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SEMANAS 05 e 06

“A força não provém da capacidade física. Provém


de uma vontade indomável.” Mahatma Gandhi
PREPARAÇÃO PGE PERNAMBUCO
FASE DISCURSIVA - SEMANAS 05 E 06
ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO


DIA 29 DIA 30 DIA 31 DIA 32 DIA 33 DIA 34 DIA 35
SEM. 04
19/02 20/02 21/02 22/02 23/02 24/02 25/02

SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO


DIA 36 DIA 37 DIA 38 DIA 39 DIA 40 DIA 41 DIA 42
SEM. 05
26/02 27/02 28/02 01/03 02/03 03/03 04/03

DIAS 29 e 30

PROCESSO CIVIL:

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em: Do
precedente. Da ordem dos processos no tribunal. Incidente de assunção de competência.
Incidente de arguição de inconstitucionalidade. Incidente de resolução de demandas
repetitivas. Reclamação.

TRIBUTÁRIO:

6 Obrigação tributária. 6.1 Obrigação principal e acessória. 6.2 Fato gerador. 6.3 Sujeito ativo.
6.4 Sujeito passivo. 6.5 Solidariedade. 6.6 Capacidade tributária. 6.7 Domicílio tributário. 6.8
Responsabilidade tributária. 6.9 Responsabilidade dos sucessores. 6.10 Responsabilidade de
terceiros. 6.11Responsabilidade por infrações

DIAS 31 e 32

CONSTITUCIONAL:

6.3 Poder Legislativo; processo legislativo; controle interno e externo dos poderes; Tribunal de
Contas. 6.2 Poder Executivo: estrutura, atribuições e competências; administração pública e
seus princípios na Constituição de 1988; servidores públicos civis; presidencialismo e
parlamentarismo; presidente da República (poder regulamentar e medidas provisórias) e
ministro de Estado; crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos Ministros de
Estado.

CIVIL:

11 Contratos. 11.1 Princípios. 11.2 Contratos em geral. 11.3 Disposições gerais. 11.4
Interpretação. 11.5 Extinção.

DIAS 33 e 34

ADMINISTRATIVO:

DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUR TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
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8 Serviços públicos. 8.1 Legislação pertinente. 8.1.1 Lei nº 8.987/1995 e suas alterações. 8.1.2
Lei nº 11.079/2004 e suas alterações (parceria público-privada). 8.2 Disposições doutrinárias.
8.2.1 Conceito. 8.2.2 Elementos constitutivos. 8.2.3 Formas de prestação e meios de execução.
8.2.4 Delegação: concessão, permissão e autorização. 8.2.5 Classificação. 8.2.6 Princípios. 8.2.7
Remuneração. 8.2.8 Usuários.

AMBIENTAL:

7.2 Lei nº 9.985/2000 (SNUC). 7.2.1 Tipos de unidades, objetivos e categorias

ADMINISTRATIVO:

16 Responsabilidade civil do Estado. 16.1 Evolução histórica. 16.2 Teorias subjetivas e objetivas
da responsabilidade patrimonial do Estado. 16.3 Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
16.4 Responsabilidade por omissão do Estado. 16.5 Requisitos para a demonstração da
responsabilidade do Estado. 16.6 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do
Estado. 16.7 Reparação do dano. 16.8 Direito de regresso. 16.9 Responsabilidade primária e
subsidiária.

DIAS 35 E 36

RESOLUÇÃO DO SIMULADO 03

PROCESSO CIVIL:

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em:
Recursos. Disposições gerais. Apelação. Remessa necessária. Agravo de instrumento. Agravo
interno. Embargos de declaração.

TRIBUTÁRIO:

7 Crédito tributário. 7.1 Constituição de crédito tributário. 7.2 Lançamento. 7.3 Modalidades
de lançamento. 7.4 Suspensão do crédito tributário. 7.5 Extinção do crédito tributário. 7.6
Exclusão de crédito tributário. 7.7 Garantias e privilégios do crédito tributário

DIAS 37 E 38

CONSTITUCIONAL:

(PARTE 1) 2.6 O controle de constitucionalidade na Constituição Federal de 1988: controle difuso,


concentrado (ação direta de inconstitucionalidade - ADI, ação declaratória de constitucionalidade
ADC, ação direta de inconstitucionalidade por omissão - ADO, arguição de descumprimento de
preceito fundamental - ADPF, Lei nº 9.868/1999 e suas alterações e Lei nº 9.882/1999)
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DIAS 39 E 40

ADMINISTRATIVO:

14 Agentes públicos. 14.1 Disposições constitucionais aplicáveis. 14.2 Disposições doutrinárias.


14.2.1 Conceito. 14.2.2 Espécies. 14.2.3 Cargo, emprego e função pública. 14.2.4 Provimento.
14.2.5 Vacância. 14.2.6 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 14.2.7 Remuneração. 14.2.8
Direitos e deveres. 14.2.9 Responsabilidade.

DIAS 41 e 42

PROCESSO CIVIL:

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em:
Recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça (recurso
ordinário, recurso extraordinário e recurso especial). Agravo em recurso especial e em recurso
extraordinário. Embargos de divergência. Ação Rescisória.

AMBIENTAL:

9 Responsabilidades. 9.1 Efeito, impacto e dano ambiental. 9.2 Poluição. 9.3 Responsabilidade
administrativa, civil e penal.

TRIBUTÁRIO:

16 Processo judicial tributário. 16.1 Ação de execução fiscal. 16.2 Lei nº 6.830/1980 e suas
alterações (Execução Fiscal). 16.3 Ação cautelar fiscal. 16.4 Ação declaratória da inexistência de
relação jurídico-tributária. 16.5 Ação anulatória de débito fiscal. 16.6 Mandado de segurança.
16.7 Ação de repetição de indébito

RESOLUÇÃO DO SIMULADO 04

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SUMÁRIO

DIAS 29 E 30 .......................................................................................................................................................... 6
RESUMO DO DIA .......................................................................................................................................... 7
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................................................ 7
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................................. 11
DIAS 31 E 32 ........................................................................................................................................................ 28
RESUMO DO DIA ........................................................................................................................................ 29
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................................................... 29
DIREITO CIVIL ............................................................................................................................................. 59
DIAS 33 E 34 ........................................................................................................................................................ 79
RESUMO DO DIA ........................................................................................................................................ 81
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................... 81
DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................................... 102
DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................................... 124
DIAS 35 E 36 ...................................................................................................................................................... 133
RESUMO DO DIA ...................................................................................................................................... 134
DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................... 134
DIREITO TRIBUTÁRIO............................................................................................................................... 150
DIAS 37 E 38 ...................................................................................................................................................... 176
RESUMO DO DIA ...................................................................................................................................... 176
DIREITO CONSTUTUCIONAL ................................................................................................................... 177
DIAS 39 E 40 ...................................................................................................................................................... 206
RESUMO DO DIA ...................................................................................................................................... 206
DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................................... 206
DIAS 41 E 42 ...................................................................................................................................................... 226
RESUMO DO DIA ...................................................................................................................................... 228
DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................... 228
DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................................... 239
DIREITO TRIBUTÁRIO............................................................................................................................... 246

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DIAS 29 E 30

DISCIPLINA
PROCESSO CIVIL:

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em: Do
precedente. Da ordem dos processos no tribunal. Incidente de assunção de competência.
Incidente de arguição de inconstitucionalidade. Incidente de resolução de demandas
repetitivas. Reclamação.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1. Manual de Direito Processual Civil – Vol. Único: Daniel Amorim Assumpção Neves.

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4e8308241f130df48edf97d6
3854d8bd.pdf

CAPÍTULOS: 56, 57, 58, 59, 62, 63 e 64.

2. Direito Processual Civil Esquematizado - 8ª Ed. 2017. Marcus Vinicius Rios Gonçalves

Livro X (Capítulo 1).


DISCIPLINA
TRIBUTÁRIO:

6 Obrigação tributária. 6.1 Obrigação principal e acessória. 6.2 Fato gerador. 6.3 Sujeito ativo.
6.4 Sujeito passivo. 6.5 Solidariedade. 6.6 Capacidade tributária. 6.7 Domicílio tributário. 6.8
Responsabilidade tributária. 6.9 Responsabilidade dos sucessores. 6.10 Responsabilidade de
terceiros. 6.11Responsabilidade por infrações

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Teoria Geral

1. Direito Tributário Esquematizado. Autor: Ricardo Alexandre

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/554a02ceb4368aa43680f79
326608639.pdf

CAPÍTULOS: 5 e 6.

Curso de Direito Tributário e Financeiro - 6ª Ed. 2016. Autor: Cláudio Carneiro – Ed.

Saraiva CAPÍTULOS: 8 e 9.

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:
6

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SINOPSES PARA CONCURSOS - V.28 - DIREITO TRIBUTÁRIO


(2017) 4ª edição conforme NOVO CPC
Autor: Roberval Rocha

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/776524fb226b7d83bd46b77
66da15dab.pdf

CAPÍTULOS: 8 e 9.

RESUMO DO DIA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em: Do
precedente. Da ordem dos processos no tribunal. Incidente de assunção de competência.
Incidente de arguição de inconstitucionalidade. Incidente de resolução de demandas
repetitivas. Reclamação.

ATENÇÃO: O presente resumo não pretende esgotar todos os assuntos, mas apenas dar um
direcionamento ao aluno sobre onde revisar e o que priorizar. Para aprofundamento dos
temas, recomendamos a leitura do Manual de Processo Civil, de Daniel Assumpção.

Precedente, jurisprudência e súmula


Precedente: É qualquer julgamento que venha a ser utilizado como fundamento de um
 outro julgamento que venha a ser posteriormente proferido.
Jurisprudência: É o resultado de um conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido
 sobre uma mesma matéria proferida pelos Tribunais.
Súmula: É uma consolidação objetiva da jurisprudência.

Jurisprudência estável, íntegra e coerente: Prevê o art. 926 do CPC que os Tribunais devem
uniformizar a jurisprudência, e mantê-la estável, íntegra e coerente:
Estável: Impede que os Tribunais abandonem ou modifiquem seus entendimentos
 consolidados sem qualquer justificativa plausível.
Íntegra: Construída levando em consideração o histórico de decisões proferidas sobre o
 tema;
Coerente: Assegura a aplicação isonômica do entendimento consolidado em casos
 semelhantes.
Eficácia vinculante:
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
- os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas
repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

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IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do


Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão
proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito
material ou processual.

Precedentes na tradição da common law: No sistema da common law, os julgamentos só se


tornam precedentes no momento em que passam concretamente a servir como fundamento de
decisão de outros julgamentos. Conforme aponta a doutrina, no Brasil foi adotada outra técnica
na formação dos precedentes, já que o NCPC prevê de forma expressa e específica quais são os
julgamentos que serão considerados precedentes.
Ratio decidendi: É o núcleo do precedente, seus fundamentos determinantes, sendo
 exatamente o que vincula;
Obter dictum: São os fundamentos que, mesmo se fossem em sentido inverso, NÃO
alterariam o resultado jurídico. São os argumentos jurídicos ou considerações feitas de
passagem, de forma parcelada e prescindível para o julgamento.

Divulgação: Os Tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão
jurídica decidida, e divulgando-os preferencialmente na rede mundial de computadores.

Distinção (distinguishing): Trata-se de não aplicação do precedente ao caso concreto sem,


entretanto, a sua revogação. Dessa forma, é excluída a aplicação do precedente judicial apenas
para o caso concreto em virtude de determinadas particularidades fáticas ou jurídicas, mantendo-
se o precedente válido e com eficácia vinculante para outros processos. O NCPC, embora tenha
adotado a técnica dos precedentes obrigatórios, só trata da superação do precedente, não
falando em distinção.

Superação da tese jurídica (overruling): Por meio da superação do precedente, ele deixa de
existir com eficácia vinculante.
- A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em
julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica,
considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
- A técnica de overruling NÃO se confunde com o overrinding, porque nesse o tribunal apenas
limita o âmbito de incidência de um precedente em função de superveniência de regra ou
princípio legal. Não há, portanto, a sua superação, mas a sua adequação à superveniente
configuração jurídica do entendimento fixado.
- Prospective Overruling: Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal
Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver
modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.

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INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS

Cabimento: quando houver, simultaneamente:


Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
 unicamente de direito;
Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
Aplica-se a recurso, remessa necessária ou a qualquer processo de competência originária do
Tribunal.
Daniel Assumpção entende que é necessário não só a existência de múltiplos processos, mas
múltiplos processos já decididos, com divergência considerável, nos quais a questão jurídica
tenha sido objeto de argumentações e decisões. Caso a mera existência de processos sem
decisões sobre a matéria já seja suficiente para a admissão do incidente, há uma natureza
preventiva, o que parece não ter sido o objetivo do legislador.
Enquanto parte da doutrina entende que o IRDR deva ser admitido ainda que os múltiplos processos
estejam todos em primeiro grau de jurisdição, Daniel Assumpção prefere a corrente que defende a
necessidade de existir ao menos um processo em trâmite no Tribunal, justamente o processo no qual
deverá ser instaurado o IRDR. Caso só existam processos em trâmite no primeiro grau e seja
instaurado o IRDR, necessariamente o processo onde se originou o incidente será um processo de
primeiro grau, o que impossibilitará o cumprimento pleno do art. 978, §único do CPC.
É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais
superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de
tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

2) Legitimidade:
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:
I - pelo juiz ou relator, por ofício;
II - pelas partes, por petição;
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à
demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.

Competência: O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno


dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal.
- O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o
recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o
incidente.
- Enunciado 343 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: O IRDR compete a tribunal de
justiça ou tribunal regional.
Divulgação: A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e
específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de
Justiça.
- Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com informações específicas sobre
questões de direito submetidas ao incidente, comunicando-o imediatamente ao Conselho
Nacional de Justiça para inclusão no cadastro.

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Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o registro
eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos
determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela relacionados.
5) Sujeitos com legitimidade para participar do incidente:
O relator poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se
discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias.
O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com
interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, poderão requerer a juntada
de documentos, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito
controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.
As partes dos processos vinculados ao incidente têm interesse jurídico em sua solução,
considerando que são diretamente atingidas pela eficácia inter partes do julgamento, já que, após
a fixação da tese, o tribunal passa a julgar o recurso, ação de competência originária ou reexame
necessário de onde surgiu o incidente.
6) Instauração e admissão do IRDR:
Os legitimados no art. 977 do CPC instaurarão o IRDR perante o Tribunal, com toda a
documentação necessária à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a
instauração do incidente.
Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao seu juízo
de admissibilidade.
A inadmissão do IRDR por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não
impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado e admitido,
passando o tribunal competente ao julgamento do seu mérito.
Enunciado 206 do FPPC: A prescrição ficará suspensa até o trânsito em julgado do IRDR.
A admissão do IRDR leva o relator a determinar a suspensão dos processos em primeiro grau
dentro dos limites da competência territorial do tribunal de segundo grau.
Processos em trâmite perante outro Estado ou região NÃO são alcançados pela suspensão
determinada pelo relator do IRDR no tribunal de segundo grau, que não tem competência além
do território do seu tribunal. Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado,
poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a
suspensão de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que
versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.
7) Julgamento e seus efeitos:
O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos,
ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. Superado o prazo previsto
no caput, cessa a suspensão dos processos, salvo decisão fundamentada do relator em sentido
contrário.
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte
ordem: I - o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II - poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta)
minutos;
os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sendo
exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
o
§ 1 Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.
10

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o
2 O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados
concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: I - a todos os processos
individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na
área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados
especiais do respectivo Estado ou região;
- aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no
território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.
o
§ 1 Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
o
§ 2 Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido,
permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou
à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes
sujeitos a regulação, da tese adotada.

Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais
ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.
8) Recursos:
O relator, na condução do IRDR, proferirá decisões monocráticas interlocutórias, recorríveis por
agravo interno, salvo na hipótese da decisão que determina a suspensão dos processos
individuais e coletivos que versam sobre a mesma matéria, porque nesse caso o relator não tem
outra alternativa que não a determinação da suspensão.
Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o
caso. O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão
constitucional eventualmente discutida.

Referências Bibliográficas:
Daniel Assumpção. Manual de Direito Processual Civil.

DIREITO TRIBUTÁRIO

6 Obrigação tributária. 6.1 Obrigação principal e acessória. 6.2 Fato gerador. 6.3 Sujeito ativo.
6.4 Sujeito passivo. 6.5 Solidariedade. 6.6 Capacidade tributária. 6.7 Domicílio tributário. 6.8
Responsabilidade tributária. 6.9 Responsabilidade dos sucessores. 6.10 Responsabilidade de
terceiros. 6.11Responsabilidade por infrações

Obrigação tributária: A relação jurídico-tributária é eminentemente obrigacional. Tem no polo


ativo um ente político ou outra pessoa jurídica de direito público a quem tenha sido delegada a
capacidade ativa (parafiscalidade). E no polo passivo, um particular obrigado ao cumprimento da
obrigação. A obrigação tributária pode se dividir em principal e acessória:

Principal: A obrigação deve ser de pagar dinheiro, seja o valor do tributo, seja o valor de
eventual penalidade pecuniária de caráter tributário:
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Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


1º A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
PAGAMENTO DE TRIBUTO OU PENALIDADE PECUNIÁRIA e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.

Acessória: Consiste na obrigação positiva ou negativa, meramente instrumentais, diversa


da obrigação pecuniária. As obrigações acessórias existem no interesse da fiscalização
ou arrecadação de tributos, ou seja, são criadas com o objetivo de facilitar o
cumprimento da obrigação tributária principal, bem como de possibilitar a comprovação
deste cumprimento (fiscalização). Dispõe o art. 113 § 2º do CTN:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


2º A OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA decorre da legislação tributária e tem por objeto as
PRESTAÇÕES, POSITIVAS OU NEGATIVAS (nunca dar dinheiro), nela previstas no interesse
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

Atenção: Em direito tributário é possível existir obrigação acessória sem obrigação principal. Ex:
Entidade imune ao pagamento de tributos, ainda assim deve cumprir a obrigação acessória. E em
caso de descumprimento, pode ser multada.

- Se descumprida, obrigação acessória é convertida em uma obrigação principal:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, CONVERTE-SE em
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Fato Gerador

Necessária distinção: Hipótese de incidência x Fato gerador:

Hipótese de incidência: É o momento abstrato, previsto em lei, hábil a deflagrar a relação


jurídico – tributária;
Fato gerador: É a materialização da hipótese de incidência, e define a natureza jurídica do
tributo + lei a ser aplicada na cobrança do tributo.

Atenção: Obrigação tributária = Hipótese de incidência + fato gerador.

Classificação do fato gerador quanto à periodicidade:

FG instantâneo ou simples – É fato isolado que ocorre em momento identificável, e se


completa e inicia em um único ato ou contrato ou operação realizada. Ex: ICMS, IPI, II, IOF,
ITBI, ITCMD...
FG periódicos ou complexivos (ou complexos) – Situação composta por diversos fatos
considerados em conjunto. Sua realização se põe ao longo de espaço de tempo. Ex: IR
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FG continuado ou contínuo – É uma situação que se perpetua no tempo, e sua duração se


dá de forma duradoura e estável no tempo. Ex: IPTU, IPVA, ITR.

Fato gerador:

Obrigação principal: Dispõe o art. 114 do CTN:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em LEI como necessária
e suficiente à sua ocorrência.

Segundo Ricardo Alexandre, o dispositivo se refere à hipótese de incidência. Logo, a hipótese de


incidência da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência.

Obrigação acessória: Dispõe o art. 115 do CTN:

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.

Fato gerador e princípio da legalidade: O CTN exigiu que o fato gerador da obrigação
tributária principal fosse uma situação definida em LEI. Entretanto, ao tratar do fato gerador da
obrigação acessória, o CTN se referiu, de maneira ampla, a LEGISLAÇÃO, e não ao termo restrito
“lei”.

CONCLUSÃO: A obrigação tributária principal só pode ser criada por LEI ou por MP. Já as
obrigações acessórias podem vir definidas na LEGISLAÇÃO, que compreende todos os atos
normativos gerais e abstratos.

Momento da ocorrência do fato gerador: O CTN divide os fatos geradores em dois grupos, os
definidos com base em situações de fato e os definidos com base em situações jurídicas.

Fato gerador definido com base em situação jurídica: São as situações em que os mesmos
casos definidos como fato gerador de tributo se enquadram perfeitamente em alguma
hipótese prevista em lei como geradora de consequências jurídicas. Dispõe o art. 116 II do
CTN:

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
- tratando-se de SITUAÇÃO JURÍDICA, desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.

Fato gerador definido com base em situação de fato: São os casos onde a situação
definida pelo legislador como geradora de tributo não era definida em qualquer outro
ramo do direito como geradora de efeitos jurídicos. Dispõe o art. 116 I do CTN:

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Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de SITUAÇÃO DE FATO, desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são
próprios;

OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS CONDICIONADOS

Condição suspensiva: A condição suspensiva é aquela que suspende a


eficácia do negócio jurídico até o seu implemento. Assim, o fato gerador só
terá ocorrido com o implemento da condição:

Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei
em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos
e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;

Condição resolutiva: a condição resolutiva é aquela que tem o efeito de


desmanchar o negócio com o seu implemento (receberá o imóvel em
doação até que se forme). Nesse caso, o fato gerador ocorre no momento
da celebração do negócio jurídico:

Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de


lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se
perfeitos e acabados:
- sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da
celebração do negócio.

Evasão x Elisão x Elusão Tributária:

Elisão Fiscal: É o comportamento lícito, chamado de PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. Na


elisão, geralmente se planeja ANTES do fato gerador (mas pode ocorrer depois também)
para se obter economia de tributos, e se utilizam meios sempre lícitos;
Evasão Fiscal: É a prática, geralmente CONCOMITANTE OU POSTERIOR à incidência da
norma tributária, em que se utilizam FORMAS ILÍCITAS (fraude, sonegação ou simulação)
 para se furtar ao pagamento de tributos. => Se liga ao conceito de ABUSO DE FORMA
 JURÍDICA.
Elusão Fiscal: É sinônimo para a elisão ineficaz.
A questão é como enquadrar os atos em que o sujeito passivo faz tudo lícito, mas soa ilícito. A
doutrina começou a separar a elisão eficaz (planejamento tributário) da elisão ineficaz (em que se
percebe que foi maquiado o negócio jurídico. Para a elisão ineficaz, criou-se a NORMA GERAL
ANTIELISÃO (art. 116 CTN), em que o fiscal NÃO desconstituirá o negócio, mas desconsiderará a
relação jurídica firmada para a cobrança do tributo => É a interferência no direito brasileiro da
TEORIA ALEMÃ DA DESCONSIDERAÇÃO ECONOMICA DO FATO GERADOR DO TRIBUTO.
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É possível que haja fraude anteriormente praticada ou planejamento abusivo antes da prática
do fato gerador ou planejamento válido posteriormente autorizado. Ex: Declaração do IRPF.

Para Ricardo Lobo Torres, o uso de formas jurídicas com a única finalidade de fugir ao imposto
ofende a um sistema criado sob as bases constitucionais da capacidade contributiva e da
isonomia tributária.

NORMA GERAL ANTIELISÃO: Dispõe o art. 116, § único:

Art. 116, Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou


negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

Trata-se de um instrumento eficaz para o combate aos procedimentos de planejamento


tributário praticados com abuso de forma e de direito. É uma influência da doutrina alemã da
interpretação econômica do fato gerador, privilegiando a essência econômica dos fatos em
detrimento das características meramente formais.

3. Sujeitos da relação jurídico-tributária

3.1. Sujeito Ativo: Conforme art. 119, do CTN, é a pessoa jurídica de direito público:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.

Competência tributária x capacidade tributária:


 Competência tributária: É atribuição constitucional de competência para instituir o tributo.
É INDELEGÁVEL.
Capacidade ativa: É a possibilidade de figurar no polo ativo da relação jurídico tributária. É
PASSÍVEL DE DELEGAÇÃO de uma pessoa jurídica de direito público a outra, a quem caberá
à incumbência de arrecadar e/ou fiscalizar determinado tributo (PARAFISCALIDADE).

*ATENÇÃO: Pela literalidade do CTN, somente as pessoas jurídicas de direito púbico podem
figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária. No entanto, o candidato deve estar atento à
exceção prevista na SÚMULA 396 DO STJ, que confere legitimidade ativa a uma pessoa jurídica de
direito privado, a CNA: “A confederação nacional da agricultura tem legitimidade ativa para a
cobrança da contribuição sindical rural”.

Modificação superveniente do sujeito ativo: É hipótese de criação de um novo ente federado


por desmembramento territorial de ente anteriormente existente. Se isso ocorrer, a nova pessoa
jurídica aplicará a legislação tributária do ente do qual se desmembrou até que crie a sua própria.
Outrossim, o novo ente se sub-rogará nos direitos do ente antigo:

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Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se
constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja
legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.

3.2. Sujeito Passivo: É aquele obrigado a pagar o tributo ou a penalidade pecuniária (obrigação
principal) ou cumprir as obrigações acessórias.

a) Contribuinte x Responsável

Contribuinte - Sujeito passivo que possui relação pessoal e direta com o fato gerador.
Contribuinte de fato: Efetivamente arca com o tributo, ainda que não figure na
relação jurídico- tributária. Ex: Consumidor final do ICMS, a quem é repassado o
tributo no valor final da mercadoria.
Contribuinte de direito: É quem figura formalmente no polo passivo da relação
jurídico- tributária. Ex: Estabelecimento comercial que promove a circulação do
ICMS.
Responsável: É sujeito passivo que NÃO possui relação pessoal e direta com o fato
gerador, mas possui vínculo em situação tipificada na LEI como geradora do tributo:

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, VINCULADA ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este
em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

ATENÇÃO: Conforme art. 123, do CTN, convenções particulares NÃO podem ser opostas ao
FISCO:

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à


responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Capacidade tributária passiva: É a aptidão para ser sujeito passivo da relação jurídico-
tributária. O art. 126 do CTN preleciona:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I - da capacidade civil das pessoas naturais;
- de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus
bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.

Solidariedade: Em direito tributário, decorre sempre de LEI e só pode ser PASSIVA. Se houvesse
solidariedade passiva, seria bitributação, situação vedada no ordenamento jurídico, via de regra.
- A solidariedade se subdivide em:
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Solidariedade natural (de fato): Ocorre entre pessoas com interesse comum no fato
gerador da obrigação principal;
Solidariedade Legal (de direito): Ocorre sob determinação da lei, que indica quais os
responsáveis.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo NÃO COMPORTA BENEFÍCIO DE
ORDEM.

- Dispõe o art. 125 do CTN sobre os efeitos da solidariedade:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os EFEITOS DA


SOLIDARIEDADE:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
- a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo
saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais.

Domicílio tributário: O domicílio do sujeito passivo determina qual autoridade administrativa


terá atribuição para cobrar o tributo.

Regra: O domicílio tributário é o de eleição. No entanto, lei específica pode excluir essa
escolha, indicando qual deverá ser o domicílio tributário. É a hipótese do ITR, cujo
domicílio é o Município da situação do imóvel.
Exceção: A Administração tributária pode recusar a escolha, se dificultar ou impossibilitar a
fiscalização ou arrecadação. Nesse caso, o domicílio será o local da situação dos bens ou
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem ao tributo.
Se NÃO houve eleição do domicílio:
Pessoas naturais: o domicílio será a residência habitual da pessoa ou, se
 desconhecida, o centro habitual de sua atividade.
Pessoa jurídica de direito privado: o domicílio será o local da sede da empresa ou o
 de cada estabelecimento, quanto as obrigações tributárias ali surgidas.
Pessoa jurídica de direito público: o domicílio pode ser qualquer das repartições
situadas no território da entidade tributante.

Art. 127. Na falta de eleição pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na


forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

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- quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua


sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento; III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas
repartições no território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da
situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou
dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo
anterior.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

4.1. Conceitos relevantes:

Responsável tributário:
 Sentido Estrito: Sujeição passiva indireta por expressa determinação legal (art. 128 CTN)
Sentido Amplo: Submissão de determinada pessoa, contribuinte ou não, ao direito do
FISCO de exigir a prestação da obrigação tributária.

Contribuinte de fato x contribuinte de direito
Contribuinte de direito: É o sujeito passivo que tem relação direta e pessoal com o fato
 gerador ( = contribuinte de jure).
Contribuinte de fato: ÃO integra a relação jurídica tributária pertinente.

Contribuinte x responsável:
Contribuinte: Pessoa física ou jurídica que tenha relação de natureza econômica, pessoal e
 direta com a situação do fato gerador, sendo o SUJEITO PASSIVO DIRETO.
Responsável: É o sujeito passivo INDIRETO, com responsabilidade derivada de lei de modo
expresso (art. 128 CTN).

Responsabilidade pessoal x responsabilidade subsidiária
Responsabilidade Pessoal: O contribuinte é excluído totalmente, dando ensejo à
responsabilidade pessoal sobre terceira pessoa, vinculada ao fato gerador. VIDE art. 131 +
134 CTN.
o A responsabilidade pessoal afasta a dos devedores originais, que NÃO responderão
nem supletiva ou subsidiariamente.

Responsabilidade Subsidiária ou supletiva: O responsável por lei responde por parte ou
pelo todo da obrigação tributária que o contribuinte deixar de cumprir.

4.2. Modalidades de responsabilidade

Responsabilidade por substituição: Ocorre quando a lei determina que o responsável


(substituto) ocupe o lugar do contribuinte desde a ocorrência do fato gerador (o responsável é
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sujeito passivo desde o nascimento da obrigação tributária.

Responsabilidade por transferência: A ocorrência de um fato, posterior ao surgimento da


obrigação, transfere a um terceiro a condição de sujeito passivo da obrigação tributária até então
ocupada pelo contribuinte.
- A transferência pode excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribui-la em caráter
supletivo, podendo ser:
I. Responsabilidade por solidariedade;
Responsabilidade dos sucessores;
Responsabilidade de terceiros.

4.3. Responsabilidade por substituição: Normalmente, é o sujeito passivo quem pratica o fato
gerador, mas há casos em que uma pessoa substitui outra no dever de pagar tributos a particular,
para facilitar a cobrança.

