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Estudos Europeus

União Económica e Monetária

Política monetária à luz das relações do Banco Central


Europeu e do Sistema Europeu de Bancos Centrais

Trabalho realizado por:


Catalina Motroi nº 158960
Joana Inácio nº 158211
Sara Teixeira nº 158181
2021/2022

1
Índice:
Conceitos-Chave
Introdução
1. Perspetiva Histórica
2. Reerguer a economia europeia através do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu de
Bancos centrais
2.1. Banco Central Europeu – cria, regula e centraliza
2.1.1. BCE e Parlamento Europeu
2.1.2. BCE e Conselho da Europa e Eurogrupo
2.1.3. BCE e Comissão Europeia
2.1.4. BCE e Tribunal de Justiça da UE e Tribunal de Contas Europeu
2.1.5. BCE e outras autoridades e instituições financeiras da UE
2.1.6. BCE e parceiros sociais da UE
2.2. Sistema Europeu de Bancos Centrais
2.3. As relações externas do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu de Bancos
Centrais
3. Análise de casos práticos á luz do funcionamento do BCE e do SEBC
3.1. BCE, o caso Alemão e Grego
3.1.1. Análise do Boletim económico do BCE do ano 2019-2021
3.1.2. Economias fechadas vs BCE
3.1.3. Benefícios do programa de compra da divida publica da zona euro.
Conclusão e Considerações Finais
Bibliografia e Webgrafia

2
Palavras-Chave:
CIG económica; CIG política; Tratado de Maastricht; Eurossistema; Politica Monetária
Comum; União Económica e Monetária; Banco Central Europeu; Sistema Europeu de Bancos
Centrais; Tratado do Funcionamento da União Europeia; Sistema Europeu de Supervisão
Financeira; Economias fechadas; Economias Abertas.

Introdução
Com este ensaio, pretendemos abordar a política monetária da união europeia à luz do
“trabalho” do BCE e a cooperação do mesmo com o sistema europeu de bancos centrais.
Começaremos, então por abordar os primórdios do tema através da exposição dos elementos
históricos relacionados com o mesmo. Posto isto, analisaremos de forma pormenorizada os
objetivos e funcionamento dos dois órgãos reguladores da política monetária europeia, assim
como a sua intervenção pratica nos Estados membros da comunidade.
Em termos gerais, a União Económica e Monetária enquadra-se num longo processo de
Integração Económica. Os Estados independentes podem integrar as suas economias a nível
internacional, pretendendo obter benefícios da dimensão europeia, tal como uma maior eficácia
interna e uma maior resistência aos acontecimentos externos. Apesar de ser um processo
complexo de longa duração, é possível identificar cinco etapas para a integração económica:
1. A criação de uma zona de comércio preferencial, com a redução das pautas aduaneiras entre
os países que querem aderir à zona comercial preferencial.

2. A criação de uma zona de comércio livre, com pautas aduaneiras externas comuns e a
instituição de uma política comercial comum.

3. Uma união aduaneira, com as mesmas pautas aduaneiras externas por países terceiros e com
uma política monetária comum.

4. A criação de um mercado comum com regulamentos comuns e com a defesa das 4


liberdades: livre circulação de mercadorias, capitais, mão de obra (inicialmente designava-
se como livre circulação de trabalhadores e numa fase posterior, livre circulação de pessoas)
e serviços.

5. A União Económica e Monetária, ou seja, a transformação de seis mercados nacionais num


mercado único com uma política monetária única.

6. A integração económica total, isto é, a culminação de todas as fases referidas, juntamente


com uma homogeneização da política orçamental e de outras políticas económicas.

3
1. Perspetiva Histórica

Para podermos analisar as relações monetárias entre o Banco Central Europeu e o


Sistema Europeu de Bancos Centrais, é necessário recuarmos no tempo até ao início da
Construção Europeia, mais precisamente há realização da Cimeira de Haia em 1969. Nesta
cimeira, os chefes de Estado e os Governos, definiram como principal propósito a União
Económica e Monetária. De acordo com o relatório de Pierre Werner 1, a União Económica e
Monetária iria ser executada num prazo de 10 anos, com necessidade de passar por várias fases,
e estabelecido como principal objetivo a plena liberalização dos movimentos dos capitais, uma
convertibilidade total das moedas dos Estados-Membros da Comunidade e uma fixação
irrevogável das taxas cambiais. No entanto, devido ao colapso do Sistema Bretton Woods 2 e à
decisão dos Estados-Membros em aderir a esse sistema, foi colocado em causa as paridades
entre as moedas europeias, fazendo com que o projeto de União Económica e Monetária
congelasse.
Na cimeira de Paris em 1972, a Comunidade europeia solicitou um novo impulso para a
integração monetária através da criação da “serpente no túnel”: um mecanismo de flutuação
controlada das moedas dentro das margens de flutuação em relação ao Dólar. No entanto, com a
eclosão da crise petrolífera, com a debilidade do dólar e as divergências na política económica,
a “serpente” perdeu a maioria dos seus membros. Perante este cenário, a necessidade de criar
um espaço de estabilidade monetária tornou-se cada vez mais evidente. A cimeira de Bruxelas
de 1978, instituiu o Sistema Monetário Europeu (SME) que se baseia no conceito de taxas de
câmbio fixas, mas ajustáveis. As moedas de toda a Comunidade europeia, com a exceção do
Reino Unido, participaram no mecanismo de taxas de câmbio. Assim, estas eram baseadas em
taxas centrais em relação ao European Currency Unit3, ou seja, era calculada uma grelha de
taxas bilaterais com base nessas taxas centrais expressas na European Currency Unit, e as
flutuações cambiais deviam permanecer na margem de 2,25% para os dois lados das taxas
bilaterais4. O SME, durante 10 anos, reduziu a variabilidade das taxas de câmbio, uma vez que a
flexibilidade do sistema em conjunto com a vontade de alcançar a convergência monetária,

