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Núcleo de Estudos em Esporte - NEES

Fórum de Discussão Permanente de Políticas de Esporte

Relatório Final

Ano 1 – 2004
Núcleo de Estudos em Esporte (NEES)

Deborah Moraes Zouain (coordenadora geral)


Professora EBAPE/FGV

José Antônio Barros Alves (coordenador técnico)


Professor EBAPE/FGV

Fórum de Discussão Permanente de Políticas de Esporte

José Antônio Barros Alves (coordenador)


Professor EBAPE/FGV

Octavio Penna Pieranti (coordenador)


Mestrando em Administração Pública - EBAPE/FGV

Ernani Hickmann

Fábio Toledo Soares

Flávia Szuster

Leonardo Carrara

Leonardo Pascoal

Lúcio Bairral

Márcia Regina Mello

Milber Bourguignon
Núcleo de Estudos em Esporte (NEES)

Fórum de Discussão Permanente de Políticas de Esporte

Reuniões em 2004

29 de setembro – O Estado Brasileiro e o Esporte

6 de outubro – Modelos Internacionais de Gestão Esportiva

27 de outubro – Os Clubes e a Temporada no Brasil

10 de novembro – Modelos de Gestão de Clubes no Brasil


Apresentação

O cenário esportivo brasileiro tem passado por mudanças estruturais e conceituais


nas últimas décadas. Até o fim dos anos 1980 o país carecia totalmente de um plano
estratégico na área esportiva, bem como não compreendia esse setor como alvo necessário
de políticas públicas. Essa concepção do esporte brasileiro refletia-se em fracos resultados
em competições internacionais (exceção feita a pouquíssimas modalidades, como o futebol
e o automobilismo), péssima organização do calendário nacional, despreparo de dirigentes
e crise financeira dos clubes.

O lento processo de mudança do esporte nacional começou na década de 1990. Aos


poucos, delegações brasileiras passaram a conquistar resultados expressivos em esportes
como vôlei, hipismo, vela e tênis, antes dominados por estrangeiros. O governo federal,
ciente da importância do setor para o Brasil, criou secretarias que tratassem do tema. Em
2003, pela primeira vez na história do país, foi criado o Ministério dos Esportes, que
prontamente passou a estudar e formular diretrizes para a área, ora reconhecida como alvo
fundamental de políticas sociais.

A mudança de concepção do Esporte no Brasil estendeu-se a clubes e federações.


Tornou-se latente a necessidade de reformulação da organização e dos calendários das mais
diversas competições. Agremiações passaram a investir em conhecimento técnico e pessoal
qualificado, visando um melhor rendimento proporcionado por administrações
profissionais. Ainda que grande parte dos clubes se encontre imersa no amadorismo, outros
já perceberam a necessidade de migrar para um modelo administrativo moderno. Destacam-
se, apenas entre os clubes de futebol, Cruzeiro, São Caetano e Atlético Paranaense.

O Esporte revelou-se, ainda, como setor propício e virtualmente inesgotável para


negócios diversos. A compra e venda de direitos federativos de atletas já era prática comum
na década de 1980. Os anos subseqüentes, contudo, demonstrariam que clubes poderiam ser
lucrativos, se bem administrados; estádios seriam capazes de gerar muito mais empregos e
renda; oportunidades de marketing apareceriam nas mais diversas modalidades; cursos se
mostrariam fundamentais para o treinamento de mão de obra qualificada e consultorias se
consolidariam como peças fundamentais de uma estrutura voltada para a modernização do
Esporte brasileiro.

Nesse contexto aumentaram os estudos e a reflexão acadêmica sobre o Esporte


brasileiro. O Fórum de Discussão Permanente de Políticas de Esporte nasceu justamente
com o intuito de ampliar a análise sistêmica e o olhar acadêmico sobre o setor. No segundo
semestre de 2004, os coordenadores do Fórum decidiram promover, ainda no mesmo ano,
uma série de palestras e discussões temáticas sobre gestão e planejamento do Esporte no
Brasil e no mundo. Aberto à comunidade acadêmica, nela incluídos alunos, funcionários e
professores da Fundação Getúlio Vargas, e a participantes externos, tentou-se evitar
qualquer tipo de endogenia acadêmica e, dessa forma, ampliar o leque de análises e
alternativas.

