Você está na página 1de 21

JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE

883 JOSE 883 JOSE 883

CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES

RETA FINAL – DELEGADO PARANÁ

TURMA 3 - SEMANA 01

CADERNO DE
JURISPRUDÊNCIA

SEMANA 05

1
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883

2
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

COMO UTILIZAR O MATERIAL

O presente material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por
meio da leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de
dúvida sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e
estude o informativo na íntegra.

Sumário
Sumário ............................................................................................................................. 3
SEMANA 05 ....................................................................................................................... 4
4. PRISÃO E LIBERDADE .................................................................................................... 4
4.1 Prisão em Flagrante ........................................................................................................................... 4
4.2 Prisão Preventiva ............................................................................................................................... 4
4.3 Prisão Domiciliar do CPP .................................................................................................................. 10
4.4 Outros Temas ................................................................................................................................... 12
5. PROCEDIMENTO ......................................................................................................... 17
5.1 Audiência de Custódia...................................................................................................................... 17
5.2 Temas Diversos ................................................................................................................................ 18
5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90 .......................................................................................... 21

3
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

SEMANA 05

4. PRISÃO E LIBERDADE

4.1 Prisão em Flagrante

Veja “Audiência de Custódia”

4.2 Prisão Preventiva

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Estando o advogado em cela individual, sem registro de eventual inobservância das
condições mínimas de salubridade e dignidade humanas, não se configura constrangimento
ilegal em razão das instalações em que se encontra recolhido.

STJ. AgRg no HC 765.212-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe
04/10/2022. (Info 753).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A necessidade de interrupção do ciclo delitivo de associações e organizações criminosas é
fundamento idôneo para justificar a custódia cautelar e a garantia da ordem pública.
STJ. 6ª Turma. HC 730.721-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022 (Info 746).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A mera imputação da prática dos crimes previstos na Lei n. 12.850/2013, em decorrência
de operação envolvendo compra ou venda de criptomoedas, por si só, não justifica a
imposição automática da custódia prisional.
STJ. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de
Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado em 21/06/2022, DJe 29/06/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A mera circunstância de o agente ter sido denunciado em razão dos delitos descritos na Lei
n. 12.850/2013 não justifica a imposição automática da prisão preventiva, devendo-se
avaliar a presença de elementos concretos, previstos no art. 312 do CPP.

Nota: No que concerne à prisão preventiva, é cediço que a segregação cautelar é medida de
exceção, devendo estar fundamentada em dados concretos, quando presentes indícios
suficientes de autoria e provas de materialidade delitiva e quando demonstrada sua
imprescindibilidade, nos termos do art. 312 do CPP. Dado seu caráter excepcional, deve ainda
estar evidenciada a insuficiência de outras medidas cautelares, arroladas no art. 319 do CPP.
Conquanto os tribunais superiores admitam a prisão preventiva para interrupção da atuação
de integrantes de organização criminosa, a mera circunstância de o agente ter sido
denunciado pelos delitos descritos na Lei n. 12.850/2013 não justifica a imposição automática
da custódia prisional.