Substituição tributária para trás (antecedente/ regressiva): Ocorre nas cadeias de produção e
circulação de mercadorias, em que há concentração de mercadorias (Ex: produtores diversos
enviam o leite à indústria X. Como é complicado fiscalizar todos os produtores, a indústria paga
logo os seus tributos devidos como os devidos pelos produtores. Ao final, quem paga tudo é o
consumidor.

Substituição tributária para frente (subsequente/ progressiva): Ocorre nas situações em que
há CAPILARIDADE (Ex: postos de gasolina, indústria de bebidas, em que sai do produtor e vai para
as distribuidoras e depois para o consumidor). Nesse caso, a empresa maior pagará os tributos
como contribuinte e como substituto.
STJ: Há apenas a ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO e NÃO a cobrança do tributo antes do fato
gerador.
- A cobrança antecipada é constitucional, mas se NÃO ocorrer o fato gerador, o Estado deverá
devolver o valor do tributo pago por antecipação.
1
Notícias STF – 19/10/2016 : Contribuinte tem direito a diferenças em regime de
substituição tributária, decide STF
Foi concluído pelo Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do Recurso
Extraordinário (RE) 593849, com repercussão geral reconhecida, no qual foi
alterado entendimento do STF sobre o regime de substituição tributária do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O Tribunal entendeu
que o contribuinte tem direito à diferença entre o valor do tributo recolhido
previamente e aquele realmente devido no momento da venda.
O julgamento foi retomado com o pronunciamento do ministro Ricardo
Lewandowski, o último a votar, acompanhando a posição majoritária definida pelo
relator da ação, ministro Edson Fachin. Segundo o voto proferido por Lewandowski,

Disponível em http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=327683. Acesso em 07/11/2016.

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o tributo só se torna efetivamente devido com a ocorrência do fato gerador, e a


inocorrência total ou parcial exige a devolução, sob pena de ocorrência de confisco
ou enriquecimento sem causa do Estado.
Modulação e tese
Também foi definida a modulação dos efeitos do julgamento, de forma que o
entendimento passa a valer para os casos futuros e somente deve atingir casos
pretéritos que já estejam em trâmite judicial. Segundo o ministro Edson Fachin, a
medida é necessária para se atender ao interesse público, evitando surpresas,
como o ajuizamento de ações rescisórias e de novas ações sobre casos até agora
não questionados.
Foi fixada também a tese do julgamento para fim de repercussão geral:
“É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) pago a mais no regime de substituição tributária para a frente se a
base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.”

4.4. Responsabilidade por transferência

Por solidariedade: Vide explicação acima.

Por sucessão:

I. Responsabilidade do adquirente de bens imóveis: É OBRIGAÇÃO PROPTER REM, que


acompanha o imóvel, e abrange impostos, contribuição de melhoria e taxa de serviços. Com a
aquisição do imóvel, o adquirente passa a ser responsável por todo o crédito tributário relativo ao
imóvel, mesmo que ultrapasse o valor do bem. Dispõe o art. 130, do CTN:

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de BENS IMÓVEIS, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa
dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o
respectivo preço.

ATENÇÃO: NÃO ocorrerá a responsabilidade tributária do adquirente:


Quando constar no título de transferência da propriedade a prova da
 quitação dos tributos.
No caso de arrematação em hasta pública.

Segundo Ricardo Alexandre, tais exceções somente se aplicam para a


alienação/aquisição de IMÓVEL. O STJ, contudo, já proferiu entendeu ser aplicável
em arrematação de IPVA. Para o autor, o fundamento legal para a transferência de
sujeição passiva para o adquirente de bens móveis é o art. 131, I do CTN:

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Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente,


pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;

PARA PROVAS OBJETIVAS: Sugerimos considerar a literalidade do código, ou


seja, somente se aplicando a bens Imóveis.

Se foi apresentada certidão de quitação de tributos ao adquirente de boa-fé, em que conste que
não há débito quanto ao passado, eventual cobrança de tributos irá recair sobre o anterior
proprietário, não se colocando o adquirente na posição de responsável tributário.
Se arrematação em hasta pública: o arrematante adquire o IMÓVEL livre de qualquer ônus. Os
débitos existentes devem ser quitados com o produto da arrematação.

II. Responsabilidade na sucessão causa mortis: Prevê o CTN:

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até
a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão
do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

Com a morte, ocorre a abertura da sucessão. Segundo o direito da sucessão, a transferência do


patrimônio do de cujus ocorre imediatamente com tal fato. Assim, há algumas hipóteses:
Até a morte (abertura da sucessão), o de cujus era sujeito passivo na modalidade
contribuinte.
Após a morte, os novos fatos geradores terão como contribuinte o espólio, e tal situação
 durará até a data da partilha ou adjudicação.
Após a partilha ou adjudicação, os novos fatos geradores terão como contribuintes os
sucessores a qualquer título e o cônjuge meeiro.
O espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
abertura da sucessão.

ATENÇÃO: O espólio surge com a morte do de cujus, e existe até a data da partilha ou adjudicação.
Quanto aos fatos geradores ocorridos durante tal período, o espólio será contribuinte.
O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são pessoalmente responsáveis pelos
tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, tendo como limite
do débito o montante do quinhão, do legado ou da meação recebidos.

TRIBUTOS CONTRIBUITE RESPONSÁVEL TIPO


Devidos até a morte De cujus Espólio Pessoal
Devidos após a morte Espólio Inventariante Solidária
e descobertos ANTES
da sentença de

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partilha
Devidos até a morte e De cujus Sucessores e cônjuge Pessoal
não pagos até a meeiro
partilha (descobertos
APÓS a sentença de
partilha)
Devidos após a morte Espólio Sucessores e cônjuge Pessoal
e não pagos até a meeiro
partilha (descobertos
APÓS a sentença de
partilha)

RESPONSABILIDADE EM RELAÇÃO A TRIBUTOS E MULTAS

O CTN somente se refere à responsabilidade em relação aos tributos, mas o STJ


diz que ocorre a transferência, também, das multas moratórias.
Segundo Ricardo Alexandre, em relação à responsabilidade por sucessão causa
mortis, existem algumas regras
Multas moratórias: também são transferidas ao responsável as multas
 moratórias, conforme decisão do STJ.
Multas punitivas:
Para provas objetivas: No caso de aplicação de multa punitiva, cuja
responsabilidade seja pessoal do infrator (137 CTN), a
responsabilidade não é transferida.
Para provas subjetivas de Procuradoria: Mesmo as multas punitivas
(de ofício) de responsabilidade pessoal do infrator podem ser
transferidas ao responsável, já que, desaparecendo o infrator (de
cujus), seu patrimônio seria inteiramente transferido aos sucessores,
que devem arcar com os ônus, nos limites do que foi por eles
recebido.

Responsabilidade por sucessão empresarial: A sucessão empresarial gera sucessão tributária.

Responsabilidade em fusão, incorporação, transformação e cisão: Dispõe o art. 132 do


CTN:

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.

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Alguns conceitos de Direito Empresarial:


Fusão: Quando se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, inclusive as de
 natureza tributária.
Incorporação: uma sociedade absorve a outra. A sociedade que absorve a
outra continua existindo como sujeito de direitos e obrigações, sendo,
ainda, contribuinte dos seus tributos. Já a sociedade absorvida deixará de
existir como pessoa jurídica e seus tributos passariam a ter como sujeito
passivo a sociedade incorporadora, na condição de responsável.
Transformação: A sociedade passa, independentemente de dissolução e
liquidação, de um tipo para o outro. Sob a ótica do CTN, a sociedade
resultante da transformação passa a ser responsável pelos tributos devidos
 pela sociedade transformada.
Cisão: É a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.

ATENÇÃO: O art. 132 do CTN não fala em cisão, pois o CTN é de 1966 e o
instituto da "cisão" só foi previsto no ordenamento jurídico com a edição da Lei nº
6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas). No entanto, embora o art. 132 do CTN
não fale expressamente, aplica-se aos casos de cisão.

RESPONSABILIDADE EM RELAÇÃO A TRIBUTOS E MULTAS

Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a


responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos
pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
O STJ decidiu que a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os
tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. O entendimento se
deve aos seguintes fundamentos:
As multas moratórias ou punitivas representam dívida de valor e, como tal,
acompanham o passivo do patrimônio transmitido ao sucessor, desde que
seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão.
Evitar simulações.

Extinção da sociedade: Somente ocorrerá a responsabilização caso algum dos sócios continue a
exploração da mesma atividade, independente da razão social adotada pela sucessora ou de a
sociedade extinta estar regularmente.

Responsabilidade do adquirente do fundo de comércio ou estabelecimento: Dispõe o art.


133 do CTN:
23

DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUR TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
CONTINUAR a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
- subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro
de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo
de comércio, indústria ou profissão.

Responsabilidade exclusiva do adquirente: Quando a empresa que alienou o


estabelecimento ou fundo cessou a exploração da atividade.
Responsabilidade subsidiária do adquirente: Quando o alienante continua na exploração da
 atividade econômica, primeiro se buscam os tributos do alienante. Se infrutífera a cobrança,
possível cobrar do adquirente se o alienante continuar ou iniciar, dentro de seis meses
da alienação, nova atividade, no MESMO OU em OUTRO RAMO.

ATENÇÃO: Não há responsabilidade do adquirente:


Alienação ocorrida em processo de falência;
Alienação em decorrência de plano de recuperação judicial.
o
CTN Art. 133 § 1 O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação
judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial

Não se aplica a exceção quando o adquirente for:


Sócio da falida;
 Parente dos sócios;
Agente do falido ou do devedor em recuperação judicial.
o o
CTN Art. 133 § 2 Não se aplica o disposto no § 1 deste artigo quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo
devedor falido ou em recuperação judicial;
o
– parente, em linha reta ou colateral até o 4 (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do
devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o
objetivo de fraudar a sucessão tributária.

4.5. Responsabilidade por infrações

Responsabilidade de terceiros decorrentes de atuação regular: Os terceiros possuem algum


vínculo jurídico com a pessoa que deveria ocupar o polo passivo da relação jurídico-tributária na
condição de contribuinte. Dispõe o art. 134 do CTN:
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Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal


pelo contribuinte, respondem solidariamente (deveria ser subsidiariamente) com este nos
atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
- os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os
atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de
caráter moratório.

Requisitos para a responsabilidade:

Impossibilidade de cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte: A


administração tributária deve inicialmente voltar sua pretensão executória
contra a pessoa legalmente definida como contribuinte. Somente no caso de
insucesso a cobrança pode ser redirecionada para o responsável. – É
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA, embora o art. 134 fale em solidária (em
 provas objetivas, adotar a literalidade do CTN).
Ação ou indevida omissão imputável à pessoa designada como responsável.

Responsabilidade quanto aos tributos e multas: Segundo o art. 134, §único, do CTN, a
responsabilidade somente se aplica aos tributos e às MULTAS DE MORA!

b) Responsabilidade de terceiros decorrente de atuação irregular: Dispõe o art. 135 do CTN:

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com EXCESSO DE PODERES OU INFRAÇÃO DE LEI,
CONTRATO SOCIAL OU ESTATUTOS:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

RESPONSABILIDADE QUANTO AOS TRIBUTOS E MULTAS: O terceiro responde sozinho, com


todo seu patrimônio, ficando afastada qualquer possibilidade de atribuição da sujeição passiva a
pessoa que, de outra forma, estaria na condição de contribuinte.
Segundo Leandro Paulsen, apenas diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de
direito privado podem ser responsabilizadas, e não todo e qualquer sócio => O sócio deve ter
exercido gerência ou direção, com poder de gestão.
Os responsáveis do art. 135 CTN se obrigam a tributos, juros e todas as multas porventura
devidas pelo passivo original (não apenas as multas moratórias).
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ATENÇÃO À DISTINÇÃO:
Art. 134 CTN Art. 135 CTN
Responsabilidade Subsidiária Responsabilidade Pessoal
Depende da insolvência do contribuinte NÃO depende da insolvência do contribuinte
Responsabilidade por transferência Responsabilidade por substituição
O responsável incorre em omissão, ausente O responsável age com excesso de poder ou
o excesso de poder e a infração à lei. infração à lei, contrato e estatutos.

4.6. Responsabilidade por infrações: Arts. 136 e 137, CTN. Embora o CTN fale em responsáveis,
são contribuintes, pois cometeram infrações em relação pessoal e direta.
- PARA OBJETIVAS, adotar literalidade do CTN.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza
e extensão dos efeitos do ato.

-Pelo art. 136, CTN, a responsabilidade por infrações tributárias é, em regra, OBJETIVA
(independe de dolo ou culpa). Inclusive, o CTN afirma que a responsabilidade independe da
intenção do agente, permitindo sua punição independentemente da presença de dolo ou culpa.
O art. 137, do CTN, prevê que a responsabilidade será pessoal do agente responsável pela
infração, e a pessoa jurídica não responde:

Art. 137. A responsabilidade é PESSOAL ao agente:


I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou
no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
- quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a)
das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou
empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra
estas.

Denúncia espontânea de infrações

Conceito: É uma confissão, política fiscal que permite que o devedor, voluntariamente,
compareça à repartição fiscal para noticiar a ocorrência de infração e pagar os tributos em atraso.
Afasta-se a aplicação de multa, e NÃO a cobrança dos juros e de correção monetária.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se


for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da

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importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo


dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a
infração.

STJ: O parcelamento NÃO é considerado pagamento integral, sendo devida a multa de mora na
confissão de dívida acompanhada de pedido de parcelamento, ainda que se antecipando a
qualquer ação do FISCO.

Quando ocorre: A denúncia espontânea ocorre quando o sujeito confessa o fato, o corrige,
quando possível, e paga o tributo eventualmente devido, com juros. Só haverá denúncia
espontânea antes que o fisco tome qualquer providência para o lançamento do tributo.

Denúncia espontânea e obrigações acessórias: O STJ entende que o instituto da denúncia


espontânea de infrações NÃO é aplicável no caso de descumprimento de obrigações acessórias.

Denúncia espontânea e tributos sujeitos a lançamento por homologação: Para o STJ, também
NÃO se aplica o benefício da denúncia espontânea aos tributos sujeitos a lançamento por
homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

DENÚNCIA ESPONTÂNEA E LANÇAMENTO:


Tributos por homologação: incidem normalmente, pois a constituição do crédito tributário
ocorre independente de ato do FISCO.
- Súmula 360 STJ.
Se o contribuinte informa ao FISCO sobre determinado crédito – NÃO cabe denúncia
 espontânea;
Se o contribuinte se omite na informação do crédito – Cabe denúncia espontânea.

Lançamento de ofício: Incompatível, pois nestas hipóteses, a infração eventual é SEMPRE
posterior ao lançamento.

Lançamento por declaração: Cabe OU quando o fato gerador NÃO tenha sido declarado
pelo contribuinte OU quando, após declaração, o contribuinte retifique declaração ANTES
de autuação da Administração.

Referências Bibliográficas:
Ricardo Alexandre. Direito Tributário Esquematizado;
 Eduardo Sabagg. Manual de Direito Tributário;
 Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. O Direito Tributário na Constituição e no STF;
Leandro Paulsen. Curso de Direito Tributário.

