

3. A água do coco é doce= Fingir segurar um coco;

4. Eu também quero beber= Fazer um estalo com a boca.


Atividade

Olha tu que é moleque. A pomba voou.

Olha tu que é moleque A pomba voou, a pomba voou


MOLEQUE É TU A pomba voou, gavião pegou
O moleque safado A POMBA VOOU, A POMBA VOOU
MOLEQUE É TU A POMBA VOOU, GAVIÃO PEGOU
O moleque danado
MOLEQUE É TU
O moleque chorão
MOLEQUE É TU
AULA 8

- Brincando de aprender capoeira


- Movimentos adaptados á idade Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A
ARTE DE BRINCAR COM O PRÓRPIO
CORPO

Apresentação: Prof. Sérgio R. Moreira (Sérginho)


Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
GENERALIDADES

• Sempre lembrar de buscar na criança a sua potencialidade, pois


é isso que a fará gostar ainda mais do que está fazendo;

• Trabalho deve ser com técnicas adaptadas sem esquecer as


características do trabalho (ex. ABADÁ-Capoeira);

• Ginga; Esquivas básicas; Descida básica; Cadeira; Golpes


giratórios e de linha; Movimentação de chão; Floreios.
Fase I
• Exploração de movimentos em variadas situações estimuladas
pelo professor;

• A motivação da criança é fundamental para sua resposta


(originalidade e transferência do que fora aprendido);

• Nessa fase é importante que a criança vivencie a capoeira em


todos os aspectos (motores, rítmicos, musicais, história, etc.);

• Descoberta contínua durante o processo.


O que NÃO se pode E se PODE exigir na fase I da criança
• Não precisa cobrar a base correta (calcanhar para cima; pernas e braços semi-
flexionados na posição correta; olhar no infinito; mãos em concha; não cruzar as
pernas, base firme...);
• Nesta fase a criança aprende mais olhando o que o professor faz do que via
explicação oral, portanto a repetição do movimento pelo professor se faz necessário;
• Fazer sempre movimentação com a ginga, visando o equilíbrio dinâmico;
• Golpes giratórios, de linha, floreios, esquivas são os mais aconselháveis nesta fase;
• Trabalhar diferente, de forma criativa e dinâmica (individual; 2x2; 3x3; em pequenos
grupos);
• Sempre usar o pandeiro e/ou berimbau na aula;
• Ideal de 30 minutos de aula na fase I;
• O educador deve estar preparado para eventuais adaptações em sua aula;
• Aconselhável não trabalhar ainda a descrida básica, podendo ser por partes como o
encaixe do peito no joelho apenas.
FASE I: Movimentos adaptados para 3-6 anos

Categorias 1 2 3 4 5 6 7 8

Descida Defesa Defesa


Esquivas Cocorinha Carangueijo Negativa Rolê
Básica cabeçada joelhada
Desequili- Boca de
Cabeçada Joelhada Tesourinha Rasteirinha
brantes calça
Meia lua de Meia lua de
Giratórios Queixada Armada
compasso frente

Linhas Benção Martelo Pisão

Pião de Pião de Queda de Bananeira


Floreios Beija-flor Macaquinho Casinha Ponte
cabeça braço rins 3-4 apoios

Aú* Bebê Criança Adulto Gigante Vovô Finta do Aú

*Aú é um floreio, porém, para melhor organização didática considera-se uma categoria.
Movimentos de floreio para crianças de 3 a 6 anos
• Movimentação muito apreciada por todos os praticantes;

• Ótimo para descoberta de limites na e pela criança;

• Nesta fase as estruturas ósseas, musculares e coordenativas ainda estão


se conformando, por isso existe necessidade da adaptação dos
movimentos para maior segurança;

• Não existe errado nessa fase, o importante é ter o estímulo inicial que
direcione para o movimento desejado em fases futuras.
FASES II E III
• Entrar relativamente com técnicas usadas para adultos. A partir dos 7 anos
informações mais elaboradas já serão melhor absorvidas;

• Cuidar para não haver excesso de repetição nos movimentos, assim não sobrecarrega
articulações e músculos, bem como desmotivação durante a aula por se manter em
apenas um movimento;

• Voltar a atividade para o lúdico, motivacional e exequível para a criança;

• Mostrar que elas são capazes e sempre elogiando a movimentação realizada. Não
precisa mentir, pode falar que “está bom, mas que pode melhorar”;

• A fase anterior serve de base para essas fases.


AULA 10

- A importância do batizado infantil

Módulo 1: Capoeira Pedagógica: A ARTE


DE BRINCAR COM O PRÓRPIO CORPO

Apresentação: Ilma Sabrina B. Silva (Vaqueirinha) Universidade


Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
O QUE É UM BATIZADO DE CAPOEIRA?
Primeira experiência na
roda

Receberá um apelido Sem exigência de


performance

Instrutor/professor/mestrando ou mestre
SUGESTÕES

1° Escola

2° Envolvimento

3° Distribuir tarefas
Envolver as crianças em
Nunca ultrapassar duas horas;
apresentações
Trabalhar dentrode dasabertura
filosofias
4° Divulgação Que
Direção,estão
Planejada aohorário
alcance
sempre
professores,
Começar no com de cada e
pessoas
funcionários
previsto;
tratadas
Ondenao escola,
evento obtendo coerência
será realizado
Grupo de interessado
qualificadas
os paisda que
professores áreaajudem
Ex: Maculelê; Instrumentos; Cantos;
na comunicação.
nisso.
5° Lugar Dramatização

