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SEMANAS 07 E 08

“No que diz respeito ao empenho, ao


compromisso, ao esforço, à dedicação, não
existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem
feita ou não faz.”
Ayrton Senna
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FASE DISCURSIVA - SEMANAS 07 E 08
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SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO


DIA 43 DIA 44 DIA 45 DIA 46 DIA 47 DIA 48 DIA 49
SEM. 07
05/03 06/03 07/03 08/03 09/03 10/03 11/03

SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO


DIA 50 DIA 51 DIA 52 DIA 53 DIA 54 DIA 55 DIA 56
SEM. 08
12/03 13/03 14/03 15/03 16/03 17/03 18/03

DIA 43 E 44

TRIBUTÁRIO:

7.7 Garantias e privilégios do crédito tributário. 8 Administração tributária. 8.1 Fiscalização. 8.2 Dívida ativa.
8.3 Certidões negativas

FINANCEIRO:

3 Despesa pública. 3.1 Conceito e classificação de despesa pública. 3.2 Disciplina constitucional dos
precatórios. 4 Receita pública. 4.1 Conceito, ingresso e receitas. 4.2 Classificação das receitas públicas.

DIA 45 E 46

CONSTITUCIONAL:

(PARTE 2) 2.6 O controle de constitucionalidade na Constituição Federal de 1988: controle difuso,


concentrado (ação direta de inconstitucionalidade - ADI, ação declaratória de constitucionalidade - ADC,
ação direta de inconstitucionalidade por omissão - ADO, arguição de descumprimento de preceito
fundamental - ADPF, Lei nº 9.868/1999 e suas alterações e Lei nº 9.882/1999)

FINANCEIRO:

5Lei de responsabilidade fiscal. 5.1 Planejamento. 5.2 Transferências voluntárias. 5.3 Destinação de
recursos públicos para o setor privado. 5.4 Dívida e endividamento. 5.5 Gestão patrimonial. 5.6
Transparência, controle e fiscalização

DIA 47 E 48

ADMINISTRATIVO:

15 Bens públicos. 15.1 Conceito. 15.2 Classificação. 15.3 Características. 15.4 Espécies. 15.5 Afetação e
desafetação. 15.6 Aquisição e alienação. 15.7 Uso dos bens públicos por particular. 9 Intervenção do
Estado na propriedade. 9.1 Conceito. 9.2 Fundamento. 9.3 Modalidades. 9.3.1 Limitação administrativa.
9.3.2 Servidão administrativa. 9.3.3 Ocupação temporária. 9.3.4 Requisição administrativa. 9.3.5
Tombamento. 9.3.6 Desapropriação.

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DIA 49 E 50

SIMULADO 05

PROCESSO CIVIL:

25 Ação popular. 26 Ação civil pública. (Aspectos gerais das ações coletivas)

CIVIL:

13 Responsabilidade civil. 15 Posse. 16 Direitos reais. 16.1 Disposições gerais. 16.2


Propriedade Responsabilidade Civil. Do Direito das Coisas. Posse e Propriedade

DIA 51 E 52

AMBIENTAL:

9.4 Tutela processual

DIA 53 E 54

CONSTITUCIONAL:

7.2 Advocacia Pública

ADMINISTRATIVO:

12 Controle da administração pública. 12.1 Conceito. 12.2 Controle exercido pela administração pública.
12.3 Controle legislativo. 12.4 Controle judicial. 13 Improbidade administrativa. 13.1 Lei nº 8.429/1992.
13.2 Disposições doutrinárias aplicáveis.

DIA 55 E 56

REVISÃO SÚMULAS VINCULANTES, SÚMULAS STF E SÚMULAS STJ

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SUMÁRIO

DIAS 43 E 44 ........................................................................................................................................................... 7
RESUMO DO DIA........................................................................................................................................... 8
DIREITO TRIBUTÁRIO.................................................................................................................................... 8
DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................................................. 11
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................... 34
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ............................................................................................................. 34

DIAS 45 E 46 ......................................................................................................................................................... 37
RESUMO DO DIA......................................................................................................................................... 38
DIREITO CONSTITUCIONAL ........................................................................................................................ 38
DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................................................. 38
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................... 50
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ............................................................................................................. 50

DIAS 47 E 48 ......................................................................................................................................................... 53
RESUMO DO DIA......................................................................................................................................... 54
ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................................... 54
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................... 80
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ............................................................................................................. 80

DIAS 49 e 50......................................................................................................................................................... 83
RESUMO DO DIA......................................................................................................................................... 83
PROCESSO CIVIL.......................................................................................................................................... 83
CIVIL............................................................................................................................................................. 95
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................. 122
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ........................................................................................................... 122

DIAS 51 e 52....................................................................................................................................................... 125


RESUMO DO DIA....................................................................................................................................... 125
AMBIENTAL ............................................................................................................................................... 125
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................. 132
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ........................................................................................................... 132
4

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DIAS 53 E 54 ....................................................................................................................................................... 135


RESUMO DO DIA....................................................................................................................................... 136
CONSTITUCIONAL ..................................................................................................................................... 136
JURISPRUDÊNCIA DO STF RELACIONADA COM AS PROCURADORIAS ESTADUAIS .............................. 137
ADMINISTRATIVO ..................................................................................................................................... 140
LEITURA APARTADA ................................................................................................................................. 149
SÚMULA VINCULANTE TODO DIA ........................................................................................................... 149

DIAS 55 E 56 ....................................................................................................................................................... 153

RELAÇÃO DE LEIS MAIS IMPORTANTES PARA A PROVA DISCURSIVA, COM INDICAÇÃO DOS ARTIGOS MAIS
RELEVANTES ...................................................................................................................................................... 155

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DIAS 43 E 44

DISCIPLINA
TRIBUTÁRIO:

Garantias e privilégios do crédito tributário. Administração tributária. Fiscalização. Dívida


ativa. Certidões negativas
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Teoria Geral

1. Direito Tributário Esquematizado. Autor: Ricardo Alexandre

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/554a02ceb4368aa43680f7
9326608639.pdf

CAPÍTULOS: 11 e 12

Curso de Direito Tributário e Financeiro - 6ª Ed. 2016. Autor: Cláudio Carneiro – Ed.

Saraiva CAPÍTULOS: 11 e 12

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

SINOPSES PARA CONCURSOS - V.28 - DIREITO TRIBUTÁRIO


(2017) 4ª edição conforme NOVO CPC
Autor: Roberval Rocha

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/776524fb226b7d83bd46b
7766da15dab.pdf

CAPÍTULOS: 16 e 17
DISCIPLINA
FINANCEIRO:

Despesa pública. Conceito e classificação de despesa pública. Disciplina constitucional dos


precatórios. Receita pública. Conceito, ingresso e receitas. Classificação das receitas públicas.
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Manual de Direito Financeiro (2017)
6ª Edição: Revista, ampliada e atualizada
Autor: Harrison Leite

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4d3e5c4185c8d0d2c5765
64e2a18cca9.pdf

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CAPÍTULOS: 3 e 4

Leis Especiais para Concursos – V. 13. Direito Financeiro


(2017) 3ª Edição: revista, ampliada e atualizada
Autores: Marcelo Jucá Lisboa e Ricardo Almeida

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/9473c8cd5273f2bd709797
0080b827d0.pdf

Título I (Capítulos 2 e 3)

RESUMO DO DIA

DIREITO TRIBUTÁRIO

Garantias e privilégios do crédito tributário

Conceitos iniciais:
Garantias: São regras que asseguram direitos, facilitam a entrada do Estado no patrimônio
 particular para receber a prestação relativa ao tributo.
Privilégios: São regras que põem o crédito tributário em posição de vantagem quanto aos
demais.

Garantias:
As garantias previstas no CTN não excluem outras que sejam expressamente previstas em lei.

Campo de incidência:
Plano Material: Alcançam-se todos os bens e rendas, de qualquer natureza ou origem,
 incluindo os bens gravados com cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade;
Plano pessoal: Atinge o devedor principal, o espólio ou a sua massa falida.

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam
previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida,
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade,
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, EXCETUADOS unicamente os
bens e rendas que a LEI declare absolutamente impenhoráveis.

b) Presunção de fraude na alienação ou oneração de bens ou rendas:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu


começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados,
pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

São presumidamente fraudulentas as alienações ou onerações de bens ou rendas feitas


por credor em débito com o fisco, após a inscrição em dívida ativa.
Paulsen: o termo fixado no caput do art. 185 CTN NÃO impede o reconhecimento de
fraude decorrente de venda anterior, competindo ao FISCO prova-la, ausente presunção legal.
A grande diferença entre fraude contra credores de direito privado e a de direito tributário
é que nesta, desde que a dívida esteja inscrita em dívida ativa, haverá presunção absoluta, NÃO
se tendo necessidade de provar pela Fazenda Pública.
A indisponibilidade dos bens limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar
o imediato levantamento do que exceder o limite.
Requisitos para a decretação da indisponibilidade de bens (art. 185-A CTN):
Citação do devedor
 Não apresentação de bens à penhora
 Frustração de diligências para encontrar bens penhoráveis:
Verificação de bens no registro de imóveis
Verificação no Departamento de trânsito.
PAULSEN: Entende que a indisponibilidade de bens e direitos, nos termos do art. 185-A
CTN NÃO se confunde com a penhora em dinheiro pelo BACEN-JUD (art. 655-A CPC):
A penhora em dinheiro pelo BACEN-JUD tem por objeto bem certo e individualizado,
 sendo medida prioritária;
Como dinheiro é o bem sobre o qual deve recair preferencialmente a constrição, é
 desnecessário o prévio esgotamento das diligências;
A penhora em dinheiro, ainda que pelo BACEN, NÃO se sujeita ao art. 185-A CTN, mas ao
655-A do CPC.

Penhora on line: Não se trata de uma nova modalidade, mas de uma autorização legal
para que o magistrado determine a indisponibilidade de bens e comunique sua decisão fazendo
uso da tecnologia da informação, com o objetivo de tornar mais célere e eficaz a prestação
jurisdicional. A penhora só pode recair exclusivamente em valores suficientes para garantir o
crédito tributário.

Privilégios: São os privilégios que o crédito tem em face de créditos de outra natureza.

Art. 186. O crédito tributário prefere a QUALQUER OUTRO, seja qual for sua natureza ou o
tempo de sua constituição, RESSALVADOS os créditos decorrentes da legislação do
TRABALHO ou do ACIDENTE DE TRABALHO.

Regras aplicáveis ao processo de falência: Na falência, o crédito tributário NÃO prefere (vem
depois) aos créditos extraconcursais e às importâncias passíveis de restituição. Ademais, no rol do
concurso falimentar, o crédito tributário igualmente não prefere:
 Aos créditos trabalhistas até 150 salários mínimos;
 Aos créditos de acidente de trabalho (qualquer valor);
Aos créditos com garantia real, nos limites do bem gravado na falência.
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ATENÇÃO: As contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados pela massa
falida e não repassados à Previdência devem ser restituídos ANTES do pagamento de qualquer
crédito, inclusive trabalhista, mediante mero pedido de restituição, conforme já decidiu o STJ.
- Os créditos tributários relativos a multas não têm a mesma preferência do que os relativos a
tributos, equiparando-se as demais penas pecuniárias, logo abaixo dos créditos quirografários e
tendo preferência somente sobre os créditos subordinados.
- Conforme o art. 187 do CTN, a cobrança judicial de crédito tributário é feita por execução fiscal,
não se sujeitando a habilitação em falência, recuperação judicial, inventário ou arrolamento. No
entanto, segundo o STJ, a Fazenda Pública pode optar pelo recebimento do seu crédito mediante
habilitação na falência. No entanto, quando a Administração escolhe um rito, ocorre a renúncia
do outro, não se admitindo a propositura de execução fiscal E habilitação na falência.
- Entende o STJ que se correr junto uma execução fiscal e um processo de falência, penhorados
bens na execução fiscal, estes devem ser remetidos ao juízo da falência para que os débitos sejam
quitados de acordo com a ordem de preferência.
Se a penhora é feita em execução fiscal e a decretação da falência é superveniente: o bem
continua vinculado à administração do juizo das execuções até a liquidação final, não
ficando sujeito à arrecadação do juizo falimentar; a execução do bem prossegue até a
 transformação em pecúnia e remessa à massa falida;
Se a decretação da falência é feita e a penhora em execução fiscal é superveniente: faz-se
a penhora do bem no rosto dos autos da falência, citando-se o síndico, e não a fazendo
diretamente sobre o bem da massa. O curso do executivo fiscal continua normalmente até
o julgamento final.

Regras aplicáveis ao processo de inventário e arrolamento: O art. 189 do CTN prevê que os
créditos tributários serão pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário
ou arrolamento, ou a outros encargos de monte.

Regras Aplicáveis Aos Processos De Liquidação Judicial Ou Voluntária: Segundo o art. 190,
serão pagos preferencialmente a qualquer outro os créditos tributários vencidos ou vincendos a
cargo de pessoa jurídica de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no
decurso da liquidação.

Concurso de preferências entre as pessoas jurídicas de direito público: É possível que


concorram no patrimônio do devedor diferentes pessoas jurídicas de direito público, cada uma
com seu crédito tributário, caso em que devem seguir a ordem:
 União e suas autarquias;
 Estados, DF e territórios e suas autarquias (conjuntamente e pro rata);
Municípios e suas autarquias (conjuntamente e pro rata).
Essa regra do concurso de preferências só se aplica para créditos tributários. Se for um crédito
tributário do Estado e um não tributário da União, prefere o do Estado.

CONCURSO DE PREFERÊNCIA ENTRE AS


FAZENDAS - É possível: Súmula 563 STF
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Entre União e entidade autárquica Federal: NÃO há rateio – primeiro, créditos


da União, em seguida da autarquia;
Esferas Estadual e Municipal: Procedência do crédito do ente político diante do
autárquico. O rateio só incide para entes de mesma classe.
Quando a LEF menciona créditos dos territórios, está aludindo aos créditos da
União, originário dos territórios, colocando-os ao lado dos créditos estaduais.
Créditos do DF em posição equivalente aos Estados. Se derivados de
competência municipal, situam-se como se fossem créditos municipais.
A instauração do concurso de preferências depende de estarem submetidos à
execução fiscal, garantido sobre penhoras no mesmo bem.
Concurso entre Fazendas penhorantes: independe de que fez a primeira
penhora: segue o art. 29 LRF.
Concurso NÃO prospera quando o pagamento já tiver sido realizado ao outro ente.
O bem penhorado sucessivamente deverá ficar sob Administração do juizo que
efetivou a penhora inicial, podendo transferi-la ao que primeiro estiver em condições
de realizar o leilão perante o qual serão apresentados os protestos por preferência.
Os protestos por preferência NÃO deslocam a competência para a Justiça Federal.

Referências Bibliográficas:
Ricardo Alexandre. Direito Tributário Esquematizado.
Eduardo Sabbag. Manual de Direito Tributário.
Leandro Paulsen. Curso de Direito Tributário.

DIREITO FINANCEIRO

Conceito: É o conjunto de gastos para financiar ações de governo.


Classificação:
Quanto à Origem dos recursos:
Orçamentárias: constam do orçamento ou em créditos adicionais.
Extraorçamentárias: não constam do orçamento ou em créditos adicionais. Caráter
de transitoriedade.
ATENÇÃO:

Amortização da dívida principal do ARO Despesa extraorçamentária


(antecipação de receita orçamentária)
Pagamento dos juros do ARO Despesa orçamentária

Quanto à Competência do
 ente: o Federal;
o Estadual;
 o Municipal;
Quanto à Regularidade:
Ordinárias: despesas que ocorrem rotineiramente.

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o Extraordinárias: despesas que são realizadas em situações extraordinárias,


imprevisíveis (vide artigo 167, §3º, da CF/88).
Quanto à Natureza legal:
Despesas correntes: despesas contínuas. Divididas em:
Despesas de custeio: Gastos para manutenção e serviços públicos (vide
artigo 12, §1º, da Lei 4.320/64).
 Pessoal civil;
 Pessoal militar;
 Material de consumo;
 Serviços de terceiros;
 Encargos diversos.
Transferências correntes: dotações para despesas as quais não corresponda
contraprestação direta em bens ou serviços, bem como aquelas destinadas
a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado
 (vide artigo 12, §2º, da Lei 4.320/64).
 Subvenções sociais;
 Subvenções econômicas;
 Inativos;
 Pensionistas;
 Salário família e abono familiar;
Juros da dívida pública;
Contribuições de Previdência social;
Outras transferências correntes.
Despesas de capital: despesas marcadas por operação financeira relativa a
aquisição patrimonial ou a redução de dívida pública. Divididas em:
Investimentos (vide artigo 12, §4º, da Lei 4.320/64).
 Obras públicas;
 Serviço em regime de programação especial;
 Equipamentos e instalações;
Material permanente;
Participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou
 entidades industriais ou agrícolas.
 Inversões financeiras (vide artigo 12, §5º, da Lei 4.320/64).
 Aquisição de imóveis;
Participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou
 entidades comerciais ou financeiras;
Aquisição de títulos representativos de capital de empresas em
 funcionamento;
 Constituição de fundos rotativos;
 Concessão de empréstimos;
Outras inversões financeiras.
Transferências de capital (vide artigo 12, §6º, da Lei 4.320/64).
Amortização da dívida pública;
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 Auxílios para obras públicas;


 Auxílios para equipamentos e instalações;
Auxílios para inversões financeiras;
Outras contribuições.

*ATENÇÃO:

Juros da dívida pública Transferências correntes


Amortização da dívida pública Transferências de capital

Subvenções: São transferências correntes destinadas a cobrir as despesas de custeio das


entidades beneficiadas.

3.1. Espécies de subvenções:


Subvenção econômica: Objetiva cobrir déficit de manutenção das empresas públicas, e é
destinada às empresas públicas ou privadas de caáter industrial, comercial, agrícola ou
 pastoril.
Subvenção social: Objetiva a prestação de serviços de assistência social, médica e
educacional, e é destinada a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou
cultural, sem finalidade lucrativa.

3.2. Cálculo do valor das subvenções: sempre que possível, será calculado com base em
UNIDADES DE SERVIÇO efetivamente prestados ou posto à disposição dos interessados,
obedecidos os padrões mínimos de eficiência previamente fixados (art. 16, da Lei nº 4.320/64)

Fases da despesa: Antes de qualquer gasto, deve haver autorização orçamentária. Após, deve
haver a compatibilidade com a programação (fase administrativa do gasto).
Empenho: é a reserva de recursos para posterior pagamento (vide artigo 58 da Lei 4.320/64).
 Após o empenho, se exige a nota de empenho, documento que comprove a sua ocorrência.
importante salientar que o empenho é condição obrigatória para a despesa, mas a nota de
empenho poderá ser dispensada em alguns casos (Ex. Despesas legais ou constitucionais).
o Tipos de empenho:
Ordinário: despesas cujo pagamento deva ocorrer só uma vez.
Por estimativa: quando não se conhece o montante da despesa.
Global: obrigação paga em parcelas, conhecido o montante.
ATENÇÃO: É POSSÍVEL CANCELAR UM EMPENHO? Sim, se emitido incorretamente ou o contrato
não for cumprido (nota de anulação de empenho). Ademais, o empenho pode ser reforçado.
Liquidação: verificação do direito adquirido do credor.
Pagamento

Regime contábil da despesa: regime de competência. (art. 35 da Lei 4.320/64).


Restos a pagar: Se a despesa não for paga até o término do exercício financeiro, o crédito poderá
ser inscrito em restos a pagar, para que o pagamento ocorra no exercício subsequente. Caso não

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sejam pagos, existe a vedação da reinscrição de empenhos em restos a pagar. Enquanto as


despesas permanecem inscritas em restos a pagar, corre a prescrição a partir de sua inscrição.
Com o cancelamento, há a interrupção da prescrição.

6.1. Classificação:
Restos a pagar processados: empenhados e liquidados.
Restos a pagar não processados: empenhados, mas não liquidados.

6.2. Restos a pagar em final de mandato: é vedado ao titular de Poder, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida
integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que
haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito (vide artigo 42 da LRF).
6.3. Despesas de exercícios anteriores: Art. 37 da Lei 4.320/64:
Despesas de exercícios encerrados não processados em época própria.
Restos a pagar com prescrição interrompida.
Compromissos reconhecidos após encerramento do exercício.

RESTOS A PAGAR DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES


Despesas extraorçamentárias Despesas orçamentárias

7. Precatórios:
7.1. Conceito: ato jurisdicional de cunho mandamental, decorrente de decisão judicial transitada
em julgado contra a Fazenda Pública. Constitui dívida consolidada.
7.2. Finalidade: satisfazer o credor de dívida pública decorrente de decisão judicial transitada em
julgado, tendo em vista a proibição da penhora de bens públicos.
7.3. Alcance: abrange os entes da Administração direta, assim como as autarquias e fundações
públicas.
ATENÇÃO: O STF entendeu que o regime dos precatórios se aplica às empresas estatais e outras
entidades que explorem serviços públicos de competência do Estado, pois quando exercem
atividades tipicamente estatais NÃO se submetem exclusivamente ao regime de direito privado.
Vide RE 220906/STF. Para tanto, a empresa pública deve ser dependente, e não pode possuir
atividade econômica com intuito lucrativo e concorrencial.
7.4. Procedimento:
Declarado vencedor numa demanda judicial contra o Poder Público, o juiz da execução
solicita ao Presidente do Tribunal que requisite a verba necessária ao pagamento
 (PRECATÓRIO REQUISITÓRIO).
O Presidente do Tribunal irá comunicar à Fazenda Pública a existência de obrigação, que será
 consignada no orçamento como despesa pública, a ser paga no exercício financeiro seguinte.
Com a inclusão do valor da dotação, os valores serão liberados e o Presidente do Tribunal
determinará o pagamento dos precatórios, obedecida a ordem cronológica e as preferências.

ATENÇÃO: Como é possível que exista precatório com valor exorbitante, a ponto de dificultar
o pagamento dos subsequentes, a EC 94/16 permitiu a exceção à obrigatoriedade do seu
pagamento integral no ano subsequente:
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Art. 100, § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do
montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por
cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante
em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e
correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação
de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que
sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado.

7.5. Regra Geral dos precatórios e classificação: A regra geral é os eu pagamento até o dia 31
de dezembro do ano seguinte, desde que apresentados até 1º de julho do ano anterior. No
entanto, tendo em vista a dificuldade dos entes públicos em honrar o pagamento de suas
dívidas, o regime ordinário foi suspenso por diversas emendas constitucionais:
EC 62/09: Foi afastada pelo STF em diversos artigos, inclusive naqueles que permitiam a
prorrogação do pagamento pelo período de 15 (quinze) anos – VIDE ADIs 4425, 4400,
4372 e 4357.
EC 94/16: Instituiu novo regime especial, ao permitir o pagamento das dívidas com
precatórios a ser parcelado até 2020.

Classificação: Precatórios COMUNS ou ALIMENTARES:


Comum: tudo o que não for precatório alimentar.
Alimentar: compreendem os salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações, benefícios previdenciários, indenizações por morte e invalidez
fundadas em responsabilidade civil.

ATENÇÃO:
Os precatórios alimentares serão pagos com preferência sobre os comuns, mas respeitada
 uma ordem.
A CF/88 deu primazia aos créditos daqueles que tenham 60 anos ou mais, ou sejam
portadores de doenças graves definidas em Lei, até o valor equivalente ao TRIPLO DO RPV.

ORDEM DOS PRECATÓRIOS:


1º Lugar: Créditos Alimentares de idosos e portadores de doenças graves;
2º Lugar: Créditos alimentares de pessoas que não sejam idosas ou
portadoras de doenças graves;
3º Lugar: Créditos comuns

ATENÇÃO:
Segundo STF, os HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS são considerados PRECATÓRIOS
 ALIMENTARES. Outrossim, o NCPC previu a natureza alimentar dos honorários.
Artigo 100, §2º, da CF/88: entendeu o STF que a expressão “na data da expedição do
precatório” abrange não apenas aqueles que preenchem a condição no momento da

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expedição do precatório, mas todos aqueles que estão na fila e posteriormente passam a
possuir esses requisitos. Vide ADINS 4357 e 4425.

ATENÇÃO: EC 94/2016
A redação dada pela EC 62/09 protegia os idosos e os portadores de doença grave apenas se
o fossem “na data de expedição do precatório”. O STF julgou inconstitucional a referida
expressão. Com a decisão, o privilégio passou a alcançar aqueles que completaram 60
(sessenta) anos ou contraíram doenças graves depois de reconhecido o precatório, mas
antes de terem o seu saldo quitado.

A EC 94/16 corrigiu o vício apontado pelo STF e foi além, ao compreender os titulares
originários ou por sucessão hereditária, com 60 (sessenta) anos de idade, bem como
portadores de doença grave ou pessoas com deficiência, sem a restrição dessa
condicionante ocorrer na data da expedição dos precatórios

7.6. Requisições de Pequeno Valor (RPV): Alguns pagamentos, em virtude do pequeno valor,
NÃO se subordinam ao regime de precatórios. O Constituinte deixou à Lei de cada ente federativo
o poder de definir o que seria pequeno valor. Vide artigo 87 ADCT:

Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor,
até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação,
observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações
consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito
Federal; II - trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o
pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente
a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo
sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100.

ATENÇÃO:
Para o STJ/STF, tanto para aferir a competência pelo valor da causa, quanto para a
expedição do RPV, deve se considerar o valor pleiteado individualmente e não o valor
 total da ação, mesmo em se tratando de ações plúrimas.
Para o STF, é devida a correção monetária no período compreendido entre a data da
elaboração da RPV e a sua expedição para pagamento.

7.7. Função administrativa do tribunal: compete ao Presidente do Tribunal noticiar ao Poder Público
a existência do Precatório e determinar a sua inclusão no orçamento e pagamento do crédito,
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funções nitidamente administrativas. Esse procedimento é administrativo e não judicial, tanto


que deve ser desempenhado com zelo sob pena de crime de responsabilidade. Vide artigo 100,
§§6º e 7º, da CF/88.

É possível ainda o sequestro das contas públicas, nas hipóteses de preterimento do direito de
precedência do credor ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu
débito.

7.8. Precatório Complementar ou Suplementar: foi vedada a expedição de precatório


complementar (de parte da condenação) ou suplementar (dos juros) para fins de pagamento
fracionado, SALVO precatório de natureza alimentar, quando o beneficiário, originário ou por
sucessão hereditária, possui 60 anos, for portador de doença grave, ou pessoa com deficiência,
caso em que poderá receber valores de forma adiantada, dentro do limite de 3x RPV.

Para o STF, também é possível o fracionamento de precatório para pagamento de honorários


advocatícios.
NÃO viola o art. 100, §8º, da CF/88 o fracionamento do valor da execução, em caso de
litisconsórcio facultativo, para a expedição de RPV em favor de cada credor.

7.9. Compensação de Ofício: pelo artigo 100, §9º da CF, o Estado estava legitimado a abater do
valor do precatório supostas dívidas do credor, inclusive as parcelas vincendas. Na ADIN 4357 e
4425, o STF julgou inconstitucional a redação dos parágrafos supra, sob alegação de ofensa ao
princípio da isonomia. Admite-se, contudo, a compensação voluntária.

7.10. Precatórios e Reflexos Tributários:

O STJ reconhece a possibilidade de penhora de precatórios, independente de se tratar da


mesma entidade devedora, já que é possível, pela LEF, dar em garantia direito e ações.
Precatório NÃO poderá ser utilizado para substituir outro bem já penhorado. Vide súmula
406 do STJ.
A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por precatório.

PRECATÓRIOS, DEPÓSITOS JUDICIAIS E LITIGÂNCIA TRIBUTÁRIA

Devido à dificuldade financeira dos entes federativos em quitar os seus precatórios, foi aprovada
a LC 151/15 que permitiu a transferência aos cofres dos Estados, Municípios e Distrito Federal de
70% dos depósitos judiciais e administrativos realizados em dinheiro, envolvendo matéria
tributária ou não, alusivos aos processos nos quais esses entes são partes.

Esse valor pode ser utilizado para pagamento de precatórios em atraso, dívida pública
fundada, despesas de capital e recomposição dos fluxos de pagamentos e do equilíbrio
atuarial dos fundos de previdência.

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O permissivo foi reforçado com a EC 94/16 que expressamente permitiu o pagamento de


precatórios com valores decorrentes desses depósitos. VIDE ART. 101, §2º DO ADCT.

A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) ingressou com ADI 5361, sob os
seguintes argumentos:
A lei complementar fere a separação de poderes;
Violação ao devido processo legal;
Criação de empréstimo compulsório fora das hipóteses legais.

7.11. Aquisição de imóveis públicos com precatórios: Se há crédito em precatórios, é possível


receber em bens públicos. Vide artigo 100, §11º
7.12. Atualização Monetária de Precatórios:
Súmula Vinculante 17: Até a data do pagamento do precatório, incluído no orçamento,
NÃO há o que se falar em mora, NÃO incidindo juros de mora, já que não houve atraso.
Expedido o precatório, o credor deve aguardar o seu pagamento até o final do ano
seguinte, apenas com a correção monetária dos valores e sem juros de mora.

Índice para a atualização dos precatórios: Quanto ao tipo de atualização dos precatórios,
o art. 100, §12º CF previa atualização pelo índice oficial da remuneração da caderneta de
 poupança. Porém o STF considerou inconstitucional a utilização do aludido índice, pois:
 o Não seria suficiente para recompor as perdas inflacionárias;
o O índice era aplicado independente da natureza do precatório (alimentar ou
 tributária), já que quando o contribuinte deve ao Estado tem a correção pela taxa
SELIC.

*ATENÇÃO - Ao apreciar a questão, o STF modulou os efeitos. Assim, há o seguinte lapso


temporal (VIDE ADI 4357 QO/DF e ADI 4425 QO/DF):

Precatórios Estaduais e Municipais TR aplicada até dia 25/03/2015 (data do


julgamento pelo STF)
Precatórios Federais TR aplicada até 31/12/2013

Após essas datas, aplicam-se os seguintes


índices: o Precatórios em geral: IPCA-E;
Precatórios tributários: SELIC
7.13. Cessão de precatórios: o credor de um precatório pode cedê-lo a terceiros, NÃO se aplicando ao
cessionário os privilégios da Constituição (idade, doença, caráter alimentar), ainda que quem recebeu
perfaça as condições. Natureza personalíssima do precatório. Vide artigo 100, §13.
7.14. Regime especial: a EC nº 62/09 acrescentou o § 15 ao art. 100, afirmando que o legislador
infraconstitucional poderia criar um regime especial para pagamento de precatórios de Estados/DF e
dos Municípios, estabelecendo uma vinculação entre a forma e prazo de pagamentos com a receita
corrente líquida desses entes. Ademais, o artigo 97 do ADCT prevê uma série de vantagens aos
Estados e Municípios, sendo permitido que tais entes realizem uma espécie de “leilão de precatórios”
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no qual os credores de precatórios competiriam entre si oferecendo deságios em relação aos


valores que teriam para receber. O Supremo declarou inconstitucionais o § 15 do art. 100 da
CF/88 e todo o art. 97 do ADCT ( VIDE ADI 4357 QO/DF e ADI 4425 QO/DF).

*ATENÇÃO: Recomendamos o aprofundamento do tema sobre regime especial e domínio do


candidato das decisões do STF nas ADIs 4357 e 4425. Para tanto, sugerimos a leitura do livro de
Harrison Leite.

7.15. Emenda Constitucional 94/16 e o novo regime de pagamento de precatórios: Ao julgar as


ADIs 4357 e 4425, o Congresso editou a EC 94/16 que acabou por ajustar o regime de precatórios
ao quanto ali decidido. Existem as seguintes inovações:
Estabelece o prazo limite de 31 de dezembro de 2020 para pagamento de todos os precatórios
pendentes e os que vencerão nesse período: A ideia é que a partir de 2020, o regime normal de
pagamento de precatório previsto no art. 100 da CF/88 passe a valer.
Há um regime mensal único, em que os entes federativos depositarão em conta especial do
Tribunal de Justiça 1/12 do valor calculado percentualmente sobre as receitas correntes líquidas
apuradas no segundo mês anterior ao mês do pagamento, não podendo ser inferior à média do
comprometimento ocorrido entre 2012 e 2014. Com base nesses parâmetros, cabe ao ente público
apresentar um plano de pagamento ao Poder Judiciário responsável por esta administração.
Para que o pagamento seja concretizado, a EC 94/16 abriu exceções constitucionais, ao
permitir que vários recursos pudessem compor a base de pagamento de precatórios:

Art. 101, § 2º do ADCT. O débito de precatórios poderá ser pago mediante a utilização de
recursos orçamentários próprios e dos seguintes instrumentos:
I - até 75% (setenta e cinco por cento) do montante dos depósitos judiciais e dos depósitos
administrativos em dinheiro referentes a processos judiciais ou administrativos, tributários
ou não tributários, nos quais o Estado, o Distrito Federal ou os Municípios, ou suas
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes, sejam parte;
- até 20% (vinte por cento) dos demais depósitos judiciais da localidade, sob jurisdição do
respectivo Tribunal de Justiça, excetuados os destinados à quitação de créditos de natureza
alimentícia, mediante instituição de fundo garantidor composto pela parcela restante dos
depósitos judiciais, destinando-se:
a) no caso do Distrito Federal, 100% (cem por cento) desses recursos ao próprio Distrito
Federal;
b) no caso dos Estados, 50% (cinquenta por cento) desses recursos ao próprio Estado e 50%
(cinquenta por cento) a seus Municípios;
III - contratação de empréstimo, excetuado dos limites de endividamento de que tratam os
incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de
endividamento previstos, não se aplicando a esse empréstimo a vedação de vinculação de
receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.

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Art. 100 § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em
precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média
do comprometimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente
anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites
de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de
quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a
vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.

d) O novo regime previsto no ADCT repartiu os pagamentos de precatórios do seguinte modo:

Art. 102. Enquanto viger o regime especial previsto nesta Emenda Constitucional, pelo
menos 50% (cinquenta por cento) dos recursos que, nos termos do art. 101 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, forem destinados ao pagamento dos precatórios
em mora serão utilizados no pagamento segundo a ordem cronológica de apresentação,
respeitadas as preferências dos créditos alimentares, e, nessas, as relativas à idade, ao
estado de saúde e à deficiência, nos termos do § 2º do art. 100 da Constituição Federal,
sobre todos os demais créditos de todos os anos.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos remanescentes, por opção a ser exercida por
Estados, Distrito Federal e Municípios, por ato do respectivo Poder Executivo, observada a
ordem de preferência dos credores, poderá ser destinada ao pagamento mediante acordos
diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de
40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito
não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
regulamentação editada pelo ente federado.