É objetivo do Fórum promover, em 2005, reuniões mensais ainda maiores, contando


com convidados específicos para cada discussão. Passado um período inicial de discussão
de áreas específicas, pretende-se, nas próximas reuniões, discutir temas baseados em
questões contemporâneas e que estejam na agenda atual do Esporte no Brasil e no mundo.

Estrutura do Esporte

A demora na criação de um Ministério exclusivo para o Esporte no Brasil reflete o


descaso com que essa área foi tratada nas últimas décadas. A inexistência de políticas
públicas claras e coesas foi determinante para o atraso do Esporte no país, no que tange aos
aspectos administrativos e gerenciais.

As deficiências da área tornam-se ainda mais evidentes, quando se compara o caso


brasileiro com os de outras nações ocidentais. Nos Estados Unidos, as competições são
determinadas com base em seu potencial econômico e de geração de negócios, não havendo
qualquer subsídio por parte do Estado nesse setor. Em Cuba, pólo político-social oposto ao
norte-americano, o Esporte, totalmente financiado pelo Estado, representa importante fonte
de geração de empregos e área intrinsecamente ligada à saúde. Explica-se: a cada dólar
investido em Esporte em Cuba, torna-se desnecessário um investimento de US$3,2 em
saúde, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.

Em ambos os países, a prática esportiva com fins competitivos só é possível se


acompanhada de suficiente desempenho acadêmico. Nos Estados Unidos, o esporte de base
é praticado na escola e, posteriormente, nas universidades. Em alguns casos, alunos chegam
a escolher seu curso com base no time universitário ou recebem bolsas para cursar a
faculdade e jogar pelo time. Apenas quem alcança um nível elevado chega aos clubes
profissionais. Em Cuba, o Esporte também começa a ser praticado como disciplina
obrigatória nas escolas. Os alunos que demonstram mais potencial são encaminhados a
centros esportivos regionais do governo federal e, daí, a centros de excelência.

Outra semelhança entre os dois países é o sucesso em competições esportivas. Os


Estados Unidos são o país que mais medalhas de ouro conquistaram nas últimas
Olimpíadas. Cuba, com uma capacidade de investimento bem inferior e reduzida nos
últimos anos, está sempre entre os dez países que mais conquistam medalhas nos mesmos
Jogos. Dissonantes em sua essência – o papel do Estado no Esporte nacional – e próximos
em alguns de seus pilares – como, por exemplo, a aliança com a rede de ensino no
treinamento de atletas -, os dois modelos encontraram sucesso indiscutível.

Observa-se, no momento, a mudança da concepção de esporte em todo o mundo. Se,


até as décadas passadas, a prática esportiva era estruturada segundo um modelo piramidal,
sendo as escolas a base da pirâmide, hoje essa prática engloba outros aspectos que
requerem uma análise específica, como estética, entretenimento público e lazer. O modelo
piramidal ora restringe-se ao esporte de alto rendimento.

No Brasil o modelo piramidal de alto rendimento tem, como base, os clubes. Trata-
se, pois, de base mínima, se comparada à rede de ensino. Nessa, a prática esportiva dá-se de
forma não competitiva ou, pelo menos, jamais voltada para o profissionalismo. A
dificuldade de acesso à base da pirâmide reflete-se nos níveis superiores: atingir as
escolinhas e, posteriormente, as equipes dos clubes é ainda mais incomum e, quando isso
acontece, o atleta não raro tem que escolher entre prosseguir seus estudos e se
profissionalizar. O modelo brasileiro não só separa Educação e Esporte, como os opõe nos
níveis mais altos do segundo.