1
primeiro-ministro de Luxemburgo.
2
Sistema de cambio fixos, mas ajustáveis, Golden-Dólar Santard, o valor das moedas europeias
podiam flutuar +/- 1% do valor do dólar.
3
Unidade de conta europeia, que consistia numa média ponderada das moedas participantes.
4
Exceto no caso da Lira italiana, em que a margem de flutuação era de 6%.
4
permitiu alcançar a estabilidade monetária. Contudo, com o ataque especulativo contra várias
moedas, em 1993, as margens de flutuação foram alargadas para 15%.
Em 1985, com a adesão do programa do Mercado Único, torna-se mais evidente que o
potencial do mercado interno não poderia ser realizado enquanto houvesse custos de transação
altos associados à conversão das moedas e as incertezas resultantes das flutuações das taxas de
câmbio. Contudo, a opinião dos economistas refere o chamado “Triangulo impossível”: a livre
circulação de capitais, a estabilidade das taxas de câmbio e as políticas monetárias
independentes, uma vez que estas políticas, a longo prazo, eram incompatíveis. Por essa razão,
em 1988, o Conselho Europeu de Hanôver criou um Comité encarregado de estudar a União
Económica e Monetária, presidido pelo presidente da Comissão, Jaques Delors. O relatório
desse Comité, apresentado em 1989, propôs a introdução da União Económica em três fases.
Em especial, evidencia o carecimento de uma melhor coordenação das políticas económicas, do
estabelecimento de regras orçamentais, fixando limites para os défices dos orçamentos
nacionais e da criação de uma instituição independente que seria responsável pela política
monetária da comunidade: O Banco Central Europeu (BCE). Sustentado, pelo Relatório de
Delors, o Conselho Europeu de Madrid decidiu, em 1989, dar início à 1ª fase da UEM: a Plena
Liberalização dos Movimentos de Capitais até 1990.
Em dezembro de 1989, o Conselho europeu apelou à concretização de uma conferência
intergovernamental, destinada a sinalizar as alterações a introduzir no Tratado e iniciar,
efetivamente, a UEM. Esta conferência conduziu à realização do Tratado da União Europeia (ou
Tratado de Maastricht), assinado em dezembro de 1991, entrando em vigor apenas em 1993. O
Tratado prevê um começo da UEM em 3 fases:
 Fase 1 (1 de julho de 1990 a 31 de setembro de 1993) – o estabelecimento da livre
circulação de capitais entre os Estados-Membros;
 Fase 2 (1 de janeiro de 1994 a 31 de dezembro de 1998) – convergência das políticas
económicas dos Estados-Membros e reforço da cooperação entre os Bancos Centrais
Nacionais dos Estados-Membros.
A coordenação das políticas monetárias foi institucionalizada através da criação do Instituto
Monetário Europeu, que estava encarregue de reforçar a cooperação entre os Bancos
Centrais Nacionais e de fazer os preparativos necessários à introdução da moeda única.
Durante esta fase, os Bancos Centrais Nacionais deveriam tornar-se independentes.
 Fase 3 (começou em 1 de janeiro de 1999) – aplicação de uma política monetária comum ao
abrigo do Eurossistema desde o primeiro dia e uma introdução gradual das notas e moedas
em euros em todos os Estados-Membros da área do euro.
A transição para a 3ªfase dependia do cumprimento de um grau elevado de convergência
duradoura, avaliada por um conjunto de critérios definidos nos Tratados. As regras

5
orçamentais tornar-se-iam vinculativas e qualquer Estado-Membro incumpridor poderia ser
sujeito a sanções.
A política monetária da área do euro foi atribuída ao Eurossistema, composto pelos seis
membros da Comissão Executiva do BCE e os Governadores dos Bancos Centrais
Nacionais da área euro, que passam a ser, em conjunto, uma estrutura gestora da política
monetária da zona euro.