E para que haja eficiência do sistema de precatórios, prevê o art. 103 do ADCT:

Art. 103. Enquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estiverem efetuando o


pagamento da parcela mensal devida como previsto no caput do art. 101 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, nem eles, nem as respectivas autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes poderão sofrer sequestro de valores, exceto no
caso de não liberação tempestiva dos recursos.

Consequências da não liberação de recursos (art. 103 do ADCT):


Sequestro das contas do ente inadimplente;
 Retenção das transferências constitucionais;
 Proibição da realização de operação de crédito, exceto se para adimplir com os precatórios;
 Vedação do recebimento de transferências voluntárias;
Responsabilização do chefe do executivo por ato de improbidade.

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7.15. Intervenção federal: possibilidade de intervenção da União nos Estados e no DF se houver a


suspensão do pagamento de dívida fundada por mais de 02 anos (dois anos) consecutivos,
SALVO motivo de força maior.

Regra de ouro no direito financeiro: As receitas de operações de crédito NÃO poderão


superar as despesas de capital (ou seja, o Estado NÃO pode obter receitas por meio de
empréstimos para custear as despesas correntes) – Art. 167, III, CF/88;
- As operações de crédito em cada exercício devem se reportar somente às despesas de capital,
servindo apenas para gastos que objetivem o incremento do patrimônio estatal: despesas correntes
NÃO são financiadas por receitas que gerem endividamento.

8.1. Regra de ouro e LRF: O art. 12, §2º, da LRF prevê que o montante previsto para as receitas de
operação de crédito NÃO podem ser superiores ao das despesas de capital constantes na LOA.

8.2. Regra de ouro na LRF e julgado do STF: A LRF foi mais restritiva do que a CF/88. Então, o STF
concedeu medida cautelar na ADI 2.238-5, para dar interpretação conforme a CF/88, e entender
contida no art. 12, §2º a ressalva de que as operações de crédito autorizadas por créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo legislativo pela maioria
absoluta, poderão exceder o montante das despesas de capital.

8.3. Exceções à regra de ouro:


Operações de crédito que ultrapassem o montante das despesas de capital, se autorizadas
por créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa e aprovados pelo
 legislativo por maioria absoluta (art. 167, III, CF/88);
Receita da alienação de bens que pode financiar despesas de capital, quando destinadas
por lei aos regimes de Previdência Social (art. 44, LRF).

Despesas públicas na LRF:
Limitação de empenho: para limitar gastos, deve ficar configurado ao final de um
bimestre, que a realização de receitas NÃO está ocorrendo do modo previsto, devendo o
 executivo publicar decreto limitando os empenhos. Vide artigo 9º LRF.
 o Não podem sofrer limitação de empenho:
Despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente (ex:
gastos com saúde e educação);
Despesas destinadas ao pagamento do serviço da dívida
Despesas ressalvadas pela LDO

ATENÇÃO:
O STF decidiu que o Poder Executivo NÃO poderá efetuar limitação de empenho dos
 Poderes Judiciário e Legislativo.
Estão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação do empenho nos
casos de Estado de Sítio ou de Defesa e na ocorrência de calamidade pública, enquanto
perdurar a situação. Vide artigo 65 da LRF.
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Geração de despesa: Toda Criação, Expansão ou Aperfeiçoamento (CEA) de ação do


governo que gere aumento de despesa deverá ser acompanhado de:
o Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em
vigor e nos dois subsequentes (estimativa trienal).
o Declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e
 financeira com a LOA, compatibilidade com o PPA e a LDO.
ATENÇÃO: Caso alguma despesa seja criada, expandida ou aperfeiçoada sem esses requisitos
supra, será considerada NÃO AUTORIZADA, IRREGULAR OU LESIVA ao patrimônio público,
devendo ser anulada, à exceção das despesas consideradas irrelevantes pela LDO.

Despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC):


Despesa Corrente;
o Derivada de Lei;
o Que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por período superior a dois
exercícios.
o O agente público deverá realizar estimativa trienal do impacto das despesas,
demonstrar que o ato criado NÃO afetará as metas de resultados fiscais, devendo
seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento
permanente da receita OU pela redução permanente da despesa.
o Se for despesa continuada, o Administrador deverá implementar essas medidas
ANTES da criação das DOCC.

Despesa com pessoal:


NÃO entram no conceito de despesas com pessoal as consideradas indenizatórias
(auxílio-alimentação, auxílio-transporte, diárias, ajuda de custo, etc.).
Para a apuração, deve ser levada em conta o período de 12 meses, analisando-se o
mês de referência com os 11 anteriores.
Entra no cômputo de despesa de pessoal o gasto com os contratos de terceirização de
mão de obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos,
despesas contabilizadas como “outras despesas de pessoal”.
Limite de gasto: considera como referência o total da Receita corrente líquida
(RCL), possuindo como referência a despesa do mês analisado com as dos últimos
11 meses imediatamente anteriores:

UNIÃO => 50%


ESTADOS, DF, MUNICÍPIOS => 60%

Limites para a despesa com pessoal (% RCL)

Poder/ Ente União Estados Municípios


Poder Executivo 40,9 (*) 49 54
Poder Legislativo 2,5 3 (**) 6 (***)
Poder Judiciário 6 6 ---
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MP 0,6 2 ---
TOTAL 50 60 60

3% do montante se destina às despesas com pessoal do DF + Amapá + Roraima;


Se tiver TCM, o Legislativo aumenta 0,4% e o Executivo diminui 0,4%
O gasto com pessoal do Legislativo Municipal NÃO pode ultrapassar 70% de sua receita.

Exceções ao cômputo dos gastos: vide artigo 19, §1º, da LRF, a exemplo da
indenização por demissão de servidores ou empregados e dos fastos relativos aos
incentivos de demissão voluntária;

ATENÇÃO: Os gastos decorrentes de decisão judicial só serão computados como despesas de


pessoal quando se tratarem de vencimentos ou vantagens correspondentes ao regime de
competência, de modo que o valor pago a título de precatórios NÃO entra no cômputo das
despesas de pessoal.

Controle dos gastos com pessoal:


Limite Alerta – Compete aos Tribunais de Conta fazê-lo sempre que a despesa com
pessoal ultrapassa 90% do limite previsto em lei, inexistindo qualquer sanção para
o Gestor que ultrapasse esse limite.
Limite Prudencial – Quando a despesa com pessoal excede 95% do limite de cada
órgão ou Poder, os Tribunais de Contas notificam o Gestor, sendo vedado ao Poder ou
órgão o disposto no artigo 22, parágrafo único da LRF, a exemplo da criação de cargo,
emprego ou função e do Provimento de cargo público, admissão ou contratação de
pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de falecimento ou
aposentadoria de servidores das áreas de educação, saúde e segurança.
Excesso de Despesa: a verificação do cumprimento dos limites é feita ao final de cada 4
meses, e se ao final desse período for apurada a superação do limite, haverá recondução nos
próximos 02 quadrimestres (8 meses), sendo pelo menos 1/3 no primeiro quadrimestre:

O excedente tem que ser


Limites de Gastos com Pessoal eliminado nos 2 quadrimestre
seguintes, sendo pelo menos 1/3
no primeiro quadrimestre (artigo
23, LRF).
O excedente tem que ser
Limites da Dívida Pública eliminado nos 3 quadrimestre
seguintes, sendo pelo menos 25%
no primeiro quadrimestre (artigo
31, LRF).

Medidas Constitucionais de controle de gastos com pessoal: o


Redução em 20% das despesas com cargos em comissão;
o Exoneração de servidores não estáveis;
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Exoneração de servidores estáveis, garantindo indenização de 01 mês de


remuneração por ano de serviço.
Sanções:
Suspensão das transferências voluntárias ao ente, salvo às destinadas à saúde, educação
e assistência social;
Impedimento de contratação de operações de crédito, SALVO as destinadas ao
refinanciamento da dívida mobiliária e as destinadas à redução com despesas de pessoal;
Impedimento de receber qualquer garantia de outro ente.

*Atenção: Despesas com a Seguridade Social – A LRF repete a norma contida no artigo 195, §5º
da CF/88, e exige a observância do art. 17 da LRF.

ALGUNS TEMAS SOBRE DESPESAS PÚBLICAS:

Superávit e despesas com pessoal:


Conceito: Na contabilidade pública, o termo “superávit” pode significar
várias situações oriundas de eventos contábeis, sendo usualmente utilizado
para evidenciar situação positiva apurada.

Espécies de superávit:
Superávit Orçamentário: É o chamado balanço orçamentário, e ocorre
quando as receitas arrecadadas forem superiores às despesas
(empenhadas), significando que o Administrador agiu de forma prudente
 e responsável, pois não comprometeu acima de sua efetiva arrecadação.
Superávit financeiro: É a diferença positiva entre o ativo e o passivo
financeiros do balanço patrimonial. Pode ser utilizado como fonte de
recursos para solicitar créditos adicionais.
Superávit patrimonial: É o excesso das variações ativas (receitas) sobre as
variações passivas (despesas). Difere do superávit orçamentário por
agregar tanto do lado das despesas quanto das receitas as mutações
patrimoniais e resultados, independentes de execuções orçamentárias.
A LRF deu ênfase ao superávit primário e ao superávit nominal:
Superávit primário: É a diferença positiva entre receitas e despesas,
delas excluídas tudo o que diga respeito a juros e a principal da dívida,
 tanto pagos quanto recebidos.
Superávit nominal: É a diferença positiva entre todas as
receitas arrecadadas e todas as receitas empenhadas.

Inscrição no CAUC e princípio da intranscendência subjetiva das sanções

CAUC: É o Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias, pelo


qual se verificam eventuais débitos ou pendências com o Governo Federal de
Estados e Municípios se os Estados-membros.

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Requisitos prévios à inscrição no CAUC: A União deverá respeitar o princípio


do contraditório, ampla defesa e devido processo legal (ACO 1995/BA).

Consequência da inscrição no CAUC: Diante da inscrição no CAUC, e


existência de pendências, o ente inscrito NÃO receberá as transferências
voluntárias, SALVO nas áreas de saúde, educação e assistência social.

Princípio da intranscendência subjetiva das sanções: As sanções e restrições


de ordem jurídica NÃO podem superar a dimensão estritamente pessoal do
infrator. Para que o Município e o novo gestor NÃO sejam penalizados pela
conduta do antigo, o novo gestor deverá adotar medidas cabíveis para a
responsabilização do autor do ato que gerou restrições, para que o ente
federativo não seja penalizado com a ausência de novas transferências.
Súmula 46 AGU: "Será liberada da restrição decorrente da inscrição
do município no SIAFI ou CADIN a prefeitura administrada pelo
prefeito que sucedeu o administrador faltoso, quando tomadas todas
as providências objetivando o ressarcimento ao erário”.

Súmula 230 TCU: Compete ao prefeito sucessor apresentar as
contas referentes aos recursos federais recebidos por seu
antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de
fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do
patrimônio público com a instauração da competente Tomada de
Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade.

Emissão de certidão de regularidade fiscal para municípios com câmaras de
vereadores em débitos inscritos em dívida ativa

Argumentos pela impossibilidade:


 Separação de Poderes;
Intranscendência subjetiva das sanções.

Argumentos pela possibilidade:
A Câmara Municipal possui apenas personalidade judiciária: Estando em
débito com a Previdência a Câmara Municipal ou Prefeitura, órgãos que
formam os Municípios, NÃO pode ser dada certidão negativa aos
 Municípios (art. 121 CTN);
A certidão de regularidade fiscal é meio adotado pela Administração para
 compelir o devedor a quitar débitos oriundos de obrigações tributárias.
Art. 206 CTN: A emissão de certidão positiva com efeito de negativa só
ocorre se tiver sido efetuada a penhora ou a exigibilidade do CT tenha
sido suspensa;

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A separação de poderes NÃO é total (Teoria do órgão), os débitos


tributários assumidos pelos órgãos municipais são do Município, e não
 de seus órgãos;
Prejuízo a terceiros de boa-fé, por não saberem da situação real dos
Municípios.

Limite das despesas do MPDFT

Limite das despesas do Ministério Público:


Art. 20, I, “c”, da LRF consta o limite de pessoal do MPDFT;
Art. 20, I, “d”, da LRF consta o limite de pessoal com o MPU e NÃO consta
MPDFT, embora este integre aquele.

Limite das despesas do MPDFT - entendimento do STF: STF entendeu que
deve se enquadrar na alínea “c” (Informativo 820), pois compete à União
organizar e manter o Poder Judiciário do Distrito Federal e Territórios, o
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e a Defensoria Pública dos
Territórios, conforme art. 20, XIII, da CF/88.

Despesas Públicas e o novo regime fiscal (EC 95/16 – PEC DOS GASTOS PÚBLICOS): Em
decorrência da grave crise fiscal, surgiu como uma regra temporária de limitação dos
gastos primários da União ao efetivamente gasto no ano anterior, corrigido pela inflação.

10.1. Período do novo regime fiscal: 20 exercícios financeiros, nos termos dos arts. 107 e 114 do
ADCT. No entanto, o art. 108 do ADCT previu a possibilidade de alterar o regime, a partir do
décimo exercício da vigência do novo regime fiscal.
ATENÇÃO: A iniciativa de iniciar projeto de lei complementar para alterar o método de
correção do regime é de competência exclusiva do executivo, e só poderá haver uma correção
por mandato presidencial.

10.2. Alcance do regime: Abrange apenas as despesas primárias, aquelas sem relação com os
juros e a dívida pública, e não alcança as despesas financeiras. Segundo o §10 do art. 107 do
ADCT, para fins de verificação do cumprimento dos limites de que trata este artigo, serão
consideradas as despesas primárias pagas, incluídos os restos a pagar pagos e demais operações
que afetam o resultado primário no exercício.
Art. 107 do ADCT. Ficam estabelecidos, para cada exercício, limites individualizados para as
despesas primárias:
I - do Poder Executivo;
- do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho Nacional de
Justiça, da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, da Justiça
Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e Territórios, no âmbito do Poder Judiciário;

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- do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União,


no âmbito do Poder Legislativo;
IV - do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério Público;
e V - da Defensoria Pública da União.

10.3. Indexador do crescimento das despesas: As despesas globais passam a crescer de


acordo com o montante de gasto no exercício anterior corrigido pelo IPCA:

Art. 107, § 1º Cada um dos limites a que se refere o caput deste artigo equivalerá: I - para o
exercício de 2017, à despesa primária paga no exercício de 2016, incluídos os restos a pagar
pagos e demais operações que afetam o resultado primário, corrigida em 7,2% (sete inteiros
e dois décimos por cento); e
- para os exercícios posteriores, ao valor do limite referente ao exercício imediatamente
anterior, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA,
publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou de outro índice que vier a
substituí-lo, para o período de doze meses encerrado em junho do exercício anterior a que
se refere a lei orçamentária.
§ 2º Os limites estabelecidos na forma do inciso IV do caput do art. 51, do inciso XIII
do caput do art. 52, do § 1º do art. 99, do § 3º do art. 127e do § 3º do art. 134 da Constituição
Federal não poderão ser superiores aos estabelecidos nos termos deste artigo.

10.4. Exceções ao regime:

Art. 107, § 6º Não se incluem na base de cálculo e nos limites estabelecidos neste artigo: I -
transferências constitucionais estabelecidas no § 1º do art. 20, no inciso III do parágrafo
único do art. 146, no § 5º do art. 153, no art. 157, nos incisos I e II do art. 158, no art. 159 e
no § 6º do art. 212, as despesas referentes ao inciso XIV do caput do art. 21, todos da
Constituição Federal, e as complementações de que tratam os incisos V e VII do caput do
art. 60, deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
- créditos extraordinários a que se refere o § 3º do art. 167 da Constituição Federal;
III - despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições; e
IV - despesas com aumento de capital de empresas estatais não dependentes.

10.5. Compensações a curto prazo às despesas dos demais órgãos e poderes:

Art. 107, § 7º Nos três primeiros exercícios financeiros da vigência do Novo Regime Fiscal, o
Poder Executivo poderá compensar com redução equivalente na sua despesa primária,
consoante os valores estabelecidos no projeto de lei orçamentária encaminhado pelo Poder
Executivo no respectivo exercício, o excesso de despesas primárias em relação aos limites
de que tratam os incisos II a V do caput deste artigo.
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8º A compensação de que trata o § 7º deste artigo não excederá a 0,25% (vinte e cinco
centésimos por cento) do limite do Poder Executivo.
9º Respeitado o somatório em cada um dos incisos de II a IV do caput deste artigo, a lei de
diretrizes orçamentárias poderá dispor sobre a compensação entre os limites
individualizados dos órgãos elencados em cada inciso.

10.6. Vedações: Caso o limite de crescimento de gastos seja descumprido, os Poderes e os


órgãos destinatários da medida terão alguns impedimentos:

Art. 109. No caso de descumprimento de limite individualizado, aplicam-se, até o final do


exercício de retorno das despesas aos respectivos limites, ao Poder Executivo ou a órgão
elencado nos incisos II a V do caput do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias que o descumpriu, sem prejuízo de outras medidas, as seguintes vedações:
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração
de membros de Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e militares, exceto dos
derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal decorrente de
atos anteriores à entrada em vigor desta Emenda Constitucional;
- criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas as reposições de
cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa e aquelas
decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no
inciso IV;
VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação
ou benefícios de qualquer natureza em favor de membros de Poder, do Ministério Público
ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e militares;
VII - criação de despesa obrigatória; e
VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da
inflação, observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art.
7º da Constituição Federal.
§ 1º As vedações previstas nos incisos I, III e VI do caput, quando descumprido qualquer dos
limites individualizados dos órgãos elencados nos incisos II, III e IV do caput do art. 107
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, aplicam-se ao conjunto dos órgãos
referidos em cada inciso.
§ 2º Adicionalmente ao disposto no caput, no caso de descumprimento do limite de que
trata o inciso I do caput do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
ficam vedadas:

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I - a criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como a remissão,


renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com
subsídios e subvenções; e
II - a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária.
3º No caso de descumprimento de qualquer dos limites individualizados de que trata o
caput do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, fica vedada a
concessão da revisão geral prevista no inciso X do caput do art. 37 da Constituição Federal.
4º As vedações previstas neste artigo aplicam-se também a proposições legislativas.

Receita pública. Conceito, ingresso e receitas. Classificação das receitas públicas.

Conceito: Receita é entrada que se integra ao patrimônio sem qualquer reserva e vem
a acrescer o seu vulto, para fazer face às despesas.

Receita X Ingresso:
Receita: Entram nos cofres públicos com caráter de definitividade e acréscimo.
 Elemento novo e positivo.
Ingresso: São todas as entradas de caixa. Pode ser devolvido ao particular. Ex. prestação
de caução.

Classificação das receitas:


Quanto à periodicidade:
Ordinária: constante do orçamento.
Extraordinária: esporádica, excepcional.

3.2. Quanto ao sentido:


Amplo: Sinônimo de ingresso público.
Restrito: Apenas os valores que se integram ao patrimônio público.

3.3. Quanto à competência:


Federal
 Estadual
Municipal

3.4.Quanto à fonte:
Originária: Decorre da exploração do patrimônio do Estado. Exemplo: tarifa ou
 preço público, Roylties.
Derivada: Decorre do poder de império estatal. Exemplo: tributos.

TAXA X TARIFA
TAXA TARIFA

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Regime jurídico de direito público: É Regime jurídico de direito privado:


tributo NÃO é tributo
O vínculo de natureza tributária. O vínculo de natureza contratual.
O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de O sujeito ativo pode ser uma pessoa
direito público. jurídica de direito público ou de direito
privado.
O vínculo nasce da lei, Há necessidade de válida manifestação
independentemente de manifestação de vontade (facultativo).
de vontade (compulsório).
Pode ser cobrada em virtude de Somente pode ser cobrada em virtude
utilização efetiva ou potencial do de utilização efetiva de serviço público.
serviço público.
Pode ser cobrada pelo exercício do NÃO existe taxa em função do
Poder de Polícia. exercício do Poder de Polícia.
A receita é derivada. A receita é originária (decorre da
exploração de patrimônio estatal).
Sujeita-se aos princípios tributários. Não se sujeita aos princípios tributários.

ROYALTIES

Conceito: São receitas originárias decorrentes, quer da participação dos


entes no resultado da exploração e petróleo, gás natural ou energia, quer da
compensação financeira pelo aproveitamento de recursos minerais e hídricos.
Característica: Possuem caráter participativo ou indenizatório, podendo
ser a participação no resultado da exploração econômica ou compensação
financeira, a depender do legislador.
- O royalty será compensação financeira se o critério de dimensionamento de sua
verba (base de cálculo) corresponder a uma variável que denote um dano sofrido
pelo ente federativo.
Destinação: As receitas dos royalties podem ser aplicadas em energia,
pavimentação de rodovias, abastecimento de água, recuperação e proteção do
meio ambiente e saneamento básico, excetuando-se o adimplemento dos
débitos com a União e com entidades a elas ligadas, bem como sua aplicação
para fundos de previdência, sendo vedada a utilização para pagamento da dívida
e quadro permanente de pessoal.
Repasse Constitucional:
União: Repassa aos Estados 29% (vinte e nove por cento);
Estados: Repassam aos Municípios 25% das receitas recebidas.

3.5. Quanto à natureza:


Orçamentária: constam no orçamento e o gestor público pode utilizá-la para fazer frente
 às despesas.
Extraorçamentária: não faz parte do orçamento. São recursos transitórios.
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3.6. Quanto à categoria econômica:


Receitas correntes: Não acrescenta patrimônio e servem para a manutenção da máquina
pública. Exemplos: receitas tributárias; receitas patrimoniais e transferências correntes.
Receitas de capital: Há aumento do patrimônio estatal. Exemplos: operações de
créditos, alienações de bens e amortização de empréstimos.

Regime contábil da receita: regime de caixa (vide artigo 35 da Lei 4.320/64).

Fases da receita:
 Previsão: aprovação no orçamento. Toda receita é prevista numa lei orçamentária (Art. 12,
LRF).
Lançamento: É a individualização do montante a ser arrecadado (arts.53 da Lei nº 4320/64
 e 142 do CTN).
Arrecadação: Fase que antecede o recolhimento, em que o devedor liquida as obrigações
 para com o Estado.
Recolhimento: princípio da unidade de caixa (art. 56, da Lei 4.320/64).

Receita pública e responsabilidade na gestão fiscal: Constituem requisitos essenciais da


responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos
da competência constitucional do ente da Federação. É vedada a realização de transferências
voluntárias para o ente que não observe o disposto acima, no que se refere aos impostos. (artigo
11 da LRF).

Renúncia de receitas:

7.1. Requisitos:
Medida deve estar acompanhada de estimativa do impacto financeiro no exercício que
 deva iniciar a vigência e nos dois seguintes.
 Medida deve estar em consonância com a LDO.
Uma das seguintes opções:
Declaração/demonstração do proponente de que a renúncia foi considerada na
estimativa de receita da LOA e que não atingirá os resultados das metas fiscais da LDO.
oEstar acompanhada de medidas de compensação, por aumento de receita.
Não precisa observar as medidas acima elencadas:
oAlteração de alíquotas de II, IE, IPI e IOF (extrafiscais).
oCancelamento de débito, cujos custos sejam inferiores aos custos de cobrança.

7.2. Principais formas de renúncia de receitas:


Anistia: perdão legal de infrações;
 Remissão: dispensa gratuita de dívida;
Subsídios: auxílio de caráter econômico;
Crédito presumido;
Isenção em caráter não geral: dispensa legal do pagamento do tributo individual;
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 Alteração de alíquota;
Alteração da base de cálculo.

Transferências constitucionais:

Obrigatórias: é a repartição constitucional das receitas tributárias.



Voluntárias: entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente federativo, a título de
cooperação, auxílio ou assistência financeira. Os requisitos estão previstos na LRF (vide artigo 25, §1º).
Caso haja descumprimento dos requisitos, o ente público fica vedado a receber os recursos, salvo as
transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

*ATENÇÃO: Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC) – STF:


Restrições não podem superar a dimensão estritamente pessoal do infrator. Aplicação do
PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA SUBJETIVA DAS SANÇÕES. (ACO 1848 AgR/STF)

Automáticas: resultam da previsão legal ou ato administrativo. São destinadas a custear


serviços públicos e programas (Ex. saúde, educação e assistência).

Fundos: É individualização de recursos e vinculação ou alocação a uma área específica,


com atribuição e responsabilidade para cumprimento de objetivos específicos, pela execução de
programas com eles relacionados.
Não detém patrimônio próprio.
Não é órgão ou entidade.
Não possui personalidade própria.
Exceção ao princípio da especificação e da unidade de caixa (ou tesouraria).

9.1. Características:
Receitas especificadas.
São vinculados a determinado órgão da Administração.
Descentralização interna do processo decisório.

9.2. Classificação:
Fundos de gestão orçamentária: realizam execução orçamentária e financeira das
despesas orçamentárias financiadas por receitas orçamentárias vinculadas a essas finalidades. Ex.
 Fundo Nacional de Saúde.
Fundos de gestão especial: subsistem para a execução de programas específicos, pela
capitalização, empréstimos, financiamentos, avais e garantias. Ex. Fundo de investimento do
 Nordeste.
Fundos de natureza contábil: instrumentalizam transferências, redefinem fontes
orçamentárias, repartição de receitas para o atendimento de necessidades específicas. Ex.
FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação.
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Formas de repartição de receitas orçamentárias

Repartição direta: Ocorre quando o recurso a ser transferido não passa por fundo ou
 intermediação. Ex. Repartição do IPVA entre Estados e Municípios.
Repartição indireta: As parcelas de um ou mais impostos são destinados à formação de
fundos, e depois, segundo critérios estabelecidos por meio de lei complementar, são repassados
aos beneficiados, com vistas a corrigir desigualdades regionais. Ex. Fundo de Participação dos
Estados – FPE.

ESQUEMA DE REPARTIÇÃO

a) Repartição direta – Tributos Federais:


União IRRF – IRPF – IOF- IMP. CIDE- ITR IPI –
157, I 158, I Ouro Residuais Comb 159, II
Estados 100% 30% 20% 29% 10%
Municípios 100% 70% 25% 50% OU 25%
100% (*)
(*) Se Município optar por arrecadar, 100% do ITR.
Obs: Na Cide-Combustível e IPI, os Estados recebem e repassam aos Municípios um percentual.

b) Repartição direita – Tributos Estaduais:


Estados IPVA – Art. 158, III ICMS – Art. 158, IV
Municípios 50% 25% (#)
¾ para valor adicionado (quem mais contribuiu) E ¼ o Estado define o critério. O STF
entendeu que o Estado NÃO pode afastar Município da participação de recursos.

Repartição por intermédio de fundos:


IR + IPI (ART. 159, I) – Total: 49%:
21,5% - Fundo de Participação dos Estados;
22,5% - Fundo de Participação dos Municípios;
1
3% - Programas de financiamento do Norte, Nordeste e Centro-oeste;
1% - Fundo de participação dos Municípios, entregue no 1º decêndio do mês
 de dezembro de cada ano;
1% - Fundo de participação dos Municípios, entregue no 1º decêndio do mês
de julho de cada ano (EC 54/14).

Referências Bibliográficas
Harrison Leite. Manual de Direito Financeiro.

Desse percentual, METADE dos recursos do nordeste serão destinados ao semiárido.

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LEITURA APARTADA

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.11 - LICITAÇÕES PÚBLICAS (2016)


7ª ed. - Rev., amp. e atualizada
Autor: Ronny Charles L. de Torres
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/13e75b7e6809d29b241af5d1cb02b923.pdf

PÁGINAS 17 a 91 (focos nos artigos, comentários e julgados). Somente ler as questões objetivas
se tiver tempo sobrando.

SÚMULA VINCULANTE TODO DIA

Alta chance de ser cobrado (+++)


Média chance de ser cobrada (++)
Pouca chance (+)

SÚMULA VINCULANTE 1 (+)

Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as
circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de
termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001.

SÚMULA VINCULANTE 2 (+++)

inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

SÚMULA VINCULANTE 3 (+++)

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla


defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.

SÚMULA VINCULANTE 4 (+++)

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador
de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por
decisão judicial.

SÚMULA VINCULANTE 5 (+++)

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A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.

SÚMULA VINCULANTE 6 (+++)

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as


praças prestadoras de serviço militar inicial.

SÚMULA VINCULANTE 7 (+)

A norma do § 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº


40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à
edição de lei complementar.

SÚMULA VINCULANTE 8 (++)

São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos


45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.

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DIAS 45 E 46

DISCIPLINA
CONSTITUCIONAL:

(PARTE 2) 2.6 O controle de constitucionalidade na Constituição Federal de 1988: controle


difuso, concentrado (ação direta de inconstitucionalidade - ADI, ação declaratória de
constitucionalidade - ADC, ação direta de inconstitucionalidade por omissão - ADO, arguição
de descumprimento de preceito fundamental - ADPF, Lei nº 9.868/1999 e suas alterações e
Lei nº 9.882/1999)
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Direito Constitucional Esquematizado: Pedro

Lenza CAPÍTULO: 6.

CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


9a Edição Conforme o Novo CPC e EC 95/2016
Autor: Bernardo Gonçalves Fernandes

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/8231c4771e13a7e79806b
1df15648e8b.pdf

CAPÍTULO: 20.

3. CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


12a ed.: Rev., amp. e atualizada - Conforme NOVO CPC
Autor: Marcelo Novelino

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/602bdfb8953fd99b738e53
164430040c.pdf
Título II

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Resumo de Direito Constitucional Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo

Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975784_SUM.pdf

CAPÍTULOS: 11

DISCIPLINA
FINANCEIRO:

37

DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUR TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 07 E 08
ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

Lei de responsabilidade fiscal. Planejamento. Transferências voluntárias. Destinação de


recursos públicos para o setor privado. Dívida e endividamento. Gestão patrimonial.
Transparência, controle e fiscalização

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Manual de Direito Financeiro (2017)
6ª Edição: Revista, ampliada e atualizada
Autor: Harrison Leite

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4d3e5c4185c8d0d2c5765
64e2a18cca9.pdf

CAPÍTULO: 6

Leis Especiais para Concursos – V. 13. Direito Financeiro


(2017) 3ª Edição: revista, ampliada e atualizada
Autores: Marcelo Jucá Lisboa e Ricardo Almeida

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/9473c8cd5273f2bd709797
0080b827d0.pdf

Título VIII

RESUMO DO DIA

DIREITO CONSTITUCIONAL

Ver resumo dos dias 37 e 38

DIREITO FINANCEIRO

* ATENÇÃO: O presente resumo NÃO dispensa a necessidade da leitura da lei seca.

Objetivo da Lei: estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na


gestão fiscal.

E o que se se entende por gestão fiscal responsável? O conceito de Gestão fiscal responsável
está previsto no art. 1º, §1º, LRF, e pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem
riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições
no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras,

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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,


concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

2. Abrangência da lei:

União  Poder Executivo


Estados  Poder Legislativo
Distrito Federal Neles compreendidos:  Poder Judiciário
Municípios  Tribunais de
Contas
 Ministério Público
 Administração
Direta, fundos,
autarquias,
fundações e
empresas estatais
dependentes

Empresa controlada x Empresa Estatal dependente:

Empresa Controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença,
direta ou indiretamente, a ente da Federação;
Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Leis orçamentárias: A LRF traz delineamentos sobre as leis orçamentárias. Recomendamos a
leitura da lei seca e a revisão do tema pelo material de Orçamento.

Receita Pública:

5.1. A arrecadação como responsabilidade na gestão fiscal:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a


instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.

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Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que


não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

5.2. Renúncia de receita: É possível a renúncia de receitas, desde que preenchidos os seguintes
requisitos:

A medida deve estar acompanhada de estimativa do impacto financeiro no exercício que


deva iniciar a vigência e nos dois seguintes.
 A medida deve estar em consonância com a LDO.
Deve haver uma das seguintes opções:
Declaração/demonstração do proponente de que a renúncia foi considerada na
estimativa de receita da LOA e que não atingirá os resultados das metas fiscais da LDO.
Estar acompanhada de medidas de compensação, por aumento de receita.

ATENÇÃO: No entanto, NÃO precisa observar as medidas acima elencadas:


Alteração de alíquotas de II, IE, IPI e IOF (extrafiscais).
Cancelamento de débito, cujos custos sejam inferiores aos custos de cobrança.

5.3. Formas de renúncia de receita:

 Anistia: perdão legal de infrações;


 Remissão: dispensa gratuita de dívida;
 Subsídios: auxílio de caráter econômico;
 Crédito presumido;
 Isenção em caráter não geral: dispensa legal do pagamento do tributo individual;
 Alteração de alíquota;
Alteração da base de cálculo.


Despesa Pública: Toda Criação, Expansão ou Aperfeiçoamento (CEA) de ação do governo que
gere aumento de despesa deverá ser acompanhado de:
Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor
e nos dois subsequentes (estimativa trienal).
Declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e
financeira com a LOA, compatibilidade com o PPA e a LDO.

Caso alguma despesa seja criada, expandida ou aperfeiçoada sem esses requisitos supra, será
considerada NÃO AUTORIZADA, IRREGULAR OU LESIVA ao patrimônio público, devendo ser anulada,
à exceção das despesas consideradas irrelevantes pela LDO.

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6.1. Despesa Adequada e despesa compatível:

Despesa adequada com a lei orçamentária anual: É a despesa objeto de dotação específica
e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as
despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
 não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
Despesa compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias: É a
despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos
nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

6.2. Despesa obrigatória de caráter continuado: Segundo o art. 17 da LRF, a despesa obrigatória
de caráter continuado é
 Despesa Corrente;
 Derivada de Lei;
Que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por período superior a dois exercícios.

Quais os requisitos para a criação de uma despesa obrigatória de caráter
continuado? Esses requisitos devem ser implementados antes ou depois da criação
das despesas obrigatórias de caráter continuado?



O agente público deverá realizar estimativa trienal do impacto das despesas,
demonstrar que o ato criado NÃO afetará as metas de resultados fiscais,
devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo
aumento permanente da receita OU pela redução permanente da despesa.

Se for despesa continuada, o Administrador deverá implementar essas medidas


ANTES da criação das DOCC.

