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Rosa dos ventos

 Pontos cardeais
N Norte; Setentrião; Setentrional; Boreal
E Este; Leste; Oriente; Nascente; Levante
S Sul; Meredião; Meridional; Austral
O/W Oeste; Ocidente; Poente; Ocaso
 Pontos colaterais
NE Nordeste
SE Sudeste
SO Sudoeste
NO Noroeste
 Pontos intermédios
NNE Nor-nordeste
ENE És-nordeste
ESE És-sudeste
SSE Sussudeste
SSO Sussudoeste
OSO Oés-sudoeste
ONO Oés-noroeste
Notas:
Escalas: Para uma região pequena – escala grande;
Para uma região grande – escala pequena.
Escala numérica Escala gráfica
1:50000
Noções
Latitude Distância em graus de um determinando ponto ao equador.
Varia entre 0 e 90º
Longitude Distância em graus de um determinando ponto ao meridiano de
Greenwich. Varia entre 0 e 180º
Constituição do território português
 Portugal continental
 Portugal Insular (Arquipélago dos Açores e Arquipélago da Madeira).
Localização geográfica do território português
 Localização relativa (rosa dos ventos)
 Localização absoluta. (latitude e longitude)
A organização administrativa do território nacional.
18 Distritos e 2 Regiões autónomas (região autónoma da Madeira e
dos Açores) que por sua vez são subdivididos em conselhos e
freguesias.
No entanto ainda se faz uma divisão do território para fins estatísticos:
NUT (Nomenclatura das Unidades Territoriais) - trata-se de uma
divisão regional do país feita após a entrada na EU.
A divisão do território português em NUT é feita tendo em conta as
características físicas, históricas e funcionais do território, constituindo a
base de recolha, tratamento e análise de dados estatísticos.
Distritos
NUT I
 Portugal continental e ilhas
NUT II NUT III

Regiões autónomas
 Açores

 Madeira

Existem ainda outras divisões do território nacional, por exemplo:


 Regiões agrárias
 Regiões turísticas
 Distritos judiciais
 Etc.
A influência da posição geográfica de Portugal nas características
físicas.
Zona intertropical ou Zona Quente/Tórrida
Zona Temperada do Norte ou Sul
Zona Fria do Note ou Sul
Portugal
Portugal está na zona temperada no Norte com um clima temperado
mediterrâneo.

Portugal sofre várias influências:


 Atlântica
 Mediterrânea
 Africana
 Continental
Dessas influências, resulta uma diversidade de características físicas
(clima, vegetação natural, relevo…) podendo levar a uma divisão de Portugal
Continental em 3 regiões:

Influência da posição geográfica de Portugal nas características


humanas
A posição de Portugal na Europa é periférica ou até mesmo
ultraperiférica, tendo em conta os arquipélagos da madeira e dos
Açores.
Vantagens desta posição:
 Espaço de charneira (no meio) entre a Europa a África e as Américas.
 Centralidade no espaço atlântico
 Porta de entrada na Europa – abertura ao mundo.
Inconvenientes desta posição:
 Longe do centro da EU (dorsal)
 Longe dos centros de decisão
 Longe dos grandes mercados consumidores
 Região europeia menos desenvolvida (faz parte do arco atlântico)
 Parte de Portugal encontra-se na região sul da Europa (outra região
europeia pouco desenvolvida)
 Fraca acessibilidade por via terrestre
 Afastado faz principais vias de comunicação europeias e mundiais.
Nota: com o alargamento da EU a
leste, Portugal fica numa posição
ainda mais periférica.
Com a adesão a adesão de Portugal à
UE vem redefinir a sua posição
geográfica. A esta escala, Portugal é
uma região periférica, ou até mesmo
ultraperiférica. Portugal continental
está incluído no designado Arco
Atlântico, região menos desenvolvida,
do que o centro da UE (região
designado como Dorsal). A parte mais
meridional designa-se como Sul, a menos desenvolvida da UE.

Espaço Lusófono
CPLP – Promoção da Língua Portuguesa
A CPLP pretende:
 Consolidar a identidade cultural nacional e plurinacional dos países de
língua portuguesa
 Incentivar a cooperação económica, social, cultural, jurídica e
tecnocientífica
 Promover e enriquecer a língua portuguesa
 Melhor intercâmbio cultural e a difusão da criação intelectual e
artística.
 Aprofundar a concertação política diplomática em termos de relações
internacionais.
Comunidades portuguesas Emigrantes instalados por todo o mundo.
Difusão da cultura portuguesa através da
gastronomia, música, língua, etc…

PALOP (países de língua oficial portuguesa) CPLP (Comunidade de


países de língua portuguesa)
Moçambique Brasil
Angola Portugal
Guiné-Bissau Timor-Leste
São Tomé e Príncipe
Cabo Verde
Os espaços económicos em que Portugal se integra
 UE (União Europeia) – desde 1986
Entrada de Portugal para a UE:
Portugal não entrou mais cedo porque estava num regime ditatorial;
Essa entrada trouxe vantagens:
 Trocas comerciais;
 Países vizinhos;
 Portugal recebe dinheiro para igualar o seu desenvolvimento as resto
dos países.
OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento económico) –
desde 1948
Principais organizações mundiais que Portugal participa
ONU; OCDE; OMC; NATO; PALOP; EU.

O processo de construção europeia


1939-45 – 2º Guerra Mundial
1948 – Plano de Marshall
Plano proposto pelos americanos para o auxílio económico
à Europa na sua reconstrução.
Este plano deu origem à OECE (Organização Europeia de
Cooperação Económica), tendo como objetivo coordenar a
ajuda dos EUA para acelerar a reconstrução e promover
a cooperação económica.
Nota: A OECE veio dar lugar a OCDE em 1961 passando a integrar
também países fora da Europa como o Canadá; a Nova Zelândia, a
Austrália e o Japão, para além dos 30 europeus. A OCDE é conhecida
pelo grupo dos Países Desenvolvidos e o seu principal objetivo é a
cooperação entre os países membros e a ajuda aos países mais pobres
do mundo.
1951 – Tratado de Paris
Para vencer as rivalidades entre a França e a Alemanha e ultrapassar
problemas económicos, foi criada a CECA (Comunidades Económica do
Carvão e doo Aço). Para além destes países aderiram também a Itália, a
Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo.

1957 – Tratado de Roma


Com este tratado é criada a CEE (Comunidade Económica Europeia) e
a EURATOM (Comunidade Europeia de Energia Atómica) pelos 6 países
fundadores a CECA.
Nota: Em 1960 o Reino Unido que não integrou a CEE não quis “ficar
sozinho” e em conjunto com a Suécia, a Noruega, a Dinamarca, a
Áustria, a Suíça e Portugal formam a EFTA (Associação europeia de
Comércio Livre.
1968 – União Aduaneira
São abolidas as taxas alfandegárias entre os estados da CEE.
1986 – Assinatura do ato económico europeu
Este tratado introduz grandes alterações aos tratados iniciais.
Pretende reforçar a cooperação entre os estados membros e criar um
mercado.

1992 – Tratado de Maastricht


Aspetos mais importantes:
 As novas competências para a atuação da EU, tendo em vista a coesão
económica e social e a criação de um fundo de coesão – doação de
dinheiro aos PED para se autodesenvolverem.
 Institucionalização da cidadania europeia definindo s direitos dos
cidadãos.
 Criação de uma união económica e monetária incluindo a moeda única o

 Início do processo para uma união política, com a criação de uma
política externa de segurança comum e o esforço da cooperação nos
domínios da justiça e dos assuntos internos.
 A CEE muda a sua designação para EU
1997 - Tratado de Amesterdão
Aumenta a coesão interna para reforçar a posição da EU no mundo e
preparar o próximo alargamento
2001 – Tratado de Nice
Redefine a participação de cada estado-membro nas instituições
comunitárias, face ao alargamento da UE aos países de leste
2007 – Tratado de Lisboa
É criado o alto representante para os negócios estrangeiros e política
de segurança
Surge o cargo de presidente da EU, eleito pelo conselho Europeu.

UE após Maastricht
Criação de um espaço
Económico Político
Cultural
Criação de…
Mercado Interno
Acordos comerciais com PD

Aproximação da EU como centro de Poder Mundial


Centros de Poder Mundial
UE – Japão – EUA

Acordo de Shengen
Assinado em junho 1985 pelos 5 países fundadores.
O espaço shengen consistia na eliminação dos controlos nas fronteiras
internas e na criação de controlos eficazes nas fronteiras externas da EU.
Os países que aderiram ao espaço Shengen foram:
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha,
Letónia, estónia e lituânia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Itália,
Luxemburgo, Malta, Holanda, Polónia, Portugal, República Checa e Suécia.
Evolução da UE
Fases Ano Países que aderiram
Europa dos 6 1957 Alemanha federal, Bélgica, França, Itália,
Luxemburgo e países baixos.
Europa dos 9 1973 Dinamarca, Reino Unido e Irlanda
Europa dos 1981 Grécia
10
Europa dos 1986 Portugal e Espanha
12
Europa dos 1995 Áustria, Finlândia e Suécia
15
Europa dos 2004 Chipre, Eslováquia Eslovénia, Estónia, Letónia,
25 Hungria, Lituânia, Malta, polónia e República Checa
Europa dos 2007 Roménia e Bulgária
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Evolução da população portuguesa


 1950 – Apresentava um número reduzido de habitantes, mas com uma
população jovem.
 1950-1960 – Apresentou um crescimento significativo. Sendo que os
valores negativos de saldo migratória são atenuados pelos valores
elevados de crescimento natural.
 1960-1970 – A população sofreu uma quebra devida:
o Redução da taxa de crescimento natural;
o Intensificação da emigração ara a Europa;
Tudo isto provocou um crescimento efetivo negativo
 1970-1981 – Verificou-se um aumento demográfico, consequência da
redução da emigração.
 1981-1991 - A população portuguesa estagnou, devido à reduzida
natalidade.
 1991-2001 – Ligeiro aumento (ultrapassa os 10 milhões), As baixas
taxas de crescimento natural são compensadas pelo surto imigratório,
provenientes e África e dos países da Europa do leste.
 2001-2004 – Aumento ligeiro da população

Fases do modelo de transição


→ Própria das sociedades mais primitivas
→ A população estabiliza, com valores elevados
Fase 1 de natalidade e mortalidade
→ Valores de natalidade muito constantes
Revolução → Valores de mortalidade muito irregulares
industrial → Característica de países com início de
Fase 2 desenvolvimento
→ Manutenção dos valores elevados de
natalidade
→ Declínio acentuado da mortalidade
→ Crescimento da população a um ritmo
acelerado
→ Próprio de países em plena fase de
Fase 3 desenvolvimento
→ Declínio acentuado na natalidade
→ Manutenção dos valores baixos de
mortalidade
→ Estabilização do crescimento natural
→ Própria de países que iniciaram muito cedo
este processo de transição demográfica
Fase 4 → Valores muito baixos de natalidade
→ Valores muito baixos de mortalidade
→ Estagnação ou redução da população

Principais variáveis demográficas que condicionam a evolução da população


Natalidade
Mortalidade
Emigração
Imigração
Diferentes ritmos de crescimento da população portuguesa
Fatores explicativos
 1960-1970 – Decréscimo da população
o Guerra colonial
o Consequências da ditadura,
o Maior surto migratório,
o Apesar do crescimento natural ser positivo o saldo migratório
foi muito negativo,
o A TN teve uma redução devido à divulgação dos métodos e
devido à entrada da mulher no mercado de trabalho.
 1970-1980 – Evolução significativa (positiva) da população.
o Diminuição da emigração, em resultado da crise económica
o Fim da guerra colonial
o Regresso dos emigrantes das ex-colónias, após o 25 de Baril de
1974.
o Regresso de muitos emigrantes
Evolução da população portuguesa
 Natalidade
A taxa de natalidade de 1960 até a atualidade desceu significativamente.
Esta evolução deveu-se a:
 Emancipação da mulher
 Entrada da mulher para o mercado de trabalho
 Acesso ao planeamento familiar
 Generalização do controlo da natalidade
 Mudança de mentalidades
 Aumento do nível de instrução
 Aumento da idade do casamento
 Alargamento do período de escolaridade obrigatória
Diferenças regionais
Portugal apresenta contrastes a nível nacional. Por isso existem
diferenças entre o litoral e o interior entre o norte e o sul e as
regiões autónomas e o continente.

 Mortalidade

A taxa de mortalidade entre 1960 e 2004 não evidenciou alterações

significativas tendo atingido os 10,5‰ em 1991.

A descida da TM deveu-se a:
 Melhoria dos hábitos alimentares

 Melhoria dos cuidados de saúde e cuidados de higiene

 Melhoria nas condições de trabalho (segurança no trabalho)

Porque se morre em Portugal?

 Doenças do aparelho circulatório

 Tumores malignos

 Sinistralidade rodoviária

 Taxa de mortalidade infantil


A TMI diminui drasticamente entre 1950 e 2004.
Isso deve-se:
 Generalização de uma rede de assistência materno-infantil
(acompanhamento das grávidas)
 Realização dos partos em hospitais
 Generalização da vacina infantil
 Melhoramentos nas condições de vida.
Contrastes
A TMI evidência contrastes entre o litoral e o interior e entre o
norte e sul.

 Crescimento natural

O crescimento natural diminui significativamente entre 1960 e 2004.


Numa primeira fase deveu-se à descida da taxa de natalidade. Como a taxa
de mortalidade já se encontrava baixa não influenciou muito esta descida.
Numa segunda fase, para além da taxa de natalidade observou-se uma
ligeira subida na taxa de mortalidade o que agravou a redução no
crescimento natural.
A média do crescimento natural em Portugal é idêntica à média da UE,
existindo países em situações mais graves uma vez que apresentam um
crescimento natural negativo, como a Bulgária e a Hungria.
Estes valores devem-se ao envelhecimento da população.
 Movimentos Migratórios
Durante muitos anos Portugal foi um país de Emigração, atingindo valores
bastante altos na década de 60. Os portugueses dirigiam-se sobretudo para
a França e Alemanha, devido ao facto de estes países necessitarem de mão
de obra após a destruição provocada pela II Guerra Mundial.
Na década de 70, registou-se uma inversão dos valores até ai registados. E
Portugal deixa de ser um país de emigração para ser um país de imigração.
Esta tendência ficou a devera à queda da ditadura em 1974.
Atualmente devido ao aumento do desemprego, regista-se um aumento do
fluxo emigratório.

Estrutura etária da população


Estrutura etária Repartição dos indivíduos por idades e sexo.
Esta está dividida em 3 grupos:
 Jovens ( ≤ 15 anos)
 Adultos (15-64 anos)
 Idosos (≥ 65 anos)
A análise da estrutura etária é importante para caracterizar a população,
uma vez que reflete variáveis demográficas como:
 Natalidade
 Fecundidade
 Mortalidade
 Mortalidade infantil
 Movimentos migratórios
Tipos de pirâmide
 Jovem/Crescente
 Adulta/Transição
 Idosa/Crescente
 Rejuvenescente
Evolução da estrutura etária da população portuguesa
1960
População predominantemente jovem
Taxa de mortalidade infantil elevada
Esperança média de vida relativamente baixa
1981
Redução do número de jovens e por isso um ligeiro envelhecimento da
população
Redução da natalidade e da mortalidade (alargamento da faixa da população
adulta e idosa). Traduz-se num aumento da esperança média de vida e
portanto inicia-se um processo de envelhecimento
1981-2001
Acentuou-se o processo de envelhecimento
Estreitamento da base (população jovem)

2050
Prevê-se uma continuação do que já acontece, portanto um envelhecimento
da população.
Setores de atividade predominantes
 Redução da população no setor I à medida que o país se desenvolve e
se mecaniza em relação à agricultura;
 Aumento da população ativa no setor II, como o decorrer do processo
de industrialização
 Redução gradual da população ativa no setor II, devido ao
desenvolvimento tecnológico aplicado à indústria e ao crescimento do
setor III
 Aumento gradual da população ativa no setor III, à medida que o
outros setores se vão modernizando e incorporando mais serviços
Nível de instrução e qualificação profissional da população portuguesa
O nível de instrução da população mede-se pelo grau de
analfabetismo.
Apesar das diminuições verificadas. Este problema ainda afeta 9% da
população portuguesa.
Outra diferença importante ao nível de escolaridade da população
portuguesa reside no género, onde os valores de analfabetismo são
superiores nas mulheres. No entanto com a escolaridade obrigatória, a taxa
de analfabetismo tende a diminuir ou mesmo a desaparecer.
Em suma, a população apresenta um baixo nível de escolaridade uma
baixa qualificação profissional. Isto traduz-se em consequência graves para
a economia portuguesa.
Que problemas caracterizam a evolução da população portuguesa?
 Envelhecimento
 Declínio da fecundidade
 Baixo nível educacional
 Desemprego
ENVELHECIMENTO
Consequência do envelhecimento da população
 O Aumento do índice de dependência dos idosos faz com que a
população ativa tenha cada vez mais encargos com a população idosa.
 A diminuição da população ativa conduz a uma redução na
produtividade no país
 A diminuição do espirito de dinamização e inovação, que em geral são
características da população jovem
 Aumento dos encargos sociais com a as reformas e com a assistência
medica aos idosos
 Redução da natalidade, uma vez que estão a reduzir os escalões
etários conde a fecundidade é mais elevada.

DECLÍNIO DA FECUNDIADE
Outro problema com que Portugal se depara é o declínio da fecundidade, que
está associado à redução da natalidade.
O problema é que Portugal não consegue assegurar a renovação das
gerações, uma vez que está abaixo do limite mínimo de 2,1 filhos por mulher,
apresentando cerca de 1,5 filhos.
O declínio da fecundidade está sobretudo relacionado com a emancipação da
mulher, que passou a ter uma carreira profissional mais ativa, adiando ou
até mesmo excluindo a maternidade nos seus planos de vida.
BAIXO NÍVEL EDUCACIONAL
Portugal apresenta um baixo nível educacional que se encontra abaixo da
média da U.E.
Este indicador reflete-se na taxa de alfabetismo que afetava cerca de 9%
da população em 2001.
Quanto à escolarização da população ativa, um fator primordial para a
produtividade, a competitividade da economia e o desenvolvimento do país, o
panorama é mau.
DESMEMPREGO
O desemprego afeta a qualidade de vida da população.
Portugal apresenta uma taxa de desemprego superior à média
comunitária e tem vindo a aumentar.
As baixas taxas de desempego escondem por vezes situações de
precariedade, com reflexos na qualidade de vida da população. São os casos
do subemprego e do emprego temporário, frequentes na economia
portuguesa, que, quando não são uma opção dos trabalhadores, geram
situações de grande instabilidade.
A instabilidade do emprego deve-se a fatores como:
 Baixa qualificação
 Fraco investimento em I&D

Solucionar os problemas
Como incentivar a natalidade?
Políticas demográficas

Antinatalistas Natalistas

Predomina nos países menos Predomina nos países desenvolvidos


desenvolvidos Tenta aumentar a natalidade de um
Tenta reduzir a natalidade de um país
país Utiliza medidas de sensibilização e
Utiliza medidas de sensibilização ou incentivos económicos e fiscais
de coação

Portugal como país envelhecido que é, deveria adotar medidas que


incentivassem a natalidade.
Para rejuvenescer a população portuguesa, o governo deveria dotar
medidas concretas, tais como:
 O criação de uma legislação de trabalho que proteja mais a mulher
durante e pós a gravidez
 Criação de benefícios fiscais para as famílias com vários filhos
 Aumento da duração da licença de parto para a mãe e para o pai
 Melhoramento e a gratuitidade de todos os serviços de assistência
materno-infantil
Como qualificar a mão de obra portuguesa?
1. Reduzir o abandono escolar
2. Valorização das pessoas pelas empresas e estado
Para alcançar estes objetivos, torna-se importante:
 Aumentar o investimento na investigação
 Aumentar a qualificação da população
o Mais novos
 Prosseguir os estudos
 Envergar por cursos superiores
o Mais velhos
 Incentivos às novas oportunidades
 As próprias empresas podem dar formação aos
trabalhadores
Noções
População absoluta – Número de habitantes de um determinado país ou
região,.
Densidade populacional – Número médio de habitantes de um determinado
país ou região por Km₂ DP=Pop. AbsolutaÁrea…Hab/km₂
Natalidade – Números de nascimentos num determinado país ou região por
ano.
Mortalidade - Números de óbitos num determinado país ou região por ano.
Taxa de natalidade – Número de nascimento por cada 1000 habitantes,
num determinado tempo
TN=Nº de nascimentosPop.Total x 1000

Taxa de mortalidade - Número de óbitos por cada 1000 habitantes, num


determinado tempo.
TM=Nº de óbitosPop.Total x 1000
Crescimento natural – Diferença entre os nascimentos e os óbitos.
CN ≥ 0 - crescimento positivo
CN ≤ 0 - crescimentos negativo
CN = 0 – crescimento nulo
Emigração – Saída de +pessoas de um país estrangeiro por motivos naturais,
sociais, económicos, político…
Imigração - Entrada de pessoas para um país estrangeiro de forma legal ou
clandestina, mas com fixação de residência.
Saldo migratório – Diferença entre Emigração e Imigração ( SM = E – I)
Crescimento efetivo – Soma do crescimento natural com saldo migratório
Taxa de crescimento natural – Variação populacional observada durante
um determinado período de tempo, normalmente um ano civil referido à
população média desse período (expressa por 100 ou 1000 habitantes)
TCN=Cres.natural+Saldo migratórioPo.Totalx 1000 ou 100
Taxa de mortalidade infantil – Número de crianças que morrem antes de
atingirem o 1º ano de vida por cada a1000 nascimentos.
TMI=Nº de crianças que morrem antes de atingirem o 1º ano de vidanatalidade x
1000
Taxa de fecundidade
TF=Nascimentos2aTotal de mulheres dos1549anos x 1000
Índice sintético de fecundidade – número médio de filhos que cada mulher
tem na idade fértil.
Índice de renovação de gerações – Número médio de filhos que cada
mulher devia ter (2,1 filhos)
Esperança média de vida – Número médio de anos que o Homem vive num
determinado país ou região.
Distribuição da população
MUNDO (distribuição muito irregular)
 Principais focos demográficos (zonas de maior concentração
demográfica)
o Sul e Sudeste Asiático
o Europa central e ocidental
o Costa atlântica dos EUA
Vazios Humanos (zonas desabitadas ou onde a população é escassa)
1. Antártica; Gronelândia; Norte do Canadá; Norte da Rússia; Sibéria
Vazios Causas
Humanos

1 Temperaturas muito
baixas

2 Temperaturas muito altas


(secura)

3 Grandes Amplitudes

4 Vegetação muito densa

2. Saara
3. Himalaias
4. Amazónia

EUROPA (distribuição irregulares)


 Áreas de grande concentração
o Europa Central e Ocidental (Reino-Unido; Alemanha; Bélgica;
França e Holanda)
Fatores atrativos:
Naturais – Climas temperados e húmidos; Relevo geralmente plano e
de baixa altitude e o predomínio de solos férteis
Humanos – Agricultura próspera; Grande industrialização e
desenvolvimento do setor d comércio e dos serviços. O que tornou estes
países ricos.
 Áreas de pequena concentração
Norte da Europa (Península da Escandinávia)
Fatores repulsivos
Naturais – Clima frio, solos cobertos de neve em grande parte do ano
a existência de áreas de relevo mais acidentado.

PORTUGAL
Portugal também apresenta contrastes demográficos, a nível de
distribuição da população.
Se dividirmos Portugal por NUT III, verificamos que:
 Maior concentração da população na faixa litoral ocidental, entre o
Minho e a Península de Setúbal
 Contraste entre o Litoral e o Interior
 Saliência entre dois pólos de atracão: Lisboa e Porto constituindo
assim a bipolarização* da concentração da população.
 Concentrações importantes em torno dos pólos do Porto (Cávado, Ave,
Tâmega, entre Douro e Vouga e Baixo Vouga) e de Lisboa (Península
de Setúbal).
Em relação a Portugal Insular, verifica-se uma maior concentração na faixa
litoral de ambos os arquipélagos, salientando-se a Madeira com maior
densidade populacional do que os Açores.
O território insular apresenta também alguns contrastes:
 Maior densidade nalguns conselhos da ilha de S. Miguel em relação às
restantes ilhas.
 Grande densidade dos conselhos na parte sul/sueste da ilha em
oposição à parte norte e extremidade oeste.

Em redor dos conselhos de Lisboa e Porto existem regiões que acabam


também (por relação de proximidade) por se tornar atrativas. A este
processo chamamos de urbanização, que se estende para lá do limite
daquelas cidades e abrange os seus subúrbios. Assim a concentração da
população em redor dos polos atrativos originou as áreas metropolitanas.
Assim a grande concentração de população em torno das duas metrópoles
levou à constituição das Áreas Metropolitanas*.
Noções
Bipolarização Designação dada à enorme força atrativa que as Áreas
metropolitanas exercem sobre a população e as
atividades do país

Urbanização Processo de desenvolvimento das cidades que engloba o


número de habitantes, a superfície construída e o modo
de vida

Áreas metropolitanas Unidade espacial que define um aglomerado,


constituído por uma metrópole e pelos seus subúrbios.

Fatores que influenciam a distribuição da população


 Clima
O clima é um facto importante na distribuição da população. De entre os
fatores naturais destaca-se:
o Relevo – As planícies são mais atrativas à fixação da população
ao invés das áreas montanhosa.
o Clima – A maior disponibilidade de água e a ocorrência de calor
ou frio, podem influenciar a distribuição territorial da
população. Temperaturas amenas (litoral)
o Fertilidade dos solos - Fundamental na distribuição da
população, uma vez que influencia o rendimento agrícola e a
produção de alimentos.

 Movimentos migratórios
A evolução da população em Portugal, tem apresentado períodos de
crescimento positivo (dec.70) e também períodos de crescimento negativo
(dec.60).
Contudo esta irregularidade na evolução da população não é comum em
todo o território nacional.
Podemos dizer que os concelhos com taxa de variação positiva, ou seja,
com o saldo migratório e fisiológico positivos, localizam-se em redor de
Lisboa e Porto, Noroeste, Algarve e em algumas regiões autónomas
Contrariamente, os concelhos com taxa de variação negativa, ou seja,
resultantes de um saldo migratório positivo e de um saldo fisiológico
negativo, ou ambos negativos, localizam-se sobretudo no interior.
Já desde o século XIX que se verificava uma maior preferência por
Lisboa e Porto, seguidos de Aveiro, Viena do Castelo, Braga, Coimbra, Leiria
e Setúbal. Por sua vez, as regiões próximas da fronteira com Espanha, e de
um modo geral todo o Alentejo, forma-se esvaziando, acentuando-se assim
as grandes Assimetrias Regionais*
A litoralização da população resulta de dois processos migratórios:

 Êxodo Rural* - população que abandona os campos e as aldeias, de


economia agrícola, do interior para se fixar nas cidades do litoral.
Acentuas as assimetrias regionais.
 Emigração – Intensificação da saída de população Jovem-Adulta para
o estrangeiro (Europa central e ocidental)
Noções

Consequências do Êxodo rural


Principais regiões de perdade população
 Regiões do interior sul
 Região auntónoma dos Açores
 Região auntónoma da Madeira
Problemas das regiões interiores
 Envelhecimento da população
 Decrescimo da natalidade e d n+umero de jovens
 Insuficiência da população ativa, nomeadamente a falta de mão de
obra qualificada
 Perda de importância da atividade agrícola, hoje praticada sobretudo
por idosos, acentuado o seu caráter de sbsistência
 A degradação ambiental por abandono de muitas terras agrícolas e
expansão das áreas de matos e baldios, mais suscepiveos à ocorrência
de incêndios
 A fragilidade de tecido económico, com repercurssões no aumento da
população desempregada
 A alteração da estrutura de procura de serviços coletivos sociais e
culturais , devido à mudanças demográfias, que se refelctem,
diretamente na carência de sercços de apoio á população idosa
 A insuficiência de infraestruturas e de equipamentos (água,
saneamento…)

Para se explicar o contaste geográfico entre litoral e interior, também é


importante falar na imigração. Esta beneficia sobretudo as áreas urbanas
do litoral, em particular a área metropolitana de Lisboa.
o 1º Surto migratório – ocorreu na segunda metade da década de 70 do
século XX, com o regresso dos ex-colonos africanos, na sequência da
descolonização e também do regresso de muitos emigrantes
europeus.
o 2º Surto migratório – desenvolveu-se sobretudo a partir da década
de 80 e estendesse pela atualidade. Primeiro, é formado pelos
contingentes de imigrantes dos PLAOP e, mais recentemente a este
vieram juntar-se emigrantes do Brasil e de algun países da Europa de
Leste.
Em conjunto, as populações emigrantes, na busca de melhores condições
de vida, respondem a uma oferta de emprego, que se encontra mais
facilmente na Áreas metropolitana de Lisboa. Nos últimos anos, tem-se
vindo a verificar, também, uma maior dispersão geografia, abrangendo
alguns concelhos interiores, devido à escassez de mão de obra por falta de
população jovem.

A densidade populacional* média de Portugal é de → 114 hab/km₂

Litoralização
CARACTERÍSTICAS DAS REGIÕES LITORAIS
Fatores Naturais
 Clima
No litoral o clima é: Ameno; Mais húmido e ocorre mais precipitação.
O facto de o clima ser Ameno e mais húmido → Solo Fértil → Atividades
Agropecuárias
 Relevo
Quanto ao relevo Portugal apresenta um relevo pouco acidentado
 Proximidade do mar
A proximidade com o mar e o relevo pouco acidentado provocam boas e mais
acessibilidades
Fatores Humanos
 Concentração das principais indústrias
 Concentrado dos centros urbanos
 Boas vias de comunicação e acessibilidades
 Grande diversidade de equipamentos sociais
 Grande concentração de mercados consumidores
 Mão de obra especializada
 Maior capacidade de atracão de investimentos
O litoral apresenta características para um melhor e mais elevado nível de
vida, pois:
A população do litoral tem maiores rendimentos e mais acessos aos bens do
que a população do interior
Êxodo rural e emigração das regiões interiores
 Despovoamento de interior
 Envelhecimento da população - Diminuição da natalidade
 Maior pobreza e atraso
LITORAL → Sobrepovoamento
Forte pressão sobre as infraestruturas e os recursos
Diminuição da qualidade de vida e degradação dos territórios
INTERIOR → Despovoamento
O que é necessário fazer? = SOLUÇÕES
 É necessário planear os recursos humanos e naturais
 Definir estratégias e modelos de desenvolvimento do território
 Deve haver equilíbrio entre as atividades humanas, os recursos
naturais e as infraestruturas.
CARACTERÍSTICAS DAS REGIÕES INTERIORES
Fatores Naturais
Fatores repulsivos à fixação de população e das atividades económicas nas
regiões interiores
 Invernos rigorosos
 Verãos quentes e secos
 Grandes Amplitudes Térmicas
 Solos pouco férteis
 Humidade e precipitação fracas.

Em síntese, as disparidades regionais da distribuição da população resultam


da convergência de um conjunto de fatores:
 Dinâmicas geográficas – refletem, por um lado, a evolução da
natalidade, da fecundidade e da EMV, e por ouro lado, os
movimentos migratórios (êxodo , emigração, imigração)
 Dinâmicas económicas – relacionadas com o padrão de distribuição,
do investimento público e privado, na indústria e nos serviços na
faixa litoral.
 Padrão de crescimento da urbanização, das áreas metropolitanas e
das cidades médias

Processo de litoralização
Áreas urbanas do litora

 Regresso dos emigrantes


 Regresso dos ex-colonos
 Imigração
 Pequenas cidades do interior
 Áreas rurais

Consequências do crescimento populacional das áreas urbanas


Problemas em que ultrapassou o limite de carga humana
 A expansão de espaços com excessos de construção de edifícios
 A degradação de muitos bairros nas periferias e nos centros
históricos das cidades
 O aparecimento de estratos da população sem meios para obter uma
habitação condigna, levando à construção de bairros de barracas.
 A insuficiência equipamentos escolares, de saúde e outros de apoio à
população
 A incapacidade de algumas infraestruturas (saneamento básico;
acessibilidade; etc) a responderem às necessidades da população
 A insuficiência de espaços verdes e equipamentos de lazer
 Aumento de riscos de inundação
Medidas para atenuar as assimetrias regionais
 Incentivar a localização de novas empresas no interior, através de
incentivos fiscais ou da atribuição de subsídios.
 Investimentos em infraestruturas de transportes que melhorem a
acessibilidade das regiões mais isoladas do interior
 Construção das infraestruturas de captação e distribuição de
água e de energia
 Instalação de pólos universitários em cidades do interior para
travar a saída de jovens para estudar nas grandes cidades
 Instalação de centros de formação profissional procurando
aumentar o nível de qualificação
Papel do ordenamento do território na resolução das assimetrias
regionais
O ordenamento do território diz respeito às ações que o Estado leva a
cabo com os objetivos de melhorar a distribuição da população e as
atividades económica. Possibilitando assim:
 Melhor organização
 Resposta às necessidades da população
 Correta gestão dos recursos naturais
 Proteção ambiental
O ordenamento do território envolve a elaboração prévia, de planos por
equipas multidisciplinares (economistas; geógrafos; ect).
Estes planos podem ser de:
 Âmbito nacional, como os PNOT (Plano Nacional para a Política de
Ordenamento do Território)
 Caráter regional, como mo PROTA (Plano Regional de Ordenamento do
Território dos Açores)
 Âmbito municipal, como o PDM (Plano Diretor Municipal)
 Planos de pormenor – planos elaborados para áreas específicas da
cidade.

RECURSOS
Recursos Naturais – Riquezas disponíveis na Terra que podem ser utilizadas
em diversas atividades humanas
Tendo em conta as características dos recursos naturais, este podem ser
divididos em:
 Geológicos ou do subsolo (minérios; rochas; água)
 Climáticos
 Hídricos
 Biológicos
Os recursos naturais, também por ser classificados em:
 Recursos renováveis ou Recursos não-renováveis, em função do tempo
necessário para serem repostos.
Recursos Renováveis
Recursos que se repõem continuamente na Natureza, por isso, não se
esgotam: água; sol; vento; calor interior da Terra…
Recursos não-renováveis
Recursos que não se repõem na Natureza à mesma velocidade com que
são consumidos e por isso podem-se esgotar: carvão; petróleo; gás natural…
Os recursos do subsolo podem ser classificados em:
Minerais Energéticos – Minerais que se destinam à produção de energia
(petróleo; carvão; gás natural; urânio)
Minerais Metálicos – Minerais formados por substâncias metálicas (ferro;
zinco; ouro; prata; estanho; cobre e tungsténio/volfrâmio)
Minerais não metálicos – Minerais cuja constituição é formada por
substância não metálicas (sal gema; quartzo; talco; caulino e feldspato)
Rochas industriais – rochas utilizadas na construção civil (calcário; granito;
areias e argilas)
Rochas ornamentais – rochas utilizadas para fins decorativos ( mármore;
granito e calcário)
Água
o Minerais – detêm propriedades terapêuticas
o Nascente – águas subterrâneas com propriedade, consideradas,
próprias para beber
o Termal – águas subterrâneas cuja temperatura é superior a 20ºC

PORTUGAL
Em Portugal há muitas jazidas (locais onde se verifica uma concentração de
minérios suscetíveis de serem explorados)

A extração de recursos minerais é de grande tradição em Portugal

Conheceu um crescimento acentuado na última década do século XX

Mas continuou a ter uma reduzida importância na economia nacional
(destaca-se apenas a extração de rochas)

A indústria extrativa contribui apenas com 1% do PIB
História da Terra
 Pré-Câmbrico
o Período de formação da Terra
o Eclosão da vida
 Era Primária / Paleozoico
o Desenvolvimento da vida
 Era secundária / Mesozoico
o Era dos dinossauros
o Desaparecimento dos dinossauros no final desta era
 Era Terciária / Cenozoico
o Era dos mamíferos
o Aparecimento dos 1º hominídeos (australopitecos)
 Era quaternária / Atropozoico
o Desenvolvimento do homem
As unidades morfoestruturais de Portugal
Maciço Antigo – Formado na era paleozoica /era primária,
constituindo cerca de 2/3 do território nacional, correspondendo à parte
Norte e a grande parte do Centro e do Alentejo.
Rochas locais: Granitos e Xistos
Orlas mesocenozoicas – Formadas durante o mesozoico e o cenozoico,
correspondendo à parte sul do Algarve e à faixa compreendida entre Aveiro
e Lisboa
Rochas locais: calcários; arenitos e argilas
Bacias sedimentares do Tejo e do Sado – Datadas da era Cenozoica.
Formaram-se a partir da acumulação de sedimentos na Bacia do Tejo e do
Sado que mais tarde emergiram
Rochas locais: Areias, arenitos; e argilas
Concluindo
Unidades
morfoestruturai
s
Maciço Orlas Bacia do Tejo e do
Antigo mesocenozoicas Sado

Era em que foi Paleozoico Mesozoico e Cenozoico


formado Cenozoico

Área do país Norte Litoral algarvio e Bacias do Tejo e do


abrangida Interior litoral centro Sado
Centro (Aveiro a Lisboa)
Alentejo
Rochas Granito; Calcário; argilas; Areais; argilas;
constituintes xisto; arenítos arenitos
quartzito;

Formas de Norte/centro Planíceis


relevo – serras, Serras de cume
vales e arredondado e
planaltos planícies
Alentejo -
pene planícies
Minérios Feldspato;
predominantes quartzito; Caulino e sal-gema
tungsténio;
talco; cobre;
estanho

Distribuição das principais explorações de rochas


O subsetor das pedreiras explora uma grande variedade de matérias-
primas, Tendo em conta o destino que é dado às rochas, este subsetor
divide-se em dois grupos: extração de rochas ornamentais e a extração de
rochas industrias.
A distribuição de pedreiras pelo território é irregular e a sua
localização faz-se de acordo com os afloramentos rochosos de cada região.
Os distritos de Leiria; Évora; Porto; Santarém são os distritos que detêm
maior número de pedreiras.