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DIAS 31 E 32

DISCIPLINA
CONSTITUCIONAL:

6.3 Poder Legislativo; processo legislativo; controle interno e externo dos poderes; Tribunal de
Contas. 6.2 Poder Executivo: estrutura, atribuições e competências; administração pública e
seus princípios na Constituição de 1988; servidores públicos civis; presidencialismo e
parlamentarismo; presidente da República (poder regulamentar e medidas provisórias) e
ministro de Estado; crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos Ministros de
Estado.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Direito Constitucional Esquematizado: Pedro

Lenza CAPÍTULOS: 9 (Itens 9.13 até 9.15) e 10.

CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


9a Edição Conforme o Novo CPC e EC 95/2016
Autor: Bernardo Gonçalves Fernandes

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/8231c4771e13a7e79806b1df1
5648e8b.pdf

CAPÍTULOS: 14 (Item 5), 15 e 16.

3. CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


12a ed.: Rev., amp. e atualizada - Conforme NOVO CPC
Autor: Marcelo Novelino

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/602bdfb8953fd99b738e53164
430040c.pdf

CAPÍTULOS: 32 até 34.

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Resumo de Direito Constitucional Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo

Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975784_SUM.pdf

CAPÍTULOS: 5 (Item 7), 6 e 8.


DISCIPLINA
CIVIL
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11 Contratos. 11.1 Princípios. 11.2 Contratos em geral. 11.3 Disposições gerais. 11.4
Interpretação. 11.5 Extinção.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA

Manual de Direito Civil – Volume Único (2017)


7a Edição: Revista, revisada e ampliada
Autor: Flávio Tartuce

CAPÍTULO: 5.

Coleção – Direito Civil Esquematizado – Editora Saraiva – Direito Civil


1. Autor: Carlos Roberto Gonçalves – Coordenador: Pedro Lenza

Terceira Parte Completa.

RESUMO DO DIA

DIREITO CONSTITUCIONAL

6.3 Poder Legislativo; processo legislativo; controle interno e externo dos poderes; Tribunal de
Contas. 6.2 Poder Executivo: estrutura, atribuições e competências; administração pública e
seus princípios na Constituição de 1988; servidores públicos civis; presidencialismo e
parlamentarismo; presidente da República (poder regulamentar e medidas provisórias) e
ministro de Estado; crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos Ministros de
Estado.

FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


Fiscalização Orçamentária e financeira: É a fiscalização de todo o ciclo orçamentário.
Previsão Legal (embora relacionados à fiscalização dos dispêndios da União, aplicam-se às
demais esferas políticas):
Arts. 70 - 75 CF;
 Arts. 43 – 59 LRF;
 Arts. 75 – 82 Lei 4.320/64
O controle do orçamento NÃO fica adstrito à legalidade, mas também moralidade e legitimidade.
A ausência de prestação de contas no prazo legal poderá ensejar a intervenção da União nos
Estados, e do Estado nos Municípios.

1.1. Alcance do controle: Art. 70 CF (Verdadeiros princípios da Administração Pública):


Legalidade;
Legitimidade – relação entre o gasto e a sua valoração diante do atendimento do
interesse público;

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Economicidade – concretização da eficiência pública, para obter maior aproveitamento


com menor custo possível;
Aplicação de subvenções – verificação se os valores repassados aos entes sem fins
lucrativos foram realmente aplicados no que se comprometeram a gastar;
Renúncia de Receitas – Análise se as desonerações fiscais atingiram a sua finalidade.

1.2. Áreas de Controle: A fiscalização do CD, mediante controle externo e pelo controle interno
de cada poder alcança as áreas contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial
(COFOP):
Contábil: Apuração dos registros contábeis voltados aos lançamentos, balanços,
escrituração e observância às regras da Lei 4.320/64 e LRF;
Orçamentária;
Financeira – controle da arrecadação das receitas e efetivação das despesas;
Operacional – Cumprimento de metas, resultados e eficiência na gestão dos gastos
públicos. São analisados moeda, crédito e endividamento;
Patrimonial – Análise do patrimônio, seu crescimento e redução.

1.3. Espécies de Controle


Quanto ao momento (art. 77, Lei 4.320/64):
 Concomitante – Realizado ao longo da execução do orçamento;
Posterior

Quanto ao órgão ou agente que realiza a fiscalização
Controle Interno – Exercido pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário (art. 70 + 74
CF). O alcance é amplo, abrangendo a fiscalização COFOP, e também possui como
finalidades específicas:
 o Avaliar o cumprimento das leis orçamentárias;
o Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, doas
 gastos públicos;
 o Controlar as operações de crédito, avais e garantias;
o Auxiliar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
ATENÇÃO: O controle interno também é baseado no controle hierárquico, apurando
irregularidades dentro de cada esfera de poder, incumbindo ao hierarquicamente superior dar
ciência do Tribunal de Contas do apurado, sob pena de responsabilidade solidária.

Controle Externo – Exercido exclusivamente pelo Poder Legislativo de cada ente, com o
auxílio do Tribunal de Contas (Arts. 70 – 73 CF). É um controle político, na medida em que
é o legislativo quem faz. Quanto aos demais processos, é um controle técnico, por ser
feito por órgão especializado (Tribunal de Contas), aperfeiçoando o controle interno.
Controle Popular ou Privado – Exercido por qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato para, na forma da lei, denunciar ilegalidades perante Tribunal de Contas da
União.

4. Objeto do Controle
Além da Administração direta e autarquias, abrange:
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 Administração Indireta;
 Entidades de direito público que manipulem bens ou fundos do Governo;
 Pessoas Jurídicas que recebam contribuições parafiscais;
Qualquer empresa em que haja investimento público;
Pessoas Físicas que por qualquer título utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou
 administrem dinheiro, bens ou valores públicos;
 Fundos.
Quanto aos Fundos, questiona-se qual órgão se encarregará de sua fiscalização:
Enquanto os recursos estão no Banco do Brasil, prontos para a sua distribuição –
 Competência do Tribunal de Contas da União;
Repassados para Estados e Municípios – Competência dos Tribunais de Contas Estaduais
 ou Municipais;
Para Fundos em que há participação das 03 entidades federativas, compete a fiscalização
a todos os Tribunais de contas.

ATENÇÃO: O STF reviu antigo posicionamento e atualmente entende que o TCU tem competência
para fiscalizar as empresas públicas, sociedades de economia mista e demais responsáveis das
entidades integrantes da administração indireta, além dos conselhos regulamentares, SALVO OAB,
que NÃO se sujeita a controle da Administração nem está vinculada a qualquer das partes.

1.5. Dos Tribunais de Contas


a) Conceito e Função
Órgãos colegiados, prepostos ou auxiliares dos Poderes Legislativos, encarregados de
fiscalização e controle do orçamento.
Possuem a função precípua de auxiliar o legislativo, mas NÃO estão a ele subordinados.

Embora o Tribunal de Contas possua competências próprias, a titularidade da


função do controle externo, segundo a CF, é:
União: CN;
 Estados: Assembleia Legislativa;
DF – Câmara Legislativa;
Municípios – Câmara de Vereadores.

Natureza Jurídica
O Tribunal de Contas é Órgão técnico, com diversas funções previstas na CF, possui autonomia
administrativa e financeira, SEM subordinação aos Poderes.
STF: julgou inconstitucional, por vício formal, lei estadual que alterou e revogou diversos
dispositivos da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Tocantins, por violação da iniciativa, que
deveria ser do Tribunal.
O fato de exercer o controle das contas e auxiliar o CN NÃO torna o TCU submisso a esse poder,
até porque o TCU pode realizar auditorias e inspeções a pedido dos outros poderes.
O Tribunal de Contas NÃO possui personalidade jurídica, mas apenas capacidade processual
ou postulatória.

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O TCU é parte legítima para figurar no polo passivo do MS, quando sua decisão está revestida
de caráter impositivo.
O Tribunal de contas NÃO analisa a conveniência e oportunidade da despesa pública, por fazer
parte da discricionariedade do executivo.

c) Tribunais de Contas da União, Estados, DF e Municípios


Pelo art. 75 CF, as regras aplicáveis aos Tribunais de Contas da União são extensíveis aos demais
Tribunais de Contas, observando o princípio da simetria, de modo que NÃO pode haver qualquer
atribuição de função a algum outro Tribunal de Contas, previsto na Constituição Estadual,
diferente do disposto na CF.
STF: A competência para apurar eventuais infrações penais cometidas na gestão de verbas
educacionais é do MPF, ainda que não envolvam repasses de dinheiro federal, porque a política
de educação é nacional e há evidente interesse da União na correta aplicação dos recursos. Por
outro lado, em âmbito cível, em regra a competência será da Justiça Estadual, salvo se houver
dinheiro federal envolvido ou exista superveniente interesse da União na gestão das verbas.
Vejamos as regras:
Quando há repasse de recursos federais para o Estado ou Município, a competência é da
Justiça Federal, desde que os recursos estejam sujeitos à fiscalização de órgãos federais.
Ex: Verbas de transferências voluntárias (convênios) e transferências automáticas, bolsa
família. => VIDE SÚM. 208 STJ.
No caso de verbas do SUS, como a União mantém competência fiscalizatória e sancionatória em
relação a esses recursos, o TCU vislumbrou o caráter convenial dessas transferências e, assim,
reconheceu a natureza federal dos recursos.
Quando a verba repassada, embora federal, incorporou-se ao patrimônio do Município,
a competência é da Justiça Estadual => VIDE SÚM. 209 STJ. Ex: FPM
- Em alguns casos, o próprio contrato informa a impossibilidade de incorporação. Ex: PNAE
– Programa Nacional de Alimentação escolar (fiscalização pelo TCU), PNAT – Programa
 Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (competência Federal).
Quando a verba repassada, independente da sua origem, incorpora-se ao patrimônio do
Estado ou do Município, mas persiste interesse federal na matéria, a competência é da
JF. Ex: FUNDEB (Se ação de improbidade, verificar se houve ou não complementação de
verbas do FUNDEB pela União).

d) Natureza das decisões do TC


Meramente administrativa, haja vista o monopólio da jurisdição.
As decisões do Tribunal de Contas vinculam a Administração, que deverá cumprir as
deliberações do Tribunal de Contas ou ingressar com ação própria no Judiciário, caso discorde.
SÚMULA 347 STF – O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade de leis e atos do poder público (serve como parâmetro apenas para as suas
decisões, NÃO se aplicando fora delas), sendo difuso e incidental, desprovido de efeitos
vinculantes.

e) Eficácia das Decisões do Tribunal de Contas

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As decisões do Tribunal de Contas terão eficácia de título executivo. Aplicada a penalidade, cabe
ao erário executar a cobrança. Ex: Se a penalidade foi de aplicação errônea de recursos pelo
gestor do Município X, caberá a este mesmo Município cobrar a penalidade.
Em âmbito Federal: a cobrança da penalidade se dá pela AGU.
O representante do MP que atue junto ao TC NÃO tem legitimidade para promover essas
execuções.
Para essas cobranças, NÃO é necessária a inscrição em dívida ativa, nem se regem pela LEF, pois
as decisões já são títulos executivos extrajudiciais.
Em se tratando de débitos imputados pelo Tribunal de Contas, se for cobrança de
ressarcimentos, será imprescritível.
STF: O Estado-membro NÃO tem legitimidade para promover execução judicial para cobrança
de multa imposta por Tribunal de Contas estadual à autoridade municipal, uma vez que a
titularidade do crédito é do próprio ente público prejudicado (Município, no caso), por meio de
seus representantes judiciais.

Competência dos Tribunais de Contas:


Emissão de parecer prévio do executivo;
 Julgamento de contas (exceto do executivo);
 Controle de atos de pessoal;
 Fiscalização em sentido estrito;
 Aplicação de sanções;
 Competência corretiva;
 Dever de representação;
 Fixação de índices dos Fundos de Participação;
 Auxílio à Comissão Mista Permanente;
Poder Regulamentar

I) Emissão de Parecer Prévio


Compete ao Tribunal de Contas apreciar as contas anualmente prestadas pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em 60 dias, a contar do seu
recebimento.
O Tribunal de Contas NÃO julga as contas do executivo, pois esse papel pertence ao legislativo.
O parecer do TC é meramente opinativo, não vinculante da decisão de julgamento, que será
feita pelo legislativo, mas serve como importante subsídio.
Se no âmbito Municipal, o parecer prévio vincula até certo ponto o legislativo Municipal, pois só
deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara dos Vereadores.
O julgamento realizado pelo Legislativo NÃO poderá ser modificado pelo Judiciário, posto que não
possui competência. O Judiciário só poderá analisar se houve ou não observância dos princípios
constitucionais e se o rito procedimental foi observado, não podendo entrar no mérito para afastar ou
aproximar algum ponto que não foi levado em consideração no ato do julgamento.
Contas de Governo: As contas de governo estão atreladas ao cumprimento de índices
constitucionais de gastos em educação e saúde, limites de gastos com pessoal, etc.
Contas de Gestão: vinculadas à realização de despesas e às suas especificidades.

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ATENÇÃO: Em agosto/2016, o Plenário do STF analisou a questão nos Recursos Extraordinários


848826 e 729744 e, por maioria de votos, decidiu que é exclusivamente da Câmara Municipal a
competência para julgar as contas de governo e as de gestão dos Prefeitos, cabendo ao Tribunal
de Contas auxiliar o Poder Legislativo Municipal, emitindo parecer prévio e opinativo.

II) Julgamento das Contas


Compete ao Tribunal de Contas julgar as contas dos Poderes Legislativo e Judiciário, do MP,
órgãos, fundos e empresas da Administração direta e indireta, e de toda pessoa física ou jurídica
que administre verbas públicas.
Fica de fora apenas as contas do governo, feitas pelo Legislativo.
Os Tribunais de contas, embora autônomos perante o Legislativo, estão sujeitos ao seu controle
externo.
STF consolidou dois temas importantes:
O julgamento das contas do Tribunal de Contas dos Estados ficaria a cargo do Poder
 Legislativo;
O julgamento das contas do Tribunal de Contas do Município é realizado pelo Tribunal
 de Contas dos Estados, e não perante a Assembleia legislativa dos Estados-Membro.
Quanto ao TCU, compete à Comissão Mista Permanente do Legislativo dar parecer prévio sobre
suas contas, restando ao TCU a análise dos aspectos administrativos dos gastos, como despesas
com pessoal, contratos, etc. Após o parecer da Comissão Mista do Orçamento, as contas são
enviadas ao CN, que delibera por decreto legislativo.

Controle dos Atos de


Pessoal - Art. 71 CF:
Toda e qualquer admissão no serviço público, inclusive contratações por tempo
determinado, deve ser apreciada pelo Tribunal de Contas, SALVO as nomeações para
 cargos em comissão, que são de livre nomeação e exoneração;
Compete ao Tribunal de Contas apreciar as concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório.
TODOS os atos de admissão de pessoal e de aposentadoria são, na essência, atos complexos,
que demandam posterior análise do Tribunal de Contas para a sua perfeição.