Com base no relatório Delors, o conselho Europeu de Madrid decidiu dar início à
primeira fase da UEM. Esta primeira fase envolveu a realização do mercado interno, o início da
coordenação das políticas económicas e a eliminação dos obstáculos à integração financeira.
Nas fases posteriores, realça-se o trabalho de preparação dos governantes dos Bancos Centrais
Nacionais, uma vez que facilitou os trabalhos de revisão do Tratado.
Para que a UEM criasse condições favoráveis para o aumento de emprego e para o
crescimento sem evitar quaisquer perturbações, era fundamental que as economias nacionais
convergissem antes da criação da moeda única. Assim, o Tratado que cria a União Europeia,
criou os “Critérios de Convergência de Maastricht”, que deveriam ser cumpridos para que o
euro fosse instituído. Os critérios de convergências foram implementados para garantir que as
economias dos Estados-Membro estejam suficientemente preparadas para a implementação de
uma moeda única, evitando, assim, choques petrolíferos, como já havia acontecido. Assim, de
1991 a 1999, assistimos à adaptação das economias nacionais dos Estados-Membros,
culminando na introdução da moeda única – o euro.
Para além, dos Estados-Membros quererem uma moeda única, desejavam, também, uma
convergência em relação às questões monetárias e das regras e leis nacionais que regulavam os
seus Bancos Centrais. Posto isto, a 31 de dezembro de 1998, ao abrigo da fase 2 do Tratado de
Maastricht, após as taxas de conversão entre o euro e as moedas dos Estados Membros terem
sido fixadas, assistiu-se há introdução do euro e do Eurossistema, composto pelo Banco Central
Europeu (BCE) e pelos Bancos Centrais Nacionais (BCN) dos países pertencentes ao euro. Este
sistema, assumiu a responsabilidade da política monetária na recém-criada Zona Euro.
Com a instituição destas estruturas, os Estados nacionais abdicaram da sua autonomia
de definir as políticas monetárias nacionais e a utilização do instrumento cambial como forma
de se adaptarem ao contexto económico internacional. Aos Bancos Centrais Nacionais, fica
encarregue a tarefa de inspecionar os sistemas bancários e financeiros nacionais e da
implementação das medidas de política monetária acordadas pelo Sistema Europeu de Bancos
Centrais e pelo Banco Central Europeu. Assim sendo, as políticas monetárias que antes eram de
autonomia nacional, passou para um plano supranacional da responsabilidade da recém-criada
União Europeia e das suas instituições.

6
2. Reerguer a economia europeia através do Banco Central Europeu e do Sistema
Europeu de Bancos Centrais
O século XX foi, portanto, uma época arrasadora e devastadora para a Europa. Houve
perdas drásticas quer a nível humano, como também de infraestrutura, mas também económico.
Para ressuscitar a Europa, bem como garantira uma estabilidade económica, política e social,
internamente e externamente, foram criadas uma série de organizações que visavam,
principalmente, trazer a paz de volta, reerguer a economia e intensificar as relações externas
entre os Estados. Para satisfazer os problemas económicos e oferecer alguma estabilidade à
política monetária, instituições como Banco Central Europeu juntamente com o Eurossistema e
o Sistema Europeu de Bancos Centrais foram criadas. No próximo capítulo, vamos explicar, de
modo fundamentado, quais os principais objetivos destes sistemas de administração da moeda,
os métodos de funcionamento e atuação, bem como a relação que têm com outras instituições
europeias. Importa frisar que, para completar a pesquisa em relação ao funcionamento, estrutura
e atuação do BCE e do SEBC, consultamos o Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia, o Tratado da EU, protocolo relativo aos estatutos do Sistema Europeu de Bancos
Centrais e do Banco Central Europeu.

2.1. Banco Central Europeu – cria, regula e centraliza


Como já referimos na perspetiva histórica, o BCE surgiu com a assinatura do Tratado de
Maastricht, em 1992, e entrada em vigor em 1993. Este tratado assinalou poucas tarefas ao
BCE, nomeadamente o dever de promover o bom funcionamento dos sistemas de pagamentos e
a contribuição na prossecução das políticas desenvolvidas pelas autoridades competente
relativas à fiscalização segura das instituições bancárias e à estabilidade do sistema financeiro.
O Banco Central Europeu, embora uma instituição europeia 5 que atua em conformidade
com os restantes bancos europeus, mantém relações de trabalho com outras instituições,
organismos e fóruns apropriados, tanto nos limites geográficos da União Europeia, como
também a nível mais amplo sempre que são discutidas questões relacionadas com as funções
arbitrárias do Eurossistema. A sua principal missão é, portanto, a preservação do poder de
compra da União e, deste modo, garantir a estabilidade de preços e definir e executar a política
monetária da zona euro. De acordo com o Tratado que Institui a Comunidade Europeia, as
atribuições fundamentais do BCE são, portanto, a definição e execução da política monetária
para a área euro, a condução de operações cambiais, a detenção e gestão das reservas oficiais
dos países da área euro e a promoção do bom funcionamento dos sistemas de pagamentos. O
Banco Central Europeu é composto pelo Conselho de Governadores, pela Comissão Executiva e
pelo Conselho Geral.