Tipos de Rochas
Tipos Formação Exemplos

Magmáticas ou Resulta da solidificação Plutónicas (intrusivas) –


eruptivas do magma Granito, diorito e gabro
Vulcânicas (extrusivas)
– basalto e pedra-pome
Sedimentares Resulta da acumulação Arenitos, areias, argilas
de sedimentos (origina o xisto),
provenientes da erosão conglomerados e
de outras rochas calcário
Metamórficas Resultam da alteração Ardósia, xisto (origina
de outras rochas, a ardósia), quartzito,
devido a altas pressões mármore (resulta do
e temperaturas calcário a altas
temperaturas.), gnaisse
Intrusivas – solidificam no interior da terra
Extrusivas – Solidificam no exterior da terra
Rochas ornamentais
Rochas ornamentais Local de extração Utilização

Calcário Maciço calcário


estremenho e Algarve  Pavimentos
 Calçadas
 Revestimentos
Granito Norte  Mobiliários
Interior Centro

Mármore Região de Estremoz


(metamórfica) Borba de Vila Viçosa
(distrito de Évora com
90%) - Sul

Rochas Industriais
Rochas industriais Local de extração Utilização

Granito Norte Britas;


Interior Centro Alvenaria (construção
de pedras)

Calcário Maciço calcário Cimento; cal; cerâmica;


estremenho e Algarve - e agricultura
Orlas

Areias – mais utilizada Bacia do Tejo e do Construção civil e


para fins industriais Sado indústria do vidro

Argilas Distritos do litoral - Cerâmica e cimento


Orlas

Exploração de
minérios em
Portugal
Tipos Exemplos Utilização Principais minas

Cobre Indústria Neves corvo –


elétrica Alentejo

Estanho Ligas metálicas e Neves corvo -


Minérios soldaduras Alentejo
Metálicos

Fabrico de aço Panasqueira


Volfrâmio extra duro e de
filamentos de
lâmpadas
elétricas
incandescentes
Ferro Indústria Não há minas em
siderúrgica e atividade
metalúrgica e
metalomecânica
Joalharia Minas inativas,
Ouro e prata mas há empresas
estrangeiras
interessadas
Indústria- Matacão, carriço
Sal-gema química, e Campina de
Minerais não agroalimentar e Cima (orla
metálicos rações meridional e
ocidental)
Quartzo e Indústria Região Norte e
feldspato cerâmica e de Centro
vidro

Talco e Caulino Indústria Distrito de


cerâmica, de Bragança
papel e de tinta Entre Viena e
Aveiro
Energia e Região centro
Carvão indústria química (urgeiriça) –
atualmente não é
Minérios explorado, pois a
energéticos qualidade do
carvão não é
rentável
Urânio Produção de EM Portugal é de
energia nuclear fraca qualidade

Petróleo Total dependência do


exterior, apesar de terem
sido realizadas algumas
prospeções no nosso país

Distribuição de recursos hídricos


No subsetor das águas consideram-se:
 Águas de nascente
 Águas minerais
o Águas minerais naturais
o Águas minero-industriais

Portugal continental apresenta um subsolo com grande diversidade de


águas de nascente e de águas minerais, embora a sua distribuição seja
irregular pelo território. Grande parte da exploração encontra-se realizada
no Norte e Centro, fato que se verifica devido às características do maciço
antigo.
Pela sua composição química, as águas minerais também são
exploradas para o termalismo, o que constitui um importante fator de
desenvolvimento para as regiões, uma vez que as estâncias termais
funcionam como polos de dinamismo económico local.
CLASSIFICAÇÃO DA
ÁGUA SEGUNDO A
TEMPERATURA DE
SURGIMENTO
Designação Temperatura

Hipotermal ≤ 25ºC

Mesotermal 25ºC – 35ºC

Termal 35ºC – 45ºC

Hipertermal ≥ 45ºC

Papel do termalismo no desenvolvimento das regiões


O termalismo é visto, tradicionalmente, como uma atividade que tem
como principal função o tratamento de doenças.
Atualmente, esta atividade é também vista como potencializadora dos
recursos termais das regiões onde ocorre, visto que esta atividade foi
alargada para o setor turístico
A estratégia de desenvolvimento das 4 vertentes (tratamento;
prevenção; bem-estar e lazer) procura captar mais quantidade de
frequentadores, para além dos “termalistas clássicos”. Para isso é
necessário por em prática o chamado marketing termal. Portanto, é
necessário:
 Proporcionar um tipo de oferta turística diferente daquelas que
podem ser oferecidas por ouros tipos de turismo concorrentes, de
forma a atrair determinados segmentos do mercado às estâncias
termais
 Oferecer produtos e serviços de acordo com as estruturas
existentes nas estâncias termais e adequadas às características
diferenciadoras de cada publico alvo
 Implementar programas de divulgação e promoção das unidades
termais nos mercados nacional e internacional
 Atuar sobre a vertente da formação profissional
Recursos Endógenos
A nível energético, Portugal apresenta uma grande dependência do exterior,
por isso é necessário aumentar a produção através de formas já existentes
e desenvolver projetos de modo a aproveitar os recursos abundantes no
nosso território.

Noções
Energia primária Recursos energético que se encontra na Natureza (sol,
vento, petróleo, gás natural, etc.)
Energia Secundária Energia disponibilizada aos utilizadores
(eletricidade, gás natural, gás butano, etc.)
Energias alternativas ao subsolo
 Energia Geotérmica – Energia aproveitada através da temperatura,
elevada, da água em todo o continente (insular, incluído). Esta é uma
fonte rentável de captação de energia porque a temperatura das
águas no continente varia entre 20 – 40ºC não excedendo os 80ºC
sendo, não só utilizada para fins terapêuticos, mas também para
aquecimento doméstico, industrial, agrícola e de algumas
infraestruturas. Contudo está limitado a um número restrito de
lugares (caudal geotérmico suficiente; baixa salinidade; temperatura
da água elevada).

 Energia hídrica – Inclui eletricidade produzida pelas grandes


centrais hidroelétrica
A implementação destes projetos enfrenta vários problemas:
o Custo elevado na construção de barragens;
o Clima, em épocas de clima seco, a quantidade de energia
produzida diminui
o Impacto ambiental, não aprovado por nenhum ambientalista
Nos anos de precipitação mais abundante, produz-se 40% da energia
elétrica e nos anos mais secos, cerca de 20%
Cerca de 10 novas barragens irão ser construídas
Portugal é o país cm maior percentagem de energia elétrica produzida
por via hídrica
 Biomassa – O único exemplo de produção de energia elétrica a a
partir de biomassa (provém de matérias biodegradáveis, produtos e
resíduos agrícolas, substâncias florestais e industriais, resíduos
industriais e urbanos), situa-se em Mortágua.
Visto que maior parte do território é coberto por floresta (38%)
este tipo de captação de energia torna-se fácil.

 Biogás – Gás combustível composto por 60% de metano e 40% de


dióxido de carbono.
Este gás é obtido pela degradação biológica dos resíduos orgânicos,
produzidos a partir de várias origens:
1ª – Aterros sanitários
2ª – Atividade agropecuária
3ª – ETARs
Vantagem
o Reduz a energia consumida no tratamento dos resíduos
Desvantagens
o A queima do metano tem um efeito nocivo na atmosfera
o Representa apenas 3% do consumo de energia nacional

 Energia solar – Energia proveniente do sol, sendo aproveitada através


das componentes fotovoltaícas (conversão em energia elétrica) e
térmica (conversão em energia térmica).
Este tipo de energia detém a maior potencial no sul do país: Central
de Serpa e Central da Amareleja, sendo esta a maior dom Mundo.
Vantagens
o Baixa manutenção
o Provoca um impacto social positivo, uma vez que contribui para a
criação de emprego

 Energia eólica
Maior exploração nas áreas do litoral Norte e de maior altitude, devido às
condições favoráveis – vento
Obstáculos com que se depara:
 Aspetos administrativos e burocráticos, necessários à implementação
destes projetos
 Difícil escoamento de energia
 As áreas de maior potencial eólico situam-se em áreas de difícil
acesso devido às fracas redes de acessibilidades
 Cruzamentos de interesses, sobretudo se estiverem em causa
questões ambientais

Provoca o aumento do custo dos projetos pondo em causa a viabilidade dos
projetos

 Energia das ondas


O seu aproveitamento depende de um conjunto de fatores existentes nas
áreas costeiras que permitem resolver facilmente os problemas de
transporte e de energia para terra e de acesso para a sua manutenção. Em
Portugal, a costa ocidental e as ilhas dos açores têm condições favoráveis
para a localização de unidades de conversão.
Como entrave à instalação destas mesmas unidades, está a agressividade do
meio, o que explica o atraso tecnológico para o aproveitamento da energia
das ondas
Razões explicativas entre a produção e o consumo de energia
Devido à ausência de exploração de recursos energéticos do subsolo,
em Portugal faz-se exclusivamente a partir de recursos renováveis que
estão disponíveis no território continental e insular.
Devido ao desenvolvimento do país, traduzido no crescimento dos
diversos setores de atividade económica dos diversos setores de atividade
económica e na melhoria da qualidade de vida da população, obriga a gastos
de energia cada vez maiores, em que os gastos maiores concentram-se nos
locais de maior abundância de população e de atividades económicas.
Visto que a produção de energia é inferior à necessária para
satisfazer a população é necessário recorrer ao exterior, importando na
maioria petróleo.
Eficiência Energética
Atividade que procura otimizar o uso de fontes de energia; fazer uma
utilização racional da energia; usar menos energia para fornecer a mesma
quantidade de valor energético.
A eficiência energética engloba a implementação de estratégias e medidas
para combater o desperdício de energia ao longo do processo de produção,
distribuição e utilização da energia
Noções
Radiação solar Quantidade de energia de intensidade e natureza
variáveis, emitida pelo sol, que se propaga sob a forma de
ondas eletromagnéticas, e da qual só uma pequena parte
é recebida pela superfície terrestre.
nota: Sem radiação solar, a temperatura média da
Terra seria de -239ºC.
A radiação solar demora cerca de 8min a atingir a Terra.
Constante Solar Total de energia que atinge o limite superior da
atmosfera, numa superfície de 1cm₂, perpendicularmente
aos raios solares e durante um minuto. Exprime-se em
caloria e tem um valor médio de 2cal/cm₂/min.
Radiação terrestre Radiação de grande comprimento de onda
irradiada pela Terra
Radiação global Total de radiação do sol que atinge a superfície do globo
(radiação direta + radiação difusa)
Espectro solar Radiação solar que chega até nós sob a forma de ondas
eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda.

Atmosfera
Composição química
Azoto 78%
Oxigénio 21%
Argón 0,9%
CO₂ 0,03%
Outros 0,07 Ex: vapor de água
Estrutura da atmosfera
 Troposfera
o Espessura – 11 a 12km
o A espessura é maior no equador (16-18km) e menor nos pólos
(6-8km), isto porque nos pólos, o frio comprime as partículas
de ar e no equador as altas temperaturas dilatam as mesmas,
outro motivo é o movimento da Terra
o A temperatura diminui com a latitude: Cerca de 6,5ºC a cada
1km – Gradiente térmico negativo)
o É nesta camada que ocorrem a maioria dos fenómenos
atmosféricos/meteorológicos
o O limite superior desta camada é a tropopausa.
 Estratosfera
o Localização – 11 a 50km
o É nesta camada que se encontra o Ozono, absorvendo grande
parte dos raios Ultra Violeta, por isso a temperatura aumenta,
logo o gradiente térmico e positivo
o O limite superior desta camada é a estratopausa
 Mesosfera
o Localização – 50 a 80km
o O gradiente térmico é negativo (inexistência de ozono e fraca
existência de gases)
o O limite superior desta camada é a mesopausa
 Termosfera
o Localização – 60 a 600km
o O gradiente térmico é positivo
o A densidade do ar é baixa
o O limite superior desta camada é a termopausa
o Começa a ocorrer a ionosfera – as partículas sofrem a
ionização, ou seja, tornam-se partículas elétricas. Existem mais
partículas no interior da ionosfera em relação ao seu interior,
sendo que esta camada é utilizada nas comunicações

 Exosfera
o Localização – 600 até ao limite da atmosfera
o Faz contacto com o espaço
Noções
Gradiente Térmico Vertical Variação da temperatura com a altitude
Funções da Atmosfera
 Protege a Terra, apresentando-se com uma concha protetora
o Protege de meteoritos, isto porque, devido a atrito criado pelo
ar, estes encandeiam-se e reduzem-se a “pó”.
o Absorve/filtra grande parte da radiação solar
 Controla a temperatura
o Não permite que uma parte significativa das radiações atinjam
a superfície terrestre
o Provoca o efeito de estufa
 É fonte de vida
o Concentra na sua composição elementos fundamentais à vida,
nomeadamente o oxigénio.
A atmosfera – Balanço Térmico
O globo perde uma grande quantidade de energia equivalente à que recebe,
mantendo assim o equilíbrio térmico
Noções
Absorção Processo de transformação da energia luminosa em
energia térmica que ocorre quando a radiação incide num
objeto e é absorvia
É feita principalmente, pelo vapor de água, CO ₂ e Ozono
Reflexão Mudança de direção dos raios solares ao incidirem em
qualquer corpo
Difusão Dispersão da radiação solar em todas as direções.
 Uma parte perde-se para o espaço
 Outra parte atinge a superfície terrestre (é a
radiação difusa)

Radiação solar direta Radiação solar que atinge diretamente a superfície


do globo. Desde que o sol nasce até quando o sol se
põe
Radiação solar difusa Radiação solar dispersa e difundida pela
atmosfera pelas nuvens, etc (radiação indireta
recebida)
Albedo terrestre É a razão entre a quantidade de radiação refletida
pela superfície terrestre e a quantidade de
radiação que nela incide

Energia refletida
 Pelas nuvens 20%
 Pela atmosfera 6% ALBEDO →
 Pela superfície terrestre 4%
O albedo é maior nas superfícies cobertas de neve e menor nas florestas
Efeito de Estufa
Fenómeno natural que regula a temperatura da Terra. É o das baixas
camadas da atmosfera

a A radiação solar atravessa a atmosfera. A maior parte da radiação é


absorvida pela superfície terrestre e aquece-a
b Alguma da radiação solar é refletida pela Terra e pela a atmosfera de
volta para ao espaço
c Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida pela superfície
terrestre mas não regressa ao espaço pois é refletida de novo e absorvida
pela camada de gases de estufa que envolve o planeta. O efeito é o
aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera.
Consequências do aumento do Efeito de Estufa
 Aumento da temperatura que provocará:
Degelo, levando à subida do nível de oceanos, que tem por consequência a
submersão de vastas zonas costeiras, provocando a migração de pessoas,
redução das áreas de cultivo, etc.
Modificação no regime de precipitação
Alteração na fauna e na flora
Consequências do aquecimento global para o território nacional
Ondas de calor
Períodos de seca
Chuvas intensas
Doenças transmitidas por insetos
Doenças relacionadas com a comida e água (aumento das salmonetas)
Aumento das alergias
Submersão de regiões costeiras devido à subida do nível da água.

Efeito de estufa
Fatores de variação da Radiação Solar
 A latitude e a forma arredondada da Terra
 O movimento de rotação da Terra
 O movimento de translação da Terra e a inclinação do eixo da Terra
em relação ao plano de órbita
 Outras condições locais (nebulosidade; exposição geográfica; ect)

 O lugar que recebe os raios solares com menor ângulo de incidência é


o lugar C e com maior é o lugar A.
 O lugar que recebe os raios solares com menor inclinação é o lugar A
e com maior é o lugar C.
 Os raios que chegam ao lugar C atravessam maior massa atmosférica
sofrendo maiores perdas por absorção e reflexão

Noções
Ângulo de Incidência Ângulo que os raios solares fazem com o plano
tangente à superfície da Terra no lugar do
observador

O menor ângulo de incidência corresponde à maior inclinação dos raios


solares e à maior massa atmosférica atravessada
O lugar mais aquecido é o lugar A. Apesar da área atingida ser maior em B
do que em A, a superfície A é mais aquecida
A variação da radiação solar e o movimento de rotação da Terra
Ao longo do dia, varia:
 A inclinação/obliquidade dos raios solares
 O ângulo de incidência
 A massa atmosférica atravessada
 A superfície aquecida

Quando o sol nasce a radiação solar é menor, pois:


 A inclinação doa raios solares é maior
 O ângulo de incidência é menor
 A massa atmosférica atravessada é maior
 A superfície atmosférica recetora é maior
Ao meio-dia a radiação solar é maior, pois
 A inclinação doa raios solares é menor
 O ângulo de incidência é maior
 A massa atmosférica atravessada é menor
 A superfície atmosférica recetora é menor

Ao pôr do sol a radiação solar é menor, pois


 A inclinação doa raios solares é maior
 O ângulo de incidência é menor
 A massa atmosférica atravessada é maior
 A superfície atmosférica recetora é maior
De noite – Não há radiação solar

A variação da radiação solar e o movimento de translação da Terra


O movimento de translação da Terra:
 Dá origem às estações do ano
 Determina a duração dos dias e das noites
 Faz variar a inclinação dos raios solares

Equinócio de março e setembro

Em todos os lugares da Terra, os dias são iguais às


noites
Solstício de junho Solstício de
dezembro

Movimento de traslação da Terra


Portugal, localizado entre os 32º e os 42 do hemisfério norte recebe maior
quantidade de energia solar no solstício de junho, quando se inicia o verão.
Nesta época, os raios solares atingem Portugal com menor inclinação e os
dias têm maior duração, por isso a temperatura é mais elevada.
No solstício de dezembro, quando se inicia o inverno o sol está a incidir no
trópico de Capricórnio pelo que, no território português, a inclinação dos
raios solares é maior, a duração do dia é menor e em consequência disso as
temperaturas são mais baixas.
Nos Equinócios os dias têm a mesma duração das noites em todo o globo.
Nesta altura, a radiação solar incide na vertical sobre o equador. Em
Portugal têm inicio as estações intermédias (primavera e outono)
Noções
Isotérmicas Linhas que unem pontos de igual temperatura.
Amplitude Térmica Diurna Diferença entre a temperatura máxima e a
temperatura mínima do dia
Amplitude Térmica Anual Diferença entre a temperatura mais quente
e a temperatura mais baixa de um mês

Distribuição das temperaturas em Portugal Continental


 No inverno É mais notório o contraste NE/SE, devido a:
o Latitude
o Altitude
o Nebulosidade
o Proximidade do mar ou continentalidade
o Disposição do relevo
 No verão É mais notório o contraste litoral/interior

Contraste NW/SE da radiação solar e da insolação


Este contraste resulta de fatores, tais como:
o Latitude (menor latitude → maior insolação e radiação solar)
o Altitude (maior altitude → maior insolação e radiação solar)
o Nebulosidade (menor nebulosidade → menor maior insolação e
radiação solar
o Proximidade do mar ou continentalidade (maior proximidade =
maior nebulosidade → menor radiação solar
o Disposição do relevo
Distribuição das temperaturas em todo o planeta
Os valores mais altos de radiação solar, não se registam no equador mas sim
nos trópicos devido à maior nebulosidade das regiões equatoriais que fazem
diminui os valores de radiação solar, comparativamente à regiões tropicais.
Distribuição da temperatura em Portugal

Em Portugal continental, durante o inverno desenhe-se um contraste


NE/SW dm que o norte interior é a região claramente mais fria. Por outro
lado o Algarve em particular o barlavento, regista as temperaturas mínimas
mais elevadas.
No verão há um claro contraste Litoral/Interior, com o litoral claramente
mais fresco e o interior muito quente, em particular o interior trasmontano
e o alentejano
Nas ilhas matem-se sempre um contraste interior/litoral, pois o vigor do
relevo é o principal fator para baixar as temperaturas mínimas no inverno e
máximas no verão

Em Portugal continental, o contraste entre o litoral e o


interior é notório. A proximidade do mar parece ser
preponderante, e a latitude não se afirma como o fator
fundamental. Mesmo o relevo tem pouco impacto na
amplitude térmica anual.
No inverno é bem visível o contraste
nordeste/sudoeste, com as temperaturas a
aumentar para sudoeste. O Nordeste
transmontano é a região mais fria.
Os fatores condicionantes da temperatura são:
- Latitude
- Continentalidade e proximidade do mar

No verão, o contraste é entre


oeste/este, ou seja, litoral/interior.
O gradiente diminui com a
continentalidade.
Os fatores condicionantes da
temperatura são:
- continentalidade e
proximidade do mar
- Relevo (as regiões montanhosas
aquecem – falta de nebulosidade)
Porque é que os ventos que entram no Mondego
na entram no Douro?
Pois existem serras concordantes à costa que impedem a
passagem desses ventos

Que fatores influenciam a distribuição da temperatura


 Latitude (norte-sul)
As temperaturas mais baixas a Norte, ficam a dever-se à inclinação aos
raios solares, à precipitação e à maior nebulosidade
 Altitude
 O relevo e a sua disposição
Encontram-se diferenças de temperatura entre as vertentes expostas a sul
(vertentes soalheiras) que recebem grande quantidade de radiação solar e
vertentes viradas a norte (vertentes umbrias) que podem estar longos
períodos de tempo sem radiação solar direta.
As depressões são também normalmente mais quentes do que as áreas
topograficamente mais elevadas.
 As correntes marítimas
No hemisfério norte as correntes provenientes do norte são frias e do sul
são quentes.
Nova York está à mesma latitude que Lisboa e o que explica as baixas
temperaturas em NY e mais altas em Lisboa são as correntes marítimas
quentes.
 A continentalidade
A continentalidade influencia a distribuição das temperaturas,
principalmente no verão. O ar marítimo que afeta o litoral tem a capacidade
de amenizar o clima, tornando os Verãos mais secos e os Invernos mais
suaves. O oceano devido ter maior inércia térmica, é mais quente que o
continente durante o inverno e mais frio que o continente que o verão.

A energia solar
É renovável
É limpa, ou seja, não polui
É utilizada para:
 Aquecimento (energia solar térmica) – através de painéis solares –
sistemas térmicos
 Produção de eletricidade (através de células/sistemas fotovoltaicas
que convertem a radiação solar em eletricidade) – sistemas
fotovoltaicos
A energia solar térmica está completamente dependente da insolação
utilizando apenas a radiação solar direta.
OS sistemas fotovoltaicos para além da radiação solar direta também
aproveitam a radiação solar difusa
Portugal tem boas condições a nível de aproveitamento da radiação
solar, sendo muito elevada no interior sul. Contudo esse facto não tem sido
aproveitado da melhor forma, o que agrava a dependência energética pelo
exterior.
A nível europeu Portugal apresenta uma insolação mais elevada do
que muitos países nórdicos, contudo apresenta um nível de produção elétrica
muito inferior aos outros países apesar de possuir recursos mais favoráveis.
Concluindo podemos dizer que a energia solar existe em Portugal em
grande quantidade, além disso é geradora de emprego Portugal possui
equipamento tecnológico suficiente para obter um grande aproveitamento
desta fonte de energia. Por isso não há razões para que Portugal não aposte
na implementação d estações para a obtenção de energia solar.
Importância da insolação no turismo
O turismo em Portugal representa uma “fatia” grande no que diz
respeito ao PIB e ao emprego. Para esta realidade contribui a situação
ambiental portuguesa, em particular o clima e a insolação. Prova disso são os
destinos dos turistas.
O ambiente mais escolhido pelos turistas situa-se no litoral (praias),
sendo que os restantes se podem considerar insignificantes à exceção das
férias no campo. De qualquer forma os ambientes escolhidos pelos turistas
estão relacionados com a insolação.
A entrada de turistas mostra a importância da insolação em
Portugal, a julgar pela quantidade de turistas nos meses de verão. Havendo
também uma afluência em abril devido à Páscoa. Também no inverno a
entrada de turistas é significante, nesta época Portugal, mais propriamente
o Algarve é procurado pela população mais idosa, que procuram calor
durante a estação fria.
Os principais turistas, são provenientes do Reino-Unido, Alemanha,
Países-Baixos e Irlanda, pois as condições de radiação solar são piores do
que em Portugal, tornando-se este num destino de férias.
Há um contraste a nível da insolação entre o sul (maiores níveos) e
norte (com menores níveis), para além de ter menores níveis de insolação, o
norte possui um clima mais fresco e ventosa, tornando-se num destino
menos procurado pelos turistas.

Utilização da Energia Solar


 De forma ativa
o Para aquecimento (energia térmica)
o Para a produção de eletricidade (eletricidade fotovoltaica)
 De forma passiva
Aproveitamento da energia para aquecimento de edifícios e habitações,
onde a construção deve ser baseada na eficiência energética (permitam
ganhos de energia solar e diminuição de ganhos excessivos de calor no
verão)
Isto é possível através da orientação dos edifícios (para sul) e do
isolamento térmico dos mesmos
Problemas na Produção de Energia
 Grande investimento inicial
 Grandes áreas para a sua instalação
 Dificuldades no armazenamento e no transporte
 Sobrepovoamento do litoral (grande consumidor de energia elétrica),
em relação ao interior sul (local onde há maior aproveitamento de
radiação solar
Recursos hídricos
A água é um bem precioso. É ela que possibilita a existência humana.
A água é essencial porque precisamos dela para beber, produzir
eletricidade e regar os campos agrícolas. Mas coloca-se uma questão: Será
que teremos água suficiente (qualidade e quantidade) para satisfazer as
necessidades da população? Esta questão coloca-se pois apesar do Planeta
Terra ser, maioritariamente constituído por água, grande parte dela não é
dirigida para o nosso consumo.

Disponibilidade hídrica da Terra


Água na Terra Água doce

Curiosidade
 Os recursos hídricos veem a escassear devido à poluição da água
 Existe uma grande disparidade a nível de acesso a água potável

Ciclo da água – Sistema fechado


A água é um recurso renovável que se encontra em movimento, e pode
ser encontrada em 3 estados físicos da matéria: Sólido (neves, gelos);
Líquido (rios, lagos, oceanos e águas subterrâneas) e Gasoso (vapor de água).
Tendo em conta que a maior parte da água existente (≈98%) se
encontra nos oceanos, iniciamos o ciclo no mesmo. Podemos então por
começar por dizer que o responsável pelos início deste ciclo é o sol, como
estudámos este irradia calor aquecendo assim a água dos oceanos o que leva
à sua posterior evaporação para a atmosfera. É também de suma
importância saber que o vapor de água pode também chegar à atmosfera
através do fenómeno de sublimação dos gelos e das neves e/ou da
evapotranspiração.
O vapor de água vai para atmosfera e as massas de ar ao
arrefecerem condensam. A condensação é um fenómeno que se torna visível
quando se dá a formação de nuvens. Estas são formadas por água no estado
líquido sob a forma de pequenas gotículas em suspensão. As correntes de ar
movem as nuvens ao longo do globo e, nesse movimento, as gotículas que
formam as nuvens colidem e crescem, quando se tornam suficientemente
pesadas, caem sob a forma de precipitação, no estado líquido (chuva) ou
sólida (neve ou granizo). Ao precipitar sob a forma sólida vai alimentar,
entre outros, as calotes de gelo e os glaciares.

Grande parte da precipitação cai diretamente nos oceanos,


reiniciando-se o ciclo hídrico.
Outra parte cai sobre os continentes, onde, por ação da gravidade vai
escoar à superfície (água de escorrência)
 Parte dessa água é drenada pelos rios e levado até ao oceano;
 A outra parte “alimenta” os lagos, e por infiltração, os lençóis
de água.
Noções
Evaporação Passagem da água no estado líquido para o estado gasoso
Sublimação Passagem da água do estado sólido para o estão gasoso,
sem passar pelo estado líquido, ou vice-versa
Evapotranspiração Transpiração das plantas e de todos os seres vivos, que
vai para a atmosfera sob a forma gasosa
Condensação Passagem da água no estado gasoso para o estado líquido.
Precipitação Queda de gotículas de água provenientes das nuvens que
colidem. Esta pode sob a forma de chuva (estado líquido),
neve ou granizo (estado sólido).
Escorrência Água que escoa à superfície (escorrência superficial) ou
no subsolo (escorrência subterrânea)
Infiltração A água das chuvas é intercetada pelo solo e, por ação da
gravidade, desloca-se para o interior do solo as várias
profundidades
Aquíferos Extensos canais de água subterrâneos resultantes da
infiltração.

Humidade Atmosférica
Humidade absoluta Quantidade de vapor de água existente numa
unidade de volume de ar. Exprime-se em gr/m₃
Ponto de saturação Quantidade máxima de vapor de +agua que o ar
pode conter a uma determinada temperatura. Exprime-
se em gr/m₃
Humidade relativa Relação entre a quantidade de vapor de existente num
dado volume de ar e a quantidade máxima de vapor de
água que esse ar pode conter. Exprime-se em %
Relação entre a humidade absoluta e o ponto de
saturação
H.R=H.AP.S x 100
Exercício
Um dado volume de ar a uma certa temperatura possui:
 H.A = 5 gr/m₃
 P.S = 10 gr/m₃ H.R=510 x 100
 H.R = ? H.R=0,5 x 100
H.R=50% →

Caso haja:
Aumento da Temperatura → o Ponto de Saturação aumenta → a Humidade
Relativa diminui.
Diminuição da Temperatura → o Ponto de Saturação diminui → a Humidade
Relativa aumenta, ficando-se mais próximo da ocorrência de precipitação.

Noções
Higrómetros Medem a humidade absoluta e a humidade relativa
Termo-higrómetros Medem a temperatura e a humidade relativa

Condições
Dd Ponto de Humidade
atmosféricas saturação relativa
Variação da
temperatura
Subida da Aumenta Diminui
temperatura

Descida da Diminui Aumenta


temperatura

A circulação geral na atmosfera


A atmosfera da Terra exerce uma pressão à superfície (pressão
atmosférica) que ´+e fruto da força exercida pelo ar. Essa pressão não é
sempre constante e varia com:
 Altitude Quanto maior for a altitude, menor é a pressão em
virtude da menor espessura da atmosfera que está por cima e vice-
versa.
 Temperatura Quanto maior é a temperatura menor é a
pressão e vice-versa.
 Densidade do ar Quanto maior é a densidade maior é a pressão isto
porque:
ar + denso → + partículas → + pesado → - altitude → + pressão

 Espaço e Tempo Isto porque os fatores anteriormente descritos


não se observam de igual modo em todo o Planeta.
Pressão
 Alta pressão ≥ 1013hPa
 Pressão normal = 1013hPa →
 Baixa pressão ≤ 1013hPa

Circulação em altitude; na Vertical


Circulação à superfície; na Horizontal

Distribuição em latitude dos centros de pressão

Portugal encontra-se entre as altas pressões subtropicais e as baixas


pressões subpolares

Origem dos anticiclones e das depressões barométricas


A existência destes centros poder ser de origem térmica ou de
origem dinâmica.
As baixas pressões equatoriais têm origem térmica (altas
temperaturas) e origem dinâmica (ascensão do ar no encontro dos ventos
alísios)
As altas pressões subtropicais são de origem dinâmica (o ar que foi
obrigado a subir nas regiões do equador, desce sobre os trópicos).
As baixas pressões subpolares são de origem dinâmica (a
ascendência do ar resulta do encontro entre os ventos de Oeste com os
ventos de Leste)
As altas pressões polares são de origem térmica (resultam das
baixas temperaturas)

Circulação geral da atmosfera: à superfície - ventos (1) e em altitude


- células (2)

A intensa radiação solar nas regiões equatoriais aquece o ar, o que


provoca a sua ascendência, pois o ar aquecido é mais leve. O ar ao ascender
arrefece e condensa, o que confere às regiões equatoriais um cariz
extremamente chuvoso. Esta zona designa-se por CIT (Convergência
Intertropical). O ar termina a sua ascendência na estratosfera e dirige-se
para os pólos sofrendo um desvio para a direito devido ao Efeitos de
Coriolis.
Aos, aproximadamente, 30ºN o ar inicia a sua subsidência, criando
uma zona de altas pressões, designada por zona de altas pressões
subtropicais. Esta subsidência inibe a existência de nuvens e por
consequência de precipitação, é por esta razão a razão pela qual os grandes
desertos quentes se localizam nesta baixa (Deserto do Saara e do Calaári).
O ar subsidente ao atingir a superfície dirige-se:
 Em direção ao equador (virando para oeste). Neste caso temos os
ventos alísios (grande regularidade em termos de velocidade e
direção)
 Em direção aos pólos (virando para este). O ar tropical vindo os
anticiclones encontra o ar frio polar vindo das depressões subpolares.
O ar quente e o ar frio não se misturam, por isso o ar frio desloca-se
sob o ar quente, formando-se a frente polar (entre 40º→inverno e
60º→verão). O ar muito frio e muito denso das regiões polares dá
origem a altas pressões polares.

Massas de ar que afetam Portugal


O desigual aquecimento ao longo do ano dos dois hemisférios faz com que a
circulação da atmosfera se altere significativamente, conforme a época do
ano.
No verão do hemisfério norte, os raios solares atingem o norte do
equador com menor obliquidade. Isto faz com que a CIT se situe mais a
norte. A subida de CIT faz com que, por sua vez, os anticiclones
subtropicais se desloquem também mais para norte, assim como a frente
polar. Desta forma Portugal fica sob a influência do anticiclone dos Açores,
responsável por Verãos quentes e secos.
No inverno, o hemisfério norte recebe menos radiação solar, Em
virtude disso, o ar arrefece, e os anticiclones polares ganham intensidade e
exercem a sua força sob as regiões meridionais “empurrando” as
perturbações da frente polar mais para sul. Ao mesmo tempo, a CIT
desloca-se para sul do equador. Nesta época, a frente polar exerce a sua
influência sob o território português, responsável por Invernos frescos e
chuvosos.
As massas de ar – Porção de ar de grande dimensão com
características de temperatura, humidade e densidade
homogéneas

Polar Marítima – fresco e chuvoso


Polar Continental – fresco e seco
Tropical Marítima – quente e
chuvoso
Tropical Continental – quente se seco

Massas de ar que afetam Portugal


As massas de ar geram combinações diferentes de tipos de tempo
que, em Portugal podem ser muito contrastados entre o verão e o inverno e,
mesmo entre Verãos e Invernos diferentes.
Assim no verão há um predomínio de massas de ar tropical marítimo,
originárias do Atlântico na área de influência do Anticiclone dos Açores.
Esta massa de ar dá origem a um tipo de tempo, cuja temperatura apesar de
elevada é agradável.
Pelo contrário, as massas de ar tropical continental, oriundas do
norte de África, geram grandes ondas de calor no território nacional. As
temperaturas sobem normalmente acima do 35ºC.
No inverno, e em especial no outono, as massas de ar tropical
marítimo podem exercer a sua influência, dando origem a um tempo mais
quente e chuvoso.
As massas de ar polar marítimo, são mais típicas no inverno e estão
na origem de um tempo fresco e chuvoso, associado à passagem sucessiva de
perturbações frontais. Igualmente comuns são as massas de ar polar
continental, que estão associadas a tipos de tempo muito frio e seco. São a
típicas situações anticiclónicas de inverno, com acentuado arrefecimento
noturno.
Frente polar e os tipos de tempo associados
Quando diferentes massas de ar se encontram, não se misturam pois
têm densidades diferentes. O ar quente é mais leve e menos denso do que o
ar frio, portanto o ar frio tende a ficar sob o ar quente, que ascende quando
entra em contacto com o ar frio.
Quando duas massas de ar se encontram, criam-se áreas de contacto
que se designam por superfícies frontais. O ponto de contacto entre a
superfície frontal e o solo designa-se por frente. As frentes podem ser:
 Quentes – O ar quente avança sobre o ar frio
 Frias – O ar frio avança em cunha sob o ar quente, obrigando este a
subir, por vezes, de forma intensa.