4
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

STJ. HC 708.148-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado em
05/04/2022. (Info 732).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Quando o acusado encontrar-se foragido, não há o dever de revisão ex officio da prisão
preventiva, a cada 90 dias, exigida pelo art. 316, parágrafo único, do Código de Processo
Penal.
Nota: Mediante interpretação teleológica de viés objetivo - a qual busca aferir o fim da lei, e
não a suposta vontade do legislador, visto que aquela pode ser mais sábia do que este -, a
finalidade da norma que impõe o dever de reexame ex officio buscar evitar o gravíssimo
constrangimento experimentado por quem, estando preso, sofre efetiva restrição à sua
liberdade, isto é, passa pelo constrangimento da efetiva prisão, que é muito maior do que
aquele que advém da simples ameaça de prisão. Não poderia ser diferente, pois somente
gravíssimo constrangimento, como o sofrido pela efetiva prisão, justifica o elevado custo
despendido pela máquina pública com a promoção desses numerosos reexames impostos
pela lei.
Com efeito, não seria razoável ou proporcional obrigar todos os Juízos criminais do país a
revisar, de ofício, a cada 90 dias, todas as prisões preventivas decretadas e não cumpridas,
tendo em vista que, na prática, há réus que permanecem foragidos por anos.
STJ. RHC 153.528-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 29/03/2022, DJe 01/04/2022.
(Info 731).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não se justifica a prisão preventiva se, considerando o modus operandi dos delitos, a
imposição da cautelar de proibição do exercício da medicina e de suspensão da inscrição
médica, e outras que o Juízo de origem entender necessárias, forem suficientes para
prevenção da reiteração criminosa e preservação da ordem pública.
STJ. 5ª Turma. HC 699.362-PA, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de
Noronha, julgado em 08/03/2022 (Info 728).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do Código de Processo Penal
não acarreta, automaticamente, a revogação da prisão preventiva e, consequentemente, a
concessão de liberdade provisória.
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva
aplica-se até o final dos processos de conhecimento.
Nota: O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para: • o juízo em 1ª instância: SIM • o
TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do TJ/TRF – foro por
prerrogativa de função – como também durante o tempo em que se aguarda o julgamento
de eventual recurso interposto contra decisão de 1ª instância). • o STJ/STF: em regra, não.
Encerrado o julgamento de segunda instância, não se aplica o art. 316, parágrafo único, do
CPP. Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do STJ/STF. Em
conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se: a) até o final dos processos de
conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de segundo grau; b)
5
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro. Por outro lado, o art. 316,
parágrafo único, do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes de sentença
condenatória de segunda instância ainda não transitada em julgado.
O art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se até o final do processo de conhecimento, o
que se encerra com a cognição plena pelo Tribunal de segundo grau.
Assim, nos casos em que se aguarda o julgamento da apelação, o TJ ou TRF têm a obrigação
de revisar periodicamente a prisão, nos termos do art. 316, parágrafo único, do CPP.
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046).
Memorize o que vale atualmente: o parágrafo único do art. 316 do CPP também se aplica
para os Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais.
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgados em
8/3/2022 (Info 1046).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A determinação do magistrado pela cautelar máxima, em sentido diverso do requerido
pelo Ministério Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser
considerada como atuação ex officio.
Nota: Essa situação envolve três interessantes temas:
1) É possível atualmente que o juiz decrete, de ofício, a prisão preventiva? Não. Após o
advento da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível a conversão da
prisão em flagrante em preventiva sem provocação por parte ou da autoridade policial, do
querelante, do assistente, ou do Ministério Público.
2) É possível que o juiz decrete, de ofício, a prisão preventiva do indivíduo nos casos de
violência doméstica com base art. 20 da Lei Maria da Penha? Não. O art. 20 da Lei Maria
da Penha não é uma exceção à regra acima exposta. A proibição de decretação da prisão
preventiva de ofício também se estende para o art. 20 da Lei Maria da Penha. Se você
reparar o art. 20 da Lei nº 11.340/2006 ele continua dizendo, textualmente, que o juiz pode
decretar a prisão preventiva de ofício nos casos envolvendo violência doméstica. Ocorre
que esse art. 20 da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) destoa do atual regime jurídico.
A atuação do juiz de ofício é vedada independentemente do delito praticado ou de sua
gravidade, ainda que seja de natureza hedionda, e deve repercutir no âmbito da violência
doméstica e familiar.
3) Se o MP pediu a aplicação de medida cautelar diversa da prisão, o juiz está autorizado
a decretar a prisão? Sim. A decisão que decreta a prisão preventiva, desde que precedida
da necessária e prévia provocação do Ministério Público, formalmente dirigida ao Poder
Judiciário, mesmo que o magistrado decida pela cautelar pessoal máxima, por entender
que apenas medidas alternativas seriam insuficientes para garantia da ordem pública, não
deve ser considerada como de ofício. Isso porque uma vez provocado pelo órgão
ministerial a determinar uma medida que restrinja a liberdade do acusado em alguma
medida, deve o juiz poder agir de acordo com o seu convencimento motivado e analisar

6
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

qual medida cautelar pessoal melhor se adequa ao caso. Impor ou não cautelas pessoais,
de fato, depende de prévia e indispensável provocação. Entretanto, a escolha de qual delas
melhor se ajusta ao caso concreto há de ser feita pelo juiz da causa. Entender de forma
diversa seria vincular a decisão do Poder Judiciário ao pedido formulado pelo Ministério
Público, de modo a transformar o julgador em mero chancelador de suas manifestações,
ou de lhe transferir a escolha do teor de uma decisão judicial.

