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Curso de Formação em

MOODLE E EaD
CONTEÚDO

Autor da Aula
Antonio Neuton da Silva Júnior
Revisão
Leonardo Rocha Moreira
Transição Didática
Antonio Neuton da Silva Júnior
Desenvolvimento
Francisco Wkerlyson Pereira Batista
Design e Diagramação
Alison Lucas Bezerra
Animação
José Arnaldo Souza do Nascimento
Suporte
Lorena Maria da Silva

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE QUIXADÁ

Chanceler
Dom Ângelo Pignoli
Reitor
Prof. Livre-Docente Manoel Messias de Sousa
Vice-Reitor
Prof. Me. Renato Moreira de Abrantes
Pró-Reitor de Graduação e Extensão
Prof. Dr. Marcos Augusto Ferreira Nobre
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Prof. Dr. Américo Valdanha Netto
Diretora de Administração e Logística
Idalete Deolide Fabiani

NÚCLEO EDUCACIONAL DE APOIO DIGITAL

Coordenação Geral: Prof. Me. Leonardo Rocha Moreira

Antonio Neuton da Silva Júnior


Francisco Wkerlyson Pereira Batista
Lorena Maria da Silva
Alison Lucas Bezerra
José Arnaldo Souza do Nascimento

Copyright © 2016. Núcleo Educacional de Apoio Digital Unicatólica. Todos os direitos reservados
Núcleo Educacional de Apoio Digital Unicatólica – Centro Universitário Católica de Quixadá
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Tel. (88) 3412-6702/6710 | Ramal: 6845
Site: ead.fcrs.edu.br
E-mail: nead@unicatolicaquixada.edu.br
Ano de Publicação: 2016
Centro Universitário Católica de Quixadá
Núcleo Educacional de Apoio Digital

Curso de Formação
em Moodle e EaD
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Caro(a) aluno(a),

Seja bem-vindo ao curso de Formação em Moodle e EaD!

Neste curso discutiremos sobre as Tecnologias na Educação com foco na


Educação a Distância e no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da UNICATÓLICA.
Ao final desse curso você deverá estar apto a planejar e gerenciar uma disciplina
utilizando os recursos do AVA da UNICATÓLICA.
O curso está dividido em seis módulos:
• No primeiro trabalharemos às Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (TDICs), apresentando os tipos e a evolução das mídias até chegarmos
nas tecnologias contemporâneas;
• No segundo módulo apresentaremos a Educação a Distância (EaD), seu
histórico no Mundo e no Brasil, bem como a legislação brasileira que a rege. Também
discutiremos um pouco sobre os Ambiente Virtuais de Aprendizagem (AVA);
• No terceiro módulo discutiremos sobre o professor e o aluno na EAD, e o
papel desse para o sucesso da EaD;
• No quarto módulo conheceremos o Ambiente Virtual de Aprendizagem da
UNICATÓLICA, bem como os seus recursos;
• No quinto módulo mostraremos como o AVA pode ser utilizado como
ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem;
• Por fim, no sexto e último módulo conheceremos a modalidade semipresencial
e algumas de suas variações, além de planejarmos uma disciplina semipresencial.
Vamos ao trabalho, então.
AULA 01 – TÍTULO: TECNOLOGIAS E MÍDIAS

Apresentação da aula

Nesta aula, você vai conhecer um pouco sobre as Tecnologias e Mídias.


Veremos o surgimento e evolução da Web. Discutiremos sobre o conceito de
cibercultura e como esta influencia a educação. Procederemos, em seguida, à
exposição de outros conceitos como o de mídias e a discussão sobre algumas
tecnologias contemporâneas.
Vamos à aula então.