Dada a inexistência de uma política governamental consistente no que tange ao


Esporte - situação minorada, mas não resolvida, com a criação do Ministério dos Esportes
em 2003 - e dada a demora de conscientização da iniciativa privada em relação ao potencial
econômico do setor, coube às empresas estatais patrocinar o desenvolvimento do esporte de
alto rendimento no Brasil. Note-se que isso foi feito quase que exclusivamente em relação
às modalidades ditas amadoras – quase todas, exceção feita ao futebol e ao automobilismo.
Assim, Petrobrás, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Embratel e Vale do
Rio Doce (essas últimas ainda como estatais), foram, em grande parte, responsáveis pelos
investimentos feitos no basquete, vôlei, natação, handebol, vela e outros. Segundo o
relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério dos Esportes foi responsável,
em 2003, por investimentos de R$200 milhões no Esporte brasileiro e as estatais, por
investimentos de R$250 milhões.

Na maior parte dos casos, esses investimentos se deram nas seleções brasileiras
principais de cada modalidade e, quando muito, nas seleções de base. Os investimentos do
dia-a-dia dos esportes amadores ficaram e ficam reservados aos clubes, sofrendo, portanto,
evidentemente com os problemas por que passam as grandes agremiações nacionais. Note-
se que o clube se auto-sustenta no que tange às suas instalações, graças a seus sócios, e as
escolinhas se auto-sustentam com o pagamento de mensalidades, mas os esportes amadores
não se sustentam. Assim, times das mais diversas modalidades são formados apenas
quando há verba em caixa. Salários sofrem atrasos, faltam estrutura e cultura esportiva.
Patrocínios são raros, visto que o esporte amador carece comumente de visibilidade. Na
inexistência de uma formação de base e de equipes consistentes, os atletas que servem às
seleções brasileiras não raro atuam no exterior ou desdobram-se entre os treinos e
profissões diversas.
Os Clubes

Principal lócus da prática esportiva, os clubes baseiam-se, como já apontado, em


estruturas amadoras e práticas experimentais, principalmente no que tange a seus aspectos
mais negativos. Amadorismo representa, nesse caso, total falta de planejamento, obstrução
a medidas de caráter modernizador e manutenção do poder e de currais eleitorais a qualquer
custo, não descartada a corrupção. Práticas experimentais são conseqüências da falta de
planejamento e da ausência de modelos de gestão.

Assim, dirigentes dos principais clubes nacionais são sempre suspeitos de corrupção
e de uso dos clubes como trampolim político. Em federações, segue-se pelo mesmo
caminho. Em confederações, não há dissonância em relação ao modelo. Via de regra, o
sistema se realimenta, busca soluções em si mesmo e fecha-se a mudanças, mantendo o
status quo de seus participantes.

O sistema, no entanto, não é homogêneo. Há brechas, vez por outra, e pressões por
mudanças que partem de grupos de oposição ou de torcedores e sócios. A descoberta do
potencial econômico do Esporte, com base nos resultados dos clubes europeus, fez com que
começassem a surgir novas idéias no Brasil. As novas propostas vão da instalação de
instituições profissionais no campo esportivo e da orientação sob preceitos profissionais a
formações de clubes com estrutura totalmente profissional.

Discutiu -se, durante as reuniões do Fórum, uma metodologia dividida em cinco


fases voltada à profissionalização dos clubes. Em um primeiro momento, deve-se proceder
ao levantamento das informações disponíveis, dentre elas, condições dos mercados nacional
e internacional, clubes de referência para cada modelo, planos de investimento e de
desenvolvimento e legislação do setor. Depois, faz-se necessário consolidar as análises
específicas, apontando cenários de desenvolvimento, estratégias competitivas e
mapeamento das atividades do clube. Após essa etapa, devem-se definir os modelos de
organização possíveis em cada caso, selecionando alternativas e procedendo à escolha do
modelo. Em uma quarta fase, trabalha-se no detalhamento do novo modelo organizacional,
estudando e explicando sua estrutura, filosofia, hierarquia, perfil funcional e tecnologia. Por
fim, recorre-se a um plano de ação para implantação do novo modelo, baseado em um
cronograma rígido e em um plano de divulgação.