Súmula vinculante 03 – A segunda parte da súmula afirma que na apreciação da


legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão NÃO se
observam o contraditório e a ampla defesa. Isso ocorre porque, como reconhecido
pelo STF, o ato de concessão inicial de aposentadoria é ato complexo, que
depende da manifestação do órgão + TC, dois órgãos diferentes. Assim, uma vez
que há apenas expectativa de direito do interessado, NÃO se garante o
contraditório e a ampla defesa, pois NÃO se tem direito em discussão.
O STF voltou ao tema, e ratificou que o contraditório e ampla defesa devem
ser exercidos apenas na Administração e NÃO perante o TC, já que a análise do
Tribunal era apenas técnica, aperfeiçoadora do ato. Porém, se o TC demorasse a
decidir, deveria se observar o contraditório e a ampla defesa ao interessado, em
virtude da segurança jurídica em jogo e estabilidade das decisões.
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Assim, o STF entendeu que o prazo para a análise dos processos é de 05


anos para decidir sobre a concessão ou não da aposentadoria, tempo em que não
se observam os princípios do contraditório e ampla defesa. Ultrapassado esse
período, deve se garantir ao interessado as garantias.
Se a Administração reconhecer algum vício no ato de controle de pessoal,
mesmo após a análise do Tribunal de Contas pela sua regularidade, poderá anular
o ato, em virtude da autotutela, devendo o mesmo, para surtir efeito, ser
novamente apreciado pelo Tribunal de Contas. => VIDE SÚMULA 06 STF.

IV) Fiscalização em sentido estrito


- A CF dá aos TCs poderes de fiscalização propriamente dito:
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de
Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
O TC pode realizar inspeções e auditorias, sendo amplo o alcance dessa fiscalização, abarcando
os âmbitos contábil, operacional, financeiro, orçamentário e patrimonial (COFOP)
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a
União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
A competência da fiscalização do TC se entende a qualquer órgão da Administração Pública, desde
que esteja na sua alçada a origem dos recursos (Ex: recursos federais – TCU; Estaduais – TCE).
Havendo consórcio público entre Municípios, por exemplo, cada TCM ou TCE estará investido do
poder fiscalizatório sobre as contas referentes ao patrimônio do ente a ele vinculado.
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município;
Celebrado um convênio entre a União e um Estado, o TCU será sempre competente para
fiscalizar a parte referente aos recursos federais eo TCE referente aos recursos estaduais. O
critério da fiscalização é a origem dos recursos.
Se houver omissão na prestação de contas ou irregularidades na aplicação de recursos, compete
ao controle interno setorial do TC instaurar Tomada de Contas Especial, a ser julgada pelo Próprio
Tribunal, para apurar fatos, identificar os responsáveis e quantificar o dano.
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
Qualquer solicitação dos órgãos competentes do CN sobre as despesas públicas e a aplicação
dos recursos públicos deve ser prontamente atendida pelo respectivo Tribunal de Contas. No
caso do TCU, possui um Comitê Técnico de Auxílio ao CN, para os casos de urgência.

V) Aplicação de sanções
As sanções devem estar previstas na Lei do respectivo TC, para que não se ofenda o direito
segundo o qual NÃO há pena sem prévia cominação legal.
TCU: A Lei Orgânica autorizou a:

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Aplicar penalidades, desde multa e obrigação de devolução do débito apurado até


 afastamento provisório do cargo;
 Solicitar ao órgão competente o arresto dos bens de responsáveis julgados em débito;
Inabilitação ao exercício de cargo em comissão ou função de confiança na Administração,
 etc.
Essas penalidades NÃO excluem a aplicação de sanções penais e administrativa pelas autoridades
competentes, em razão das mesmas penalidades encontradas pelos Tribunais de Contas.

VI) Competência Corretiva


Constatada alguma irregularidade, o Tribunal de contas tem a competência para fixar prazo para
que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, ou
sustar o ato impugnado.
Se CONTRATOS, o Tribunal comunica o fato ao CN, a quem compete adotar o ato de sustação. O
Legislativo, por sua vez, deverá sustar o contrato e solicitar ao executivo, de imediato, as medidas
cabíveis. Se o executivo nada deliberar a respeito, no prazo de 90 dias, o TC fará uma análise
técnica da irregularidade e dará seu parecer. O TRIBUNAL NÃO PODE SUSTAR O CONTRATO, POR
SER ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO CN. No entanto, existe doutrina administrativista que entende
ser possível o TCU sustar contratos, se inerte o CN (usar esse último entendimento em provas
subjetivas, se questionado).
Se ATO ADMINISTRATIVO, o TC pode sustar o ato, devendo comunicar ao Legislativo.

VII) Dever de Representação


Se numa fiscalização o TC apurar irregularidade ou abuso, que compete a algum outro órgão
fiscalizar, apurar e responsabilizar, o TC deverá comunicar ao Poder competente a falha
apontada, para que sejam adotadas as providências cabíveis.

VIII) Auxílio aos Fundos de Participação


Art. 61 CF: O TC possui a atribuição de efetuar o cálculo das quotas referentes aos fundos de
participação:
Dos Estados e DF;
 Municípios;
 Fundo de Compensação pelas exportações de produtos industrializados (IPI-EXPORTAÇÕES);
 Fundos constitucionais de financiamento no norte, nordeste e centro-oeste.
Note que esses recursos, embora transferidos pela União, são receitas dos entes
recebedores, NÃO sendo fiscalizados pelo TCU, mas pelos TCEs e TCM.
A atribuição de fixar os coeficientes dos Fundos de Participação é EXCLUSIVA do TCU.

IX) Auxílio à Comissão Mista permanente


O TC ainda tem o dever de auxiliar a Comissão Mista Permanente do CN quando da ocorrência
de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de
despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou
de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável
que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

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1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão


solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa
causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso
Nacional sua sustação.
Poder Regulamentar
O Tribunal de Contas possui poder normativo, podendo expedir atos e instruções normativas
que orientam e guiam os administradores públicos a prestarem contas de forma correta.

XI) Tribunal de Contas e LRF


- Além das funções constitucionais, a LRF trouxe diversas atribuições ao Tribunal de Contas:
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o
sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o
cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: I -
atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;
- limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a
Pagar;
- medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite,
nos termos dos arts. 22 e 23;
IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos
montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
- destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições
constitucionais e as desta Lei Complementar;
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
Além dessas funções, o §1º prevê a FUNÇÃO ALERTA dos Tribunais, que ocorre quando a
despesa de pessoal atinge o limite de 90% (não se confunde com o limite prudencial do art. 22
LRF), deverão exercê-la quando constatarem:
o
§ 1 Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando
constatarem:
o o
- a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4 e no art. 9 ;
- que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do
limite;
III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da
concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos
limites;
IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em
lei; V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de
irregularidades na gestão orçamentária.
o
§ 2 Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa
total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.
o o
§ 3 O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2 ,
o o
3 e 4 do art. 39.

XII) Tribunal de contas e sigilo bancário

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STF: entende que o TCU NÃO detém legitimidade para requisitar diretamente informações que
importem quebra de sigilo bancário.

XIII) Composição dos Tribunais de Contas


A) Composição
09 Ministros, com quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo território nacional. Sua sede
fica em Brasília.
Tribunais de Contas dos Estados e Municípios: 07 membros.

Requisitos para o provimento dos cargos


Ser brasileiro;
 Possuir mais de 35 e menos de 65 anos de idade;
 Ter idoneidade moral e reputação ilibada;
Possuir notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
 administração pública;
Ter mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija
os conhecimentos do item anterior => STF: O notório conhecimento NÃO precisa ser
formado normalmente.

Competência para indicação dos membros
TCU: 1/3 pelo Presidente, com aprovação do Senado Federal, sendo 02 alternadamente entre
auditores e membros do MP junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo
critérios de antiguidade e merecimento; 2/3 escolhidos pelo CN
TCE/ TCM: 03 escolhidos pelo governador, e 04 pelo legislativo. Os indicados pelo governador
devem se submeter à aprovação da Assembleia legislativa => VIDE SÚM. 653 STF

D) Equivalência de impedimentos e vantagens


Os Ministros do TCU terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
vantagens dos Ministros do STJ.
Para TCE/ TCM: Mesmas vantagens dos Desembargadores do TJ.
Se auditor: mesmas garantias e impedimentos que as de juiz de TRF

OBS: Qualquer cidadão pode denunciar irregularidades perante o Tribunal de Contas, tornando
este um órgão auxiliar, não apenas do legislativo, mas da própria comunidade.

E) Tribunal de contas e Poder de investigação


O Tribunal de contas tem atribuição para investigar, independente de provocação, podendo agir
de ofício.
É parte legítima para denunciar irregularidades:
 Qualquer cidadão;
Partido Político;
 Associação;
 Sindicato
STF: Entendeu que o denunciado tem o direito de saber quem está apresentando a denúncia
para eventualmente exercer o seu direito de resposta, proporcional ao de agravo.
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Em caso envolvendo a prática de crime, o STF admitiu a denúncia anônima, desde que
acompanhada dos demais elementos colhidos a partir dela

PROCESSO LEGISLATIVO
Abrange a formação das seguintes espécies normativas:
Emendas à CF;
Leis Complementares;
 Leis Ordinárias;
 Leis delegadas;
MP;
 Decretos Legislativos;
Resoluções

Processo Legislativo de Leis Ordinárias e


complementares a) Iniciativa
- Regra Geral, podem propor:
Qualquer deputado ou Senador;
Comissão da Câmara, Senado e CN;
 Presidente da República (EP);
 STF (EP);
Tribunais Superiores (EP);
 PGR (EP);
Cidadãos (EP) – 1% do eleitorado, em pelo menos 05 Estados, não menos do que 0,3% de
eleitores em cada, mediante apresentação que PL ordinária ou complementar à Câmara
dos Deputados. O projeto de lei de iniciativa popular NÃO poderá ser rejeitado por vício
de forma.
EP – Iniciativa Extraparlamentar.
A iniciativa pode ser concorrente ou privativa a determinadas pessoas (sob pena de se
configurar vício formal de iniciativa).
Iniciativa reservada ao Presidente: DECORAR art. 61, §1º CF, aplicado pelo princípio da
simetria aos Governadores dos Estados e DF, e aos prefeitos.
Iniciativa reservada ao Judiciário: Matérias de seu interesse exclusivo e elaboração do
 estatuto da magistratura (STF)
Iniciativa da Câmara e do Senado dispor sobre assuntos de seu interesse exclusivo.
OBSERVAÇÕES:
NÃO se pode falar em iniciativa reserva em matéria tributária, pois o art. 61, §1º,
II, b da CF/88 se refere apenas à iniciativa reservada do Presidente para leis que
disponham sobre matéria tributária dos territórios;
STF: É competência exclusiva do Poder Executivo a iniciativa do processo
legislativo das matérias pertinentes ao PPA, LDO e LOA.
STF: NÃO pode o legitimado exclusivo ser compelido a deflagrar o processo
legislativo, já que a competência reservada traz implicitamente a discricionariedade
para decidir o momento adequado para encaminhar o projeto de lei.
STF: Cabe emenda parlamentar em projetos de iniciativa reservada, desde que
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respeitados os seguintes requisitos:


Os dispositivos introduzidos pela Emenda parlamentar NÃO podem estar
destituídos de pertinência temática com o projeto original;
Os dispositivo introduzidos por emenda parlamentar não podem acarretar
aumento de despesa ao projeto original.
Excepcionalmente, nos projetos orçamentários de iniciativa exclusive do
Presidente da República, admitem-se emendas parlamentares, mesmo que
impliquem aumento de despesas:
Ao projeto de LOA ou aos projetos que o modifiquem, desde que:
Compatíveis com o PPA e LDO;
Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal
e seus encargos, serviço da dívida, transferência tributárias constitucionais
 para E, M, DF;
Sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões ou com os
dispositivos do texto do projeto de lei.
Ao projeto de LDO, desde que as emendas parlamentares sejam compatíveis
com o PPA.
A sanção presidencial NÃO convalida vício de iniciativa, sendo vício insanável.
O Sistema brasileiro NÃO admitiu expressamente a iniciativa popular para
propostas de Emenda à Constituição (PEC), embora Lenza entenda ser cabível, já
que a soberania popular será exercida mediante iniciativa popular. Algumas CEs
admitem iniciativa popular para a emenda às Constituições.
A iniciativa para apresentação de projeto de Lie complementar de organização
do MPU é concorrente entre o Presidente da República e o PGR (ART. 128, §5º) =>
iniciativa compartilhada (José Afonso da Silva).
Quanto ao MP junto ao Tribunal de Contas, a iniciativa de lei sobre sua
organização será privativa da Corte de Contas.
A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, pela proposta da maioria
absoluta dos membros, de qualquer das casas do CN => Princípio da irrepetibilidade
dos projetos rejeitados na mesma sessão legislativa.
NOTAS:
Se o novo projeto de lei for novamente rejeitado, poderá ser
reapresentadona mesma sessão legislativa, uma segunda vez, já que NÃO
há limitação de quantidade de vezes para a reapresentação do projeto,
sendo o único requisito fixado o quórum qualificado da maioria absoluta.
Em relação às matérias constantes de projeto de lei rejeitado pelo Congresso
Nacional, NÃO poderá o Presidente veicular a mesma matéria por MP, sob
pena de violação ao princípio da separação de poderes.
Igualmente, NÃO poderá o Presidente apresentar nova MP constante de
outraanteriormente rejeitada.

possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de


constitucionalidade de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare
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inconstitucional, determinando seu arquivamento?


Em regra, não. Existem, contudo, duas exceções nas quais o STF pode determinar
o arquivamento da propositura:
Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja
ocorrendo com violação às regras constitucionais sobre o processo legislativo.
(STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão
Min. Teori Zavascki, 20/6/2013). (Info 711).

Fase Constitutiva – Deliberação Parlamentar


Via de regra, a discussão e votação dos projetos de lei tem início na Câmara dos Deputados,
salvo os projetos de iniciativa dos Senadores ou de Comissões do Senado, funcionando, nesses
casos, a Câmara dos deputados como casa revisora.
Iniciado o processo legislativo, o projeto de lei passa à apreciação pelas Comissão Temática, que
analisará a matéria da proposição e, em seguida, pela CCJ, que analisará a sua constitucionalidade.
Se envolver aspectos financeiros e orçamentários, após a CCJ, o projeto será apreciado
pela Comissão de Finanças e Tributação, para o exame da compatibilidade e adequação
 orçamentária.
As comissões, em razão da matéria de sua competência, poderão, além de discutir e emitir
pareceres sobre projeto de lei, aprova-los, desde que, na forma do regimento interno da Casa,
haja dispensa da competência do plenário (delegação interna corporis) e inexista, também,
interposição de recurso de 1/10 dos membros da casa. Porém, NÃO poderão ser objeto de
delegação interna corporis os seguintes projetos:
 Lei Complementar;
 Códigos;
 de iniciativa popular;
 de Comissão;
 Relativos à matéria que não possa ser objeto de delegação;
 Oriundos do Senado;
 Que tenham pareceres divergentes;
 Em Regime de Urgência.
Nessas hipóteses de apreciação pelo plenário, o parecer das comissões temáticas é opinativo,
já que a matéria ainda será discutida ou votada. Porém, o parecer da CCJ, quanto à
constitucionalidade ou juridicidade da matéria, será terminativo, assim como o da comissão de
finanças e tributação.