Objetivos de aprendizagem:
• Compreender a importância da cibercultura na Educação;
• Conhecer os tipos e a evolução das mídias;
• Associar as tecnologias contemporâneas ao curso na qual coordena.
1 TECNOLOGIA E CIBERCULTURA

“Tecnologia”, um termo bastante comum atualmente. Se pesquisarmos esse


termo no Google surgirão mais de 350.000 resultados. Sabemos que hoje ela é de
extrema importância em todos os âmbitos da sociedade. Você já pensou como seria
um dia sem tecnologia? É praticamente impossível não é mesmo?
Mas o que o termo “tecnologia” realmente significa? O que vem na sua mente
ao pensar em tecnologia? Provavelmente você pensará imediatamente nos produtos
mais sofisticados que estão ganhando o mercado neste exato momento. Porém, a
tecnologia não consiste somente nisso. (VERASZTO, 2004).
A palavra tecnologia provém de uma junção do termo tecno, do grego techné
(saber fazer), e logia, do grego logus (razão). Portanto, tecnologia significa a razão do
saber fazer (RODRIGUES, 2001), ou seja, o estudo da técnica.
Conforme Blanco e Silva (1993), a partir do início do século XVIII, com o
estreitamento dos laços entre o saber técnico e o saber intelectual, a tecnologia passa
a se preocupar como encontrar os meios de atingir um objetivo final, a partir de
princípios verdadeiros e de experiências seguras passando a ser considerada como a
aplicação de conhecimentos científicos na resolução de problemas. Tecnologia passa
a ser sinônimo de ciência aplicada.

PARADA OBRIGATÓRIA

Lembre-se que a nossa história tecnológica começou junto com o primeiro


homem quando ele descobriu que era possível modificar a natureza para
melhorar as condições de vida de seu grupo. O homem, ao descobrir que
poderia modificar o osso, estabelecendo um novo uso para o mesmo, dava o
passo inicial para a conquista do átomo e do espaço (VERASZTO, 2004)

Em 1989, Tim Burners-Lee sugeriu a criação de um espaço


global de hipertexto em que qualquer informação ficaria acessível
na rede seria referido por um único Universal Document Identifier
(UDI), mais conhecido como a URL (domínio) do site. O objetivo
era criar um espaço de informação comum, no qual as pessoas
se comunicam através da partilha de informações.
Ele então implementou o software que permitia obter e

05
acrescentar informação de/e para qualquer computador conectado à Internet e, com
a ajuda do cientista da computação belga Robert Cailliau, construiu um navegador e
chamou este sistema de hipertexto de World Wide Web (a “rede de alcance mundial”),
conhecida atualmente apenas como “Web”.

MULTIMÍDIA
Você conhece como foi o surgimento da Internet?

A partir daí a Web passou por diversas modificações que foram divididas em
fases, veja no inofográfico:
Já pesquisou algum produto em uma Loja Virtual e minutos depois foi acessar o
Facebook e viu esse produto e outros produtos relacionados na página? Isso acontece
devido aos recursos da Web 3.0. Os dados da sua navegação são armazenados e
utilizados de forma a personalizar o conteúdo do seu interesse.
Agora que vimos esses conceitos iremos ampliar os nossos estudos sobre as
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC).
1.1 A cibercultura na educação

WEB
1.0

O USUÁRIO ERA UM MERO


ERA PRINCIPALMENTE UMA OS SITES ERAM PÁGINAS HTML
ESPECTADOR DA AÇÃO QUE SE
WEB SÓ DE LEITURA: ESTÁTICAS QUE RARAMENTE
PASSAVA NA PÁGINA QUE
ESTÁTICA E UNIDIRECIONAL. ERAM UTILIZADOS.
VISITAVA

TEVE COMO PRINCIPAL ATRIBUTO A NÃO TENDO AUTORIZAÇÃO PARA ALGUNS AUTORES A DENOMINAM
GRANDE QUANTIDADE DE INFORMAÇÕES ALTERAR OU EDITAR SEU CONTEÚDO COMO "WEB DE DADOS"
DISPONÍVEIS