Noções
Estado de tempo Situação meteorológica verificada num dado momento
num determinado lugar.
Estado de tempo = situação meteorológica = condições atmosféricas

Formação e evolução de uma perturbação frontal.


 Formação

 Desenvolvimento

 Oclusão

 Oclusão

Distribuição da precipitação em Portugal


Em Portugal continental, existe um contraste na distribuição da
precipitação: norte/sul e litoral/interior. A região mais chuvosa é o
Noroeste, enquanto que as regiões interiores são as regiões mais secas.
A noroeste do país é também visível uma vasta densidade de serras,
que formam a barreira de condensação. Nestes sistemas montanhosos, as
vertentes ocidentais estão expostas às massas de ar vindas do oceano,
tornando-se estas nas vertentes mais chuvosas, enquanto que as vertentes
orientais estão mais abrigadas.
O norte é mais afetados pelas perturbações frontais, quanto que o
sul é mais afetado por anticiclones (fator latitude)
Outras razão de maior pluviosidade a norte está relacionado com o
relevo mais acidentado, comparativo com o sul (fator relevo)
Outro fator a ter em atenção está relacionado com a proximidade ou
o afastamento do mar.
Nas ilhas, o principal fator na distribuição da precipitação está
relacionado com o relevo, pois é nas altitudes mais elevados do interior das
ilhas e nas vertentes expostas aos fluxos pluviométricos que registam
elevados níveis de precipitação.

Tipos de precipitação em Portugal


 Precipitação frontal
A chuva nas superfícies frontais resulta do contacto entre massas de
ar de temperatura e densidade diferentes: massa de ar polar, vindas do
norte, e massa de ar subtropical, vinda do sul, originárias dos anticiclones
subtropicais.
O ar quente ao ascender sobre o ar frio arrefece e condensa dando
origem, primeiramente, a nuvens e depois à queda de chuva.
 Precipitação orográfica
As precipitações orográficas formam-se quando uma massa de ar
húmida encontra uma barreira montanhosa e é obrigado a subir.
Ao subir, amassa de ar arrefece, e o vapor de água condensa, em
particular na vertente mais exposta ao fluxo. Na vertente oposta, acontece
o contrário, ou seja, o ar subside, aquece e fica mais seco.
Este processo está relacionado com o contraste litoral/interior
Nas ilhas este tipo de precipitação também é evidente.

 Precipitação convectiva
O aquecimento, a que por vezes, o solo está sujeito faz aquecer o ar pela
base. Este aquecimento torna o ar instável e pode levar à sua ascendência.
O ar ao subir, arrefece e o vapor de água condensa. Algumas precipitações
convectivas podem ser bastantes fortes e , por necessitarem do calor para
se formarem são mais frequentes no verão e no outono. Estes tipos de
chuvas são mais frequentes no interior, longe da ação moderadora do
oceano.
Situações meteorológicas típicas em Portugal (ficha)

A irregularidade temporal e espacial da precipitação em Portugal.


 Temporal
o Variação anual
 Períodos mais chuvosos
 Períodos mais secos
o Variação interanual
 Anos muito chuvosos
 Anos mais secos
 Espacial
o Contrastes entre Norte/Sul
o Contraste entre Litoral/interior
Nota: No nosso país, regiões que necessitam de precipitação (água), quer
para a agricultura quer para outros fins, não a têm. Para agilizar tal
situação têm sido tomadas medidas, tais como:
 Aproveitamento da água das chuvas através de barragens.
Clima de Portugal insular
Noções
Clima Sucessão habitual, num dado lugar , dos estados de
tempo observados durante um longo período de tempo
(30 anos).
Elementos do clima Fenómenos atmosféricos que definem e
caracterizam o clima
ex: Temperatura; vento; nebulosidade; pressão
atmosférica
Fatores do clima Tudo aquilo que faz variar os elementos do clima
ex: Altitude; Latitude; proximidade ou afastamento do
mar; exposição das vertentes; correntes marítimas.

Gráfico termopluviométrico Gráfico que representa em simultâneo a


variação da temperatura e da precipitação
ao longo do ano.
Mês seco Mês em que a precipitação é igual ou
inferior ao dobro da temperatura.
Temperatura média:
o Diurna
o Mensal
o Anual
Amplitude térmica
o Diurna
o Mensal
o Anual
Classificação do clima
QENTES

TEMPERADOS

FRIOS
Portugal tem um clima temperado mediterrâneo que vai perdendo as
suas características de um para norte e do litoral para o interior. Os
contrastes climáticos que se verificam no nosso país resultam da
combinação de vários fatores, principalmente o relevo, a latitude e a
proximidade ou afastamento do mar.
O clima Açoriano e, em menor grau, o clima da Madeira têm
características dos climas temperados marítimos. A vertente sul da ilha da
Madeira, por estar obrigada das massas de ar húmidas vindas do Norte, é
bastante mais seca, tendo a região do Funchal um clima tipicamente
mediterrâneo.
Os contrastes registados na distribuição da precipitação e da
temperatura dão origem aos seguintes climas:
 Temperado mediterrâneo (sul e centro) - 1
 Temperado mediterrâneo de influência marítima (norte litoral) - 2
 Temperado mediterrâneo de influência continental (norte interior) -
3
 Clima de montanha (áreas de maior altitude)
Temperado mediterrâneo (sul e centro)
 Temperatura: Verãos quentes e Invernos amenos (Amplitude Térmica
Anual Moderada) – deve-se ao facto de receber os raios solares com
maior ou menor obliquidade e ao facto de se encontrar próximo ao Norte
de África
 Precipitação: Fraca – deve-se à proximidade dos anticiclones
subtropicais
 Fatores: Latitude e proximidade do mar.
Temperado mediterrâneo de influência marítima
 Temperatura: Pequena Amplitude Térmica Anual (temperaturas
amenas)
 Precipitação: Abundante (concentrada no inverno e no outono)
 Fatores: Latitude; disposição das vertentes e proximidade do mar
Temperado mediterrâneo de influência continental
 Temperatura: Grande Amplitude Térmica – temperaturas baixas no
Invernio e altas no verão
 Precipitação: Pouca precipitação, comparada com o temperado de
influência marítima
 Fatores: Relevo (disposição das vertentes); latitude; afastamento do
mar
Clima de montanha
 Temperatura: Grande diferença entre o verão e o inverno (Amplitude
Térmica Grande)
 Precipitação: Muito elevada
 Fatores: Altitude – Existem serras que apesar de terem a mesma
altitude, os níveis de precipitação são diferentes (relacionado com a
proximidade ou afastamento do mar)

Balanço Hídrico Relação entre os ganhos e as perdas de água


Precipitação = Evapotranspiração + Infiltração + Escorrência
As disponibilidades hídricas de Portugal
Áreas mais húmidas – Norte litoral e áreas montanhosas
Áreas mais secas – Sul do Tejo

Os recursos hídricos
Águas superficiais – rios, lagos, lagoas, albufeiras
Águas subterrâneas – aquíferos e lençóis freáticos
Os rios
Rede hidrográfica Rios e seus afluentes e subafluentes
Bacia hidrográfica Áreas drenada por uma rede hidrográfica
Caudal Quantidade de água que passa numa dada secção
do rio (aumento da nascente para a foz)
Montante Nascente
Jusante Foz
Regime Variação do caudal
Perfil longitudinal União dos pontos do talvegue
Talvegue Pontos mais baixos de uma rio desde montante até
jusante
Perfil transversal Forma do vale
Perfil de equilíbrio Perfil em que o declive diminuiu regularmente da
nascente até à foz

Balanço Hídrico
 Nos Superavit existe escoamento da água
 Água cedida ao solo – Água que se infiltrou
no solo e foi restituída durante
março – agosto.
 Água restituída ao solo – Meses em que o solo esteve seco e agora
recebe a água das chuvas, recompondo-se.
Perfil longitudinal e transversal dos rios
Normalmente, os rios apresentam um maior declive de montante para
jusante. A representação gráfica do declive do leito do rio da nascente até
à foz designa-se por perfil longitudinal do rio.
Os rios modelam o seu perfil longitudinal através da erosão vertical
exercida no fundo do leito.
Quanto maior for o declive maior será a velocidade do escoamento e
por consequência maior erosão. Por sua vez a quantidade de água relaciona-
se com a precipitação
Uma maior capacidade erosiva vai desgastando o leito dos rios,
arrancando materiais que serão transportando até à foz.
O perfil longitudinal de um rio depende do nível da base (local onde se
encontra a foz) que pode ser o mar ou outro rio.
Se o nível da base descer, o rio entalha o seu leito;
Se o nível da base aumentar, o rio tem tendência a assorear o seu
leito. Este processo desenvolve-se de jusante para montante levando ao
perfil de equilíbrio.

Outro fator a ter em conta é o perfil transversal


do rio, que nos dá a forma do vale em
determinadas secções do rio. A montante, o vale
tem a forma de “V”, é estreito e declivoso. À
medida que o escoamento aumenta, o vale vai
alargando-se, continuando a existir vertentes.
Junto à foz (jusante), o vale alarga-se
significativamente e tem um fundo e plano. Aqui
pode mesmo ocorrer o fenómeno de meandrização
*Ação erosiva da água
Fatores que influenciam o caudal do rio
 Clima
Caso se registem elevados níveis de precipitação, a quantidade de água que
vai circular na rede hidrográfica será maior me vice-versa
 Relevo
Caso a rede hidrográfica se encontre numa região montanhosa, o declive vai
ser maior, contribuindo assim para maior escorrência, logo o caudal será
maior.
Caso a rede hidrográfica se encontra numa zona plana, isso irá contribuir
para a infiltração, reduzindo a quantidade de água que circulará na rede
hidrográfica.
 Cobertura vegetal
Caso a rede hidrográfica se encontre numa região de floresta densa, isso
contribuirá para a a infiltração e por sua vez o causal será menor
Caso a floresta seja menos densa, ocorrerá maior escorrência e, o caudal do
rio será maior

 A constituição pedológica e geológica


A rede hidrográfica pode estar, ou não, situada sob rochas/solo premiáveis
ou impermeáveis;
Premiáveis: Infiltração – menor quantidade de água na rede
hidrográfica
Impermiáveis: Escorrência – maior quantidade de água na rede
hidrográfica
 Ação do Homem
- Na construção de barragens, a água fica retida e, o homem, domina
então a quantidade de água que vai descarregar a partir da barragem
para jusante.
- Desflorestação
- Impermeabilização dos solos (plásticos, alcatrão, etc).

O regime dos rios


 Perenes (permanetes) – Mantém o caudal constante ao longo do ano,
ou seja, escoa água durante todo o ano - Caudal constante
 Intermitentes (irregulares) – Variam sazonalmente (típico dos rios
portugueses), ou seja, só escoam água na estação húmida - Caudal
elevado na estação húmida e baixa na seca
 Efémeros (torrenciais) – Ao longo do ano variam continuamente
(relacionado com o clima e/ou dimensão dos rios). Só tem escoamento
quando ocorrem grandes chuvadas
O regime dos rios portugueses é irregular e com caráter torrencial:
 Irregular – caudais elevados no inverno e baixo ou nulo no verão
 Torrencial – Grande influência das fortes chuvadas
Construção de Barragens
VANTAGENS
 Regularizar o regime dos rios
 Produzir eletricidade
 Reservar a água para a rega e abastecimento da população
 Desenvolvimento de outras atividades turísticas
 Criação de novas áreas de agricultura de regadio

DESVANTAGENS
 Alto investimento inicial
 Retenção de sedimentos transportados pelo rio
 Alteração do ecossistema (fauna e flora)
 Alterações no clima da região
 Perda de campos agrícolas
 Possibilidade de algumas populações serem obrigadas a deslocar-se
 Possibilidade de agravamento de cheias - O objetivo das barragens é
reter a água mas, caso o total de enchimento da barragem coincidir
com dias de precipitação elevada, a água em excesso vai ter de ser
descarregada, o que pode agravar o risco de inundação nas áreas mais
a jusante da barragem, sendo que isto está também relacionado com a
capacidade de armazenamento de água de cada barragem.
Noções
Convénios Acordos entre Portugal e Espanha em relação aos rios
que cruzam ambos os países
Ex: Deixar chegar parte da água a Portugal
Avisar Portugal em relação *as descargas das
barragens, etc.
Nota: Apesar de existirem convénios (Convenção Luso-espanhola 1998)
entre Portugal e Espanha, continuam a existir vários problemas de
ordens diferentes:
 A poluição das águas, o que vem refletir-se em Portugal
 Contrição de novas barragens e a realização de transvases
 Agravamento de cheias por descargas das barragens espanholas
 Redução dos caudais em tempo de seca

Transvases Desvio da água de um rio para outro ou irrigação.


Possibilita uma distribuição espacial da água

Leito de estiagem Zona ocupada por uma quantidade menor de água

que acontece no verão. No inverno ocorre o leito de

inundação.

Sentido do escoamento dos rios portugueses

 Maioria NE - SW

 Douro E-W

 Sado S-N

 Guadiana N - S

Maiores bacias hidrográficas de Portugal


 Mondego
 Sado
 Vouga
Maiores bacias hidrográficas Luso-espanholas
 Tejo
 Douro
 Guadiana

Lagoas e albufeiras
Tanto as lagoas como as albufeiras, são importantes reservatórios de
água doce.
Em Portugal, as lagoas existentes são pequenas e de pouca
profundidade.
As albufeiras (lagos que se formam pelo enchimento de uma
barragem) constituem os mais importantes reservatórios de água
superficial em Portugal, isso associado a todas as vantagens de uma
barragem.

Águas subterrâneas

Noções
Aquíferos Reservatórios de água com grande capacidade de
armazenamento, resultante da infiltração das águas em
áreas de rochas permeáveis.
Encontram-se a grandes profundidades (rochas
impermeáveis.
Depende:
 Características geológicas
 Quantidade de precipitação

Lençóis freáticos Reservatórios de água, mas que se encontram a uma


menor profundidade (rochas permeáveis)
Produtividade aquífera Quantidade de água que é possível extrair
continuamente em condições normais, sem afetar a
reserva e a qualidade de água dos aquíferos.
Depende:
 Precipitação ocorrida
 Extração da água
 Efeitos da maré nos aquíferos costeiros (maré alta – aquífero sobre e
vice-versa)
 Alteração do regime de escoamento de rios influentes (que
recarregam os aquíferos)
 Evapotranspiração, etc.
Os aquíferos em Portugal, podem ser de 3 tipos:

O maciço antigo, é constituído por rochas poucos permeáveis: xistos


e granitos. A água só consegue infiltrar-se onde as rochas estão fissuradas.
A Bacia do Tejo e do Sado possui o maior sistema de aquíferos da
península ibérica.
É uma região especialmente rica em reservas de água subterrânea,
porque nela convergem água das regiões envolventes, mais elevadas, e
porque possui vários aquíferos muito porosos.
As regiões das orlas, são também ricas e bastante exploradas. Na
orla Meridional existem situações de sobre-exploração dos aquíferos, em
virtude das fracas precipitações e da pressão turística que se exerce nesta
região, particularmente no verão.
Na orla ocidental, os sistemas de aquíferos são também muito
importantes e de elevada produtividade. São regiões onde há grandes
extensões de rocha calcária por vezes muito carsificada, o que facilita a
infiltração da água
Noções
Algar Abertura/fratura aproveitada para a entrada de água
Exsurgência Nascente de um rio que provém de um aquífero
Ressurgência Rio que, devido ao facto de solo ser calcário, disparasse
à superfície e surge, novamente, uns quilómetros á
frente.
Poluição dos recursos hídricos
 AGRICULTURA
Excessiva e incorreta utilização de químicos
Sistemas de rega inadequados
Efluentes das pecuárias
 INDÚSTRIA
Utilização da água em sistemas de arrefecimento e lavagem
Efluentes contaminados por diversos químicos e matéria-orgânica
 DOMÉSTICO
Grande consumo de água
Esgotos (vírus e bactérias)
Gestão dos recursos hídricos
1. Problemas que põe em risco as disponibilidades hídricas
ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS Uso intensivo de pesticidas e adubos
nas atividades agrícolas; deposição de
dejetos de animais resultantes desta
atividade.
RESÍDIOS INDUSTRIAIS Descarada de efluentes,
resultantes desta atividade
EFLUENTES DOMÉSTICOS Deposição de lixos urbanos em aterros;
construção deficiente de fossas céticas.
SALINIZAÇÃO Resulta da exploração excessiva dos
aquíferos
Faz sentir-se no litoral, sobretudo onde se
regista exploração/captação de água dos
aquíferos (Algarve)
Nota: É muito dispendioso fazer a dessalinização

DESFLORESTAÇÃO Pode dever-se a incêndios florestais ou


ao abate de árvores para diversos
fins (madeira; crescimento urbano;
construção de vidas de comunicação; ect)
Consequências
 Aumento da escorrência e diminuição da infiltração
 Aumento da erosão dos solos que compromete a recarga dos
aquíferos
EUTROFIZAÇÃO Corresponde a uma descarga excessiva de
nutrientes/fertilizantes em lagos e rios, o
que leva a um crescimento exponencial de
algas nas águas que absorvem o oxigénio, o
que pode provocar a extinção das espécies
aí existentes.

2. Problemas com o tratamento de águas residuais


Um dos problemas está relacionado com o desfasamento que existe entre as
fossas céticas e o saneamento, isto é, ainda há muitas águas residuais que
não são levadas para as ETARs. O outro problema está relacionado com as
próprias ETARs, pois, teoricamente estas funcionam bem mas, na prática
denotam deficiência em alguns aspetos.
3. Problemas da distribuição e do consumo de água
EM Portugal, são visíveis disparidades ao nível do consumo e da distribuição
da água
Ao nível da distribuição, existem desigualdades regionais, havendo regiões
com falta de água (sul e interior), isto porque as nascentes encontram-se
principalmente a norte e nas orlas de Portugal.
Existe também uma disparidade a nível do consumo, pois é o setor agrícola
que regista maiores níveis de consumo de água, seguido da indústria e depois
do consumo doméstico

4. Importância dos planos de ordenamento (POA e POBH)


Tanto o POA (Plano de Ordenamento das Albufeiras) como o POBH (Plano de
Ordenamento das Bacias Hidrográficas), têm particular importância na
gestão dos recursos hídricos, por forma a assegurar um melhor
conhecimento e racionalização dos recursos hídricos.
POA Está concentrado nas barragens e nas respetivas albufeiras
POBH Gestão das águas internacionais;
Gestão dos efluentes
Planos intermunicipais Junção de municípios para obter recursos hídricos
em quantidade e qualidade
Outros planos
 PNA (Plano Nacional da Água)
 DQA (Diretiva-Quadro da Água)

5. Potencializar os recursos hídricos


 Ao nível do consumo, será necessário implementar medidas para que a
água seja racionalizada, por forma a evitar desperdícios.
 Será também necessário intensificar as fiscalizações ao
funcionamento das ETARs
 Proteger, tratar e reutilizar a água
 Fazer o seu aproveitamento para novas utilidades

Outras medidas para preservar os recursos hídricos


 Aplicação dos princípios do poluidor pagador e do utilizador pagador
(pagamento das taxas progressivas, segundo a poluição causada)
 Regulamento e fiscalização de lançamento de efluentes poluidores nos
cursos de água e nos solos
 Incentivos às empresas para a reconversão das tecnologias,
tornando-as mais amigas do ambiente
 Racionalização do consumo nos setores domésticos, agrícolas e
industriais

BARRAGEM DO ALQUEVA
Para elém de todas as vantagens associadas a uma barragem. A
barragem do alqueva tem uma associação com a estação fotovoltáca da
amareleja. Esta associação tem por objetivo unir, ou seja, usar os mesmo
meios, na distribuição da energia
Para além da associação, primeiramente referida, existe atmbém um
parque éolico que está também associado à barragem. A água passa n as
turbinas para fazer girar e produzir electrecidade mas depois, essa mesma
água é bombeada para trás e, assim obter mais ganhos de energia
A construção da barrage do Alqueva, baseou-se nas consequência
positivas para as regiões envolventes (dinamização da região). Isto porque,
era uma região pobre e seca que praticava a agricultura de equeiro.

A irregularida da precipitação em Portugal


 Temporal
o Variação anual – Período mais/menos chuvoso
o Variação interanual – Anos muitos chuvoso/secos
 Espacial
o Contrastes
 Norte - Sul
 Litoral – Interior
Recursos piscícolas
O peixe é o recurso marítimo mais explorado. Dando assim origem a
variadas atividades, tais como:

Pesca A atividade piscatória, apesar de se encontrar em decréscimo,


continua a deter uma importância bastante significativa
nalgumas regiões do litoral português.

Aquicultura A aquicultura era já praticada pelos romanos e pelos gregos


contudo, só a partir da década de 60, a sua atividade foi
generalizada, sobretudo nos países mais desenvolvidos.
Esta atividade realiza-se, normalmente, em tanques de terra,
reaproveitamento muitas vezes dos tanques das antigas salinas
(forma arcaica de praticar a aquicultora). Esta pode ser
praticada em regime intensivo*, semi-intensivo* e extensivo*.
A nível nacional a aquicultura é maioritariamente praticada em
água salgada, à exceção da cultura da truta que é praticada em
água doce.
Regime intensivo Tipo de regime que se constitui com a existência
de um tanque, onde há um controle rigorosa da
ração dada.
Tipo de regime mais barato.

Regime semi-intensivo Tipo de regime, cuja alimentação pode ser tanto


de origem marítima como fornecida pelos
aquicultores.
Tipo de regime mais dispendioso.

Regime extensivo Tipo de regime, onde os peixes estão cercados, e


cuja sua alimentação se baseia nos recursos
fornecidos pelo mar.

Indústria Conserveira A indústria das conservas (sobretudo do atum e da


sardinha) foi das atividades mais rentáveis em
Portugal. A 1ª fábrica de conservas abriu em
Setúbal em 1880.

 Sal
A extração do sal, que em tempos se encontrava presente em tida a
costa portuguesa, apresenta-se hoje praticamente restrita ao Algarve, cuja
produção no ano de 2002 representou 94% do total, sendo a restante
repartida pela ria de Aveiro (3%), o estuário do Mondego (1,6%) e o estuário
do Sado (1,4%).

 Algas
A exploração das algas, que tradicionalmente serviam de fertilizantes
agrícolas, pode constituir atualmente uma potencialidade enquanto matéria-
prima para a indústria cosmética, farmacêutica, bioquímica, gastronómica,
etc.

 Atividade turística
O turismo em Portugal encontra no litoral um dos seus locais
privilegiados. As características climáticas associadas à extensão e beleza
da costa portuguesa são fatores atrativos para grande parte dos turistas
que escolhem Portugal como destino de férias.

 Recursos energéticos
o Energia das ondas
Até há pouco tempo era raramente utilizada; o projeto da ilha do Pico
foi um bom exemplo, mas já se encontra desativado. Atualmente já se estão
a fazer novos projetos para a costa portuguesa.

o Energia eólica
O vento é uma ótima fonte de energia primária para a produção de
eletricidade, apresentando baixos custos. Prevê-se que entre 2005 e 2010,
esta fonte de energia se possa comparar à energia produzida a partir de
combustíveis fósseis.
As ventoinhas eólicas são colocadas juntas à linha da costa, não
exclusivamente, devido a esta ser uma zona ventosa.

Potencialidades do Litoral
 O mar é uma importante via de comunicação, facilitando as torças
comerciais;
 O mar dá um caráter mais suave ao clima;
 O mar atrai a população. A litoralização em Portugal testemunha a
forte atração que o mar exerce.

Tipos de costa
Portugal tem uma extensa linha de costa sujeita a uma importante
ação marinha, que modela os seus atuais contornos através de processos de
erosão, transporte e acumulação. A ação do mar sobre a linha de costa
desencadeia uma modificação constante, originando paisagens litorais
variadas. Existem 2 tipos de costa:

Costa de Arriba Costa Alta; habitualmente escarpada – resulta da


abrasão marinha sobre as rochas de grande dureza e
resistência (granitos, xistos, calcários, etc).

Costa de Praia Costa baixa – resultante da acumulação de areias pelo


mar, transportadas ao longo da costa pela corrente de
deriva litoral.

Nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, dada a natureza vulcânica


do seu relevo, a dureza das respetivas rochas e o défice de elementos finos
transportados pela ribeira, cerca de 98% é de arriba.
A natureza das rochas é considerada o fator principal que
determina o tipo de costa, mas existem outros fatores que também
influenciam as suas características, designadamente os movimentos das
águas do mar (as correntes marítimas; as marés; as ondas; etc), a
diversidade dos fundos oceânicos e a ação das águas fluviais junto à foz.

Costa Portuguesa
Como resultado de um longo processo de assoreamento das lagunas
costeiras da foz do rios e do transporte de areias ao longo do litoral pelas
correntes de deriva, a linha da costa portuguesas apresenta um traçado
bastante retilíneo, com poucas saliências/reentrâncias, o que torna os locais
abrigados para a implementação de atividades portuárias

 Norte de espinho
o Não há condições para a construção de portos marítimos
 Espinho – Nazaré
o Alternância de costa alta e baixa, contudo com predominância
de costa baixa e arenosa
 Nazaré - Rio Tejo
o Costa alta e rochosa
 Lisboa - Sagres
o Costa alta e rochosa, intercalada por praias;
o Abriga importantes portos marítimos
 Costa Algarvia
o Até à Quarteira, acosta é alta e rochosa com algumas
reentrâncias. Da Quarteira a Vila Real de Stº. António a costa
é baixa e arenosa, com praias extensas. O acidente mais
importante é o Lido/Ria de Faro.

Ação do mar na linha da costa → Abrasão Marinha


Fatores condicionantes
 Natureza das rochas
Rochas mais duras → menos erosão OU Rochas menos duras → mais erosão

 Características do relevo da costa


Relevo acidentado → menos erosão OU Relevo plano → mais erosão

 Intensidade do movimento das águas


Mar violente → mais erosão OU Mar brando → menos erosão

 Movimentos orogénicos
Movimento de levantamento → mais erosão OU Movimento de abatimento
→ menos erosão

 Oscilação do nível do mar


Subir → mais erosão OU Recuar → menos erosão

 Ação dos rios junto à foz


Acumulação de sedimentos

 Características dos fundos marítimos


Fundos irregulares → água mais movimentada → mais erosão
Fundos planos → água menos movimentada →menos erosão

Noções
Erosão Ataque na linha da costa

Ação do Homem (antrópica) sobre a linha da costa


 Barragens
o Impede a passagem de sedimentos, o que, em condições
normais seriam transportados até ao mar
 Extração de areias
 Pressão urbanística
 Destruição de dunas
Erosão marítima

Ação Mecânica
Ação Química
Acidentes do Litoral

 HAFF-DELTA DE AVEIRO

Fatores que condicionam a sua formação:


o Costa baixa e arenosa
o Corrente marítima (Norte-Sul)
o Ventos dominantes do quadrante Oeste
o Vários rios a desaguar na laguna
o Serra da Boa viagem a sul

O Haff resulta da acumulação de sedimentos depositados pela


corrente do Golfo – origem marítima. É também de origem fluvial, sendo os
sedimentos transportados pelo rio Vouga, Sétimo e Águeda, os quais
formaram cordões litorais (Restingas*) paralelos à costa, impedindo o
contacto do rio com o mar e acelerando o assoreamento.
O assoreamento muito rápido e intenso acabou por aproximar as duas
restingas.
*Conhecido também por cordão arenoso ou barra.

Nota: É designado por Haff, devido aos seus “braços de areia” serem
resultado do mar e também do rio

 RIA/LIDO DE FARO

Entre a Quarteira e o Cancelo existe outra forma resultante


de um forte assoreamento e de águas pouco profundas – Lido
de Faro.

Os detritos que formam a costa


de Lido, em Faro, provêm
fundamentalmente da costa
rochosa de barlavento, ou
sendo arrastados numa
corrente de sentido W-E, e sobretudo, das areias que
estão na plataforma continental e que o mar faz chegar até próximo da linha
de costa, formando então as ilhotas/restingas ideais para o
desenvolvimento de espécies avícolas e piscícolas.

Existe então um forte assoreamento devido à baixa profundidade que se


faz sentir neste local. Sendo assim, o mar perde força acabando por
depositar os sedimentos neste local.

Nota: Ria – água que entra pela terra adentro, ocupando as zonas
mais baixas formando assim ilhotas arenosas.

Noções
Sapal Zona que pode ficar coberta ou não de água, consoante as
marés.

 Estuários do Tejo e do Sado


A importância dos estuário está influência nas marés, ou seja, até onde a
água chega em maré alta.
Os estuários do Tejo e do Sado constituem outra forma de ação
conjugada dos rios e do mar. O rio contacta com o mar num só canal e há
então a acumulação de sedimentos junto às margens. Estas zonas ficam
cobertas na maré alta e descobertas na maré baixa.

O estuário do Sado encontra-se praticamente fechado devido à grande


acumulação de sedimentos transportados pela corrente deriva litoral e que
constituem uma extensa restinga. Neste caso é necessário recorrer ao
dessasoreamento.

 TÔMBOLO DE PENICHE

Ilha que se liga ao continente pela acumulação de sedimentos


vindos do mar.

Tem um cariz extremamente importante pois constitui um


acidente do litoral natural e significativo para a construção de
portos marítimos.

As potencialidades destas zonas

As potencialidades do Haff-delta de Aveiro; da Ria/Lido de Faro; dos


estuários do Tejo e do Sado e do Tombolo de Peniche, são de ordem
ambiental e económica.
Ordem ambiental
 Constituem um paraíso para aves aquáticas (são locais de nidificação,
repouso ou hibernagem de variadíssimas espécies de aves).
 São áreas de grande diversidade de ecossistemas
 São áreas de atração turística

Ordem Económica
 Permitem o desenvolvimento de atividades portuárias
 Permitem o desenvolvimento de atividades ligadas à pesca; à
piscicultura (cultura que desenvolve apenas a criação de peixe); à
aquicultura (cultura que para além da criação de peixe, pratica a
criação de outras culturas, como o marisco, as algas, etc.) e à
extração de sal.

Relação entre os Acidentes do Litoral e Portos marítimos

As características da costa portuguesa são pouco propícias à


instalação de portos marítimos com condições favoráveis à navegabilidade.
Falo então da profundidade e da agitação do mar e da deficiência em
reentrâncias

Em relação à agitação do mar, isto faz com que os portos portugueses


se localizem, frequentemente, a sul dos acidentes do litoral, procurando
contornar a adversidade desta inconveniência. Isto acontece porque o vento
sopra de Norte, e como a formação das ondas é gerada pelo vento, o lado
Norte dos acidentes torna-se então mais agitado, preferindo o sul para a
construção de portos abrigados.
Nos estuários a localização dos portos encontra-se no próprio
acidente.

Deste modo, como a costa portuguesa é praticamente retilínea é


necessária a construção de portos artificiais (paradões), dos quais a Povoa
do Varzim constitui um exemplo.

Principais fatores que influenciam a riqueza piscatória


 Temperatura da água – zonas onde há encontro de correntes quentes
com correntes frias, há maior abundância de peixe, pois a oxigenação
da água é maior.
 Luminosidade
 Salinidade
 Oxigénio da água
Em conclusão, dependem da profundidade e das correntes marítimas.
Todos estes fatores contribuem para uma maior ou menor abundância de
plâncton.

Plataforma Continental

A dimensão dos oceanos não se faz acompanhar da abundância de


recursos. Existe uma grande concentração quer em quantidade quer em
diversidade da fauna e da flora marinha em áreas restritas, que se
classificam biologicamente ricas e portanto atrativas para as atividades
marinhas. Insere-se aqui a plataforma continental.

A plataforma continental é a extensão da costa, onde as águas


atingem no máximo 200m de profundidade que rodeia os continentes. Na
direção do mar a plataforma é limitada por uma área de grande declive –
Talude continental, que faz a transição para as planícies abissais.

A plataforma continental portuguesa é grande em comprimentos mas


pequena em largura. O seu declive é pouco acentuado e a sua largura é muito
variável (oscila entre 30Km-60Km). Nalguns casos é quase inexistente (Cabo
de Santa Maria – 8Km), contudo noutros atinge o seu máximo (Cabo da Toca
– 70Km). Nas ilhas a plataforma é também bastante pequena, pois o declive
da plataforma é muito acentuado devido ao cariz vulcânico das ilhas.

A nível mundial, estas zonas representam apenas 10% da superfície


dos oceanos, contudo 80% das espécies piscícolas capturadas encontram-se
nestes locais. Além disso, é também mais rica em recursos do subsolo, como
o petróleo. A riqueza piscícola da plataforma continental resulta das suas
características, que favorecem o desenvolvimento de várias espécies
animais e vegetais:

 Tem pouca profundidade (facilitando a entrada de luz)


 Abundância em oxigénio (devido à agitação das águas)
 Baixo teor em sal (devido à água dos rios)
 Água rica em nutrientes (desenvolvimento do plâncton devido à
matéria orgânica transportada pelos rios)
Correntes marítimas e a existência de recursos piscícolas

As correntes marítimas, que podem ser frias ou quentes, são um


fator condicionante e importante no desenvolvimento de espécies marinhas.
A formação do plâncton dá-se nas águas frias, tornando-as então mais ricas
em peixe.

As zonas de contacto de correntes frias com correntes quentes, são


aquelas onde a concentração e diversidade de peixe são maiores, pois aqui,
as águas tornam-se mais agitadas, logo mais oxigenadas e o plâncton é
abundante, bem como as oscilações de temperatura e salinidade.

A costa portuguesa é influenciada pela corrente quente do Golfo,


que vem do México e encaminha-se para a Europa (sentido SW-NE), no
entanto a norte de Portugal sofre um inflecção devido aos ventos, afetando
assim a nossa costa. Apesar de ser chamada de quente, em Portugal é fria
pois vem do Norte.

Efeito de Upwelling

Nos meses de verão a nortada – ventos fortes de norte – sopra junto


ao litoral e afasta as águas superficiais para o largo. Desenvolve-se então
uma corrente de compensação, o uwelling, que se desloca na vertical,
trazendo à superfície as águas profundas, mais frias e mais ricas em
nutrientes, que desencadeiam, em pouco tempo, a abundância de espécies
como a sardinha e o carapau, favorecendo a atividade piscatória nesta
época.

ZEE – Zona Económica Exclusiva


Com o aumento da atividade piscatória, a nível mundial, assim como o
excesso de capturas, muitos países começaram a querer delimitar as suas
águas, para impedir a entrada livre de barcos de outra nacionalidades.

Esta questão gerou conflitos, pois os países queriam apropriar-se de


zonas marítimas cada vez mais extensas. Então a partir de 1982, legitimou-
se o afastamento até 200milhas da costa, para plena exploração em
profundidade e do subsolo. Surge assim a Zona Económica (ZEE), para cada
país, tendo em Portugal definido a sua em 1977.

Área Portugal detém umas das maiores ZEE’s do mundo devido aos
arquipélagos.

Peixe Não é de grande riqueza piscatória. Logo a frita portuguesa


vêsse obrigada a operar fora da ZEE para satisfazer as
necessidades da população

Noções
Águas TerritoriaisFaixa do litoral que vai até às 12 milhas (22Km).

Como se desenvolve a atividade piscatória?