Processo de Votação
- A votação pode ser:
I – Ostensiva
Processo Simbólico – utilizado na votação das proposições em geral, e os parlamentares
das respectivas casas, para aprovar a matéria, deverão permanecer sentados, levantando-
 se apenas os que votaram pela rejeição.
Processo Nominal – Quando é requerida regimentalmente a verificação da votação. Será
utilizado:

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 Nos casos em que seja exigido quórum especial de votação;


 Por deliberação do plenário, a requerimento de qualquer deputado;
Quando houver pedido de verificação de votação.
Demais casos previstos no regimento.
 II – Secreta:
 Sistema Eletrônico;
Sistema de cédulas
Ocorre nas seguintes hipóteses:
Deliberação durante o estado de sítio, sobre a suspensão das imunidades de deputado;
Por decisão do plenário, a requerimento de 1/10 dos membros da casa ou líderes que
 representem este número, formulado antes de iniciada a ordem do dia;
Para eleição do Presidente e demais membros da mesa diretora, presidente e vice de
comissões permanentes e temporárias, dos membros da Câmara que irão compor a
comissão representativa do CN e dos 02 cidadãos que irão integrar o Conselho da
 República e demais eleições;
Caso de pronunciamento sobre a perda de mandato de Deputado ou suspensão das
imunidades constitucionais durante o estado de sítio.

d) Casa Revisora
Rejeitado o projeto na casa iniciadora, ele será arquivado. Se aprovado, seguirá para a casa
revisora, passando também pelas Comissões e, ao fim, poderá ser aprovado, rejeitado ou
emendado:
 Se Aprovado, será enviado para sanção ou veto do chefe do executivo;
Se Rejeitado, será arquivado, só podendo ser reapresentado na mesma sessão legislativa
mediante proposta da maioria absoluta dos membros de quaisquer das casas do CN, ou
 ser reapresentado na sessão seguinte;
Se emendado, somente o que foi modificado será apreciado na casa iniciadora, sendo
 vedada a apresentação de emenda à emenda (subemenda)
No processo legislativo, há uma predominância da casa iniciadora sobre a revisora.
Havendo a aprovação do projeto de lei, será encaminhado para autógrafo.
É possível a inclusão a emendas ao projeto de lei, desde que não aumente a despesa prevista
nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente, bem como nos projetos sobre a organização
dos serviços administrativos da Câmara dos deputados, Senado, Tribunais Superiores e MP
Espécies de emendas:
Supressiva: Manda erradicar qualquer parte de outra proposição;
Aglutinativa: Resulta da fusão de outras emendas;
Substitutiva: É apresentada como sucedânea a parte de outra proposição;
Modificativa: Altera a proposição sem a modificar substancialmente;
Aditiva: Se acrescenta a outra proposição;
de Redação: Modificativa que visa a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa
ou lapso manifesto.

OBS: O Presidente da república, nos projetos de sua iniciativa, poderá solicitar urgência na
apreciação dos congressistas, possuindo o procedimento sumário a duração máxima de 100 dias
(45 dias em cada casa + 10 dias em caso de emenda do Senado, a ser apreciada pela Câmara).
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e) Deliberação executiva – Sanção e Veto


Recebido o projeto de lei, o Presidente da República o sancionará ou
vetará. e.1) Sanção
É a anuência com o projeto de lei, podendo ser expressa ou tácita (quando recebido o projeto, o
Presidente NÃO se manifesta no prazo de 15 dias).
O Presidente terá 15 dias úteis para votar projeto de lei, e também para vetá-lo, contados da
data do recebimento.
O veto pode ser:
Parcial: Só abrangerá texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, inexistindo
veto de palavras.7
Total: Rejeição de todo o projeto de lei.
Os motivos do veto podem ser:
Jurídico: Por entender ser inconstitucional;
Político: Contrário ao interesse público.
Vetando o projeto de lei, total ou parcialmente, o Presidente deverá comunicar ao Presidente
do Senado os motivos do veto em 48 horas.
OBS: Se o Presidente da República simplesmente vetar, sem explicar os motivos de seu ato,
estaremos diante da INEXISTÊNCIA do veto, de modo que veto sem motivação expressa produz
os mesmos efeitos da sanção.
Sancionado o projeto de lei, passará à fase da promulgação e publicação.
Se houver veto, será necessariamente apreciado em sessão conjunta da Câmara e do Senado,
dentro de 30 dias a contar do seu recebimento. Pelo voto da maioria absoluta dos deputados e
senadores, em escrutínio secreto, o veto poderá ser afastado, produzindo os mesmos efeitos
que a sanção.
Derrubado o veto, o projeto deverá ser enviado ao Presidente da República para promulgação,
em 48 horas. Se não o fizer, caberá ao Presidente do Senado em igual prazo, e se não o fizer,
caberá ao Vice-Presidente do Senado.

Promulgação: É o atestado de existência válida da lei e de sua executoriedade. Por meio dela
certifica-se o nascimento da lei.

Publicação: Inserção do texto da lei no Diário Oficial, devendo ser determinada por quem a
promulgou. Regra geral, começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada, e nos Estados
estrangeiros, 03 meses após oficialmente publicada.

2. Emendas Constitucionais
Fruto do trabalho do Poder Constituinte derivado reformador, sendo poder condicionado,
submetendo-se a limitações expressas e implícitas.

a) Limitações Formais ou procedimentais:


I – Iniciativa (art. 60, I, II, III): Trata-se de iniciativa privativa e concorrente de alteração da
Constituição. A CF só poderá ser emenda mediante proposta:
1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
Presidente da República;
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Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-


 se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
– Quórum de Aprovação: A proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do CN,
em 02 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos
membros.
- O texto aprovado por uma Casa não pode ser modificado pela outra sem que a matéria volte
para apreciação na casa iniciadora.
III – Promulgação: A promulgação da emenda deverá ser realizada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (LEMBRAR QUE NÃO HÁ
SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL).
IV – Proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada: A proposta de emenda rejeitada
ou prejudicada NÃO pode ser objeto de nova apresentação na mesma sessão legislativa.

Limitações Circunstanciais: A CF NÃO poderá ser emendada na vigência de:


Intervenção Federal;
 Estado de Defesa;
Estado de Sítio.

Limitações Materiais: São as Cláusulas Pétreas, de modo que NÃO será objeto de deliberação
a proposta de emenda tendente a abolir:
 Forma federativa de Estado;
 Voto direto, secreto, universal e periódico;
 Separação de Poderes;
Direitos e garantias individuais.

Limitações Temporais: No Brasil, foram previstas apenas na CF/1824. Trata-se de previsão de
prazo durante o qual fica vedada qualquer alteração da Constituição.
- Logo, NÃO HÁ LIMITAÇÃO TEMPORAL PREVISTA NA CF/88.

Limitações Implícitas
Teoria da Dupla Revisão: Seria a possibilidade de, através de EC, revogar o art. 60, §4º CF e, em
segundo momento, dizer que a forma de Estado não é mais a federação, passando o Brasil a ser
Estado unitário (ou seja, em um primeiro momento se revoga cláusula pétrea para, em seguida,
modificar aquilo que a cláusula pétrea protegia).
Lenza e doutrina majoritária estabelecem a total impossibilidade da teoria da dupla revisão, na
medida em que existem limitações implícitas, decorrentes do sistema.
Logo, as limitações expressas caracterizam-se como a primeira limitação implícita ou inerente.
Outras limitações implícitas são a IMPOSSIBILIDADE DE SE ALTERAR O TITULAR DO PODER
CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E O TITULAR DO REFORMADOR.

f) Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos


As convenções e tratados internacionais de direito humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.

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3. Lei Complementar e Lei Ordinária


A LC possui as mesmas fases que a LO.
Diferenças:
Aspectos Material: As hipóteses de regulamentação da LC estão TAXATIVAMENTE previstas na
CF, enquanto a LO possui campo residual.

Aspecto Formal:
Lei Complementar => Maioria Absoluta (maioria dos componentes, do total de membros dos
integrantes da Casa)
Lei Ordinária => Maioria Simples ou Relativa (maioria dos presentes à reunião ou sessão que,
naquele dia de votação, compareceram).

OBS: ART. 47 – Quorum de Instalação => MAIORIA ABSOLUTA

STF: NÃO existe hierarquia entre a LC e LO!



Lei Delegada
É exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições, pois sua elaboração é antecedida de
delegação de atribuição do Poder Legislativo ao Executivo, através da delegação externa corporis.
1ª Fase (Iniciativa solicitadora): A espécie normativa será elaborada pelo Presidente da
República, após prévia solicitação ao CN, delimitando assunto sobre o qual pretende legislar.
A solicitação será submetida à apreciação do CN que, no caso de aprovação, tomará a forma de
resolução, especificando o conteúdo da delegação e os termos de seu exercício.
É vedada a delegação:
 De atos da competência exclusiva do CN;
 Atos de competência privativa da Câmara e do Senado;
 Matérias reservadas à LC;
Legislação sobre:
Organização do Poder Judiciário e MP, carreira e garantia dos seus membros; o
Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
o Plano Plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Havendo exorbitância nos limites da delegação legislativa, caberá ao CN sustar o ato normativo,
por meio de decreto legislativo, realizando o controle repressivo de constitucionalidade.
Por meio de resolução, o CN determinará se haverá ou não a apreciação do projeto de lei
delegada (elaborada pelo Presidente) pelo CN. Havendo apreciação, o CN fará em votação única,
sendo vedada qualquer emenda. Logo, há dois tipos de delegação:
a) Delegação Típica: NÃO haverá apreciação pelo CN, que autoriza o Presidente a elaborar,
promulgar e publicar a lei delegada;
b) Delegação Atípica: Haverá apreciação pelo CN, em votação única, vedada qualquer emenda.
ATENÇÃO: Mediante Resolução, transfere-se apenas, e temporariamente, a competência para
legislar sobre determinadas matérias, permanecendo a titularidade da aludida competência com
o Legislativo, que poderá, mesmo tendo havido delegação, legislar sobre a mesma matéria.
Embora tenha havido delegação legislativa pelo CN ao Presidente, este NÃO estará obrigado a
efetivar a elaboração do ato normativo, possuindo total discricionariedade.

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5. MEDIDA PROVISÓRIA
Para Pinto Ferreira, as medidas provisórias são mais específicas do regime parlamentarista, em
que o gabinete é uma dependência do corpo legislativo, podendo cair em face do desacordo com
o legislativo. No regime presidencialista, o chefe do executivo não está sujeito a censura que
provoque a sua demissão, e assim a MP é uma forma de concentração do poder no Executivo.
A MP é adotada pelo Presidente da República por ato monocrático, unipessoal, sem a
participação do legislativo, chamado a discuti-la somente em momento posterior, quando já
adotada pelo executivo, com força de lei e produzindo os seus efeitos jurídicos.

Processo de criação: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao CN.
I – Legitimado para a edição da MP: Presidente da República (competência exclusiva, indelegável).
II – Pressupostos Constitucionais: Relevância e urgência.
III – Duração da MP: Adotada a MP pelo Presidente da República, ela vigorará por 60 dias,
prorrogável, de acordo com o art. 62, §7º, por igual período (mais 60 dias), contados de sua
publicação no Diário Oficial, sendo o prazo suspenso durante os períodos de recesso parlamentar.
IV – Prorrogação: A MP poderá ser prorrogada por novos 60 dias, totalizando o prazo de 120 dias,
quando então, se não for convertida em lei, perderá a sua eficácia desde a sua edição (eficácia
ex-tunc), confirmando a sua efemeridade e precariedade. Em caso de perda da eficácia, deve o
CN disciplinar, por DECRETO LEGISLATIVO, as relações jurídicas delas decorrentes.
V – Tramitação: Adotada a MP pelo Presidente da República, ela será submetida, de imediato, ao
CN, cabendo a uma comissão mista de Deputados e Senadores examiná-la e sobre ela emitir
parecer, apreciando os seus aspectos constitucionais (relevância e urgência) e de mérito, bem
como a sua adequação financeira e orçamentária, além do cumprimento pelo Presidente da
exigência contida no art. 2º, §1º da Res. 1/2002-CN (no dia da publicação da MP no DOU ter
enviado seu texto ao CN, acompanhado da respectiva mensagem e de documento expondo a
motivação do ato). Posteriormente, a MP passará a apreciação do plenário de cada uma das
casas. O processo de votação será em sessão separada, tendo início da Câmara dos Deputados,
sendo o Senado Federal a Casa revisora. O plenário de cada uma das casas decidirá, em
apreciação preliminar, o atendimento dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência,
bem como a sua adequação financeira e orçamentária.
VI – Regime de Urgência: Se a MP NÃO for apreciada em até 45 dias, contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do CN, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em
que estiver tramitando.
VII – Reedição de MP: É vedada a reedição de MP, na mesma sessão legislativa, expressamente
rejeitada pelo CN ou que tenha perdido a eficácia por decurso de prazo.

Parecer prévio da Comissão mista e inconstitucionalidade da Res. 1/2002-CN


O art. 62, §9º, CF/88 deve ser interpretado restritivamente, e estabelece ser atribuição da
comissão mista de Deputados e Senadores examinar as MPs e sobre elas emitir parecer, de
caráter opinativo, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma
das casas do CN.

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No entanto, a Res. 01/2002 – CN permite a emissão de parecer por meio de relator nomeado e
não pela comissão mista, sendo INCONSTITUCIONAL => Declarado norma ainda constitucional
pelo STF (ver controle de constitucionalidade).

c) Medidas a serem adotadas pelo CN


I – Aprovação SEM alteração: Será seu texto promulgado pelo Presidente da Mesa do CN, para
publicação em DOU.

– Aprovação COM alteração: Havendo emendas, o projeto de lei de conversão apreciado por
uma das Casas deverá ser apreciado pela outra (agora em sessão separada pelo plenário de cada
uma das casas), devendo ser, posteriormente, levado à apreciação do Presidente da República
para sancionar ou vetar a lei de conversão, e, em caso de sanção ou derrubada do veto,
promulgação e publicação pelo próprio Presidente da República.
- Quando à matéria alterada, os efeitos decorrentes desse ponto específico deverão ser
regulamentados por decreto legislativo, perdendo a MP, no ponto em que foi alterada, a eficácia
desde a sua edição.

– NÃO apreciação (rejeição tácita): A não apreciação da MP no prazo de 60 dias, contados de


sua publicação, implicará a sua prorrogação por mais de 60 dias. Assim, se não apreciada pelo CN,
a MP perderá eficácia desde a sua edição (rejeição tácita), operando efeitos retroativos (ex tunc),
devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes por decreto
legislativo.
- NÃO SE PERMITE APROVAÇÃO DA MP POR DECURSO DE PRAZO.
- No entanto, se NÃO for editado decreto legislativo para regulamentar as relações jurídicas
decorrentes da MP que perdeu a sua eficácia por ausência de apreciação, até 60 dias após a
perda de sua eficácia, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante
a sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.

IV – Rejeição Expressa: Deverá o CN disciplinar os efeitos decorrentes da MP rejeitada, através de


decreto legislativo.

PUBLICADA A MP, E TENDO ELA FORÇA DE LEI, AS DEMAIS NORMAS DO OJ, QUE COM
ELA SEJAM INCOMPETÍVEIS, TERÃO A SUA EFICÁCIA SUSPENSA. REJEITADA A MP, A LEI
QUE TEVE A SUA EFICÁCIA SUSPENSA VOLTA A PRODUZIR EFEITOS.