O TERMO "WEB 2.0" FOI DEFINIDO OFICIALMENTE EM 2004 POR TIM O'REILLY, DURANTE UMA CONFE-
WEB RÊNCIA DE BRAINSTORMING
2.0 OS PARTICIPANTES PRODUZEM E DISTRIBUEM
DIFERENTE DO ANTERIOR, A VERSÃO 2.0 É
BIDIMENSIONAL, SENDO CARACTERIZADA POR CONTEÚDO COM BASE EM UMA CULTURA DE
UM AMBIENTE DE COOPERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO COMUNICAÇÃO ABERTA, EM QUE SE RECONHECE A
AMPLA LIBERDADE DE COMPARTILHAR E REALIZAR
CONTEÚDO E ONDE NÃO EXISTEM UMA AUTORIDADE E
UM CONTROLE CENTRALIZADOS, MAS UMA
INTELIGÊNCIA COLETIVA NÃO CONTROLADA (ROCHA E
PEREIRA, 2010)

POR ESSE MOTIVO


ALGUNS AUTORES
A CHAMAM DE
“WEB PARTICIPA”

O TERMO FOI SUGERIDO COMO A TERCEIRA GERAÇÃO DA WEB EM 2006, PELO JORNALISTA JOHN
WEB MARKOFF DO NEW YORK TIMES. TAMBÉM CONHECIDA COMO “WEB SEMÂNTICA” OU “WEB
3.0 INTELIGENTE”

NESSA FASE, AS INFORMAÇÕES


SÃO ORGANIZADAS PARA QUE,
ALÉM DA COMPREENSÃO
06 PELO SER
HUMANO, SEJAM COMPREENDIDAS
TAMBÉM PELAS MÁQUINAS
PEREIRA, 2010)

POR ESSE MOTIVO


ALGUNS AUTORES
A CHAMAM DE
“WEB PARTICIPA”

O TERMO FOI SUGERIDO COMO A TERCEIRA GERAÇÃO DA WEB EM 2006, PELO JORNALISTA JOHN
WEB MARKOFF DO NEW YORK TIMES. TAMBÉM CONHECIDA COMO “WEB SEMÂNTICA” OU “WEB
3.0 INTELIGENTE”

NESSA FASE, AS INFORMAÇÕES


SÃO ORGANIZADAS PARA QUE,
ALÉM DA COMPREENSÃO PELO SER
HUMANO, SEJAM COMPREENDIDAS
TAMBÉM PELAS MÁQUINAS

O OBJETIVO É CONSTRUIR UM CONTEÚDO


PERSONALIZADO PARA CADA USUÁRIO, COM
BASE NO CONTEÚDO JÁ DISPONIBILIZADO NA
REDE

A cibercultura representa um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos


de pensamento e valores que se estabeleceram com o ciberespaço. Para Lévy (1999),
ela trata-se de um novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização,
acesso e transporte de informação e conhecimento que surgiu da relação entre a
tecnologia e a modernidade.
Por sua vez, o ciberespaço pode ser entendido como a união de redes e
recursos de comunicação formada pela interconexão global dos computadores.
Com o ciberespaço, o compartilhamento de arquivos, envio de mensagens e uso de
outras tecnologias contemporâneas, como vídeo conferências, web conferências,
armazenamento em nuvem etc., foi possível.
Sabbatini (2011) afirma que o uso de tablets, wifi, e-books, gadgets, Facebook,
blogs, tubes, wikis, tweets, como acesso imediato de interatividade e informação
total, vem modificando culturalmente as relações, formas de trabalhos, socialização,
comunicação e aprendizagem. Entretanto, conforme Teixeira (2012), apesar do
ciberespaço possibilitar o autoaprendizado, facilitar a interatividade e estimular a troca
de informações e saberes, ele não garante o sucesso do aprendizado, comumente
desmotivado pela falta de estímulo.Para evitar a utilização inadequada da tecnologia,
é necessário que seja realizado um planejamento adequado, aliado às estratégias
pedagógicas, materiais didáticos e metodologias de ensino.

MULTIMÍDIA
Para compreendermos melhor o conceito de cibercultura,
assista o vídeo do prof. Dr. André Lemos

Lemos (2002) indica que a cibercultura remonta à década de 50 e passou por


diversas modificações. Se popularizando na década de 70, com o surgimento do
microcomputador e se consolidando com a informática de massa (década de 80) e
expansão das redes telemáticas (década de 90).