6.3. Despesa com pessoal: A Lei de Responsabilidade Fiscal traz a disciplina da matéria, e prevê
que para a apuração deve ser levada em conta o período de 12 (doze) meses, analisando-se o mês
de referência com os 11 (onze) anteriores.

ATENÇÃO: NÃO entram no conceito de despesas com pessoal as consideradas indenizatórias, a


exemplo do auxílio-alimentação, auxílio-transporte, diárias, ajuda de custo, etc.

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Entra no cômputo de despesa de pessoal o gasto com os contratos de terceirização de mão de


obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos, despesas contabilizadas
como “outras despesas de pessoal”.

Limite de gastos com despesa com pessoal: O Limite de gasto com pessoal previsto na Lei de
Responsabilidade Fiscal considera como referência o total da Receita corrente líquida (RCL),
possuindo como referência a despesa do mês analisado com as dos últimos 11 (onze) meses
imediatamente anteriores:

UNIÃO => 50%


ESTADOS, DF, MUNICÍPIOS => 60%

Limites para a despesa com pessoal (% RCL)

Poder/ União Estados Municípios


Ente
Poder 40,9 (*) 49 54
Executivo
Poder 2,5 3 (**) 6 (***)
Legislativo
Poder 6 6 ---
Judiciário
MP 0,6 2 ---
TOTAL 50 60 60
3% do montante se destina às despesas com pessoal do DF + Amapá + Roraima;
Se tiver TCM, o Legislativo aumenta 0,4% e o Executivo diminui 0,4%
O gasto com pessoal do Legislativo Municipal NÃO pode ultrapassar 70% de sua receita.

Valores que não entram no cômputo de gastos com despesas com pessoal: cômputo de
gastos com despesas com pessoal? As exceções estão previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal,
em seu art. 19, §1º, a exemplo da indenização por demissão de servidores ou empregados e dos
gastos relativos aos incentivos de demissão voluntária:
o
1 Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão
computadas as despesas:
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária; III - derivadas da aplicação do
o
disposto no inciso II do § 6 do art. 57 da Constituição;

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IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da


o
apuração a que se refere o § 2 do art. 18;
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas
com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da
o
Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional n 19;
VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por
recursos provenientes:
da arrecadação de contribuições dos segurados;
o
da compensação financeira de que trata o § 9 do art. 201 da Constituição;
das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade,
inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit
financeiro.

Cômputo de gastos: Limite alerta x limite prudencial:

Limite Alerta – Compete aos Tribunais de Conta fazê-lo sempre que a despesa com
pessoal ultrapassa 90% do limite previsto em lei, inexistindo qualquer sanção para o
 Gestor que ultrapasse esse limite.
Limite Prudencial – Quando a despesa com pessoal excede 95% do limite de cada órgão
ou Poder, os Tribunais de Contas notificam o Gestor, sendo vedado ao Poder ou órgão o
disposto no artigo 22, parágrafo único da LRF, a exemplo da criação de cargo, emprego ou
função e do Provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer
título, ressalvada a reposição decorrente de falecimento ou aposentadoria de servidores
das áreas de educação, saúde e segurança.

Vedações previstas na LRF para o ente que atingiu o limite prudencial: O Poder ou órgão que
houver incorrido no excesso não poderá:

Conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título,


salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada
 a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
 Criar cargo, emprego ou função;
 Alterar a estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
Prover cargo público, admitir ou contratar pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição
decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e
 segurança;
Contratar hora extra, salvo nas situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

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Verificação dos limites de gastos: A verificação do cumprimento dos limites é feita ao final de
cada 4 meses, e se ao final desse período for apurada a superação do limite, haverá recondução nos
próximos 02 quadrimestres (8 meses), sendo pelo menos 1/3 no primeiro quadrimestre. Atente:

O excedente tem que ser eliminado


nos 2 quadrimestre seguintes,
Limites de Gastos com Pessoal sendo pelo menos 1/3 no
primeiro quadrimestre (artigo 23,
LRF).

O excedente tem que ser eliminado


nos 3 quadrimestre seguintes,
Limites da Dívida Pública sendo pelo menos 25% no
primeiro quadrimestre (artigo 31,
LRF).

Restrições previstas na LRF ao ente que não atingir a redução das despesas com pessoal: A Lei
de Responsabilidade Fiscal prevê que não alcançada a redução das despesas com pessoal no
prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
Receber as transferências voluntárias ao ente, salvo às destinadas à saúde, educação e
assistência social;
 Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
Contratar operações de crédito, SALVO as destinadas ao refinanciamento da dívida
mobiliária e as destinadas à redução com despesas de pessoal.

Transferências Voluntárias: entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos


correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema
Único de Saúde.
7.1. Requisitos para a realização de transferências voluntárias:

 Existência de dotação específica;


 Observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;
Comprovação, por parte do beneficiário, de:
Que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e
financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de
contas de recursos anteriormente dele recebidos;
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Cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;


Observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de
despesa total com pessoal;
Previsão orçamentária de contrapartida.

8. Dívida
8.1. Conceitos importantes previstos na LRF:

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade,


das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis,
contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para
amortização em prazo superior a doze meses;

- dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela
União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

- operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo,


abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens,
recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços,
arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de
derivativos financeiros;

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou


contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do


principal acrescido da atualização monetária.

o
1 Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão
de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos
arts. 15 e 16.

o
2 Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de
títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

o
3 Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo
inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.
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o
4 O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de
cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das
operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente
realizadas, acrescido de atualização monetária.

8.2. Recondução da dívida: Deve-se observar os limites fixados pelo Senado Federal, ao final de cada
quadrimestre. Se ente extrapola limites: deverá reconduzir a dívida ao limite até o término dos
três quadrimestres subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por
cento) no primeiro (art. 31 da LRF).

Quais as consequências do desrespeito aos limites da dívida? E se o


descumprimento for no último ano de mandato do Chefe do Executivo?

R.
O ente fica proibido de realizar operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, salvo o refinanciamento do principal atualizado da
 dívida mobiliária.
Se vencido o prazo e o ente não retornar aos limites legais: ficará também
impedido de receber as transferências voluntárias, salvo as transferências
para as áreas de saúde, educação e assistência social (art. 25, §3º da LRF).

Caso seja o último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, as sanções


aplicam-se imediatamente (art. 31, §3º, da LRF).

8.3. Operações de crédito:

OPERAÇÕES DE CRÉDITO (ART. 32 LRF) OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ARO (ART.


LRF) Curto

Longo prazo prazo Dívida

Dívida fundada flutuante

Finalidade: consertar desequilíbrio Finalidade: atender a insuficiência de


orçamentário e financiar investimentos caixa

Ente deve demonstrar onde está a Ente pode dar em garantia receita de
previsão dos recursos, das receitas que impostos
vão fazer frente a essa despesa

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Dependem de autorização legislativa Independem de autorização legislativa


para o resgate

8.4. Operações de crédito vedadas: A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê nos arts. 35/37
operações de crédito vedadas, a exemplo:

Operações entre instituição financeira estatal e outro ente federativo, inclusive entidades
da administração indireta, desde que não se destinem a financiar despesas correntes ou
 refinanciar dívidas não contraídas junto à própria própria instituição concedente;
Compra de títulos da dívida federal por parte dos Estados e dos Municípios como
 aplicação de suas disponibilidades.
Art. 36, LRF: Proíbe a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente
federativo controlador, este na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Existem hipóteses em que é permitida a realização de empréstimo entre as
instituições financeiras e entes federativos?

R. Embora a regra seja a vedação à realização de operação de crédito entre uma
instituição financeira estatal e o ente federativo controlador, este na qualidade
de beneficiário do empréstimo, a lei permite o empréstimo entre instituições
financeiras e entes federativos, desde que não sejam seus controladores.
Ademais, não se proíbe a aquisição de títulos da dívida pública por parte da
 instituição financeira a fim de gerenciar os investimentos dos clientes:
Captar recursos a título de antecipação de receita de tributo cujo fato
gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no §7º do art.
 150 da CF;
Receber antecipadamente valores de empresa em que o Poder Público
detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social votante,
salvo lucros e dividendos, na forma da legislação.


Restos a pagar: Se a despesa não for paga até o término do exercício financeiro, o crédito
poderá ser inscrito em restos a pagar, para que o pagamento ocorra no exercício subsequente.
Caso não sejam pagos, existe a vedação da reinscrição de empenhos em restos a pagar. Enquanto
as despesas permanecem inscritas em restos a pagar, corre a prescrição a partir de sua inscrição.
Com o cancelamento, há a interrupção da prescrição.

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10. Transparência na gestão fiscal:

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla
divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e
leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer
prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão
Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
o
§ 1 A transparência será assegurada também mediante:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e
orçamentos;
- liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo
real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em
meios eletrônicos de acesso público; e
– adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a
padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao
disposto no art. 48-A.
2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas
informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme periodicidade,
formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da União, os
quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público.

o
3 Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Ministério da
Fazenda, nos termos e na periodicidade a serem definidos em instrução específica deste
órgão, as informações necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado e
o
atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o § 4 do art. 32.

o o o
4 A inobservância do disposto nos §§ 2 e 3 ensejará as penalidades previstas no §
o
2 do art. 51.
o o
5 Nos casos de envio conforme disposto no § 2 , para todos os efeitos, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla divulgação a
que se refere o caput.

o
6 Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações
públicas, empresas estatais dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar

48

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sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo


Poder Executivo, resguardada a autonomia.

10.1. Relatório resumido da execução orçamentária:

o
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3 do art. 165 da Constituição abrangerá todos os
Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre e composto de:
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão
atualizada;
despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a
despesa liquidada e o saldo;
II - demonstrativos da execução das:
receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a
previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no
exercício e a previsão a realizar;
despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando
dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no
bimestre e no exercício;
despesas, por função e subfunção.
o
1 Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão
destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com
amortização da dívida.
o
2 O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções
o
previstas no § 2 do art. 51.

10.2. Relatório de gestão fiscal:

Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e
órgãos referidos no art. 20, Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo: I - Chefe do
Poder Executivo;
- Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente,
conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;
III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão
decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.

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Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis


pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas
por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.

LEITURA APARTADA

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.11 - LICITAÇÕES PÚBLICAS (2016)


7ª ed. - Rev., amp. e atualizada
Autor: Ronny Charles L. de Torres
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/13e75b7e6809d29b241af5d1cb02b923.pdf

PÁGINAS 92 a 152 (focos nos artigos, comentários e julgados). Somente ler as questões
objetivas se tiver tempo sobrando.

SÚMULA VINCULANTE TODO DIA

Alta chance de ser cobrado (+++)


Média chance de ser cobrada (++)
Pouca chance (+)

SÚMULA VINCULANTE 9 (+)

O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem
constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.

SÚMULA VINCULANTE 10 (+++)

Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal
que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

SÚMULA VINCULANTE 11 (+++)

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à


integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

SÚMULA VINCULANTE 12 (+++)

A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da
Constituição Federal.

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SÚMULA VINCULANTE 13 (+++)

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 14 (+++)

direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

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DIAS 47 E 48

DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO:

Bens públicos. Conceito. Classificação. Características. Espécies. Afetação e desafetação.


Aquisição e alienação. Uso dos bens públicos por particular. Intervenção do Estado na
propriedade. Conceito. Fundamento. Modalidades. Limitação administrativa. Servidão
administrativa. Ocupação temporária. Requisição administrativa. Tombamento.
Desapropriação.
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
ADMINISTRATIVO:

Bens Públicos. Formas de uso especial dos Bens Públicos. Autorização, permissão, concessão
de uso e concessão de direito real de uso, imprescritibilidade e Impenhorabilidade;
Intervenção na Propriedade (Desapropriação, Requisição, Servidão Administrativa,
Tombamento, Ocupação Temporária e Limitação Administrativa). Requisitos e Fases da
Desapropriação. Desapropriação Indireta. Função Social da Propriedade.

1.CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira – Ed. GEN

http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf

CAPÍTULOS: 20 até 22

2.Manual de Direito Administrativo. Autor: José dos Santos Carvalho Filho

CAPÍTULOS: 12, 13 e 16

Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

1.Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto
e Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c
49ee6d024f.pdf
CAPÍTULOS: 12 e 17

2.Resumo de Direito Administrativo Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino

http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf
CAPÍTULOS: 15 e 16

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RESUMO DO DIA

ADMINISTRATIVO

BENS PÚBLICOS

1) Conceituação de domínio público:


Domínio Público em sentido amplo (= DOMÍNIO EMINENTE): É o poder que o Estado exerce
sobre todos os bens que se encontram em seu território (É análise de soberania exercida dentro
do território nacional). Ademais, é o poder de regulamentação exercido pelo ente estatal sobre
os bens públicos e privados. – É a prerrogativa decorrente da soberania que autoriza o Estado a
intervir, de forma branda ou drástica, em todos os bens localizados em seu território para
implementar a função social da propriedade e os direitos fundamentais. Abrange bens públicos,
privados e res nullius (= bens adéspotas OU bens de ninguém).

Domínio Público em sentido estrito (= DOMÍNIMO PÚBLICO PATRIMONIAL): É o conjunto de


bens que pertencem ao poder público, que goza de todas as faculdades atinentes ao direito de
propriedade. São os bens públicos.

2) Definição
Segundo o CC/02, art. 98, os bens públicos são aqueles do domínio nacional, pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público interno, sendo todos os outros particulares. => Nota-se que a
conceituação dos bens públicos considera a titularidade e não a sua utilização no interesse
coletivo. No entanto, há duas acepções sobre o conceito de bens públicos:
Critério Subjetivo ou da titularidade: Os bens públicos são aqueles que integram o
 patrimônio das pessoas jurídicas de direito público. JSCF;
Concepção material ou funcionalista: Além dos bens integrantes das pessoas jurídicas de
direito público, também seriam considerados bens públicos os integrantes das pessoas
jurídicas de direito privado afetados à prestação de serviços públicos. Celso Antônio e
 Diógenes Gasparini.
Embora não constem como bens públicos para a lei civil, os bens das pessoas jurídicas de direito
privado que estejam sendo utilizados na prestação de determinado serviço público também
devem gozar das prerrogativas de direito público, tais como as garantias de impenhorabilidade e
não onerabilidade => BENS QUASE PÚBLICOS OU MATERIALMENTE PÚBLICOS. Logo, bens das
empresas estatais NÃO vinculados à prestação dos serviços estão sujeitos à penhora.
STJ: Bens das empresas públicas prestadoras de serviços públicos se sujeitam à penhora desde
que eles não estejam diretamente ligados à prestação de serviços públicos e desde que a
penhora NÃO comprometa a execução da atividade, ante o princípio da continuidade.
Para as empresas estatais exploradoras de atividades econômicas, seus bens não gozam de
nenhuma das garantias inerentes aos bens públicos.
Caso as empresas estatais sejam extintas – o que requer lei – os bens serão devolvidos
automaticamente à pessoa política que a criou (cláusula de reversão).

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Competência para Legislar: É privativa da União a competência para legislar sobre Direito Civil,
o que abarca os bens públicos.

Classificação:
Quanto à sua titularidade:
Federais;
 Estaduais;
 Municipais;
Distritais.

Quanto a sua destinação
Bens de uso comum do povo: Bens que a Administração mantém para o uso normal da
população, de uso livre, gratuito ou mediante a cobrança de taxas (para uso anormal ou
privativo), sendo denominado por alguns doutrinadores de bens do domínio público.

Bens de uso especial: Bens usados para a prestação de serviço público pela Administração ou
conservados pelo Poder Público com finalidade pública. São os bens que compõem o aparelho
estatal.
- Bens de uso especial indireto: O ente público NÃO utiliza os bens diretamente, mas conserva os
mesmos com a intenção de garantir proteção a determinado bem jurídico no interesse da
coletividade, a exemplo das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e as terras públicas
utilizadas para a proteção do meio ambiente.

Bens Dominicais ou dominiais: Bens SEM qualquer destinação pública, podendo, diferente
dos demais, ser alienados, respeitadas as condições do art. 17 da Lei 8666/93.
- José Cretella Júnior: entende que os bens dominiais são todos os bens componentes do domínio
público.
- Nem toda terra devoluta é bem dominial, pois se a área for destinada à proteção do meio
ambiente, será um bem de uso especial, por exemplo.
- JSCF: Há discussão doutrinária sobre a utilização dos termos “bens dominicais” e “bens
dominiais”. Enquanto alguns autores afirmam a fungibilidade das expressões, outros sustentam
que os bens dominiais é gênero que compreende todos os bens do domínio do Estado (bens de
uso comum, de uso especial e os dominicais).

BENS AFETADOS: Bens de uso comum do povo e uso especial (Bens que possuem
determinada destinação pública);
BENS DESAFETADOS: Bens dominicais, que NÃO possuem qualquer utilização no
interesse coletivo.

5) Afetação e Desafetação de bens públicos


Afetar o bem (Consagração – Diógenes Gasparini) é dar destinação pública a bem dominical e
desafetar (desconsagração) é suprimir a destinação de bem que estava atrelado ao interesse público.
A afetação e a desafetação podem ocorrer por lei, ato administrativo ou fato administrativo, e
devem respeitar o princípio da simetria e a hierarquia dos atos jurídicos.
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Para que a desafetação seja feita licitamente, necessário seguir o seguinte esquema:
Bens de uso comum: Lei ou ato administrativo previamente autorizado por lei;
Bens de uso especial: Lei, ato administrativo previamente autorizado por lei ou fato da
natureza.

6) Garantias
Impenhorabilidade: Os bens públicos NÃO podem ser penhorados em juízo para garantia de
uma execução contra a Fazenda Pública, inclusive os bens dominiciais;
- STF: A impenhorabilidade alcança os bens integrantes das pessoas de direito públicos e os bens
das pessoas de direito privado afetados aos serviços públicos.
Não-Onerabilidade: Bens Públicos NÃO podem ser objetos de direito real de garantia, ou seja,
não ficam sujeitos à instituição de penhor, anticrese ou hipoteca.
- Rafael Oliveira entende ser possível onerar bem público em se tratando de bens dominicais que,
após o cumprimento dos requisitos legais, podem ser alienados.
Imprescritibilidade: Trata-se da prescrição aquisitiva (usucapião) e sua inoponibilidade ao
Poder Público, atingindo inclusive bens não afetados, não sendo estes passíveis de usucapião.
- STF: Súmula 340 – Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicias, como os demais bens
públicos NÃO podem ser adquiridos por usucapião.
- Entende o STJ que a utilização de bens públicos NÃO induz posse, tratando-se de mera detenção
pelo particular. Logo, NÃO dá direito à retenção pelas benefeitorias, nem à proteção possessória.
Alienabilidade Condicionada: Os bens públicos podem ser alienados, desde que atendidos aos
requisitos do art. 17 da Lei 8.666/93:
 Desafetação dos bens públicos: apenas os bens dominicais podem ser alienados;
 Justificativa ou motivação;
Avaliação prévia para definição do valor do bem;
 Licitação: concorrência para bens imóveis, salvo exceções, e leilão para os bens móveis;
Autorização legislativa para alienação dos bens imóveis.

7) Alienação de bens públicos


Para a alienação, os bens públicos devem ser desafetados. Logo, necessário seguir as seguintes
fases:
a) Deve haver declaração estatal de que há interesse público na alienação, devendo a
declaração ser fundamentada;
b) Deve ser realizada a avaliação prévia do bem, que servirá de parâmetro para definir o valor
da venda;
c) Realização de prévio procedimento licitatório: É obrigatória a modalidade concorrência para bens
IMÓVEIS, sendo aceita a utilização do leilão para alienação de bens que tenham sido previamente
adquiridos pelo Poder Público por meio de dação em pagamento ou por decisão judicial.
Para os bens móveis, NÃO há exigência de autorização legislativa específica ou de autorização
do presidente da república, e tampouco se exige a modalidade concorrência.
d) Para bens IMÓVEIS, a alienação depende ainda de autorização legislativa: Se bem da União,
dependerá ainda de autorização do Presidente da República, mediante regulamento.

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Os bens públicos podem ainda ser alienados mediante doação, permuta, dação em pagamento,
concessão de domínio, investidura, incorporação, retrocessão e legitimação de posse.
Cumpridos os requisitos legais, a alienação dos bens públicos pode ser formalidade por
institutos diversos, a exemplo:
 Contrato de compra e venda;
Doação: Nessa hipótese, se for doação com encargo, exige-se licitação e a previsão
obrigatória, no ajuste, dos encargos, prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,
sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação na hipótese de interesse
público devidamente justificado. Na doação com encargo, caso o donatário necessite
oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais
 obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor de doador.
 Permuta: troca do bem público por outro bem, público ou privado;
Dação em pagamento;
Investidura:
Para alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou
resultante de obra pública;
Alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público,
de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas
hidroelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas
unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
Incorporação de bens ao patrimônio de entidade da Administração indireta instituída pelo
 Estado;
Retrocessão: Alienação do bem desapropriado ao patrimônio do expropriado, que tem
direito de preferência na aquisição, quando o bem não for utilizado para atendimento da
 utilidade, necessidade pública ou interesse social.
O ordenamento consagra a indisponibilidade absoluta dos seguintes bens públicos:
Terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias necessárias à
 proteção dos ecossistemas naturais;
Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Utilização de bens públicos por particulares: A utilização dos bens públicos pode ser normal
ou comum, ou anormal ou especial.

8.1) Utilização Normal ou Comum:


-A utilização normal do bem público ocorre todas as vezes que o bem atende a sua finalidade
originária, sendo usufruído por toda a coletividade, sem distinção entre usuários, razão pela qual
NÃO depende de manifestação do ente estatal. Logo, a utilização dos bens públicos, em sua
destinação ordinária, NÃO depende de consentimento do ente estatal, mas não se trata de uso
necessariamente livre ou sem regulamentação.
A utilização comum pode ser feita em bens de uso comum do povo, mas também em bens de
uso especial.
Segundo Rafael Oliveira, a utilização dos bens públicos pode ser:
Ordinária ou normal: o uso é compatível com a destinação do bem;

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Extraordinária ou anormal: a utilização do bem depende do preenchimento de


determinadas condições impostas pelo Poder Público.

8.2) Utilização Anormal ou Especial


A utilização anormal ou especial dos bens públicos ocorre quando o particular pretende utilizar
o bem para destinação diversa das regras específicas estipuladas para ele, podendo ser:
Utilização especial remunerada: Ocorre quando o ente público exige o pagamento de
determinado valor para a utilização do bem pela sociedade. Para alguns doutrinadores se
trata de utilização comum, já que o bem está sendo utilizado em sua finalidade originária
(NÃO ADOTAR ESSA INTERPRETAÇÃO PARA OBJETIVAS);
Utilização especial privativa: Ocorre quando o particular precisa fazer uso do bem sem a
interferência de outras pessoas. Ex: Festa de casamento realizada na praia, na qual os não
convidados estão impedidos de utilizar o bem. Nessas situações, deve se analisar se a
utilização diferenciada por um indivíduo não vai obstar a utilização normal deste bem pelo
restante da coletividade.

Consentimento estatal para utilização especial de bens públicos – Uso privativo do bem público: -
O Poder Público, em situações determinadas e por meio de vínculos jurídicos especiais, pode
consentir com o uso privativo dos bens públicos por determinada pessoa ou grupo de pessoas.
- O uso privativo dos bens públicos de forma privativa deve preencher as seguintes características:
 Compatibilidade com o interesse público;
 Consentimento da Administração;
Cumprimento das condições fixadas pelo ordenamento e pela administração;
 Remuneração, salvo os casos excepcionais de uso gratuito; e
Precariedade, que pode variar de intensidade, com a possibilidade de cessar o uso
privativo por vontade unilateral da Administração.

Autorização de uso: ATO DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO, independente de licitação prévia, por


meio da qual o Estado permite a utilização anormal ou privativa de um bem público pelo
particular, concedida eminentemente no interesse deste, desde que não cause prejuízos ao
interesse da coletividade. Ex: fechamento de praia para realização e casamento.
- NÃO depende de procedimento licitatório prévio e pode ser feito a título gratuito ou
oneroso. - Pode recair sobre bens móveis ou imóveis.
- Autorização condicionada ou qualificada: É aquela editada com a fixação de direitos e
obrigações para o Poder Público e o destinatário. Trata-se de hipótese de autolimitação
administrativa, uma vez que o Poder Público decide impor restrições a ele próprio e ao particular.
Em virtude da contratualização do conteúdo da autorização de uso, sua edição depende do
respeito ao princípio da impessoalidade, com a realização de licitação. E do mesmo modo,
eventual descumprimento das condições fixadas pelo próprio poder público acarreta o dever de
indenizar o particular, tendo em vista a boa-fé e princípio da confiança legítima.
- Autorização de uso urbanística: Prevista no art. 9º da MP 2.220/2001 e será conferida, de forma
gratuita, àquele que, até 30/06/2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, até 250 m² de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para fins comerciais.

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Permissão de uso: ATO DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO, DEPENDENTE DE LICITAÇÃO PRÉVIA,


por meio do qual o Estado permite a utilização anormal ou privativa de um bem público pelo
particular, concedida eminentemente no interesse público. Ex: Banca de revista nas calçadas,
stands em feiras de artesanato.

OBS: ALGUNS DOUTRINADORES DEFENDEM QUE A DIFERENÇA ENTRE PERMISSÃO E


AUTORIZAÇÃO DE USO NÃO RESIDE NO INTERESSE PÚBLICO, MAS NA TRANSITORIEDADE,
SENDO A AUTORIZAÇÃO PARA SITUAÇÕES MAIS TRANSITÓRIAS E PERMISSÃO PARA SITUAÇÕES
DE MAIOR DURAÇÃO.

Concessão de uso: Trata-se de contrato administrativo que permite o uso de bem público de
forma ANORMAL ou PRIVATIVA, usado para situações mais perenes, permanentes e que
dependam de maior investimento financeiro do particular. NÃO é precária, por ter natureza
contratual, tem prazo determinado e requer procedimento licitatório prévio, SALVO as hipóteses
de dispensa e inexigibilidade. Ex: Utilização de box em mercado municipal ou restaurante em
Universidade Pública. - Pode ser realizada a título gratuito ou oneroso.

Concessão de direito real de uso: É contrato administrativo por meio do qual o particular
passa a ser titular de um direito real de utilização de determinado bem público. Depende de
licitação, sempre na modalidade de concorrência, independente do valor do contrato.
- Pode ser de forma remunerada ou gratuita, por tempo certo ou
indeterminado. - Recai sobre bens dominicais.
- Pode ser contratada por instrumento público ou particular, inscrito no RGI, que poderá ser
rescindido na hipótese de o concessionário descumprir os termos pactuados, bem como será
transferida por ato inter vivos, por sucessão legítima ou testamentária.

Concessão de uso especial para fins de moradia: Aquele que até 30/06/2001 possuiu como
seu, por 05 anos ininterruptos e sem oposição, até 250 m² de imóvel público situado em área
urbana, utilizando-o para a sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso
especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja
proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.
- Só se admite o reconhecimento desse direito uma vez para o cessionário.
- Na essência, possui pressupostos semelhantes àqueles exigidos para a usucapião especial de
imóvel privado urbano previsto no art. 183 CF.
- Cumpridos os requisitos legais, a concessão de uso especial para fins de moradia deverá ser
reconhecida ao interessado, razão pela qual o instituto possui natureza de ATO VINCULADO.
- Sendo direito real, deve ser registrada no RGI.
- Transferível por ato inter vivos ou causa mortis e o legítimo herdeiro continua, de pleno direito,
na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
- Pode ser instituída na via administrativa ou, se houver recusa, na via judicial.
- Aplica-se às áreas de propriedade da União, inclusive terrenos de marinha, mas NÃO se aplicam
aos imóveis funcionais.
- A extinção deve ser averbada no cartório de registro de imóveis, e ocorre nos casos em que o
concessionário descumpre as finalidades do instituto:
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 Imóvel deixa de ser utilizado para moradia do possuidor ou sua família;


Quando o concessionário adquire a propriedade ou a concessão de uso de outro imóvel
urbano ou rural.

ATENÇÃO: CONCESSÃO FLORESTAL – É a delegação onerosa do direito de praticar manejo
florestal sustentável para exploração de produtos e serviços em uma unidade de manejo,
mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda ás exigências do
respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco e por prazo determinado. Trata-se de concessão para gestão de bem público imóvel
(floresta) que deve ser devolvido ao Poder Público ao final do contrato. As características seriam:
A concessão será sempre onerosa e precedida de licitação na modalidade concorrência;
Necessidade de licenciamento ambiental;
Na fase de habilitação, o interessado deve comprovar, além das exigências do art. 27, da
Lei nº 8.666/93, a ausência de débitos inscritos em dívida ativa relativos à infração
ambiental nos órgãos competentes integrantes do Sisnama e a inexistência de decisões
condenatórias transitadas em julgado em ações penais relativas a crime contra o meio
 ambiente OU ordem tributária OU crime previdenciário.
Apenas pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede e
 administração no país poderão participar da licitação;
 Submissão da minuta do edital à audiência pública;
Tipo de licitação: combinação dos critérios técnica e maior preço ofertado como
 pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão florestal;
O prazo dos contratos de concessão florestal relaciona-se com o ciclo de colheita ou
exploração.

Cessão de uso: Normalmente feito entre órgãos ou entidades públicas, com a finalidade de
permitir a utilização de determinado bem público por outro ente estatal, para utilização no
interesse da coletividade. Normalmente feito por convênio ou cooperação.
- A cessão é a transferência de uso de bens públicos, de forma gratuita ou com condições
especiais, entre entidades da Administração Pública direta e indireta ou entre a Administração e
as pessoas de direito privado sem finalidade lucrativa.
- NÃO há uniformidade doutrinária ou legislativa quanto ao termo “cessão de uso”, sendo
possível apontar três acepções:
Sentido amplo: cessão é termo genérico que engloba todos os instrumentos jurídicos que
 viabilizam o transpasse de bens públicos;
Sentido intermediário: cessão é a transferência do uso do bem público para órgãos ou
 entidades administrativas ou pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade lucrativa;
Sentido restrito: cessão de bens públicos refere-se exclusivamente à transferência do uso
de bens públicos entre órgãos públicos do mesmo ente da Federação. Diógenes Gasparini.

USO PRIVATIVO DE BEM PÚBLICO POR INSTRUMENTO DE DIREITO PRIVADO

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A competência para legislar sobre os institutos do Direito Civil é da União, mas


todos os entes da Federação podem utilizá-los para transferir o uso privativo de
seus bens a terceiros:

Locação: Contrato de direito privado que tem por objetivo transferir a posse
direta do bem de propriedade do locador ao locatário, mediante pagamento de
remuneração.
- Conforme dispõe a lei nº 8.245/91, a Lei de Locações NÃO é aplicável aos
contratos de locação de imóveis de propriedade da União, Estados, Municípios,
autarquias e fundações.
- Apesar de sua previsão legal do contrato de locação e bens públicos, doutrina
diverge sobre sua viabilidade jurídica, existindo duas posições:
 Primeira Posição: Os bens públicos podem ser locados a terceiros na forma do
 Código Civil e Legislação especial. JSCF;
Segunda Posição: O uso privativo de bens públicos deve ser instrumentalizado
por institutos de direito público, sendo inadmissível a locação dos referidos
bens. Hely Lopes, Diogo Moreira, Gasparini.
Rafael Oliveira entende que a locação é incompatível com a transferência do uso
privativo dos bens públicos.

b) Comodato
Rafael Oliveira entende inviável, pelo mesmo fundamento que o contrato de
locação, posto que a Administração deveria se valer dos institutos de Direito
Público (autorização, permissão, concessão e cessão), que admitem a forma
gratuita, mas conservam as prerrogativas da Administração Pública.

c) Enfiteuse e aforamento
A enfiteuse ou aforamento é instituto pelo qual o Ente Federado transfere a
outrem o uso do bem público, mediante pagamento do foro anual.
A enfiteuse sobre bens privados foi revogada pelo CC/02, vigorando apenas as já
existentes. E em relação a bens públicos, continua regulada por lei especial.

Aquisição de bens – Incorporação dos bens ao patrimônio público

 Aquisição originária e derivada: Na originária, a aquisição independe de manifestação de


vontade do antigo proprietário (ex: usucapião, desapropriações, acessões), e na derivada há
transmissão da propriedade pelo antigo proprietário ao poder público (ex: contratos em
 geral).
Aquisição por atos inter vivos e mortis causa.

10.1) Aquisição Contratual


Compra e venda: Embora contrato privado, quando celebrado pela administração deve
respeitar o processo administrativo, avaliação prévia, declaração de interesse público e licitação,
SALVO as hipóteses de dispensa e legitimidade.
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Dação em pagamento: O ente público admitirá receber um bem privado em substituição a


débito particular.
Resgate da enfiteuse: Para o caso do enfiteuta deixar de cumprir as suas obrigações.
Permuta: Segue as regras do contrato de compra e venda;
Doação

10.2) Aquisição legal ou por fenômeno da natureza


Desapropriação: Forma originária de aquisição da propriedade;
Usucapião: O ente público pode usucapir bens privados, embora NÃO possa ter seus bens
adquiridos dessa forma;
Acessão natural;
Testamente e herança jacente;
Reversão de bens;
Pena de perdimento de bens: É efeito da condenação penal;
Perda de bens: Previsto na LIA.

11. Bens em espécie da União (art. 20, CF/88) – Algumas notas.


ATENÇÃO: DECORAR O ART. 20, da CF/88. Aqui serão tratados alguns bens de relevância:

Terras devolutas: São bens públicos que NÃO possuem afetação pública e nem foram
incorporados ao domínio privado, podendo integrar patrimônio da União, Estados e
Distrito Federal.
- Há divergência sobre o ônus da prova no tocante à comprovação do domínio e na
 presunção relativa do caráter público ou privado do bem não registrado no RGI:
o 1ª Corrente: Na falta do registro, se presume que o bem integra o patrimônio público,
incorporando o conceito de terra devoluta. Di Pietro, JSCF, Diógenes Gasparini;
 o 2ª Corrente: Os bens não registrados são presumivelmente privados. 4ª Turma do STJ.
Terras Indígenas: as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União e
são consideradas aquelas por ele habitadas em caráter permanente, as utilizadas para as
suas atividades produtivas, e possuem as seguintes características:
o Destinam-se à posse permanente dos índios, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das
 riquezas do solo, rios e lagos;
 o Inalienáveis, indisponíveis e imprescritíveis;
o O aproveitamento dos recursos hídricos, incluindo o potenciais energéticos,
pesquisa e lavra das riquezas minerais em terras indígenas dependem de
 autorização expressa do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas;
o É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo ad referendum do
Congresso Nacional, em catástrofe ou epidemia que ponham em risco a sua
 população, ou o interesse na soberania do país;
o São nulos os atos que tenham por objeto a ocupação, domínio e posse das terras
indígenas, bem como a exploração das riquezas naturais do solo, rios e lagos, salvo
relevante interesse público da União.