Pode o Presidente da República retirar da apreciação do CN a MP já editada¿
A partir do momento que o Presidente da República edita MP, ele não mais tem controle sobre
ela, já que, de imediato, deverá submetê-la à análise do CN, NÃO podendo retirá-la de sua
apreciação.
STF: Não sendo dado ao Presidente da República retirar da apreciação do CN a MP que tiver
editado, é-lhe, no entanto, possível ab-rogá-la por meio de nova MP, valendo tal ato pela simples
suspensão dos efeitos da primeira, efeitos esses que, todavia, o CN poderá ver restabelecidos,
mediante a rejeição da medida ab-rogatória.

Limitação Material à edição de MP: É expressamente vedada a edição de MP sobre:


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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

 Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;


 Direito penal, processual penal e processual civil;
 Organização do Poder Judiciário e do MP, carreira e garantia de seus membros.
Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento, créditos adicionais e
suplementares, ressalvados os créditos extraordinários (guerra, comoção interna ou
 calamidade pública).
Que vise à detenção e sequestro de bens, poupança popular ou qualquer outro ativo
 financeiro;
 Reservada à LC;
Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo CN e pendente de sanção ou veto pelo
 Presidente da República.
 Matérias que não podem ser objeto de delegação legislativa;
Matérias reservadas às resoluções e aos decretos legislativos.

Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, vedada a edição de MP para a sua regulamentação.
Os impostos que podem ser editados por MP, só produzirão efeitos no exercício
financeiro seguinte se a aludida MP tiver sido convertida em lei até o último dia daquele
exercício financeiro em que foi editada.

MP e crédito Extraordinário
A MP pode ser editada para a abertura de créditos extraordinários (art. 167, §3º CF), é o que o
STF chama de limites constitucionais à atividade legislativa excepcionais do Poder executivo na
edição de MP para a abertura de crédito extraordinário.
STF: Vem admitindo o controle dos requisitos de imprevisibilidade e urgência para a edição de
MP que abre crédito extraordinário., pois há indiscutível densificação normativa.

OBS: Todas as MPs editadas antes da EC 32/2001, caso NÃO sejam derrubadas pelo CN, ou o
executivo deixe de revoga-las explicitamente, continuarão em vigor, implicando a indesejável
perpetuação.

6. DECRETO LEGISLATIVO
É instrumento normativo pelo qual se materializam as competências exclusivas do CN.
Regras sobre o procedimento: Regimento interno das Casas do CN,
Além das matérias do art. 49, o CN deverá regulamentar por decreto legislativo os efeitos da MP
NÃO convertida em lei.
NÃO existe manifestação do Presidente da República, sancionando ou vetando, pela própria
natureza do ato.

7. TRATADOS INTERNACIONAIS
O CN tem competência exclusiva para, através de decreto legislativo, resolver definitivamente
sobre tratados, acordos ou atos internacionais.
Formas pelas quais se origina um tratado internacional:
I – Aprovação do texto por uma instância de organização internacional;
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ou
– Assinatura de um documento por sujeitos de direito internacional.
É competência privativa do Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos
internacionais sujeitos a referendo do CN. Logo, primeiro o Presidente celebra o tratado e depois,
internamente, o Parlamento decidirá sobre sua viabilidade, conveniência e oportunidade.
Concordando o CN, será elaborado decreto legislativo (instrumento para referendar e aprovar a
decisão do chefe do executivo), dando-se carta branca para ratificar a assinatura já depositada ou
aderir, se já não tiver feito.
Posteriormente, para que haja incorporação definitiva ao ordenamento jurídico, o Presidente da
República, mediante decreto, promulga o texto, publicando-o em português em órgão da
imprensa oficial.
STF: A expedição do referido decreto pelo Presidente acarreta 03 efeitos básicos:
 Promulgação do tratado internacional;
 Publicação oficial de seu texto;
Executoriedade do ato internacional, que passa a somente vincular e obrigar no plano do
 direito positivo interno.
NOTE que o sistema constitucional brasileiro NÃO exige, para efeito de executoriedade
doméstica dos Tratados internacionais, a edição de lei formal distinta, satisfazendo-se com a
adoção de iter procedimental complexo, que compreende a aprovação do CN e a promulgação do
texto pelo Executivo (= O Brasil adotou o princípio do dualismo moderado).

RESUMO DO TRÂMITE DA INTEGRAÇÃO DA NORMA INTERNACIONAL NO DIREITO


INTERNO:
Celebração de Tratado Internacional pelo órgão do Poder Executivo;
Aprovação (referendo ou ratificação latu sensu) por decreto legislativo;
Troca ou Depósito dos instrumentos de ratificação ou adesão (caso não tenha
ocorrido a prévia celebração) pelo órgão do executivo em âmbito internacional;
Promulgação por decreto presidencial, seguida da publicação em português por
Diário Oficial => Nesse momento, guarda paridade com Leis Ordinárias, SALVO se
versar sobre direitos humanos e for aprovado com quórum de 3/5

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS


Aprovados por 3/5 dos votos dos seus membros, em cada Casa do CN e em 02
turnos de votação => Equivalem às ECs, guardando paridade com as normas
constitucionais.
Aprovados por regra anterior à reforma (EC 45/2004) e desde que não forem
confirmadas pelo quórum qualificado: Segundo o STF, serão normas supralegais.
Tratados e convenções internacionais de outra natureza: Têm força de lei
ordinária.

8. RESOLUÇÃO
Meio para regulamentar as matérias de competência privativa do Senado e da Câmara dos
Deputados, e algumas do CN.
NÃO haverá manifestação presidencial sancionando ou vetando o projeto de resolução.

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PODER EXECUTIVO

SISTEMA DE GOVERNO: O sistema de governo adotado pela CF/88 é o presidencialista,


influenciado pelo sistema norte-americano.
- No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se
nas mãos de uma única pessoa, o Presidente da República.
- No parlamentarismo, a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente da República
(República parlamentarista) ou Monarca (monarquia parlamentarista), enquanto a função de
Chefe de Governo, pelo Primeiro-Ministro, chefiando o gabinete.
CLASSIFICAÇÃO DO EXECUTIVO (DUVERGER)
a. Executivo monocrático: Rei, imperador, ditador, presidente;
b. Executivo Colegial: Exercido por dois homens com poderes iguais, como os
cônsules romanos;
c. Executivo diretorial: Grupo em comitês, como era na URSS e ainda é na Suiça;
d. Executivo Dual: Parlamentarismo.

O art. 76 da CF/88 consagra a figura de um executivo monocrático.



PODER EXECUTIVO NA CF/88
2.1) Exercício do Poder Executivo
Âmbito Federal – Exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
Âmbito Estadual – Exercido pelo Governador de Estado, auxiliado pelos Secretários e
substituído pelo vice, com as seguintes regras:
 Mandato de 04 anos;
 Eleição no 1º domingo de outubro, e no último domingo de outubro em segundo turno;
Perderá o mandato o governador que assumir outro cargo ou função na adm direta ou
 indireta, salvo posse em concurso público e o art. 38, I, IV e V;
 Subsídio fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.
Âmbito Distrital: Mandato de 04 anos.
Âmbito Municipal:
Eleição para prefeito e vice, para mandato de 04 anos, em um só turno, no primeiro
domingo de outubro, e em segundo turno para Municípios com mais de 200 mil
 eleitores, permitida a reeleição para um único período subsequente.
Perderá o mandato o governador que assumir outro cargo ou função na administração
 direta ou indireta, salvo posse em concurso público e o art. 38, I, IV e V;
Âmbito dos Territórios: Governador nomeado pelo Presidente da República, após aprovação
do Senado Federal.

2.2) Atribuições do Presidente da República (art. 84 CF – DECORAR!)


Atribuições de Chefe de Estado: Incisos VII, VIII e XIX do art. 84.
Atribuições de Chefe de Governo: demais incisos
O rol do art. 84 CF é MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO, podendo o Presidente exercer outras
atribuições

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O presidente só pode delegar as atribuições previstas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos
MINISTROS DE ESTADO, PGR, AGU (MESMO RACIOCÍNIO PARA O ÂMBITO ESTADUAL, ANTE O
PRINCÍPIO DA SIMETRIA):
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
(...)
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
(...)
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei – Abrange inclusive a
atribuição para DESPROVER cargos, praticando-se atos demissionários de servidores
públicos.
Conforme já se manifestou o STF, quem tem competência para nomear também tem
competência para “desnomear”.
- STF: Reconhece a existência de decretos autônomos e admite o controle por ADI Genérica, em
caso de decreto autônomo revestido de conteúdo normativo.

2.3) CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE


Ser brasileiro NATO;
Estar em pleno exercício dos direitos políticos;
 Alistamento Eleitoral;
Domicílio Eleitoral na circunscrição;
 Filiação partidária;
 Idade Mínima de 35 anos;
Não ser inalistável nem analfabeto;
Não ser inelegível nos termos do art. 14, §7º CF.

2.4) PROCESSO ELEITORAL


Eleição: 1º domingo de outubro, em primeiro turno, e último domingo de outubro, em segundo
turno, sendo eleito se obtiver a MAIORIA DOS VOTOS VÁLIDOS.
NÃO haverá segundo turno se o candidato obtiver no primeiro a MAIORIA ABSOLUTA de votos,
NÃO computados os em branco e os nulos.
Havendo necessidade de segundo turno, se antes houver morte, desistência ou impedimento,
convocar-se-á dentre os remanescentes, o de maior votação. Havendo empate, o desempate
considera a idade.
Mandato de 04 anos, permitida uma única reeleição, para um único período subsequente.

2.5) IMPEDIMENTO E VACÂNCIA DOS CARGOS


Presidente da República:
Sucedido pelo Vice – VACÂNCIA (Impossibilidade definitiva para assunção do cargo)
Substituído – IMPEDIMENTO (Substituição em caráter temporário – Férias, doença, etc.)

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O Vice é o sucessor e substituto natural do Presidente, além de possuir outras atribuições


conferidas em LEI COMPLEMENTAR.
Substitutos eventuais ou legais: Segue a seguinte ordem SUCESSIVA, SEMPRE EM CARÁTER
TEMPORÁRIO:
Presidente da Câmara dos Deputados;
 Presidente do Senado Federal;
Presidente do STF.
ÂMBITO ESTADUAL:
Presidente da Assembleia Legislativa;
Presidente do TJ local.
Âmbito DF:
 Presidente da Câmara Legislativa;
Presidente TJDFT.
MUNICÍPIOS:
Presidente da Câmara Municipal;
Em alguns casos, Vice- Presidente da Câmara Municipal
Para Lenza, NÃO seria razoável que o Presidente do TJ assumisse em âmbito
Municipal, já que NÃO existe judiciário Municipal!

2.5.1) Mandato-Tampão
VACÂNCIA DE AMBOS OS CARGOS NOS PRIMEIROS 02 ANOS DE MANDATO: Eleição em
90 dias depois de aberta a última vaga. Será eleição direta, pelo sufrágio universal, e voto
 direto e secreto;
VACÂNCIA NOS 02 ÚLTIMOS ANOS DE MANDATO: Eleição em 30 dias após a última vaga,
pelo Congresso Nacional, sendo eleição indireta.
Os eleitos deverão apenas completar o período de seus antecessores => MANDATO TAMPÃO!
STF: Os Estados podem legislar na hipótese de eleição indireta, definindo o procedimento,
mesmo NÃO havendo havendo lei federal sobre o assunto. Entenderam os Ministros que o
modelo federal NÃO é de observância compulsória e, havendo previsão na CE, poderia a
Assembleia Legislativa local disciplinar a matéria, pois no caso não seria lei materialmente
eleitoral (de competência da União), pois apenas regula sucessão extravagante do Chefe do
Executivo.

2.5.2) Ausência do país do Presidente e Vice- Presidente da República e licença do CN


O Presidente e o Vice NÃO poderão, sem licença do CN, ausentar-se do país por período
superior a 15 dias, sob pena de perda do cargo. Durante o período de afastamento, o cargo
será ocupado, seja pelo vice ou na forma do art. 80;
STF: Tanto a previsão de substituição como a necessidade de autorização são normas de
reprodução obrigatória para os demais entes federativos.

MINISTROS DE ESTADO
São meros auxiliares do Presidente da República no exercício do Poder Executivo e na direção
superior da Administração Federal.
São cargos de provimento em comissão e devem preencher os seguintes requisitos:

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Ser brasileiro nato ou naturalizado (Se Ministro da Defesa, brasileiro nato,


 obrigatoriamente);
 Ter mais de 21 anos de idade;
Estar no exercício dos direitos Políticos.
3.1.) Atribuições:
Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da Administração
Federal e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente (É o referendo
ministerial, e para Michel Temer, os atos e decretos presidenciais não referendados pelos
Ministros de Estado seriam NULOS).
Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos (As instruções são
inferiores a lei, decreto e regulamentos, possuindo as funções: (i) de regulamentar as leis
- assemelha-se aos decretos presidenciais regulamentares, com âmbito validade restrito
 ao Ministério; (ii) Regulamentar decretos; (iii) Regulamentos.
Apresentar ao Presidente da República o relatório anual de sua gestão no Ministério;
Praticar atos pertinentes às atribuições outorgadas ou delegadas pelo Presidente.

3.2) Crimes de Responsabilidade


- Os Ministros de Estado praticam crime de responsabilidade nas seguintes situações:
Quando convocados pela Câmara, Senado ou quaisquer de suas comissões para prestar,
pessoalmente, informações sobre assuntos previamente determinados e inerentes às suas
atribuições e deixarem de comparecer, salvo justificação adequada;
Quando as Mesas da Câmara ou do Senado encaminharem pedidos escritos de informação aos
Ministros de Estado e estes se recusarem a fornecê-la ou não atenderem ao pedido no prazo de
30 dias ou prestarem informações falsas;
Quando praticarem crime de responsabilidade conexos e da mesma natureza com os crimes de
responsabilidade praticados com o Presidente.

Logo:
Crimes de responsabilidade praticados SEM conexão com o Presidente e crimes comuns
– julgamento pelo STF (SEM necessidade de autorização da Câmara);
Crimes de responsabilidade praticados COM conexão ao Presidente – Julgamento pelo
SENADO FEDERAL (COM necessidade de autorização da Câmara).

CONSELHO DA REPÚBLICA
Órgão Superior de consulta do Presidente, e suas manifestações NÃO terão caráter vinculatório
aos atos a serem tomados pelo Presidente.
Se reúne quando convocado e é presidido pelo Presidente.
Competências - Se pronunciar sobre:
Intervenção Federal;
 Estado de Defesa;
Estado de Sítio;
 Questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Composição:
Presidente da República;

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 Vice-Presidente;
 Presidente da Câmara;
 Presidente do Senado;
Líderes da maioria e minoria da Câmara;
 Líderes da Maioria e minoria do Senado;
Ministros de Justiça;

6 cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos, para mandato de 03 anos,
 sendo: o 02 nomeados pelo Presidente;
o 02 pelo Senado;
o 02 pela Câmara.