07
Lemos (2003) evidencia que essas modificações seguiram as Leis da
Cibercultura: Lei da Liberação do Polo da Emissão, Lei da Conectividade e Lei da
Reconfiguração:

• Lei da liberação do polo da emissão: refere-se a uma


modificação no modelo de comunicação até então vigente, meio
massivo unidirecional — um para todos, e cede espaço à comunicação
interativo-colaborativa, meio pós-massivo multidirecional — todos para
todos.
• Lei da Conectividade: define que a rede está em todos
os lugares, generalizada, interligando tudo a todos. De forma que a
crescente interconexão entredispositivos de comunicação digital,
amplia a troca de informações entre homens e homens, máquinas e
homens e também entre máquinas e máquinas.
• Lei da Reconfiguração: é contrária a mera substituição de
práticas e favorável a seu redesenho em face das novas possibilidades
instrumentalizadas pelo ciberespaço, evitando a lógica da substituição
ou do aniquilamento dos antigos meios.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para ampliar o conhecimento sobre Cibercultura, leia o artigo Educar na
Cibercultura: Desafios à formação de professores para docência em cursos
online.

Ressalto que a Lei da Reconfiguração não deve ser compreendida como


extinção ou substituição de formatos antecedentes, mas sim como um realinhamento
de práticas, espaços e mídias ao cenário atual, tendo em vista a propagação das
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) (LIMA, 2011).

A fotografia substituiu a pintura? Não, ainda há pintores ativos. As pessoas


continuam, mais do que nunca, a visitar museus, exposições e galerias,
compram as obras dos artistas para pendurá-las em casa. Em contrapartida,
é verdade que os pintores, os desenhistas, os gravadores, os escultores não
são mais – como foram até o século XIX – os únicos produtores de imagens.
Como a ecologia do ícone mudou, os pintores tiveram de reinventar a pintura
– do impressionismo ao neo-expressionismo, passando pela abstração
e pela arte conceitual – para que ela conquistasse um lugar original, uma
função insubstituível no novo ambiente criado pelos processos industriais de
produção e reprodução de imagens. (LÉVY, 1999, p.212)

08
Tal lei não decreta a substituição do novo pelo antigo, o ocorre é a sua
adaptação. E o cenário educacional não está imune a essas transformações. Porém,
para Moran (2013), a escola é uma instituição mais tradicional que inovadora, que
tem resistido bravamente às mudanças cujos modelos de ensino focados no professor
continuam predominando. Ademais, as formas de ensino tradicionais vêm sofrendo
duras críticas por sua ineficácia (LIMA, 2011) e os alunos toleram cada vez menos
seguir cursos uniformes ou rígidos que não correspondem a suas necessidades reais
e à especificidade de seu trajeto de vida (LÉVY, 1999).
Se essas mudanças na educação são inevitáveis qual o caminho a ser seguido?
O que é possível ser modificado? Como efetivar processos de ensino e aprendizagem
compatíveis com o tempo da cibercultura? Infelizmente não há respostas simples e
imediatas para essa questão. Mas são perguntas que deixo para vocês refletirem.
Com essa transformação a educação passará de um modelo tradicionalmente
livresco e transmissivo para uma nova perspectiva de ensino e aprendizagem,
baseando-se na construção coletiva de conhecimento. Freire, no final do século XX,
já defendia essa construção coletiva:
“A educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com
B, mediatizados pelo mundo” (Freire, 1999, p. 84).

2 TECNOLOGIA E MÍDIAS

No tópico anterior vimos a necessidade de adaptar os modelos de ensino e


aprendizagem à nova realidade educacional. Isso é necessário devido ao novo
perfil do aluno que está cansado de ser um sujeito passivo do processo de ensino e
aprendizagem.
Mas como fazer isso? Por meio da integração da educação com as mídias.
Moran (2007, p. 3) afirma que “as tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para
o mundo, que representam, medeiam o nosso conhecimento do mundo”. Entretanto,
como vimos anteriormente, o professor deve ter em mente que não basta “informatizar
o ensino”, utilizando a mesma metodologia tradicional.
Dessa forma é importante que os alunos e, principalmente, os professores
conheçam um pouco das tecnologias que podem ser integradas a sua metodologia
de ensino e aprendizagem. Sendo assim discutiremos sobre dois tipos de mídias:
impressa e baseados em áudio e vídeo.