6° Horário

7° Evento
CONCLUSÃO

CORÉIA- Taekwondo

JAPÃO - Judô

CHINA: Kung-fu
INGLATERRA - Boxe
CONCLUSÃO

BRASIL: Capoeira

Talvez a capoeira seja a expressão do que há de mais brasileiro em termos de


atividade física, já que se trata de uma luta criada no Brasil por escravos de origem
africana.
CONCLUSÃO

Por isso o batizado na capoeira infantil é tão importante, pois, entender a origem e
a historia de como tudo começou faz parte de todo o processo de crescimento na
capoeira.
AULA 1
-História dos jogos e brincadeiras na aprendizagem
-Jogos e brincadeiras: Definição
-O jogo na aprendizagem
-A brincadeira na aprendizagem
Módulo 2: Capoeira Infantil: JOGOS E
BRINCADEIRAS

Apresentação: Rafael Duarte M. de Oliveira Universidade Federal


do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
História dos jogos e brincadeiras na aprendizagem.

O jogo foi aplicado á educação na escola nova e nos “métodos ativos” em


1632 por Comenius através da Didacta Magna, onde recomendava o jogo
para a formação .

No século VXIII, Rosseau e Pestalozzi afirmam que o jogo é um


instrumento formativo pois exercita o corpo, os sentidos, aptidões e
relações sociais .

Froebel afirma que a criança não deve apenas olhar e escutar, mas agir e
produzir.

Segundo Russel, a atividade lúdica é um processo dialético.


Através do movimento a criança expressa o seu comportamento
e desenvolve sua personalidade.
O que é O que é
Jogo? Brincadeira?
Definição de
Jogo
De acordo com o dicionário “Atividade física ou mental organizada por um
sistema de regras”.

O jogo é um fenômeno social, resultado de uma cultura.

Desenvolve a imaginação, persistência, tomada de decisões, personalidade, o


intelecto, a moral entre outros fatores.
JOGO

Psicológica.

Funções do jogo Pedagógica.

Socializadora.
Psicológica

De acordo com Vygotsky o desenvolvimento acontece na imaginação, na criação de


intenções e pelas motivações, quando a criança traz o mundo imaginário à Vida Real.

Estudos de Piaget ajudaram a perceber que o


jogo tem um papel educativo.

Brincando e jogando a criança reproduz as


suas vivências.
Dependendo da fase da criança o professor pode fazer um jogo específico.

Segundo Huizinga “ o jogo deve ser uma atividade voluntária se for imposto
deixa de ser jogo”.
Competição e agressividade no jogo

Coletivo Individual
Brincadeira na aprendizagem
Aprendizagem e brincadeira estão interligados.
AULA 5
-Graduação Pré-infatil.
-Batizado Pré-infantil.
-Apelidos infantis.
Módulo 3: Aprofundamento para
crianças de 2 a 6 anos

Apresentação: Matheus Sousa Santana


Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas Universidade Federal do Vale do São Francisco
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
Graduação
Grupos;
Nível ou tempo de pratica;
Significado da corda;
Responsabilidade.

GRADUAÇÃO PRÉ- INFANTIL


Jardim I – 3 a 4 anos;
Jardim II- 4 a 5 anos;

Jardim III- 5 a 6 anos.


GRADUAÇÃO PRÉ- INFANTIL

Troca de corda de acordo com a idade;

Crianças com mesma idade recebem cordas da mesma


cor;

Caráter lúdico;

Nível de capoeira.
BATIZADO PRÉ-INFANTIL

Grande Festa;
Primeira participação oficial;
Meio de divulgação;
Adaptações.

 Atividade praticada pelos filhos;


 Postura do profissional;
 Didática do educador.
BATIZADO PRÉ-INFANTIL

Organização;

Convidados;

Decoração;

Personagens conhecidos;

Pequenas apresentações;
APELIDOS INFANTIS

Tradição;

Apelidos carinhosos e lúdicos;

Liberdade para trocar de apelido.


AULA 06

-Chá dos pais;


-Piquenique pedagógico;
-Festival pedagógico.
Módulo 3: Capoeira Pedagógica:
APROFUNDAMENTO PARA CRIANÇAS DE
2 A 6 ANOS

Apresentação: Ilma Sabrina B. Silva (Vaqueirinha) Universidade


Federal do Vale do São Francisco – Univasf
Baseado na obra do Prof. Mestre Jorge Luiz de Freitas
“Mestrando Piriquito Verde - ABADÁ-Capoeira”
CHÁ DOS PAIS
o 1998 no Instituto de Educação do Paraná;

o Batizado e taxa de investimento;

o Convencer os pais dos alunos.

o Resultados:

Muitos pais presentes


Aconteceu no dia 31 de outubro
+ 1200 pessoas
Mestrando Capixaba, Morcego, Charme e o Mestre
Camisa.
CHÁ DOS PAIS
Pontos importantes:

Mostrar aos pais todo o avanço dos seus filhos;

Elogiar a colaboração;

Momento Chá dos pais.


PIQUENIQUE PEDAGÓGICO
Pontos importantes:

Unir a família para um momento de distração;

Divulgar a capoeira;

Disponibilização de brinquedos;

Envolvimento de todos nas brincadeiras.


FESTIVAL PEDAGÓGICO

OFICINAS
Maculelê Construção de
instrumentos

Iniciação a capoeira Música Massa de modelar/


colagens...

“A criança precisa da aproximação dos pais com a escola”


Menstrando Piriquito
Obrigado!

Você também pode gostar