12. Terrenos de Marinha


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A União Federal possui a propriedade do terreno de marinha, mas pode dispor de seu domínio
útil por meio da enfiteuse.
Pela enfiteuse, o ente público transfere a uma pessoa a titularidade do domínio útil do bem, que
consiste na possibilidade de usar, fruir, dispor e reaver o bem. Ou seja, com a transferência do
domínio útil, todas as faculdades do domínio são passadas ao enfiteuta, restando ao proprietário o
direito ao pagamento do foro anual e de laudêmio, em caso de alienação do domínio útil a terceiros.
Embora NÃO seja possível a usucapião de bens públicos, se determinado particular for titular de
domínio útil sobre determinado terreno de marinha e uma terceira pessoa possuir, como sua,
com posse mansa e pacífica esta área, sem oposição do titular pelo prazo exigido na legislação
civil, haverá a usucapião. Logo, a usucapião NÃO incidirá sobre a propriedade do bem, por ser
pertencente à União, mas sobre o domínio útil. Logo, será usucapida a qualidade de enfiteuta.
Nesse caso, a União NÃO estará no polo passivo da ação de usucapião, já que sua propriedade
NÃO será atingida pela sentença, mas tão somente a qualidade de enfiteuta, pertencente ao
particular, titular de domínio útil.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

Direito de Propriedade – Características:


Caráter Absoluto: não retira o dever do proprietário de cumprir a função social da
propriedade, mas é a possibilidade de usar o bem objeto do direito da forma de lhe aprouver;
Caráter Exclusivo: Oponibilidade erga Omnes;
Perpetuidade: O exercício desse direito NÃO se dá com prazo definido, sendo o Direito
imprescritível.

Fundamentos Constitucionais da intervenção do Estado na propriedade
Supremacia do interesse público sobre o privado;
Em alguns casos, prática da ilegalidade no exercício do domínio.

Modalidades de intervenção
Supressiva – O Estado transfere para si a propriedade de terceiros, suprimindo o direito de
propriedade anteriormente existente, podendo ser por indenização ou, excepcionalmente, sem
qualquer espécie de pagamento. Ex: Desapropriação;
Restritiva – O Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade pelo terceiro,
sem lhe retirar o direito de propriedade. Ex: Servidão, requisição temporária, tombamento.

4) DESAPROPRIAÇÃO
Forma Originária de aquisição da propriedade, de modo que o bem chega ao acervo do Estado
livre que qualquer ônus de natureza real.
Só se admite acaso presentes os pressupostos constitucionais para a sua prática.

4.1) Objeto da desapropriação


Pode recair sobre todos os bens de valor econômico, sejam eles móveis ou imóveis, corpóreos
ou incorpóreos, públicos ou privados.

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A desapropriação do espaço aéreo e subsolo só será necessária quando de sua utilização


resultar prejuízo patrimonial ao proprietário do solo.
É possível desapropriar créditos e ações referentes a cota de sociedade em pessoas jurídicas.
NÃO é possível desapropriar:
 Direitos personalíssimos;
 Moeda corrente no país;
Pessoas físicas ou jurídicas (Sujeito de direito e não objeto de direito)
Os BENS PÚBLICOS podem ser desapropriados, desde que respeitada a “hierarquia federativa”,
desde que a tomada seja do mais abrangente para o menos => A União pode desapropriar bens dos
E/DF; Estados podem desapropriar os do M, mas em qualquer caso é VEDADA a desapropriação, por
E, DF, M e Territórios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e empresas
cujo financiamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua fiscalização,
SALVO autorização, por decreto, do Presidente da República. (VIDE DEC-LEI 3.365/41).
1ª Posição: NÃO é possível desapropriar bens públicos, sob pena de violar a autonomia
 dos entes federados. Fábio Comparato;
É possível desapropriação e cima para baixo. Posição majoritária. Di Pietro, JSCF,
 Gasparini e STF;
É possível desapropriar de cima para baixo e de baixo para cima, tendo em vista a
igualdade dos entes federados. Marçal Justen e Rafael Oliveira.
Súmula 479 STF: As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de
expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

4.2. Pressupostos da desapropriação


Utilidade Pública – Situação em que o ente público deverá usar o bem diretamente, seja para
obra pública ou para a prestação de um determinado serviço.
Necessidade Pública – Mesmas hipóteses de utilidade, acrescida da urgência na solução do
problema.
Interesse social – necessidade de se garantir a função social da propriedade, com o escopo de
reduzir desigualdades sociais e conferir destinação social ao bem expropriado, mesmo que não
seja utilizado diretamente pelo ente estatal.

HIPÓTESES DE DESAPROPRIAÇÕES ESPECIAIS (NÃO SÃO PAGAS EM DINHEIRO):


Desapropriação urbana;
Desapropriação rural;
Desapropriação confisco.

4.2.1. Desapropriação Comum


Depende de caso de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social.
Deve ser precedida de pagamento de valor indenizatório prévio, justo e em dinheiro.
INDENIZAÇÃO JUSTA
Abarca valor de mercado do bem – Só serão indenizadas as melhorias feitas até
a data da declaração de utilidade pública ou interesse social, salvo as
 benfeitorias úteis e necessárias, pagas ainda que executadas após esta data;
Danos Emergentes;
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 Lucros cessantes;
Correção Monetária;
+
Honorários advocatícios, juros moratórios e compensatórios, se na via judicial.

A indenização deverá ser feita previamente à imissão do poder público no bem expropriado, e
deve ser realizada em dinheiro.
STJ: Em caso de divergência entre área registrada e área real do imóvel, a indenização será
calculada somente sobre o espaço constante no registro.
Caso o imóvel objeto da desapropriação possua área dotada de cobertura vegetal, esta
deverá ser indenizada com base em valor específico, diverso do atribuído à terra nua, desde
que o proprietário demonstre que explora economicamente os recursos vegetais sob pena de,
em não o fazendo, a indenização ser a mesma.
Se o proprietário possuir débito com a Fazenda Pública, a indenização poderá ser reduzida para
o pagamento das dívidas.
Se particular sofrer dano extraordinário em decorrência da desapropriação, poderão ser cumuladas
no mesmo processo a indenização decorrente da intervenção + decorrente da responsabilidade civil.

4.2.2. Desapropriação Especial Urbana (art. 182 CF)


Havendo Plano Diretor (apenas os proprietários que possuam plano diretor podem se valer
dessa modalidade), os proprietários de imóveis urbanos devem seguir as disposições impostas,
sob pena de descumprir a função social da propriedade, caso em que podem ser adotadas as
seguintes medidas:

Parcelamento e edificação compulsórios: A notificação deverá ser averbada no Cartório de


Registro de Imóveis e realizada por funcionário do órgão competente do Poder Público Municipal,
ao proprietário do imóvel, ao proprietário do imóvel ou a quem tenha poderes de gerência geral
ou administração ou, por edital, quando for frustrada, por 03 vezes, a tentativa de notificação
pessoal. - Notificado, o proprietário deverá efetivar o parcelamento, a edificação ou utilização
compulsória do terreno. Notificado, o proprietário terá 01 (um) ano para apresentar o projeto,
protocolando-o no órgão competente e, contados da apresentação do projeto, 02 (dois) anos
para começar as obras do empreendimento com vistas a conferir a função social à propriedade.
Esses prazos NÃO se interrompem em caso de transmissão do imóvel por ato inter vivos ou causa
mortis, e o novo proprietário se sub-roga em todas as obrigações definidas no ato administrativo.

IPTU progressivo – Se a medida anterior for insuficiente, será aplicado o IPTU progressivo no
tempo, através da majoração da alíquota, pelo prazo de 05 (cinco) anos consecutivos.
- A alíquota será progressiva por 05 anos consecutivos e está limitada a 15%, não podendo, em
nenhuma hipótese, ultrapassar esse percentual. De um ano para outro, pode se acrescentar na
alíquota no máximo 100% do valor anterior, ou seja, é possível a duplicação anual da alíquota,
não mais do que isso.
- A CF proíbe que o Poder Público continue majorando o valor do tributo por mais de 05 anos,
mas não veda que se mantenha na alíquota máxima, mesmo após escoado esse prazo.

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Desapropriação especial urbana – Escoado o prazo de cinco anos sem que o particular tenha
tomado qualquer providência no sentido de conferir função social ao bem, o ente municipal
poderá decretar a desapropriação, com indenização mediante a entrega de títulos da dívida
pública, de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10
(dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e
juros legais de 6% ao ano.
- A indenização justa refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante
incorporado em função de obras realizadas ao Poder Público na área onde o mesmo se localiza,
e NÃO computará a expectativa de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.
- Após a incorporação do bem ao patrimônio público, o Município deverá proceder ao adequado
aproveitamento do imóvel no prazo máximo de 05 (cinco) anos, diretamente, pela alienação ou
concessão de terceiros, com observância à licitação.

4.2.3. Desapropriação Especial Rural (Art. 186 CF)


Caso o imóvel NÃO cumpra a função social do imóvel rural, compete à União desapropriar por
interesse social para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis em até 20 anos, a partir do
segundo ano de sua emissão.
As benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro.
São insuscetíveis de desapropriação para reforma agrária:
Sobre terrenos produtivos, ainda que descumpram a função social por qualquer outro
 motivo;
A pequena e média propriedade rural, desde que o proprietário NÃO possua outra.

4.2.4. Desapropriação Confisco


NÃO indenizável, sendo, por isso, chamada pela doutrina de EXPROPRIAÇÃO.
Serão expropriados os bens móveis utilizados para o tráfico de drogas e os bens imóveis
utilizados para a plantação de psicotrópicos ilícitos.
Se forem desapropriados bens móveis, o Poder público deverá utilizá-los no combate ao tráfico
de drogas ou recuperação de viciados; para imóveis, serão destinados ao assentamento de
colonos que farão a plantação de gêneros alimentícios e medicamentosos, sendo VEDADA a
incorporação desses bens ao patrimônio público.

STF: Será desapropriado todo o terreno, ainda que a plantação se restrinja a uma parcela
da propriedade.
Procedimento:
A ação deverá ser proposta pela União. Recebida a inicial, o Juiz determinará a citação dos
expropriados, no prazo de 05 (cinco) dias, nomeando perito, com prazo de 08 dias para
entregar o laudo em cartório;
O prazo para contestação e indicação de assistente técnico será de 10 (dez) dias, a contar
a juntada do mandado de citação nos autos, devendo o juiz determinar audiência de
instrução e julgamento para data não superior a 15 dias, a contar da data da contestação,
podendo o juiz determinar a imissão da União na posse do imóvel, garantindo-se o
contraditório posteriormente, durante a fase de justificação.
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Na audiência de instrução, cada parte poderá indicar até 05 (cinco) testemunhas, sendo
VEDADO o adiamento da audiência, salvo força maior.
Encerrada a instrução, o juiz prolatará a sentença no prazo de 05 dias, passível de
apelação em 15 dias.
Ao final, o imóvel será incorporado ao patrimônio da União.

4.3. Procedimento de Desapropriação


4.3.1. Competência para desapropriar
Competência para legislar – Exclusiva da União;
Competência declaratória – Concorrente entre todos os entes federativos. Somente os entes
políticos e não as entidades da Administração indireta possuem competência para a declaração
de utilidade pública ou interesse social, salvo algumas exceções.

EXCEÇÕES:
1. Nas Desapropriações Comuns – Formalizada por portaria
DNIT: Promover declaração de utilidade pública visando à implantação do Sistema
Nacional de Viação;
ANEEL: Declaração de utilidade pública de bens privados para a instalação de
empresas concessionárias e permissionárias de energia elétrica.

2. Nas desapropriações Especiais


Desapropriação especial urbana: Municípios;
Desapropriação especial rural: Exclusivamente da União Federal;
Desapropriação Confisco: União
+
Poder Legislativo: O procedimento de desapropriação pode ser iniciado pelo Poder
Legislativo, competindo ao executivo praticar os atos necessários à sua efetivação
(art. 8º, DL 3365/41). Para alguns doutrinadores, a formalização deve ocorrer por
lei de efeitos concretos, enquanto para outros é por decreto legislativo.

Competência para executar: ente que declarou a utilidade pública ou o interesse social.
Admite-se também a delegação da competência executória para entes da Administração
Indireta, concessionárias de serviços públicos e, até mesmo, consórcios públicos. Estas
entidades não têm competência para decretar o interesse no bem, mas poderão promover a
desapropriação, mediante pagamento de valor indenizatório e imissão na propriedade.

4.3.2. Fases do Procedimento


A) Fase Declaratória
Pela declaração de utilidade pública, o Poder Público manifesta o seu interesse na futura
desapropriação, podendo ser feita por DECRETO ou EDIÇÃO DE LEI DE EFEITOS CONCRETOS.
Quando o Estado declara a utilidade ou interesse público, o bem continua sendo de propriedade
do particular, sujeito a algumas restrições definidas na lei. No entanto, o bem estará sujeito à
FORÇA EXPROPRIATÓRIA DO ESTADO.

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Caso o ato declaratório sofra algum vício de ilegalidade, ficará sujeito a controle judicial, além
da possibilidade do exercício da autotutela, sendo vedado ao Judiciário decidir se se verificam ou
não os casos de utilidade pública, já que o ato é discricionário.
São indispensáveis à legalidade os seguintes elementos:
I. Identificação do bem objeto da desapropriação de forma detalhada, informando as
benfeitorias presentes no momento da declaração;
Recursos orçamentários para o pagamento da indenização;
Motivo que ensejou o ato;
IV. Finalidade do ato de desapropriação;
Identificação do sujeito passivo
Efeitos da Declaração: Embora não transfira imediatamente o bem, o Poder Público pode ingressar
no bem para fazer avaliações, medições, podendo se valer da força policial. A declaração
expropriatória também fixa o estado do bem, de modo que qualquer melhoria, salvo benfeitorias
úteis (se autorizadas pelo Estado) ou necessárias, NÃO será indenizada => VIDE SÚMULA 23 STF
No entanto, o ato declaratório obedece a prazo de caducidade para o início dos atos de execução:
Desapropriação por necessidade ou utilidade pública: 05 anos;
 Desapropriação por interesse social (incluídas as desapropriações urbana e rural): 02 anos
Decorrido o prazo supra, a declaração NÃO poderá ser executada, ante inércia administrativa.
Porém, o Estado poderá realizar nova declaração decorrido o prazo de 01 (um) ano.

B) Fase Executória
O Estado deverá adotar as providências necessárias à efetivação da desapropriação, com a
transferência do bem após o pagamento do valor justo.
A execução pode ser na via administrativa, com pagamento de dinheiro antes da tomada da
propriedade, sem precatórios judiciais, ou se dar na via judicial, por Ação de desapropriação,
quando não houver acordo em relação ao valor da indenização OU se o ente expropriante não
souber quem ostenta e qualidade de proprietário do bem.
A competência executória é mais ampla do que a declaratória. No entanto, o Poder Legislativo,
embora possua competência declaratória, NÃO possui competência executória.
Delegatários de serviços públicos podem promover a desapropriação, mas essa competência
executória está condicionada à autorização expressa da lei ou contrato.

4.3.3. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO


Segue rito especial, devendo a inicial obedecer os requisitos do art. 282 CPC, contendo ainda a
oferta do preço, exemplar do contrato ou do jornal oficial que houver publicado o decreto de
desapropriação, ou cópia, e a planta ou descrição dos bens e suas confrontações.
Ao despachar a inicial, o juiz indicará perito de sua livre escolha para proceder à avaliação dos bens.
Citado, o réu terá 15 dias para apresentar defesa, a qual somente poderá versar sobre o valor
indenizatório OU vícios processuais, NÃO SE ADMITINDO NENHUMA OUTRA MATÉRIA DE DEFESA
NO BOJO DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. NÃO se admite a discussão quanto à existência dos
pressupostos da desapropriação, devendo a questão ser debatida em processo autônomo.
Se houver vício de legalidade, o Judiciário poderá analisar em ação direta (autônoma).

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Se o particular concordar com o valor ofertado pelo ente público no bojo da ação, o juiz deverá
homologar o acordo por sentença. Caso contrário, o perito deve apresentar laudo em cartório,
até 05 dias da data marcada para audiência de instrução e julgamento.
Da sentença que fixar o preço da indenização, caberá apelação, no prazo de 15 dias:
 Se interposta pelo expropriado: efeito meramente devolutivo;
 Se interposta pelo expropriante: ambos os efeitos.
É possível que o Estado seja imitido provisoriamente na posse do imóvel ANTES de finalizada a
ação de desapropriação, desde que cumpridos os seguintes requisitos:
Declaração de urgência pelo expropriante;
 Depósito do valor incontroverso em juízo.
Declarada a urgência, o Estado terá 120 dias para requerer ao juízo a emissão provisória da posse,
fazendo o depósito do valor incontroverso em juízo, sob pena de decair a declaração de urgência. Se
perdido o prazo, essa declaração de urgência NÃO pode ser renovada, por sua própria natureza.

CONSTITUCIONALIDADE DA IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE:


1ª Corrente: A imissão provisória na posse seria incompatível com o art. 5º, XXIV,
CRFB, que exige a justa e prévia indenização em dinheiro. No caso, o proprietário seria
afastado do seu bem sem o recebimento do valor integral e definitivo da indenização.
2ª Corrente: NÃO há inconstitucionalidade, pois a indenização prévia e justa em
dinheiro só é exigida para retirada definitiva da propriedade, e não para a perda
temporária da posse do bem. Ademais, a imissão tem por objetivo antecipar a
satisfação do interesse público. STF, STJ, Di Pietro, Carvalho Filho, Gasparini.

Realizada a imissão provisória, o réu poderá levantar por alvará judicial até 80% do depósito,
ainda que discorde do valor ofertado. O restante garante o juízo e só poderá ser levantado com
a sentença.
Caso o expropriado levante a integralidade do depósito, presume-se que o valor depositado foi
aceito e o juiz homologará o acordo, por sentença, não havendo a possibilidade de se questionar
o pagamento.
Com a imissão provisória da propriedade, exclui-se a obrigação de pagamento de tributos
referentes ao bem pelo proprietário, inclusive o IPTU. – Embora o particular permaneça
proprietário do bem, na prática o particular não possui a posse direta do bem, razão pela qual o
STJ já decidiu que o proprietário somente é responsável pelos impostos, inclusive IPTU, até a
efetivação da imissão na posse provisória.
STF: Caso o Poder Público desista da desapropriação, em tendo havido imissão provisória na
posse, deverá haver reparação de quaisquer danos causados no imóvel.
O Juiz, em sentença motivada, estabelecerá indenização justa, e se o valor determinado for maior do
que o valor depositado, a diferença deverá ser paga pelo ente estatal, respeitando a ordem
cronológica de precatórios. Nesse caso, incidem sobre a indenização algumas parcelas acessórias:

PARCELAS ACESSÓRIAS NA DESAPROPRIAÇÃO:


Correção Monetária: É a atualização da moeda, incidente sobre o valor não
levantado pelo particular, desde o momento da avaliação do perito judicial. Deve ser

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guiada por índices oficiais que retratem a inflação do período, NÃO sendo
suficiente o índice da correção da caderneta de poupança, como decidiu o STF.
Juros Compensatórios: Compensa a perda da posse antes de receber a
indenização justa, devendo incidir sobre 20% + diferença no valor da indenização,
no patamar de 12% ao ano => VIDE SÚMULA 618 STF.
- Deve ser pago mesmo quando a desapropriação recair sobre propriedades
improdutivas.
Juros Moratórios: Devidos em razão da demora no efetivo pagamento pelo Estado.
Incidem a partir de 1º de Janeiro do ano seguinte a que o precatório deveria ter
sido pago, no percentual de 6% ao ano => VIDE SÚMULA VINCULANTE 17 STF.
Honorários Advocatícios: Incidem sobre o valor fixado na sentença excluído o
depositado pelo ente estatal (é a diferença entre a oferta e a indenização), no
percentual entre 0,5% e 5% do valor da sucumbência

STJ: Em entendimento recente, contrariando a súmula 12 STJ, NÃO admite a cumulação dos
juros moratórios e compensatórios, ainda que ambos estejam incidindo no bojo da mesma ação
de desapropriação, haja vista a incidência em fases distintas do feito.

4.3.4. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO RURAL


Cabível para os casos em que o imóvel NÃO está cumprindo a sua função social, sendo de
competência exclusiva da União, tramitando na JF.
A ação deve ser proposta em 02 anos, sob pena de caducidade.
Caso intentada a desapropriação parcial, o proprietário poderá requerer na contestação a
desapropriação de todo imóvel, sendo hipótese do DIREITO DE EXTENSÃO DA DESAPROPRIAÇÃO.
Petição inicial contém os requisitos do art. 282 CPC, devendo ser instruído com:
Oferta do preço;
 Decreto declaratório de interesse social para reforma agrária, publicado no DOU;
 Certidões atualizadas de domínio e de ônus real do imóvel;
Documento cadastral do imóvel;
Comprovante de lançamento dos TDA, correspondente ao valor ofertado para pagamento
 das benfeitorias úteis e necessárias;
Laudo de vistoria e avaliação, com descrição do imóvel e memorial descritivo da área
 objeto da ação, além das benfeitorias.
O juiz deverá despachar a inicial em 48 hrs, podendo emitir o expropriante provisoriamente na
posse, sendo o expropriado citado para contestar no prazo de 15 dias, não podendo tratar de
matéria de interesse social declarado, não havendo restrição a outras matérias de defesa
apresentadas pelo réu
A sentença que condenar o expropriante em quantia superior a 50% sobre o valor oferecido na
inicial ficará sujeita ao DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO.
O valor da indenização será em dinheiro para benfeitorias úteis e necessárias, e em títulos da
dívida agrária para a terra nua.
Os honorários advocatícios serão no percentual máximo de 20% entre o preço oferecido e o
valor da indenização, devendo ser fixado pelo juiz conforme a complexidade do caso.

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4.4. Desapropriações diferenciadas


4.4.1. Desapropriação Privada
Previsto no art. 1228, §4º do CC, ao admitir a desapropriação de bens privados, quando se tratar
de imóvel de extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de 05 anos, de
considerável número de pessoas, desde que elas tenham realizado, isoladamente ou em
conjunto, obras e serviços de relevante interesse social e econômico.
NÃO é matéria de Direito Administrativo.

4.4.2. Desapropriação Indireta


Ocorre nos casos em que o Estado invade bem privado sem respeitar procedimentos
administrativos e judiciais inerentes à desapropriação, sendo conhecida como APOSSAMENTO
ADMINISTRATIVO. É a desapropriação que não observa o devido processo legal.
Diante da ocupação indevida do bem pelo Estado, o proprietário não pode mais reverter a
situação, buscando o bem para si, restando pleitear o pagamento da justa indenização através de
Ação de Desapropriação indireta, em que o proprietário requer ao juízo que reconheça a
desapropriação e defina um valor indenizatório justo.
O particular NÃO poderá pleitear reaver o bem invadido, devendo se limitar a pleitear o
pagamento de indenização. Qualquer ação julgada procedente será resolvida em perdas e danos.
É comum em casos nos quais o Estado disfarça a retirada do bem, sob a alegação de incidir
intervenções restritivas na propriedade.
Requisitos para a desapropriação indireta:
Apossamento Irregular do bem pelo poder público;
Destinação pública deste bem (afetação ao interesse público);
Impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos interesses da
coletividade.
Se o proprietário presenciar esbulho estatal, pode se valer dos institutos processuais cabíveis,
como esbulho possessório e até reintegração de posse. Só NÃO poderá pleitear o retorno do bem
ao seu patrimônio se já houver sido utilizado para a execução de atividade pública.
Competência: local da situação do imóvel
A indenização será paga por precatório, e os juros deverão incidir a partir do esbulho
perpetrado pelo Estado, incidindo sobre todo o valor do bem, haja vista o não pagamento de
qualquer indenização prévia. Da mesma forma, serão devidos juros moratórios de 6% ao ano, a
partir de janeiro do ano seguinte à data de pagamento do precatório expedido.
NÃO cabe direito de extensão na desapropriação indireta, justamente porque o direito de extensão
só pode ser solicitado no curso da ação, antes do trânsito em julgado da sentença judicial.
Prazo de prescrição: Havia controvérsia, pois:
O art. 10 do Dec-Lei 3.365/41 previa ser o prazo de 05 anos o direito de propor ação de
indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público;
STJ: Editou em 1998 a súmula 119, fixando o prazo de 20 anos para a prescrição destas ações,
sendo essa sumula editada à luz do CC/1916, quando o prazo de usucapião era de 20 anos.
Então, como o CC/2002 prevê prazo de 15 anos, passou a se entender esse o prazo;
STJ: passou a entender que a usucapião extraordinária NÃO deve ser o parâmetro utilizado,
devendo se aplicar a usucapião ordinária, com o prazo prescricional de 10 anos => É O QUE
PREVALECE ATUALMENTE.
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4.5. Situações específicas na desapropriação


4.5.1. Direito de Extensão
Ocorre nos casos em que o Estado desapropria um bem deixando uma área remanescente
inaproveitável, isoladamente, surge ao proprietário o direito de extensão. Nessas situações, o
poder público deverá desapropriar o bem por inteiro e indenizar tudo => O particular só poderá
requerer ao poder público que efetive a desapropriação sobre todo o bem, incluindo a área que
não lhe será útil isoladamente.
Se imóvel rural: a jurisprudência entende ser inaproveitável qualquer terreno menor do que um
módulo fiscal, sem que nestes casos seja necessário demonstrar que, efetivamente, não é
possível fazer a utilização do imóvel.
Esse requerimento deverá ser feito pelo particular, na via administrativa, ou por ação ordinária
(se não for possível o acordo).
Excepcionalmente, a doutrina admite o requerimento do direito de extensão em sede de
defesa, no bojo da ação de desapropriação, como pedido contraposto à contestação.
STJ: O direito de extensão pode ser invocado pelo réu em sua contestação, pois envolve, em última
análise, discussão de preço (justa indenização), na forma autorizada pelo art. 20, do DL 3365/41.

4.5.2. Tredestinação e retrocessão


TREDESTINAÇÃO: Ocorre nos casos em que o Poder Público decide conferir outra finalidade ao
bem após a desapropriação (alteração de finalidade do objeto expropriado).
Se houver mudança da destinação específica, mantendo-se a finalidade genérica – busca do
interesse público – a tredestinação será lícita.
Se o Estado deixa de utilizar o bem no interesse social, não dando finalidade específica para o
qual havia sido desapropriado, ocorre a tredestinação ilícita (ADESTINAÇÃO). Nesses casos, surge
ao particular o direito à retrocessão. Conforme decidiu o STJ, apenas a tredestinação ilícita
acarreta o direito à retrocessão.
Natureza jurídica do direito à retrocessão: Bastante controversa, pois para parte da
doutrina é direito real, já que o proprietário tem direito a reaver o bem. STJ, Celso
Antônio, Rafael Oliveira; para outra parte da doutrina, a situação se resolveria em perdas
e danos, sendo direito pessoal. JSCF, Gasparini. Há uma terceira corrente que entende ser
direito misto, pois o expropriado poderia optar pela devolução do bem (natureza real) ou
pleitear perdas e danos (natureza pessoal). Di Pietro entende se tratar de direito pessoal
ou real, dependendo da preferência do particular expropriado, que poderia optar por
 reaver o bem ou requerer perdas e danos.
O CC/02 inseriu o direito à retrocessão nos direitos pessoais (art. 519). Porém a
jurisprudência entende ser Direito real, ante a prerrogativa de sequela do direito de
 propriedade, presente nos direitos reais.
A retomada do bem só será possível se o ente estatal desapropriar o bem e não conferir a ele
qualquer finalidade pública. Se o bem for afetado a uma utilização de caráter social, qualquer
ação se resolverá em perdas e danos.
Existem hipóteses legais de vedação da tredestinação e retrocessão. Nesse sentido, ao imóvel
desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não

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se dará outra utilização, nem haverá retrocessão. Para Rafael Oliveira, não parece possível a
retrocessão na desapropriação amigável, pois se trata de verdadeiro contrato de compra e venda.
TREDESTINAÇÃO E OMISSÃO: Em algumas hipóteses, o Poder Público desapropria o bem, mas
não atende ao interesse público, nem favorece interesses privados, permanecendo inerte. A
omissão ou demora do Estado é capaz de configurar a tredestinação?
1ª Corrente (majoritária): A mera omissão NÃO configura tredestinação e NÃO gera
direito à retrocessão, em razão da ausência de prazo legal para destinação pública do bem
 desapropriado. JSCF, CABM, Di Pietro.
2ª Corrente: Embora não haja prazo estipulado em lei, seria possível aplicação analógica
do prazo de caducidade do decreto expropriatório, e sendo o prazo de 05 anos, caso a
omissão permaneça, ao final desse prazo estaria configurada a tredestinação, nascendo o
direito à retrocessão. Seabra Fagundes.

4.5.3. Desistência da desapropriação: Requisitos:


O Poder Público pode desistir da ação de desapropriação. A desistência, segundo o STF, ainda
que manifestada após a contestação, NÃO depende de concordância do réu. No entanto, existem
limites ao pedido de desistência, existindo alguns requisitos:
Somente é possível até o pagamento, ainda que parcial, da indenização fixada na
sentença. Não é possível após o trânsito em julgado, sob pena de transformar o pedido de
 desistência em sucedâneo de ação rescisória.
Devolução do bem nas mesmas condições em que foi retirado do particular. Essa
exigência só faz sentido nas desapropriações em que foi efetivada a imissão provisória na
 posse.
Consequências da desistência da ação de desapropriação:
O Poder Público deve indenizar o proprietário por ação indenizatória autônoma;
A sentença de extinção do processos de desapropriação deve condenar o Poder Público ao
pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios.

4.6. Desapropriação por zona


Se efetiva em razão da realização de obra pública, em que o Estado tenha a necessidade de
desapropriar, além do espaço necessário à construção da obra, a zona vizinha a essa construção.
Situações em que pode ocorrer:
I. Em virtude de necessidade pública de posterior extensão de obra, devidamente
justificada, para dar celeridade à parte acrescida;
Se o Estado entender que haverá supervalorização dos terrenos vizinhos, quando a
desapropriação será feita para que o poder público possa, posteriormente à execução
da obra, vender os bens expropriados pelo valor já valorizado => Parte da doutrina é
contra essa hipótese, por entender se tratar de especulação imobiliária e já existir a
contribuição de melhoria para esse caso. Porém o STF entende ser viável tal situação.

4.7. Desapropriação do domínio útil


A enfiteuse é a transferência do domínio útil de bem imóvel, repassando ao enfiteuta o direito
de usar, fruir, dispor e reaver o bem de que injustamente o detenha.

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O domínio útil de imóvel objeto de aforamento pode ser objeto de disputa entre particulares,
admitindo-se a desapropriação envolvendo domínio útil, caso em que o valor da indenização será
dividido entre o titular do domínio real e o proprietário do bem.
Deverá ser pago pelo expropriante ao titular do domínio real o art. 103, §2º do Dec-Lei 9.760/46:
“Na consolidação pela União do domínio pleno de terreno que haja concedido em aforamento,
deduzir-se-á do valor do mesmo domínio a importância equivalente a 17%, correspondente ao valor
do domínio direto. Logo, o titular do domínio útil fará jus a 83% do valor indenizatório.

5. INTERVENÇÕES RESTRITIVAS NA PROPRIEDADE PRIVADA

5.1. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA


Restrição de caráter geral, atingindo TODOS os proprietários que estiverem na situação descrita
na norma.
Afeta o CARÁTER ABSOLUTO DA PROPRIEDADE. Restringe a forma de utilização do bem pelo
particular sem, contudo, dividir com terceiros.
Decorrem do exercício do Poder de Polícia, e limita a forma de utilização do bem. Ante ao
caráter de generalidade, geralmente a limitação administrativa produz efeitos ex nunc, NÃO
retroagindo para atingir pessoas e propriedades que respeitavam a situação anterior.
DIREITO DE PREEMPÇÃO: É uma limitação administrativa que confere, através de lei municipal,
a preferência ao Município para a aquisição de imóvel urbano, objeto de alienação onerosa entre
particulares. A lei poderá determinar a incidência do direito por, no máximo, 05 anos. Após esse
prazo, deve se respeitar o prazo de 01 ano de carência.
Preempção Administrativa x Direito de preferência do Código Civil
A preempção civil é feita por acordo entre particulares, baseada na autonomia
da vontade.
A preempção administrativa é determinada unilateralmente pelo Poder Público,
mediante edição de lei.

Pelo caráter normativo e geral, as limitações administrativas, em princípio, NÃO geram danos
específicos, NÃO ensejando o dever de indenizar pelo Poder Público. Porém, se uma pessoa
sofrer prejuízo diferenciado em relação aos demais atingidos, o STJ entende possível a
indenização, sendo o prazo prescricional para pleitear de 05 anos.
Se a pretexto de instituir limitação o ente estatal torne impossível a utilização do bem, há uma
hipótese de desapropriação indireta.

5.2. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA


É direito real de natureza pública, devendo ser registrada em cartório de Registro de Imóveis, para
ter efeito erga omnes, e a restrição acompanhará o imóvel, mesmo em casos de alienação a terceiros.
Afeta o CARÁTER EXCLUSIVO da propriedade, pois o particular usa o bem concomitantemente
com o Estado.
É restrição imposta pelo ente estatal a bens privados, determinando que seu proprietário
suporte a utilização do imóvel pelo Estado, o qual deverá usar a propriedade para garantir o
interesse público, com a prestação de serviço ou execução de atividade de interesse público.