Existem várias atividades económicas ligadas aos recursos marítimos,


mas é a atividade piscatória a mais importante, até porque os portugueses
são dos maiores consumidores de peixe a nível mundial.
No entanto a atividade piscatória tem um contributo reduzido para o
PIB.
Atividades relacionadas com a pesca

As regiões de maior atividade piscatória.

A nível de descargas, o Algarve e Centro são as regiões de maiores


descargas.
Segue-se Lisboa, depois os Açores e, por último a Madeira.
As diferenças nas descargas estão relacionadas com os tipos de
pesca praticados e com as condições das infraestruturas portuárias e das
embarcações
Principais áreas de pesca

A principal área de pesca em Portugal é o Mar Territorial (zona até


12 milhas da costa). Aí trabalha cerca de 80% do total de pescadores,
apresentando 83% do valor de produção de pesca nacional.

Como o espaço marítimo português não é muito favorável à atividade


piscatória, os pescadores têm de recorrer às águas internacionais e mesmo
a ZEE de outros países. No entanto têm sido estabelecidas normas cada vez
mais rigorosas que dificultam o acesso as estas áreas.

Com entrada de Portugal na UE e a obrigação de respeitar as normas


comunitárias e a Políticas Comum de Pescas, as dificuldades aumentarem e
Portugal tem, atualmente, a frota mais pequena entre os estados-membros.
É cada vez mais difícil obter licenças para pescar fora da ZEE.

No entanto os portugueses continuam atuar nalgumas áreas de pesca


longínqua:

Noroeste Atlântico (NAFO) É umas das áreas de pesca mais ricas do


mundo quer me quantidade como em
diversidade. É a áreas mais atrativa para os
portugueses, sobretudo a Terra Nova e a
Gronelândia. Recentemente, passou a haver
mais restrições no intuito de preservar as
espécies (diminuição das quotas de pesca ou
mesmo a proibição da atividade), levando a
que Portugal importe Bacalhau, que
tradicionalmente pescaria.

Nordeste Atlântico Zona muito rica biologicamente, onde se


encontram espécies como o bacalhau e o
cantarilho. Foi umas importante zona de
pesca longínqua para Portugal , contudo
devido às restrições importas, o numero de
embarcações portuguesas nesta ares diminui
drasticamente.
Centro-Leste Atlântico Tem sido uma alternativa para a frota
portuguesa uma vez que os países do Norte
Atlântico têm imposto cada vez mais
restrições.

Atlântico Sul e Índico Ocidental Áreas menos procuradas pelos


portugueses, mas pode vir a ser uma
alternativa a médio prazo.

Tipos de pesca

Em Portugal praticam-se vários tipos de pesca consoante o tipo de


embarcações e técnicas utilizadas. As embarcações podem agrupar-se da
seguinte forma:

 Aquelas que se deslocam apenas nas águas nacionais e em redor –


praticando a pesca local e a pesca costeira

 Aquelas que trabalham em águas internacionais e afastadas – que


praticam a pesca de largo e a pesca longínqua.

Tipos de embarcações

Embarcações Características

Barcos de madeira; pequenos (-9m); trabalham


Embarcação de pesca local junto à costa (máx. 10milhas); utilização de
técnicas artesanais

Dimensão superior a 9m; Podem atuar fora da


ZEE, tendo já técnicas de conservação do
Embarcações de pesca pescado possuem autonomia para permanecer
costeira no mar alguns dias; utilização de técnicas mais
modernas
Barcos de grande dimensão; tonelagem
superior a 100TAB; trabalham para além das
Embarcações de pesca de 12milhas, em águas internacionais; podem
largo permanecer no mar 2-3 semanas; prática da
pesca industrial
Navios grandes e bem equipados; grande
autonomia; trabalham muito longe dos portos
Embarcação de pesca de origem; Utilização de técnicas modernas
longínqua (sondas, radares, etc.); possuem meios
eficazes de conservação de peixe; podem
permanecer vários meses no mar.

Tipos de Pesca
 Arrasto
 Cerco
 Rede de deriva

Dimensão da frota
Em Portugal domina a pesca local, com recursos a técnicas
tradicionais; com embarcações pequenas e feitas de madeira, tendo uma
TAB muito reduzida. No entanto, esta atividade tem sido muito importante
para as comunidades de pescadores que têm na pesca tradicional o único
modo se sobrevivência.

Até à entrada de Portugal para a UE, os incentivos a este tipo de


pesca eram muito reduzidos ou até mesmo nulos, o que contribuiu para a
degradação da frota portuguesa, não havendo qualquer renovação ou
introdução de técnicas modernas.

Após 1986, houveram então incentivos à modernização da frota


pesqueira, através do apoio dos fundos estruturais, como a FEOGA, com a
atribuição de subsídios que têm permitido a aquisição de barcos mais
modernos e de equipamentos de navegação, de deteção e de captura. O
governo português, através da IFADAP, tem financiado o setor. Como
resultado, a frota portuguesa, sofreu uma reconversão qualitativa e
quantitativa na última década. Este desenvolvimentos tecnológico – uma
frota mais moderna e equipada com sistemas de deteção de cardumes, com
modernos aparelhos de captura e com sistemas de conservação e
transformação do pescado em alto mar – tem sido um fator fundamental
para o aumento da produtividade e da competitividade da pesca portuguesa.

Contudo a vizinha Espanha, coloca no mercado português peixe a


preços mais baixos.
Apesar de todo o esforço, a frota portuguesa tem vindo a decrescer,
devido à Política Comum das Pescas que visa o redimensionamento da frota
com vista a rentabilizar os recursos disponíveis.

Política Comum das Pescas – FICHA

Se não conseguirmos os acordos com os outros países, isso obriga-nos


a uma intensificação da pesca na costa portuguesa, o que empobrece ainda
mais a quantidade de peixe existente.

80% do peixe pescado em Portugal, provém das águas nacionais.


Contudo é necessário importar pois somos um pais grande consumir de
peixe.

Infraestruturas portuárias

As infraestruturas portuárias, entre as quais se destacam os portos


e as lotas, também não favorecem o desenvolvimento do setor das pesas.
Pois de um modo geral são pequenos, não conseguindo albergar grandes
embarcações; São pobres em condições naturais (acidentes do litoral) e
estão mal apetrechados. Por consequência, registarão um valor reduzido de
descargas.

Apesar de as infraestruturas estarem mal apetrechadas e com muitas


carências, tem sido feito um investimento em termos de equipamento de
apoio, com a modernização de lotas, instalações de redes de conservação e
refrigeração, gruas de descargas, etc.

No entanto há ainda muito para fazer, como por exemplo


 Inspeções sanitárias de todas as lotas
 Melhoria das acessibilidades de muitos portos
 Construção de molhes de proteção
 Ampliação de algumas docas
Ordem decrescente dos portos mais significativos

1. Leixões (Matosinhos)
2. Peniche
3. Olhão
4. Portimão
5. Sesimbra

Qualificação da mão de obra

Em Portugal, em 2004 havia ainda mais de 20 mil pescadores


matriculados. Trata-se de uma profissão que passa de geração para geração,
mas que nos últimos anos com a crise de setor e com as alterações da
sociedade, a profissão deixou de ser atrativa para os jovens. No entanto
comparados os valores com os restantes estados-membros da UE Portugal
detém valores bastante elevados. O que se relaciona com o facto de a pesca
em Portugal ter ainda um caráter muito tradicional e pouco modernizado.
As baixas qualificações dos pescadores constitui também um entrava
à modernização deste setor.

Para tentar ultrapassar estas dificuldades, a UE, através da Política


Comum de Pescas em Portugal, tem apostado na formação profissional dos
pescadores (pescador, marinheiro, contramestre, etc.). a partir da 1986,
foram criados, por todo o país, centros de formação do “Forpescas”,
apoiados pelo FSE.

Apesar do número de cursos ter aumentado, o número de formandos


está a diminuir, por isso, não está relacionado com a falta de cursos, mas
sim com outros motivos, como a falta de interesse da população jovem por
esta atividade, as condições do trabalho nada aliciantes, a instabilidade do
setor, entre outros.

Problemas ambientais
A POLUIÇÃO DO MAR

A poluição dos mares tem origens muito diversas, mas os problemas


originados pela exploração, transporte, acidentes e limpeza de petroleiros
Todos os anos milhões de toneladas de crude passam pelos oceanos e,
como Portugal, nomeadamente a ZEE, está na rota da maioria dos
petroleiros, a costa portuguesa é muito vulnerável a esses acidentes, em
particular às marés negras.
Além dos petroleiros, a costa portuguesa está sujeita aos «despejos»
de indústrias, que enviam os seus esgotos, não tratados, diretamente para o
mar, com produtos muito poluentes (químicos, plásticos …)
A poluição dos mares pode ser:

 Química Com substâncias químicas nocivas às espécies

 Física Com a alteração da temperatura da água (as centrais


nucleares usam a água para arrefecer os reatores, causando uma alteração da
temperatura da água quando direcionada para os rios.)
Destruição dos fundos marinhos etc. (Devido às redes de
arrasto que destroem os corais, etc.)

 Biológica Com a introdução de vírus e bactérias.


A SOBRE EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS

Outro problema ambiental grave reside no excesso de exploração dos


recursos marinhos, porque durante anos a atividade piscatória foi feita sem
qualquer controlo.
A exploração desenfreada de espécies, põe em risco o equilíbrio do
ecossistema. Com efeito, os desequilíbrios atuais foram desencadeados por
dois processos:
 Rutura das cadeias alimentares;
 Exploração excessiva dos recursos.

Surgem, assim, os problemas de espécies em vias de extinção.


Quando se pesca apenas espécies na idade adulta e com moderação, não se
reduz substancialmente a quantidade global de peixe, podendo inclusive
favorecer o seu aumento

A sobre exploração de recursos é agravada com a utilização de


determinadas técnicas, como a pesca não seletiva*, tornando-se necessário
controlar o uso de redes de malhagem apertada, que contrariam as normas
em vigor. São as capturas excessivas ou inadequadas que põem em risco a
capacidade de regeneração de certas espécies, a integridade do
ecossistema marinho como um todo e mesmo os rendimentos provenientes
da atividade piscatória.
*Tipo de pesca onde é capturado tudo mas, como só pode chegar a terra x
quantidade de peixe, é necessário desperdiçar uma grane quantidade de
peixe

Como fiscalizar as águas nacionais e da ZEE?

A ZEE portuguesa é a maior da Europa, o que constitui uma vantagem,


embora traga igualmente desvantagens, das quais se destaca, desde logo, a
sua fiscalização.

Para a preservação e gestão dos recursos marinhos, é fundamental


que Portugal disponha de um sistema eficaz de vigia e controlo das
atividades, não só da frota estrangeira, mas também da portuguesa. No
entanto, não é isso que acontece: a ZEE é insuficientemente patrulhada por
falta de meios técnicos e humanos, nomeadamente, a falta de embarcações
rápidas, de meios aéreos e informáticos e de técnicos especializados.

Estas carências levam a que, na maioria dos casos, não se consiga prevenir
ou punir as infrações efetuadas por navios portugueses e estrangeiros. De
entre estas, destacam-se:
 A captura de espécies não permitidas, devido ao seu peso e/ou
dimensão e que pode acelerar a sua extinção;
 O tipo de pesca praticado e o uso inadequado da malhagem da redes;
 O desrespeito pelas quotas* de pesca e TAB;
 Desperdícios de espécies que são capturadas indevidamente e não
comercializáveis;
 A descarga de produtos poluentes, que vão desde a lavagem dos
petroleiros até produtos altamente tóxicos, como mercúrio e o
chumbo;
 A utilização do espaço da ZEE para transporte de substâncias
proibidas ou para o contrabando.
Se o controlo não for eficaz, as consequências serão graves para Portugal,
designadamente:
 O esgotamento dos recursos marinhos existentes nas águas
portuguesas;
 O aumento do tráfego clandestino não só de produtos proibidos
(droga) como também de outros que podem pôr em risco a segurança
nacional (armas);
 O aumento da poluição marítima e de catástrofes ambientais, como
aquelas que foram provocadas pelo prestige e pelo new world.

*Quantidade de peixe que pode ser pescada


**Tonelagem de Arqueação Bruta – Capacidade de pescado suportada por
um navio
Pressão sobre as áreas costeiras
A progressiva degradação da costa portuguesa é sobretudo, pelo
aumento da urbanização das ares costeiras e pelo turismo balnear
desordenado que cresce em Portugal.

A pressão urbanística sobre litoral faz-se de múltiplas formas com


graves problemas ambientais, como:
 A construção sobre arribas e dunas;
 A destruição das dunas;
 A sobre exploração dos aquíferos;
 A produção excessiva de recursos e de efluentes urbanos;
 A redução da biodiversidade, com a destruição da fauna e da flora
locais.
Medidas de recuperação do litoral:
 Consolidação das arribas;
 Recuperação das dunas;
 Demolição de certas construções;
 Construção de exporões.

Atividades económicas a potencializar no espaço marítimo?

 Aquicultura

Trata-se de uma atividade, com benefícios para o ambiente, uma vez que
pode colaborar na preservação de espécies piscícolas evitando a sobre
exploração de recursos.

Esta atividade, em Portugal, tem uma importância ainda reduzida,


encontrando-se em expansão, uma vez que exige investimentos inicias
bastante elevados.
Existem 3 tipos de aquicultura:
o Em regime intensivo
o Em regime Semiextensivo
o Em regime extensivo (menos poluente)
Importância da aquicultura:
o Evita a sobre exploração de espécies marinhas
o Revitaliza os stocks
o Gera emprego
o Permite o abastecimento do mercado

Nota Impactos ambientais desta atividade


o Antibióticos dados aos peixes, afetando a qualidade da água
que depois é lançado para o mar aquando a lavando dos tanques;
E afetando a saúde do homem através da ingestão deste peixe
“contaminado”
o Farinhas/Rações – as rações dos peixes são feitas com os
peixes que não são vendidos na lota.
o Lavagem dos tanques, como já referi em parte.
o
Curiosidade: A água salobra é mais propícia à atividade da aquicultura.

 A indústria conserveira

A indústria de conservas foi uma das atividades mais rendíveis em


Portugal. Contudo nas últimas décadas, esta atividade entrou em recessão
por falta de modernização neste setor. O Estado tem feito um esforço para
renovar e dinamizar as antigas fábricas de conservas, mas os efeitos têm
sido diminutos.

Atualmente, estão em expansão algumas atividades de conservação do


pescado, como os produtos congelados e os alimentos semicozinhados.

 Extração de algas

A apanha de algas, outrora largamente utilizadas como adubo natural


na agricultura, tem vindo a perder a importância e as estatísticas
referentes à apanha de algas para a utilização industrial revelam valores
pouco significativos e decrescentes.

 A produção de sal
A direção-geral das pescas tem procurado incentivar a reativação
desta atividade como uma das formas de potencializar o espaço marítimo.
Algumas das antigas salinas têm sido recuperadas, até porque se tem
assistido a uma valorização comercial de certos tipos de sal,
designadamente a flor de sal.

 A exploração petrolífera

Foram feitas algumas sondagens e destas foram encontrados bons


indícios de petróleo .

 A atividade turística

A costa portuguesa tem inúmeras potencialidades para o turismo, que


é um dos principais recursos económicos de Portugal.
Atendendo às condições climáticas e à extensão da linha de costa, o
turismo balnear é o mais importante de Portugal, daí a excessiva pressão
urbana e de construção que a atividade tem exercido no litoral, É uma
atividade que tem potencializado o espaço marítimo e que pode ainda
melhorar; no entanto, tem causado igualmente graves problemas ambientais.
É importante que esta atividade venha a desenvolver-se, mas de
forma sustentada e criando novos focos de interesse, como a exploração
aquática, a observação de golfinhos e baleias, que pode reduzir a forte
sazonalidade turística, geradora de muitos problemas.

Um inconveniente desta atividade é o facto de ter um caráter sazonal

 O aproveitamento das energias renováveis

Quanto ao setor energético, o litoral apresenta grandes


potencialidades, nomeadamente na energia das marés, das ondas e na
energia eólica, embora não tenham sido até hoje aproveitadas.
o A energia das ondas – Num futuro próximo, a energia das ondas
poderá representar a maior fonte de energia renovável da
terra. Este é o mais recente desafio no que respeita a
produção de eletricidade com energias renováveis. Portugal vai
ser o primeiro país a nível mundial a implementar uma
plataforma comercial de aproveitamento das ondas do mar para
gerar energia.
o
o A energia eólica – O aproveitamento da energia eólica, tão
abundante na costa portuguesa, é reduzido, no entanto em
franco desenvolvimento. Estão em desenvolvimento projetos
para um parque eólico em Vila nova de Cerveira, prevendo-se
numa fase posterior, a construção de aerogeradores
completos.

A importância dos POOC

A elevada pressão a que a costa portuguesa está sujeita tem dado


origem a desequilíbrios ambientais graves:
 A destruição e degradação dos sistemas naturais, como as dunas;
 A artificialização da linha de costa através da construção de pontões;
 A deterioração e degradação da paisagem com o excesso de
construção desordenada.

É necessária uma intervenção urgente, não só para parar com os


“atentados ambientais”, mas também para reordenar as áreas degradadas.
Para isso existem os POOC (planos de ordenamento da orla costeira),
definidos em 1992, e que, em articulação com outros planos, nomeadamente
os PDM, procuram promover o ordenamento do território, tentando
revalorizar e requalificar as praias, consideradas estratégicas a nível
ambiental e turístico.

A área de cada POOC engloba: as águas marítimas, costeiras e


interiores, e os respetivos leitos e margens.

Os POOC têm como ações prioritárias:


 A identificação das áreas de maior vulnerabilidade e a defesa da
costa;
 Ordenamento, a valorização e a requalificação ambiental da orla
costeira;
 A defesa e a reabilitação dos sistemas dunares;
 A recarga das praias;
 A valorização das praias.
É fundamental preservar e proteger o espaço marítimo e a sua
envolvente, daí a importância da constituição de áreas protegidas junto ao
litoral.

Âmbito dos POOC


Os POOC incidem diretamente sobre:
 As águas marítimas costeiras e interiores, respetivos leitos e
margens, com faixas de proteção definidas no âmbito de cada plano;
 A zona terrestre de proteção cuja largura máxima é de 500m,
contados a prtir do limite da margem das águas do mar
 A faixa marítima de proteção que tem como limite máximo a
batimétrica -30m (profundidade).
A rentabilização do litoral e dos recursos marinhos
A potencialização do espaço marítimo tem que passar pela
implementação de um conjunto de medidas que permitam uma exploração
sustentada dos seus recursos, nomeadamente:
 O incentivo e apoio à expansão da aquicultura*;
 O incremento de atividades que permitam a obtenção de produtos
com valor comercial, por exemplo, a reativação das salinas e a
extração da flor do sal;
 A modernização e reativação da indústria de conservas, como a da
sardinha e do atum;
 A interligação das capturas efetuadas com essas indústrias de modo
a fornecer-lhes a matéria-prima;
 O aumento da competitividade da indústria transformadora do
pescado, como o peixe congelado e os pratos semicozinhados,
apostando na inovação e na qualidade;
 O incentivo a investigação cientifica e à inventariação de recursos,
como o apoio as atividades piscatórias mais adequadas, evitando a
extinção das espécies;
 A proteção dos recursos, sobretudo dos que estão em perigo,
racionalizando as capturas;
 A reconversão da frota de pesca, bem como das infraestruturas
portuárias;
 A valorização dos recursos humanos através da formação profissional
dos pescadores, assim como medidas de proteção social;
 O reforço da vigilância e do controlo do espaço marítimo português
(ZEE);
 O incremento de atividades turísticas sustentadas, que não
aumentem a vulnerabilidade do litoral;
 O aproveitamento das energias renováveis (energia do mar)

*Importância
 Evita a sobre-exploração dos recursos marítimos
 Revitalização do stock
 Gera emprego
 Permite o abastecimento do mercado
Agricultura em Portugal
Em Portugal, a agricultura é uma atividade cuja
contribuição para a criação de riqueza, por exemplo, no
Produto Interno Bruto e no Valor Acrescentado Bruto,
tem vindo a decrescer. Tendência esta que se mantém
para os restantes estados membros, devendo-se
essencialmente aos
desenvolvimento das atividade dos
setores II e III, cuja participação
aumentou muito e tende a crescer,
sobretudo o setor III.
No entanto, o setor agrícola mantém
ainda algum peso:
 Na criação de emprego;
 Na ocupação do espaço e na
preservação da paisagem;
 Constitui uma base económica em algumas áreas rurais do país.

Regiões Agrárias Divisão territorial com características agrícolas afins.

As características das 9 regiões agrárias (7 – continente; 2 – ilhas),


refletem as condições naturais e a ocupação humana do território
Fatores condicionantes da agricultura

CLIMA
Coincidência do tempo quente com a estação seca e do tempo frio com
a estação húmida. Portanto falta humidade em períodos de temperaturas
elevadas e vice-versa, dificultando o desenvolvimento agrícola. Por esta
razão os agricultores veem-se obrigados a recorrer à rega no verão, o que
se torna dispendioso. Outro fator é a irregularidade dos estados de tempo
(Intra-anual → entre os meses; Interanual → entre anos).
RECURSOS HÍDRICOS
A existência de recursos hídricos é fundamental ara a produção
agrícola, pelo que se torna mais fácil e abundante em áreas onde a
precipitação é mais regular. Em áreas de menor precipitação, é necessário
recorrer a sistemas de rega artificial.
FERTILIDADE DOS SOLOS
A fertilidade do solo:
Natural (depende das características geológicas rocha - do relevo e do
clima);
Criada pelo homem (fertilização incorreta dos solos)

RELEVO
Em relevos planos, a fertilidade dos solos é geralmente maior, assim como a
possibilidade de modernização das explorações. Se o relevo for mais
acidentado, a fertilidade dos solos torna-se menor e há maior limitação no
uso de tecnologia agrícola e no aproveitamento e organização do espaço.
Formas de adaptação aos condicionalismos naturais
 CLIMA
o Construção de estufas
o Recurso a sistemas de rega
 ESCASSEZ DE RECURSOS HÍDRICOS
o Recurso a sistemas de rega mais modernos
O passado histórico é um dos fatores que permite compreender a atual
ocupação dos solos. Aspetos como a maior ou menor densidade populacional
e acontecimentos ou processos históricos refletem-se, ainda hoje, nas
estruturas fundiárias – dimensão e forma das propriedades rurais.
No Norte, a fragmentação foi favorecida por fatores como:
 Relevo acidentado; abundância de água e fertilidade natural dos solos
 Caráter anárquico do processo de reconquista e o parcelamento
(divisão) de terras pelo clero e pela nobreza
 Elevada densidade populacional
 Sucessivas partilhas de heranças beneficiando igualmente todos os
filhos
No Sul, o predomínio de grandes propriedades está relacionado com:
 Relevo mais ou menos plano (pene planícies); clima mais seco; maior
fertilidade natural dos solos.
 Feição mais organizada da reconquista e da doação de vastos domínios
ais nobres e às ordens religiosas e militares.
OBJETIVO DA PRODUÇÃO
Quando a produção se destina ao auto consumo, as explorações são
geralmente de pequena dimensão e, muitas vezes, continuam a utilizar
técnicas mais artesanais.
Se a produção se destinar ao mercado, as explorações tendem a ser de
maior dimensão e mais especializadas em determinados produtos, utilizando
tecnologia moderna (máquinas, sistemas de rega, estufas, etc.), o que
contribui para uma maior produtividade do trabalho e do solo.
POLÍTICAS AGRÍCOLAS
As políticas agrícolas – orientações e medidas legislativas – quer nacionais
quer comunitárias (UE), são atualmente fatores de grande importâncias,
uma vez que:
 Influenciam as opções dos agricultores relativamente aos produtos
cultivados (Não se pode cultivar todo o tipo de produtos. Existem
quotas para a quantidade e produtos cultivados)
 Regulamentam práticas agrícolas, como a utilização de produtos
químicos;
 Criam incentivos financeiros, apoiam a modernização das explorações,
(São dados subsídios que incentivam a cultivação de determinadas
culturas7espécies. Exemplo: o Milho está muito barato, portanto de
não houvessem subsídios, os produtores deixavam de produzir), etc.
Paisagens agrárias
Espaço rural Tudo o que está no meio rural;
Nesta desenvolvem-se atividades agrícolas, e também
outras como: o artesanato; o turismo, a produção
de energias renováveis, etc.
No espaço rural destaca-se:
Espaço agrário O que está no espaço rural mas relacionado com a
agricultura, portanto, áreas ocupadas com a produção
agrícola (animal e/ou vegetal) – pastagens e florestas;
habitações dos agricultores; infraestruturas e
equipamentos associados à atividade agrícola – caminhos;
canais de rega; estábulos; etc.
No espaço agrário individualizam-se:
Espaço agrícola Área utilizada para a produção animal e/ou
vegetal.
Superfície Agrícola Utilizada (SAU) Área ocupada com culturas.

Os sistemas de culturas (conjunto de plantas cultivadas, forma


como estas se associam e técnicas utilizadas no seu cultivo) são diferentes
de região para região, devido essencialmente, a fatores relacionados com o
relevo, o clima e os solos.
Nos sistemas intensivos, o solo é total e continuamente ocupado e,
nos tradicionais, é comum e policultura (mistura de culturas no mesmo
campo e colheitas que se sucedem umas às outras). São sistemas utilizados
em áreas de solos férteis e de abundância de água, mesmo no verão, e de
mão de obra numerosa. Por isso, predominam as culturas de regadio, que
precisam de rega regular.
Estes sistemas predominam, sobretudo, nas regiões agrárias do
Litoral Norte, na Madeira e em algumas ilhas dos Açores.
Nos sistemas extensivos, tradicionalmente dominantes em Trás-
os-Montes e no Alentejo, não há uma ocupação permanente e contínua do
solo. Pratica-se habitualmente uma rotação de culturas (a superfície
agrícola é dividida em folhas – setores – que, rotativamente, são em cada
ano, ocupadas por culturas diferentes, alternando os cultivos principais com
espécie que permitem melhorar a qualidade dos solos.
Este sistema é praticado em áreas de solos mais pobres e secos no
verão, associando-se à monocultura (cultivo de um só produto no mesmo
campo) e às culturas de sequeiro (pouca necessidade de água)
Atualmente, os sistemas extensivos (sem pousio) associam-se a
uma agricultura mecanizada e voltada para o mercado, sobretudo nas
regiões do Alentejo e Ribatejo e Oeste.
As paisagens agrárias são também caracterizadas pela morfologia dos
campos – aspeto dos campos no que respeita à forma e dimensão das
parcelas e à rede de caminhos.
Predomínio de exploração de pequena dimensão:
 Entre Douro e Minho
 Beira Litoral
 Algarve
 Madeira
 Algumas ilhas dos Açores
Predomínio de explorações de média/grande dimensão:
 Alentejo
 Ribatejo e Oeste

A diversidade das paisagens agrárias resulta também das diferentes formas


de povoamento, que variam desde a aglomeração total è pura dispersão
Nota:
O regime intensivo é praticado em solos, à partida pouco ricos.
O solo ao esgotar-se, deixa-se em pousio, mas deixar por si só, não faz com
que este se regenere, apenas não faz com a situação piore. Por isso são
plantados trevos, tremoços bravos e beterrabas para renovar o solo.
A monocultura esgota ais o solo, pois o produto plantado retira sempre a
mesma coisa do solo, por é necessário alternar as culturas.
As novas tecnologias provocam também a infertilidade do solo, pois estes
são remexidos havendo assim erosão, para além de poluir o ambiente.

Características das Explorações Agrícolas


Explorações Agrícolas Conjunto de terras, contíguas (juntas) ou não,
utilizadas total ou parcialmente para a produção
agrícola. É também uma unidade técnico-
económica e que utiliza mão de obra e fatores
de produção.
Deve satisfazer as quatro condições seguintes:
 Produzir um ou vários produtos agrícolas;
 Atingir ou ultrapassar uma certa dimensão (área, numero de animais,
etc.);
 Estar submetido a uma gestão única (um agricultor pode ter vários
terrenos juntos ou várias parcelas e a esse conjunto chama-se
exploração agrícola);
 Estar localizada num local determinados e identificável.
A distribuição regional das explorações, segundo o seu número,
evidencia um contraste Norte-Sul (com mais no norte e menos no sul) e
reflete as desigualdades no que respeita à sua dimensão.
A tendência atual é de redução do numero de explorações (que podem
ser absorvidas pelas de maior dimensão; ou pela saída de explorações de
menor dimensão) e, consequentemente, do aumento da sua dimensão média.
Predomínio de explorações de pequena dimensão:
 Beira Litoral
 Entre Douro e Minho
Predomínio de explorações de grande dimensão:
 Alentejo

Em Portugal, o grande número de pequenas explorações condiciona o


desenvolvimento da agricultura, uma vez que limita a mecanização e a
modernização dos sistemas de produção.
Notas:
Dimensão das explorações:
 Muito pequena ≤ 1 ha
 Pequena 1 ha – 5 ha
 Média 5 ha – 20 ha
 Grande 20 ha – 100 ha
 Muito Grande ≥ 100 há
Distribuição e Estrutura da SAU…

A dimensão da SAU está associada à extensão das explorações pelo que


apresenta uma distribuição regional marcada pela desigualdade, salientando-
se o Alentejo com cerca de metade da SAU nacional.
Esta desigualdade deve-se essencialmente:
 Às características do relevo
 Ocupação do solo
O relevo aplanado (peneplanícies), a fraca densidade populacional e o
povoamento concentrado permitem ao Alentejo vastas e extensas áreas
cultivadas.
O relevo mais acidentado, a maior densidade populacional e o
povoamento disperso, como a Madeira, a Beira litoral, e entre douro e
Minho, etc. a SAU ocupada é bastante menor.
A Superfície Agrícola Utilizada engloba:
Terras aráveis Ocupada com culturas temporárias e com
campos em pousio.
Culturas permanentes Plantações que ocupam a terra durante um
longo período.
Pastagens permanentes Áreas onde são semeadas espécies
destinadas ao pasto do gado.
Horta familiar Superfície ocupada com produtos hortícolas
ou frutos destinados ao autoconsumo.
Nota A composição da SAU apresenta também diferenças regionais

…Formas de exploração da SAU


Beira Litoral As terras aráveis ocupam mais de metade da SAU.
Algarve e Madeira As culturas permanentes têm uma grande
importância nesta região
Açores As pastagens permanentes ocupam quase a
totalidade da SAU – devido às condições climáticas
propícias à formação de prados naturais e a criação de
gado bovino é muito importante
Alentejo As pastagens permanentes ocupam também cerca de 2/3
da SAU desta região, onde o aumento desta reflete o
investimento na criação de prados artificiais, com
recurso a modernos sistemas de rega, sobretudo para o
gado bovino.

O agricultor pode nem sempre ser o proprietário das terras que explora,
sendo que se podem consideram 2 principais formas de exploração da
SAU:
Conta Própria O produtor também é proprietário.
Arrendamento O produtor paga um valor ao proprietário da terra
pela sua utilização.
Parceria Existe um proprietário de um terreno e este vai
ceder o seu uso a um explorador, sendo que, vão
ser ambos que vão beneficiar das despesas e
também dos lucros.
As explorações por conta próprias predominam em todo o país, com
destaque para TM e Madeira. No Açores o arrendamento é mais comum.
As explorações por conta próprias são habitualmente consideradas
vantajosas, visto que o proprietário ao querer obter o melhor resultado das
suas terras vai-se preocupar com a preservação das mesmas, para isso, pode
por exemplo: investir em melhoramentos fundiários; instalação de sistemas
de rega mais sofisticados; etc.
O arrendamento é visto, pelo contrário, como desvantajoso,
pois os arrendatários apenas querem tirar o máximo proveito das terras
desinteressando-se pela preservação destas, no entanto o arrendamento
pode evitar o abandono das terras nos casos em que os proprietários não
possam ou não queiram explorá-las
A produção Agrícola Nacional
Apesar das condições naturais; da pequena dimensão das explorações
agrícolas (Madeira e Norte do país) que condicionam os produtos cultivados,
tem-se verificado uma tendência de aumento do valor de produção vegetal e
animal.
No entanto, pode haver pequenas oscilações no valor de produção
vegetal, resultantes da variação dos preços de mercado e das condições
meteorológicas.
População Agrícola

Causas da diminuição da população agrícola:

 Desaparecimento de muitas explorações;

 Decréscimo da dimensão média do agregado familiar

 Modernização da agricultura e à melhor oferta de emprego nos

outros setores de atividade

O envelhecimento e os baixos níveis de instrução e de formação

profissional da população agrícola constituem um entrave ao

desenvolvimento da agricultura, nomeadamente:

 À adesão a inovações (tecnologia; métodos de cultivo; práticas amigas

do ambiente; etc.);

 À capacidade de investir e arriscar

 À adaptação às normas comunitárias de produção e de

comercialização.

Composição da mão de obra agrícola


A mão de obra agrícola é essencialmente familiar, representando

cerca de 80% do volume de trabalho. Nas regiões com maior dimensão

média das explorações, a importância da mão de obra agrícola não familiar é

mais relevante, sobretudo devido à maior especialização da agricultura que

é mais exigente na qualificação da mão de obra.

O papel da mulher na agricultura

As mulheres representam, oficialmente, cerca de um quarto da

população ativa na agricultura. Muitas mulheres trabalham na agricultura

mas identificam-se como domésticas, não sendo, por isso, contabilizadas em

termos estatísticos. No entanto, assiste-se a uma tendência de crescimento

da população ativa agrícola feminina.

Pluriatividade e Plurirrendimento

Em Portugal, apenas uma pequena parte da população agrícola se

dedica a tempo completo à agricultura. Na maioria dos casos, esta surge

como atividade secundária relativamente ao trabalho noutros setores.

A pluriatividade – prática, em simultâneo, do trabalho na agricultura e

noutras atividades – pode ser encarada como uma alternativa para aumentar

o rendimento das famílias dos agricultores. Deste modo, as famílias rurais

tendem a ser multifuncionais. O próprio produtor deixa de ter apenas a

função produtiva, sendo recompensado por serviços de preservação do

ambiente e das paisagens.

Pode então, falar-se de plurirrendimento – acumulação dos


rendimentos provenientes da agricultura com os de outras atividades.
Atualmente, o rendimento da maioria dos agregados familiares agrícolas
provém principalmente de outras atividades exteriores à exploração
Nota: A pluriatividade e o plurirrendimento faz aumentar o nível de
vida da população e faz com os agricultores pratiquem uma
agricultura mais amiga do ambiente uma vez que não têm o
objetivo de obter uma grande produção.

Atividade pecuária
 Faz parte da agricultura

 Faz parte do setor I

 Importante pelos produtos que fornece (carne, leite, ovos, etc.) e

também pelas matérias-primas (lã e peles – indústria de lanifícios e

curtumes – leite, carne, ovos, etc.)

 Portugal é muito deficitário em termos de carne.

Regimes na criação de gado

Regime intensivo Estábulos com recurso a rações (não

exclusivamente)

Regime extensivo Colocação do gado em pastagens (prados naturais

ou semeados, com fornecimento de algumas rações

Regime semi extensivo Pouco utilizado, pois visto que no regime extensivo,

os agricultores fornecem sempre algumas rações.

Principais espécies animais em Portugal

Gado ovino e caprino (ovelhas e cabras):

 Pouco exigentes na alimentação

 Criado em regime extensivo (nos restolhos – o que resta das culturas

- e nas pastagens naturais)

 Regiões de maior criação: Trás-os-Montes; Beira Interior; Alentejo

Gado bovino (vacas, bois)

 Espécie muito importante em termos económicos

 A sua criação tem registado grandes progressos técnicos

(inseminação artificial, controlo sanitário, alimentação racional,

seleção de espécies, etc.)

 Exigente na alimentação, necessita de boas pastagens

 Criado em regime intensivo, extensivo e misto

 Regiões de maior criação: Açores; Entre Douro e Minho; Beira Litoral

(zonas chuvosas)
Gado suíno (porcos, leitões)

 Ocupa o 2º lugar na produção primária

 No Norte do País ainda é alimentado à pia e destina-se ao auto

consumo

 Na silvicultura moderna é criado em regime intensivo com pocilgas

bem equipadas, alimentação à base de rações, cuidados sanitários e

seleção de raças

 Regiões de maior criação: Ribatejo e Oeste (± 50 % de produção),

Beira Litoral (poderá ser praticado no Alentejo em regime extensivo)

Avicultura (aves, frangos)

 Praticada especialmente em instalações especializadas (aviários),

onde a luz, a temperatura e a humidade são controladas

automaticamente e com alimentação à base de rações.