São muitas as opções de modelo para os clubes, dentre as quais se destacaram


quatro não excludentes nas reuniões do Fórum. Uma delas é a manutenção da condição de
clube social. Outra é a formação de um clube-empresa, orientado sob a lógica profissional.
Uma terceira é a criação de uma sociedade empresarial capaz de cuidar apenas do futebol,
mantendo os esportes amadores na estrutura jurídica dos clubes. Uma última alternativa
dentre as apontadas seria a contratação de uma empresa já constituída para cuidar do
futebol profissional. Nos quatro casos, constata-se a importância dos sócios: em última
instância, são eles os responsáveis por decidir os rumos dos clubes.

A crescente profissionalização do futebol não só tem como objetivo a redução da


tomada de decisões feita de forma passional, como também a formação de instituições
sólidas e transparentes. Aponta-se para a necessidade de consolidação de um planejamento
estratégico dos clubes, assim como para o esporte brasileiro de uma forma geral.

O Futebol

Carro-chefe do Esporte brasileiro graças aos resultados conquistados pelos atletas


nacionais, o futebol tradicionalmente ampara-se nas velhas práticas descritas acima. Talvez
por seu sucesso, talvez por sua visibilidade, o futebol tornou-se alvo predileto de uma
surpreendente ação do Estado no fim da década de 1990.

Duas comissões parlamentares de inquérito (CPI) foram criadas no Congresso


Nacional para avaliar supostas irregularidades no futebol brasileiro. Senadores criaram a
CPI do Futebol e deputados, a CPI da Nike, que tinha como objetivo a investigação da
parceria firmada entre Nike e CBF para o patrocínio da Seleção Brasileira. Se, num
primeiro momento, os resultados de ambas as comissões foram tidos como um fim em si
mesmo, sendo incapazes de promover a moralização do futebol brasileiro, as investigações
das mesmas posteriormente se mostrariam fundamentais para apontar e prender suspeitos
de irregularidades.

A intervenção do Estado no futebol brasileiro aumentou menos de meia década


depois, já no governo Lula. Em 2003 o Ministério dos Esportes apresentou publicamente o
Estatuto do Torcedor, reunião de medidas que têm por intuito reduzir a violência nos
estádios e estabelecer oficialmente direitos e deveres dos torcedores. Em 2004, como forma
de diminuir os problemas financeiros dos clubes de futebol brasileiros, o Ministério dos
Esportes apresentou proposta para a criação de uma nova loteria, a “Timemania”, que, por
um lado, torna obrigatório o pagamento de dívidas dos clubes com o Estado, já que retém
verbas na fonte, e, por outro, gera receita para os clubes.

A ação do Estado no futebol brasileiro causou repercussão nos clubes e federações.


O processo de modernização parece estar se desenvolvendo de forma distinta no futebol,
principalmente no que tange a alguns clubes específicos. Prova disso é o São Caetano, que
surgiu no cenário nacional ao se sagrar vice-campeão brasileiro de 2000 e 2001. Em 2004,
o clube, com pouco mais de 10 anos de vida, conquistou seu primeiro título de expressão
nacional, o Campeonato Paulista. A estrutura do clube é enxuta e baseada em planejamento
a longo prazo, que possibilitou a formação da base e o entrosamento do time que viria a se
consolidar como um dos melhores do país no início dessa década. Ao que parece, novas
estruturas estão se superpondo às antigas no futebol e alcançando mais sucesso, já que se
apresentam sem vícios.

A modernização do futebol brasileiro, no âmbito da CBF, refletiu-se na adoção de


medidas profissionalizantes e capazes de dar maior credibilidade aos campeonatos
nacionais. A mudança de regras de acordo com os clubes derrotados, tão comum na década
de 1990, parece ter ficado restrita ao passado. Há dois anos o Campeonato Brasileiro tem a
mesma fórmula de disputa (por pontos corridos) e o calendário do futebol brasileiro começa
a ser repensado. Um projeto encomendado pela CBF à Fundação Getúlio Vargas estudou o
calendário nacional e propôs alterações, algumas das quais já postas em prática. Dentre as
alterações, destacam-se o estabelecimento de 88 datas para o futebol e a regionalização das
divisões inferiores, medida que traz maior viabilidade financeira a essas competições.