ATENÇÃO: EM SENTIDO CONTRÁRIO -Se o requerimento do Ministério Público limita-se


à aplicação de medidas cautelares ao preso em flagrante, é vedado ao juiz decretar a
medida mais gravosa - prisão preventiva -, por configurar uma atuação de ofício. STJ. 5ª
Turma. AgRg no HC 754.506-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
por unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 22/08/2022.
STJ. 6ª Turma. RHC 145.225-RO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/02/2022 (Info 725).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É idônea a fundamentação do decreto prisional assentada na periculosidade do agente,
evidenciada pelo modus operandi, e na necessidade de interromper atuação de líder de
organização criminosa voltada para a prática de crimes informáticos.
STJ. HC 574.573-RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 22/06/2021, DJe 28/06/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A complexidade da causa penal e o caráter multitudinário do feito (dezoito réus, no caso),
justificam uma maior duração do processo, salvo quando eventual retardamento se dê
em virtude da inércia do Poder Judiciário, fato já afastado no presente caso.
STF. 2ª Turma. AgRg no HC 199.238, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 14/06/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no
entanto, que, se logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a
prisão, o vício de ilegalidade que maculava a custódia é suprido.

Nota: O que acontece se o juiz decretar a prisão preventiva de ofício (sem requerimento)?
• Regra: a prisão deverá ser relaxada por se tratar de prisão ilegal. • Exceção: se, após a
decretação, a autoridade policial ou o Ministério Público requererem a prisão, o vício de
ilegalidade que maculava a custódia é suprido (convalidado) e a prisão não será relaxada.
O posterior requerimento da autoridade policial pela segregação cautelar ou manifestação
do Ministério Público favorável à prisão preventiva suprem o vício da inobservância da
formalidade de prévio requerimento.
STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136.708/MS, Rel. Min. Felix Fisher, julgado em 11/03/2021. (Info 691)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível a decretação “ex officio” de prisão preventiva em qualquer situação (em
juízo ou no curso de investigação penal), inclusive no contexto de audiência de custódia,
7
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

sem que haja, mesmo na hipótese da conversão a que se refere o art. 310, II, do CPP, prévia,
necessária e indispensável provocação do Ministério Público ou da autoridade policial.
Nota: Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º,
e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva
sem o prévio ‘requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público’, não
mais sendo lícito, portanto, com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ‘ex officio’
do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade. A interpretação do art. 310,
II, do CPP deve ser realizada à luz dos arts. 282, § 2º, e 311, significando que se tornou inviável,
mesmo no contexto da audiência de custódia, a conversão, de ofício, da prisão em flagrante
de qualquer pessoa em prisão preventiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito,
anterior e formal provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou, quando for o
caso, do querelante ou do assistente do MP.
STJ. 5ª Turma. HC 590039/GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2020.
Mesmo sentido: STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 06/10/2020. STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel.
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686). STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em
24/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É cabível prisão preventiva no crime de embriaguez ao volante quando se tratar de réu
reincidente com risco de reiteração delitiva.

STJ. 6ª Turma. RHC 132.611/GO, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 02/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 do Código de Processo Penal não implica
automática revogação da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a
reavaliar a legalidade e a atualidade de seus fundamentos.
STF. Plenário. SL 1395 MC Ref/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14 e 15/10/2020 (Info 995)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O STJ não concede liberdade para o acusado preso preventivamente sob o argumento de
que, ao final, se condenado, ele receberá regime diverso do fechado.
Nota: Assim, não há que se falar em ofensa ao princípio da homogeneidade das medidas
cautelares porque não cabe ao STJ, em um exercício de futurologia, antecipar a provável
colocação da paciente em regime aberto/semiaberto ou a substituição da sua pena de prisão
por restritiva de direitos.

STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 559.434/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 19/05/2020.
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 539.502/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 19/05/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A manutenção da prisão preventiva exige a demonstração de fatos concretos e atuais que
a justifiquem.

8
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

HC 179859 AgR/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3.3.2020. (HC-179859) (Info 968-STF)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam
gestantes, puérperas, mães de crianças ou mães de pessoas com deficiência. No entanto,
nem toda mãe de criança deverá ter direito à prisão domiciliar ou a receber medida
alternativa à prisão, porque pode haver situações em que o crime é grave e o convívio com
a mãe pode prejudicar o desenvolvimento do menor.