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Em determinados casos, a servidão administrativa não depende necessariamente da existência


de prédio dominante, pois a restrição imposta ao prédio serviente pode ser justificada
exclusivamente pela necessidade de prestação de serviços de utilidade pública. O essencial é que
a servidão seja justificada pela necessidade de atendimento do interesse público.
Ex: Instalação de postes de energia elétrica em propriedade privada, aposição de placa, etc.
Decorre no Poder de Polícia do Estado.
Caso a medida enseje prejuízos ao proprietário, será devida indenização prévia.
Formas de instituição:
Acordo: Após declaração de utilidade pública, as partes concordam com a instituição da
servidão, e o acordo deve ser registrado no RGI. O STF reconhece proteção possessória às
servidões de trânsito aparentes, mesmo inexistindo o respectivo título e registro;
Sentença Judicial: Quando NÃO houver acordo entre as partes, o Poder Público deverá propor
 ação judicial para constituir a servidão, em procedimento análogo à desapropriação;
Usucapião;
Lei: Há divergência doutrinária
Primeira Corrente: A servidão só pode ser instituída por acordo ou sentença judicial,
precedida de decreto de utilidade pública, não sendo possível a instituição por lei.
JSCF, Marçal Justen;
Segunda Corrente: É possível por lei, a exemplo da servidão sobre as margens dos
rios navegáveis, servidão ao redor dos aeroportos. Di Pietro, Hely Lopes.
Parte da doutrina admite a servidão decorrente de lei diretamente, não havendo a necessidade
de edição de ato administrativo constitutivo. Porém, nesse caso a servidão tem as características
de uma limitação administrativa, não se configurando de fato uma servidão, como defende JSCF
(mas Di Pietro entende possível essa forma de servidão). Nesses casos, NÃO há pagamento de
indenização como regra, salvo em casos excepcionais.
A servidão pode ainda ser instituída mediante acordo com o particular, devendo ser precedida
de ato declaratório e com o pagamento de indenização. Se o particular concordar com o valor
indenizatório ofertado, a servidão será extrajudicial, por acordo (procedimento similar ao da
desapropriação). Se não concordar, deverá ser instituída por sentença judicial.
Para servidões administrativas aparentes, mesmo que o registro não seja efetivado, deverá ser
garantida a proteção em decorrência das obras realizadas => VIDE SÚMULA 415 DO STF.
A servidão possui caráter perpétuo, mas poderá ser extinta nas seguintes hipóteses (deve
constar nos registros do imóvel, salvo se servidão legal):
Perda da coisa gravada com ônus real;
Se a coisa dominante perder a sua afetação pública;
Caso haja aquisição do bem imóvel pelo poder público que havia instituído a servidão;
Nas situações em que não haja mais o interesse público na manutenção da servidão sobre
o bem.

SERVIDÃO CIVIL X SERVIDÃO ADMINISTRATIVA


Servidão Civil: Regida pelo Direito Privado, para proteger interesses particulares,
sendo imposta a um prédio privado em benefício de outro.

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Servidão Administrativa: Regida pelo Direito Administrativo, e um prédio privado


se torna serviente à execução de atividades de interesse público, se admitindo
excepcionalmente a relação de dominação de um prédio a outro.

Em ambos os casos se trata de direito perpétuo, NÃO havendo prescrição pelo


decurso do tempo.

5.3. REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA


É intervenção restritiva na propriedade privada que visa solucionar iminente perigo, com a utilização
de bens privados pelo ente estatal enquanto durar a situação de risco, a exemplo de enchente que
desabrigou muitas famílias, obrigando o Poder Público a requisitar galpão abandonado.
Por ser situação de perigo ou guerra declarada, a competência é exclusiva da União, conforme
art. 22, III da CF.
Características:
Demonstração de situação de perigo iminente;
Pode ser determinada pelo Poder Público independente de concordância do particular ou
 decisão judicial;
Deve ser paga indenização, posterior à execução do ato e desde que comprovados os
 danos ao bem objeto da restrição;
Pode incidir sobre bens móveis e imóveis, havendo a possibilidade, inclusive, de requisição
 de serviços.
 Pode incidir sobre bens consumíveis fungíveis (se infungíveis, seria o caso de desapropriação).
É possível a instituição de requisição sobre bens e serviços públicos? O STF, ao analisar a
requisição federal de hospitais públicos municipais, entendeu que a requisição administrativa tem
por objeto, em regra, bens e serviços privados, e a requisição de bens e serviços públicos possui
caráter excepcional e somente pode ser efetivada após a observância do procedimento
constitucional para declaração formal do Estado de Defesa e do Estado de Sítio. NÃO é possível a
requisição de bens públicos em situação de normalidade institucional.

5.4. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA


Intervenção branda pela qual o ente público utiliza um bem privado por prazo determinado,
para satisfazer necessidades de interesse público, de forma gratuita ou remunerada.
Ex: uso de terrenos vizinhos às obras públicas para a alocação de máquinas e assentamento dos
funcionários da obra (deve haver um ato declaratório), ocupação temporária de bens para
pesquisa e escavação.
NÃO deve ser o instituto utilizado em casos nos quais a utilização do bem se dê em razão de
situação de iminente perigo => deve ser utilizada a requisição.
Em princípio, NÃO será devido o pagamento de indenização, SALVO se a utilização do bem pelo
Poder Público causar danos ao proprietário.
Para alguns doutrinadores, ocupação temporária é gênero, em que se divide a requisição e a
ocupação temporária.
Em geral, a ocupação temporária tem por objeto o bem imóvel do particular, necessário para a
execução de obra pública ou prestação de serviços públicos. Discute-se a possibilidade de
ocupação de bens móveis e de serviços:
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Primeira Posição: Somente bem IMÓVEL pode ser ocupado temporariamente, pois o DL
3365/41 utilizou a expressão “terrenos não edificados”. JSCF, Gasparini;
 Segunda Posição: Pode ter por objeto bens imóveis, móveis e serviços. Marçal Justen Filho.
Instituição: A legislação NÃO estabeleceu regras específicas sobre a instituição da ocupação
temporária, razão pela qual parte da doutrina afirma o seu caráter autoexecutável. Outros autores
entendem que as formalidades da ocupação temporária dependem da modalidade de ocupação:
Ocupação temporária vinculada à desapropriação: É imprescindível ato formal de
 instituição (decreto);
Ocupação temporária desvinculada da desapropriação: A ocupação é autoexecutória e
dispensa ato formal.

5.5. TOMBAMENTO
É intervenção na propriedade a fim de proteger o meio ambiente, quanto aos aspectos do
patrimônio histórico, artístico e cultural.
Inspirado na tradição portuguesa, o ordenamento pátrio utilizou a expressão tombar, que
significa registrar, inventariar ou inscrever bens nos arquivos do Reino (“Livro do Tombo),
guardados na Torre do Tombo, em Portugal.
É instituído por processo administrativo com a oitiva do proprietário.
Atinge o CARATER ABSOLUTO da propriedade.
Competência: Concorrente entre os entes federativos, podendo um bem sofrer mais de um
tombamento simultâneo.
Bem de interesse local: tombado pelo Município;
Bem de interesse regional: Estado;
Bem de interesse nacional: União

O tombamento pode ser:


Voluntário: Sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos
 necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional;
 Compulsório: Ocorrerá quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa.
Geral: Expedida norma abstrata, atingindo quantidade indeterminada de bens que ficarão
 sujeitos às restrições impostas pelo ente público.
 Individual: atinge determinado bem.
Definitivo: transcrição do tombamento no registro de imóveis;
Provisório: medida cautelar administrativa determinada no bojo do processo
 administrativo de tombamento;
 Total: recai sobre a totalidade do bem;
Parcial

Bens objeto de tombamento: Pode recair sobre bens móveis ou imóveis, desde que sejam
bens cujas características remontem a aspectos de natureza histórica, artística e cultural.
- DI PIETRO defende que o tombamento pode recair sobre bens incorpóreos, mas Matheus
Carvalho entende que não se pode aplicar tombamento sobre bens imateriais, existindo a
previsão de registro nos órgãos de proteção ao patrimônio.

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Há controvérsia em relação ao tombamento de bens públicos “de baixo para cima” (tombamento de
bens federais por Estados e tombamento de bens federais e estaduais por Municípios):
 1ª Posição: Impossibilidade de tombamento de bens dos entes maiores pelos menores. JSCF;
2ª Posição: Municípios podem tombar bens públicos estaduais e federais, assim como os
 Estados podem tombar bens públicos federais. STJ.
Tombamento de bens públicos: parte da doutrina NÃO admite o tombamento de bens públicos
e outra parte entende que deverá respeitar a hierarquia federativa. Doutrina majoritária entende
que NÃO precisa respeitar essa hierarquia, já que o tombamento NÃO implica transferência da
propriedade.

CLASSIFICAÇÕES – TOMBAMENTO:
Tombamento de ofício: É o tombamento de bens públicos que se
instrumentaliza de ofício pelo Ente federado que deve enviar notificação à
entidade proprietária do bem;
Tombamento Voluntário: Realizado mediante consenso, explícito ou implícito,
do proprietário;
Tombamento compulsório: Realizado contra a vontade do proprietário. Após
notificado, o proprietário apresenta impugnação, dentro de 15 dias, no processo de
tombamento. Nesse caso, órgão ou entidade técnica apresenta nova manifestação,
devendo o IPHAN decidir. A decisão depende de homologação do Ministro da Cultura.

Obrigações decorrentes do
tombamento: b.1) Obrigação de fazer
Direito de preferência: deve ser dado a todos os entes que tombaram o imóvel, sendo
 primeiro da U, E, M.
 o O proprietário deverá notificar os titulares do direito de preferência para exercê-lo em
30 dias, sob pena de perde-lo, sendo nula a alienação com violação a este direito;
o O direito de preferência NÃO impede o proprietário de gravar a coisa (penhor,
 hipoteca, anticrese).
Dever de conservação: O proprietário se responsabiliza por conservar o bem, devendo
 comunicar ao Poder Público se não tiver condições de realiza-la;
Dever de comunicação em caso de extravio, dentro do prazo de 05 dias, sob pena de
 multa de 10% sobre o valor da coisa;
Registro Especial: Negociantes de antiguidades, obras de arte, manuscritos e livros antigos
ou raros são obrigados a um registro especial no IPHAN, devendo apresentar
semestralmente relatório completo das coisas que possuem.

b.2) Obrigações de não fazer


Retirada do país: NÃO é possível retirar o bem, SALVO por intercâmbio cultural, a critério
do IPHAN. A tentativa de exportação do bem ensejará o sequestro pelo poder público,
 podendo incidir multa de 50% sobre o valor da coisa;
Não destruição.

b.3) Obrigação de tolerar a fiscalização do Poder Público.


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Indenização: Em tese, NÃO é cabível indenização em virtude do tombamento. Porém, caso se


demonstre que o tombamento enseja gastos desproporcionais para a manutenção do bem, o
poder público deverá indenizar pelos prejuízos devidamente comprovados.

Procedimento
O IPHAN deverá avaliar o bem a ser tombado, e concluindo pelo interesse, deverá notificar o
proprietário para anuir com o tombamento, no prazo de 15 dias, a contar do recebimento da
notificação, para, querendo, impugnar.
Se não houver impugnação no prazo legal, o diretor do IPHAN mandará que se inscreva no livro
de tombo; Se houver impugnação, o órgão terá 15 para se manifestar. Posteriormente, o
Conselho Consultivo do IPHAN decidirá em 60 dias.
A decisão que julga o tombamento é irrecorrível, segundo o dec-lei 25/37. Porém essa
disposição está superada, sendo possível interpor recurso para o Presidente da República.
O tombamento definitivo será registrado no livro de tombo, e se for bem imóvel, registrado no
Cartório de Registro de Imóveis.
É possível tombamento por lei? Rafael Oliveira, JSCF, Gasparini entendem que o tombamento só
pode ser instituído por ato do Poder Executivo, sendo inviável formalização por meio de legislação. A
impossibilidade de tombamento legal decorre da necessidade de análise técnica da presença do valor
cultural do bem, o que se dá por meio da instauração do devido processo administrativo perante o
órgão ou entidade administrativa composta por especialistas no assunto.
A CF/88 instituiu o tombamento de todos os documentos e sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos. Ressalvada essa hipótese, o tombamento será instituído por
meio de atos administrativos.
O fato de ser instituído por atos do Poder Executivo NÃO impede o tombamento geral de um bairro
ou cidade, desde que seja dada publicidade suficiente ao processo de tombamento, oportunizando o
conhecimento de todos os proprietários afetados. O STJ, ao tratar do tombamento de Tiradentes
(MG0, afirmou que o tombamento geral NÃO depende de individualização de todos os bens no ato do
tombamento, e não exige a notificação de cada proprietário.

e) Extinção
O ato de tombamento é discricionário, podendo ser revogado por razões de interesse público.
Caso o tombamento contenha algum vício, poderá ser anulado por decisão administrativa ou
por determinação judicial.
Admite-se ainda a extinção pelo desaparecimento do bem tombado, ou ainda pelo
cancelamento do ato de tombamento.

Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.
Dizer o Direito. http://www.dizerodireito.com.br/

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LEITURA APARTADA

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.11 - LICITAÇÕES PÚBLICAS (2016)


7ª ed. - Rev., amp. e atualizada
Autor: Ronny Charles L. de Torres
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/13e75b7e6809d29b241af5d1cb02b923.pdf

PÁGINAS 153 a 193 (focos nos artigos, comentários e julgados). Somente ler as questões
objetivas se tiver tempo sobrando.

SÚMULA VINCULANTE TODO DIA

Alta chance de ser cobrado (+++)


Média chance de ser cobrada (++)
Pouca chance (+)

SÚMULA VINCULANTE 15 (+++)

O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono
utilizado para se atingir o salário mínimo.

SÚMULA VINCULANTE 16 (+++)

Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da


remuneração percebida pelo servidor público.

SÚMULA VINCULANTE 17 (+++)

Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de
mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.

SÚMULA VINCULANTE 18 (+)

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a


inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 19 (+++)

A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento
ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 20 (+)

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A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA, instituída pela Lei


nº 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores correspondentes a 37,5 (trinta e sete
vírgula cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e, nos termos do artigo 5º,
parágrafo único, da Lei nº 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos
efeitos do último ciclo de avaliação a que se refere o artigo 1º da Medida Provisória no
198/2004, a partir da qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos.

SÚMULA VINCULANTE 21 (+++)

inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo.

SÚMULA VINCULANTE 22 (+++)

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau
quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.

81

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DIAS 49 e 50

DISCIPLINA
PROCESSO CIVIL:

Ação popular. Ação civil pública. (Aspectos gerais das ações coletivas)
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1.Direito Processual Civil Esquematizado - 8ª Ed. 2017. Marcus Vinicius Rios Gonçalves

LIVRO IX
DISCIPLINA
CIVIL:

Responsabilidade civil. Posse. Direitos reais. Disposições gerais. Propriedade


Responsabilidade Civil. Do Direito das Coisas. Posse e Propriedade
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Responsabilidade Civil. Do Direito das Coisas. Posse e
Propriedade 1.Manual de Direito Civil – Volume Único (2017)
7a Edição: Revista, revisada e ampliada
Autor: Flávio Tartuce

CAPÍTULOS: 4 e 7 (itens 7.1 até 7.4)

Coleção – Direito Civil Esquematizado – Editora Saraiva – Direito Civil II – Contratos e


Direito das Coisas.
Autor: Carlos Roberto Gonçalves – Coordenador: Pedro Lenza

CAPÍTULOS: Livro 2 (Capítulos 2 até 9 e 11)

Coleção – Direito Civil Esquematizado – Editora Saraiva – Direito Civil III Autor: Carlos
Roberto Gonçalves – Coordenador: Pedro Lenza

Livro 1

RESUMO DO DIA

PROCESSO CIVIL

ATENÇÃO: O presente resumo não exaure toda a matéria. Recomendamos o estudo dos
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos pela Sinopse da editora Jus Podvum, e
acompanhamento dos informativos de jurisprudência do STF e STJ nos demais assuntos.

DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

1. Fundamentos das ações coletivas:


Sociológico: Acesso à Justiça. Permitem a resolução de demandas relativas a bens e serviços
de massa;
Político: Princípio da economia processual, permitem a solução de diversos conflitos por um
só processo.

Classificação do processo coletivo:


Quanto ao sujeito:
 Processo Coletivo ativo: É o processo coletivo em que a coletividade é a autora.
Processo Coletivo passivo: A coletividade é ré. Existe corrente doutrinária que NÃO
admite a coletividade como ré, mas doutrina majoritária admite.

2.2. Quanto ao objeto:


Processo coletivo especial: É o processo das ações de controle abstrato
 de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF);
Processo Coletivo Comum: É composto por todas as ações para a tutela dos interesses
e direitos metaindividuais não relacionados ao controle abstrato de
 constitucionalidade, a exemplo:
Ação Popular;
Ação Civil Pública;
Ação de Improbidade Administrativa;
Mandado de Segurança Coletivo;
Mandado de injunção coletivo.

Princípios do processo coletivo:


Princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do processo: O juiz deve facilitar
o acesso à justiça. Logo, deve o Judiciário flexibilizar os requisitos de admissibilidade
 processual, para enfrentar o mérito do processo coletivo.
Princípio da máxima prioridade da tutela jurisdicional coletiva: Sempre existirá
 interesses social na tutela coletiva.
Princípio da disponibilidade motivada da ação coletiva: Havendo interesse em desistir
da ação, os motivos devem estar presentes e fundamentados. Se infundados os motivos
 da desistência, caberá ao MP assumir a titularidade do feito.
Princípio da presunção de legitimidade ad causam ativa pela afirmação de
direito coletivo: Basta a afirmação de direito coletivo para que se presuma a
legitimidade ad causam.
Princípio da não taxatividade da ação coletiva: Não se pode limitar as hipóteses
 de cabimento das ações coletivas.
Princípio do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva: Busca-se o
 aproveitamento máximo da prestação jurisdicional coletiva.
Princípio do ativismo judicial ou da máxima efetividade do processo coletivo: No
processo coletivo, o Judiciário possui poderes instrutórios amplos e deve atuar
independente da iniciativa das partes na busca da verdade processual;
Princípio da obrigatoriedade da execução coletiva: Havendo desídia dos outros legitimados
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ativos, caberá ao MP promover a execução coletiva.

Microssistema de tutela coletiva: O processo coletivo forma o chamado “microssistema


de tutela coletiva”, que possui as seguintes características:
 Há um relacionamento entre as normas processuais que formam cada diploma;
É possível aplicar a um dos procedimentos regramentos inseridos em lei que regula
 outro procedimento coletivo;
Só deve ser buscado o CPC na falta de regra inserida em todo microssistema de
 tutela coletiva;
O uso de um procedimento coletivo NÃO prejudica o outro.

Direitos difusos x coletivos em sentido estrito x individuais homogêneos:

Interesses Grupo Objeto Origem


Difusos Indeterminável Indivisível Situação de fato (Após
ou COM a lesão)
Coletivos Determinável Indivisível Relação jurídica
(formada ANTES da
lesão)
Individuais Determinável Divisível Origem comum (APÓS
Homogêneos ou COM a lesão)

Art. 81 do CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá
ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa
coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato;
- interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
origem comum.

SUJEITO ATIVO BEM TIPO DO DIREITO


* Indeterminado – o titular * INDIVISÍVEL – Não se DIFUSOS
do direito é um grupo (o pode identificar
indivíduo isoladamente NÃO exatamente qual parte do
titulariza nada), formado bem é de cada um dos
por um número membros do grupo (não se
indeterminado de pessoas. consegue fracionar).
* Grupo determinável – se * INDIVISÍVEL COLETIVOS
refere a pessoas que,
embora NÃO indicadas no
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processo, podem ser


identificadas
posteriormente.
* Pessoas determináveis. * DIVISÍVEL – Cada pessoa INDIVIDUAL
terá direito ao seu próprio HOMOGÊNEO – esse
bem. A grande sacada é direito NÃO é
que embora esses direitos essencialmente
sejam de pessoas para coletivo, mas por
bens divisíveis, o legislador haver um fato jurídico
resolveu agrupar essas comum, acaba
pessoas, para que então permitindo que exista
exista uma tutela em uma tutela conjunta.
grupo de direitos
individuais.

6. Coisa julgada no processo coletivo:

6.1. Limites da coisa julgada:


No processo individual: Atinge o dispositivo da sentença, produz efeitos apenas inter partes,
e é pro et contra, se formando independente do resultado do processo.
No processo coletivo, a coisa julgada possui outros limites subjetivos, e será erga omnes ou
ultra partes (pois atinge terceiros), mas jamais inter partes. Vejamos:

Limites objetivos no processo coletivo: Praticamente igual ao processo individual, e em


regra abrange apenas a parte dispositiva do julgado.

Limites subjetivos:
 Direitos difusos: Coisa julgada erga omnes (abrange todo mundo);
Direitos coletivos: Coisa julgada ultra partes;
 Direitos individuais homogêneos:
Se procedente: Coisa julgada erga omnes;
Se improcedente: Quem não poderá voltar a discutir serão aqueles que foram
parte, JAMAIS pode prejudicar quem não foi parte.

6.2. Transporte in utilibus da coisa julgada: Em virtude do princípio da máxima eficácia da tutela
coletiva, a coisa julgada coletiva, em todos os interesses transindividuais, nunca prejudica as
pretensões individuais, só beneficia. Logo, a coisa julgada só será transportada ao particular se for
in utilibus. Logo, mesmo que improcedente a ação coletiva em direitos individuais homogêneos, a
coisa julgada não impedirá o ajuizamento de ação individual pelo particular.

6.3. Coisa julgada sobre quem já tem ação individual em curso: Segundo o art. 104 do CDC, para
que o autor de ação individual possa aproveitar o transporte in utilibus da coisa julgada coletiva,

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deverá requerer a suspensão da sua ação individual em 30 dias, a contar da data em que o
autor é avisado, nos autos da ação individual, de que há uma ação coletiva.

Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81,
não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada
erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

6.4. Extensão territorial da coisa julgada coletiva: Segundo o art. 16 da LACP e art. 2º-A da Lei
9.494/97, proferida sentença no processo coletivo, a sentença só vale no território onde o juiz
tem competência.

Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

AÇÃO POPULAR
Conceito: É ação de caráter cívico-administrativo, atribuída a qualquer cidadão, que visa a
invalidar atos ou contratos administrativos que causem lesão ao patrimônio público, moralidade
administrativa, patrimônio histórico e cultural e ao meio ambiente.
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Objeto da ação popular: Serve para a defesa de direitos difusos, tais como:
Patrimônio Público;
 Moralidades administrativa;
 Meio Ambiente;
 Patrimônio histórico e cultural.
Cabimento: É cabível contra atos ilegais e lesivos, previstos no art. 1º, da LAP. No conceito de
ilegalidade, estão abrangidos todos os vícios do ato administrativo, em rol meramente
exemplificativo:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
incompetência;
vício de forma;
ilegalidade do objeto;
inexistência dos motivos;
desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes
normas:

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a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais
do agente que o praticou;
o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que
se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
resultado obtido;
o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

Cabe ação popular contra atos administrativos discricionários e


vinculados. * ATENÇÃO: Em geral NÃO cabe ação popular:
Contra ato de particular, SALVO quando se tratar de meio ambiente e patrimônio histórico;
Contra ato legislativo, SALVO se for lei de efeitos concretos (ex: lei que concede anistia
 tributária);
Contra atos políticos.
4. Legitimidade:
4.1. Ativa: A legitimidade é do cidadão. Como a cidadania começa aos 16 anos, tem legitimidade
ativa o maior de 16 anos, mesmo sem assistência, sendo necessário advogado.
ATENÇÃO: Para ajuizar ação popular, o cidadão deve ter título de eleitor.
O cidadão pode ajuizar ação popular fora do seu domicílio eleitoral.
Embora não tenha legitimidade para propor a ação popular, o Ministério Público tem
legitimidade para propor ação rescisória e recorrer.

4.2. Passiva: Será de todas as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado que, de
qualquer forma, participaram do ato, ou se beneficiaram diretamente dele.
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades
referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por
omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indeterminado ou
desconhecido, a ação será proposta somente contra as outras pessoas indicadas neste
artigo.
2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º, quando o valor real do bem for
inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pessoas públicas ou privadas e
entidades referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela avaliação inexata e os
beneficiários da mesma.
3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor,
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante
legal ou dirigente.

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4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da


prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe
vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores.
5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do
autor da ação popular.

ATENÇÃO: A LAP prevê a legitimidade passiva ulterior, permite que se insira, no curso do processo,
um legitimado passivo necessário sem que seja preciso anular os atos processuais já praticados:

Art. 7º, III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado, cuja
existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a
sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório,
sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção de provas, Salvo, quanto a
beneficiário, se a citação se houver feito na forma do inciso anterior.

5.3. Posição da pessoa jurídica de direito público ou privada lesada na LAP:


Defender o ato combatido pela ação popular;
Mudar o polo, atuando ao lado do autor;
Não fazer nada,
5.4. Posição do MP na ação popular: O MP atuará como custos legis, cabendo-lhe promover a
responsabilidade civil ou criminal das pessoas envolvidas. É VEDADO ao MP, por expressa
previsão legal, assumir a defesa do ato impugnado ou de seus autores. No entanto, pode atuar
como legitimado subsidiário para executar a sentença coletiva, caso o autor da ação não o faça:
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de
segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução. o
representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena
de falta grave.

6. Questões processuais
6.1. Prazo de resposta: É de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte) dias, a requerimento
do interessado. Prevalece o entendimento de que a ação popular NÃO comporta a reconvenção.
6.2. Sentença da ação popular: A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e
julgamento, deverá ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz.
O proferimento da sentença além do prazo estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de
merecimento para promoção, durante 2 (dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de
promoção por antiguidade, de tantos dias quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo,
declinado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar competente.
A sentença da ação popular tem natureza DESCONSTITUTIVA, mas poderá também conter
natureza condenatória, executiva ou mandamental, e pode condenar os responsáveis ao
pagamento de perdas e danos, ainda que não exista pedido do autor para tal condenação.
6.3. Reexame necessário: Na ação popular, há um reexame necessário invertido, pois fica sujeita
ao reexame a sentença que implicar na carência da ação ou na improcedência:

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Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita
ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo.
6.4. Efeito Suspensivo na apelação: O efeito suspensivo é automático.
6.5. Sucumbência: Se o autor da ação popular for vencido, será isento do pagamento de custas,
SALVO se houver má-fé.
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor, das
custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação
e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido, julgar a lide
manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas.

6.6. Competência: Será determinada conforme a origem do ato impugnado.

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação,


processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for
para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do
Estado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas
jurídicas de direito público, bem como os atos das sociedades de que elas sejam
acionistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação às quais
tenham interesse patrimonial.
2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoa ou
entidade, será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar
simultaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do
Estado, se houver.
3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem
posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado.

6.7. Prescrição: A ação popular prescreve em 05 (cinco) anos. A jurisprudência entende que só
começa a fluir a partir da publicidade dos atos lesivos.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Objeto: Tem por objeto a tutela preventiva ou ressarcitória dos seguintes bens ou direitos
metaindividuais:

 Meio-ambiente;
 Consumidor;
 Bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
Infração da ordem econômica;
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 Ordem urbanística;
 Honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos;
Patrimônio público e social.

NÃO cabe ACP:
Tributos;
Contribuições previdenciárias;
FGTS;
Outros fundos de natureza institucional.
ATENÇÃO: A ACP NÃO pode substituir a ADI, embora a inconstitucionalidade possa ser questão
prejudicial. Logo, a ACP é cabível apenas como meio de controle difuso.
3. Legitimidade:
3.1. Ativa:
o
Art. 5 Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social,
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.

Trata-se de legitimidade:
Autônoma: NÃO depende de participação ou autorização do titular do direito material;
 Concorrente: Há mais de um legitimado;
Disjuntiva: Um legitimado NÃO depende de autorização do outro para ajuizar a ação.
Natureza da legitimação: Para a corrente doutrinária majoritária, é necessário fazer a seguinte
distinção:
Quando se tratar da tutela de direitos difusos e coletivos: o autor da ação age com
legitimação autônoma para a condução do processo, pois não decorre do direito material,
 mas da lei, que conferiu aos legitimados a possibilidade de defender aquele direito;
Quando se tratar da tutela de interesses individuais homogêneos, a legitimação é
 extraordinária, pois a pessoa agiria em nome próprio, em defesa do interesse alheio.
É possível a formação de litisconsórcio entre os autores coletivos.

Ministério Público:
O MP tem legitimidade para pleitear, em ACP, indenização decorrente de DPVAT
 (ATENÇÃO: Superação da antiga súmula 470 STJ);
O MP tem legitimidade para a defesa do patrimônio público;
O MP tem legitimidade para pleitear a nulidade das cláusulas em contratos bancários;
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O MP tem legitimidade para propor ACP com o objetivo de sobrestar processos das
 execuções extrajudiciais em tutela de direitos e interesse de mutuário do SFH;
 O MP tem legitimidade para propor ação a fim de tutelar a poluição sonora.
O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como
fiscal da lei.
Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.

Defensoria Pública: Existem dois entendimentos doutrinários quanto à legitimidade da


Defensoria Pública:

 1ª Corrente (restritiva): A atuação só ocorre nos casos de hipossuficiência econômica;


2ª Corrente (ampliativa): Ocorre nos casos de hipossuficiência econômica e técnica ou
organizacional.

Associação: Segundo o STJ, pode uma associação defender interesses transindividuais que
ultrapassem os de seus próprios associados, ainda que estes interesses sejam individuais
homogêneos. Devem preencher os seguintes requisitos:
 Esteja constituída há pelo menos 01 (um) ano;
Pertinência temática.

3.2. Passiva: A LACP é omissa quanto à legitimidade passiva, razão pela qual o STJ e a doutrina
entendem pela aplicação do regramento geral do CPC.

4. Competência:
4.1. Critério Funcional: NÃO há prerrogativa de foro na Ação Civil Pública, razão pela qual o
julgamento é sempre em primeira instância.

4.2. Critério Material:


Justiça Eleitoral: É competente para questões relacionadas à sufrágio e questões político-
partidárias;
Justiça do trabalho:
Relação de trabalho;
 Direito Sindical;
Proteção ao meio ambiente do trabalho.
Justiça comum: Pode ser ajuizada na Justiça Federal, se presente uma das hipóteses do art.
109, I, da CF/88.
- É possível o incidente de deslocamento de competência em
ACP. - NÃO cabe ACP em juizados cíveis, federais e da Fazenda.

4.3. Critério territorial:


Dano local: Ajuizamento da ACP no local do dano;
 Dano Regional: Ajuizamento da ACP na capital do Estado;
Dano Nacional: Ajuizamento da ACP no DF ou capital dos Estados envolvidos.
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Inquérito Civil: É uma investigação administrativa a cargo do MP, destinada a colher elementos
para eventual propositura de ACP, podendo servir de base para o oferecimento de denúncia criminal.
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes
as certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15
(quinze) dias.
1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou
requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames
ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou
informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles
documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da
inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento
dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos,
sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do
Ministério Público.
2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou
rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar
razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados
às peças de informação.
3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho
Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento,
designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

5.1. Características:
Procedimento preparatório;
Procedimento meramente administrativo;
 Procedimento informativo;
 Não obrigatório;
 É público;
Privativo do MP;
Inquisitorial (NÃO há contraditório).

5.2. Fases do inquérito civil:


Instauração: Ocorre através de portaria, que deve indicar o objeto da investigação. A portaria
pode ser baixada das seguintes formas:
 De ofício;
 Por representação;
Por requisição do Procurador Geral.

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O fato de o promotor ter presidido o inquérito civil NÃO gera a suspeição para o ajuizamento
de ACP;
Doutrina majoritária entende não ser possível a instauração de inquérito civil por denúncia
anônima.

Instrução:
Abrange o poder de vistoria e inspeção em qualquer órgão público;
 Poder de intimação de qualquer pessoa para depoimento, sob pena de condução coercitiva;
Poder de requisição de documentos e informações a qualquer entidade pública ou privada.

Conclusão: A LACP NÃO estipula prazo para a conclusão do inquérito civil. Ao final, o promotor
tem duas opções:
Promover a ACP;
Promover o arquivamento fundamentado: Ao propor o arquivamento, o promotor
encaminha ao órgão superior do MP, no prazo de 3 dias, sob pena de responsabilidade
penal. Os órgãos superiores designam uma sessão de julgamento, e podem ser tomadas as
 seguintes providências:
 o Homologação do arquivamento;
o Conversão do julgamento em diligência;
o Rejeição da promoção do arquivamento, hipótese em que será nomeado outro
promotor para a propositura da ACP.

Termo de ajustamento de conduta (TAC): Ocorre quando a pessoa assume a responsabilidade


pelo evento e se compromete a alterar a sua conduta. Uma vez celebrado, possui a eficácia de
título executivo extrajudicial:

Art. 5º, § 6° LACP. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações,
que terá eficácia de título executivo extrajudicial.

6.1. Cabimento: Cabe TAC nos direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos.
- NÃO cabe TAC em ato de improbidade administrativa.

6.2. Legitimados: De todos os legitimados para ajuizar ACP, somente as associações NÃO podem
celebrar TAC, pois o art. 5º, §6º da LACP alude apenas aos órgãos públicos.
Qualquer legitimado pode celebrar TAC, sem necessidade de autorização dos demais.
TAC homologado judicialmente também só pode ser rescindido judicialmente, por ação anulatória.

6.3. Responsabilidade: Um órgão NÃO precisa de autorização de outro para celebrar TAC.
- A responsabilidade pela fiscalização do cumprimento é do órgão celebrante do TAC.

6.4. Eficácia: O TAC tem eficácia de título executivo extrajudicial, e sua eficácia ocorre a partir do
momento em que é celebrado.

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6.5. Compromisso preliminar: É um TAC parcial, em que se consegue apenas parte do acordo. A
sua realização NÃO impede a propositura da ACP contra outros investigados, ou para alcançar
outros pedidos.

7. Algumas questões processuais:

7.1. Concessão de liminar inaudita altera pars: O art. 2º da Lei nº 8.734/92 dispõe que, no MS
coletivo e na ACP, quando o réu for o poder público, é vedada a concessão de liminar em ACP
inaudita altera pars, devendo o poder público ser ouvido em 72 (setenta e duas) horas.

7.2. Sucumbência na ACP:


Nas ações da LACP NÃO haverá adiantamento de custas;
Se o autor vencido for o MP, Defensoria ou associação, será isento do pagamento dos
ônus de sucumbência, SALVO má-fé:
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis
pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e
ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Se o MP for vencedor, o réu vencido será isento de custas de sucumbência.

7.3. Efeito suspensivo da apelação: Quem define que efeito terá a apelação é o próprio juiz da
causa (art. 14 LACP).

7.4. Reexame necessário: Somente ocorre quando a ação é julgada improcedente ou extinta sem
julgamento do mérito.

7.5. Abrangência da sentença: A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

* Atenção: As demais ações coletivas serão trabalhadas no decorrer do curso.