5
Tratado da União Europeia, artigo 13º, nº1.
7
O BCE é oficialmente uma instituição da União Europeia, mas com um estatuto
independente e responsabilidades específicas. Deste modo, para que o BCE possa cumprir o seu
mandato e atribuições, o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia confere-lhe
independência de quaisquer interferências políticas. Contudo, essa sua independência e
competência exclusiva tem implicações na natureza das relações entre o BCE com outros
organismos responsáveis pela definição de políticas dentro da comunidade europeia e, por isso,
essas relações não podem ir além de um diálogo não vinculativo. Diálogo esse que melhora o
fluxo de informação, promove o entendimento mútuo das perspetivas de cada uma das partes
envolvidas e possibilita um acordo sobre questões de interesse comum, assumindo, por parte do
BCE, total responsabilidade pela atuação perante os cidadãos da EU e os seus representantes
eleitos.
Posto isto, o Banco Central Europeu ocupa uma posição acima dos bancos nacionais,
fazendo a regulação de todo o setor financeiro dos Estados-Membros pertencentes à União
Europeia. É, portanto, um órgão que, para além de concentrar toda a política monetária, regula o
sistema financeiro europeu em concordância com outras instituições europeias, citadas logo
abaixo.

2.1.1. BCE e Parlamento Europeu


Como já mencionamos, ao BCE foi atribuído autonomia e soberania pelo que,
consequentemente, implica uma responsabilização e obrigação de prestação de contas,
permitindo o controlo democrático das medidas adotadas no sentido de efetivar o seu propósito
pré-estabelecido nos diferentes tratados. Para garantir a boa e justa atividade do BCE, o
Parlamento Europeu, eleito diretamente pelos cidadãos da EU, desempenha um papel valoroso
na responsabilização do BCE. Deste modo, o presidente do Conselho participa em audições
públicas em trocas de opiniões com o Parlamento Europeu sobre questões de supervisão
bancária de modo a averiguar o bom funcionamento deste órgão. Por sua vez, o Parlamento
participa também no procedimento de nomeação dos membros da Comissão Executiva do BCE,
do presidente e do vice-presidente do Conselho de supervisão.

2.1.2. BCE e Conselho da Europa e Eurogrupo


BCE tem a possibilidade de participar nas reuniões do conselho da EU 6 em que são
debatidas questões relacionadas com os objetivos e as atribuições do Sistema Europeu de
Bancos Centrais. Regra geral, estas reuniões têm lugar no Conselho para as questões
económicas e financeiras (ECOFIN) e contam com a presença dos ministros da economia e das
finanças de todos os Estados-Membros da EU. Para além disso, o presidente do Banco Central é
também convocado, regularmente, a participar nas reuniões mensais informais dos ministros das
6
Tratado sobre o funcionamento da EU, artigo 248º.
8
finanças da área do euro para trocas de pontos de vista sobre questões de supervisão bancária.
Em contrapartida, o TFUE estabelece ainda a possibilidade de participação dos decisores
políticos da EU nas reuniões do conselho do BCE, ainda que sem direito de voto.

2.1.3. BCE e Comissão Europeia


A Comissão Europeia representa e defende os interesses da União Europeia na sua
globalidade. Talvez a instituição europeia mais importante com capacidade de propor
legislações, políticas e programas de ação, bem como está encarregue de aplicar as decisões
tomadas no Parlamento Europeu e no Conselho da União Europeia. Deste modo, o diálogo entre
o BCE e a Comissão Europeia é particularmente relevante, partindo do papel desempenhado por
esta na coordenação das políticas económicas e das suas atribuições relacionadas com a União
Económica e Monetária. A Comissão Europeia consulta, com alguma frequência, o BCE em
relação à legislação financeira da União, prestando atenção às propostas apresentadas ou outras
iniciativas. Este é um outro caso em que um membro da Comissão pode participar nas reuniões
do BCE, porém, sem direito de voto. Anualmente, para além das situações já expostas,
realizam-se, em diferentes circunstâncias, outros contactos entre estas duas organizações.

2.1.4. BCE e Tribunal de Justiça da EU e Tribunal de Contas Europeu


Tal como todas as instituições europeias, o BCE está sujeito às decisões do tribunal de
justiça da EU, porém, com algumas peculiaridades. Quer o BCE como o SEBC, ao qual
daremos uma maior atenção no próximo capítulo, estão sujeitos a dois níveis de controlo
externo. Por um lado, é nomeado um perito externo independente para controlar as contas
anuais do BCE e, por outro lado, o Tribunal de Contas Europeu está encarregue de examinar a
eficácia operacional da administração por parte do BCE. Para além disso, o Banco Central
Europeu está abrangido pelo regime antifraude da União Europeia.