STF. 1ª Turma. HC 168900/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/9/2019. (Info 953).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A liberdade de um indivíduo suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer
restrições se houver decisão judicial devidamente fundamentada, amparada em fatos
concretos, e não apenas em hipóteses ou conjecturas. A prisão cautelar, portanto, constitui
medida de natureza excepcional e não pode ser utilizada como instrumento de punição
antecipada do réu.
HC 152676/PR, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9.4.2019 - (Info 937-STF)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Deve ser concedida a liberdade provisória a réu primário preso preventivamente sob a
imputação de tráfico de drogas por ter sido encontrado com 887,89 gramas de maconha e
R$ 1.730,00. O STF considerou genéricas as razões da segregação cautelar do réu. Além
disso, reconheceu como de pouca nocividade a substância entorpecente apreendida
(maconha). Reputou que a prisão de jovens pelo tráfico de pequena quantidade de
maconha é mais gravosa do que a eventual permanência em liberdade, pois serão
fatalmente cooptados ou contaminados por uma criminalidade mais grave ao ingressarem
no ambiente carcerário.
STF. 1ª Turma. HC 140379/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018. (Info 921)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É ilegal a decisão judicial que, ao decretar a prisão preventiva, descreve a conduta do
paciente de forma genérica e imprecisa.
STF. 2ª Turma. HC 157.604/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018. (Info 914)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A prática de contravenção penal, no âmbito de violência doméstica, não é motivo idôneo
para justificar a prisão preventiva do réu.
STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
26/06/2018. (Info 632)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é cabível a substituição da prisão preventiva pela domiciliar quando o crime é praticado
na própria residência da agente, onde convive com filhos menores de 12 anos.
9
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

STJ. 6ª Turma. HC 441.781-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/06/2018. (Info 629)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O STF reconheceu a existência de inúmeras mulheres grávidas e mães de crianças que
estavam cumprindo prisão preventiva em situação degradante, privadas de cuidados
médicos pré-natais e pós-parto. Além disso, não havia berçários e creches para seus filhos.
Também se reconheceu a existência, no Poder Judiciário, de uma “cultura do
encarceramento”, que significa a imposição exagerada e irrazoável de prisões provisórias a
mulheres pobres e vulneráveis, em decorrência de excessos na interpretação e aplicação da
lei penal e processual penal, mesmo diante da existência de outras soluções, de caráter
humanitário, abrigadas no ordenamento jurídico vigente. A Corte admitiu que o Estado
brasileiro não tem condições de garantir cuidados mínimos relativos à maternidade, até
mesmo às mulheres que não estão em situação prisional. Diversos documentos
internacionais preveem que devem ser adotadas alternativas penais ao encarceramento,
principalmente para as hipóteses em que ainda não haja decisão condenatória transitada
em julgado. É o caso, por exemplo, das Regras de Bangkok. Os cuidados com a mulher presa
não se direcionam apenas a ela, mas igualmente aos seus filhos, os quais sofrem
injustamente as consequências da prisão, em flagrante contrariedade ao art. 227 da
Constituição, cujo teor determina que se dê prioridade absoluta à concretização dos direitos
das crianças e adolescentes.
STF. 2ª Turma. HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018. (Info 891)

4.3 Prisão Domiciliar do CPP

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A concessão de prisão domiciliar às genitoras de menores de até 12 anos incompletos não
está condicionada à comprovação da imprescindibilidade dos cuidados maternos, que é
legalmente presumida.
STJ. 5a Turma. AgRg no HC 731.648-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por
maioria, julgado em 07/06/2022, DJe 23/06/2022. (Info 742).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A apreensão de grande quantidade e variedade de drogas não impede a concessão da prisão
domiciliar à mãe de filho menor de 12 anos se não demonstrada situação excepcional de
prática de delito com violência ou grave ameaça ou contra seus filhos, nos termos do art.
318-A, I e II, do CPP.
Nota: Isso porque, o fundamento relacionado à apreensão de grande quantidade e variedade
de entorpecentes não impede a concessão da prisão domiciliar se não demonstrados outros
motivos que evidenciam que a conduta praticada representa risco à ordem pública, como
indícios de comércio ilícito no local em que a agente cria os menores, nos termos da
jurisprudência desta Corte.

STJ. AgRg no HC 712.258-SP, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 29/03/2022, DJe 01/04/2022 (Info 733).
10
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Excepcionalmente, admite-se a concessão da prisão domiciliar às presas dos regimes
fechado ou semiaberto quando verificado pelo juízo da execução penal, no caso concreto,
a proporcionalidade, adequação e necessidade da medida, e que a presença da mãe seja
imprescindível para os cuidados da criança ou pessoa com deficiência, não sendo caso de
crimes praticados por ela mediante violência ou grave ameaça contra seus
descendenteshttps://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/
52fc2aee802efbad698503d28ebd3a1f?categoria=12&subcategoria=128&assunto=
299.
Nota: Mas CUIDADO: É possível aplicar a decisão do STF no HC 143641/SP ou o art. 318-A do
CPP para os casos de cumprimento definitivo da pena em que a acusada foi condenada aos
regimes fechado ou semiaberto? A jurisprudência está dividida: • STF: não. Não é possível a
concessão de prisão domiciliar para condenada gestante ou que seja mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência se já houver sentença condenatória transitada em
julgado e ela não preencher os requisitos do art. 117 da LEP. Em caso de execução definitiva
da pena, a prisão domiciliar deve observar o que dispõe o art. 117 da LEP. Não se aplica o que
o STF decidiu no HC 143.641/SP nem tampouco o art. 318-A do CPP, que se referem
exclusivamente a prisão cautelar. STF. 1ª Turma. HC 177164/PA, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 18/2/2020 (Info 967). STF. 1ª Turma. HC 185404 AgR, Rel. Rosa Weber, julgado
em 23/11/2020.