Referências Bibliográficas:
Hermes Zaneti Jr. Direitos Difusos e Coletivos. Coleção Sinopses para concursos.
Daniel Assumpção. Manual de Direito Processual Civil.
Dizer o Direito.
Julgados do STF.
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.

CIVIL

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RESPONSABILIDADE CIVIL

ATENÇÃO: O estudo do assunto requer acompanhamento intenso dos informativos dos


Tribunais Superiores.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
- a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias
o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Contratual: tem origem na INEXECUÇÃO CONTRATUAL, decorre da relação contratual


existente.
ônus da prova: basta comprovar o INADIMPLEMENTO.
mora: automática.
 Extracontratual (aquiliana): Decorre da violação de um dever geral de abstenção.
ônus da prova: deve-se demonstrar DANO + CONDUTA CULPOSA + NEXO DE CAUSALIDADE.
mora: não é automática.
Ato ilícito;
Abuso de direito.

Abuso de direito: Segundo Limongi França, é ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício,
levado a efeito sem a devida regularidade, acarreta resultado ilícito.
- Responsabilidade
objetiva. - Exemplos:
 Propaganda abusiva;
 Greve abusiva;
 Abuso no processo;
Abuso do direito de propriedade;
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Elementos da responsabilidade civil (ou pressupostos do dever de indenizar):


Conduta humana;
Culpa genérica ou latu sensu:
Dolo;
Culpa strictu sensu.
Nexo de causalidade;
Dano ou prejuízo.

2.1. Conduta: É o comportamento voluntário e consciente humano que pode ser positivo (ação)
ou negativo (omissão) causador do prejuízo, idôneos para justificar a responsabilidade civil, com
obrigação de indenizar.

2.2. Culpa genérica:


Dolo: Violação intencional do dever jurídico com objetivo de prejudicar alguém.

Culpa strictu sensu: Possui os seguintes elementos, segundo Sérgio Cavalieri:


Conduta voluntária com resultado involuntário;
 Previsão ou previsibilidade;
Falta de cuidado, cautela, diligência ou atenção.

CLASSIFICAÇÃO DA CULPA STRICTU SENSU:


Quanto à origem:
Culpa contratual;
Culpa extracontratual ou aquiliana.
Quanto à atuação do agente:
 Culpa in comittendo: Imprudência (ação);
Culpa in omittendo: negligência (omissão).
Quanto ao critério de análise:
Culpa in concreto: Aplica-se a conduta conforme o caso concreto;
Culpa in abstrato: Considera o homem médio.
IV) Quanto à presunção:
Culpa in vigilando: Quebra do dever legal de vigilância. Ex: Dever dos
pais em relação aos filhos;
Culpa in elegendo: Decorre da escolha feita pela pessoa a ser
 responsabilizada.
 Culpa in custodiendo: Falta de cuidado ao guardar a coisa ou o animal.
ATENÇÃO: A doutrina majoritária entende que as hipóteses de culpa in vigilando
e in custodiendo são responsabilidade objetiva.

Quanto ao grau de culpa:


Grave;
Leve/ média;
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Levíssima.

2.3. Nexo de causalidade: Elemento imaterial ou virtual da responsabilidade civil, sendo relação
de causa e efeito entre a conduta culposa ou o risco criado e o dano suportado por alguém.

Teorias:
Teoria da equivalência das condições (sine qua non): Todos os fatos relativos ao evento
 danoso geram a responsabilidade civil. Amplia muito o nexo de causalidade;
Teoria da causalidade adequada: Somente o fato relevante ao evento danoso gera a
 responsabilidade civil.
Teoria do dano direto (teoria da interrupção do nexo causal): Se houver violação do direito
pelo credor ou terceiro, haverá interrupção do nexo causal.
ATENÇÃO: O CC/02 adota a teoria da causalidade adequada e a teoria do dano direto.

Excludentes do nexo de causalidade:


 Culpa exclusiva da vítima;
 Culpa ou fato exclusivo de terceiro;
Caso fortuito e força maior.

2.4. Dano ou prejuízo:


Danos clássicos (tradicionais): Danos materiais e danos morais;
Danos contemporâneos: Danos estéticos, danos morais coletivos, danos sociais, danos
pela perda de uma chance.

Danos patrimoniais ou materiais: São prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo
de alguém. Podem ser:
 Danos emergentes ou danos positivos: O que efetivamente se perdeu;
Lucros cessantes ou danos negativos: O que razoavelmente se deixou de lucrar.

ALIMENTOS INDENIZATÓRIOS
É devida a indenização a título de lucros cessantes aos dependentes do falecido,
tendo em conta a vida provável do de cujus, e NÃO cabe prisão pela falta de
pagamento (Note que é diferente da prisão civil por alimentos do Direito de Família).
Se morte de pai do menor: O autor do dano deve pagar pensão ao filho menos
até os 25 anos, quando se presume ter concluído a sua formação, incluindo-se a
universidade.
Falecimento de filho menor e família de baixa renda (STJ):
No período em que o filho teria entre 14 a 25 anos: os pais devem receber
 pensão equivalente a 2/3 do salário mínimo;
No período em que o filho teria acima de 25 anos até 65 anos: os pais
devem receber pensão equivalente a 1/3 do salário mínimo.
Parâmetros:

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14 anos é a idade em que a pessoa começa a trabalhar como aprendiz:


 ANTES NÃO pode ter atividade remunerada;
25 anos é a idade em que as pessoas em geral se casam e passam a
 ajudar menos aos pais;
65 anos é a expectativa de vida considerada pela jurisprudência, o que
 pode ser majorada, a depender dos dados do IBGE.
13º Salário: O autor do ilícito deverá pagar aos pais do falecido, ao final de todos
os anos, uma parcela extra da pensão, como se fosse o 13º salário, desde que
comprovado que a vítima exercia atividade laboral à época em que sofreu o
evento morte.

Danos morais: É lesão ao direito de personalidade.


NÃO há finalidade de acréscimo patrimonial para a vítima, mas de compensação pelos males
suportados. Por isso, a jurisprudência entende que NÃO incide imposto de renda sobre os valores
recebidos a título de danos morais.

Classificação:
Quanto ao sentido:
Dano moral em sentido próprio: É tudo o que a pessoa sente;
Dano moral em sentido impróprio ou amplo: É qualquer lesão aos direitos de
propriedade (não necessita prova do sofrimento em si para a sua caracterização).
Quanto à necessidade de prova:
Dano moral provado (dano moral subjetivo);
Dano moral presumido (objetivo ou in re ipsa).
Quanto à pessoa atingida:
Dano moral direto: Atinge a própria pessoa, a sua honra subjetiva (autoestima) ou
objetiva (repercussão social da honra);
Dano moral indireto (DANO MORAL EM RICOCHETE): Atinge a pessoa de forma
reflexa. Ex: Morte de familiar.

DANO EM RICOCHETE E PREJUIZO DE AFEIÇÃO


Prejuízo de afeição: É o dano extrapatrimonial sofrido pelos familiares da pessoa
morta.
Dano em ricochete: É o dano moral que atinge as vítimas por ricochete, considerando
que a vítima é o falecido e seus familiares são afetados reflexamente pelo evento.

Natureza jurídica dos danos morais:


 1ª Corrente: Intuito reparatório ou compensatório;
 2ª Corrente: Intuito punitivo;
3ª Corrente: Caráter principal reparatório e caráter pedagógico acessório (PREVALECE).

III) Questões importantes:

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O mero descumprimento contratual NÃO enseja danos morais, SALVO se envolver valores
 fundamentais. Ex: Plano de saúde;
 A pessoa jurídica pode sofrer dano moral (honra objetiva): Súmula 227, STJ.
CESPE: A gravidade do dano deve ser medida por padrão objetivo e em função da tutela
 do direito.
STJ: O espólio NÃO tem legitimidade para postular indenização pelos danos materiais e
morais supostamente experimentados pelos herdeiros, ainda que aleguem que os
referidos danos teriam decorrido de erro médico de que fora vítima o falecido.

Danos contemporâneos:
I. Danos estéticos: Ocorre quando a pessoa sofre anomalias estéticas permanentes.
É dano presumido: RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
DANO ESTÉTICO X DANOS MORAIS: No dano estético, há alteração morfológica da formação
corporal. SÚMULA 387 STJ: É possível a cumulação das indenizações de dano estético e moral.

Danos morais coletivos: É dano que atinge, ao mesmo tempo, vários direitos da personalidade,
de pessoas determinadas ou determináveis (danos morais somados ou acrescidos).

Danos sociais: Decorrem de condutas socialmente reprováveis ou comportamentos negativos.


São danos difusos, envolvendo direitos dessa natureza, em que as vítimas são indeterminadas
ou indetermináveis.
Podem gerar repercussões materiais ou morais.
O valor da indenização deve ser destinado a um fundo de proteção.

DANOS MORAIS COLETIVOS DANOS SOCIAIS OU DIFUSOS


- Atingem vários direitos de Causam rebaixamento no nível de vida
personalidade. da coletividade.
Direitos individuais homogêneos ou Direitos difusos: vítimas indeterminadas.
coletivos em sentido estrito: vítimas
determinadas ou determináveis.
A indenização é destinada às próprias A indenização é destinada a um fundo
vítimas. de proteção ou instituição de caridade.

IV. Danos pela perda de uma chance: Ocorre quando a pessoa vê frustrada uma expectativa,
oportunidade futura que, dentro da lógica razoável, ocorreria se as coisas seguissem o seu curso
normal.
Requisitos:
Dano real;
Atual;
 Certo.
STJ: O simples fato de advogado ter perdido o prazo para interpor recurso NÃO enseja a
aplicação dessa teoria.

3. Notas sobre algumas espécies de Responsabilidade Civil previstas no CC/02:


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3.1. Responsabilidade civil do incapaz:

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis
não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

Atenção - Emancipação e responsabilidade civil dos pais:


 Emancipação voluntária: NÃO afasta a responsabilidade civil dos pais;
Emancipação legal: AFASTA a responsabilidade civil dos pais.

3.2. Responsabilidade civil por atos de outrem:

Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos
postos em circulação.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:


I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
- o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente
quantia.

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou
relativamente incapaz.

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar
culpa da vítima ou força maior.

Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua
ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das
coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

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3.3. Independência das instâncias:


Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar
mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal.

DIREITOS DAS COISAS

ATENÇÃO: A matéria é vasta e não supre a necessidade de ler a lei seca e eventualmente
complementar alguma dúvida com o estudo de doutrina. O presente resumo foca nos temas mais
importantes de Direitos Reais (Direito das coisas) e parcelamento do solo urbano.

Características:
Oponibilidade erga omnes;
Existência do direito de sequela;
 Direito de preferência do titular de direito real;
 Viabilidade de incorporação da coisa pela posse;
 Usucapião como um dos meios de aquisição;
 Rege o princípio da publicidade dos atos.
 Obediência a rol taxativo (tipicidade dos Direitos Reais):
São Direitos Reais:
 Propriedade;
 Superfície;
 Laje ( incluído pela MP 759/2016)
Servidões;
 Usufruto;
 Uso;
Habitação;
 Direito do promitente comprador do imóvel;
 Penhor;
Hipoteca;
 Anticrese;
 Concessão de uso especial para fins de moradia;
Concessão de direito real de uso.

Direitos reais x Direitos pessoais patrimoniais:

Direitos Reais Direitos Obrigacionais


Numerus clausus Numerus apertus
Direito de sequela NÃO há sequela
Eficácia erga omnes Eficácia inter partes (relativa)
Registrabilidade e publicidade Forma livre, em regra
Pessoa x coisa Pessoa x pessoa (pessoas determináveis
ou determinadas)
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Encerra direito de gozo, fruição ou Encerra direitos de crédito a uma


garantia sobre a coisa corpórea prestação, entre sujeitos
Caráter permanentes ou perpétuo Caráter transitório

ATENÇÃO: FIGURAS HÍBRIDAS ENTRE DIREITO REAL E OBRIGACIONAL

Obrigações propter rem: Aderem à coisa (e não à pessoa), transmitindo-se automaticamente


ao seu novo titular, desde que haja transferência da propriedade. São obrigações que NÃO
 emanam da vontade, mas do registro da propriedade. Ex: IPTU, IPVA, Taxas condominiais.
Obrigações de ônus real: Limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo um gravame.
Limitam-se ao valor da coisa e desaparecem com o perecimento da coisa. Ex: Penhor,
 hipoteca, anticrese.
Obrigações de eficácia real: Sem perder o caráter de direito pessoal, ou direito a uma
prestação, ganham oponibilidade a terceiros, que adquiram direitos sobre determinados
bens, tendo em vista o seu registro. Ex: Direito de preferência em contrato de locação.

ÔNUS REAIS OBRIGAÇÕES PROPTER REM


A responsabilidade pelo ônus Na obrigação propter rem responde o devedor com
todos os seus bens, ilimitadamente, pois é este que
real é limitada ao bem onerado.
se encontra vinculado.
O ônus real desaparece, Os efeitos da obrigação propter rempodem
perecendo o objeto. permanecer, mesmo havendo perecimento da coisa.
Os ônus reais implicam sempre As obrigações propter rem podem surgir com uma
uma prestação positiva. prestação negativa.

Posse: É fenômeno fático, e o conceito varia conforme a teoria adotada.


3.1. Teorias da Posse:
a) Teoria Subjetiva (Savigny): A posse seria o poder direto da pessoa de dispor fisicamente do bem
com a intenção de tê-lo para si e defendê-lo da agressão de quem quer que seja. Elementos:
 Corpus: Poder físico ou de disponibilidade da coisa (elementos objetivo);
Animus domini: Intenção de ter a coisa para si, exercer o direito de propriedade (elemento
subjetivo).
Teoria Objetiva (Ihering): Para a constituição da posse, basta que a pessoa disponha
fisicamente da coisa, ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contrato (dispensa e
intenção de ser dono).
- O CC/02 adotou parcialmente a teoria objetivista, pois também traz a ideia de posse social.
A doutrina fala em FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE: A função social seria conteúdo da posse. Por
isso, não basta ao possuidor agir como proprietário, mas sim como bom proprietário, dando à
coisa função social.
3.2. Posse x Detenção: O detentor tem a coisa apenas em virtude econômica ou vínculo de
subordinação (mera custódia). É uma desqualificação da posse
O detentor exerce sobre o bem a posse em nome de outrem, NÃO assiste invocar, em nome
próprio, as ações possessórias, embora possa se valer da autotutela.
O detentor NÃO tem direito à usucapião, nem ás benfeitorias a acessórios.
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STJ: A ocupação irregular de área pública NÃO induz posse, mas ato de mera detenção => Como
consequência, NÃO há direito à indenização em face do poder público.
É admitida a conversão da detenção em posse, se rompida a subordinação.
Posse x Detenção x Tença (mera situação material de apreensão física do bem).
Hipóteses de detenção:
Fâmulo (servo da posse): Quem apreende a coisa em nome de outrem, a exemplo do caseiro.
 Atos de mera tolerância;
Atos violentos ou clandestinos, antes do convalescimento:

Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a
 violência ou a clandestinidade.
Conversão da detenção em posse: É possível à conversão da detenção em posse, desde que
rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.

3.3. Classificação da posse:


Quanto à relação pessoa – coisa (desdobramento da posse):
Posse direta ou imediata: Exercida por quem tem a coisa materialmente. Ex: Locatário,
 depositário, comodatário;
Pode indireta ou mediata: Exercida por meio de outra pessoa. Ex: Locador, depositante,
nu-proprietário.
A posse direta NÃO anula a indireta;
O possuidor direto tem direito de defender sua posse contra o indireto, e este contra
aquele. b) Quanto à presença de vícios objetivos:
Posse justa ( = posse limpa): NÃO apresenta vícios da violência, clandestinidade e
 precariedade.
 Posse injusta: Possui vícios, bastando um dos três:
Violência: Esbulho, violência física ou moral;
Clandestinidade: é a posse que adquire-se às ocultas de quem exerce a posse atual,
sem publicidade ou ostensividade, a exemplo do furto;
Precariedade: o possuidor recebe a coisa coma obrigação de restituí-la e, abusando
da confiança, deixa de devolvê-la.
Quanto á boa-fé subjetiva ou intencional:
 Posse de boa-fé: Presumida quando o possuidor tem o justo título;
Posse de má-fé: Ainda que de má-fé, esse possuidor NÃO perde o direito de ajuizar ação
possessória competente para se proteger do ataque de terceiro.

Quanto à presença do título:
Posse com título: Há algum documento representativo da transmissão da posse. Ex:
 Contrato de locação;
Posse sem título: NÃO há qualquer documento.
Jus possidendi: Direito à posse que decorre de propriedade;
Jus possessionis: Direito que decorre exclusivamente da posse.
Quanto ao tempo:
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 Posse nova: Menos de 01 ano e dia;


 Posse velha: Mais de 01 ano e dia.
Quanto aos efeitos:
 Posse ad interdicta: Pode ser defendida pelas ações possessórias;
Posse ad usucapionem: Prolonga no tempo, sendo mansa, pacífica, ininterrupta, com
intenção de dono.

3.4. Efeitos da posse:


a) Frutos:
Posse de boa-fé: O possuidor tem direito, enquanto durar, aos frutos percebidos. Devem ser
restituídos:
Frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé, depois de deduzidas as despesas com
 produção e custeio;
 Frutos colhidos com antecipação;
 Frutos naturais e industriais: colhidos e percebidos logo que são separados;
Frutos civis: reputam-se percebidos por dia.
Posse de má-fé: Responde por todos os frutos colhidos e percebidos, mas tem direito às
despesas de produção e custeio.

b) Benfeitorias:
Posse de boa-fé: Possui direito à indenização por benfeitorias necessárias e úteis, bem como
pelas acessões (plantações e construções);
Se não indenizado, possui direito à retenção das benfeitorias, até que receba o que lhe é
 devido;
Se benfeitorias voluptuárias, tem direito ao seu levantamento, se não forem pagas, desde
que não gerem prejuízo à coisa.
Posse de má-fé: São ressarcidas apenas as benfeitorias necessárias.

c) Faculdade de invocar os interditos possessórios:

 Ameaça Interdito proibitório


 Turbação Ação de manutenção de Há fungibilidade entre as
posse três ações!
 Esbulho Reintegração de posse

Classificação da posse quanto ao tempo:


Ameaça, turbação e esbulhos novos (menos de 01 ano e dia): Ação de força nova – Segue
 rito especial e cabe liminar;
Ameaça, turbação e esbulho velhos (menos de 01 ano e dia): Ação de força velha – Rito
ordinário, NÃO cabe liminar, mas o juiz pode conceder tutela antecipada, se presentes os
requisitos.

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Legítima defesa da posse e desforço imediato: O proprietário pode se valer da autotutela,


independente de ação judicial.
3.5. Composse: É a situações em que duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes
possessórios sobre a mesma coisa, e pode existir tanto na posse direta quanto na indireta, por ato
inter vivos ou mortis causa.
- Na composse, todos possuem a mesma posse sobre a mesma coisa, independente de sua fração
ideal. Logo, todos podem exercer todos os poderes sobre a coisa como um todo.
- STJ: Nos casos de composse NÃO se admite a usucapião de um compossuidor sobre o bem, já
que todos os compossuidores exercem, cada um, poderes sobre a coisa como um todo, SALVO no
casso de um compossuidor estabelecer posse com exclusividade, afastando os demais.
- A composse leva em conta o aspecto subjetivo e não objetivo. Ou seja, leva em conta se duas ou
mais pessoas são possuidoras do bem (e não a natureza da posse).
3.6. Formas de aquisição, transmissão e perda da posse
Aquisição: Com o CC/02, passou a ser rol aberto, e pode ser:
 Aquisição originária: Há um contato direto entre a pessoa e a coisa;
Aquisição derivada: Há intermediação pessoal. Ex: Tradição.
Tradição real: Ocorre pela entrega efetiva ou material da coisa;
Tradição simbólica: Há um ato representativo da entrega da coisa. Ex: Entrega das
chaves do apartamento => TRADITIO LONGA MANU;
Tradição ficta: Ocorre por presunção, em que o possuidor detinha em nome alheio e
passa a possuir em nome próprio (Ex: Locador que compra o imóvel => TRADITIO
BREVI MANU) ou o inverso (ex: proprietário vende o imóvel e nele permanece como
locatário => CONSTITUTO POSSESSÓRIO).
A posse pode ser adquirida:
Pelo próprio sujeito;
 Por seu representante legal ou convencional;
Por terceiro que não tenha mandato, se houver confirmação posterior, com efeitos ex
tunc. b) Transmissão: A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os
mesmos caracteres => PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE:
Sucessão universal (herança legítima);
Sucessão singular: união de posses.

Perda: Numerus apertus:


Abandono da coisa
Tradição;
 Destruição: perecimento do objeto;
 Colocação da coisa fora do comércio (inconsutibilidade jurídica);
Posse de outrem;
 Constituto possessório;
 “Traditio brevi manu”;
“Supressio”

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Propriedade: É um feixe de poderes complexos, é o direito que a pessoa tem, dentro dos
limites normativos, de usar, gozar, dispor de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de
reivindicá-lo de quem injustamente o detenha.
Atributos: GRUD
 Gozar ou fruir: Retirar os frutos da coisa (naturais ou civis);
 Reaver: Reivindicar a coisa contra quem injustamente a possua;
Usar: Limitado pelo direito de vizinhança e leis específicas, a exemplo do Estatuto das
 Cidades.
Dispor: Ex: Compra e venda, doação, testamento.
4.2. Classificação da propriedade:
Propriedade plena ou alodial: O proprietário tem o GRUD;
Propriedade limitada ou restrita: Ocorre quando recai algum ônus sobre a propriedade
(ex: hipoteca, servidão ou usufruto) OU quando a propriedade for resolúvel, dependente
de condição ou termo.
Se parte dos atributos passa a ser de outrem, o direito de propriedade é composto de duas
partes:
Nua-propriedade: Corresponde à titularidade do domínio, e está despida dos atributos
 de gozar e usar;
Domínio útil: Corresponde aos atributos de gozar, usar e dispor.
4.3. Características:
Direito absoluto, mas deve ser relativizado em alguns casos, a exemplo da função social;
Direito exclusivo: NÃO pode pertencer a mais de uma pessoa, salvo o domínio ou
 copropriedade;
Direito perpétuo: O direito permanece independente do seu exercício;
 Direito elástico: A propriedade pode ser distendida ou contraída quando ao seu exercício;
Direito fundamental.
4.5. Função social da propriedade: “ A propriedade já não é direito subjetivo do indivíduo, mas
uma função social a ser exercida pelo detentor da riqueza” (Leon Duguit).
4.6. Propriedade resolúvel e propriedade fiduciária
Propriedade resolúvel: É aquela que pode ser extinta, que pela condição ou pelo termo.
 Ex: Cláusula especial de venda com reserva de domínio;
Propriedade fiduciária: É a propriedade resolúvel da coisa móvel infungível que o
devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
4.7. Formas de aquisição da propriedade imóvel e móvel:
PROPRIEDADE IMÓVEL
Forma Originária Forma Derivada
 Acessões:  Registro imobiliário;
- Ilhas;  Sucessão hereditária.
Aluvião;
Avulsão;
Álveo
abandonado;
Plantações;

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- Construção.
 Usucapião

PROPRIEDADE MÓVEL
Forma Originária Forma Derivada
 Ocupação e achado de  Especificação;
tesouro;  Confusão;
 Usucapião.  Comistão;
 Adjunção;
 Tradição;
 Sucessão.

 Alguns temas relevantes sobre as formas de aquisição da propriedade:


Atenção: Outras formas de aquisição que não estão delineadas no resumo devem ser
complementadas com a leitura do Código Civil.
a) Imóvel
Usucapião: É o modo originário de aquisição da propriedade pela posse qualificada prolongada
no tempo.
- Se a propriedade é adquirida de forma originária, o novo proprietário NÃO é responsável pelos
Tributos que recaiam sobre o imóvel.
- Se imóvel gravado por hipoteca, posteriormente adquirido por usucapião: o gravame de
extingue. - NÃO correrão os prazos de usucapião entre cônjuges na constância da sociedade
conjugal, a exceção da usucapião conjugal.
- Não correm os prazos:
Contra o absolutamente incapaz;
 Contra os ausentes do país a serviço público;
 Contra os que se acham servindo nas forças armadas, em tempo de guerra;
 Pendendo condição suspensiva;
 Não estando vencido o prazo para a aquisição do direito;
Pendendo ação de evicção.
Modalidades de usucapião:
Modalidade Fundamento Extraordinária Requisito Remissões
1 Decurso do tempo que Posse ad usucapionem; Art. 1.238,
causa a prescrição 15 anos ininterruptos. caput do CC.
aquisitiva.
Extraordinária 2 Prescrição diminuída Posse ad usucapionem; Art. 1.238, §
por ter o possuidor 10 anos ininterruptos; único, do CC.
dado destinação que Ter o possuidor
atende à função social. constituído sua morada
OU realizado obras OU
serviços produtivos.

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Ordinária 1 Prescrição aquisitiva - Posse ad usucapionem; Art. 1.242,


- 10 anos contínuos; caput, do CC.
- Justo título;
- Boa- fé.
Ordinária 2 Prescrição aquisitiva - Posse ad usucapionem; Art. 1.242, §
- 05 anos contínuos; único.
- Aquisição onerosa do
imóvel com base em
registro irregular
posteriormente
cancelado;
- Ter o possuidor
constituído sua mora
OU realizado obras OU
serviço produtivo
Especial rural Prescrição extintiva - Posse ad usucapionem; Art. 1.239, CC
constitucional pelo proprietário não - 05 anos contínuos; +
rural pro labore dar função social e - Máximo de 50 Hc em Art. 191, CF/88
prescrição aquisitiva, zona rural; +
benefício ao possuidor - Tornar a propriedade Lei nº 6.969/81
que a atendeu. produtiva;
- Ter o possuidor
constituído a sua
morada;
- NÃO ser proprietário
ou possuidor de outro
imóvel urbano ou rural.
Especial urbana Sanção ao proprietário - Posse ad usucapionem; Art. 1.240, CC
constitucional por não dar - 05 anos contínuos; +
cumprimento à função - Área urbana de até 250 Art. 183, CF/88
social da propriedade m²; +
urbana. - Moradia própria ou da Lei nº
família; 10.257/01
- Não ser possuidor ou
proprietário de outro
imóvel urbano ou rural;
- Não ter recebido o
benefício antes.
Especial urbana Sanção ao proprietário - Posse ad usucapionem; Lei nº
coletiva por não dar - 05 anos contínuos; 10.257/01
cumprimento à função - Área urbana com mais
social da propriedade de 250 m²;
urbana e benefício aos - Destinada à moradia
da população posseira;
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possuidores que
a - Possuidores de baixa
atenderam. renda;
- NÃO se proprietário ou
possuidor de outro
imóvel urbano ou rural;
- Seja impossível
destacar cada terreno
de forma individual.
Conjugal, pro- Busca impedir que os - Posse ad usucapionem; Art. 1.240-A, do
família imóveis vinculados ao - 02 anos ininterruptos e CC.
programa “Minha casa, sem oposição;
minha vida” possam - Imóvel urbano de até
ficar em situação de 250 m²;
incerteza de - Dividia a propriedade
propriedade com ex-cônjuge ou
companheiro que
abandonou o lar;
- Moradia sua ou da
família.

b) Móvel
Confusão x Comistão x adjunção:
Confusão (= confusão real): É a mistura entre coisas líquidas (ou gases), em que não é
 possível a separação;
Comistão: Mistura de coisas sólidas ou secas, NÃO permitindo a separação;
Adjunção: Justaposição de uma coisa sobre a outra, impedindo a separação.

4.8. Perda da propriedade móvel ou imóvel:


Alienação;
 Renúncia;
 Abandono;
Perecimento da coisa;
Desapropriação.

Direitos reais de gozo ou fruição
 Superfície;
Servidões;
 Usufruto;
 Uso;
 Habitação;
 Concessão de uso especial para fins de moradia;
Concessão de direito real de uso.

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5.1. Superfície: O proprietário concede a outrem, por tempo determinado ou indeterminado,


gratuita ou onerosamente, o direito de construir ou plantar no seu terreno.
A propriedade superficiária pode ser autonomamente objeto de direitos reais de gozo e
garantia, cujo prazo não exceda a duração da concessão do direito real de garantia.
Partes:
Proprietário;
 Superficiário.
O direito de superfície NÃO autoriza obras no subsolo, salvo se a utilização for inerente à concessão.
É possível hipotecar ( e adquirir por usucapião) o direito do superficiário pelo prazo de vigência
do direito real.
O superficiário deve zelar pelo imóvel como se fosse seu.
* ATENÇÃO:
Direito de superfície do CC/02 Direito de Superfície dos Estatuto das
Cidades
Imóvel urbano ou rural Imóvel urbano
Exploração restrita: construção e Exploração ampla: qualquer utilização
plantações de acordo com a política urbana
Em regra, NÃO há autorização para Em regra, é possível utilizar o subsolo
utilização do subsolo e espaço aéreo ou o espaço aéreo
Cessão somente por prazo determinado Cessão por prazo determinado ou
indeterminado.

5.2. Servidões: É direito real sobre imóvel, em virtude do qual se impõe uma restrição a um
prédio (serviente) para uso e utilidade de outro pertencente a dono diverso (dominante).
Características:
É relação entre dois prédios distintos, em que se estabelece ônus ou encargo;
 Os prédios devem pertencer a donos diversos;
As servidões servem à coisa, e não ao dono;
 É indivisível;
 Inalienável;
 Pode importar uma abstenção, um suportar ou um fazer;
Em caso de incômodo pelo dono do prédio serviente, o dono do prédio dominante poderá
 fazer uso das ações possessórias.
Modos de aquisição:
Negócio jurídico inter vivos ou mortis causa;
 Usucapião;
 Destinação do proprietário;
Sentença judicial.

Classificações:
Quanto à natureza dos prédios:
Servidão rústica: fora da área urbana;
Servidão urbana.

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Quanto à conduta das partes:


Servidão positiva: Consiste em fazer algo. Ex: Servidão de passagem ou de trânsito;
Servidão negativa: Ato omissivo ou abstenção. Ex: Servidão de não construir.
Quando ao modo de exercício:
Servidão contínua: exercida independente de ato humano;
Servidão descontínua: depende de atuação humana.
IV) Quanto à forma de exteriorização:
 Servidão aparente: Evidenciada no plano real e concreto. Ex: Servidão de passagem;
 Servidão não aparente: NÃO revelada no plano exterior. Ex: Servidão de não construir.
ATENÇÃO: Passagem forçada x servidão
Passagem forçada Servidão
- Direito de vizinhança - Direito real de gozo ou fruição
- Obrigatória - Facultativa
- Pagamento obrigatório de indenização - Pagamento de indenização se as partes
acordarem
- Imóvel sem saída (não há outras opções) - Há outras opções
- Medida judicial cabível: Ação de - Medida judicial cabível: Ação confessória
passagem forçada

5.3. Usufruto: É o direito rela de gozo ou fruição.


Partes envolvidas:
Usufrutuário: Tem os atributos de:
Usar;
Fruir.
Nu-proprietário: Tem os atributos de:
Reivindicar;
Dispor da coisa.
Questões relevantes:
Somente o usufrutuário pode locar o imóvel objeto de usufruto (gozar e fruir);
 Apenas o usufrutuário pode usar a coisa;
 Apenas o nu-proprietário pode vender o bem;
 Apenas o nu-proprietário pode ingressar com ação reivindicatória da coisa dada em usufruto;
Usufrutuário e nu-proprietário podem ingressar com ação possessória.

b) Classificação
Quanto ao modo de instituição (origem):
Usufruto legal: Decorre da lei, sendo desnecessário o registro. Ex: Usufruto dos pais sobre
 os bens dos filhos menores.
Usufruto voluntário ou convencional: Pode ter origem em testamento ou contrato.
 Se decorrer de contrato:
Usufruto por alienação: O proprietário concede o usufruto a terceiro e fica com a
nua-propriedade;

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Usufruto por retenção: O proprietário reserva para si o usufruto e transfere a nua-


propriedade a um terceiro;
Usufruto misto: Decorre da usucapião;
Usufruto judicial: Ocorre na execução, desde que menos gravoso ao executado e
eficiente para o recebimento do crédito.
Quanto ao objeto:
Usufruto próprio: Bens infungíveis e consumíveis;
Usufruto impróprio (quase usufruto): Bens fungíveis e consumíveis.
Quanto à extensão:
Usufruto total ou pleno: Abrange todos os acessórios da coisa;
Usufruto parcial ou restrito.
IV) Quanto à duração:
 Usufrutuário ou a termo: É fixado um prazo de duração.
Usufruto vitalício: A morte do nu-proprietário NÃO extingue o usufruto.
OBS: O usufruto é inalienável e impenhorável, mas o STJ admite a penhora dos frutos.
Extinção:
Renúncia do usufrutuário;
 Morte do usufrutuário;
 Termo final de sua duração;
Extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela
 perdurar, pelo decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer;
 Cessação do motivo de que se origina;
Destruição da coisa;
 Quando se confundem a qualidades de usufrutuário e proprietário;
Por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, ou quando,
no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no
parágrafo único do art. 1.395;
5.4. Uso ( = usufruto anão, nanico ou reduzido): É o direito de usar a coisa móvel ou imóvel, podendo
o usuário perceber frutos dentro dos limites das necessidades pessoais suas e se dua família.
Pode ser gratuito ou oneroso;
Pode ser constituído por ato inter vivos ou mortis causa.
Há apenas o direito de usar a coisa, seja móvel ou imóvel;
Direito personalíssimo.
5.5. Habitação: consiste em utilizar gratuitamente imóvel alheio para fim de moradia. Portanto, é
cedida apenas parte do atributo de usar.
O titular NÃO pode alugar ou emprestar, só pode ocupar o imóvel com a família.
 Direito personalíssimo;
O imóvel é impenhorável;
 Temporário;
 Pode recair sobre o imóvel ou parte dele;
Caso haja mais de um titular, qualquer um pode habitar a casa sem pagar aluguel ao
outro. 6. Direitos reais de garantia: Um bem garante a dívida por vínculo real.
6.1. Características (PISE):
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Preferência: O credor hipotecário e o pignoratício têm preferência no pagamento a outros


credores, observado, quanto á hipoteca, a prioridade no registro.
Indivisibilidade: O pagamento de uma ou mais prestações da dívida NÃO importa exoneração
da garantia, SALVO disposição expressa no título ou na quitação.
Sequela: Para onde o bem vai, o direito real de garantia o acompanha;
IV) Excussão: O credor pignoratício e o hipotecário têm direito a excutir a coisa. Com isso, o
credor pode ingressar com ação de execução pignoratícia ou hipotecária para promover a
alienação judicial da coisa garantida, visando a receber o seu crédito que tem garantia.
- O credor anticrético não possui tal direito, podendo apenas reter o bem em seu poder enquanto
a dívida não for paga.
6.2. Requisitos:
Subjetivos: Somente quem é proprietário poderá oferecer o bem em garantia real. Se
proprietário casado, requer outorga conjugal, SALVO separação absoluta de bens.
Objetivos: Consuntibilidade jurídica – O bem oferecido em penhor, hipoteca ou anticrese
deverá ser alienável.
Requisitos específicos (art. 1.424, CC):
Valor do crédito, estimação, seu valor máximo;
Prazo para pagamento da dívida;
 Taxa de juros;
Bem dado em garantia.
* ATENÇÃO: Ausência dos requisitos => Ineficácia perante terceiros.
6.3. Penhor: Garantia constituída sobre bens móveis, ocorrendo a transferência da posse do bem do
devedor ao credor, em regra. Às vezes, o penhor NÃO recairá sobre coisa móvel, bem como as coisas
empenhadas continuam no poder do devedor nos seguintes casos:
Penhor rural;
 Penhor industrial; 
Penhora Mercantil;  O devedor deve guardar e conservar a
Penhor de veículos. coisa
Partes do penho r:

Devedor pignoratício: Dá
 a coisa em garantia;
Credor pignoratício: Tem o crédito e o direito real de garantia.
ATENÇÃO: A instituição do penhor será efetivada por instrumento público ou particular. Se
instrumento particular, deve ser levado a registro no cartório de títulos e documentos. Se não
houver o registro, a eficácia será inter partes.
b) Tipos de penhor:
I. Penhor legal (arts. 1462-1472, CC/02);
II. Penhor Convencional ou comum: Transmissão de posse do devedor ao credor;
III. Convencional Especial: Possui algumas espécies
Penhor rural: Constitui-se sobre imóveis, por instrumento público ou particular, registrado
 no cartório de registro de imóveis.
O credor poderá emitir cédula rural pignoratícia;
Modalidades:
Penhor agrícola: Prazo de 03 anos. O segundo penhor terá preferência sobre o
primeiro;
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Penhor pecuário: Prazo de 04 anos.