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a) Mídia Impressa:
O texto é a mídia mais comum utilizada na educação. Ele está diretamente
ligado à escrita que, segundo Miranda (2007, p. 11), “pode ser considerada como
um dos principais alicerces do processo da comunicação social, uma vez que ela
contribuiu com a arte de contar novas e boas histórias, assim como de transmiti-las”.
Ainda segundo o autor, a escrita foi inventada pelos sumérios, em
aproximadamente 3.500 a.C. possibilitando ao homem transmitir informações de forma
segura e sem alterações de conteúdo, o que geralmente acontecia na transmissão
oral.
Os primeiros moldes de jornais pré-tipográficos foram moldados pelos gregos
e romanos. Entretanto, somente no final do Feudalismo e início do Renascimento, é
que surgiram novas perspectivas para o jornalismo. A Idade Média foi marcada pela
tradição das crônicas históricas e relatos sobre o presente, assim como relato de
viagens e aventuras. Os livros, jornais e revistas incentivaram a instrução despertando
o hábito e o gosto pela leitura nas pessoas, transformando a civilização e modificando
a cultura (SOUSA, 2004).
Conforme Straubahaar e La Rose (2004), Johannes Guttemberg [inserir foto] foi
um dos primeiros na Europa Ocidental a conseguir produzir um maquinário capaz de
imprimir grande quantidade de material informativo, no ano de 1450. Com a invenção
da tipografia surgiu a possibilidade da impressão de uma grande quantidade de
material informativo e a redução de custo.

b) Mídia sob o formato de áudio e vídeo


A partir da década de 1970 e 1980, com a ampla disponibilidade dos VCRs –
aparelhos de áudio e vídeo com cassete, a disseminação de materiais de instrução
tornou-se mais conveniente. Uma vez que os aparelhos de audiocassete, por serem
portáteis, permitiam que as pessoas estudassem onde desejassem. Além disso, a
distribuição pelo correio de áudio e videocassetes eram fáceis e econômicas (MOORE
E KEARSLEY, 2007).
No final da década de 1990, o CD e o DVD tornaram-se as tecnologias
dominantes para a disseminação de programas gravados em áudio e vídeo, tendo
mais durabilidade e um menor custo do que os cassetes.
Com o surgimento das redes de satélites, o ensino pela televisão se popularizou
em todos os níveis da educação, sendo utilizados durante muitos anos.
É importante destacar que essas são apenas algumas das mídias que foram

10
utilizadas na educação, mas há também as chamadas mídias sociais.

SAIBA MAIS
Que tal conhecermos a evolução das mídias sociais?

3 TECNOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS

Nos tópicos anteriores vimos como a tecnologia e a educação estão interligadas.


Além disso, citamos algumas mídias que foram utilizadas durante alguns anos na
educação. Nesse tópico mostraremos novas tecnologias que podem ser utilizadas
para esse fim, desde que seja realizado um planejamento adequado. Vamos lá!

a) Videoconferência e Webconferência
Segundo Sabbatini (2007), a videoconferência é um sistema, baseado em
vídeo e áudio, que tem como objetivo promover a comunicação entre duas ou
mais pessoas e que funcionaria como um “canal de TV bidirecional”, utilizando-se
de linhas telefônicas ou satélite e de uma estrutura de hardware dedicado, ou seja,
equipamentos especificamente criados para esse fim. Surgiu na década de 70, porém
teve um crescimento considerável no Brasil apenas nas décadas de 80 e 90, graças à
oferta de linhas adequadas pelas companhias telefônicas.
A web conferência pode ser definida como qualquer atividade comunicativa
síncrona que ocorra via web, permitindo assim uma colaboração virtual entre dois ou
mais indivíduos, podendo eles estar em locais diferentes, e compartilhar formas de
dados variados (vídeos, fotos, áudios, entre outros) de modo simultâneo, em tempo
real (DOTTA et al, 2012; AZAMBUJA, 2015). Esse sistema vem crescendo nas últimas
décadas, substituindo a videoconferência. Conforme Azambuja, Vejamos, podemos
destacar os seguintes benefícos da webconferência:

BENEFÍCIOS DA WEBCONFERÊNCIA
INTERAÇÕES MULTIDIRECIONAIS

POR VOZ POR TEXTO POR VIDEO

A WEB CONFERÊNCIA POSSIBILITA O COMPARTILHAMENTO ALÉM DESSAS CARACTERÍSTICAS, ESSES


SISTEMAS POSSUEM RECURSOS COMUNS
11 ÀS SALAS DE AULA
POR VOZ POR TEXTO POR VIDEO

A WEB CONFERÊNCIA POSSIBILITA O COMPARTILHAMENTO ALÉM DESSAS CARACTERÍSTICAS, ESSES


SISTEMAS POSSUEM RECURSOS COMUNS
ÀS SALAS DE AULA

DE ARQUIVOS

QUADRO BRANCO
DE APLICATIVOS

ORGANIZAÇÃO
TELAS DO COMPUTADOR
DE GRUPOS

Souza e Pimenta (2014) afirmam que o termo “videoconferência” é utilizado


atualmente com o mesmo sentido do termo “webconferência”, pois está cada vez
menos usual a videoconferência nos moldes da década de 70. Apesar de hoje ambos
os termos serem utilizados para o mesmo sentido, eles possuem diferenças, vejamos
no infográfico abaixo:
VIDEOCONFERÊNCIA

UTILIZA SISTEMA UTILIZA HARDWARE UTILIZA SOFTWARE POSSUI ALTA EXIGE ESTRUTURAS EXIGE APOIO POSSUI ALTO CUSTO
PRIVADO DE DEDICADO PRIVADO QUALIDADE DE IMAGEM ESPECIALIZADAS TÉCNICO PARA DE IMPLEMENTAÇÃO
TELEFONIA E SOM DE ACORDO COM PARA CAPTAÇÃO DE CONFIGURAÇÃO
A QUALIDADE DO ÁUDIO/SOM E
SISTEMA DE TELEFONIA ILUMINAÇÃO
WEBCONFERÊNCIA

UTILIZA A REDE UTILIZA UTILIZA SOFTWARE POSSUI QUALIDADE NÃO EXIGE NÃO EXIGE APOIO POSSUI BAIXO CUSTO
MUNDIAL DE COMPUTADORES LIVRE OU PRIVADO DE IMAGEM E SOM DE ESTRUTURAS TÉCNICO PARA DE IMPLEMENTAÇÃO
COMPUTADORES COMUNS COM ACORDO COM A ESPECIALIZADAS CONFIGURAÇÃO
PERIFÉRICOS QUALIDADE DA
BANDA LARGA

Fonte: Souza e Pimenta (2004).

A interação em tempo real que ocorre na webconferência é um ponto positivo,


não sendo necessário esperar por respostas ou discussões, por outro lado sua
utilização é limitante no que diz respeito aos horários, muitas vezes incompatíveis,
para que a interação aconteça de modo eficiente. “O potencial pedagógico dessa
tecnologia surge como ferramenta que proporciona um elo construtivo e dinâmico
entre professor e aluno” (AZAMBUJA, 2015, p. 83).

b) Computação em nuvem
Computação em nuvem ou Cloud Computing é a tecnologia que permite que
você acesse recursos ou aplicações diretamente da Internet. Não sendo necessário