2.1.5. BCE e outras autoridades e instituições financeiras da UE


Para além das organizações já citadas, o BCE mantém relações estreitas com várias
outras autoridades da UE, colaborando, nomeadamente, com as autoridades que compõem o
Sistema Europeu de Supervisão Financeira que integra as três autoridades europeias de
supervisão microprudencial e o Comité Europeu do Risco Sistémico. Isto é, o BCE assegura o
secretariado do CERS, oferecendo apoio analítico, administrativo e logístico; mantém relações
estreitas com o Conselho Único de Resolução no domínio da resolução bancária; e, colabora
com o Mecanismo Europeu de Estabilidade no contexto da sua função de monitorização da
implementação dos programas de ajustamento macroeconómico dos Estados-Membros com
necessidade de assistência financeira.

9
2.1.6. BCE e parceiros sociais da EU
Estabelecido pelo conselho europeu em julho de 1999, o BCE reúne com os parceiros
sociais da EU no quadro designado “diálogo macroeconómico” que permite, precisamente, ao
BCE, explicar a sua orientação política de modo a fundamentar as expetativas da inflação e
obter informação em primeira mão dos parceiros sociais sobre questões de interesse comum.

2.2. Sistema Europeu de Bancos Centrais


O Sistema Europeu de Bancos Centrais é constituído pelo Banco Central Europeu e pela
totalidade dos Bancos Nacionais dos Estados-Membros da União Europeia, independentemente
se possuem o euro como moeda nacional ou não. Este sistema é dirigido pelos órgãos de decisão
do BCE, isto é, pela Comissão Executiva do BCE e pelo Conselho do BCE, ao qual se atribui
uma maior responsabilidade 7. Na realidade, é precisamente o Conselho que adota as orientações
e toma as decisões necessárias para um melhor desempenho das atribuições dirigidas ao SEBC,
bem como define a política da comunidade, estabelecendo as orientações necessárias à respetiva
execução.
No TFUE e no protocolo relativo aos estatutos do BCE e do SEBC são definidos os
objetivos e as atribuições fundamentais de ambos. O objetivo primordial do Sistema Europeu de
Bancos Centrais é, acima de tudo, a manutenção dos preços de acordo com o princípio de uma
economia de mercado aberto e de livre concorrência, promovendo a eficácia e justa
administração dos recursos. Deste modo, tal como estipulado no artigo 105º do Tratado sobre o
Funcionamento da EU, nº2, as atribuições substanciais acordadas ao SEBC são, tal como no
caso do Banco Central, a definição e execução da política monetária da comunidade, a
realização de operações cambiais compatíveis com o artigo 109º do Tratado, a detenção e gestão
de reservas cambiais oficiais dos Estados-Membros, bem como a promoção do bom
funcionamento dos sistemas de pagamentos. Posto isto, a missão primordial do SEBC é a
condução da política monetária, pelo que, necessita, tal como o Banco Central Europeu, da mais
ampla liberdade de atuação. Contudo, vale sublinhar que, embora os dois sistemas de gestão da
moeda europeia tenham algumas semelhanças quanto aos seus objetivos, o BCE ocupa uma
posição superior, tal como já referimos.
Quanto à emissão da moeda europeia – o euro – está essencialmente regulamentado no
artigo 105º, A, do TFUE, que oferece ao BCE o direito exclusivo de autorizar a emissão de
notas em simultaneidade com os Bancos Centrais Nacionais. As notas emitidas por estes dois
sistemas são as únicas com curso legal na comunidade.

7
Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, artigo 106º, nº 1 e nº3; Estatuto do SEBC,
artigo 12º.
10
2.3. As relações externas do Banco Central Europeu e do Sistema Europeu de Bancos
Centrais
Como já referimos no capítulo destinado ao Banco Central, este mantém relações quer a
nível da União Europeia, como fora. Em relação ao SEBC, este sistema possui uma política que
abrange todos os Estados-Membros da EU, mesmo aqueles que não possuem o euro como
moeda oficial. Deste modo, as taxas de câmbio são um elemento relevante na política
económica externa e, por isso, a existência de sistemas capazes de regular estas questões são
muito importantes. É, portanto, da competência do Conselho do BCE a determinação das
orientações da política de câmbios da comunidade e a intervenção, quando necessário, para
regulamentar e resolver litígios. Esta fórmula assegura, assim, a responsabilidade final da
política cambial às instituições responsáveis pela política económica, particularmente ao Banco
Central e Sistema Europeu de Bancos Centrais, concedendo, a este último, uma margem de
manobra na execução daquela política8.

3. Análise de casos práticos à luz do funcionamento do BCE e SEBC


Posto tudo isto, partimos agora para uma abordagem prática do tema, visto ser, talvez, a
melhor forma de analisar e entender, de facto, as políticas acima abordadas e expostas.
Para esta última parte do presente ensaio, definem-se como pontos principais a escolha
de 2 países a analisar, no caso, Alemanha e Grécia. A decisão recai precisamente sobre estes
dois Estados pelo facto de serem dois países que antagonizam facilmente nesta matéria, devido
principalmente, às evidentes discrepâncias entre eles, bem como à forte polémica associada, e
noticiada, muitas vezes como “BCE e Alemanha declaram guerra à Grécia”. Achamos de
grande importância utilizar este tipo de exemplo prático, que mostrasse a entidade aprofundada
acima, o BCE, a atuar de facto sobre problemas europeus.