 Aparece em todo o país, perto dos aglomerados consumidores.

 Regiões de maior criação/Produção: Ribatejo e Oeste e Beira Litoral

Noções

Autóctone/Endógeno Típico de uma determinada região

Problemas estruturais da agricultura portuguesa

 Características da população (envelhecimento, falta de instrução e

formação profissional)

 Fraco desenvolvimento tecnológico e científico

 Estrutura fundiária deficiente (características da exploração)

 Deficiente utilização do solo

 Falta de associativismo e cooperativismo

 Falta de capitais

No entanto, existem muitas potencialidades que poderão contribuir para

melhorar a sustentabilidade da agricultura portuguesa.


Pontos fracos:

 Predomínio de explorações de pequena dimensão

 Baixa densidade populacional e envelhecimento demográfico nos

meios rurais

 Baixos níveis de instrução de agricultores e insuficiente nível de

formação profissional dos produtores

 Baixo nível de adesão às tecnologias de informação e comunicação nas

zonas rurais e fraca capacidade de inovação e modernização

 Falta de competitividade externa

 Imagem dos produtos agrícolas portugueses pouco desenvolvida nos

mercados externos

 Abandono dos espaços rurais

 Elevada percentagem de solos com fraca aptidão agrícola.

Pontos fortes:

 Condições climáticas propícias para certos produtos, em especial

mediterrânicos

 Existência de recursos genéticos com vocação para o mercado

(variedade de produtos)

 Aumento da especialização das explorações

 Potencial para produzir com qualidade e diferenciação

 Pluriatividade da população Agrícola nas áreas com maior

diversificação do emprego, o que ajuda a evitar o abandono

 Utilização crescente de modos de produção amigos do ambiente.

Dependência Externa
A produção agrícola nacional não permite satisfazer as necessidades

de consumo interno, pelo que a balança alimentar portuguesa, continua a

ser deficitária em grande parte dos produtos, mantendo-se, assim, uma

forte dependência externa.

Para além da produção agrícola ser insuficiente há outros fatores que

contribuem para a importação:

 A livre circulação de mercadorias na U.E.


 Facilidades de transporte
 A agressividade do marketing
 A globalização da economia
 Aumento da exigência dos consumidores portugueses
 Os nossos preços são mais elevados (devido aos custos de produção
elevados, mão de obra cara, falta de inovação, etc.)
Rendimento e Produtividade

 O rendimento é de: 1ton/ha ProduçãoSups.explorada


 A produtividade é de: 500Kg Produçãomão-de-obra

Apesar da evolução positiva dos níveis de rendimento e de produtividade da

agricultura portuguesa, estes continuam a ser inferiores à média

comunitária, o que dificulta a nossa competitividade. Para esta situação,

contribuem fatores como:

 Condições meteorológicas irregulares e, muitas vezes, desfavoráveis;

 Características da população agrícola: envelhecida e com baixos níveis

de instrução e de formação profissional;

 Utilização ainda muito significativa de técnicas tradicionais;


 Uso inadequado de adubos e pesticidas;

 Predomínio de explorações de pequena dimensão;

 Desajustamento frequente das culturas à aptidão dos solos;

 Elevados custos de produção, incluindo custos de combustíveis e

impostos superiores aos da maioria dos países da UE;

 Pesados encargos financeiros do crédito a que os agricultores têm de

se sujeitar para modernizar as suas explorações

Utilização do solo

A falta de competitividade dos produtos portugueses face aos

produtos comunitários, resulta dos baixos níveis de rendimento e de

produtividade.

Os baixos níveis de rendimento e produtividade devem-se a

variadíssimos fatores, de ordem natural e de ordem estrutural.

Um fator importantíssimo é a deficiente gestão e utilização do solo arável,

uma vez que se verifica:

 Desajustamento entre a área cultivada e a sua aptidão para

agricultura (muitas atividades agrícolas se desenvolvem em solos

pouco aptos para a agricultura)

 Desajustamento entre características dos solos e as culturas

praticadas

 Sistemas de produção inadequados

 Sistema extensivo e pousio absoluto (erosão dos solos)

 A monocultura (empobrecimento e esgotamento de determinados

nutrientes)

 Excessiva mecanização (contribui para a compactação dos solos)

 Utilização excessiva ou incorreta de fertilizantes químicos e

pesticidas no sistema intensivo.


 Vulnerabilidade dos solos face à erosão. Elevado risco de erosão

devido:

 Os fogos (diminuem a capacidade de retenção de água nos solos,

expondo-os à erosão)

 Características dos solos e do declive

 Regime pluviométrico (muito concentrado)

 Temperaturas elevadas (no verão) que levam à perda de matéria

orgânica

 Destruição de cobertura vegetal e mobilização dos solos (lavrar os

solos torna-os menos férteis, ou seja, há mais erosão)

A má utilização do solo tem conduzido a um problema ainda maior – uma

parte significativa do território continental, sobretudo no Interior e no Sul,

apresenta uma tendência para a desertificação. As várias áreas de floresta

ardida durante os meses de verão agravem esta tendência.

Perante problemas como a redução da qualidade dos solos e a sua

incorreta utilização, o ordenamento territorial assume um papel de grande

importância, uma vez que permitirá adequar diferentes utilizações do solo

às suas aptidões naturais, impedindo que, por exemplo, se continue a ocupar

solos de grande qualidade e próprios para a agricultura com construção

urbana e industrial.

Necessidade de emparcelamento (folha à parte)

A PAC (Politica Agrícola Comum)

Em 1957 o Tratado de Roma define os objetivos da PAC que entra

em vigor em 1962, altura em que os países comunitários se apresentavam


muito dependentes do estrangeiro relativamente ao aprovisionamento de

produtos agroalimentares e com grande representatividade da agricultura

no emprego e no PIB dos países fundadores (Itália, França, Alemanha e

BENELUX – Bélgica, Holanda e Luxemburgo)

Objetivos iniciais da PAC:

 Aumentar a produção agrícola

 Melhorar o nível de vida dos agricultores

 Assegurar preços razoáveis dos produtos agrícolas junto dos

consumidores

 Proteger os produtos comunitários da concorrência estrangeira

A PAC assenta em 3 princípios fundamentais (pilares da PAC):

 Unicidade de mercado

Criação da OCM (Organização Comum de Mercado) - Para cada um dos

produtos, conseguida através da definição de preços institucionais e de

regras de concorrência, ou seja, para cada produto é determinado um preço

os proteger da concorrência estrangeira.

 Preferência comunitária

Preferência comunitária (preferir produtos comunitários) – Pretende

evitar a concorrência de produtos de outros países, através do

estabelecimento de um preço mínimo para as importações e de subsídios

para as exportações

 Solidariedade financeira

Pressupões que os custos de funcionamento da PAC sejam suportados

em comum, a partir de um fundo comunitário, o FEOGA (Fundo Europeu de

Orientação e Garantia Agrícola)

FEOGA – Orientação: Financia os programas e projetos destinados a

melhorar as estruturas agrícolas (construção de


infraestruturas agrícolas, redimensionamento das

explorações, etc.)

FEOGA - Garantia: Financia as despesas de regulação dos preços e

dos mercados (apoio direto aos agricultores,

despesas de armazenamento, etc.)

Nota: Em 2006 deixa de existir a FEOGA e foram criados o FEAGA –

Fundo Europeu Agrícola de Garantia – e o FEADER – Fundo

Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural.

(A OCM destinou-se a: Regular, coordenar e organizar o mercado de

produtos agrícolas no espaço da U.E.)

Todas as despesas e gastos com a aplicação da PAC são suportados

pelo FEOGA, que mais tarde foi substituído pelo FEAGA e pelo FEADER

Para a concretização dos objetivos foram implementadas medidas

para a modernização do setor ao nível das técnicas e das tecnologias para

apoiar a investigação científica, para garantir o escoamento dos produtos e

os respetivos preços de mercado

Os resultados da PAC acabaram por exceder as expectativas:

 A produção agrícola triplicou

 Reduziram-se a superfície e a mão de obra utilizadas

 Aumentaram a produtividade e o rendimento dos agricultores

Os aspetos negativos da PAC (principais problemas gerados pela aplicação

da PAC:

 Criação de excedentes agrícolas em quantidades impossíveis

de escoar nos mercados, gerando custos muito elevados de

armazenamento.

 Desajustamento entre a produção e as necessidades do

mercado. A oferta tornou-se maior do que a procura.


 Peso muito elevado da PAC no orçamento comunitário,

comprometendo o desenvolvimento de outras políticas

 Tensão entre os principais exportadores mundiais, devido às

medidas protecionistas à política de incentivos à exportação.

 Graves problemas ambientais motivados pela intensificação das

produções, com utilização de numerosos produtos químicos.

Nota: Medidas para proteger os produtos nacionais:

 Encarecer os produtos estrangeiros;

 Vender os produtos nacionais a preços baixos

 Subsídios atribuídos pelo Estado

Com resultado, a PAC teve de passar por diversas reformas, uma mais bem

sucedidas que outras:

1984 Criação do sistema de quotas, relativamente aos produtos

excedentários (inicialmente aplicado ao setor do leite)

1988 Alargamento das quotas a mais produtos

Criação do set-aside – retirada de 15% (posteriormente

reduzidos para 5%, em 1996) da área da produção de cereais,

em explorações que ultrapassavam as 92 toneladas por ano,

sendo atribuído um subsídio compensatório de valor idêntico ao

que seria obtido caso as terras tivessem sido cultivadas.

Medidas para reduzir as terras cultivadas – o agricultor passa

a ser pago para não produzir.

1992 Foi levada a cabo a mais significativa reforma da PAC, tendo

como principais objetivos o reequilíbrio entre a oferta e a

procura e a promoção de um maior respeito pelo ambiente.

Em virtude dos resultados pouco satisfatórios assiste-se a uma

profunda reforma da PAC – Surge a “Nova PAC”. O principal


objetivo deixa de estar centrado no produtor para passar a

centrar-se no produto. O agricultor para além de produtor

passa a ser fundamental no desenvolvimento e ordenamento do

espaço rural e da proteção do ambiente. São introduzidas as

ajudas diretas (por animal e hectare). Promoção de uma maior

respeito pelo ambiente. Para atingir estes objetivos

procedeu-se à:

 Diminuição dos preços agrícolas garantidos

 Criação de ajudas diretas aos produtores sem ligação com as

quantidades produzidas

 Definição de medidas para melhorar os sistemas de produção,

de modo a torná-los mais amigos do ambiente, nomeadamente, o

incentivo:

. Ao pousio temporário
. Às reformas antecipadas para os agricultores idosos
. A prática da agricultura biológica
. À silvicultura
. Ao desenvolvimento da pluriatividade
. À orientação para novas produções industriais ou energéticas.

A reforma de 1992 teve alguns resultados positivos. Contudo, mantiveram-

se problemas de fundo como a insuficiência na aplicação de apoios, a

intensificação dos problemas ambientais e o acentuar das diferenças de

rendimento entre agricultores.

1999 Criação da “agenda 2000”, uma nova reforma com

implementação para o período 2000/2006. A agricultura é

encarada nas suas múltiplas vertentes, económica, ambiental e

rural. Surgem novos desafios a que a PAC terá de responder,

entre eles, o maior alargamento da U.E. em 2004, com 10

países. As medidas continuam a basear-se nos cortes à


produção e nas compensações por perda de rendimento. O

consumidor passa a ter prioridade sobre o produtor.

2003 Esta reforma deriva da necessidade de facilitar as negociações

multilaterais do comércio no âmbito da OMC e melhorar a

resolução dos problemas decorrentes do alargamento da U.E. a

novos países (10+2 – dez em 2004 3 2 em 2007). Aprofunda as

metas da agenda 2000 e reforça a política de desenvolvimento

rural (produção de produtos de qualidade, seguros do ponto de

vista alimentar, tradicionais, com denominação de origem

criando condições para uma agricultura sustentável)

As últimas reformas da PAC criaram:


 O pagamento único (por exploração, independente da produção, dando
aos agricultores a possibilidade de adaptarem a sua produção ao
mercado)
 O regime de condicionalidade (conjunto de exigências ambientais,
cujo não cumprimento, por parte dos agricultores, leva ao não
pagamento integral das ajudas). O pagamento e as ajudas são feitos
em função da preservação do ambiente e não da produção, permitindo
aos agricultores adaptar-se ao mercado.
 O reforço das medidas de apoio ao desenvolvimento rural
 O regime de modulação (redução de ajudas (os montantes mais
elevados, correspondentes às maiores explorações eram reduzidos
numa determinada percentagem) e a sua canalização para o
desenvolvimento rural).

A partir de 2006 a PAC assenta em dois pilares:


1º Pilar (financiado pelo FEAGA) – de apoio à produção agrícola:

 Ajudas diretas de pagamento único por exploração (área)

 Outras medidas de mercado

2º Pilar (financiado pelo FEADER) – De apoio ao desenvolvimento rural.

Nota: Os fundos tendem a aumentar no segundo Pilar, em detrimento ao

apoio direto (1º pilar)

Portugal e a PAC

Portugal não ficou logo exposto à PAC, teve apoios específicos:

 O PEDAP: até 1993 (era para ser até 1995)

 O PAMAF: de 1994 a 1999

Apoios à agricultura portuguesa

 QCA I – até 1993 – PEDAP

 QCA II – de 1994 a 1999 – PAMAF

 QCA III – de 2000 a 2006 – Programa AGRO e Medida AGRIS

 QREN – de 2007 a 2013 – Continua o AGRO e o AGRIS

QCA – Quadro Comunitário de Apoio

QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional

Nota: O Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural (para o

período 2007-2013) assenta em três eixos prioritários e nos projetos

LEADER

Programa AGRO

Dois Grandes objetivos:

 Melhorar a competitividade Agroflorestal e a sustentabilidade rural

 Reforçar o potencial humano e os serviços à agricultura e áreas

rurais

Objetivos específicos:
 Reforçar a competitividade económica das atividades e fileiras

produtivas agroflorestais

 Incentivar a multifuncionalidade das explorações agrícolas

 Promover a qualidade e a inovação da produção agroflorestal e

agrocultural

 Valorizar o potencial específico dos territórios

 Melhorar as condições de vida e de trabalho e o rendimento agrícola

 Reforçar a organização e a iniciativa das associações de agricultores

Medida AGRIS
8 Ações – 8 objetivos:

1. Diversificação da pequena agricultura


2. Desenvolvimento de produtos de qualidade
3. Gestão sustentável e estabilidade ecológica das florestas
4. Serviços à agricultura
A integração da agricultura portuguesa e os resultados
A agricultura portuguesa encontrava-se económica e tecnicamente

estagnada, quando se iniciou, em 1977, o processo de adesão:

 Contribuía com 17% para a formação do PIB e 30% para o emprego

 A produtividade e o rendimento eram muito inferiores aos dos

restantes países-membros

 O investimento era muito reduzido e as técnicas pouco evoluídas

 As infraestruturas agrícolas eram insuficientes e as características

das estruturas fundiárias dificultavam o desenvolvimento do setor

 Havia pouca experiência em matéria de concorrência nos mercados

internos e externos.

Benefícios da PAC

Recebeu no âmbito da PAC – PEDAP recursos financeiros cofinanciados pelo


FEOGA Orientação que permitiu:
 Melhorar as infraestruturas como a eletrificação e os caminhos

 Modernizar os sistemas de rega e drenagem

 Promover a formação profissional

 Fomentar o associativismo agrícola

 Melhorar a conversão dos solos

 Melhorar as estruturas de produção e as condições de transformação

e comercialização dos produtos. No final do segundo QCA II (1994-

1999), Portugal encontrava-se numa situação mais favorável

 O número de explorações diminuiu

 A dimensão média das explorações aumentou, permitindo uma maior

potencialização do solo.

 Introdução de culturas industriais e valorização de culturas

energéticas e das culturas mediterrânicas

 Aumento da mecanização dos campos

 Benefício para os consumidores (queda de preços dos produtos

agrícolas devido há maior concorrência)

 Aumento da área das pastagens e redução das terras aráveis

 Especialização de culturas atendendo à aptidão dos solos

 Permitiu ajudas diretas e fixas aos agricultores

 O Pagamento de reformas antecipadas aos agricultores

 Incentivou a reflorestação

 Apoio à agricultura biológica


Desvantagens da PAC

 Não beneficiou dos apoios à produção

 Foi penalizado, por um excedente da produção, pelo qual não tinha

sido responsável

 Os preços ao produtor têm diminuído devido à concorrência dos

produtos estrangeiros

 Como as explorações portuguesas são de pequena dimensão, o

subsídio aos agricultores portugueses foi sempre de pequena escala

(Os apoios financeiros são atribuídos em função da produção ou da

área)

 Os investimentos nos projetos cofinanceiros por fundos comunitários

levaram ao endividamento dos agricultores.

 As maiores desvantagens para a agricultura portuguesa são as quotas

de produção de leite e cereais

 Portugal é penalizado pela produção de excedentes, mesmo quando

não contribui para eles.

Potencializar a agricultura Portuguesa

 Beneficiando dos apoios comunitários

Utilizar de forma equilibrada os fundos comunitários

 Reforçando a competitividade

 Modernizar os meios de produção e transformação

 Investir em tecnologia produtiva e nas infraestruturas:

Reestruturando as explorações (emparcelamento), melhorando a

produção e a transformação (responder às necessidades de mercado

e produzir com qualidade)

 Melhorando a distribuição e comercialização dos produtos


O associativismo Organização dos produtores em cooperativas,
associações ou por outras formas – desempenha um papel
importante que permite:
 Defender melhor os interesses dos produtores
 Aumentar a informação sobre os mercados
 Melhorar a promoção dos produtos
 Garantir a sua comercialização
 Aumentar a capacidade de negociação dos mercados
 Evitar a atuação abusiva dos intermediários
 Otimizar recursos e equipamentos
 Facilitar o acesso ao crédito e a aquisição de tecnologia
 Proporcionar informação sobre novas técnicas e práticas de produção
e sobre a possibilidade de aceder a projetos e programas de apoios
financeiros.

 Valorização os recursos humanos

Através do rejuvenescimento da população agrícola e do aumento do seu

nível de instrução e qualificação profissional.

Este rejuvenescimento dependerá da criação de condições de vida atrativas

à fixação da população jovem e de condições ora que os jovens se possam

dedicar à atividade agrícola.

 Reduzindo o impacte ambiental

Pois a aplicação de químicos na agricultura, o uso de pesticidas em geral,

entre outros, poderão provocar ou agravar a contaminação de solos e de

águas subterrâneas e superficiais. A diminuição do pousio, a passagem do

sequeiro para o regadio, a utilização de instrumentos mais potentes entre

outros, contribui para a erosão dos solos e a diminuição da qualidade do

habitat de muitas espécies.

 Fomentando práticas ecológicas


A prática da agricultura biológica* integra-se na perspetiva de produzir com qualidade,
preservando os recursos e protegendo o meio natural, ou seja de forma sustentável.

A agricultura portuguesa tem do seu lado o facto de não ter ido tão

longe na intensificação da produção e no uso de produtos químicos e


maquinaria como os restantes países da UE–15. Assim, como mantém ainda

muitos métodos tradicionais, o desenvolvimento da agricultura biológica

torna-se mais fácil. Além disso, o período de transição, dentro das normas

da PAC, também não terá de ser tão longo.


*A agricultura biológica é um modo de produção que respeita os mecanismos ambientais de
controlo de pragas e doenças, na produção vegetal e na criação de animais, não necessitando
de recorrer a pesticidas sintéticos, herbicidas e fertilizantes químicos, hormonas de
crescimento, antibióticos e manipulações genéticas. Pelo contrário, a produção biológica utiliza
diferentes técnicas que contribuem para o equilíbrio do ecossistema e para reduzir a poluição.

Medidas agroambientais
 Proteção integrada
 Produção integrada
 Agricultura biológica
 Melhoramento do solo e luta contra a erosão
 Sistemas forrageiros extensivos
 Redução da lixiviação de agroquimicos para aquíferos
Noções
Forragens Base de alimentação dos animais
Transgénicos Produtos geneticamente modificados
Culturas forrageiras
 Milho
 Capim
 Aveia
 Centeio
 Trevo
 Prados (semeados ou espontâneos)
 Luzerna
 Triticale cereal híbrido, resultante do cruzamento do trigo e do
centeio

A multifuncionalidade do espaço rural


A multifuncionalidade implica a pluriatividade e permite o plurirrendimento.
Implica também um esforço da preservação dos valores, da cultura, do
património e da mobilização e potencialização dos recursos
locais/endógenos.

A viabilidade de muitas comunidades rurais passa pela diversificação da sua


economia (multifuncionalidade), como por exemplo:
 Turismo no espaço rural (TER)
 Produtos regionais
 Artesanato
 Indústria nas áreas rurais
 Os serviços
 A silvicultura
 A produção de energia renováveis
A diversidade das áreas rurais
As áreas rurais portuguesas apresentam alguma diversidade de
características, problemas e potencialidades.
Pontos fracos
 Perda e envelhecimento da população
 Baixo nível de qualificação dos recursos humanos
 Predomínio de exploração de pequena dimensão económica
 Falta de emprego
 Abandono das terras agrícolas
 Carência de equipamentos sociais, Culturais, recreativos e de serviços
de proximidade
Potencialidades
 Património histórico, arqueológico, natural e paisagístico rico e
diversificado
 Importante valor paisagístico das culturas, como a vinha, o olival, o
pomar, e de espécies florestais como o montado e os soutos
 Baixos níveis de poluição e, de um modo geral, elevado grau de
preservação ambiental
 Tendência para a melhoria das infraestruturas coletivas e
equipamentos sociais e de rede de acessibilidades
 O saber fazer tradicional, que, muitas vezes valoriza os recursos
naturais da região

Poderão também constituir elementos de oportunidade determinadas


tendência de procura sa sociedade atua, como a:
 Crescente valorização de produtos e qualidade e atividades de lazer
associadas a diferentes regiões e paisagens rurais do país
 Valorização das energias renováveis, que podem ser produzidas no
espaço rural ou a partir de produtos de origem agroflorestal
 Preocupação coma a preservação dos recursos naturais e do ambiente
Turismo no Espaço Rural (TER)
Conjunto de atividades e serviços de alojamento e animação em
empreendimentos de natureza familiar, no espaço rural
O turismo e outras atividades recreativas e de lazer nas áreas rurais
têm vindo a assumir uma crescente importância a nível nacional. O TER tem
como objetivo principal oferecer aos turistas oportunidades de conviver
com as práticas, as tradições, e os valores da sociedade rural, valorizando
as particularidades das regiões no que elas têm de mais genuíno, desde a
paisagem à gastronomia e aos costumes. Assim, pode constituir, uma
importante fator de desenvolvimento das áreas rurais
Razões para a tendência de aumento da procura do Ter
 O maior interesse pelo património, pela natureza e sua relação com a
saúde
 A necessidade de descanso e evasão e a busca d e paz e tranquilidade
 A valorização da diferença e da oferta turística mais personalizadas
 O aumento dos tempos de lazer e no nível de instrução cultural da
população
 A crescente mobilidade da população e a melhoria das acessibilidades
Modalidades e turismo no espaço rural
 Turismo de habitação
Desenvolve-se em solares, casa apalaçadas ou em residência de
reconhecido valor arquitetónico, com dimensões adequadas e mobiliário e
decoração de qualidade. Caracteriza-se por um serviços de hospedagem de
natureza familiar e de elevada qualidade
 Turismo rural
Desenvolve-se em casa rustica particulares, com características
arquitetónicas próprias do meio rural onde estão inseridas. Têm,
geralmente, pequenas dimensões e mobiliário simples e são utilizadas como
habitação do proprietário, o que dinamiza também a estadia dos visitantes
 Agroturismo
Caracteriza-se por permitir que os hóspedes, que observem, aprendam e
participem nas atividades das explorações agrícolas, em tarefas como a
vindima, a apanha da fruta, a desfolhadas, a ordenha, o fabrico de
mel/vinho, etc.

 Casas de campo
Casas rurais e abrigos de montanha onde se presta hospedagem,
independentemente do proprietário nelas residirem ou não
 Turismo de aldeia
Desenvolve-se em empreendimentos que incluem, no mínimo, 5 casa
particulares inseridas nem aldeias que mantêm, no seu conjunto, as
características arquitetónicas e paisagísticas tradicionais da região. Esta
iniciativa contribui também para melhorar as acessibilidades a aldeias, que,
em muitos casos, se encontram isoladas e para a criação de emprega na
restauração, nos postos de turismo, nas atividades de dinamização, no
comércio local e no artesanato, o que poderá combater o despovoamento de
certas áreas mais desfavorecida. Incluem-se nesta forma de turismo as
“aldeias históricas”
Outras formas de turismo no espaço rural
Turismo ambiental
É cada vez mais procurado, pela aventura, pelo contato com a
natureza e pela multiplicidade de atividades ao ar livre. As áreas
protegidas, localizadas, na sua maioria, em áreas rurais, são espaços
privilegiados para o turismo ambiental
Turismo fluvial
Valoriza a importância da água como fonte de lazer. Esta forma de
turismo tem ganho cada vez adeptos, que preferem a calmia dos espelhos de
água do interior ao rebuliço das praias do litoral.
Turismo gustativo e ou etnoturismo, são das formas mais antigas de
turismo em áreas rurais. O primeiro cria emprego nas atividades de
preservação do ambiente, nas zonas de caça turística e associativa. As
termas aproveitam as características específicas das águas subterrâneas e
têm sido elementos importantes na dimensão turística de muitas áreas
rurais no do nosso país

A sustentabilidade do turismo
O turismo sustentável é aquele que respeita o ambiente e valoriza os
recursos disponíveis sem comprometer o futuro
Desenvolver produtos de qualidade
A grande variedade de produções animais e vegetais tradicionais das
regiões deve não só ser preservada, como também potencializada.
Os produtos regionais constituem uma importante via para a obtenção de
rendimentos suplementares, uma vez que são obtidos através de sistemas
de produção extensivos, o que lhes acrescenta qualidade.
O artesanato, também constitui uma forma de diversificar as atividades
rurais e criar emprego, para além de ser um elemento representativo na
identidade cultual que importante preservar

Certificação dos produtos


DOP - Denominação de Origem Protegida
IGP – Indicação geográfica protegida
ETG – Especialidade tradicional garantidas

Indústria e desenvolvimento rural


Nas áreas rurais, são frequentes as indústrias associadas a:
Produção agropecuária Conserva de frutas e vegetais, transformação do
tomate, lacticínios e carne, lanifícios, vestiário,
couro, etc.
Exploração florestal Serrações, carpintarias, corticeiras,
mobiliário, etc.
Extração e transformação Rochas e minerais

Ao criar emprego, direta ou indiretamente, a indústria contribui para fixar


e atrair população, gerando importantes efeitos multiplicadores:
 Promove, a montante, o desenvolvimento de atividades produtoras de
matéria-prima, nomeadamente, a agriculturas, a pecuária, a
silviculturas, etc.
 Desenvolve, a jusante, outras indústrias complementares e
diferentes serviços
 Aumenta a riqueza produzida, pois o valor acrescentado às matérias-
primas reverte, pelo menos em parte, a favor das regiões onde se
instala
Fatores de atração da indústria
A instalação de industrias nas áreas rurais ou em cidade de pequena e média
dimensão localizadas em áreas predominantemente rurais pode ser
promovida pela oferta de:
 Mão de obra relativamente barata
 Infraestruturas e boas acessibilidades
 Serviços de apoio à atividade produtiva
 Proximidade de mercados regionais com alguma importância
 Medidas de política local e central (incentivos para a instalação de
empresas) – redes de transporte e de telecomunicação, loteamentos
industriais infraestruturados e a preços atrativos, facilidade de
acesso ao crédito, subsídios fiscais e formação Professional dos
recursos humanos
O papel dinamizador dos serviços
O incremento dos serviços é fundamental para o desenvolvimento das
regiões mais desfavorecidas, onde assumem um duplo papel, promovendo a
melhoria da qualidade de vida e criando postos de trabalho.
A oferta de serviços de proximidade, como os que se encontram
ligados ao abastecimento de água, eletricidade, telefone, saúde, apoio a
idosos e jovens, e de outros mais diversificados, relacionados com a cultura,
o desporto e o lazer, garantem uma melhor qualidade de vida às populações
rurais e constituem um estímulo essencial à sua permanência, sendo também
uma forma de cativar novos habitantes
Desenvolvimento da silvicultura
As áreas de floresta são uma parte essencial dos espaços rurais em
Portugal, podendo constituir um fator fundamental do seu desenvolvimento
sustentado, pelo contributo para o emprego e para o rendimento, mas
também pela sua importância social e ecológica. Em Portugal, a floresta
caracteriza-se por uma grande diversidade o que permite uma grande
variedade de produção.
Entre as funções desempenhadas pelas áreas florestais, destacam-
se:
 A Função Económica, produzindo matérias-primas e frutos, gerando
emprego e riqueza
 A Função Social, proporcionando ar puro e espaços de lazer
 A Função Ambiental, contribuindo para a preservação dos solos, a
conservação da água, a regularização do ciclo hidrológico, o
armazenamento do carbono e a proteção da biodiversidade.

Problemas:
Os diferentes planos e projetos de que foi alvo o setor florestal português,
até agora, ainda não atingiram os objetivos previstos na promoção do seu
desenvolvimento sustentado, mantendo-se problemas como:
 A fragmentação da propriedade florestal, agravada pelo
desconhecimento frequente dos seus limites por parte dos
proprietários, dificultando a organização e impossibilitando a gestão
da floresta;
 Abaixa rendibilidade, devido ao ritmo lento de crescimento das
espécies;
 O elevado risco da atividade, pelos incêndios florestais frequentes
no verão;
A estes problemas acrescentam-se o despovoamento e o abandono de
práticas de pastorícia e de recolha do mato para os animais, que limpavam
o substrato arbustivo.
Soluções
Para que o desenvolvimento da silvicultura seja real e possa tornar-se,
efetivamente, um contributo para o aumento do rendimento das populações
rurais, é necessário que se tomem medidas como:
 Promoção do emparcelamento, através de incentivos e da
simplificação jurídica e fiscal;
 Criação de instrumentos de ordenamento e gestão florestal,
contrariando o abandono florestal;
 Simplificação dos processos de candidatura a programas de apoio à
floresta;
 Promoção do associativismo, da formação profissional e da
investigação florestal;
 Diversificação das atividades nas explorações florestais e
agroflorestais;
 Combate à vulnerabilidade a pragas e doenças;
 Prevenção de incêndios
o Limpeza de matos, povoamentos e desbastes;
o Melhoria da rede viária e de linhas corta-fogo;
o Otimização dos pontos de água;
o Abertura de faixas de segurança nos locais de combustão
permanente, como lixeiras;
o Aquisição e otimização de máquinas e materiais para limpeza e
desmatação;
o Campanhas de sensibilização sobre práticas de bom uso do
fogo;
o Melhoria da coordenação dos meios de deteção e combate de
fogos.

Produção de energia renováveis


A produção de energia a partir de fontes renováveis é uma das
formas de valorizar os recursos disponíveis nas áreas rurais e de criar
novas oportunidades de produção, com o cultivo de espécies destinadas à
produção de energia. É um setor para o qual existem boas condições em
Portugal e que pode contribuir para a criação de emprego e riqueza nas
áreas rurais, respondendo também às preocupações e metas da política
energética nacional e comunitária
Estratégias de desenvolvimento rural
O desenvolvimento rural tem vindo a ser alvo de crescente
preocupação das políticas de desenvolvimento regional. Desde a Agenda
2000, têm vindo a ser aprofundadas medidas de apoio ao desenvolvimento
rural, o qual foi consagrado como segundo pilar da PAC. Entre essas medidas
financiadas pelo FEOGA, no âmbito do QCA e do Programa Agro, contam-se:
 As medidas agroambientais, que incentivam os métodos de
produção agrícola que visam a proteção ambiental;
 As indemnizações compensatórias para as zonas
desfavorecidas, que contribuem param a manutenção de uma
agricultura sustentável do ponto de vista ambiental;
 Os apoios à silvicultura, para a sua gestão sustentável;
 A iniciativa comunitária LEADER.
Nos espaços de baixa densidade, geralmente existe menor qualidade
de vida, devido à menor acessibilidade e à reduzida oferta de bens e
serviços. Assim, as políticas de desenvolvimento local deveriam assentar
num princípio de maior igualdade na distribuição dos bens e serviços.
Iniciativa LEADER
É uma iniciativa comunitária que visa incentivar a aplicação
estratégias originais e integradas de desenvolvimento sustentável,
através da valorização do património natural e cultural, do reforço do
ambiente económico, no sentido de contribuir para a criação de postos de
trabalho e da melhora da capacidade organizacional das respetivas
comunidades
Pela sua importância no apoio comunitário ao desenvolvimento rural,
salienta-se a iniciativa LEADER – Ligação Entre Ações de Desenvolvimento
da Economia Rural – que incentiva projetos piloto de desenvolvimento rural
integrado. No QCA III (2000-2006) passou a designar-se LEADER +,
continuando a abranger os mesmos territórios no perido de 2007-2013, mas
com a evolução a nível dos projetos de desenvolvimento.
O LEADER + desenvolve-se a partir dos Grupos de Ação Local (GAL),
em parceria com o setor privado, que, refletindo sobre as potencialidades
endógenas, se candidatam à iniciativa e se encarregam de elaborar e aplicar
uma estratégia de desenvolvimento para a área rural que representam,
através de Planos de Desenvolvimento Local (PDL)
As Comunidades locais é que representam as suas próprias
estratégias de desenvolvimento e os grupos de ação local é que representam
os projetos.
A Política de Desenvolvimento Rural definida para 2007-2013
continua a valorizar a sustentabilidade das áreas rurais, promovendo a sai
competitividade e a melhoria do ambiente e da qualidade de vida

A finalidade da Estratégia nacional para a agricultura e o


desenvolvimento rural consiste em promover a competitividade do setor
florestal e dos territórios rurais de forma sustentável, Para isso, foram
definidos 3 eixos fundamentais, expressos nos objetivos Estratégicos,
complementados com os 2 desígnios nacionais, definidos como Objetivos
Transversais
Objetivos Estratégicos
 Aumentar a competitividade dos setores agrícola e florestal
(desenvolver a silvicultura)
 Promover a sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos
naturais. Melhorar o ambiente (ajuda às medidas agroambientais)
 Revitalizar económica e socialmente as zonas rurais. Melhorar a
qualidade de vida.
Objetivos Transversais
 Reforçar a coesão territorial e social.
 Promover a eficácia da intervenção dos agentes públicos, privados e
associativos na gestão sectorial e territorial.
Um quarto eixo, denominado «eixo LEADER», baseado na experiência
adquirida com as iniciativas comunitárias LEADER, introduz a possibilidade
de abordagens locais do desenvolvimento rural.
Espaço Rural
Espaço onde o solo é predominantemente ocupado por áreas de cultivo,
prevalecendo por isso atividades do setor I
Espaço Urbano
Espaço onde o solo é predominantemente ocupado por áreas residenciais e
por atividades dos setores II e, sobretudo terciário, nas quais se ocupa a
grande maioria da população ativa
Características do Espaço rural e do espaço urbano

Noções
Cidade Aglomerado populacional de certa importância onde as
pessoas se ocupam essencialmente na indústria, no
comércio e nos serviços
Centro urbano Engloba todas as sedes de distrito com mais de 5
mil habitantes

Critérios de definição de cidade


 Critério Demográfico
O critério demográfico valoriza o número de habitantes e/ou a
densidade populacional, definindo um limiar mínimo, a partir do qual as
aglomerações populacionais são consideradas cidades.
Este critério levanta alguns problemas, uma vez que existem
aglomerados suburbanos com um elevado número de habitantes e forte
densidade populacional que funcionam, principalmente, como dormitórios em
relação a uma cidade próxima, sem deterem uma função relevante além da
residencial

 Critério Funcional
O critério funcional tem em conta a influência exercida pela cidade
sobre as áreas envolventes e o tipo de atividades a que a população se
dedica, que devem ser maioritariamente dos setores II e III. Muitas das
cidades apesar de terem um número de habitantes relativamente reduzido,
desempenham funções importantes e estabelecem relações de
interdependência com a sua área envolvente.