 Penhor industrial e mercantil;
 Penhor de direito e títulos de crédito;
 Penhor de veículos: prazo de 02 anos.
ATENÇÃO: Enquanto não cancelado o penhor, ele terá eficácia erga omnes.
6.4. Hipoteca: Recai sobre bens imóveis, NÃO havendo transmissão da posse das coisas entre as
partes. Assim, um bem imóvel remanesce em poder do devedor ou de terceiro, assegurando
preferencialmente ao credor o pagamento de uma dívida.
Partes na hipoteca:
Devedor hipotecante;
Credor hipotecário.
ATENÇÃO: A hipoteca deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis do local do imóvel,
ou no de cada um deles, se o título de referir a mais de um bem.
b) Objeto da hipoteca:
Bens imóveis e acessórios dos imóveis;
 Domínio direto;
 Domínio útil;
Estradas de ferro, devendo as hipotecas serem registradas no município da estação inicial
 da respectiva linha;
 Jazidas, minas, energia hidráulica, monumentos arqueológicos;
 Navios;
Aeronaves;
 Direito de uso especial para fins de moradia;
 Direito real de uso;
Propriedade superficiária.
É admitida a sub-hipoteca e o fracionamento, se o imóvel dado em garantia for
loteado. c) Classificação:
I) Convencional:
 Comum: Recai sobre imóvel ou sobre recursos minerais;
Especial: Quando se trata de bens diversos de imóveis.
ATENÇÃO – PEREMPÇÃO DA HIPOTECA CONVENCIONAL: É a extinção pelo decurso do prazo
máximo de 30 anos, a contar da data da instituição por negócio jurídico (art. 1485).
II) Legal: Prevista nos arts. 1489-1498, do CC/02.
III) Judicial: Prevista no art. 495, do CPC:
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro
e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em
prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
IV) Cedular: Prevista no art. 1486 do CC:
Art. 1.486. Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hipoteca, autorizar a emissão da
correspondente cédula hipotecária, na forma e para os fins previstos em lei especial.

Extinção da hipoteca:
Pelo implemento da condição resolutiva;

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Com a averbação, no cartório de registro de imóveis, do cancelamento do registro, à vista


 da respectiva prova.
 Desapropriação;
Usucapião: Extingue qualquer vínculo real, por ser forma originária de aquisição da
 propriedade;
 Confusão: O credor passa a ser proprietário do imóvel
Perempção do direito hipotecário: após 30 anos sem a execução da hipoteca ou sem o seu
 cancelamento, perderá efeito.
ATENÇÃO: SÚMULA 308 DO STJ – A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro,
anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, n~~ao tem eficácia perante
os adquirentes.
6.5. Anticrese: Um imóvel dado em garantia é transmitido do devedor, ou por terceiro, ao credor,
podendo este retirar da coisa os frutos para pagamento da dívida.
a) Partes:
Devedor anticrético;
Credor hipotecário.
O imóvel dado em anticrese pode ser hipotecado a terceiros, assim como o imóvel hipotecado
pode ser dado em anticrese.
ATENÇÃO: DIREITO DE LAJE – Com a MP 759/2016, o CC/02 foi alterado para
prever o direito de laje. Trata-se do famoso puxadinho, construção improvisada,
geralmente sem autorização do poder público, realizada acima da propriedade de
terceiro, com a sua autorização.
Sugerimos a leitura: https://jus.com.br/artigos/54931/direito-real-de-laje-
primeiras-impressoes

Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de


unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma
mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua
construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente
construída sobre o solo.
1º O direito real de laje somente se aplica quando se constatar a
impossibilidade de individualização de lotes, a sobreposição ou a solidariedade
de edificações ou terrenos.
2º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos
públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária
autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes
ao proprietário do imóvel original.
3º Consideram-se unidades imobiliárias autônomas aquelas que possuam
isolamento funcional e acesso independente, qualquer que seja o seu uso,
devendo ser aberta matrícula própria para cada uma das referidas unidades.
4º O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos
que incidirem sobre a sua unidade.
5º As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser
alienadas e gravadas livremente por seus titulares, não podendo o adquirente
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instituir sobrelevações sucessivas, observadas as posturas previstas em


legislação local.
6º A instituição do direito real de laje não implica atribuição de fração ideal
de terreno ao beneficiário ou participação proporcional em áreas já edificadas.
7º O disposto neste artigo não se aplica às edificações ou aos conjuntos de
edificações, de um ou mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades
isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não, nos termos deste Código
Civil e da legislação específica de condomínios.
8º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias
e urbanísticas associadas ao direito real de laje.

PARCELAMENTO DO SOLO URBANO


Definição de solo urbano: A Lei nº 6766/79 traz regras sobre o parcelamento do solo urbano.
O CTN delega à lei municipal a definição de solo urbano, mas traz como exigência o critério da
oferta de serviços públicos para qualificar como solo urbano, de modo que, caso o terreno seja
servido de dois dos cinco serviços públicos elencados em lei, será considerado urbano e sujeito à
cobrança do IPTU.
- Competência legislativa: É competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal para
legislar sobre direito urbanístico (art. 24, I, CF/88), e dos Municípios para legislar sobre assuntos
de interesse local (art. 30, CF/88).
Funções primordiais do solo urbano:
Moradia;
 Circulação;
Lazer;
 Trabalho.
Parcelamento
3.1. Espécies:
Loteamento: Subdivisão das glebas em lotes destinados à edificação, com abertura de
 novas vias de circulação e logradouros públicos.
O loteamento cria ruas, praças, altera o desenho urbano da região;
Só surge voluntariamente;
É objeto de registro público.
Desmembramento: Subdivisão das glebas em lotes destinados à edificação, com abertura
de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação e
 ampliação das vias já existentes.
Apenas divide o espaço privado em unidades menores, não alterando a
configuração da cidade;
Pode ocorrer por força de decisão judicial;
É averbado.
ATENÇÃO:
Tanto o parcelamento quanto o desmembramento são obrigados a cumprir as regras do
Plano Diretor;

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Remembramento: É o oposto do desmembramento, união entre duas unidades, criando


área maior. NÃO cria espaço público;
Desdobro: É a repartição do lote, sem necessidade de urbanização ou venda por oferta
pública. NÃO altera o desenho da cidade, nem cria novo aglomerado. Difere do
desmembramento por incidir apenas sobre o lote e não necessariamente se destinar à
 edificação.
O loteamento pode ser intermunicipal, mas o lote deve se situar apenas em um município.
É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento não
registrado.
3.2. Infraestrutura básica dos parcelamentos:
Equipamentos urbanos de escoamento de água
pluviais; Iluminação pública;
Esgotamento sanitário;
Abastecimento de água potável;
Energia elétrica pública e domiciliar;
Vias de circulação.
3.3. Vedações ao parcelamento:
 Em terrenos alagadiços;
 Em terrenos que tenha sido aterrados;
 Em terreno com aclive igual ou superior a 30%;
Em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
Em áreas de preservação ecológica.
3.4. Requisitos para o loteamento:
Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I - As áreas
destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário,
bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação
prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem;

- Os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente
mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica
ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos
órgãos públicos competentes;
III - Ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias
e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de
cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica

*ATENÇÃO: Trata-se de limitação administrativa e, por envolverem interesse público, não


são transacionáveis, são imprescritíveis e irrenunciáveis.

IV - As vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou


projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.

3.5. Projeto de loteamento:

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Fixação de diretrizes: ANTES da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá


solicitar à Prefeitura a definição de diretrizes para o uso do solo, traçados dos lotes, sistema viário
e espaços livres. Deve, para tanto, apresentar planta do imóvel com os requisitos do art. 6º, da Lei
de Parcelamento urbano (Lei nº 6.766/79). A Prefeitura fará a especificação desses limites,
mediante diretrizes expedidas com vigência de 04 (quatro) anos.
- Se o município não se manifestar no prazo legal, o loteador poderá prosseguir com o seu
processo. - Municípios com menos de 50 mil habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver
diretrizes de urbanização na zona do parcelamento podem dispensar a fixação de diretrizes.

Apresentação do projeto à Prefeitura Municipal ou Distrito Federal, acompanhada de


certidão atualizada da matrícula da gleba, certidão negativa de tributos municipais e
instrumento de garantia.
- Deve conter, dentre outros, o memorial descritivo, documento que contém todas as restrições
que incidirão no terreno.
- O loteador está sujeito a todas as restrições que impôs aos adquirentes dos lotes, não podendo
dar aos remanescentes destinação diversa da prevista no memorial descritivo.

III) Aprovação pela Prefeitura Municipal

Atenção:

Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e
desmembramentos nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)
I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos
mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas
por legislação estadual ou federal;
Il - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou
que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações
urbanas, definidas em lei estadual ou federal;
III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m².
Parágrafo único - No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de
município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do
projeto caberão à autoridade metropolitana.

Se transcorrerem os prazos sem manifestação do Poder Público, o projeto será considerado


rejeitado, assegurada a indenização por eventuais danos derivados da omissão.
Prazo para aprovação nos municípios em que a legislação for omissa:
 90 dias: Aprovação;
60 dias: Aceitação ou recusa fundamentada nas obras de urbanização.

IV) Execução: Deve ocorrer no prazo previsto no projeto, sob pena de caducidade da aprovação.
Registo imobiliário: Aprovado o projeto, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário
em 180 dias, sob pena de caducidade da aprovação, com os documentos previstos no art. 18, da
Lei de Parcelamento Urbano.
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Diante da natureza real, a lei exige a outorga uxória não apenas para registro do loteamento,
mas para os demais atos futuros de alienação.
O RGI NÃO aceita projetos que não tenham sido aprovados pela Prefeitura.
Após a aprovação pela Prefeitura e registro junto ao Ofício de Imóveis, os lotes podem ser
regularmente comercializados.

Loteamento Irregulares x Loteamentos clandestinos


Loteamentos irregulares: Aprovados pela Prefeitura, não são objeto de
registro público ou são implantados de forma diversa da aprovada na
Prefeitura e assim registrados no RGI;
Loteamentos Clandestinos: Implantados sem sequer receber aprovação
pela Prefeitura.

Publicação de edital de pedido de registro: Examinada a documentação, o oficial do registro
de imóveis encaminha comunicado à Prefeitura e fará publicar resumo com pequeno desenho da
área e edital do pedido de registro em 03 (três) dias consecutivos, podendo ser impugnado em 15
(quinze) dias, contados da última publicação.
 NÃO houve impugnação: Será feito imediatamente o registro;
Houve impugnação: O oficial o RGI intimará o requerente e a Prefeitura para se manifestar
em 05 (cinco) dias, sob pena de arquivamento. E posteriormente o processo será enviado
ao juiz competente, que decidirá.

3.6. Cancelamento do loteamento:

Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado:


I - por decisão judicial;
- a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando
for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato;
III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência
da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado.
§ 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar
inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado
qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências.

3.7. Regularização de loteamento não registrado:

Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo
loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou desmembramento não autorizado
ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para
evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos
adquirentes de lotes.
1º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que promover a
regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o levantamento das prestações
depositadas, com os respectivos acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do § 1º
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do art. 38 desta Lei, a título de ressarcimento das importâncias despendidas com equipamentos
urbanos ou expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento.
2º As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal
quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso não sejam
integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo anterior, serão exigidas na
parte faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei.
3º No caso de o loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo anterior, a Prefeitura
Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as prestações dos
adquirentes, até o valor devido.
4º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para assegurar a
regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de
importâncias despendidas, ou a despender, poderá promover judicialmente os
procedimentos cautelares necessários aos fins colimados.
o
5 A regularização de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal,
o o
quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts. 3 e 4 desta Lei, ressalvado o
o
disposto no § 1 desse último.

Projeto de desmembramento: Aplicam-se as disposições dos loteamentos.

Contratos: A lei de parcelamento urbano tratou dos compromissos de compra e venda, cessão
e promessas de cessão.
- Súmula 239 STJ: O direito à adjudicação compulsória NÃO se condiciona ao registro do
compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.
- Os compromissos de compra e venda, cessões ou promessas de cessão podem ser feitos por
escritura pública ou instrumento particular, com os requisitos do art. 26, da Lei nº 6.766/79.
- o promitente comprador tem preferência na aquisição de imóvel, sendo em relação a ele
ineficazes os atos de alienação e gravame operados posteriormente ao registro do pré-contrato.
- Súmula 84 STJ: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse
advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro.
- Eventual sentença declaratória de falência NÃO rescindirá os contratos de compromisso de compra e
venda ou promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma.
- Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 30 (trinta) dias depois
de constituído em mora o devedor. As benfeitorias úteis ou necessárias deverão ser indenizadas
- Cancelamento do registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão:
 Por decisão judicial;
 Requerimento conjunto das partes contratantes;
Quando houver rescisão comprovada do contrato.

Referências Bibliográficas:
Manual de Direito Civil. Flávio Tartuce.
Fernanda Lousada Cardoso. Direito Urbanístico.

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LEITURA APARTADA

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.11 - LICITAÇÕES PÚBLICAS (2016)


7ª ed. - Rev., amp. e atualizada
Autor: Ronny Charles L. de Torres
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/13e75b7e6809d29b241af5d1cb02b923.pdf

PÁGINAS 194 a 257 (focos nos artigos, comentários e julgados). Somente ler as questões
objetivas se tiver tempo sobrando.

SÚMULA VINCULANTE TODO DIA

Alta chance de ser cobrado (+++)


Média chance de ser cobrada (++)
Pouca chance (+)

SÚMULA VINCULANTE 23 (+++)

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em


decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

SÚMULA VINCULANTE 24 (+++)

Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei
nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

SÚMULA VINCULANTE 25 (+++)

ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do

depósito. SÚMULA VINCULANTE 26 (+)

Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou


equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos
objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado,
a realização de exame criminológico.

SÚMULA VINCULANTE 27 (+)

Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.

SÚMULA VINCULANTE 28 (+++)


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inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação


judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

SÚMULA VINCULANTE 29 (+++)

constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo


própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

SÚMULA VINCULANTE 30
(A Súmula Vinculante 30 está pendente de publicação)

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DIAS 51 e 52

DISCIPLINA
AMBIENTAL:

Tutela processual
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Tutela processual do meio ambiente. Ação Civil Pública. Ação Popular. Mandado de
Segurança Coletivo.

1.Direito Ambiental Esquematizado - Frederico Amado

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/83acdae2128388c5b30ba
3b556f5a1f2.pdf

CAPÍTULO: 23

2.MANUAL DE DIREITO AMBIENTAL (2017)


7a edição: Revista, ampliada e atualizada
Autor: Romeu Thomé
Curso de Direito Ambiental. Autor: Romeu Thomé – Ed. Juspodivm

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/1ec1f2a3f753abba6316e1
0bae181935.pdf

CAPÍTULO: 11

RESUMO DO DIA

AMBIENTAL

A fim de não se tornar repetitivo, aconselhamos a releitura dos temas em Direito Processual Civil.
Demais disso, segue abaixo transcrição da Jurisprudência em Tese do STJ em Direito Ambiental.

Admite-se a condenação simultânea e cumulativa das obrigações de fazer, de não fazer e de


indenizar na reparação integral do meio ambiente.

Acórdãos

REsp 1328753/MG,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em


28/05/2013,DJE 03/02/2015
REsp 1307938/GO,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
16/06/2014,DJE 16/09/2014

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AgRg no REsp 1415062/CE,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em


13/05/2014,DJE 19/05/2014
REsp 1269494/MG,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em
24/09/2013,DJE 01/10/2013
REsp 1264250/MG,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, Julgado em
03/11/2011,DJE 11/11/2011
Decisões Monocráticas

AREsp 294496/SC,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em


13/05/2013,Publicado em 23/05/2013
AREsp 056382/MG,Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, Julgado em
17/09/2014,Publicado em 03/10/2014
REsp 1229768/MG,Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
29/08/2013,Publicado em 05/09/2013
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0453, publicado em 29 de outubro de 2010.

É vedado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -


IBAMA impor sanções administrativas sem expressa previsão legal.

Acórdãos

AgRg no REsp 1164140/MG,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em


13/09/2011,DJE 21/09/2011
AgRg no REsp 1144604/MG,Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA,Julgado
em 20/05/2010,DJE 10/06/2010
REsp 1080613/PR,Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
23/06/2009,DJE 10/08/2009
REsp 1050381/PA,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em
16/12/2008,DJE 26/02/2009
Decisões Monocráticas

AREsp 557714/MG,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em


18/12/2014,Publicado em 03/02/2015
AREsp 574512/RO,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, Julgado em
18/09/2014,Publicado em 30/09/2014
Ag 385055/SP,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, QUARTA TURMA,Julgado em
09/08/2001,Publicado em 24/09/2001

Não há direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente, não existindo permissão ao
proprietário ou posseiro para a continuidade de práticas vedadas pelo legislador.

Acórdãos

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REsp 1172553/PR,Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em


27/05/2014,DJE 04/06/2014
AgRg no REsp 1367968/SP,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em
17/12/2013,DJE 12/03/2014
EDcl nos EDcl no Ag 1323337/SP,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA,Julgado em 22/11/2011,DJE 01/12/2011
REsp 948921/SP,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em
23/10/2007,DJE 11/11/2009
Decisões Monocráticas

MC 023429/SC,Rel. Ministra MARGA TESSLER (JUÍZA FEDERAL CONVOCADA DO TRF 4ª REGIÃO),


PRIMEIRA TURMA,Julgado em 17/10/2014, Publicado em 21/10/2014
REsp 1240201/PR,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
07/08/2014,Publicado em 14/08/2014

O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a quem


supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância
lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva.

Acórdãos

REsp 1237893/SP,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em


24/09/2013,DJE 01/10/2013
AgRg no AREsp 206748/SP,Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA,Julgado em 21/02/2013,DJE 27/02/2013
REsp 883656/RS,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em
09/03/2010,DJE 28/02/2012
AgRg no REsp 1192569/RJ,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em
19/10/2010,DJE 27/10/2010
REsp 1049822/RS,Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
23/04/2009,DJE 18/05/2009

É defeso ao IBAMA impor penalidade decorrente de ato tipificado como crime ou


contravenção, cabendo ao Poder Judiciário referida medida.

Acórdãos

AgRg no REsp 1164140/MG,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em


13/09/2011,DJE 21/09/2011
AgRg no REsp 1144604/MG,Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA,Julgado
em 20/05/2010,DJE 10/06/2010
REsp 1080613/PR,Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
23/06/2009,DJE 10/08/2009

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REsp 1050381/PA,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em


16/12/2008,DJE 26/02/2009
Decisões Monocráticas

AREsp 557714/MG,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em


18/12/2014,Publicado em 03/02/2015
AREsp 574512/RO,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, Julgado em
18/09/2014,Publicado em 30/09/2014
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0389, publicado em 03 de abril de 2009.

O emprego de fogo em práticas agropastoris ou florestais depende necessariamente de


autorização do Poder Público.

Acórdãos

AgRg nos EREsp 738031/SP,Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO,Julgado
em 28/05/2014,DJE 04/08/2014
AgRg no AREsp 048149/SP,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em
12/04/2012,DJE 17/04/2012
REsp 1179156/PR,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, Julgado em
12/04/2011,DJE 27/04/2011
EREsp 418565/SP,Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, Julgado em
29/09/2010,DJE 13/10/2010
EREsp 439456/SP,Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, Julgado em 08/08/2007,DJ
27/08/2007
REsp 439456/SP,Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, Julgado em
03/08/2006,DJ 26/03/2007
Decisões Monocráticas

AREsp 210039/SP,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em


18/09/2012,Publicado em 20/09/2012
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0321, publicado em 01 de junho de 2007.

Os responsáveis pela degradação ambiental são co-obrigados solidários, formando-se, em


regra, nas ações civis públicas ou coletivas litisconsórcio facultativo.

Acórdãos

AgRg no AREsp 432409/RJ,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,Julgado em


25/02/2014,DJE 19/03/2014
REsp 1383707/SC,Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 08/04/2014,DJE
05/06/2014
128

DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUR TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

AgRg no AREsp 224572/MS,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em


18/06/2013,DJE 11/10/2013
REsp 771619/RR,Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 16/12/2008,DJE
11/02/2009
REsp 1060653/SP,Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
07/10/2008,DJE 20/10/2008
REsp 884150/MT,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 19/06/2008,DJE
07/08/2008
REsp 604725/PR,Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,Julgado em 21/06/2005,DJ
22/08/2005
Decisões Monocráticas

REsp 1377700/PR,Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,Julgado em


08/09/2014,Publicado em 12/09/2014
Ag 1280216/RS,Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA,Julgado em
28/03/2014,Publicado em 03/04/2014
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0360, publicado em 20 de junho de 2008.

Em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade civil do Estado quando a omissão de


cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o
agravamento do dano causado.

Acórdãos

AgRg no REsp 1001780/PR,Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA,Julgado


em 27/09/2011,DJE 04/10/2011
REsp 1113789/SP,Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, Julgado em 16/06/2009,DJE
29/06/2009
REsp 1071741/SP,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em
24/03/2009,DJE 16/12/2010
AgRg no Ag 973577/SP,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,Julgado
em 16/09/2008,DJE 19/12/2008
AgRg no Ag 822764/MG,Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
05/06/2007,DJ 02/08/2007
REsp 647493/SC,Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, Julgado em
22/05/2007,DJ 22/10/2007
Decisões Monocráticas

AREsp 495377/RJ,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, Julgado em


28/05/2014,Publicado em 02/06/2014
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0427, publicado em 19 de março de 2010.

129

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A obrigação de recuperar a degradação ambiental é do titular da propriedade do imóvel, mesmo


que não tenha contribuído para a deflagração do dano, tendo em conta sua natureza propter rem
.

Acórdãos

REsp 1240122/PR,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em


28/06/2011,DJE 11/09/2012
REsp 1251697/PR,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, Julgado em
12/04/2012,DJE 17/04/2012
AgRg no REsp 1137478/SP,Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA,Julgado
em 18/10/2011,DJE 21/10/2011
AgRg no REsp 1206484/SP,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em
17/03/2011,DJE 29/03/2011
AgRg nos EDcl no REsp 1203101/SP,Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA
TURMA,Julgado em 08/02/2011,DJE 18/02/2011
REsp 1090968/SP,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 15/06/2010,DJE
03/08/2010
REsp 926750/MG,Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,Julgado em 20/09/2007,DJ
04/10/2007
Decisões Monocráticas

REsp 1186023/SP,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em


05/03/2014,Publicado em 11/03/2014
AREsp 228067/MG,Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
27/11/2012,Publicado em 29/11/2012
Ag 1405492/SP,Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, Julgado em
31/05/2011,Publicado em 07/06/2011
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0439, publicado em 18 de junho de 2010.

A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade
do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de
excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (Tese julgada sob
o rito do art. 543-C do CPC/1973)

Acórdãos

REsp 1374284/MG,Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, Julgado em


27/08/2014,DJE 05/09/2014
AgRg no AgRg no AREsp 153797/SP,Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA,Julgado em
05/06/2014,DJE 16/06/2014

130

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REsp 1373788/SP,Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,Julgado em


06/05/2014,DJE 20/05/2014
AgRg no REsp 1412664/SP,Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, Julgado em
11/02/2014,DJE 11/03/2014
AgRg no AREsp 273058/PR,Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,Julgado
em 09/04/2013,DJE 17/04/2013
AgRg no AREsp 119624/PR,Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA,Julgado em 06/12/2012,DJE 13/12/2012
REsp 1114398/PR,Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, Julgado em 08/02/2012,DJE
16/02/2012
REsp 442586/SP,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 26/11/2002,DJ
24/02/2003 Decisões Monocráticas

AREsp 642570/PR,Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA,Julgado em


02/02/2015,Publicado em 18/02/2015
Veja também os periódicos (atualizados até a data de publicação):
Informativo de Jurisprudência n. 0545, publicado em 10 de setembro de 2014.

Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da


Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula n.
467/STJ)(Tese julgada sob o rito do art. 543-C/1973)

Acórdãos

AgRg no REsp 1363437/DF,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA


TURMA,Julgado em 12/11/2013,DJE 20/11/2013
REsp 1275014/RS,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em
11/04/2013,DJE 09/05/2013
AgRg no REsp 1152786/SC,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em
17/02/2011,DJE 23/02/2011
AgRg no Ag 1158805/SC,Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, Julgado em
10/08/2010,DJE 20/08/2010
AgRg no Ag 1069662/SP,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 01/06/2010,DJE
30/06/2010
REsp 1115078/RS,Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, Julgado em 24/03/2010,DJE
06/04/2010
Decisões Monocráticas

AREsp 445481/SP,Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em


24/09/2014,Publicado em 29/09/2014
Saiba mais:
Súmula Anotada n. 467

131

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LEITURA APARTADA

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.11 - LICITAÇÕES PÚBLICAS (2016)


7ª ed. - Rev., amp. e atualizada
Autor: Ronny Charles L. de Torres
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/13e75b7e6809d29b241af5d1cb02b923.pdf

PÁGINAS 258 a 309 (focos nos artigos, comentários e julgados). Somente ler as questões
objetivas se tiver tempo sobrando.

SÚMULA VINCULANTE TODO DIA

Alta chance de ser cobrado (+++)


Média chance de ser cobrada (++)
Pouca chance (+)

SÚMULA VINCULANTE 31 (+++)

inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre


operações de locação de bens móveis.

SÚMULA VINCULANTE 32 (+++)

O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.

SÚMULA VINCULANTE 33 (+++)

Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social
sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal,
até a edição de lei complementar específica.

SÚMULA VINCULANTE 34 (+)

A Gratificação de Desempenho de Atividade de Seguridade Social e do Trabalho – GDASST,


instituída pela Lei 10.483/2002, deve ser estendida aos inativos no valor correspondente a 60
(sessenta) pontos, desde o advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei
10.971/2004, quando tais inativos façam jus à paridade constitucional (EC 20/1998, 41/2003 e
47/2005).

SÚMULA VINCULANTE 35 (+)

A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao

132

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Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou


requisição de inquérito policial.

SÚMULA VINCULANTE 36 (+)

Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e
de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro
(CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

SÚMULA VINCULANTE 37 (+++)

Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

SÚMULA VINCULANTE 38 (+++)

É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

133

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DIAS 53 E 54

DISCIPLINA
CONSTITUCIONAL:

Advocacia Pública
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Advocacia Pública. Procuradoria-Geral do Estado. Procuradores do Estado.
1.Direito Constitucional Esquematizado: Pedro Lenza

CAPÍTULO: 12 (Item 12.3)

2.CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


9a Edição Conforme o Novo CPC e EC 95/2016
Autor: Bernardo Gonçalves Fernandes

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/8231c4771e13a7e79806b
1df15648e8b.pdf
CAPÍTULO: 18 (Item 2)

3.CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


12a ed.: Rev., amp. e atualizada - Conforme NOVO CPC
Autor: Marcelo Novelino

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/602bdfb8953fd99b738e53
164430040c.pdf
CAPÍTULO: 37

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

1.Resumo de Direito Constitucional Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino

http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975784_SUM.pdf
CAPÍTULO: 10 (Item 3)
DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO:

Controle da administração pública. Conceito. Controle exercido pela administração pública.


Controle legislativo. Controle judicial. Improbidade administrativa. Lei nº 8.429/1992.
Disposições doutrinárias aplicáveis.
INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
ADMINISTRATIVO:

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Controle da Administração Pública: Administrativo, Legislativo, Controle Externo a cargo do


Tribunal de Contas. Controle Judiciário: Sistema de Contencioso Administrativo e de Jurisdição
Una. Crimes contra a Administração Pública e responsabilização. Improbidade Administrativa.
1.CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira – Ed. GEN

http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf

CAPÍTULO: 25

2.Manual de Direito Administrativo. Autor: José dos Santos Carvalho Filho

CAPÍTULO: 15

Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

1.Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto
e Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c
49ee6d024f.pdf

CAPÍTULOS: 15 e 16

2.Resumo de Direito Administrativo Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino

http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf

CAPÍTULO: 13
http://www.grupogen.com.br/resumo-de-direito-administrativo-descomplicado

RESUMO DO DIA

CONSTITUCIONAL

Advocacia Pública
Defesa dos Estados e Distrito Federal: Realizada pelos Procuradores de Estado e Municípios,
incumbido da representação judicial e consultoria jurídica das unidades federativas, com ingresso
a depender da realização de concurso de provas e títulos.
STF: A atividade de assessoramento jurídico do Poder Executivo dos Estados é de ser exercida por
procuradores organizados em carreira, cujo ingresso depende de concurso público de provas e
títulos, com a participação da OAB em todas as suas fases, nos termos do art. 132 da CF. Preceito
que se destina à configuração da necessária qualificação técnica e independência funcional desses
especiais agentes públicos. É inconstitucional norma estadual que autoriza a ocupante de cargo em
136

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comissão o desempenho das atribuições de assessoramento jurídico, no âmbito do Poder Executivo.


(ADI 4.261, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2-8-2010, Plenário, DJE de 20-8-2010.)

Dentro dos Estados, é possível a contratação de advogados fora dos quadros das
procuradorias?

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATO PARA REALIZAÇÃO DE


SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS, MAS NÃO SINGULARES. ESCRITÓRIO DE
ADVOCACIA. LICITAÇÃO. DISPENSA.
Os serviços descritos no art. 13 da Lei n. 8.666/93, para que sejam contratados sem
licitação, devem ter natureza singular e ser prestados por profissional notoriamente
especializado, cuja escolha está adstrita à discricionariedade administrativa.
Estando comprovado que os serviços jurídicos de que necessita o ente público
são importantes, mas não apresentam singularidade, porque afetos à ramo do
direito bastante disseminado entre os profissionais da área, e não demonstrada a
notoriedade dos advogados – em relação aos diversos outros, também notórios, e
com a mesma especialidade – que compõem o escritório de advocacia contratado,
decorre ilegal contratação que tenha prescindido da respectiva licitação.
Recurso especial não-provido.(STJ - 2ª Turma, RESP 436869/SP, rel. Min. João
Otávio de Noronha, j. 06.12.2005, p. 01.02.2006)

Inf. 756 (1ª Turma): “O Ministro Roberto Barroso consignou que a contratação
direta de escritório de advocacia deveria observar os seguintes parâmetros: a)
necessidade de procedimento administrativo formal; b) notória especialização do
profissional a ser contratado; c) natureza singular do serviço; d) demonstração da
inadequação da prestação do serviço pelos integrantes do Poder Público; e e)
cobrança de preço compatível com o mercado para o serviço.”

Advogado: É profissional habilitado para postular em juízo. Segundo a CF/88, O advogado é


indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei
- Prerrogativas da advocacia:
Princípio da indispensabilidade do advogado: exige-se a subscrição do advogado para a
postulação em juízo. A lei poderá afastá-lo em situações excepcionais, como HC, revisão
criminal e juizados especiais cíveis.
Imunidade do advogado: assegura ao advogado a inviolabilidade por seus atos e
 manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Imunidade não alcança o desacato.
Advogado tem direito a prisão especial (em sala de Estado Maior ou prisão domiciliar, na
falta da primeira) até o trânsito em julgado de decisão condenatória.

JURISPRUDÊNCIA DO STF RELACIONADA COM AS PROCURADORIAS ESTADUAIS

137

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Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação da EC 19/1998)

Procurador de Estado. Vedações estatutárias para exercício de cargo público. Advocacia fora das
atribuições funcionais. Liberdade de conformação do poder constituinte derivado. [ARE 646.761
AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 29-10-2013, 2ª T, DJE de 25-11-2013.]