3.1. BCE vs. Alemanha vs. Grécia


Não é novidade para ninguém, que a partir de 2011, a crise da dívida pública europeia subiu
de tom, muito com a “ajuda” da Grécia que comportava uma grande dívida perante os
investidores privados. Isto gerou bastante polémica, bem como preocupação dentro da zona
euro e da União Europeia, destacando-se o papel ativo da Alemanha. Os responsáveis máximos
da política monetária da zona euro e o Governo alemão criaram uma espécie de “braço de
8
Artigo 109º do TFUE visa instaurar um equilíbrio institucional adequado no que concerne à
responsabilidade pela política cambial. O Conselho, deliberando por unanimidade, pode
celebrar acordos formais relativos a um sistema de taxas de câmbio em relação às moedas não
comunitárias, podendo igualmente modificar o conteúdo de tais acordos por maioria qualificada.
Na falta de acordo, pode ainda formular orientações gerais para uma política de taxas de
câmbio, também por maioria qualificada.
11
ferro”. O ministro alemão reforçava o seu apelo para que a Grécia restruturasse a dívida perante
os investidores privados e fez saber que defendia um reescalonamento de sete anos para a dívida
pública grega, ou seja, prorrogar por sete anos, o reembolso da dívida do país,
independentemente da vontade dos credores. Esta iniciativa alemã, de caminho, acabou por
receber a oposição quase imediata da França, e claro, o BCE reiterou também o seu
descontentamento, face a qualquer tipo de restruturação que não fosse voluntária.
De forma a simplificar, sob a pressão dos deputados, Berlim defendia que os títulos gregos
que tiverem de ser reembolsados, fossem substituídos por outros, com datas prolongadas de sete
anos. Já a própria Grécia, claro, e o BCE, a par da Comissão Europeia, preferiram o cenário
alternativo e mais suave, da conclusão de acordos voluntários com os credores para a renovação
dos seus empréstimos quando estes chegarem à maturidade, ou seja, o chamado “roll over”. De
qualquer das formas, a preocupação da autoridade monetária europeia, passará sempre, por
assegurar que não exista um evento de crédito, isto é, incidentes de incumprimento das
condições de reembolso da dívida, nem um “incumprimento seletivo” na zona euro, excluindo
assim, como já dito anteriormente, todos os eventos não voluntários e sem qualquer coerção.
A colisão destas perspetivas, entre a Alemanha, que se conta como a maior economia da
zona euro, por um lado, e o BCE, bem como a Comissão Europeia, por outro, acabam por
abalar, e dividir opiniões dentro da zona euro, e a confiança nas instituições financeiras da
Europa por parte da Alemanha, diminui significativamente, ou seja, segundo estudos
desenvolvidos, apenas um em cada três alemães confiam no BCE.
Após a abordagem supracitada, iremos expor agora, uma situação de atuação factual do
BCE, que ficou conhecida como o primeiro passo para a “asfixia da economia grega”, em 2015.
O Conselho de Governo do BCE decidiu deixar de aceitar como garantia os títulos da dívida
grega nas suas operações de liquidez, assumindo que o plano de resgate à Grécia pode não
terminar com êxito, ou seja, isto significaria que os bancos gregos passam a não poder usar os
títulos como garantia nos seus empréstimos do dia-a-dia. O BCE, acabou por ordenar aos
bancos gregos que não comprassem dívida do Estado grego e, na mesma altura, o presidente do
Banco Central Alemão, vem dizer que a Grécia corre o risco de “falência desordenada”. Claro
que, isto se fez sentir através de uma brutal pressão sobre a Grécia que afirmou que as medidas
parecem ter sido tomadas tendo em conta a pressão alemã sobre a própria Grécia. Exigências
germânicas estas, que nada menos são que a capitulação do seu governo, o que acaba por nos
levar ao início desta problemática.
Para analisar todo o processo de atuação do BCE nesta matéria, é preciso também conhecer
as consequências desta mesma atuação. Ocorreu, quase de forma generalizada, uma fuga de
capitais, bem como uma fuga de depósitos, o que resultou na queda da bolsa de Atenas, em até
30%, e onde a única salvação recaía sobre ponderar a compra da dívida grega por parte do BCE