 Critério Jurídico
O critério jurídico-administrativo aplica-se às cidades definidas por
decisão legislativa. São exemplos as capitais de distrito e as cidades criadas
por vontade régia, como forma de incentivar o povoamento, de recompensar
serviços prestados ou de garantir a defesa de regiões de fronteira ( o rei
decide que determinada localidade deveria ser cidade)

Atualmente, em Portugal, são a Assembleia da República e as


Assembleias Regionais dos Açores e da Madeira que legislam sobre a
categoria das povoações, conjugando os critérios demográfico, funcional e
jurídico-administrativo. A atual lei admite uma ponderação diferente em
casos que, por razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica,
possam justificar a elevação de uma vila a cidade

Atualmente torna-se difícil delimitar uma cidade devido:


 Desenvolvimento das vidas de comunicação que permitem uma grande
flexibilidade na implementação das atividades económicas e na
fixação de residência levando a cabo a difusão das áreas residenciais
e das atividade tradicionalmente urbanas.
Elevação de Vila a Cidade
Muitas áreas portuguesas foram noutros tempos elevadas à categoria
de cidade pelo Rei como recompensa ao senhor donatário local ou perante
um feito histórico relevante. Noutros casos resultou do agradecimento a
povo pelos seus serviços na guerra. Outras surgiram com o objetivo de
assegurar a defesa de áreas do país próximas da fronteira, outras por
reconhecimento da sua função de religiosa.
Estas elevações tinham um significado mais simbólico do que
geográfico ou funcional. Nenhuma destas desapareceu, embora nem todas
se tenham mantido dinâmicas e dinamizadoras. Algumas entraram mesmo em
declínio.

Uma vila só é elevada à categoria de cidade se tiver mais de 8 mil


habitantes e pelo menos metade destes serviços:
 Instalações hospitalares
 Farmácias
 Bombeiros
 Bibliotecas/museus
Nota Importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica,
poderão justificar uma ponderação diferente nos requisitos
enunciados.

Portugal mais urbano


Em Portugal, tem-se assistido à concentração da população e das atividades
nas áreas urbanas.
Este ritmo de crescimento traduz-se no comportamento crescente da taxa
de urbanização
TU=População urbanapopulação total x 100
Nas últimas décadas, deu-se um crescimento generalizado da
população em praticamente todos os centros urbanos de Portugal
Continental, mas foi particularmente acentuado em torno das duas maiores
cidades do País, Lisboa e Porto, onde o processo de urbanização envolveu
ainda o crescimento da área urbana.

A diferenciação funcional
Um dos fatores que condiciona a organização das áreas funcionais é a
renda locativa. A renda locativa é influenciada pelas acessibilidades e pela
distância ao centro. De um modo geral, o custo do solo diminui à medida
que nos afastamos do centro da cidade, que é a área de maior
acessibilidade, de maior concentração de funções e, consequentemente,
mais cara. Deste modo, situa-se no centro as funções que conseguem retirar
mais vantagem desta proximidade e, simultaneamente podem pagar rendas
mais elevadas.
No centro da cidade assiste-se a uma especulação fundiária
A variação da renda locativa com a distância ao centro nem sempre é
uniforme. Por vezes surtem áreas da periferia que, pela sua aptidão para
determinadas funções, apresentam um custo do solo elevado. Nas áreas
melhores servida de transportes e vias de comunicação, o custo do solo é
também mais elevado e a acessibilidade determina em boa parte a renda
locativa. Essas áreas favorecem a localização funcional, sendo por isso mais
procuradas.

Funções da cidade
 Função residencial
 Função industrial Áreas funcionais - Áreas onde domina
determinadas funções
 Função comercial
Nota O facto de uma cidade ser conhecida por determinada função, não
significa que não existem outras para além dessa.

CONCLUSÃO
O preço do solo é influenciado por:
 Distância do centro
 Acessibilidades
 Vias de comunicação e transporte
 Serviços (hipermercados, cetros comerciais; tribunais etc.)
 Condições ambientais (relevo, poluição, zonas verdes, etc.)
 Planos de urbanização - As atividades projetadas para uma
determinada área condiciona o custo do solo, sendo os terrenos mais
caros ocupados por atividades do setor III e os mais baratos pela
industria.
Noções
Renda locativa Custo do solo urbano
Especulação fundiária O solo é vendido a um preço superior ao que
efetivamente vale, por haver muita procura e pouca
oferta
Centro da cidade
Em todas as cidades é possível identificar uma área central. NO entanto
nas de mais dimensão, atribui-se geralmente, a designação de CBD à área
mais central que geralmente é a área mais importante da cidade, tratando-
se uma de uma área bastante atrativa para os vistores e assim oferece
postos de trabalho.
Características do CBD
 Área mais central
 Zona mais procurada
 Grande concentração de atividade do setor III, onde dominam as
funções:
o Comercial – Vai desde o comércio especializados e de bens
raros (confeção de alta costura, etc.) ao comércio mais banal
que se destina a servir as pessoas que aí trabalham
o Serviços
 Associadas ao governo e à administração pública
 Relacionados com a vida social
 De apoio às empresas
 Animação lúdica e cultural de qualidade
 Hotéis e restauração, desde restaurantes de luxo aos
mais banais
 Falta de espaço
 Concentração de população flutuante (+dia / - noite)
 Tráfego intenso
 Elevada renda locativa
Nota nestas áreas residem maioritariamente idosos e ainda os jovens bem-
sucedidos (yuppies)
Nestas áreas assiste-se aos fenómenos de:
Segregação funcional Exclusão de determinadas atividades económicas
do interior da cidade, especialmente devido ao
preço do solo.

Apesar de no centro da cidade a renda locativa ser elevada, podem


existir áreas afastadas do centro com o preço do solo igualmente elevado,
devido a:
 Presença de uma centro-comercial, hipermercados, etc.
 Existência de uma repartição pública (tribunais, etc.)
 Convergência d vias de comunicação
 Boas condições ambientais
Nota Estas instalações dirigem-se para estas áreas pois são mais
espaçosas.
Diferenciação espacial das atividades terciárias no CBD
No CBD, apesar de uma grande variedade de atividades, existe uma
tendência espacial, quer em altura quer no que respeita às ruas. De um modo
geral:
 Atividades menos nobres ou que não tenham um contacto direto com
o público localizam-se nos andares mais altos (mais baratos) e em
ruas secundárias
 Atividades de maior prestígio, e que tenham um contacto direto com
o público ocupam o piso térreo (mais caro) e localizam-se em ruas
secundárias
Zoneamento vertical
Zoneamento horizontal
A diferenciação espacial é evidenciada pela existência de áreas
especializadas. Em muitas cidades é possível distinguir o centro financeiro,
do comercial e do lazer
Noções
Toponímia Nome das ruas

Evolução do CBD
 1ª Fase
Áreas de múltiplas funções
o Comercio
o Industria
o Serviços/administração
o Habitação
 2ª Fase
Desenvolvimento económico → O CBD perde a função industrial e parte da
função residencial
 3ª Fase
Especialização funcional do CBD
Deslocalização/descentralização e aparecimento de novas centralidades
(com atividades terciárias)

 Mais espaço noutras áreas


 Boas acessibilidades (vias de comunicação e transportes) noutras
áreas
 Especulação fundiária no CBD
 Degradação das infraestruturas no centro
Noções
Descentralização das atividades Saída das empresas do centro da
cidade para outras áreas espaçosas e bem
servida de vias de comunicação e
transportes
As novas áreas terciárias correspondem:
 Aos novos centros de escritório (parques de escritórios)
 Aos parques tecnológicos
 Às grandes superfícies comerciais
Nota Estas localizam-se perto de nós de autoestrada facilitando as
acessibilidades.

Novas formas de comércio


Nas ultimas décadas têm surgido novas formas de comércio, associadas a
estabelecimentos de grande dimensão, como centros comerciais, super e
hipermercados e grandes superfícies especializadas. Estas funcionam,
geralmente, em regime de livre-serviço (de forma a obter produtos a um
menor preço), sendo possível encontrar todo o tipo de produtos
O sucesso de qualquer destas novas formas de comércio está aliado:
 À facilidade de estacionamento
 Acessibilidade
 Aumento da taxa de emprego feminino
 Maior mobilidade
 Aumento do nível de vida das famílias.
Apesar de tudo isto a deslocalização para a periferia traz inconvenientes:
 Despesas acrescidas nos combustíveis ou transportes
 Congestionamento do trânsito
Atualmente o centro da cidade tem vindo a perde população pelo que
durante a noite a cidade encontra-se deserta.

Estagnação/Revitalização do CBD
Perante as alterações provocadas pela dinâmica funcional do CBD e pelo
aparecimento de novas centralidades, os centros das cidades podem perder
parte da sua influência e da sua capacidade de atrair população.
Devido a esta tendência, as políticas urbanísticas têm procurado
promover o centro das cidades, implementando medidas como:
 A organização do trânsito, a criação de espaços de estacionamento, o
aumento da qualidade e eficácia dos transportes públicos;
 O encerramento ao trânsito de determinadas ruas ou áreas,
permitindo circular mais à vontade, usufruir de uma esplanada ou,
simplesmente, apreciar a animação lúdica e cultural que surge nestes
espaços;
 A implementação de programas e iniciativas que incentivam e dão
apoio financeiro a projetos de revitalização urbana.
 Maior rigor em relação às infraestruturas/edifícios degradados

Áreas residenciais
A função residencial desempenha um papel importante nas cidades,
distinguindo-se áreas com características próprias, cuja localização está
diretamente relacionada com o custo do solo e, por isso, reflete as
características sociais da população que nelas habita.
Pode mesmo dizer-se que existe uma segregação espacial
Noções
Segregação espacial Saída da população da cidade para a periferia em
resultado do preço do solo e/ou pela procura de um
ambiente de tranquilidade
Solos expectantes Terrenos não ocupados pelos proprietários (particulares
ou estado), que geralmente se destinam à ocupação
urbana

Áreas residenciais das classes mais favorecidas


 Zonamento
o Zonas bem planeados
o Zonas de maior acessibilidade
o Zonas de melhor vista/paisagem
o Zonas de melhor ambiente
o Zonas providas de bons serviços (escolas, hospitais, etc.)
 Construção
o Vivendas unifamiliares – moradias
o Condomínios fechados de luxo
 Zona da cidade
o Localizam-se na periferia das cidades (nos melhores sítios) –
afastado de indústrias
Áreas residenciais das classes médias
 Zonamento
o Áreas mais ou menos aprazíveis
o Ocupam maior parte do espaço urbano
 Construção
o Construção menos sofisticadas relativamente à classe alta
o Uniformidade dos blocos de apartamento
 Habitantes
o Jovens, verificando-se uma tendência generalizada para a
aquisição de casa própria.
Áreas residenciais das classes médias
 Zonamento
o Acessibilidades deficitárias
o Má localização geográfica
o Mau ambiente
 Construção
o Bairros da lata na periferia, onde o preço do solo é baixo
 Habitantes
o População muito pobre

Construção clandestina
Zonas afastadas das estradas, geralmente iniciadas com a construção de
uma casa, atraindo sucessivamente outras. Aqui são construídas “pequenas
estradas” de acesso a estes locais.
Características:
 Sem saneamento
 Sem água canalizadas
 Luz obtida de forma clandestina
Nota Nalguns casos estes locais acabam por seres legalizados e assim
construído saneamento básico, etc.

No nosso País, praticamente todas as autarquias têm apostado na


erradicação deste tipo de habitação, construindo bairros de habitação
social para realojamento da população, com a preocupação de garantir não só
uma habitação digna aos seus habitantes, mas também a sua integração
social.
Os bairros de habitação social são construídos pelo Estado ou pelas
autarquias, para alojar população de fracos recursos e sem condições de
pagar rendas elevadas. Os edifícios são idênticos, com apartamentos
grandes, de modo a albergarem o maior número possível de famílias.
Atualmente, existe a preocupação de garantir uma certa qualidade da
habitação e do ambiente destes bairros, de modo a promover socialmente os
seus habitantes.
Para isso, incluem-se, nesses novos bairros, serviços de assistência
social e de segurança, normalmente com a presença de uma esquadra de
polícia, além de infantários e ateliers de ocupação de tempos livres para os
mais jovens.

Vantagens da construção de bairros sociais


 Erradicação dos bairros da lata e/ou habitações precárias
 Criação de instalações condignas para as populações de menores
recursos
 Diminuição dos problemas sociais como a insegurança, a exclusão
social, a criminalidade, a prostituição, etc.

Áreas industriais
Na revolução industrial, as indústrias instalaram-se na cidade.
Fatores atrativos
 Mão de obra
 Capital (bancos)
 Marcador consumidor
As grandes matérias-primas nesta época eram o ferro e o carvão pelo
que as indústrias instalavam-se perto das minhas de carvão e ferro. Muitas
cidades cresceram devido à industrialização

As cidades eram uma mistura de várias funções (residencial e industrial),


favorecendo as deslocalizações mas prejudicando a saúde da população
devido à emanação e inalação de fumos.
A certa altura as indústrias abandonaram a cidade devido a:
 Falta de espaço, mesmo havendo espaço a renda locativa era elevada
 Congestionamento do trânsito e falta de estacionamento
 Tanto a matéria-prima como o produto acabado eram transportados
por camiões o que dificultava ainda mais o trânsito
 Desenvolvimento dos transportes e das vidas de comunicação
 Segmentação do processo produtivo, que permite manter na cidade
apenas a parte administrativa.
Nota Os espaço que outrora eram ocupados pelas indústrias são agora
ocupados, essencialmente pelo comércio.
No entanto algumas indústrias mantiveram-se no centro da cidade.
Quais?
 Oficinas
 Industria panificadora
 Costureiras/alfaiates
 Joalharia/ourivesaria
 Reparações (sapateiros, eletrodomésticos, etc.)
Criação de zonas industriais
A criação de zonas industriais é efetuada pelas câmaras municipais que:
 Arranjam os espaços (sendo os espaços da câmara, os custos serão
efetivamente menores)
 Constroem/reabilitam as infraestruturas
(Des)Economias de Escala
Agregação das indústrias de forma a obter vantagens para todos os
agregados facilitando os consumos de matérias-primas (mais empresas
conseguem obter melhores preços junto dos produtores), transporte, etc.
levando a produção a aumentar.
Entra-se em deseconomias de escala quando uma séria de fatores,
resultantes do crescimento exponencial das cidades, vão encarecer o
processo de distribuição encarecendo os produtos finais
As empresas podem ser diferenciadas quanto:
 Tecnologia utilizada
o Indústrias tradicionais
o Indústrias modernas
 Exigência das empresas
 Tipo de produto
o Bens de consumo
o Bens de equipamento
 Destino dos produtos

A expansão das cidades e da s áreas urbanas


O crescimento das cidades está fundamentalmente relacionado com
o aumento demográfico, mas liga-se também, com o seu próprio dinamismo
funcional interno que provoca a alteração dos padrões locativos das
diferentes funções.
Numa primeira fase, as cidades funcionaram como pólos de atracão da
população rural, verificando-se uma tendência para a concentração da
população e das atividades económicas, nos centros urbanos – FASE
CENTRÍPETA
Numa fase posterior, os preços do solo urbano, fortemente disputado
pelas atividades terciárias de nível mais alto, contribuíram para deslocar as
populações, as indústrias e algumas funções terciárias mais exigentes em
espaço. Dá-se, assim, um movimento de desconcentração urbana e
descentralização das atividades económicas em direção às áreas
periféricas - FASE CENTRIFUGA – fazendo aumentar o tecido urbano
envolvente.

A expansão urbana resulta ainda de outros fatores:


 A dinâmica da construção civil, tanto no que toca ao parque
habitacional, como à edificação de espaços destinados a atividades e
económicas (criação de parques tecnológicos; parques de escritório;
criação de grandes áreas habitacionais; etc.);
 O desenvolvimento das próprias atividades económicas, que conduz
à necessidade de expandir e modernizar as empresas, e como tal, à
procura de novos espaços de localização;
 O desenvolvimento dos transportes e das infraestruturas viárias,
que aumenta a acessibilidade e diminui os tempos e os custos das
deslocações;
 O aumento da taxa de motorização das famílias, que permite
deslocações mais longínquas;
 O aumento do preço do solo no solo da cidade;
 A degradação do ambiente urbano.

Suburbanização
A suburbanização é o processo de crescimento da cidade para a
periferia.
Numa fase inicial, os subúrbios cresceram de forma não planeada,
essencialmente, ao longo das principais vias de comunicação e em torno dos
núcleos periféricos, onde era maior a acessibilidades à cidade e onde as
habitações eram mais baratas
O rápido crescimento destas áreas, sobretudo em torno das maiores
cidades, foi ainda marcado pelo predomínio de edifício plurifamiliares,
prolongando a paisagem urbana

Antigamente, as áreas suburbanas eram ocupadas apenas com bairros


sociais e apresentavam uma completa dependência da cidade, devido às
atividades económicas.
Atualmente, as áreas suburbanas não são só ocupadas pela população,
mas também por atividades económicas, nomeadamente o comércio e
serviços, o que faz com que estas áreas não fiquem a depender tanto da
cidade. Assim as áreas suburbanas ganharam vida própria, oferecendo
funções cada vez mais diversificadas.
Agora há uma relação de complementaridade/Interdependência, que
cresce à medida que a dependência face à grande cidade diminui.
Inicialmente os subúrbios eram um aglomerado de população que
apenas lá (nos subúrbios) ia dormir, mas gradualmente foram chegando as
atividades económicas e os aglomerados populacionais aumentaram e por
essa mesma razão as áreas suburbanas passavam á categoria de cidade, ou
seja, havia um maior dinamismo demográfico e económico que permitia a
elevação a cidade.

Periurbanização e rurbanização
O processo de expansão urbana dá origem ao aparecimento de áreas
periurbanas – áreas para lá da coroa suburbana onde o espaço rural começa
a ser ocupado, de forma descontínua, por funções urbanas: indústria,
comércio e alguns serviços, designadamente de armazenagem e distribuição,
que induzem o alargamento da função residencial. Origina também o
movimento de pessoas e empregos das grandes cidades para pequenas
povoações e áreas localizadas fora dos limites da cidade e/ou para pequenas
cidades e vilas situadas a maior distância, num processo designado por
rurbanização.
A melhoria da acessibilidade associada à expansão da rede viária
facilita estes processos, que se caracterizam também pela localização
difusa da função residencial e das atividades económicas e provocam o
aumento dos movimentos pendulares.

Impactes negativos da expansão urbana


A suburbanização, periurbanização e rurbanização têm alguns
impactes sociais, ambientais e territoriais:
 Intensificação dos movimentos pendulares, que são cada vez mais
complexos, pois as deslocações fazem-se não só em direção à grande
cidade, mas também entre as diferentes áreas que a envolvem;
 Grande pressão sobre os sistemas de transportes urbanos , que nem
sempre consegue dar resposta às necessidades da população;
 Aumento do consumo de combustível e da poluição atmosférica;
 Aumento das despesas, da fadiga e do stress associados às
deslocações quotidianas da população ativa;
 Desordenamento do espaço, resultante da urbanização não planeada e
da existência de bairros de habitação precária;
 Falta de equipamentos coletivos e fraca oferta de serviços , em
muitos aglomerados populacionais;
 Aumento das despesas com a instalação de redes de abastecimento
de água eletricidade e saneamento, devido à dispersão do povoamento
nas áreas periurbanas;
 Ocupação de solos agrícola e florestais, o que leva à decadência da
atividade agrícola (nalguns casos estudam-se os solos e os
considerados “bons” são protegidos. Contudo, noutros casos isto não
acontece e portanto os solos bons, isto é, férteis, são ocupados por
habitações.

As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto


Em Portugal, o processo de suburbanização, ocorreu sobretudo no
litoral, tendo sido particularmente importante em torno das cidades de
Lisboa e Porto
A expansão suburbana de Lisboa e Porto envolveu algumas cidades
próximas e um grande número de aglomerados populacionais, que se
desenvolveram, criando dinamismo demográfico e económico e ascendendo,
alguns deles, à categoria de cidade.

As relações que se estabeleceu nestas extensas áreas urbanizadas


exigem decisões conjuntas dos centros dos concelhos que nelas se localizam,
nomeadamente para a prevenção e resolução de problemas que ultrapassam
as fronteiras municipais. Deste modo, em 1991, foram instituídas as áreas
metropolitanas de Lisboa e Porto com espaços especializados, integrando os
municípios correspondentes.
A criação das áreas metropolitas não foi acompanhado da
regulamentação das respetiva competências, que só aconteceu em 2003 com
a lei Quadro da área metropolitana. Neta lei admitia-se a constituição de
grandes áreas metropolitanas (GAM) e de comunidades urbanas (Comurb),
tendo como requisitos a continuidades territorial dos concelhos integrantes
e a obrigatoriedade de serem constituídas, no mínimo, por 9 municípios com
350 mil habitantes para as GAM e 3 municípios com pelo menos 15 mil
habitantes para as Comurb.

Objeto e atribuições das áreas


metropolitanaS
Artigo 1º
Objeto
2 – De acordo com o
âmbito territorial e
demográfico, as áreas metropolitanas podem ser de dois tipos:
a) Grandes áreas metropolitanas (GAM)
b) Comunidades urbanas (ComUrb)
Artigo 6º
Atribuições
As áreas metropolitanas são criadas para a prossecução dos seguintes fins
públicos:
a) Articulação dos investimentos municipais de investimento
supramunicipal;
b) Coordenação de atuações entre os municípios e os serviços da
administração central nas seguintes áreas:
Infraestruturas de saneamento básico e de abastecimento público;
Saúde; Educação; Ambiente, conservação da Natureza e recursos
naturais; Segurança e proteção civil; Acessibilidades e transportes;
Equipamentos de utilização coletiva; Apoio ao turismo e à cultura;
Apoios ao desporto, à juventude e às atividades de lazer;
Planeamento etc.
Nas duas áreas metropolitanas desenvolvem-se intensas relações de
complementaridade que aumentam o dinamismo e a competitividade
dessas áreas como um todo. Tende assim a passar-se de uma estrutura
monocêntrica (centrada na grande cidade) e radiocêntrica, do ponto de
vista da rede viária, para uma estrutura policêntrica em que os diferentes
centros urbanos se complementam

Fatores da criação das áreas metropolitanas


 Crescimento populacional
 Transformações na base produtiva da cidade.
 Emergência de novos problemas sociais.

As áreas metropolitanas tem vindo a ganhar população e por isso o


peso económico destas áreas no país é bastante significativo
A área metropolitana de Lisboa tem como fator para a perde de
população:
 Degradação ambiental
 Falta de espaço
O que não acontece no Porto, sobretudo a parte ambiental.

Noções
Concelhos atrativos Tem vindo a ganhar população
Concelhos repulsivos Tem vindo a perder população
No entanto tem verificado uma forte
terciarização

Dinamismo demográfico
O dinamismo demográfico das áreas metropolitanas de Lisboa e do
Porto evidencia-se pela elevada concentração populacional e pelo aumento
de população que se acentuou nas últimas décadas, embora com algumas
diferenças entre municípios.
A perda demográfica foi mais acentuada nos municípios centrais,
enquanto o maior crescimento se verifica em concelhos onde há:
 Melhoria das acessibilidades
 Disponibilidade de espaço para construção

As áreas metropolitanas caracterizam-se por uma população mais jovem


e, de um modo geral, mais instruída e qualificada, o que representa um
ponto forte que as torna mais competitivas em domínios como a inovação
cultural e tecnológica e a economia.

Dinamismo económico
As duas áreas metropolitanas apresentam vantagens do ponto de
vista físico (localização no litoral, amenidade do clima, relevo pouco
acidentado, sobretudo a AML, acessibilidade natural, etc.) e demográfico,
bem como no que respeita às estruturas produtivas, o que faz delas pólos
dinamizadores da economia.
O setor de atividade económico predominante nas áreas
metropolitanas é o setor terciário.
No conjunto, estas duas áreas fornecem mais 40% do emprego,
auferindo os trabalhadores ganhos superiores à média nacional.
A bipolarização da concentração das atividades económicas
demonstra a grande importância das duas áreas metropolitanas no tecido
económico do país.
A área metropolitana de Lisboa concentra uma parte significativa
dos recursos da estrutura económica do País, que se exprimem na proporção
de emprego, na produtividade, na geração de valor acrescentado, na
capacidade de atrair investimento estrangeiro, etc.
No conjunto, estas áreas continuam a ter ganho, ou seja, o peso da
população e das atividades tornam estas áreas muito importantes a nível
nacional

Noções

Índice de Dependência de Jovens Número de dependência de jovens por


cada 100 ativos
Índice de envelhecimento Número de pessoas idosas (65 e mais
anos) por cada 100 jovens (0-14 anos)

A indústria nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto


O dinamismo económico das áreas metropolitanas deve-se, em parte,
à atividade industrial que, nestas duas grandes aglomerações urbanas,
beneficia de algumas vantagens:
 A complementaridade entre diferentes ramos industria;
 A existência de infraestruturas e serviços diversos;
 A disponibilidade de mão de obra, tanto pouco qualificada como
especializada;
 A acessibilidade aos mercados nacional e internacional.
Quando se comparam as duas áreas metropolitanas, encontram-se, porém,
algumas diferenças nas características da atividade industrial

Características da AML
 Maior proporção de emprego na indústria de média e alta tecnologia;
 Grande vocação exportadora;
 Maior número de sedes de indústria transformadora;
 Maior proporção de indústrias de bens de equipamento;
 Maior número de negócios na indústria transformadora;
 Maior capacidade de gerar valor acrescentado
 Indústrias mais intensivas em capital;
 Níveis de produtividade mais elevados;
 Grande importância da indústria alimentar, bebidas, tabaco e
químicos;
 Maior diversidade do tecido industrial.

Características da AMP
 Indústrias mais intensivas em trabalho;
 Grande vocação exportadora;
 Forte especialização regional nas indústrias têxtil e de calçado.

Estas diferenças entre as características das áreas metropolitanas


são causadas pelo facto da localização das matérias, pelas melhores
acessibilidades e pelo facto de Lisboa ser a capital e a área metropolitana
mais importante.
A atividade industrial nas duas áreas metropolitanas tem vindo a
perder alguma importância devido ao processo de terciarização da
economia que, naturalmente, é mais rápido nestas duas áreas do nosso País,
devido ao seu maior desenvolvimento e à tendência de reorganização
espacial das funções nas áreas urbanas. O processo de terciarização é mais
evidente em Lisboa.
Principais pontos fracos e fortes da
AMP e da AML

AML AML

Principais Pontos Fracos

- Forte exposição da estrutura - Problemas ambientais resultantes


económica à concorrência da forte pressão
internacional pelo predomínio de imobiliária/turística na ocupação do
atividades de baixa intensidade solo em áreas de grande valia
tecnológica e competitividade ambiental e agrícola.
baseada na mão de obra abundante; - Problemas de mobilidade,
- Carência de serviços especializados congestionamento e poluição,
de apoio às empresas face ao peso resultantes da forte utilização do
económico e industrial da região; automóvel privado.
- Problemas ambientais resultantes - Presença de bairros problemáticos
de deficiências nos domínios do associada à crescente segregação
abastecimento de água e tratamento espacial resultante da diversidade
de efluentes. social e étnica.
- Problemas de mobilidade no centro - Abandono dos centros históricos,
do Porto e nos principais acessos à sobretudo no núcleo central.
cidade. - Alguma debilidade na afirmação
- Degradação física e exclusão social internacional.
nos centros históricos.
Principais Pontos fortes

- Grande dinâmica demográfica com - Presença de setores económicos


uma estrutura etária jovem; que apresentam um potencial
- Forte dinamismo industrial; competitivo internacional e/ou
- Afirmação e inserção num espaço vocação exportadora.
de cooperação e interdependência - Concentração de infraestruturas
com a Galiza; de conhecimento e de recursos
- Rede densa de instituições de humanos qualificados.
ensino superior e de infraestruturas - Condições naturais favoráveis à
tecnológicas capazes de suportar o atração internacional de atividades,
desenvolvimento de atividades mais eventos e movimentos turísticos.
intensivas em conhecimento; - Integra as principais
- Valioso património cultural com infraestruturas de transportes e de
marcas de prestígio (Porto comunicações de articulação
património mundial, vinho do Porto, internacional.
Douro); - Património cultural valioso.
- Boa acessibilidade às rotas - Boa acessibilidade às rotas
internacionais. internacionais.

Dinâmica da indústria transformadora e especialização regional no resto


do País
Em Portugal, a distribuição espacial da indústria transformadora
apresenta fortes contrastes
As desigualdades na localização industrial evidenciam-se,
sobretudo, pelo forte contraste entre o Litoral e o Interior e pela grande
concentração em torno das duas áreas metropolitanas.
Em Lisboa, o volume de negócios é superior, devido às características
do tecido industrial das diversas regiões.
São as indústrias mais intensivas em tecnologia e menos em mão de
obra, aquelas que produzem maior volume de negócios, e que se concentram
na Grande Lisboa e na Península de Setúbal.
Para além da concentração, a indústria transformadora caracteriza-
se também por alguma especialização, em Portugal Continental. As
indústrias têxteis, de vestuário e calçado evidenciam uma maior
especialização regional, estando fortemente concentradas no Noroeste, em
torno da AMP.

Os contrastes na distribuição da indústria induzem desigualdades na


repartição espacial de outros ramos de atividade que se lhes associam,
contribuindo para o aumento das assimetrias de desenvolvimento. Daí a
importância de se implementarem estratégias de descentralização da
indústria, como são:
 A discriminação positiva de regiões menos favorecidas, onde se
oferecem benefícios de incentivo à instalação da indústria;
 O desenvolvimento das acessibilidades, que permitam o aumento da
liberdade locativa das empresas.

Nota Nas periferias ainda são visíveis atividades do setor terciário

Problemas Urbanos

 Condições de vida
Embora ofereçam condições de vida vantajosas para a população, de
um modo geral, a maioria das cidades concentra também alguns problemas.
Em muitos casos, resultam do seu crescimento excessivo e, por vezes, mal
planeado, que impede o ajustamento entre as infraestruturas urbanas e as
necessidades da população, colocando problemas de sustentabilidade e
reduzindo a qualidade de vida.

 Saturação das infraestruturas


O crescimento da população conduz, a uma saturação do espaço e à
incapacidade de resposta das infraestrutras tanto físicas como sociais

Físicas
 Redes de distribuição de água e energia
o Distribuição insuficiente de água e energia em alguns pontos
das cidades, nomeadament nos bairros clandestinos
 Saneamento
o Falta de saneamento básico em nalguns pontos das cidades,
principalmente nos bairros clandestinos
o Dificuldade no escoamento das águas das chuvas
 Transportes
o Utilização crescente do transporte individual
 Congestionamento e problemas de trânsito e
estacionamento
o Diminuição da facilidade de deslocações nas áreas urbanas –
passeios obstruídos
o Transportes públicos mal adaptados às necessidades da
população
 Horários
 Número de paragens
 Quantidade de transportes face às necessidades
Sociais
 Tribunais
o O cidadão comum, para saber como defender os seus direitos,
tem de recorrer a um advogado
o Demora na resolução dos processos devido ao desajustamento
burocrático do sistema judicial
 Finanças
o Longo tempo de espera para ser atendido
o Falta de capacidade de informar a população
 Hospitais
o Falta de médicos
o Grande período de espera por consulta nas urgências
o Falta de macas para internar os pacientes
o Longo período de espera para obter consulta num médico
especialista.

 Habitação e Habitabilidade
Em Portugal, grande parte dos prédios do centro das cidades,
nomeadamente os mais antigos são arrendados, o que constitui um dos
fatores para a degradação de muitos edifícios nas áreas mais antigas
das cidades.
Antigamente, o sistema de arrendamento mantinha as rendas fixas, o
que não compensava os arrendatários pelo seu investimento nem garantiam
um rendimento suficiente para poderem recuperar as habitações.
Quando os moradores são proprietários (muitas vezes idosos)
possuem fracos rendimentos e têm pouca motivação para proceder a obras
de beneficiação das habitações.
A pressão do setor terciário pode também constituir um fator para
a degradação dos edifícios, uma vez que, causa uma rápida subida do preço
do solo e das habitações.
Quando os edifícios ficam desabitados/desocupados e não são
demolidos ou recuperados após essa desocupação, a população com menos
recursos ocupa esses prédios degradados. É, também, esta população com
menos recursos que habita nos bairros de lata onde há muita pobreza e
marginalidade.
Os bairros de lata caracterizam-se pela ausência de
infraestruturas básicas e falta de arruamentos pavimentados, pela falta de
espaços verdes, áreas apropriadas de comércio e serviços, locais de
estacionamento, etc., contribuindo, assim, para agravar as condições de
habitabilidade.
Estes problemas devem-se, também, ao facto de não haver
planeamento na sua construção, e por isso, as condições de vida da
população ficam bastante afetadas.
É nas áreas metropolitanas que a construção de bairros de lata e
bairros clandestinos é mais frequente, sendo necessário fazer a
recuperação e legalização dos mesmos. Para que as pessoas tenham as
condições necessárias, básicas e essenciais iniciou-se o processo de
reabilitação urbana, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida
urbana, ou seja, proporcionar às populações boas condições de
habitabilidade.

 Envelhecimento e solidão
O envelhecimento da população acompanha o dos edifícios e levanta
problemas sociais de abandono e solidão. Na cidade, sobretudo nas áreas
centrais, vão ficando os mais velhos, enquanto as novas gerações procuram,
geralmente, habitação nas áreas suburbanas, onde o seu custo é menor. Esta
solidão e isolamento dos idosos leva muitas vezes à sua morte em casa, e à
pobreza.
Nas cidades e, principalmente, nas áreas suburbanas, são as crianças
e os adolescentes que sofrem outro tipo de solidão – ausência dos pais.
Estes jovens são chamados da «geração da chave» pois desde muito novos
têm a chave de casa, ficando entregues a si próprios durante todo o dia.
Esta forma de abandono reflete-se não só na indisciplina e no insucesso
escolar, mas também na dependência da droga e do álcool.
As deslocações pendulares, efetuadas a distâncias cada vez maiores,
originam situações de stress e doenças do sistema nervoso, pois além da
fadiga da despesa, da irritação que causam as filas de trânsito, acresce a
preocupação com o cumprimento dos horários (escolas, infantários,
emprego…)
Ainda que se caracterize pela concentração demográfica e de
atividades, a cidade é um espaço onde as pessoas se cruzam, mas raramente
se encontram. Daí resulta o anonimato que acentuado pela ausência de
relações de vizinhança.

 Desemprego, pobreza e exclusão social


A conjuntura económica europeia do início deste século, sentida
particularmente por Portugal, aliada aos efeitos da globalização, com a
deslocação das empresas, teve, como efeito, o aumento do desemprego.
O desemprego é particularmente problemático nas cidades, onde a
sobrevivência das famílias depende totalmente dos salários, inclusive para a
habitação que, mesmo quando é própria, exige o pagamento das prestações
do empréstimo bancário. Outras consequências do desemprego são a
diminuição dos contactos sociais, do respeito por si próprio e da autoestima,
levando a consequências psicológicas com frustração e depressão, e ao
aumento da pobreza e da exclusão social.

A pobreza é a carência que tipicamente envolve as necessidades da


vida quotidiana. Pode ser encarada também, como a carência de bens e
serviços essenciais e a falta de recursos económicos. Afeta principalmente
os idosos com baixas pensões de reforma e os trabalhadores mal
remunerados.

As consequências da pobreza:
- Fome; - Prostituição
- Baixa esperança de vida; - Criminalidade
- Doenças; - Existência de pessoas sem-abrigo;
- Falta de oportunidades de emprego; - Existência de discriminação
social contra grupos vulneráveis.

A carência social, entendida por exclusão social é a dependência e a


incapacidade de participar na sociedade, a nível de educação e informação.
Em Portugal, com em tantos outros países a exclusão social refere-se,
sobretudo, a dificuldades ou problemas sociais que podem levar ao
isolamento ou até à discriminação de um determinado grupo de uma
determinada sociedade.
Estes grupos excluídos ou, que sofrem de exclusão social, estão
normalmente associados à criminalidade que faz notar em várias regiões do
país. Sendo a criminalidade umas das consequências mais graves e evidentes
da exclusão social.
A pobreza pode, por exemplo, levar a uma situação de exclusão social,
no entanto, não é obrigatório que estes dois conceitos estejam intimamente
ligados. Fatores/estados como a pobreza, o desemprego ou emprego
precário, as minorias étnicas e/ou culturais, os deficientes físicos e
mentais, os sem-abrigo, trabalhadores informais e os idosos podem originar
grupos excluídos socialmente mas, não é obrigatório que o sejam.