STJ. 3ª Seção. RHC 145.931-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/03/2022 (Info 728).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Período em que o indivíduo esteve em prisão domiciliar deve ser considerado para fins de
detração da pena.

STJ. 6ª Turma. AgRg no AgRg nos EDcl no HC 442.538/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/03/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Tem direito à substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar os pais, caso sejam os
únicos responsáveis pelos cuidados de menor de 12 anos ou de pessoa com deficiência, bem
como outras pessoas presas, que não sejam a mãe ou o pai, se forem imprescindíveis aos
cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos ou com deficiência desde que observados os
requisitos do art. 318 do Código de Processo Penal e não praticados crimes mediante
violência ou grave ameaça ou contra os próprios filhos ou dependentes.
Nota: Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se: 1) a mulher tiver praticado crime
mediante violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver praticado crime contra seus
descendentes (filhos e/ou netos); 3) em outras situações excepcionalíssimas, as quais
deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. STF. 2ª
Turma. HC 143641/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018 (Info 891).

11
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

Lei nº 13.769/2018: Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão
domiciliar, desde que: I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.
STF. 2ª Turma. HC 165704/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/10/2020. (Info 996)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Qualquer prisão processual deve ser detraída da pena final imposta, não importa o local de
seu cumprimento - cadeia, domicílio ou hospital -, devendo, portanto, a decisão ser mantida
por seus próprios fundamentos. Assim, mesmo o tempo em que o indivíduo ficou em prisão
domiciliar também deve ser detraído do tempo total de pena.
Nota: O cumprimento de prisão domiciliar, por comprometer o status libertatis da pessoa
humana, deve ser reconhecido como pena efetivamente cumprida para fins de detração da
pena, em homenagem ao princípio da proporcionalidade e em apreço ao princípio do non bis
in idem. STJ. 5ª Turma. HC 459.377/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
04/09/2018.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AgRg nos EDcl no HC 442.538/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/03/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A prisão domiciliar do art. 318 do CPP só se aplica para os casos de prisão preventiva, não
podendo ser utilizado quando se tratar de execução definitiva de título condenatório
(sentença condenatória transitada em julgado).
Nota: Não é possível a concessão de prisão domiciliar para condenada gestante ou que seja
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência se já houver sentença
condenatória transitada em julgado e ela não preencher os requisitos do art. 117 da LEP.
HC 177164/PA, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18.2.2020. (HC-177164) – (Info 967-STF)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Em um caso concreto, o STF entendeu que deveria conceder prisão humanitária (art. 318,
II, do CPP) ao réu tendo em vista o alto risco de saúde, a grande possibilidade de
desenvolver infecções no cárcere e a impossibilidade de tratamento médico adequado na
unidade prisional ou em estabelecimento hospitalar — tudo demonstrado
satisfatoriamente no laudo pericial. Considerou-se que a concessão da medida era
necessária para preservar a integridade física e moral do paciente, em respeito à dignidade
da pessoa humana (art. 1º, III, da CF).
STF. 2ª Turma. HC 153961/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/3/2018. (Info 895)

4.4 Outros Temas

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A escolha pelo Magistrado de medidas cautelares pessoais, em sentido diverso das
requeridas pelo Ministério Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser
considerada como atuação ex officio.
12
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

Nota: In casu, na audiência de custódia, o Ministério Público manifestou-se pela concessão


de liberdade provisória mediante o pagamento de fiança. O Juízo singular acolheu o pleito e
fixou, também, a medida de recolhimento domiciliar em período noturno e nos dias de folga.
A determinação do magistrado, em sentido diverso do requerido pelo Ministério Público, pela
autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex officio, uma
vez que lhe é permitido operar conforme os ditames legais, desde que previamente
provocado, no exercício de sua jurisdição.
Não há que se falar em ofensa ao princípio acusatório ou ao da correlação, porquanto, depois
de devidamente provocado é o juízo que tem a responsabilidade de analisar a suficiência das
medidas cautelares à luz do caso concreto, sempre com vistas à garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação
da lei penal, como prescreve o art. 312, caput, do CPP.