12
de modo a refrear a fuga de capitais e de depósitos, bem como aprovar o plano de investimentos
europeu e concentrá-lo na Grécia a fim de a retirar da recessão.
Num plano mais recente, em 2022, e agora focando no caso alemão em relação ao BCE,
espera-se que a inflação alemã fique acima daquilo que era previsto, recaindo, deste modo, uma
pressão sobre BCE que “deveria manter o foco na normalização da política monetária”, tal
como afirma o presidente do Banco Central Alemão. Prevê-se que a inflação seja superior a 4%
na Alemanha, o que insta o BCE a reagir rapidamente, através de “regras mais robustas, com
menos opções de serem contornadas” com consequências reais, onde caso não se haja
rapidamente, as flutuações do mercado poderão ser mais fortes. Lembrando que, o antecessor do
atual presidente do Banco Central Alemão, Jens Weidmann, sempre alertou para os perigos
inflacionistas e sempre criticou a política monetária expansionista do BCE.
Deste modo, acabamos de perceber como esta entidade age, consoante e através dos
diferentes Estados (Alemanha e Grécia) e vamos, por isso, agora, analisar a atividade do BCE
em diferentes planos, nomeadamente no “pós-pandemia”, evidentemente fazendo o contraste
com a forma de atuação antes desta. Iremos, por isso, analisar, de forma relativamente breve, os
principais desenvolvimentos na balança corrente da área euro com ênfase para o modo como a
pandemia afetou as várias componentes da balança. Para efeitos mais seguros, vamo-nos
concentrar entre os anos de 2020 e 2021, chamando a atenção para o facto de, nos gráficos, o
foco ser o ano de 2020 que coincide com o início da pandemia, onde a discrepância em relação
a anos anteriores é mais visível.

3.1.1. Dados retirados da análise do boletim económico do BCE

O excedente da balança corrente da área do euro diminuiu apenas ligeiramente em 2020,


em comparação com 2019, de 2,3%, para 2,2% do PIB. Porém, esta descida moderada do
excedente da balança corrente em relação ao PIB, oculta uma diminuição considerável do

13
respetivo valor, mais precisamente, de 280 mil milhões de euros em 2019 para 250 mil milhões
de euros em 2020, o PIB nominal caiu acentuadamente neste período. Para além disso, são
notáveis os problemas na composição do comércio, bem como nas transações externas brutas
subjacentes (créditos e débitos). “As repercussões económicas da pandemia são
particularmente visíveis na balança comercial de serviços, e conduziram a uma redução
acentuada do excedente dos serviços”.

3.1.2. Economias fechadas vs. BCE


Iremos agora enfatizar, uma vez mais, esta entidade, o BCE, fazendo o contrabalanço
entre as anteriores economias fechadas, e o pós-BCE. Podemos já antever que as diferenças,
maioritariamente, recaem sobre as políticas de um país no que toca ao comércio internacional e
aos mercados financeiros.
Antes do BCE, e como tal, servindo esta análise para os Estados que a ele estão
vinculados, existiam economias fechadas, isto é, impedia-se que os negócios e indivíduos
interagissem com as economias estrangeiras num esforço para se manterem isolados e
autossuficientes, ou seja, não se permitia a um país, e aos seus cidadãos, participarem no
mercado global.
Evidentemente que o Banco Central Europeu vem incentivar e deixar clara a ideia de
uma economia aberta, a globalização assente na entreajuda, através de um “banco comum”,
lembrando sempre que a interação entre países estrangeiros é a base do comércio internacional.
O BCE, atua, beneficiando a quem a ele se vincula, de políticas monetárias favoráveis,
normalmente adjetivadas como não convencionais, mas eficazes. Podemos dar o exemplo do
caso português, onde, em 2019, antes da pandemia por covid-19, a redução dos juros na despesa
pública representa algo como 1,4% do Produto Interno Bruto e os dividendos e IRC do banco de
Portugal, representava mais de 0,5/0,6% do PIB. Só aqui encontramos dois pontos percentuais,
benéficos, de uma consolidação orçamental que mostra, de forma eficaz, a importância que a
política monetária do BCE teve (e tem). É importante ter presente a ideia de que o Banco
Central Europeu, por si só, não chega e que isto é corroborado através, por exemplo, da
comparação de Portugal com Itália, onde encontramos, no mesmo ano, uma diferença muito
grande nas taxas de juro (Portugal paga 0,28% há mais de 10 anos, o que considera um mínimo
histórico, enquanto que no caso italiano, ainda se está nos 1,8%). Claro que a instituição teve o
seu efeito, mas não se pode descurar o esforço interno português. Daqui poderemos concluir
facilmente que os países que cumprem com um esforço orçamental, terão uma compensação
adicional.
No entanto, e continuando no plano português, tal como já referido, a política monetária
do BCE tem-se contado como “muito expansionista” e “completamente atípica” em relação
aquilo que costumava acontecer no espaço europeu, ressaltando taxas de juro próximas de zero

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e, em muitos casos, até mesmo negativas, em contraste com o excesso de liquidez nos
mercados, o que pode conduzir a uma economia de recessão. Outro facto a apontar são os
impactos que podem ir muito para além da esfera eminentemente monetária. São exemplos
disso os impactos na sociedade e na própria integração da zona euro.
Como se entende em toda esta terceira parte do trabalho, passámos da teoria, e de toda a
explicação, à prática, comentando casos reais e situações reais no mundo. Deste modo, faremos
o mesmo para demonstrar, benefícios empíricos do BCE, ao nível português.