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você armazenar arquivos, nem instalar nenhum software em seu computador. Para
isso é necessário apenas um dispositivo com conexão com Internet.
Serviços como Google Drive e OneDrive utilizam essa tecnologia, permitindo
que os usuários (no caso nós) criem documentos de textos, planilhas eletrônicas etc.
No caso do OneDrive é possível inclusive acessar o pacote do Office totalmente online.
Além disso, os arquivos criados e armazenados nesse serviço podem ser
compartilhados com outras pessoas que também podem modificá-los, caso tenham
permissão para isso.
Na educação, foi criado o termo Cloud Education, ou Educação nas nuvens,
para caracterizar o uso dessa tecnologia como ferramenta educacional. O objetivo
do uso da Cloud Education é desenvolver trabalhos colaborativos, além de integrar
a tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, como afirmam
Souza e Teixeira (2013), a educação nas nuvens viabiliza o trabalho colaborativo
e cooperativo entre os membros da instituição de ensino, com a possibilidade de
compartilhar conteúdos e serviços com outras instituições educacionais dispersas
geograficamente.

MULTIMÍDIA
Vamos entender melhor o funcionamento da cloud computing.

c) Realidade aumentada
A Realidade Aumentada (RA) é uma linha de pesquisa no âmbito da Ciência da
Computação que lida com integração do mundo real e elementos virtuais ou dados
criados pelo computador (CARDOSO, 2014).
A CÂMERA IDENTIFICA O
O FUNCIONAMENTO DA RA CÓDIGO E REPASSA PARA O
OCORRE QUANDO O USUÁRIO SOFTWARE
POSICIONA O UM CÓDIGO
IMPRESSO, MAIS CONHECIDO
COMO MARCADOR NO CAMPO
DE ATUAÇÃO DA CÂMERA

O SOFTWARE É
RESPONSÁVEL PELA
INTERPRETAÇÃO E
GERAÇÃO DO OBJETO
VIRTUAL

Adaptado de Cardoso ET AL.(2014).

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Na Educação, a RA também pode ser utilizada contribuindo com o processo
de ensino e aprendizagem, uma vez que oferecerá aos alunos uma nova forma de
compreender o conteúdo apresentado, permitindo, a partir da projeção de objetos ou
de fenômenos inexistentes, uma maior interação entre o aluno e o conteúdo exposto
possibilitando um melhor entendimento do que antes ficava apenas na imaginação.
(ARAUJO, 2009)
Assim, a aquisição do conhecimento se torna mais eficiente e agradável, pois “o
teórico é aplicado de maneira prática, e os resultados, que anteriormente eram obtidos
no papel, poderão ser visualizados por meio de movimentos e imagens” (CARDOSO
et al. 2014, p. 331).

MULTIMÍDIA
Para entender melhor o funcionamento da realidade aumentada, assista ao
vídeo Realidade aumentada promete mudar sua visão do mundo.

d) Realidade virtual
A Realidade Virtual (RV) é uma tecnologia que tem certa semelhança se
comparada à Realidade aumentada. Entretanto, enquanto a Realidade aumentada
possibilita a geração de um objeto virtual em 3D, a Realidade Virtual possibilita que
o usuário tenha uma experiência interativa e imersiva com esses objetos, ou seja,
é uma simulação de um mundo real ou de um mundo imaginário (RODRIGUES E
PORTO, 2013).
Segundo Rodrigues e Porto (2013), a RV caracteriza-se pela integração de três
ideias: imersão, interação e envolvimento.
• Imersão: A imersão tem como objetivo fazer com que o usuário se sinta
presente no mundo virtual, permitindo-lhe manipular e explorar naturalmente os
objetos ao invés de ser apenas um observador.
• Interação: A interação está associada à capacidade de o usuário modificar,
em tempo real, o mundo virtual, tornando a experiência ainda mais realista.
• Envolvimento: Está relacionado ao grau de estimulação para o
comprometimento de uma pessoa com determinada atividade, podendo ser ativo
(participar de um jogo, visualizar um ambiente virtual) ou passivo (ler um livro, participar
de uma cirurgia virtual).