STJ. AgRg no HC 626.529-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe
03/05/2022. (Info 735)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade
do art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de
execução provisória da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal do júri com
reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
Nota: Discute-se a legalidade da execução provisória da pena na forma do art. 492, I, e, parte
final, do Código de Processo Penal, diante de condenação pelo Tribunal do Júri, que resultou
em reprimenda superior a 15 anos de reclusão.
No entanto, o entendimento desta Corte, firmado em consonância com a jurisprudência do
STF fixada no julgamento das ADCs n. 43, 44 e 54, é no sentido de ilegalidade da execução
provisória da pena quando ausentes elementos de cautelaridade, previstos no art. 312 do
CPP.
A constitucionalidade do art. 492 do CPP, aliás, é objeto de repercussão geral no STF, Tema n.
1.068 (RE 1.235.340/SC), já tendo o Ministro Gilmar Mendes votado no sentido da
inconstitucionalidade do dispositivo legal. De fato, no sistema constitucional brasileiro, em
harmonia como a jurisprudência dos tribunais superiores, não há espaço para execução
provisória da pena.
Assim, estando pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a
constitucionalidade do art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de
impossibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal
do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha,
Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022. (Info 730)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

13
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

A decretação de prisão temporária somente é cabível quando: (i) for imprescindível para as
investigações do inquérito policial; (ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; (iv) for adequada à gravidade concreta do crime,
às circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado; e (v) não for suficiente a imposição de
medidas cautelares diversas.
STF. Plenário. ADI 3360/DF e ADI 4109/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson Fachin, julgados em
11/2/2022 (Info 1043).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Em razão da pandemia de covid-19, concede-se a ordem para a soltura de todos os presos a quem foi
deferida liberdade provisória condicionada ao pagamento de fiança e que ainda se encontram
submetidos à privação cautelar em razão do não pagamento do valor. Não se mostra proporcional, neste
período de pandemia, a manutenção dos réus na prisão, tão somente em razão do não pagamento da
fiança, visto que os casos - notoriamente de menor gravidade – não revelam a excepcionalidade
imprescindível para o decreto preventivo.
STJ. 3ª Seção. HC 568693-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 14/10/2020 (Info 681).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não se conhece de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro do STJ que nega
liminar mantendo decisão do TJ que determinou a execução provisória da pena em caso de condenação
pelo Tribunal do Júri.
Nota: aplica-se o raciocínio da Súmula 691- STF. O caso concreto envolve uma condenação pelo Tribunal
do Júri. Alguns Ministros do STF que entendem que seria possível a execução provisória da pena nas
condenações do Tribunal do Júri. Isso porque, em razão da soberania dos vereditos, o Tribunal não pode
reexaminar os fatos decididos pelos jurados.
MAS VEJA: Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade do
art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de execução provisória
da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos
de reclusão. STJ AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT),
Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe
24/03/2022.
STF. 1ª Turma. HC 175808/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019.
(Info 964)
Mesmo sentido: STF. Plenário. HC 170263, Rel. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020 (Info 985)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Se o Tribunal de 2ª instância determinou a execução provisória da pena, mas o juiz já havia
negado o direito do condenado de recorrer em liberdade, não cabe a soltura do réu com
base no novo entendimento do STF de que é proibida a execução provisória da pena.
Nota: a manutenção da prisão não foi apenas por conta da execução provisória da pena.
STF. 1ª Turma. HC 176723/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019.
(Info 964)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

14
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

1ª Turma do STF aplica entendimento do Plenário no sentido da impossibilidade de


execução provisória da pena.
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” com
a seguinte redação: “Art. 492. ..................................................................................................
I - ..............................................................................................................
..................................................................................................................
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou
superior a 15 (quinze) anos de reclusão, DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS PENAS,
com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de
recursos que vierem a ser interpostos;
.................................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DAS PENAS de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa
plausivelmente levar à revisão da condenação.”
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema.
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
Mesmo sentido: STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019 (Info 958).
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960).
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249,
julgado em 12/07/2018.

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção.
Aprovada em 10/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações pelo
Tribunal do Júri.
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” com
a seguinte redação: “Art. 492. ..................................................................................................
I - ..............................................................................................................
..................................................................................................................
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual
ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS
PENAS, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento
de recursos que vierem a ser interpostos;
.................................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DAS PENAS de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa
plausivelmente levar à revisão da condenação.”
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema.
15
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960).
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249,
julgado em 12/07/2018.
E MAIS RECENTE: Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade do art. 492, I, do
CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso de
condenação pelo tribunal do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha,
Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022.