O Plenário desta Corte, no julgamento definitivo da ADI 175/PR, rel. min. Octavio Gallotti, declarou a
constitucionalidade do art. 56 e parágrafos do ADCT do Estado do Paraná, de 5-10-1989, que
autorizou a permanência, em carreiras especiais criadas por lei, dos que já ocupavam com
estabilidade, naquele momento, cargos e empregos públicos de advogados, assessores e assistentes
jurídicos, para o exercício do assessoramento jurídico nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e
da representação judicial das autarquias e fundações públicas. Os diplomas legais ora impugnados, ao
reunirem numa única carreira os então ocupantes de empregos e cargos públicos preexistentes que já
exerciam as mesmas funções de assessoramento jurídico ao Poder Executivo e de representação
judicial das autarquias, nada mais fizeram do que atender ao comando expresso no mencionado art.
56 do ADCT paranaense, tratando-se, por certo, de hipótese de subsistência excepcional e transitória
autorizada pelo art. 69 do ADCT da CF. A previsão de concurso público de provas e títulos para
ingresso na nova carreira, contida no art. 5º da Lei estadual 9.422/1990, destinou-se, exclusivamente,
àqueles que já eram, no momento de edição da norma constitucional transitória, ocupantes estáveis
de cargos e empregos públicos de advogados, assessores e assistentes jurídicos e que viriam a
preencher, mediante aproveitamento, os 295 cargos criados pelo art. 2º do mesmo diploma.
Impossibilidade, na vacância, de provimento dos cargos da carreira especial de advogado do Estado
do Paraná por outros servidores e, por conseguinte, de realização de novos concursos públicos para
esse fim. Necessidade de obediência ao art. 132 da CF.
[ADI 484, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-11-2011, P, DJE de 1º-2-2012.]

A atividade de assessoramento jurídico do Poder Executivo dos Estados é de ser exercida por
procuradores organizados em carreira, cujo ingresso depende de concurso público de provas e
títulos, com a participação da OAB em todas as suas fases, nos termos do art. 132 da CF. Preceito
que se destina à configuração da necessária qualificação técnica e independência funcional
desses especiais agentes públicos. É inconstitucional norma estadual que autoriza a ocupante de
cargo em comissão o desempenho das atribuições de assessoramento jurídico, no âmbito do
Poder Executivo. Precedentes.
[ADI 4.261, rel. min. Ayres Britto, j. 2-8-2010, P, DJE de 20-8-2010.]
= ADI 4.843 MC-ED-REF, rel. min. Celso de Mello, j. 11-12-2014, P, DJE de 19-2-2015

O cargo de Procurador Geral do Estado é de livre nomeação e exoneração pelo Governador do


Estado, que pode escolher o Procurador Geral entre membros da carreira ou não.
[ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010.] =
ADI 2.682, rel. min. Gilmar Mendes, j. 12-2-2009, P, DJE de 19-6-2009
ADI 2.581, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 16-8-2007, P, DJE de 15-8-2008
138

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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

A garantia da inamovibilidade é conferida pela CF apenas aos magistrados, aos membros do


Ministério Público e aos membros da Defensoria Pública, não podendo ser estendida aos
procuradores do Estado.
[ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010.]

Procurador-Geral do Estado exerce as atribuições, mutatis mutandis, do Advogado-Geral da


União, inclusive no que se refere à função de representar judicialmente o ente federativo a que
está vinculado. Assim, não há que se falar em ausência de legitimidade do Procurador-Geral do
Estado, independentemente de ser membro da carreira, na representação judicial do Estado.
[RE 446.800 ED, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-9-2009, 1ª T, DJE de 2-10-2009.]

Mostra-se harmônico com a CF preceito da Carta estadual prevendo a escolha do Procurador-


Geral do Estado entre os integrantes da carreira.
[ADI 2.581, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 16-8-2007, P, DJE de 15-8-2008.]
ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010

A estruturação da Procuradoria do Poder Legislativo distrital está, inegavelmente, na esfera de


competência privativa da Câmara Legislativa do DF. Inconsistência da alegação de vício formal por
usurpação de iniciativa do Governador. A Procuradoria-Geral do Distrito Federal é a responsável
pelo desempenho da atividade jurídica consultiva e contenciosa exercida na defesa dos interesses
da pessoa jurídica de direito público Distrito Federal. Não obstante, a jurisprudência desta Corte
reconhece a ocorrência de situações em que o Poder Legislativo necessite praticar em juízo, em
nome próprio, uma série de atos processuais na defesa de sua autonomia e independência frente
aos demais Poderes, nada impedindo que assim o faça por meio de um setor pertencente a sua
estrutura administrativa, também responsável pela consultoria e assessoramento jurídico de seus
demais órgãos. Precedentes: ADI 175, DJ de 8-10-1993 e ADI 825-MC, DJ de 2-4-1993. [ADI 1.557,
rel. min. Ellen Gracie, j. 31-3-2004, P, DJ de 18-6-2004.]
= ADI 94, rel. min. Gilmar Mendes, j. 7-12-2011, P, DJE de 16-12-2011

Ação direta de inconstitucionalidade. Arts. 135, I; e 138, caput e § 3º, da Constituição do Estado
da Paraíba. Autonomia institucional da Procuradoria-Geral do Estado. Requisitos para a
nomeação do Procurador-Geral, do Procurador-Geral Adjunto e do Procurador-Corregedor. O
inciso I do mencionado art. 135, ao atribuir autonomia funcional, administrativa e financeira à
Procuradoria paraibana, desvirtua a configuração jurídica fixada pelo texto constitucional federal
para as Procuradorias estaduais, desrespeitando o art. 132 da Carta da República. [ADI 217, rel.
min. Ilmar Galvão, j. 25-8-2002, P, DJ de 13-9-2002.]
= ADI 291, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2010, P, DJE de 10-9-2010

O princípio da razoabilidade, a direcionar no sentido da presunção do que normalmente ocorre,


afasta a exigência, como ônus processual, da prova da qualidade de procurador do Estado por
quem assim se apresenta e subscreve ato processual. O mandato é legal e decorre do disposto
nos arts. 12 e 132, respectivamente do CPC e da CF.
[RE 192.553, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-12-1998, 2ª T, DJ de 16-4-1999.]
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Representação judicial não excludente da Constituição de mandatário ad judicia para causa


específica. Ao conferir aos procuradores dos Estados e do Distrito Federal a sua representação
judicial, o art. 132 da Constituição veicula norma de organização administrativa, sem tolher a
capacidade de tais entidades federativas para conferir mandato ad judicia a outros advogados
para causas especiais.
[Pet 409 AgR, rel. p/ o ac. min. Sepúlveda Pertence, j. 18-4-1990, P, DJ de 29-6-1990.]

Redação Anterior:
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e a
consultoria jurídica das respectivas unidades federadas, organizados em carreira na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, observado o disposto no art. 135.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após
relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação da EC 19/1998)
Fonte: A Constituição Federal e o Supremo
http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp#visualizar

ADMINISTRATIVO

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

É o conjunto de instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico para permitir a fiscalização


da atuação estatal por órgãos da administração pública, poderes Legislativo e Judiciário + Povo.
Revisão das condutas administrativas: manifestação da autotutela.
Pelo duplo grau de julgamento, existe sempre a possibilidade de revisão dos atos
administrativos, por provocação do particular ou de ofício, por iniciativa do órgão controlador.

Aspectos do controle:
Controle de Legalidade: Toda conduta administrativa deve estar prevista em lei;
Controle de Mérito: Oportunidade e conveniência.
OBS: Controle da Administração x Controle da atividade política do Estado -> O controle político
adequa as políticas estatais à legislação aplicável.
Ressalta-se que o controle de legalidade foi ampliado para abranger a necessidade de
compatibilidade dos atos administrativos com todo ordenamento jurídico, não apenas com a lei
formal. A exigência de respeito à lei e ao Direito insere-se no denominado princípio da juridicidade.

2) Classificação:
Quanto à natureza do órgão controlador:
I. Legislativo: Controle parlamentar direto ou pelo Tribunal de Contas;
II. Judicial: Apenas no aspecto da legalidade;
III. Administrativo: Poder de autotutela da Administração.

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Quanto à extensão do controle:


Interno: Exercido dentro de um mesmo poder, seja por órgãos especializados ou entre
órgãos de uma mesma identidade, em relação de hierarquia.
Externo: Exercido por um poder em relação aos atos administrativos praticados por outro
poder do Estado. Se inclui o controle popular.
Controle Social: implementado pela sociedade civil, segundo Rafael Oliveira.

Quanto ao âmbito de atuação:


Por subordinação: Realizado por autoridade hierarquicamente superior a quem praticou o
ato -> manifestação do Poder hierárquico;
AUTOTUTELA – O controle é justificado pela hierarquia administrativa inerente à
estruturação interna das pessoas administrativas.
Por vinculação: Decorre do Poder exercido pela Administração direta sobre entidades
descentralizadas (controle finalístico).
TUTELA ADMINISTRATIVA OU SUPERVISÃO MINISTERIAL – relação de mera vinculação, e
não de subordinação. Só é permitida se houver previsão legal expressa.

Quanto à natureza:
Controle de Legalidade: Analisa se o ato administrativo foi praticado em conformidade com
o ordenamento jurídico. Pode ocorrer pela própria administração pública ou Judiciário.
Controle de Mérito: Verifica a conveniência e oportunidade. Importa revogação do ato,
NÃO cabendo ao Judiciário realizar esse controle (SALVO se na função atípica).

Momento de Exercício
I. Prévio;
Concomitante;
Posterior.

Iniciativa:
De Oficio;
Provocado.

Controle Administrativo exercido pela própria administração (PODER DE


AUTOTUTELA): a) Meios de Controle:
Fiscalização hierárquica;
Supervisão Ministerial (Controle Finalístico)

Provocação da Administração Pública: Decorre do direito de petição e pode se dar por


Representação: ato em que o particular requer a anulação do ato lesivo ao interesse público.
Nesse caso, o peticionante NÃO é diretamente prejudicado, agindo como coletividade;
Reclamação: Objetiva a retirada de conduta administrativa que viola direito preexistente
 do peticionante;
Pedido de Reconsideração: Pedido de retratação da autoridade à conduta anteriormente
praticada.
141

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c) Recursos Administrativos
STF: O DUPLO GRAU É INERENTE À GARANTIA DA AMPLA DEFESA!
Na seara administrativa, NÃO há vedação à reformatio in pejus.
Recurso hierárquico próprio: Endereçado à autoridade hierárquica superior a que praticou o
ato recorrido, dentro da estrutura orgânica da mesma pessoa jurídica.
Recurso hierárquico impróprio: Dirigido à autoridade que NÃO possui posição de superioridade
hierárquica a quem praticou o ato (poder decorrente da supervisão ministerial).

Órgãos interno de controle


a) Controladoria Geral
- NÃO tem função consultiva, mas de efetiva fiscalização, orientação e revisão de atos praticados
no Poder executivo.
- A CGU encaminhará à AGU os casos de improbidade administrativa e todos quantos
recomendem a indisponibilidade de bens, ressarcimento ao erário e outras providências da AGU.

CNJ e CNMP
Corregedorias: Devem estar presentes nos 03 poderes do Estado.

5) Controle Legislativo
Controle parlamentar direto: Sobre as atividades da Administração, só pode se dar nas
hipóteses taxativamente previstas na CF, sob pena de violação à tripartição de poderes.

Controle dos Tribunais de contas: LER MAIS NO RESUMO SOBRE CONTROLE – DIREITO
FINANCEIRO

Controle Judicial
Quanto ao controle da Administração Pública, o Direito brasileiro adotou o SISTEMA DE
JURISDIÇÃO ÚNICA (INGLÊS), em que todos os litígios podem ser levados ao Poder Judiciário.
Prazo Prescricional: 05 anos.
Coisa Julgada Administrativa: NÃO impede a revisão judicial da decisão prolatada.
Sistemas de controle judicial:
 Sistema da dualidade da jurisdição (contencioso administrativo): De origem francesa,
consagra duas ordens de jurisdição: ordinária, exercida pelo Judiciário, e administrativa,
 exercida por juízes e Tribunais Administrativos;
Sistema da jurisdição una: De origem inglesa, atribui ao Poder Judiciário o poder de
 decidir de maneira definitiva sobre a juridicidade de todos os atos praticados.
TENDÊNCIAS DO CONTROLE JURISDICIONAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS A PARTIR DE UMA
VISÃO PRAGMÁTICA:
Relativização do formalismo e ênfase no resultado: Supressão de controles meramente
formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco e predomínio da verificação
das consequências da ação administrativa;
Predomínio do controle a posteriori em detrimento do controle preventivo: O intuito é
evitar que os órgãos de controle se transformem em administradores ou gestores.
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STF: Já declarou a inconstitucionalidade de norma que estipulava o dever genérico de


envio de todas as minutas de editais de licitação e contratos às cortes de contas, tendo em
vista o princípio da separação e poderes.
Controle judicial primordialmente ablativo e não substitutivo: A atividade judicial, em
respeito à capacidade das instituições dos demais poderes (teoria dos diálogos
institucionais) e às próprias limitações institucionais do Poder Judiciário, deve ser
 predominantemente corretiva da atividade administrativa, e não substitutiva.
Reforço da legitimidade das decisões judiciais: Necessidade de maior legitimidade
democrática da atuação jurisdicional, com destaque para as exigências reforçadas de
fundamentação das decisões e diálogo com a sociedade (democracia deliberativa).
Novos mecanismos de controle social e deferência judicial: O ordenamento jurídico tem
previsto, de forma crescente, instrumentos de participação do cidadão na elaboração de
políticas públicas, bem como no controle da ação administrativa. A participação popular em
procedimentos administrativos permite a elaboração de decisão pública a partir de
necessidades e expectativas da sociedade civil. Isso torna a atuação administrativa mais
adequada e legítima, evitando discussões posteriores tendentes a gerar instabilidade social.

Ações Judiciais:
 MS: Preventivo ou repressivo, individual ou coletivo;
 Ação Popular;
 Habeas data;
Ação Civil Pública;
Mandado de Injunção.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Natureza Jurídica: Ação Cível. No entanto, NÃO é regulada pela Lei de Ação Civil Pública, mas
por legislação própria.
- STJ: Os particulares também podem responder pelo crime, desde que se beneficiem ou
concorram para a prática do ato, NÃO podendo ser processado sem um servidor público.
- NÃO basta um elemento para caracterizar o crime de improbidade, devendo existir uma série de
atos que, juntos, a caracterizem.

Competência: Compete privativamente à União legislar sobre improbidade.

Quem se sujeita à lei de improbidade Administrativa:


Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão
punidos na forma desta lei.

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Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre
a contribuição dos cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Responsabilidade do Sucessor do autor de ato de improbidade: O sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta
lei até o limite do valor da herança.
Condutas que configuram improbidade Administrativa previstas na Lei nº 8.429/1992 e suas
respectivas sanções:

Atos que geram Atos que geram danos ao erário Atos que atentam
enriquecimento ilícito contra princípios
Art. 9º LIA Art. 10º LIA Art. 11º LIA
DOLO DOLO + CULPA DOLO
Perda da função pública no Perda da função pública Perda da função
momento da aplicação da pública
pena (STJ)
Indisponibilidade + Perda dos Indisponibilidade + Perda dos -----
bens adquiridos ilicitamente bens adquiridos ilicitamente
Ressarcimento do dano Ressarcimento do dano Ressarcimento do dano
Multa de até 3x o que Multa de até 2x o dano causado Multa de até 100x a
acresceu ilicitamente remuneração do
servidor (*)
Suspensão dos Direitos Suspensão dos Direitos Políticos Suspensão dos Direitos
Políticos de 8 a 10 anos 5 a 8 anos Políticos 3 a 5 anos
Impossibilidade de contratar Impossibilidade de contratar Impossibilidade de
com poder público e receber com poder público e receber contratar com poder
benefícios fiscais de até 10 benefícios fiscais de até 5 anos. público e receber
anos. benefícios fiscais de até
3 anos.

Se o agente que praticou o ato de improbidade NÃO for remunerado por suas funções, o STJ
entende que a multa será de até 100x o salário mínimo.
- STJ: O ressarcimento do dano deve ser aplicado em conjunto com uma ou mais medidas
sancionatórias, pois isoladamente NÃO tem caráter de sanção.
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ATENÇÃO: A RECENTE LC 157/2016 TROUXE NOVO DISPOSITIVO LEGAL, PREVENDO


OS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DE CONCESSÃO OU
APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO:
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou
omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº
116, de 31 de julho de 2003.
- Pena Aplicável na espécie:
 Perda da função pública;
 Suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos
Multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido.

ATENÇÃO – REQUISITOS PARA CONFIGURAR O ATO DE IMPROBIDADE PREVISTO NO ART. 11 DA


LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:

A conduta seja praticada por agente público (ou a ele equiparado), atuando
 no exercício de seu munus público conduta ilícita;
Improbidade do ato, configurada pela tipicidade do comportamento, ajustado
 em algum dos incisos do 11 da LIA;
Elemento volitivo, consubstanciado no DOLO de cometer a ilicitude e causar
 prejuízo ao Erário;
Ofensa aos princípios da Administração Pública.

Nesse sentido: STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1306817/AC, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 06/05/2014 (não divulgado em Info).

ATENÇÃO:
É dispensável a prova de dano para a configuração do ato de improbidade
previsto no art. 11 da Lei n.° 8.249/1992 (STJ. 2ª Turma. REsp 1286466/RS, Rel.
Min. Eliana Calmon, julgado em 03/09/2013).
Também não é necessário que se prove que o agente teve enriquecimento
ilícito com o ato.


Procedimento:
Se a ação for proposta pelo MP, a entidade lesada deverá ser intimada para, possuindo
interesse, atuar como litisconsorte ativa; Se a pessoa jurídica propuser a ação, o MP deverá atuar
como fiscal da lei.

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NÃO há prerrogativa de foro, devendo a ação tramitar perante juízo singular. Porém, para o
STJ, as ações de improbidade propostas em face de membros da magistratura devem ser
propostas diretamente no Tribunal ao qual o agente esteja vinculado.
Prazo de defesa prévia: 15 dias, antes do deferimento ou não da inicial.
 Apelação – Juiz indefere a petição inicial;
Agravo – Juiz defere a inicial

Medidas cautelares incidentais (= autônomas = preparatórias):


a) Afastamento preventivo do servidor: sem prazo máximo;
b) Bloqueio de contas: só pode ser aplicado fora do país;
c) Indisponibilidade de bens: pode ser requerida na ação com a mera demonstração do fumus
boni iuris, já que o periculum in mora é presumido => NÃO se condiciona à comprovação da
dilapidação efetiva do patrimônio;
d) Sequestro de bens

Ação de improbidade Administrativa x Infração disciplinar de improbidade: Segundo o STJ, a ação


de improbidade administrativa não é sinônimo da infração disciplinar de improbidade. Entendeu a
Egrégia Corte que a distinção está na natureza da infração, pois a Lei 8.112/90 tutela a conduta
funcional do servidor, e prevê a infração disciplinar no art. 132, IV, enquanto a lei de improbidade
dispõe sobre sanções aplicáveis a todos os agentes públicos, servidores ou não. Frise-se, inclusive, que
o particular pode ser sujeito passivo da ação de improbidade, e estar sujeito às penalidades, desde
que haja a participação de um agente público no polo passivo da demanda.
Prazo prescricional da ação de improbidade: O prazo prescricional para a propositura de
eventual ação de improbidade é de 05 (cinco) anos contados:
Após o término do mandato, cargo em comissão ou função de confiança;
Dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares punidas
 com demissão a bem do serviço público.
Da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
o
entidades referidas no parágrafo único do art. 1 da Lei de Improbidade.

STJ: Caso sejam exercidos cumulativamente, cargo efetivo e cargo comissionado, ao tempo do
ato reputado ímprobo, deve prevalecer o primeiro para fins de contagem da prescrição, em
razão do vínculo mantido pelo agente com a Administração Pública.
STJ: Eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa NÃO
obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimento dos danos ao erário.

8) Algumas observações:
STJ: A aplicação de TODAS AS PENALIDADES é possível, independente de pedido explícito do autor.
É possível a propositura de ação de improbidade mesmo após a aprovação das contas pelo
Tribunal de contas;
É VEDADA a transação, acordo ou composição na ação de improbidade.
STF: É competente para julgar ações de seus próprios Ministros e decisões do STJ.

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O que decretará a suspensão dos direitos políticos é o trânsito em julgado da ação civil de
improbidade administrativa condenatória. O PAD apenas condena o réu em penas pecuniárias,
advertência, demissão e suspensão do cargo.
A Lei de Improbidade Administrativa NÃO pode ser aplicada retroativamente, para alcançar
fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição da CF/88.
STJ: O tribunal pode reduzir o valor evidentemente excessivo ou desproporcional da pena de
multa por ato de improbidade administrativa (art. 12 da Lei 8.429/1992), ainda que na apelação
não tenha havido pedido expresso para sua redução. Apesar da regra da correlação ou
congruência da decisão, prevista nos arts. 128 e 460 do CPC, pela qual o juiz está restrito aos
elementos objetivos da demanda, entende-se que, em se tratando de matéria de Direito
Sancionador e revelando-se patente o excesso ou a desproporção da sanção aplicada, pode o
Tribunal reduzi-la, ainda que não tenha sido alvo de impugnação recursal. STJ. 1ª Turma. REsp
1.293.624-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 5/12/2013 (Info 533).

ATENÇÃO – COMO O ESTUDO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA REQUER CONHECIMENTO DE


JULGADOS, SEGUE ABAIXO MATERIAL DISPONIBILIZADO NO SITE DO STJ, “JURISPRUDÊNCIA EM
2
TESE” :

É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exigindo-se a


presença de dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o enriquecimento ilícito e o
atentado aos princípios administrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos
 termos do art. 10, que censura os atos de improbidade por dano ao Erário. 
O Ministério Público tem legitimidade ad causam para a propositura de Ação Civil Pública
 objetivando o ressarcimento de danos ao erário, decorrentes de atos de improbidade.
O Ministério Público estadual possui legitimidade recursal para atuar como parte no
Superior Tribunal de Justiça nas ações de improbidade administrativa, reservando-se ao
Ministério Público Federal a atuação como fiscal da lei.
A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, § 7º, da Lei de
Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver comprovado
prejuízo (pas de nullité sans grief).
A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento
fundamentado da petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92,
devendo prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in dubio pro societate.

Disponível em:
http://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia%20em%20teses%20
38%20-%20Improb%20Administrativa%20I.pdf

E
http://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia%20em%20teses%20
40%20-%20Improbidade%20Administrativa%20II.pdf

147

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O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a particulares


 que se beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude.
A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa
não obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimento dos danos
causados ao erário, que é imprescritível (art. 37, § 5º da CF).
É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o
 particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda.
Nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio passivo necessário entre o
 agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo.
A revisão da dosimetria das sanções aplicadas em ação de improbidade administrativa
implica reexame do conjunto fático-probatório dos autos, encontrando óbice na súmula
7/STJ, salvo se da leitura do acórdão recorrido verificar-se a desproporcionalidade entre
 os atos praticados e as sanções impostas.
É possível o deferimento da medida acautelatória de indisponibilidade de bens em ação
de improbidade administrativa nos autos da ação principal sem audiência da parte
adversa e, portanto, antes da notificação a que se refere o art. 17, § 7º, da Lei n. 8.429/92.
É possível a decretação da indisponibilidade de bens do promovido em ação civil Pública
por ato de improbidade administrativa, quando ausente (ou não demonstrada) a prática
de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de risco de alienação, oneração ou
dilapidação patrimonial de bens do acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual
 ressarcimento futuro.
Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode recair sobre
aqueles adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar em consideração, o valor
de possível multa civil como sanção autônoma.
No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional nas ações de
 improbidade administrativa deve ser contado a partir do término do último mandato. 
Os agentes políticos municipais se submetem aos ditames da Lei de Improbidade
Administrativa, sem prejuízo da responsabilização política e criminal estabelecida no
Decreto-Lei 201/1967.
Os Agentes Políticos sujeitos a crime de responsabilidade, ressalvados os atos ímprobos
cometidos pelo Presidente da República (art. 86 da CF) e pelos Ministros do Supremo Tribunal
 Federal, não são imunes às sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4º da CF.
A ação de improbidade administrativa proposta contra agente político que tenha foro por
prerrogativa de função é processada e julgada pelo juiz de primeiro grau, limitada à
imposição de penalidades patrimoniais e vedada a aplicação das sanções de suspensão
 dos direitos políticos e de perda do cargo do réu.
A aplicação da pena de demissão por improbidade administrativa não é exclusividade do
 Judiciário, sendo passível a sua incidência no âmbito do processo administrativo disciplinar.
Havendo indícios de improbidade administrativa, as instâncias ordinárias poderão
 decretar a quebra do sigilo bancário.
O afastamento cautelar do agente público de seu cargo, previsto no parágrafo único, do
 art. 20, da Lei n. 8.429/92, é medida excepcional que pode perdurar por até 180 dias.
O especialíssimo procedimento estabelecido na Lei 8.429/92, que prevê um juízo de delibação
para recebimento da petição inicial (art. 17, §§ 8º e 9º), precedido de notificação do
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demandado (art. 17, § 7º), somente é aplicável para ações de improbidade administrativa
típicas. (Tese julgada sob o rito do artigo 543-C do CPC - TEMA 344).
A indisponibilidade de bens prevista na LIA pode alcançar tantos bens quantos necessários
a garantir as consequências financeiras da prática de improbidade, excluídos os bens
impenhoráveis assim definidos por lei.
Os bens de família podem ser objeto de medida de indisponibilidade prevista na Lei de
Improbidade Administrativa, uma vez que há apenas a limitação de eventual alienação do
 bem.
Aplica-se a medida cautelar de indisponibilidade dos bens do art. 7º aos atos de
improbidade administrativa que impliquem violação dos princípios da administração
pública - no art. 11 da LIA.
O ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei 8.429/92 não requer a
demonstração de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, mas exige a demonstração
de dolo, o qual, contudo, não necessita ser específico, sendo suficiente o dolo genérico.
Nas ações de improbidade administrativa é admissível a utilização da prova emprestada,
 colhida na persecução penal, desde que assegurado o contraditório e a ampla defesa.
O magistrado não está obrigado a aplicar cumulativamente todas as penas previstas no
art. 12 da Lei 8.429/92, podendo, mediante adequada fundamentação, fixá-las e dosá-las
segundo a natureza, a gravidade e as consequências da infração.

Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.

LEITURA APARTADA

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.11 - LICITAÇÕES PÚBLICAS (2016)


7ª ed. - Rev., amp. e atualizada
Autor: Ronny Charles L. de Torres
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/13e75b7e6809d29b241af5d1cb02b923.pdf

PÁGINAS 310 a 361 (focos nos artigos, comentários e julgados). Somente ler as questões
objetivas se tiver tempo sobrando.

SÚMULA VINCULANTE TODO DIA

Alta chance de ser cobrado (+++)


Média chance de ser cobrada (++)
Pouca chance (+)

SÚMULA VINCULANTE 39 (+)

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Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

SÚMULA VINCULANTE 40 (+++)

A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos
filiados ao sindicato respectivo.

SÚMULA VINCULANTE 41 (+++)

O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

SÚMULA VINCULANTE 42 (+++)

inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou


municipais a índices federais de correção monetária.

SÚMULA VINCULANTE 43 (+++)

inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem


prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra
a carreira na qual anteriormente investido.

SÚMULA VINCULANTE 44 (+++)

Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

SÚMULA VINCULANTE 45 (+++)

A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de


função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.

SÚMULA VINCULANTE 46 (+++)

A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de


processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

SÚMULA VINCULANTE 47 (++)

Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal


devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a
expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos
créditos dessa natureza.

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SÚMULA VINCULANTE 48 (+++)

Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do


desembaraço aduaneiro.

SÚMULA VINCULANTE 49 (+++)

Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de


estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

SÚMULA VINCULANTE 50 (+++)

Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

SÚMULA VINCULANTE 51 (+)

O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas Leis 8622/1993 e 8627/1993,
estende-se aos servidores civis do poder executivo, observadas as eventuais compensações
decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas legais.

SÚMULA VINCULANTE 52 (+++)

Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer
das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.

SÚMULA VINCULANTE 53 (+++)

A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança
a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação
constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

SÚMULA VINCULANTE 54 (+)

A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda Constitucional
32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei
desde a primeira edição.

SÚMULA VINCULANTE 55 (+++)

O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.

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SÚMULA VINCULANTE 56 (+++)

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em


regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no
RE 641.320/RS.

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DIAS 55 E 56

Amigos,

Deixamos estes dias sem metas para que vocês possam revisar livremente e, se for o caso,
retirar algum atraso no cumprimento de metas do programa.

Fizemos uma preparação intensa e, por questões metodológica, deixamos a última semana um
pouco mais “light”.

A nossa sugestão é a leitura das súmulas do STF e do STJ que elencamos ao longo da
preparação, bem como dos resumos fornecidos.

A leitura dos materiais de apoio fornecidos também é de extrema importância, bem como dos
simulados (questões e peças).

Quaisquer dúvidas, não deixem de nos procurar, pois estaremos disponíveis até o dia da prova
para saná-las.

Estamos certos de que vocês estão preparados para a prova!

Por fim, se possível for, gostaríamos de receber o feedback de cada um a respeito da


preparação. Para tal, basta enviar um e-mail para preparacaopgepe@aprovacaopge.com.br. A
opinião de cada um é muito importante para que possamos manter os aspectos positivos e,
principalmente, corrigir eventuais falhas cometidas.

Vamos juntos!

Equipe AprovaçãoPGE

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ANEXO

RELAÇÃO DE LEIS MAIS IMPORTANTES PARA A PROVA DISCURSIVA, COM INDICAÇÃO DOS
ARTIGOS MAIS RELEVANTES

DIREITO CONSTITUCIONAL
CF/88 – Artigos: 1ª a 8º, 18 a 28, 59 a 86, 100 e 131 a 132.
Lei 9.868/99 (ADI e ADC) – Artigos: 2º a 28.
Lei 9.882/99 (ADPF) – Artigos: 1º a 13.
Lei 11.417/2006 (Súmula Vinculante) – Todos os artigos.
Lei 12.527/2001 (Regula o acesso a informação) – Artigos: 1º a 22 e 32 a 34.

DIREITO ADMINISTRATIVO
CF/88 – Artigos 37 a 41 e 84.
DL 200/67 (Organização da Administração Pública Federal) – Artigos: 1º a 5º.
Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos) – Artigos: 1º a 5º, 13 a 27, 45, 54 a 55, 57 a 62, 65, 78 a 80, 86 a
88 e 116.
Lei 12.462/2001 (RDC) – Artigos: 1º a 33 e 35 a 44-A, 47 a 47-A.
Lei 10.520/02 (Pregão) – Artigos: 1º a 8º e 11.
Lei 8.987/95 (Serviços Públicos) – Artigos: 1º a 40.
Lei 11.079/04 (Parceria Público-Privado) – Artigos: 1º a13.
DL 3.365/41 (Desapropriação por utilidade pública) – Artigos: 1º a 10.
Lei 4.132/62 (Desapropriação por interesse social) – Artigos: 1º a 5º.
Lei 11.107/05 (Consórcios Públicos) – Artigos: 1º a 13.
Lei 9.784/99 (Processo Administrativo) – Artigo 1º a 17, 50 e 56 a 61.
Dec. 20.910/32 (Regula Prescrição Quinquenal) – Artigos 1º a 10.
Lei 9.637/98 (Organizações sociais) – Artigos: 1º, 2º, 5º a 16.
Lei 9.790/99 (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) – Artigos: 1º a 15-B.
Lei 8.429/92 (Improbidade Administrativa) – Artigos 1º a 12 e 23.
Decreto 6.017/2007 (consórcios públicos) - Artigos: 2º a 35.

DIREITO FINANCEIRO
CF/88: Artigos: 163 a 169.
LC 101/00 (LRF) – Artigos: 1º, 2º , 12, 14, 16, 19, 20, 29 e 30.
Lei 4.320/64 (Normas Gerais de Direito Financeiro) – Artigos: 3º a 6º, 9º, 34, 40 a 46, 58, 60, 61 a 63.

DIREITO TRIBUTÁRIO
CF/88: - Artigos: 145 a 152, 155 e 157 a 162.
Lei 5.172/66 (CTN) – Artigos: 3º a 5º, 7º a 8º, 113 a 204.
Lei 6.830/80 (LEF) – Artigos: 1º a11, 17 ,39 e 40.
Lei nº 8.397/92 (Cautelar Fiscal) – Artigos: 1º a 13.

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Lei 8.137/90 (Crimes contra ordem tributária) - Artigos 1º e 2º.

DIREITO AMBIENTAL
CF/88 – Artigos: 170 VI, 182, 183 e 225.
LC 140/2011 – Artigos: 1º a 17.
Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) – Artigos: 1º a 6º, 9º a 10.
Lei 9.605/98 (Crimes Ambientais) – Artigos: 2º a 24.
Lei 9.985/00 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) – Artigos: 1º a 21.
Lei 11.428/06 (Bioma Mata Atlântica) – Artigos: 2º a 19.
Lei 12.651/2012 (Proteção vegetação nativa) – Artigos: 1º -A, 4º a 34, 38, 41 a 58.
Lei 9.433/97 (Recursos Hídricos) – Artigos: 1º a 5º, 19 a 22.
Resolução Conoma 237/97 – Artigos: 1º a 18.

DIREITO CIVIL
Lei 10.406/02 (Código Civil) – Artigos: 1º a 5º, 11, 41, 50, 79 a 114, 121 a 211, 421 a 426, 441 a 457,
927 a 944 e 1.196 a 1.24
Lei 12.376/10 (LINDB) – Artigos: 1º a 6º.
Lei 8.009/90 (Bem de família) – Artigos: 1º a 5º.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Lei 13.105 (CPC) – Artigos: 1º a 20, 70 a 81, 133 a 137, 182 a 184, 218 a 232, 294 a 311, 319 a 332,
335 a 346, 348 a 349, 496, 535, 948, 949, 966 a 1044.
Lei 8.437/92 (Medida Cautelar contra o poder público) – Todos os artigos.
Lei 9.494/97 (Tutela antecipada contra a Fazenda Pública) – Todos os artigos.
Lei 12.153/2009 (Juizados Especiais Fazenda Pública) – Artigos: 1º a 19.
Lei 4.717/65 (Ação popular) – Artigos: 1º a 3º, 7º, 11, 16 e 19.
Lei 12.016/2009 (Mandado de Segurança) – Artigos: 1º a 23.
Lei 7.347/85 (Ação Civil Pública) – Artigos: 1º a 18.

DIREITO DO TRABALHO
CF/88: Artigo 7º.
Decreto-Lei 5.452 (CLT) – Artigos: 2º, 3º e 468.
Lei 7.783/89 (Direito de Greve) – Artigos: 1º a 14.
Lei 8.666/93 – Art. 71

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


CF/88: Artigo 114.
Decreto-Lei 5.452 (CLT) – Artigos: 852 – A a 852-I, 893 a 897-A.
Decreto-Lei 779/69 (Normais processuais trabalhista) – Todos os artigos.

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