14
MULTIMÍDIA
Ficou confuso ao diferenciar Realidade Aumentada da Realidade Virtual?
Assista o vídeo Realidade virtual x realidade aumentada: quais as diferenças?

e) Robótica educacional

A ROBÓTICA É A CIÊNCIA DOS SISTEMAS QUE


INTERAGEM COM O MUNDO REAL COM OU SEM
INTERVENÇÃO DOS HUMANOS. ELA TORNA-SE UMA
INTERESSANTE FERRAMENTA DE USO NA EDUCAÇÃO,
UMA VEZ QUE SEUS PROJETOS OPORTUNIZAM
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM PELA RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS INTERDISCIPLINARES, QUE PODEM SER
SIMPLES OU COMPLEXOS

Adaptado de Vargas ET AL. (2012)

Para Vargas et al. (2012), a utilização da robótica educativa como ferramenta


do processo ensino aprendizagem, torna o ambiente acadêmico mais atraente e
enfatiza um apelo lúdico ao mesmo, propiciando a experimentação e estimulando a
criatividade. Levando o aluno a pensar na essência do problema, assimilando-o para,
posteriormente, fazer sentido no seu conhecer (MORAES, 2010).
Valente e Canhette (2008 apud MORAES, 2010) citam que quando o aluno
representa a resolução de um problema segundo um programa de computador, ele
tem uma descrição formal e precisa desta resolução. Com isso o aluno pode validar
suas ideias e conceito e, se existir algo de errado, analisar o programa e identificar
a origem do erro. Portanto, o professor deixa de ser o único e exclusivo detentor de
informações e torna-se um parceiro no processo de aprendizagem
Nesta aula vimos alguns conceitos relacionados à tecnologia, seu processo
de evolução que foi dividido em três fases: Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0. Além de
aprendermos sobre a cibercultura e como ela influencia na educação. Por fim, vimos
as mídias que já foram utilizadas na educação (rádio e TV), a que está sendo utilizada
(impressa) e as que podem ser utilizadas (Tecnologias contemporâneas).

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, D. et al. Uso de realidade aumentada como ferramenta complementar ao


ensino das principais ligações entre átomos. In: Workshop de Realidade Virtual e
Aumentada, 6, 28-30, Posteres do WRVA 2009. Disponível em: <http://sites.unisanta.
br/wrva/st/62401.pdf>. Acesso em: 19 set. 2016.

AZAMBUJA, E. G. O uso do vídeo e da web conferencia em EAD. Revista Cesuca


Virtual: Conhecimento sem Fronteiras, Cachoeirinha, v. 2, n. 3, p. 82-92, ago. 2015
BLANCO, E.; SILVA, B. Tecnologia Educativa em Portugal: conceito. Origens,
evolução, áreas de intervenção e investigação. 1993. Disponível em: <http://hdl.
handle.net/1822/521>. Acesso em: 15 set. 2016.

CARDOSO, R. G. S. Uso da realidade aumentada em auxílio à Educação. In:


Computer on the Beach, 2014, Florianopólis. Anais... Universidade do Vale do Itajaí,
2014, p. 330-339. Disponível em: < http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/acotb/
article/view/5337>. Acesso em: 19 set. 2016.

DOTTA, S.; et al. Abordagem Dialógica Para a Condução de Aulas Síncronas em


uma Webconferência. In: ESUD 2013 – X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a
Distância, 2013, Belém. Anais... UNIREDE, 2013. P. 1-12.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 27.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

LEMOS, A. Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto


Alegre: Sulina, 2002.

______. Cibercultura: alguns pontos para compreender a época. In: LEMOS, A.;
CUNHA, P. (Org.). Olhares sobre a cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003.

LIMA, M. Educação na cibercultura: novas possibilidades para o ensino-


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reeduc/article/view/169/142>. Acesso em: 16 set. 2016.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MIRANDA, G. L. A história da evolução da mídia no Brasil e no mundo. 2007. 43


f. Monografia. Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Centro
Universitário de Brasília, Brasília, 2007.

MOORE, M. G; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada.


Tradução de Roberti Galman, São Paulo: Thomson Learning, 2007.

MORAES, M. C. Robótica Educacional: Socializando e produzindo conhecimento


matemáticos. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências). Programa de
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