Obs: existe decisão da 1ª Turma em sentido contrário, ou seja, afirmando que “a prisão de réu condenado por decisão do Tribunal
do Júri, ainda que sujeita a recurso, não viola o princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª
Turma. HC 118770, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017).
Há ainda, STF. 1ª Turma. HC 140449/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/11/2018
(Info 922), também no sentido: É possível a execução da condenação pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri, independentemente
do julgamento da apelação ou de qualquer outro recurso, em face do princípio da soberania dos veredictos. Assim, nas
condenações pelo Tribunal do Júri não é necessário aguardar julgamento de recurso em segundo grau de jurisdição para a execução
da pena.

Vale ressaltar, contudo, que as decisões foram tomada antes do resultado das ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, julgadas em
7/11/2019. Além disso, verifique a nota abaixo.

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada
em 10/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o
cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de
inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução
provisória da pena”.
Nota: Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em
julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021.
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019. (Info 958)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A SV 56 destina-se com exclusividade aos casos de cumprimento de pena, ou seja, aplica-se
tão somente ao preso definitivo ou àquele em execução provisória da condenação. Não se
pode estender a citada súmula vinculante ao preso provisório (prisão preventiva).

Nota: Súmula vinculante 56-STF- A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta
hipótese, os parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320.
STJ. 5ª Turma. RHC 99.006/PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019. (Info 642)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

16
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário
federal.
STJ. Terceira Seção, julgado em 27/11/2018, DJe 5/12/2018. (Info 660)
Súmula 639, STJ

5. PROCEDIMENTO

5.1 Audiência de Custódia

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A superveniência da realização da audiência de instrução e julgamento não torna superada
a alegação de ausência de audiência de custódia.

STF. 2ª Turma. HC 202579 AgR/ES e HC 202700 AgR/SP, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgados em 26/10/2021 (Info 1036).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A ausência de realização de audiência de custódia não implica a nulidade do decreto de
prisão preventiva.

Veja também: A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão
preventiva, uma vez atendidos os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal e
observados direitos e garantias versados na Constituição Federal STF. 1ª Turma. HC 198.784,
Rel. Min. Marco Aurélio , Dje em 16/06/2021.
TF. 2ª Turma. HC 201506 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/08/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A audiência de custódia (ou de apresentação) constitui direito público subjetivo, de caráter
fundamental, assegurado por convenções internacionais de direitos humanos a que o
Estado brasileiro aderiu, já incorporadas ao direito positivo interno (Convenção Americana
de Direitos Humanos e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos). Traduz
prerrogativa não suprimível assegurada a qualquer pessoa. Sua imprescindibilidade tem o
beneplácito do magistério jurisprudencial (ADPF 347 MC) e do ordenamento positivo
doméstico (Lei nº 13.964/2019 e Resolução 213/2015 do CNJ).

Nota: A ausência da realização da audiência de custódia qualifica-se como causa geradora da


ilegalidade da própria prisão em flagrante, com o consequente relaxamento da privação
cautelar da liberdade. Se o magistrado deixar de realizar a audiência de custódia e não
apresentar uma motivação idônea para essa conduta, ele estará sujeito à tríplice
responsabilidade, nos termos do art. 310, § 3º do CPP.

17
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

Obs1: STJ possui julgados em sentido contrário: A não realização de audiência de custódia
não induz a ilegalidade do decreto preventivo, cujos fundamentos e requisitos de validade
não incluem a prévia realização daquele ato, vinculados, por força de lei, ao que dispõem os
arts. 312 e 313 do CPP. STJ. 6ª Turma. HC 598.525/BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 20/10/2020. Obs2: a audiência de custódia deve ser realizada em todas as modalidades
de prisão, inclusive as temporárias, preventivas e definitivas (STF RCL 29303).
STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020. (Info 994)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o
indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917)

5.2 Temas Diversos

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No âmbito da audiência de inquirição de testemunhas, a ausência de contato prévio entre
o réu e seu defensor dativo configura cerceamento de defesa.

STJ. REsp 1.794.907-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022. (Info 749).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A gravação ambiental em que advogados participam do ato, na presença do inquirido e dos
representantes do Ministério Público, inclusive se manifestando oralmente durante a sua
realização, ainda que clandestina ou inadvertida, realizada por um dos interlocutores, não
configura crime, escuta ambiental, muito menos interceptação telefônica.
Nota: Embora não se afigure ética e moralmente louvável a realização de gravação
clandestina, contrária às diretrizes preconizadas pela autoridade incumbida para o ato, a
realidade é que, naquela conjuntura, não se revelou ilegal, muito menos criminosa.