Considerações Finais

Nas reuniões do Fórum em 2004 foram apontadas algumas diretrizes básicas,


visando à continuação do processo de modernização do Esporte brasileiro. São elas:

- Fica clara a necessidade de elaboração de um Plano Estatal para o Esporte no país.


A criação do Ministério do Esporte e sua inserção como ator no processo de
discussão e elaboração de políticas públicas para o setor é um primeiro passo para a
rediscussão do modelo de administração esportiva no Brasil, mas isso não é
suficiente. Cabe ao Estado, agora, em cooperação com os demais atores do setor,
definir seu papel no Esporte brasileiro, estudando alternativas e soluções para os
problemas atuais. Note-se que não se está criticando, aqui, a ação do Ministério do
Esporte. Dois anos são insuficientes (período de existência do órgão) para que o
Estado se posicione de maneira apropriada no setor. Ainda assim, o novo ministério
se fez presente, na medida em que apresentou ações objetivas para o Esporte, como,
por exemplo, a elaboração do Estatuto do Torcedor, a proposta de criação da loteria
“Timemania” e a intenção de revisão da legislação esportiva. Nas reuniões do
Fórum foi bem avaliada, assim, a atuação do Ministério do Esporte nos últimos dois
anos, ainda que inexista, por ora, um Plano Estatal para o Esporte brasileiro.
- Papel fundamental a ser discutido pelo Estado é o de regulador do Esporte
brasileiro. Até que ponto o Estado, por meio do Ministério do Esporte, deve operar
os mecanismos de intervenção e de decisão do setor? Ou cabe a ele apenas a criação
de políticas de fomento à prática esportiva?

- Vale a pena reforçar a necessidade de se repensar a concepção do Esporte para o


Estado brasileiro, discussão fundamental para a implementação de políticas
públicas. A importância desse setor aumenta, se ele for encarado como fonte
potencial e muito pouco explorada de geração de empregos, importante peça no
tecido social, válvula de escape para mazelas diversas e gerador de riquezas.
Políticas devem obviamente levar em conta essas diferentes interpretações.

- Ainda no que tange aos Três Poderes constitucionais, destaca-se o crescimento das
investigações e das punições de dirigentes do cenário esportivo. A existência de
comissões parlamentares de inquérito, o afastamento de dirigentes de
confederações, federações e clubes e a prisão de suspeitos de irregularidades
demonstram a atenção dada pelos poderes Legislativo e Judiciário à moralização do
cenário esportivo, tradicionalmente carente de atenção por parte do Poder Público.
Investigações e punições devem ser intensificadas.

- Reconhece-se o aumento do investimento privado e planejado no setor. Eventuais


derrames de recursos em campeonatos de pouca visibilidade e credibilidade fazem
parte do passado. Parcerias, patrocínios e apoio são, agora, postos em prática de
forma planejada. Dada essa nova realidade, é preciso repensar a viabilidade e o
calendário das diversas competições.

- A criação de um modelo de gestão profissional, o estudo do papel do Estado no


Esporte e a implementação de políticas públicas consistentes dependem de
mudanças na base do cenário esportivo, ou seja, nos clubes. Urge a instalação de
modelos e diretrizes profissionais, que já têm sucesso em algumas agremiações do
Brasil. Não se pode esquecer, ainda assim, a importância de sócios, em última
instância responsáveis pelos destinos do clube, e torcedores. Não se renega o caráter
passional do Esporte, mas aconselha-se mantê-lo restrito às arquibancadas,
reservando ao clube estruturas profissionais.

- É necessário trabalhar, ainda, pela ampliação do Esporte de base massificado e não


competitivo, praticado nas escolas. A concepção do Esporte associado à educação e
à saúde, como visto no modelo cubano, pode permitir a redução do investimento
estatal nessas áreas, bem como contribuir para um maior sucesso das políticas
implementadas.

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