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS URBANOS – RECUPERAÇÃO DA


QUALIDADE DE VIDA URBANA

O papel do planeamento
O planeamento é um processo essencial na preservação e resolução dos
problemas urbanos.
PMOT – Planos Municipais do Ordenamento do Território
 PDM – Plano Diretor Municipal
Instrumento de gestão territorial de nível local que fixa as linhas gerais de
ocupação do território municipal. Este tem um caráter dinâmico.
O PDM pode ser alterado de acordo com as necessidades, de acordo com a
evolução dos concelhos; etc.

Os PDM incluem:
 PU – Planos de Urbanização
Determinam as áreas destinadas à construção, assim como o tipo de
construção a realizar.
 PP – Planos de Pormenor
Definem as áreas a construir e as áreas abrangidas pelas diversas
infraestruturas.

O PDM é um instrumento de gestão territorial de nível local, que fixa


as linhas gerais de ocupação do

A revitalização urbana (dos centros das cidades) é hoje uma


preocupação motivada quer por interesses económicos quer sociais e
políticos, uma vez que dela dependem a manutenção da centralidade desse
espaço e o seu repovoamento – O centro da cidade é o que mais necessita de
repovoamento.
A necessidade de revitalização estende-se também a outras áreas da
cidade que não o centro histórico, sobretudo no que respeita à criação de
condições para a fixação de população jovem, o que passa, também por
incentivos de arrendamento.
A revitalização urbana através de:
 Reabilitação urbana, apoiada por diversos programas e incentivos:
Intervenção em áreas degradadas para o melhoramento das
condições físicas do património edificado, mantendo-se o uso e o estatuto
dos residentes e das atividades aí instaladas, ou seja, coloca a cidade como
era antes – é um processo de maior importância para a revitalização da
cidade.

A reabilitação urbana é efetuado com o apoio de diversos programas e


incentivos:
PRAUD – Programa de Reabilitação das Áreas Urbanas Degradadas,
concede ajudas, através das autarquias locais, para apoiar a reabilitação
ou recuperação das áreas urbanas degradadas, incluindo a sua preparação e
acompanhamento.
RECRIA, REHABITA, RECRIPH e SOLARH, incentivos que apoiam
financeiramente o restauro e a conservação de edifícios degradados com
ocupação residencial nas áreas antigas das cidades, pretendendo fazer face
ao problema da degradação de edifícios com rendas baixas.

 Requalificação urbana
Alteração funcional de edifícios ou espaços, devido à redistribuição
da população e das atividades económicas, ou seja, vai ser dado um uso
diferente daquele para que havia sido concebido

Um importante apoio à requalificação urbana foi:


Programa Polis – Programa Nacional de Requalificação e
Valorização Ambiental das Cidade – Dirigido preferencialmente às cidades
com um papel importante no sistema urbano nacional. Criado em 2000, teve
como objetivo principal melhorar a qualidade de vida urbana, apoiado
intervenções urbanísticas e ambientais.

Humanizar os espaços de vivência

 Renovação urbana
Demolição total ou parcial de edifícios e estruturas, de uma determinada
área que é reocupada com novas funções e por uma classe mais favorecida.
 Realojamento
A renovação urbana pode implicar o realojamento da população a viver em
edifícios ou bairros degradados.

Em 1993, foi criado o PER – Plano Especial de Realojamento, pois este


problema assume maior gravidade nas áreas metropolitanas de Lisboa e
Porto. Este plano tem o objetivo de erradicar os bairros de habitação
precária, proporcionando apoios aos municípios para o realojamento das
famílias em habitações de custos controlados. Foi criado também o PER-
FAMÍLIAS, que apoia as famílias na compra de casa própria ou na realização
de obras de reabilitação.
O realojamento dos moradores de bairros de habitação precária é
também uma forma de combater a marginalidade.
Em Portugal, algumas áreas urbanas degradadas beneficiaram da
iniciativa comunitária URBAN. Lançada em 1994, foi particularmente
vocacionada para intervir nas áreas urbanas mais críticas do ponto de vista
socioeconómico, com problemas de desemprego, pobreza, exclusão social,
criminalidade e delinquência, entre outros. A articulação desta iniciativa
com outros programas, nacionais e comunitários, permitiu a qualificação
social e urbanística dessas áreas.

Outras ações de incidência social poderão também contribuir para melhorar


a qualidade de vida no espaço urbano. São exemplos:
 A melhoria da gestão do tráfego:
Por exemplo: Proibir a circulação automóvel nalgumas áreas da
cidade;
Limitação do estacionamento nas principais áreas da
cidade;
Melhoria dos transportes públicos;
Criação de mais parques de estacionamento;
Construção de vias rápidas nas cinturas externas
(periferias) das cidades.
 Alargamento dos serviços de acompanhamento de crianças e jovens;
 Desenvolvimento de serviços de apoio à população idosa;
 Aumento dos espaços verdes e otimização dos equipamentos
coletivos.
Rede Urbana
Conjunto das cidades e das relações/ligações que se estabelecem
entre elas.

Pode-se falar em ligações:


 De interdependência/complementaridade
 De dependência

A rede urbana pode ser vista:


 À escala regional
 À escala nacional
 À escala internacional

Para caracterizar uma rede urbana tem-se em conta:


 A dimensão (nº de habitantes)
 A distribuição espacial
 A importância (funções que oferecem)

Uma rede urbana pode ser:


 Equilibrada Consoante os contrastes na dimensão,
distribuição
 Desequilibrada e importância entre as cidades

A rede urbana portuguesa é desequilibrada porque:


 Há grande desequilíbrio na dimensão demográfica
(macrocefalia – Apenas uma cabeça, Lisboa – ou bimacrocefalia
– Duas cabeças, Lisboa e Porto), ou seja, Portugal tem duas
cidades grandes, poucas cidades médias e muitas cidades de
pequena dimensão.
 Há grandes assimetrias na distribuição dos centros urbanos
(Litoralização e bipolarização que levam à forte pressão
urbanística, desordenamento, incapacidade de resposta ao nível
das infraestruturas etc)
 Ao nível das funções que oferecem destacam-se apenas as
áreas de Lisboa e Porto

Consequências:
 Despovoamento do interior
 Congestionamento de outras cidades de maior
concentração, ou seja, limitação das relações de
complementaridade entre os diferentes centros urbanos
e, como tal, do dinamismo económico e social
 Redução da capacidade de inserção das economias
regionais na economia nacional
 Limitação da competitividade nacional no contexto
europeu e mundial, pela perda de sinergias (efeitos
superiores aos esperados) que uma rede urbana
equilibrada proporciona

Medidas para atenuar os grandes desequilíbrios da nossa rede


urbana:
 Potencializar a especificidade de cada região
 Implementação de indústrias nas zonas despovoadas
através de incentivos
 Benefícios fiscais e financeiros (emprestar dinheiro mais
barato)
 Investimento em infraestruturas viárias

No interior de Portugal existem menos cidades e de


menor dimensão.

PORTUGAL
 Cidade média: De 25 mil a 150 mil hab ou 20 mil a 100 mil hab;
 Cidade pequena: Até 25 mil hab;
 Cidade grande: Mais de 150 mil hab.

A NÍVEL EUROPEU
 Cidade média: Entre os 100 mil e os 150/200/250 mil hab.

Configuração do sistema urbano


O processo de urbanização conduziu à configuração de um sistema
urbano caracterizado por:
 Duas áreas metropolitanas (Lisboa e Porto) com uma grande
dimensão (populacional e física);
 Uma extensa mancha litoral de urbanização difusa onde
emergem alguns sistemas urbanos polinucleados (determinados
polos que sobressaem – Irregularidade) e se destacam diversos
centros urbanos de maior dimensão e dinamismo, embora sem o
tamanho demográfico de cidade média de acordo com os
padrões europeus;
 Uma urbanização linear ao longo da costa algarvia;
 Uma rede de pequenas cidades no Interior, nalguns casos
configurando eixos e sistemas urbanos multipolares.
As dinâmicas territoriais recentes traduziram-se, a nível do sistema
urbano, na afirmação de quatro grandes tendências:
 Estabilização do peso das áreas metropolitanas no total da
população residente;
 Reforço das cidades médias, com destaque para os centros
urbanos do Litoral;
 Afirmação do dinamismo de alguns centros do Interior em
contexto de despovoamento rural;
 Reforço do policentrismo funcional e da suburbanização no
interior das áreas metropolitanas.

“As cidades estabelecem relações de interdependência com a região


envolvente

Noções
Lugar central: Qualquer aglomeração que fornece bens e serviços
à área circundante (o lugar mais central será o que fornece
maior número e variedade de bens e serviços)
Bens Centrais: Produtos e serviços oferecidos por um lugar
central
Funções centrais: Atividades que fornecem bens centrais.
Bens vulgares: Produtos ou serviços de utilização frequente que se
encontram facilmente sem necessidade de deslocações
significativas (por exemplo: Pão, bicicleta, carne,
consulta médica)
Funções vulgares: Atividades que fornecem bens ou serviços de utilização
frequente (bens vulgares) (por exemplo: mercearia, café,
sapataria, hipermercado etc)
Bens raros: Produtos ou serviços de utilização pouco frequente que
apenas se encontram em determinados lugares (por
exemplo: ensino secundário, operação cirúrgica,
automóvel)
Funções raras: Atividades que fornecem bens ou serviços de utilização
pouco frequente (por exemplo: Companhia de seguros,
hospital, universidade etc)
Bens dispersos: Produtos e serviços que são distribuídos à população,
como água, eletricidade etc.
Funções de nível superior: Oferta de funções especializadas e bens
raros, como um hospital central. Existem num
menor número de centro urbanos e têm maior área
de influência
Funções de nível inferior: Funções frequentes, por exemplo um
minimercado, existem em grande número de
lugares e, por isso, têm menor área de influência

CURIOSIDADE
 Lisboa é o lugar mais central de Portugal
 Águeda é um lugar central

O desequilíbrio da rede urbana portuguesa também se faz sentir


ao nível das funções

De que fatores depende a forma e a extensão da área de influência?


Depende:
 Da maior ou menor quantidade de bens (especialmente bens
raros) que a cidade fornece;
 Dos transportes e vias de comunicação (a área de influência é
maior na direção dos eixos de comunicação)
 Das características físicas da região (se existir uma barreira
física, como uma montanha ou um rio, a área de influência dessa
zona será menor).
Noções:
Raio de eficiência de um bem central: Distância percorrida para adquirir
um bem ou serviço.
o Terá um maior raio de eficiência o bem ou serviço que
causa uma maior deslocação para poder ser adquirido;
o Terá um menor raio de eficiência o bem ou serviço que
causa uma menor deslocação para poder ser adquirido.
De que forma os transportes influenciam o raio de eficiência de um bem
central?
Se existirem bons transportes o raio de influência é maior, uma vez
que, mais facilmente a população se desloca para adquirir um bem

Noções:
Limiar máximo (limiar de mercado): Limite para lá do qual é pouco
provável que a população se desloque para
adquirir esse bem/serviço
Limiar mínimo: Área mínima (com um número de consumidores)
necessária para manter a rendibilidade de determinada
função (bens ou serviços)

Vantagens e limitações da concentração/dispersão

 Economias de aglomeração
À concentração urbana no Litoral corresponde uma concentração de
atividades económicas dos setores secundário e terciário. Estas instalam-
se, preferencialmente, nas áreas urbanas mais desenvolvidas, onde a mão de
obra é abundante e mais qualificada, e onde existem melhores
infraestruturas e melhor acessibilidade aos mercados nacional e
internacional.

Noções
Economias de escala: Racionalizar os investimentos de forma a obter o
menor custo unitário (só é rendível fazer determinados
investimentos em equipamentos e infraestruturas se
estes se destinarem a uma grande quantidade de
utilizadores.
Economias de aglomeração: A população e as várias empresas utilizam as
mesmas infraestruturas de transporte, de
comunicação, de distribuição de água, energia,
etc., para além de beneficiarem das relações de
complementaridade que entre elas se estabelecem.
 Deseconomias de aglomeração
As vantagens da aglomeração só se verificam até certos limites, a
partir dos quais a concentração passa a ser desvantajosa. O crescimento da
população e do número de empresas conduz, a partir de uma certa altura,
à saturação do espaço e uma incapacidade de resposta das
infraestruturas, dos equipamentos e dos serviços.

Os problemas resultantes da excessiva aglomeração de população e


atividades refletem-se no aumento dos custos das atividades económicas
e afetam a qualidade de vidas da população, por exemplo:
 Demoras provocadas pelos congestionamentos de trânsito que
aumentam os consumos de energia e respetivos custos
económicos e ambientais, prejudicam a produtividade das
empresas e causam problemas de saúde às pessoas que,
diariamente, suportam essas demoras.

Noções
Deseconomia de aglomeração: Os custos da concentração são superiores
aos benefícios.
Os efeitos da deseconomia de aglomeração sentidos em muitos
centros urbanos do Litoral poderão ser minimizados com o desenvolvimento
de outras aglomerações urbanas não congestionadas, nomeadamente as
cidades de média dimensão, contribuindo assim para um maior equilíbrio da
rede urbana nacional.

A reorganização da rede urbana


As assimetrias territoriais que caracterizam o nosso País podem
conduzir a graves problemas, relacionados com a má ocupação do espaço
e as deseconomias de aglomeração.

O papel das cidades médias


A forte polarização em torno das duas maiores cidades do país e a
tendência para a urbanização difusa em algumas regiões, são
simultaneamente, causa e efeito do desequilíbrio da rede urbana
portuguesa, que se manifesta tanto pela desigual repartição espacial dos
centros urbanos como pelas diferenças no que respeita à sua dimensão
demográfica.
 Muitas cidades pequenas
 Poucas cidades médias
 Duas grandes cidades (Áreas Metropolitanas que concentram
um número elevado de população e têm maior efeito polarizador
– criação de pólos atrativos (pessoas, atividades))

As cidades são cada vez mais os centros organizadores e


dinamizadores do território, pelo que se torna indispensável a
reorganização e consolidação da rede urbana, na perspetiva de um
desenvolvimento equilibrado do território nacional. O contributo das
cidades com uma dimensão média é fundamental para criar dinamismo
económico e social, proporcionando as vantagens das economias de
aglomeração, atraindo atividades económicas e criando condições para a
fixação populacional.

Os centros urbanos de média dimensão poderão desempenhar um


papel fundamental na redução das assimetrias territoriais, não só pelo
desenvolvimento das próprias cidades em si mesmas, mas também porque
estas dinamizam as respetivas áreas de influência.

As cidades médias podem ter um importante papel na


redistribuição interna da população e das atividades, se oferecerem
maior diversidade e quantidade de bens, criarem postos de trabalho e
proporcionarem serviços qualificados em domínios como a saúde, a educação
ou a formação profissional.

Os programas POLIS e PROSIURB (Programa de Consolidação do


Sistema urbano Nacional e de Apoio à Execução dos Planos Diretores
Municipais) apoiavam financeiramente ações que visavam a qualificação
urbana e ambiental e a dinamização dos centros urbanos da rede
complementar. Estas ações permitiram melhorar nalguns centros urbanos
do país, ao nível dos equipamentos coletivos, das infraestruturas básicas e
da reabilitação e renovação urbana

As cidades médias que se afirmam em Portugal são:


 Capitais de distrito
 As que possuem estabelecimentos de ensino universitário
Redes de Transporte e Articulação do Sistema Urbano
Um maior equilíbrio territorial exige a reorganização e o
desenvolvimento de uma rede urbana policêntrica e equilibrada, em que
exista articulação e complementaridade funcional de proximidade entre os
centros urbanos de diferentes dimensões. Isto depende essencialmente das
acessibilidades interurbanas em que as redes de transporte desempenham
um papel primordial.
A melhoria das ligações rodoviárias e ferroviárias interurbanas
permitirá uma gestão mais eficaz dos recursos disponíveis, nomeadamente
das funções mais raras. O reforço da acessibilidade interurbana aumentará
a complementaridade dos centros nas redes de proximidade, através do
desenvolvimento de funções interdependentes que conduzam a economias de
escala.
Para o desenvolvimento de condições que favoreçam o equilíbrio da
rede urbana, torna-se necessário que exista uma coordenação entre os
diferentes níveis de decisão e de planeamento e ordenamento do
território, desde o central ao local.

A inserção na rede urbana europeia


Numa lógica de integração na União Europeia e de globalização da
sociedade, a dinâmica económica das regiões depende muito da capacidade
que as cidades têm para se afirmarem internacionalmente, projetando a
região do país. Porém, no contexto internacional, as cidades portuguesas
ocupam ainda uma posição relativamente modesta.
Portugal situa-se no extremo Sudoeste da Europa. Com o
alargamento da U.E. Portugal ficou mais afastado do centro da Europa,
acentuando-se a sua situação periférica e a dificuldade em se afirmar
a nível internacional.
A posição hierárquica das cidades mede-se, normalmente, pela sua
dimensão demográfica (qual a maior/menor cidade…), em particular pela sua
capacidade para atrair população.
Avalia-se também pela importância das funções que contribuem para
o seu dinamismo, como a função universitária, a qualificação da mão de
obra ou a relevância das atividades de investigação e desenvolvimento
(I&D).
São as cidades médias que se afirmam no nosso país,
especialmente as Capitais de Distrito e as Cidades que possuem pólos
universitários (estabelecimentos de ensino superior).
Notas:
Madrid: ± 3 milhões de hab Barcelona: ± 1 milhão e 500 mil
hab

As regiões metropolitanas são maiores que as áreas metropolitanas.

Posição internacional das duas maiores cidades portuguesas…


A abertura económica ao exterior, expressa pelo valor das
exportações e das importações e do movimento nos portos e aeroportos,
constitui também uma das formas de internacionalização do país e de
avaliação da projeção externa das cidades. Lisboa e Porto constituem as
cidades portuguesas com maior expressão internacional e assumem uma
posição relevante no sistema ibérico.
Num ranking realizado anualmente, Lisboa é a única cidade portuguesa
com poder de atração como cidade, ou seja, tem capacidade de atrair sedes
de empresas multinacionais.
Torna-se necessário apostar na organização e no reforço de projeção
económica e cultural dos 2 maiores aglomerados urbanos, mas a
internacionalização das cidades passam também por um esforço de
promoção/marketing urbano

A rede urbana nacional no contexto europeu


Para Portugal se prevalecer no contexto europeu terá que apostar nas
grandes cidades, Enquanto que a nível nacional, terão que ser desenvolvidas
cidades médias.

Vantagens da posição geográfica de Portugal


 Entrada para a europa, relativamente a mercadorias que viajam por
via marítima e aérea
Desvantagens da posição geográfica de Portugal
 Afastado do centro da europa
 Fracas acessibilidades

… e oportunidades para as cidades médias


As duas maiores cidades portuguesas, de dimensão pouco significativa
no contexto europeu e mundial, são os grandes pólos de dinamização da
cultura e da cultura e da economia nacionais. Torna-se necessário
desenvolver as cidades médias:
 Criando atrativos;
 Dotando-as de infraestruturas (estradas, vias de comunicação,
etc.);
 Criando ligações entre as cidades (boas ligações com as cidades
do interior);
 Melhorando as cidades do interior.

A melhoria das redes de transporte, nomeadamente a construção


das ligações ferroviárias de alta velocidade (TGV), contribuem para facilitar
a articulação entre os diferentes centros do sistema urbano nacional e a
interligação aos grandes eixos urbanos europeus.

As parcerias entre cidades e mundo rural

Antes:
 A cidade dependia da aldeia, nomeadamente de matérias-
primas;
 A aldeia dependia da Cidade, devido ao Trabalho.
 Tudo se concentrava na cidade
Agora:
 A dependência da cidade por parte da aldeia diminuiu, devido à
deslocação de várias atividades económicas;
 A cidade continua a depender da aldeia, nomeadamente de
água, eletricidade, produtos alimentares, etc.;
 Hoje, as aldeias oferecem muitas atividade de lazer.

 Os transportes
 Vias de comunicação

Fatores responsáveis pela mudança de funções e da organização do


espaço rural:
 Desconcentração produtiva – Dispersão das atividades
económicas
 Relocalização de atividades económicas
 Aumento da mobilidade
Novas funções do espaço rural
 Turismo e Lazer
 Comércio
 Alguns serviços
Complementaridades funcionais - Complementaridade de atividades
O aumento das acessibilidades, pela construção e/ou melhoria das
infraestruturas de transporte, tem permitido o alargamento das áreas de
influência das cidades de regiões predominantemente rurais e o acentuar
dos movimentos pendulares – há uma maior concentração de população nas
zonas rurais.

De 1981 para 1991:


 Há uma melhoria das acessibilidades (estruturas viárias);
 Menor deslocação para os mesmos concelhos;
 Maior deslocação para outros concelhos.

As áreas rurais, tradicionalmente fornecedoras de bens alimentares,


mão de obra e espaços/atividades de lazer, assumem funções de
complementaridade das cidades, oferecendo:
 Habitação, principal ou secundária;
 Novos produtos provenientes de atividades tradicionais
recuperadas e da expansão de atividades urbanas
(desconcentração produtiva / relocalização das atividades
económicas)
 Emprego, nos serviços públicos e nas novas atividades que se
instalam nas áreas rurais, muitas vezes para quadros médios e
superiores.

Complementaridades institucionais – Cooperação entre o meio rural e


urbano (Em torno de projetos de desenvolvimento, ou seja, cooperar
para melhorar)
A valorização das potencialidades e recursos regionais deve partir da
estreita cooperação entre todos os elementos e setores que representam e
dinamizam a própria região. Neste contexto, as relações de
complementaridade institucional cidade/campo são fundamentais para
promover as especificidades locais e encontrar formas de colmatar as
dificuldades comuns.
A coordenação de ações e a cooperação entre as diferentes
entidades responsáveis pelo ordenamento do território constituem o
suporte para a promoção do desenvolvimento regional.
O planeamento adequado garante a sustentabilidade das estratégias
e projetos e contribui para a coesão territorial, podendo impedir a
excessiva pressão urbana sobre os campos mais próximos das cidades ou o
abandono das áreas rurais em declínio agrícola.
ESQUEMA

O desenvolvimento dos transportes (redes e meios/modos) tem


contribuído para o encurtamento das distâncias relativas, através da
redução do tempo e dos gastos de deslocação.
Além da sua importância na mobilidade de pessoas e bens, os
transportes geram riqueza e empregam um grande de pessoas
Noções
Distância-tempo Tempo necessário para efetuar uma determinada
deslocação usando um certo modo/meio de transporte.
Pode ser representada num mapa através de isócronas –
linhas que unem pontos de igual distância-tempo
Distância-custo Despesas efetuadas numa determinada deslocação,
usando um certo modo/meio de transporte. Pode ser
representada num mapa por Isótimas – linhas que unem
pontos de igual distância-custo.
Transportes
 Tipos Aquáticos, Terrestres e Aéreos
 Modos Marítimo, Fluvial, ferroviário; Rodoviário; Aéreo;
Tubular
 Meios Barco; Camião; Automóvel; Comboio; Helicóptero; etc.
As redes de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo)
apresentam-se hierarquizadas (eixos principais e eixos secundários ou
tributários) e servem de suporte aos modos de transportes que se
caracterizam quanto:
 À maior/menor comodidade
 À maior/menor velocidade
 À maior/menor segurança
 À maior/menor flexibilidade dos itinerários
 À maior/menor adequação para o transporte a curta, média ou longa
distância
 Ao maior/menor consumo de energia
 À vocação para transportar passageiros e/ou mercadorias
Todos os modos de transporte têm melhorado em questões como
velocidade e a comodidade, tornando as ligações mais rápidas e seguras
permitindo uma redução nos custos e uma especialização do serviço
prestado.

Em Portugal, tem vindo a registar-se um grande desenvolvimento e


modernização do setor dos transportes, tanto no domínio das
infraestruturas, como no que respeita aos veículos, às empresas e à
qualidade dos serviços.
Esta evolução poderá ser um fator de desenvolvimento das regiões
desfavorecidas e, consequentemente, de redução das assimetrias
territoriais.

Competitividade entre os diferentes meios de transporte


A importância relativa de cada modo de transporte depende:
 Da natureza do tráfego;
 Do tipo de mercadorias;
 Dos trajetos a percorrer;
 Do custo das deslocações.
Cada modo de transporte apresenta vantagens e desvantagens
relativamente aos outros, sendo mais utilizado nas situações a que melhor se
adequa.

Em Portugal Continental, o transporte rodoviário é o mais utilizado no


tráfego interno de mercadorias e no tráfego de passageiros.
Explicado pela:
 Maior flexibilidade de itinerários →Permite uma maior
comodidade do transporte porta a porta
 Maior diversidade de veículos → Tanto em relação à dimensão
como à especialização (adequação à carga e aos espaços em que
vai circular)
O tráfego intracomunitário faz-se preferencialmente por terra,
destacando-se igualmente o transporte rodoviário, seguido, no caso das
mercadorias, pelo marítimo de curta distância.

Com o desenvolvimento do transporte rodoviário, o ferroviário perdeu


capacidade competitiva, no entanto, evidencia uma tendência de
recuperação:
 No tráfego suburbano, pela maior segurança e rapidez (não enfrenta
filas) e pelo menor impacte ambiental.
o Em Portugal, nos últimos anos, houve um aumento de
passageiros no tráfego ferroviário suburbano, devido à
modernização dessas linhas e à expansão do metropolitano;

 No tráfego inter-regional de passageiros, com o desenvolvimento das


linhas de alta velocidade

Transporte marítimo Nacional


Detém significativa importância no tráfego externo de mercadorias, tanto
para a Portugal como para a U.E.

 É o mais adequado para o tráfego de mercadorias volumosas e


pesadas (combustíveis fósseis, cereais, recursos minerais, etc.) a
longas distâncias.
 Este modo/meio de transporte ganha ainda mais competitividade,
sobretudo em deslocações de curta e média distância, devido:
 Ao aparecimento dos chamados navios rápidos, mais leves e velozes
 À modernização dos portos marítimos

Transporte Aéreo Nacional


 Detém significativa importância no tráfego de passageiros de
longa distância, devido à sua velocidade de comodidade.
 Detém uma fraca representativa no tráfego interno, tanto
nacional como comunitário.
Este modo/meio de transporte ganha mais competitividade, no transporte
de mercadorias, devido:
 Aumento da capacidade de carga
 Aumento da capacidade de autonomia de voo das aeronaves

Complementaridade entre os modos de transporte


O predomínio da utilização do transporte rodoviário acarreta
problemas de ordem ambiental (emissão de gases), e de congestionamento
dos principais eixos de circulação, tanto a nível nacional como comunitário.
Por isso, as opções da política de transportes a nível nacional e comunitário
procuram um maior equilíbrio entre os diversos modos de transporte e uma
redução do consumo de energias fósseis.

Programa Marco Polo


Objetivos:
 Reequilíbrio entre os diferentes modos de transporte.
 Redução dos congestionamentos da rede de transportes
rodoviários
 Melhoria do desempenho ambiental do sistema de transportes de
mercadorias
 Reforço da intermodalidade, contribuindo assim para um sistema
de transportes eficiente e sustentável.
Este programa, sugere também o uso de transportes menos poluentes em
substituição ao transporte rodoviário, especialmente em longas distâncias e
nas áreas urbanas.
Passa também por uma desenvolvimento de opções intermodais marítimas
integradas de elevada qualidade, mas também para uma utilização mais
intensiva do transporte ferroviário e da navegação interior.
Concluindo, o Programa Marco Polo tem como objetivo reduzir o
congestionamento e melhorar o ambiente através do uso do transporte
intermodal, tornando o sistema dos transportes mais eficiente,
proporcionando coesão económica e social.

O transporte intermodal ou multimodal consiste na conjugação dos


vários modos de transporte associando vantagens e ajudando a ultrapassar
as desvantagens próprias de cada meio de transporte, contribuindo para
deslocações mais rápidas e mais económicas.
Os custos inerentes às transferências de carga e aos períodos de
imobilização dos veículos tendem a diminuir, devido ao investimento em
equipamentos de carga e descarga e ao aumento dos níveis de automatização
e da eficiência dos serviços das chamadas plataformas intermodais -
Infraestruturas (portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários)
onde se faz o transbordo de um modo de transporte para outro.

Vantagens da intermodalidade
 Diminuição dos custos
 Redução do impacto ambieental
Relação do transporte intermodal com a PCT
 O desenvolvimento da intermodalidade permite atingir alguns
objetivos da PCT

Serviços prestados pelas plataformas de logística


 Serviços de Logística (apoio)
o Lugares de armazenamento das mercadorias
o Serviços de distribuição
o Apoio administrativo/burocrático
Em Portugal a PGT (Política Geral dos Transportes) valoriza não só a
criação destas plataformas, como também da requalificação das já
existentes.
A Rede Nacional de Plataformas Logísticas permite transformar
Portugal numa Plataforma Atlântica de entrada de movimentos
internacionais no mercado ibérico e elevar o País no ranking dos centros de
distribuição logística europeus.

No tráfego de passageiros, sobretudo nas grandes áreas urbanas e


suburbanas, como as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, a
conjugação de diversos modos de transporte é cada vez mais importante.
O investimento em interfaces espaços de articulação entre
diferentes modos de transporte de horários compatíveis aumentará o grau
de satisfação dos utentes, promovendo a utilização dos transportes
públicos.
Noções
Cidades raianas Cidades perto da fronteira (fronteiriças)

Distribuição espacial das redes de transportes


 REDE RODOVIÁRIA NACIONAL
A qualidade e a organização da rede rodoviária são fundamentais para o
desenvolvimento sustentável de um país ou região, sobretudo tendo em
conta que ela desempenha um importante papel de complementaridade
relativamente às restantes redes (portos, aeroportos e terminais
ferroviários).
Segundo a PRN 2000 (Plano Rodoviário Nacional), a rede rodoviária
nacional é constituída por:
 Rede fundamental
o Integra os itinerários principais (IP) – Auto estradas ou não.
Os IP são as vias de comunicação de maior interesse nacional;
Servem de base de apoio a toda a rede rodoviária nacional e asseguram a
ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital (para além
dos distritos) e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras.
 Rede complementar
o Formada pelos itinerários complementes (IC) e pelas estradas
nacionais (EN)
Esta assegura as ligações entre a rede nacional fundamental e os centros
urbanos de influência concelhia ou supraconcelhia, mas infradistrital.
Tanto a rede nacional fundamental como a complementares são
complementadas pelas Estradas Regionais – Comunicações publicas
rodoviárias do continente, com interesse supramunicipal e complementar À
rede rodoviária nacional, são asseguradas pelas estradas regionais (ER).
A rede rodoviária nacional, tanto no Continente como nas regiões
autónomas, tem sido objeto de grandes investimentos, o que se reflete não
só na sua extensão, mas também na qualidade, em parte, devido à
construção de novas infraestruturas (túneis, viadutos e pontes) que
permitem ultrapassar barreiras físicas, tornando os trajetos mais rápidos,
seguros e cómodos.
Contudo, continuam a persistir desigualdades na distribuição
geográfica da rede de estradas:
Mais densa no litoral, onde se localiza também a maior parte da
extensão da rede fundamental, designadamente as principais autoestradas,
que se incluem nos itinerários principais;
Bastante menos densa no interior
Nota As estradas portuguesas estão no sentido Norte-Sul.

 REDE FERROVIÁRIA NACIONAL


A extensão da rede ferroviária nacional era, em 2007, de cerca de 3600
km e, no seu todo, encontra-se ainda pouco modernizada.
Os melhoramentos efetuados e os projetos de renovação previstos
visam, principalmente, a modernização das vias de ligação internacional e de
circulação Norte-Sul. Assim, a nível regional, a rede ferroviária evidencia
desigualdades significativas – A rede ferroviária, assim como a rede
rodoviária, encontra-se mais concentrada/densa no litoral.
Em Portugal o atraso em relação à modernização de algumas infraestruturas
ferroviárias deve-se ao facto de ainda não estar concluído o Plano Diretor
da Rede Ferroviária Nacional.
A rede ferroviária de alta velocidade, seria bastante vantajosa:
 Permitiria o acesso à europa
 Permitiria trajetos mais comodo/rápidos
 Implicaria uma redução da poluição

 REDE NACIONAL DE PORTOS MARÍTIMOS


Os portos portugueses desempenham, principalmente, a função é a
comercial e, consoante o volume de carga movimentada e a sua capacidade,
estes classificam-se como principais ou secundários.
Portos Nacionais mais importantes:
 Leixões;
 Aveiro;
 Lisboa;
 Setúbal;
 Sines;
 Funchal;
 Ponta Delgada

Tipo de carga nos portos em Portugal Continental


Portos Granéis Granéis Contentor Ro-Ro** Carga
líquidos* sólidos es geral

Aveiro X

Leixões X X

Lisboa X X

Setúbal X X

Sines X X

*É a existência de refinarias, que faz com o porto de leixões e Sines se tornem tao
importantes no transporte de Granéis Líquidos – Produtos transportados em depósito do
próprio navio (ex: petróleo)

**Entrada (roll-on) e Saída (roll-off) de camiões carregados de mercadorias, em navios


especializados, pelos quais eles próprios são transportados.
Portugal situa-se numa posição central em relação ao Atlântico
(cruzamento das principais rotas marítimas), beneficiando de portos de
águas profundas (Sines) capazes de receber navios de grandes dimensões
usados no tráfego de mercadorias de longo curso.
Assim, pode oferecer serviços de transhipment transbordo de
mercadorias de um navio para outro.

O que facilita o transbordo?


 O apoio logístico
 O transporte de mercadorias em contentores que são
perfeitamente adaptáveis às características de outros modos de
transporte

Por isso, aproveitar as potencialidades da costa nacional como fachada


atlântica de entrada na Europa é um objetivo da Política Geral de
Transportes. Para tal, será necessário:
 Desenvolver os serviços de transporte marítimo de curta distância;
 Desenvolver as infraestruturas logísticas e intermodais nos portos e
investir na logística e na distribuição;
 Continuar a exploração do terminal de contentores do porto de Sines;
 Melhorar as infraestruturas e ligações ferroviárias de tráfego de
mercadorias;
 Estimular a complementaridade e a cooperação entre portos, por
forma a aumentar a eficiência e atrair carga.
O tráfego marítimo de passageiros tem pouco significado no nosso País,
embora nas regiões autónomas seja alternativa ao transporte aéreo na
ligação entre ilhas e como componente turística. No Continente, assume
algum relevo o tráfego fluvial de passageiros.

 REDE NACIONAL DE AEROPORTOS


Na rede nacional de aeroportos, destacam-se, em movimento de
passageiros:
 Lisboa;
 Porto;
 Faro;
 Funchal;
 Ponta Delgada.
O interior de Portugal Continental é servido por diversos
aeródromos de forma a quebrar o isolamento e a facilitar o acesso ao
litoral.
O mesmo acontece com o facto de todas as ilhas seres providas de
aeroportos, que servem para quebrar o isolamento e também por razões
turísticas.
A rede de aeroportos serve sobretudo o tráfego internacional de
passageiros e de carga. Daí a maior importância dos aeroportos do
Continente e das principais cidades de cada uma das regiões autónomas.
Nos aeroportos de Faro e do Funchal, o volume de tráfego
internacional de passageiros está associado à importância do turismo no
Algarve e na Madeira.
São também estes aeroportos que apresentam maior capacidade, com
destaque para o de Lisboa, por ser a mais importante plataforma de voos
internacionais.

Nota O aeroportos nacionais detém um maior significado no trafego de


passageiros com o estrangeiro, do que a nível interno, pois sendo
Portugal um país relativamente pequeno não há essa necessidade até
porque é dispendioso.