STJ. 5ª Turma. HC 662.690-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 17/05/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inexigível o pagamento de custas processuais em embargos de divergência oriundos de
ação penal pública.

Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos
de ação penal privada.
Cuidado: Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está
superada: 1) Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na
legislação processual penal, contudo podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral
18
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

de impugnação interna, de forma que a eles não se aplica a isenção estipulada no art. 7º da
Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento antecipado das custas.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1.809.270-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/10/2021
(Info 713).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 366 do CPP estabelece que se o acusado for citado por edital e não comparecer ao
processo nem constituir advogado o processo e o curso da prescrição ficarão suspensos.
Enquanto o réu não for localizado, o curso processual não pode ser retomado.

STJ. 6ª Turma. RHC 135970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O prazo de 30 dias do art. 529 do CPP não afasta a decadência pelo não exercício do
direito de queixa em 6 meses (art. 38), contados da ciência da autoria do crime.
Nota: Nos crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígios, depois que o
ofendido tem ciência da autoria do delito, ele possui o prazo decadencial de 6 meses para
a propositura da ação penal, nos termos do art. 38 do CPP. Se, antes desses 6 meses, o
laudo pericial for concluído, o ofendido terá 30 dias para oferecer a queixa crime. Assim,
em se tratando de crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígio, a ciência da
autoria do fato delituoso dá ensejo ao início do prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do
CPP), sendo tal prazo reduzido para 30 dias (art. 38) se homologado laudo pericial nesse
ínterim.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.762.142/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/04/2021 (Info 692).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará suspenso pelo tempo de prescrição
da pena máxima em abstrato cominada ao crime.

Nota: No mesmo sentido: Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é


regulado pelo máximo da pena cominada.
Veja, ainda: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info
1001)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de
autorização, bastando sua comunicação prévia à autoridade judicial.

19
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

Nota: A ação controlada é também denominada de “flagrante prorrogado, retardado ou


diferido”.
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não haverá infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas negociações de
extorsão.

Nota: Quando agente lotado em agência de inteligência, sob identidade falsa, apenas
representa o ofendido nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na
organização criminosa não há infiltração policial.
A infiltração de agentes é uma técnica especial de investigação por meio da qual um policial,
escondendo sua real identidade, finge ser também um criminoso a fim de ingressar na
organização criminosa e, com isso, poder coletar elementos informativos a respeito dos
delitos que são praticados pelo grupo, identificando os seus integrantes, sua forma de
atuação, os locais onde moram e atuam, o produto dos delitos e qualquer outra prova que
sirva para o desmantelamento da organização e para ser utilizado no processo penal.
Essa técnica de investigação está prevista, atualmente, em quatro diplomas normativos: • art.
53, I, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas); • art. 10 da Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime
Organizado); • arts. 190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei nº 13.441/2017; • art. 1º, § 6º
da Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), inserido pela Lei nº 13.964/2019.
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas
corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já
que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco
Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido de que não se deve aplicar
a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato) considerando que, por se
tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria
a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro
fundamento, alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que
não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à
parte (pas de nullité sans grief).
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o
indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157.306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917)

20
JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883 JOSE 883
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO MINAS GERAIS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 05/18

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi
recepcionada pela Constituição Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do
investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos.
STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018. (Info 906)

5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas
corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já
que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco
Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido de que não se deve aplicar
a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato) considerando que, por se
tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria
a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro
fundamento, alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que
não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à
parte (pas de nullité sans grief).
Nota: independente do julgado acima, acredita-se que o STF continue com o entendimento
de que o interrogatório deve ser o último ato da instrução, mesmo nos processos regidos pela
Lei nº 8.038/90.
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No rito especial da Lei nº 8.038/90, a rejeição da denúncia é balizada pelo art. 395 do CPP e
a improcedência da acusação é pautada pelo disposto no art. 397 do CPP (que trata sobre
a absolvição sumária).
STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019. (Info 657)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Nos processos criminais que tramitam perante o STF e o STJ, cujo procedimento é regido
pela Lei nº 8.038/90, o interrogatório também é o último ato de instrução. Apesar de não
ter havido uma alteração específica do art. 7º da Lei 8.038/90, com base no CPP, entende-
se que o interrogatório é um ato de defesa, mais bem exercido depois de toda a instrução,
porque há possibilidade do contraditório mais amplo. Assim, primeiro devem ser ouvidas
todas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa para, só então, ser realizado o
interrogatório.
STF. 1ª Turma. AP 1027/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 2/10/2018. (Info 918)

21

Você também pode gostar