3.1.2.1. Benefícios do programa de compra de dívida pública da zona euro

Neste programa específico que escolhemos abordar, e apesar de os analistas lhe


reconhecerem algumas limitações, referem-se a este como sendo benéfico para países
periféricos, tal como no caso português. De que maneira? Os dois fatores e objetivos principais
têm vindo a ser atingidos com a inversão da tendência da queda acentuada do rendimento dos
europeus, bem como através da desvalorização do euro face ao dólar, que favoreceu a
competitividade económica da região. Ambos estes fatores terão contribuído para a redução do
risco da deflação e, a somar a tudo isto, o BCE previu ainda o reinvestimento em dívida pública
e apostou, no plano internacional, na compra de dívidas soberanas, prometendo injetar centenas
de milhares de milhões de euros na economia da zona euro com esperança de a redinamizar. O
objetivo seria criar um círculo virtuoso para a economia, ou seja, através da forte procura, as
taxas de juro das obrigações desceriam e os bancos seriam “empurrados” a aplicar o dinheiro
noutro sítio, designadamente, através do empréstimo às empresas e aos consumidores. O ponto
chave, será, no final do ciclo, ou desta “cadeia”, o programa de relançamento da atividade
económica de modo que os preços subam, assim que existir ameaça de deflação.
Sinteticamente, e ao nível do caso português, “as compras ascendiam no final de
janeiro de 2016, a 12,4 mil milhões de euros, e a” vida” média dos títulos comprados pelo
BCE, é de 10,22 anos, a maturidade mais longa no conjunto dos países que participam no
programa”. Os benefícios em Portugal são evidentes na evolução do custo de financiamento do
Estado e nos ganhos de competitividade do setor exportador, limitando, por isso, a queda dos
preços dos bens importados, o que teve efeitos positivos no comportamento da inflação e no
comportamento do PIB nominal.
Em suma, e terminando com uma abordagem em relação aos dias de hoje, o vice-
presidente do Banco Central Europeu traçou um cenário pouco otimista ou de “otimismo
cauteloso” para o setor bancário na Europa, num período pós-pandemia: “Vamos assistir a uma
redução adicional da rentabilidade da banca devido ao aumento das provisões para fazer face
ao crédito malparado e à descida das receitas”. Avisa ainda que a recuperação será desigual,
tanto entre setores, como entre países, devido às distintas estruturas económicas de cada um.

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Anunciam-se ainda mudanças na meta da inflação e no combate às alterações climáticas, mas
destacam-se dois eixos fundamentais: a promoção da estabilidade de preços (definida como o
principal objetivo) e o alinhamento da política monetária com os objetivos ambientais da
União Europeia.
Para o primeiro eixo, tenta-se perceber qual a variável da inflação, um fator
importantíssimo para se escolher a melhor abordagem, ou seja, através da avaliação da inflação,
o BCE irá decidir se aplica uma política expansionista, reduzindo as taxas de juro e estimulando
a atividade económica, ou se opta por restringir medidas e retirar estímulos. Já em relação ao
segundo eixo, aposta-se numa política monetária mais “verde”, onde o BCE reconhece como
válidos os impactos que as alterações climáticas têm na atividade económica, no PIB, na
estabilidade financeira e no valor dos ativos que detêm. Entre medidas concretas, e problemas
concretos, o BCE anunciou que vai desenvolver medidas no âmbito do risco da desvalorização
de ativos financeiros que estejam ligados à indústria fóssil, comprometendo-se a ter em conta os
riscos associados à transição energética no sistema financeiro (esta medida ainda se sente um
pouco controversa, visto que é o papel dos bancos que financia a indústria fóssil).

Conclusão e considerações finais


Em suma, podemos afirmar que o Eurossistema foi fundamental para a integração
europeia, facilitando as trocas económicas e consequentemente permitindo, direta ou
indiretamente, o crescimento económico da comunidade. O Banco central europeu passou a ser
um órgão que para além de concentrar toda a politica monetária passa, também, a ser regulador
do sistema financeiro europeu. Deste modo, o seu principal propósito é criar, regular,
centralizar, bem como fiscalizar a política monetária da União Europeia.
Para o grupo, foi importante perceber como estes órgãos atuam em situações de
vulnerabilidade do sistema financeiro europeu que nos afeta diariamente e de forma constante.
Nos casos analisados, a intervenção deste sistema comum apresenta-se como fulcral para a
estabilidade monetária dos Estados Membros, que por ele são abrangidos.

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BIBLIOGRAFIA:
 A História da União Económica e Monetária, Parlamento Europeu.
 A Integração monetária na Europa: da União Europeia de Pagamentos ao Euro, António
Mendonça
 Teorias de integração monetários. Aplicação à União Europeia. Paulo Coimbra
 Uma moeda para a Europa. Assuntos Económicos e Financeiros. Comissão Europeia

WEBGRAFIA
 https://www.ecb.europa.eu/ecb/tasks/europe/cooperation/html/index.pt.html 6/03
 https://www.parlamento.pt/europa/Paginas/InstituicoesEuropeias.aspx 6/03
 https://www.bportugal.pt/page/eurosistemasebc 6/03
 https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/26215/1/BoletimXLI_Artigo8.pdf 6/03

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