No setor aeroportuário, a Política Geral de Transportes (PGT) dá


prioridade aos seguintes aspetos:
 Criação da valência civil do aeródromo de Beja (atualmente
concretizado)
 Melhoramentos nos aeroportos regionais;
 Implementação de medidas para minimizar os danos ambientais,
designadamente os níveis de ruído e a poluição atmosférica;
 Modernização dos equipamentos de logística e de controlo do tráfego
aéreo;
 Realização de melhorias no atual aeroporto de Lisboa, para fazer face
ao previsível crescimento do tráfego;
 Construção do novo aeroporto de Lisboa.
Redes nacionais de distribuição de energia
O traçado das redes de distribuição de energia depende:
 Dos locais de origem e de consumo
 Do tipo de energia transportada.
Em Portugal, a distribuição de gás natural e de derivados do petróleo é
feita a partir dos pontos de entrada no território nacional:
 O gás natural entra em Portugal através do gasoduto do Magrebe e,
desde 2003, também pelo terminal de gás liquefeito (gás líquido que
é transportado pelas cisternas ou por via marítima – gasodutos) do
porto de Sines, sendo distribuído pela rede nacional de gasodutos,
constituída por um gasoduto principal de alta pressão, de onde
derivam ramais secundários de média pressão e, a partir deles, as
redes de distribuição local de baixa pressão;
 O petróleo chega a Portugal por via marítima e, através de
oleodutos, às refinarias petrolíferas de Leça da Palmeira e de Sines.
Esta última encontra-se ligada ao Parque de Combustíveis de Aveiras
de Cima, através de um oleoduto que foi projetado para transportar
até quatro milhões de toneladas de combustíveis.

Rede elétrica nacional


Tipos de produção:
Produção em regime especial Produção a partir de fontes endógenas e
renováveis (expeto grandes centrais
hidroelétricas)
Produção em regime ordinário Produção a partir de todas as outras fontes,
incluindo as grandes centrais termo
elétricas. Por exemplo o sol, o vento, etc.
Nota A energia elétrica é importantíssima, visto ser uma energia limpa,
embora a sua obtenção possa não o ser
As linhas de maior potência encontram-se no Litoral, onde se
localizam as centrais termoelétricas e as áreas de maior consumo, e
nos trajetos de ligação às áreas de maior produção hidroelétrica (vale
do Tejo e vale superior do Douro).
Melhorar as redes de transporte – uma aposta no futuro
A crescente necessidade de fácil acesso a bens e serviços provocou
um aumento significativo da procura de transportes.
Contudo, apesar das melhorias registadas nos transportes públicos,
na maioria dos casos continua a predominar a utilização do automóvel
particular.
Para o desenvolvimento do País e para a sua integração nas redes europeias
é fundamental proceder:
 À modernização das infraestruturas e da logística do setor dos
transportes.
Daí, o investimento na melhoria das acessibilidades

As intervenções no setor dos transportes devem integrar-se numa


política global de ordenamento territorial e sustentabilidade, o que está
subjacente ao Programa Operacional Temático de Valorização do Território
(POTVT).

Objetivo do investimento em infraestruturas


 Melhorar as acessibilidades
 Reduzir as assimetrias

Posição geográfica de Portugal


Portugal, em relação às suas relações comerciais com o Mundo, poderá
vir a constituir uma nova centralidade, pois embora estejamos numa
situação periférica relativamente à europa, encontramo-nos no “centro do
mundo”, no cruzamento das principais rotas comerciais e portanto há que
tirar vantagens disso.

No entanto para tal é necessário:


 O desenvolvimento de uma linha ferroviária de alta velocidade de um
novo aeroporto de Lisboa
 Reforço das redes e equipamento estruturantes do país
(acessibilidades)

O reforço da competitividade e da conectividade territorial à escala


Ibérica e Comunitária contribuirá diretamente para:
 Uma aproximação entre territórios e, portanto, um aumento do
potencial de competitividade e de interrelação entre empresas e
agentes do desenvolvimento, em geral;
 Uma revalorização dos territórios desde que os modelos de
desenvolvimento urbano e as infraestruturas e as opções de
transporte se ajustem aos objetivos de ordenamento, de
requalificação territorial e de sustentabilidade ambiental;
 A redução das disparidades e assimetrias de desenvolvimento e um
reequilíbrio dos sistemas territoriais e urbanos que a implantação e
funcionamento das redes de transporte permite através da melhoria
das acessibilidades locais e regionais.

Rede Transeuropeia de Transportes


As Política Comum dos Transportes (PCT), apesar de
institucionalizada no Tratado de Roma, só no Tratado de Mastrich é que
foram traçadas as suas bases políticas, institucionais e orçamentais.
No entanto, persistem ainda muitos dos problemas que se pretendia
resolver com a PCT:
 Assimetrias geográficas (entre regiões) ao nível das infraestruturas
e das empresas de transportes;
 Congestionamento de vários eixos europeus (sobretudo no transporte
rodoviário);
 Disparidades no crescimento dos diferentes modos de transporte,
com um largo predomínio do rodoviário;
 Crescimento da dependência do setor dos transportes face ao
petróleo;
 Aumento dos custos económicos e do impacte ambiental (sobretudo
pelo uso de combustíveis fósseis) → SOLUÇÃO = Apostar em
energias alternativas.

Um dos grandes objetivos da PCT é a construção de uma rede


transeuropeia de transportes (RTE-T) que engloba:
 As infraestruturas (estradas, vias-férreas, portos, aeroportos, meios
de navegação, plataformas intermodais, condutas de transporte de
combustíveis);
 Os serviços necessários ao seu funcionamento.

A Inserção das redes nacionais na rede transeuropeia de transportes


As redes portuguesas dos diferentes modos de transporte tendem a
integrar-se cada vez mais nas redes europeias, pelo que, já no âmbito do
Programa Operacional de Acessibilidade e Transportes, foram definidos os
grandes corredores de tráfego internacional de ligação à Europa, que se
localizam essencialmente no litoral e algumas ligações ao interior.
Estes corredores influenciam os portos marítimos, na medida em que os
valorizam pois:
 Facilitam as trocas comerciais com outros portos e com o continente,
permitindo assim a multimodalidade

De acordo com as orientações da política comunitária de reequilibrar


a distribuição modal e de revitalizar o transporte ferroviário, a rede
europeia de alta velocidade assume grande importância. Com ela, o comboio
torna-se uma alternativa ao avião, no tráfego inter-regional de passageiros,
e ao rodoviário, no tráfego de mercadorias de médio e longos cursos.
Por isso torna-se imperativa a construção da Rede Ferroviária de Alta
Velocidade (RAVE) para assim agilizar a integração de Portugal na rede
transeuropeia de transportes, principalmente se esta se vocacionar para o
tráfego de mercadorias

Impactos da ligação de Portugal à rede transeuropeia


VANTAGENS INCONVENIENTES

 Melhor mobilidade de pessoas  Investimento na inovação


e mercadorias tecnológica, em domínios como
 Diminuição das distâncias a intermodalidade;
relativas  O desenvolvimento de modos
 Permite a multimodalidade de transporte mais seguros e
menos poluentes;
 Desenvolvimento de sistemas
de transporte inteligentes.

Estas constituem uma desvantagem


pois implicam gastos que não
conseguimos suportar por falta de
dinheiro

Redes transeuropeias de distribuição e transporte de energia


O setor de transporte e distribuição de energia é considerado
fundamental para a consolidação da União, tanto mais que a União
Europeia é um espaço de dependência energética, sobretudo relativamente
aos combustíveis fósseis.
A construção de redes transeuropeias de distribuição e transporte de
energia é fundamental para a criação de um mercado interno da energia e
deve integrar-se numa política energética que permita:
 Aumentar a competitividade da União face ao exterior;
 Fazer um melhor aproveitamento energético aumentar a eficiência;
 Garantir o abastecimento em todo o território Comunitário.
Foi recentemente definido um quadro legislativo que visa a liberalização
regulada do mercado interno da eletricidade e do gás natural.

Na construção das redes transeuropeias de energia são prioridades:


No setor da eletricidade
 A conexão de redes ainda isoladas;
 A ligação entre as redes de todos os Estados-membros;
 O desenvolvimento de ligações com Estados terceiros;
No setor do gás natural
 A sua introdução em novas regiões;
 O aumento da capacidade de receção e armazenamento;
 O alargamento das redes de distribuição.

Os projetos prioritários na construção da rede transeuropeia de


eletricidade têm em conta não só o mercado interno, incluindo os doze novos
membros, mas também as ligações aos países candidatos e ao Norte de
África.

A rede transeuropeia de gás natural inclui ainda ligações a todo o Leste


Europeu e a vários países da Ásia.
A preocupação de garantir ligações a uma diversidade grande de países
exportadores de gás natural prende-se com a dependência externa face a
esta fonte de energia e com a instabilidade política e social de alguns
desses países.

A revolução das telecomunicações e o sue impacto nas relações


interterritoriais
Com o desenvolvimento das telecomunicações, a difusão da
informação adquiriu uma dimensão completamento diferente. Onde a
distância-tempo quase desapareceu e a distância-custo é cada vez menor.
As telecomunicações têm, hoje, um papel fundamental na dinamização
das atividades económicas e das relações interterritoriais. Provocam:
 Aumentam a produtividade de outras atividade;
 Geram novos setores produtivos (investigação; Indústria de
equipamentos e consumíveis e serviços associados).

Inconvenientes das telecomunicações


 Substituição da máquina pela mão de obra
Nota No entanto esta perda é compensada pela criação de novos postos de
trabalho relacionados com a manutenção dessas mesmas máquinas,
por exemplo.

A distribuição espacial das redes de telecomunicação


Em Portugal, tem havido progressos significativos:
 Criação de infraestruturas e ao alargamento das redes de
telecomunicação
 Capacidade de acesso e de utilização dessas redes
Apesar dos inúmeros investimentos feitos, a repartição espacial das
redes de telecomunicação apresenta alguns contrastes, explicados:
 Pela maior concentração de população e de atividades
económicas no Litoral.
Porém, todo o território português está coberto pelas redes de
serviços essenciais: rádio, televisão, telefone fixo e móvel, o que garante a
possibilidade de acesso à informação e à Internet. O serviço de televisão e
Internet por cabo também cobre uma boa parte do território nacional.

A rede de telecomunicações que liga o Continente às regiões


autónomas é constituída, essencialmente, por cabos submarinos de fibra
ótica. O Anel Ótico dos Açores une as diferentes ilhas do arquipélago. Mais
recentemente, a Madeira e o Porto Santo foram também ligados entre si
por um cabo submarino de fibra ótica.
Portugal encontra-se ligado ao mundo:
 Através dos serviços internacionais de comunicação por
satélite, incluindo o satélite português POSAT 1;
 Através de uma rede de cabos submarinos de fibra ótica, que
permite estabelecer contactos cada vez mais rápidos e mais
baratos com a maior parte dos países do mundo.

Inserção nas redes europeias


Têm sido adotados com o mesmo objetivo de dotar o nosso País e o espaço
comunitário dos meios e saberes necessários para responder aos desafios
da nova sociedade da informação. A que serve de exemplo:

Objetivo geral – possibilitar o acesso às TIC (quer nas escolas, empresas,


em casa das famílias, etc.)
 Iniciativa “eEuropa”
Objetivo Uma sociedade de informação para todos, desde as escolas, à
Administração pública, passando pelas empresas e pelas
famílias
Na UE, esta iniciativa criou condições para a massificação do acesso à
internet.

 O programa i2010 Sociedade europeia da informação para


2010
Objetivo Incentivar o conhecimento e a inovação para apoio ao
crescimento e à criação de empregos mais numerosos e de
melhor qualidade.
Comissão propõe três objetivos prioritários a realizar antes de 2010 para
as políticas europeias da sociedade da informação e dos media:
 Criação de um espaço único europeu da informação;
 Reforço da inovação e do investimento em investigação na área das
tecnologias da informação e das comunicações (TIC);
 Realização de uma sociedade da informação e dos media inclusiva.

 O Programa Operacional Sociedade de Informação (POSI)


 O programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POSC)

 Ligar Portugal
Integrado no plano tecnológico. Tem por objetivo a generalização do
acesso à internet
A iniciativa Ligar Portugal é um dos vetores estratégicos do Plano
Tecnológico e pretende assegurar os seguintes objetivo:
 Generalizar o acesso à internet

 Programa Star
Programa especial de apoio ao desenvolvimento regional.
Programa comunitário já concluído – Promover a introdução e o
desenvolvimento de serviços e redes avançadas nas regiões periféricas da
UE.
 O Galileo
Programa europeu de racionalização e posicionamento por Satélite,

legenda

Europeu

Nacional
O papel das TIC no dinamismo dos espaços geográficos
Noções
Telecomércio Realização de negócios e transações comerciais à
distância
Teletrabalho Permite a realização do trabalho a partir de casa sem a
deslocação física do trabalhador

São cada vez mais as empresas que utilizam tecnologias de


informação e comunicação. Porém, há disparidades entre os diferentes
ramos de atividade.
Numa comparação entre os estados, e relacionado com a
utilização do comércio eletrónico, Portugal não se encontra numa posição
muito relevante estando abaixo da média comunitária.
Comércio Eletrónico

Vantagens Desvantagens

 Comodidade (comprar sem sair  Perda do poder negocial;


de casa);  Falta de segurança em alguns
 Oferta alargada; site;
 Redução no preço do produto;  Alguma facilidade na cópia de
 Disposição 24H; dados pessoais;
 Facilidade de pagamento;  Etc.
 Etc.

Assiste-se, também, ao crescimento do número de serviços


disponíveis através da Internet, o que, além de aumentar a sua
acessibilidade por parte dos cidadãos, dinamiza a utilização dos próprios
serviços, reduzindo custos e aumentando a sua rendibilidade.
Em Portugal, os serviços públicos on-line dirigem-se a um conjunto
alargado de utentes, cidadãos e empresas, e têm registado, nos últimos
anos, grandes avanços, que contribuíram para uma melhor classificação no
ranking europeu.
Plano tecnológico
Objetivo Promover o desenvolvimento
Reforçar a competitividade
Para tal assente em 3 Eixos
 Conhecimento
De um gross modo, este eixo vida a qualificação da sociedade.
Através:
o Criação de infraestruturas vocacionadas para tal
o Criação de um sistema de ensino abrangente e diversificado

 Tecnologia
Vida apostar no reforço das competências científicas e tecnológicas, tanto
nas empresas privadas como públicas, através, por exemplo do apoio a
atividades de I&D. Isto com o intuito de colmatar o atraso científico e
tecnológico que se faz sentir no nosso país.
 Inovação
Consiste na inovação da produção do país. Tentando por isso adaptar a
produção às características da globalização, através de novos e mais
eficazes métodos produtivos, formas de organização; serviços e produtos
de forma a tornar mais competitiva a nossa economia

As TIC – Fator de aproximação, mas também de desigualdade


O desenvolvimento das tecnologias da informação e da
comunicação permite reduzir as distâncias e aproximar agentes económicos
e pessoas de todo o mundo.
No entanto, porque contribuem para o desenvolvimento económico e
social, as diferenças no acesso e na capacidade de uso dessas tecnologias
aumentam as desigualdades entre os países e entre os cidadãos (quer em
relação a posses económicas como aos níveis de educação). Onde os países
mais desenvolvidos têm mais facilidade de acesso e de utilização das
tecnologias de informação.
É também importante salientar que o acesso às tecnologias de
informação encontra-se limitado pelos custos inerentes aso equipamentos
e à ligação das redes de acesso e utilização.

Em Portugal, têm sido desenvolvidas ações que pretendem diminuir as


desigualdades de acesso às tecnologias da informação e comunicação:
 A criação de espaços de utilização gratuita da Internet;
 O esforço de ligação de todas as escolas públicas à Internet;
 A inclusão da aprendizagem de utilização das TIC nos novos
currículos.

Os transportes e as comunicações…
…e a qualidade de vida da população
O desenvolvimento dos transportes e das telecomunicações reflete-
se na qualidade de vida. A mobilidade da população tornou-se muito maior,
aumentando a frequência e a distância das deslocações. Estas fazem-se,
agora, com maior conforto e segurança e em menos tempo, o que permite
reduzir as distâncias físicas e aumentar a acessibilidade às diferentes
regiões do País.

As novas tecnologias da informação e comunicação, além de


facilitarem e viabilizarem um grande número de atividades económicas,
enriquecem a nossa vida pessoal, permitindo-nos realizar uma infinidade de
ações:
 Aceder a informação de todo o mundo;
 Comprar e vender bens e serviços;
 Participar em programas de televisão e de rádio; etc.

No entanto nem tudo são vantagens, e podem surgir associados a este


desenvolvimento, nomeadamente:
 Poluição
 Saúde
 Segurança
 Qualidade dos serviços
Torna-se pois necessário:
 Permitir igualde de oportunidade no acesso às tecnologias da
informação e comunicação (inclusão de todas as pessoas e regiões na
sociedade de informação)
 Desenvolver uma melhor rede de transportes, nomeadamente de
transportes públicos que no nosso país revelam algum
descontentamento.

A multiplicidade dos espaços de vivência


Atualmente, assiste-se a um alargamento constante dos espaços de
vivência e de interação entre pessoas e territórios.

O crescimento do comércio internacional de mercadorias, dos fluxos


turísticos, do tráfego telefónico e do comércio eletrónico são, entre outras,
expressões evidentes da maior mobilidade e facilidade de comunicar à
distância, proporcionadas pelo desenvolvimento dos transportes e das
tecnologias da informação e comunicação.
Existe uma grande interação e complementaridade entre o setor dos
transportes e o das telecomunicações, o que aumenta ainda mais as
possibilidades de interação entre pessoas e territórios.
Em Portugal, tal como na União Europeia, as empresas de transportes
são das que mais utilizam as tecnologias da informação e da comunicação,
sobretudo ao nível:
 Dos contactos entre utentes e fornecedores de serviços;
 Da localização e orientação por satélite;
 Da logística e da gestão do trânsito.
A contribuição das telecomunicações para a maior eficácia do sistema de
transportes é reconhecida na política comunitária.

O processo de globalização, com aspetos positivos e negativos, é


também uma consequência do desenvolvimento dos transportes e das
tecnologias da informação e comunicação.
O mundo tornou-se numa aldeia global onde os hábitos e costumes dos
que lá vivem tornam-se cada vez mais semelhantes.

Problemas na utilização dos transportes


Existem 2 problemas com que se depara a utilização dos transportes:
 Segurança
 O ambiente e a Saúde
Segurança
A segurança é um dos aspetos mais importantes no setor dos
transportes, uma vez que a deslocação de pessoas ou mercadorias envolve
sempre riscos, independentemente do modo de transporte utilizado.
Para então garantir segurança, tem-se investido no aumento da
segurança dos veículos e das infraestruturas.
Contudo continuam a registar-se acidentes que, no caso dos
transportes aéreo, marítimo e ferroviário, por vezes, assumem a dimensão
de catástrofes, pelas elevadas perdas materiais e humanas.
Sinistralidade
Embora os acidentes com transportes rodoviários não adquiram uma
dimensão de catástrofe (associada ao transporte aéreo), o seu grande
número e a sua frequência tornam a sinistralidade rodoviária um problema
grave em muitos países da União Europeia. Portugal encontra-se acima da
média comunitária.
O crescimento do número de veículos em circulação fez aumentar
bastante o número de acidentes com vítimas. Porém, a melhoria da
segurança dos veículos e da rede rodoviária nacional permitiu que a
gravidade dos acidentes diminuísse significativamente.
Causas da Sinistralidade rodoviária
 Problemas técnicos dos veículos
 Maior número de veículos a circular
 Condições da via
o Piso em mau estado (buracos, utilização de alcatrão com fraca
aderência (escorregadio)
 Deficiências nos traçados
o Inclinações acentuadas
o Curvas mal sinalizadas
 Comportamento dos condutores
o Condução alcoolizada
o Excesso de velocidade
 Condições meteorológicas
o Formação de lençóis de água

A RESOLUÇÃO deste problema implica:


 Uma alteração de mentalidades e de comportamentos individuais - só
possível através da educação e da formação para a segurança
rodoviária.
Neste âmbito, foi elaborado o Plano Nacional de Prevenção Rodoviária com o
objetivo de aumentar a segurança rodoviária no nosso País, de modo a
reduzir em 50% o número de vítimas mortais e feridos graves, até 2010.

O ambiente e a Saúde
O crescimento da utilização dos transportes e portanto o consumo de
combustíveis fósseis como fontes de energia tem alguns impactes sobre a
qualidade de vida da população (decorrentes dos problemas de poluição
ambiental).
O setor dos transportes é um dos principais responsáveis pela
emissão de gases que contribuem para o agravamento do efeito de estufa e
para a formação de ozono na troposfera.

Doenças associadas à poluição atmosférica


 Doenças do sistema respiratório (asma, infeções pulmonares, etc.);
 Doenças da pele, alergias;
 Problemas do sistema cardiovascular e alguns tipos de cancro.
Aos transportes está também associada a poluição sonora que afeta
negativamente a qualidade de vida da população

Protocolo de Quito
Objetivo Reduzir as emições de gases que contribuem para o efeito de
estufa.
Portugal não está a conseguir cumprir o protocolo cujos objetivos estão
estipulados até 2012.

A diminuição dos problemas ambientais e de saúde associados aos


transportes é também uma das preocupações da política nacional e
comunitária para este setor, o que está patente em medidas como:
 A decisão de reduzir o peso do transporte rodoviário face aos
restantes modos de transporte, por ser o mais poluente;
 A diretiva comunitária 2003/30/CE, pela qual cada Estado-membro
deverá assegurar a colocação no mercado de uma quota mínima de
biocombustíveis ou de outros combustíveis renováveis;
 O aumento dos investimentos em Investigação e Desenvolvimento,
para viabilizar a utilização de energias menos poluentes e diminuir o
consumo de energia, sobretudo nos transportes rodoviário e aéreo;
 A criação de iniciativas como o Dia Europeu sem Carros e de
programas como o «Miniautocarros Elétricos em Frotas de
Transportes Urbanos».
O transporte marítimo causa também graves problemas ambientais que
se associam principalmente aos desastres com petroleiros, que originam
marés negras, e às lavagens de porões sem respeito pelas normas de
segurança ambiental.

Reflexos das TIC na qualidade de vida


A influência das tecnologias da informação e comunicação faz-se
sentir em inúmeros aspetos da nossa vida quotidiana, desde a mera
possibilidade de estar sempre contactável, até à maior facilidade de acesso
a bens, serviços e informações úteis, como o estado do tempo ou o trânsito.
Estas tecnologias são um meio privilegiado para ajudar muitas pessoas
com dificuldades de mobilidade a saírem do isolamento.
Com as tecnologias de informação e comunicação, os cidadãos com
necessidades especiais têm maior facilidade e mais oportunidades de
inserção no mercado de trabalho, uma vez que se torna possível a sua
adaptação a cada caso específico
Impactes do desenvolvimento de telecomunicações – Impactes
territoriais
Influência do desenvolvimento das redes de telecomunicação:
 Influência ao nível da distribuição da população e das atividades
económicas.
 Influência nas deslocações e na residência – a crescente adesão das
empresas e dos trabalhadores ao teletrabalho tem como
consequência direta uma redução das deslocações pendulares e, em
alguns casos, a mudança de residência para áreas rurais.
 Influência a forma como o espaço geográfico é vivido, pensado e
representado.

As TIC têm, porém, alguns efeitos perversos na qualidade de vida:


 A insegurança provocada pela difusão de vírus informáticos;
 O perigo de fraude no comércio eletrónico e em transações
financeiras;
 A falta de atenção a aspetos de caráter ético, como a difusão de
ideias e comportamentos que atentam contra os direitos humanos, a
dificuldade em controlar a qualidade e a fiabilidade dos conteúdos, a
possibilidade de invadir a privacidade dos cidadãos, etc.;
 Os perigos associados ao “convívio” com desconhecidos na
Internet, principalmente, para os mais jovens;
 Os perigos para a saúde humana, como são a emissão de radiações
nocivas e os problemas psicológicos de dependência.

A integração de Portugal na união europeia: novos desafios, novas


oportunidades

 Alargamento em 2004
o Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa,
Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Chipre e Malta
 Alargamento em 2007
o Roménia e Bulgária
 Países em negociação de adesão
o Croácia (2013) e Turquia (ainda não entrou devido à
instabilidade política e pelo facto de não conseguir
cumprir os critérios de Copenhaga)
 Países candidatos
o Islândia e Macedónia
 Países potenciais candidatos
o Albânia, Bósnia Herzegovina, Montenegro e Sérvia
 “Eurolândia” - Zona Euro
o Portugal, Espanha, França, Alemanha, Áustria, Bélgica,
Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Finlândia, Grécia,
República da Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Países
Baixos

Um alargamento constitui um grande desafio para a União Europeia e para


cada um dos Estados-membros, sobretudo para os mais periféricos, como
Portugal.

Critérios de Copenhaga (Condições de adesão)


Condições que os países têm de respeitar para poder aderir à UE
 Critério Económico: É necessário que o país candidato tenha uma
economia de mercado em funcionamento e capacidade para responder
à pressão da concorrência e às forças do mercado dentro da UE;
 Critério Político: É necessário que o país candidato disponha de
instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito,
os direitos humanos, o respeito pelas minorias e a sua proteção (para
que o Conselho Europeu decida a abertura das negociações deve ser
cumprido este critério);
 Critério Jurídico (Critério do acervo comunitário): A capacidade
dos candidatos para assumirem as suas obrigações, incluindo a adesão
aos objetivos de união política, económica e monetária.

Noções
Acervo Comunitário Conjunto de leis e normas da UE que cada país
deve transpor para a sua legislação nacional.

Apoios comunitários à adesão dos países de Leste


A estratégia de pré-adesão previa:
 A criação de Parcerias de Adesão, a celebrar com cada país, que
integram todas as formas de assistência da União Europeia num
quadro único, definindo as prioridades nacionais de preparação para a
adesão, designadamente a adoção do acervo comunitário, e os meios
financeiros para tal disponíveis;

 A definição de novos instrumentos de apoio técnico e financeiro à


preparação dos países candidatos à adesão.

Criação de dois novos instrumentos específicos:


 O IEPA Instrumento Estrutural de Pré-adesão destinado a
financiar a convergência com as normas comunitárias de
infraestruturas em matéria de transportes e ambiente;
 O SAPARD Programa Especial para a Agricultura e o
Desenvolvimento Rural;
O SAPARD tinha como objetivos gerais a modernização da agricultura
e adoção às regras. Portugal também de um programa do género, que foi o
PEDAP, no sentido de modernizar a nossa agricultura através de
investimentos em tecnologias, infraestruturas fundiárias e formação
profissional.

Apoios comunitários à adesão dos novos Estados


As negociações de adesão desenvolvem-se de acordo com regras
bem definidas, baseadas na adoção e na aplicação do acervo comunitário e
na adesão aos objetivos políticos dos Tratados (Os países devem estar de
acordo com os critérios de Copenhaga).
A Turquia, a Croácia, a República da Macedónia, a Islândia e os
países potenciais candidatos beneficiam de uma estratégia de pré-adesão e
de instrumentos de apoio próprios.

Os apoios comunitários, antes e nos primeiros anos após a adesão, são


fundamentais para a integração dos países candidatos e dos novos Estados-
Membros. Isto significa que são necessários para que os países que querem
aderir à UE possam cumprir os critérios de Copenhaga. Servem também
para aproximar os vários setores.

Alargamento: desafios e oportunidades para a UE


Os alargamentos representam uma oportunidade política e económica,
tendo em conta:
 A expansão do Mercado Único, que passou de cerca de 370 milhões
para quase 500 milhões de consumidores;
 O reforço da posição da União no contexto político internacional e no
mercado mundial.
O alargamento foi também um desafio para a UE:
 A superfície e a população total aumentaram significativamente;
 Deu-se um empobrecimento, em termos gerais, pois, na maioria dos
novos países-membros, o PIB por habitante era bastante inferior à
média comunitária;
 A maior heterogeneidade económica, social e cultural implica, agora,
maiores esforços de conciliação de interesses, na procura de
consensos e na tomada de decisões.

Outro desafio, que se mantém, é a adaptação das principais políticas


comunitárias e da composição e funcionamento das instituições da União
Europeia.

Alargamento: desafios e oportunidades para Portugal


Com o alargamento, Portugal enfrentou também novos desafios.
Geograficamente, tornou-se mais periférico e, desde logo, viu reduzidos
os fundos estruturais, já que a média comunitária do PIB por habitante
baixou e algumas regiões portuguesas situam-se, agora, acima dela. Além
disso, há maior concorrência para as exportações portuguesas e na
captação de investimento estrangeiro, pois os novos Estados-membros
têm algumas vantagens:
 Encontram-se, de um modo geral, mais perto dos países da UE
com maior poder de compra;
 Possuem mão de obra mais instruída e qualificada e, em alguns
casos, com remuneração média inferior;
 Alguns desses países apresentam uma maior produtividade do
trabalho;
 Estes países beneficiam de mais apoios comunitários.
No entanto, os novos Estados-membros têm economias menos
desenvolvidas e Portugal apresenta algumas vantagens atrativas para o
investimento estrangeiro e importantes para a competitividade das
empresas:
 Melhores infraestruturas e estruturas produtivas mais organizadas;
 Maior desenvolvimento social;
 Maior estabilidade política e económica;
 Um sistema bancário mais eficiente e credível.

Para vencer o desafio, há que aproveitar as oportunidades e mais-


valias do alargamento:
 Maior possibilidade de internacionalização da economia portuguesa
e alargamento do potencial mercado consumidor de produtos
portugueses;
 Participação no maior mercado comum do mundo, que abre
oportunidades a Portugal, tanto na Europa como a nível mundial.

A valorização ambiental em Portugal e a política ambiental comunitária


Os impactes ambientais da ação humana têm vindo a tomar
proporções cada vez mais inquietantes, colocando em risco o equilíbrio do
Planeta e dos ecossistemas. Assim, a preservação ambiental é um dos
desafios da nossa época, que se reflete ao nível das decisões políticas
internacionais, nacionais e comunitárias.
Em Portugal, a Política do Ambiente é relativamente recente a Lei de
Bases do Ambiente data de 1987 e enquadra-se nas preocupações e opções
da União Europeia em matéria ambiental.

Tratado de Maastricht
Conferiu às ações no domínio do ambiente o estatuto de política
comunitária, salientando a necessidade da sua integração nas restantes
políticas.

Tratado de Amesterdão
Colocou o princípio do desenvolvimento sustentável e a obtenção de
um nível elevado de proteção ambiental entre as principais prioridades da
política comunitária.

Em defesa do ambiente na UE: Desde 1967, a maioria dos programas


definidos para proteger o ambiente são os Programas de Ação em Matéria
de Ambiente.
Política ambiental em Portugal
Portugal tem de acompanhar e dar concretização às grandes opções
comunitárias no âmbito da política ambiental. Procura-se que a preocupação
ambiental esteja presente em todos os domínios, de modo a que as metas
relativas ao ambiente sejam mais facilmente alcançadas.

Life +

LIFE + Natureza e Biodiversidade Orientado para a aplicação das


Diretivas Aves e Habitats, e apoiar a
aplicação da Rede Natura 2000, bem como
para aprofundar o conhecimento necessário
para desenvolver, avaliar e monitorizar a
legislação e a política da Natureza e da
biodiversidade da UE. Visa ainda contribuir
genericamente para a meta de parar a perda
da biodiversidade, até 2010.

LIFE + Política Ambiental Destinado a cobrir as demais prioridades do


6.º Programa de Ação
Comunitário de Ambiente (exceto a
conservação da Natureza e biodiversidade),
bem como abordagens estratégicas ao
desenvolvimento e aplicação de políticas
ambientais;

LIFE + Informação e Comunicação Orientado para atividades horizontais


sobre informação, comunicação e
sensibilização em assuntos ambientais.

Nota À medida que o tempo passa, aumentam as verbas para estes


programas

Prioridades da política do ambiente na UE

Sexto Programa de Ação em Matéria Ambiental (prioridades ambientais)


Domínios Problema Medidas para resolver esse
problema

Alterações Climáticas Reduzir os gases com efeito estufa (a longo


prazo, a meta é uma redução de 70% das
Aumento do efeito emissões, através da inovação e do
estufa desenvolvimento científico e tecnológico)

Recursos naturais Aumentar a eficiência na utilização dos


(Hídricos, florestas, Escassez de recursos e gestão de recursos e resíduos
solos, paisagens recursos naturais
naturais, áreas e aumento dos
costeiras) e resíduos resíduos
Ambiente e saúde e Encorajar para o desenvolvimento urbano
qualidade de vida (o sustentável
ambiente está
diretamente Elevado nível de
relacionado com a poluição
saúde e qualidade de
vida)
Natureza e Desflorestação; Criar zonas protegidas
biodiversidade Perda de
biodiversidade;
Desertificação

Natureza e biodiversidade
A diversidade dos ecossistemas e das paisagens é património
ecológico, cultural e económico.
A nível comunitário, o sexto programa de ação em matéria de
ambiente definiu como principais objetivos:
 Proteger e, se necessário, restaurara a estrutura e o
funcionamento dos sistemas naturais;
 Deter a perda da biodiversidade, na UE e à escala mundial;
 Proteger os solos da erosão e da poluição.

As principais medidas e ações a desenvolver são:


 Proteção dos habitats mais ricos através da Rede Natura
2000;
 Implementação de planos de ação para proteger a
biodiversidade;
 Desenvolvimento de uma estratégia de proteção do ambiente
marinho;
 Alargamento dos programas nacionais e regionais para uma
gestão sustentável das florestas;
 Introdução de medidas destinadas a proteger e restaurar as
paisagens;
 Desenvolvimento de uma estratégia de proteção do solo;
 Coordenação dos sistemas dos Estados-Membros para lidarem
com os acidentes e as catástrofes naturais

A criação de uma rede ecológica coerente, denominada Rede Natura


2000, constitui um instrumento fundamental da política da UE em matéria
de conservação da Natureza e da biodiversidade.

A gestão dos recursos hídricos assume grande relevo, e engloba:


 A monitorização da qualidade das águas e a sua distribuição e
utilização;
 A drenagem e tratamento das águas residuais;
 Intervenções na rede hidrográfica, como são a construção de
barragens e albufeiras, que aumentam as disponibilidades hídricas e
regularizam o caudal dos rios.

Resíduos
Associada à exploração e utilização dos recursos naturais está a
produção de resíduos que tem vindo a aumentar, tanto em Portugal como na
União Europeia, prevendo-se que cresça ainda mais.
A política comunitária dá prioridade à prevenção da produção de
resíduos, à sua recuperação (inclui a reutilização, reciclagem e a
recuperação energética) e incineração (queimar os resíduos) e, como último
recurso, a deposição em aterros.

Responsabilidade ambiental
É cada vez maior a consciência de que, para o desenvolvimento
sustentável, são fundamentais a preservação do património natural e a
diminuição do risco de degradação ambiental e de que tais tarefas são
responsabilidade de todos. Daí a importância da educação ambiental e da
responsabilização por danos ambientais.

As regiões portuguesas e a Política Regional da UE


Apesar de a União Europeia ser um espaço de crescimento económico
sustentado, persistem grandes diferenças de nível de desenvolvimento
entre países e regiões e problemas sociais como o desemprego e a pobreza.
Promover a coesão económica e social

Objetivos da Política Regional (2007-2013)


O objetivo «Convergência»
Visa acelerar a convergência das regiões e dos Estados-membros
menos desenvolvidos, melhorando as condições de crescimento e de
emprego. Os domínios de ação serão: capital físico e humano, inovação,
sociedade do conhecimento, adaptabilidade, ambiente e eficácia
administrativa;

O objetivo «Competitividade Regional e Emprego»


Visa reforçar a competitividade, o emprego e a atratividade das
regiões que não sejam regiões menos favorecidas. Permite promover a
inovação, o espírito empresarial, a proteção do ambiente, a acessibilidade, a
adaptabilidade e o desenvolvimento de mercados de trabalho inclusivos;

O objetivo «Cooperação Territorial Europeia»


Vai reforçar a cooperação aos níveis transfronteiriços, transnacional
e inter-regional. A cooperação centrar-se-á na investigação, no
desenvolvimento, na sociedade da informação, no ambiente, na prevenção
dos riscos e na gestão integrada da água.

As regiões incluídas no objetivo convergência, poderão sair deles, no


futuro, se houver uma progressão no seu desenvolvimento, tal como
acontece com Lisboa e se prevê que venha a acontecer com a Madeira.

Assimetrias regionais em Portugal


A nível nacional, também continuam a persistir desigualdades entre as
diferentes regiões, o que, naturalmente, se reflete no bem-estar e na
qualidade de vida da população.
Tal como a nível comunitário, também à escala nacional é importante
que se reforce a coesão económica e social, de modo a valorizar todo o
território e todos os seus recursos humanos e naturais.

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