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Órgão de consulta para assuntos relacionados à soberania nacional e defesa do Estado
Democrático.
Composição:
Presidente;
Vice-Presidente;
 Presidente da Câmara dos Deputados;
 Presidente do Senado;
Ministro da Justiça;
 Ministro da Defesa;
 Ministro das relações exteriores;
Ministro do planejamento;
 Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Competência:
Opinar sobre as hipóteses de declaração de guerra e celebração de paz, bem como
 decretação de estado de defesa, estado de sítio e intervenção nacional;
Propor os critérios e as condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
 território nacional e opinar sobre o seu efetivo uso, especialmente faixa de fronteira;
Estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias à
independência nacional e defesa do estado democrático.

6) CRIMES DE RESPONSABILIDADE
É infração administrativa, crime de natureza política, submetendo os detentores de altos cargos
públicos ao processo de impeachment.
São CRIMES DE RESPONSABILIDADE do Presidente (exemplificativamente) os que atentarem
contra– Vide art. 85 CF:
 Existência da União;
Livre exercício do poder Legislativo, do Poder Judiciário, do MP e dos Poderes
 Constitucionais das unidades da Federação;
 Exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
Segurança interna do país;
Probidade na Administração;
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 Lei Orçamentária;
 Cumprimento das leis e decisões judiciais.
Os crimes de responsabilidade serão definidos em Lei especial, que estabelecerá normas de
processo e julgamento, devendo ser necessariamente votada pelo CN (art. 22, I CF), competência
privativa da União para a edição da referida Lei.
Poderão ser responsabilizados politicamente e destituídos através de impeachment:
Presidente da República;
 Vice-Presidente;
 Ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente;
 Ministros do STF;
Membros do CNJ e CNMP;
 PGR
 AGU;
Governadores;
Prefeitos.

6.1) Procedimento
a) Câmara dos Deputados
A acusação poderá ser formalizada por qualquer cidadão em gozo dos direitos políticos, momento a
partir do qual o Presidente será acusado, possuindo garantia ao contraditório e à ampla defesa.
A Câmara dos Deputados, pela maioria qualificada de 2/3, poderá autorizar a instauração do
processo, para que o Presidente seja julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade.
Indagações probatórias deverão ser feitas no Senado, órgão que julga e processa o presidente, e
não na Câmara, que apenas verifica a procedibilidade da acusação.
A Câmara realiza juízo político.

b) Senado Federal
Havendo autorização da Câmara dos Deputados, o Senado deverá instaurar o processo sob a
presidência do Presidente do STF, submetendo o presidente ao julgamento e com garantia do
contraditório e ampla defesa, podendo absolve-lo ou condená-lo pelo crime de responsabilidade.
Instaurado o processo, o Presidente ficará suspenso de suas atividades pelo prazo de 180 dias,
cessando o afastamento se o julgamento não for concluído nesse período.
Sentença condenatória: Será sob a forma de RESOLUÇÃO DO SENADO, proferida por 2/3 dos
votos, limitando-se a condenação à perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer
função pública por 08 anos, SEM PREJUIZO DAS DEMAIS SANÇÕES CABÍVEIS.

ATENÇÃO: No julgamento da Ex-Presidente Dilma Roussef, o Senado entendeu possível o


julgamento em duas etapas, ao fundamento de que a perda do cargo e a inabilitação
constituem-se em penas autônomas:
Uma primeira votação, na qual os Senadores decidiriam se Dilma deveria ou não perder o cargo.
Em seguida, caso ela perdesse o cargo, como de fato ocorreu, os Senadores votariam se ela
deveria ficar inabilitada para o exercício das funções públicas por oito anos.

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Resultado das votações:


Na primeira, Dilma foi condenada a perder o cargo de Presidente da República. Desse modo, os
Senadores votaram no sentido de aplicar a primeira sanção. Foram 61 votos SIM e 20 votos NÃO.

Na segunda, os Senadores decidiram que Dilma não deveria ficar inabilitada para o exercício
de funções públicas por oito anos. Em outras palavras, os Senadores votaram no sentido de não
aplicar a segunda sanção. Foram 42 votos SIM (pela aplicação da sanção), 36 votos NÃO e 3
abstenções. Para que ela recebesse esta punição eram necessários 2/3 dos Senadores, ou seja,
no mínimo, 54 votos SIM.

Para aprofundamento, recomendamos a leitura:


http://www.dizerodireito.com.br/2016/08/analise-juridica-da-decisao-do-senado.html

Pelo art. 15 da Lei nº 1.079/50, a denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não
tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo. No entanto, o STF entendeu que a
renúncia ao cargo NÃO extingue o processo quando já iniciado.

OBS: - Como o julgamento é de natureza POLÍTICA, levando em conta critérios de conveniência


e oportunidade, não seria razoável o controle judicial. No entanto, o STF admite o controle
judicial em razão de lesão ou ameaça a direito (Ex: procedimento que viole a ampla defesa).
O Senado NÃO atua como órgão judicial híbrido, pois composto de senadores e é presidido por
membro do Poder Judiciário.
STF: O Poder Judiciário NÃO dispõe de competência para alterar a decisão do senado no
processo de impeachment.

2
Decisão do STF que definiu o rito do processo de impeachment da Presidente Dilma
Principais conclusões do STF na decisão que definiu o rito do processo de impeachment da
Presidente Dilma:
Não há direito à defesa prévia antes do recebimento da denúncia pelo Presidente da Câmara.
É possível a aplicação subsidiária dos Regimentos Internos da Câmara e do Senado que tratam
sobre o impeachment, desde que sejam compatíveis com os preceitos legais e constitucionais
pertinentes.
Após o início do processo de impeachment, durante a instrução probatória, a defesa tem o
direito de se manifestar após a acusação.
O interrogatório deve ser o ato final da instrução probatória.
O recebimento da denúncia no processo de “impeachment” ocorre apenas após a decisão do
Plenário do Senado Federal. Assim, a Câmara dos Deputados somente atua no âmbito pré-
processual, não valendo a sua autorização como um recebimento da denúncia, em sentido técnico.
Compete ao Senado decidir se deve receber ou não a denúncia cujo prosseguimento foi autorizado

Extraído de https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/02/info-812-stf.pdf

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pela Câmara. O Senado não está vinculado à decisão da Câmara.


A decisão do Senado que delibera se instaura ou não o processo se dá pelo voto da maioria
simples, presente a maioria absoluta de seus membros.
É possível a aplicação analógica dos arts. 44, 45, 46, 47, 48 e 49 da Lei 1.079/1950 — os quais
determinam o rito do processo de “impeachment” contra Ministros do STF e o PGR — ao
processamento no Senado Federal de crime de responsabilidade contra o Presidente da República.
Não é possível que sejam aplicadas, para o processo de impeachment, as hipóteses de
impedimento do CPP. Assim, não se pode invocar o impedimento do Presidente da Câmara para
participar do processo de impeachment com base em dispositivos do CPP.
A eleição da comissão especial do impeachment deve ser feita por indicação dos líderes e
voto aberto do Plenário. Os representantes dos partidos políticos ou blocos parlamentares que
irão compor a chapa da comissão especial da Câmara dos Deputados deverão ser indicados pelos
líderes, na forma do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Assim, não é possível a
apresentação de candidaturas ou chapas avulsas para a formação da comissão especial. STF.
Plenário. ADPF 378/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 16, 17 e 18/12/2015 (Info 812)

7. CRIMES COMUNS
Da mesma forma que nos crimes de responsabilidade, também haverá controle político de
admissibilidade pela Câmara dos Deputados, que autorizará ou não o recebimento de denúncia
pelo STF através do voto de 2/3 de seus membros.
Admitida a acusação do Presidente da República, por 2/3 dos membros da Câmara, será ele
submetido a julgamento perante o STF.
A denúncia será ofertada pelo PGR.
Recebida a denúncia ou queixa, o Presidente ficará suspenso de suas funções por 180 dias,
voltando a exercê-las, decorrido tal prazo.
O Presidente da República, durante a vigência de mandato, NÃO poderá ser responsabilizado
por atos estranhos ao exercício de suas funções. => Logo, O PRESIDENTE SÓ PODERÁ SER
RESPONSABILIZADO PELA PRÁTICA DE INFRAÇÃO PENAL COMUM NO EXERCÍCIO DE SUAS
FUNÇÕES.
As infrações penais praticadas antes do exercício do mandato, ou que não guarde relação com a
função presidencial NÃO poderão ser objeto da persecutio criminis, acarretando a suspensão da
prescrição => IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA.
Quanto às infrações de natureza civil, política, administrativa, fiscal ou tributária, poderá o
Presidente ser responsabilizado, pois a imunidade só se restringe à persecutio criminis por
ilícitos penais.
Oferecida a denúncia no STF, havendo autorização da Câmara, julgando-se procedente o pedido
formulado pelo PGR, a condenação aplicada será a prevista no tipo penal e não a perda do cargo,
esta se dará pela via reflexa, em virtude da suspensão temporária dos direitos políticos, enquanto
durarem os efeitos da sentença criminal condenatória, transitada em julgado.
Enquanto NÃO sobrevier sentença condenatória, nas infrações penais comuns, o Presidente
NÃO estará sujeito à prisão.
OBSERVAÇÕES:

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STF: As regras sobre a imunidade formal em relação à prisão e à imunidade penal


relativa NÃO podem ser estendidas a Governadores de Estado, DF e Prefeitos por
atos normativos próprios, já que essas regras são de competência exclusiva da União.

7.1) Prefeitos Municipais


Regras:
Crime Comum – TJ Local – Vide Súmula
 702/STF; o Crimes Dolosos contra a vida;
o Crimes comuns do art.1º, Dec-Lei
 201/67; o Crimes funcionais;
o Abuso de autoridade;
o Ações de natureza civil;
Crime de prefeito em detrimento de bens, serviços ou interesses do Município.
SÚMULA 209/STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
 Crime de Responsabilidade – Câmara Municipal;
Crimes Eleitorais – TRE;
Crimes Federais – TRF
Súmula 208/STJ: Compete à JF processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba
sujeita à prestação de contas perante órgão federal.

Crimes de Responsabilidade (Julgamento pela Câmara Municipal):


Art. 4º, Dec-Lei 201/67;
Caso deixe de efetuar o repasse dos valores ao Poder Legislativo segundo as regras do
 art. 29-A CF, ou seja:
o Efetuar repasse que supere os limites do art. 29-A;
o Não enviar o repasse até o dia 20 de cada mês;
o Enviar o repasse a menor em relação à proporção fixada em Lei Orçamentária;

7.2) Vereadores Municipais


Alexandre de Moraes: NÃO há a possibilidade de criação pelas Constituições Estaduais, nem pelas
Leis Orgânicas dos Municípios, de imunidades formais em relação aos vereadores, ou ampliação da
imunidade material, já que a competência para legislar sobre direito civil, penal e processual penas é
privativa da União. No entanto, diversa é a hipótese de previsão de foro privilegiado para o processo e
julgamento dos vereadores, podendo a CE prever o TJ como juízo competente.
Em crimes dolosos contra a vida: Tribunal do Júri (VIDE SÚMULA 721/STF).
Crime de responsabilidade – Câmara Municipal.

7.3) Governadores
Também poderá responder por crimes comuns e crimes de responsabilidade.
 Crimes Comuns: STJ ( art.105, I, “a”);
Crimes de Responsabilidade: Tribunal Especial Composto por 5 desembargadores do TJ +
5 membros da assembleia legislativa e quem vai presidir esse tribunal é o presidente do
TJ. Precisa de autorização da assembleia legislativa.
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Apesar de a CF/88 não dizer nada a respeito, segundo o STF é necessária a autorização da
assembleia legislativa estadual para que o Governador seja processado e julgado.
Obs.: O Governador pode ser preso, independentemente, da autorização da assembleia legislativa.

ATENÇÃO – JULGADO 2017: O STF decidiu que não há necessidade de prévia autorização da
Assembleia Legislativa para que o Governador do Estado seja processado por crime comum.
Assim, o STJ pode receber denúncia ou queixa proposta contra o Governador e seguir com a
ação penal sem que seja necessária autorização prévia da Assembleia Legislativa.

Por quê?
O STF invocou cinco argumentos principais:
Ausência de previsão expressa e inexistência de simetria;
Princípio republicano (art. 1º);
Princípio da separação dos poderes (art. 2º)
Competência privativa da União (art. 22, I); e
Princípio da igualdade (art. 5º).

Recomendamos a leitura inteira do julgado pelo site do Dizer o Direito:

http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/nao-ha-necessidade-de-previa.html

7.4) Foro por prerrogativa de função e desmembramento


Regra Geral: Desmembramento do processo, devendo cada réu ser julgado pelo eventual
Tribunal competente no caso de ter prerrogativa de foro, ou ser julgado em primeiro grau de
jurisdição se não exercer qualquer função que enseje a prerrogativa.
Exceção: Em circunstâncias especiais, demonstradas e justificadas em cada caso concreto, será
negado o desmembramento, predominando a de maior graduação, com fulcro em alguns
fundamentos:
Devido processo legal e duração razoável do processo;
Risco de, admitido o desmembramento, serem prolatadas decisões inconciliáveis e
 contraditórias;
Em razão da complexidade e volume de informações.

Referências Bibliográficas:
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional.
Dirley da Cunha Junior. Curso de Direito Constitucional.

DIREITO CIVIL

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11 Contratos. 11.1 Princípios. 11.2 Contratos em geral. 11.3 Disposições gerais. 11.4
Interpretação. 11.5 Extinção.

ATENÇÃO: O estudo da matéria, sobretudo no tocante aos contratos em espécie, requer a


leitura exaustiva de lei seca. O presente material NÃO substitui a necessidade de ler os
dispositivos do Código Civil pertinentes ao tema.

CONTRATOS

Conceito: Negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção
de direitos e deveres com conteúdo patrimonial.

Elementos essenciais para a formação:


 Estrutural: Alteridade;
 Funcional: Composição de interesses contrapostos, mas harmonizáveis;
Patrimonialidade

Conceito pós-moderno:
Amparado em valores constitucionais, sobretudo SOLIDARIEDADE SOCIAL;
 Pode envolver CONTEÚDO EXISTENCIAL, relativo a direitos da personalidade;
Pode gerar efeitos perante terceiros: EFICÁCIA EXTERNA DA FUNÇÃO SOCIAL DOS
CONTRATOS.

TORT OF INDUCTION: O QUE É ISSO?


Tort of induction (ou tutela externa do crédito) diz respeito à eficácia transobjetiva
do contrato para vincular terceiros a não descumprir a avença contratual.
O caso emblemático no Direito Brasileiro diz respeito à guerra publicitária na
campanha de duas marcas de cerveja. O cantor Zeca Pagodinho havia firmando
um contrato para fazer um comercial na TV, em favor da cerveja Nova Schin. A
cerveja Brahma ofereceu proposta ao artista, que, por sua vez, violou o contrato
com a primeira cervejaria e passou a fazer publicidade para a segunda,
3
concorrente da primeira .

Princípios contratuais
Autonomia privada: É o poder dos particulares de regular, pelo exercício de sua própria
vontade, as relações que participam, estabelecendo-lhe o conteúdo e a respectiva disciplina
jurídica. Da autonomia privada decorre:
 Com quem contratar;

http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI4218,101048-
Zeca+Pagodinho+a+razao+cinica+e+o+novo+Codigo+Civil+Brasileiro

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 O que contratar.
Força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda): O contrato tem força de lei entre as
partes. O Princípio é relativizado pela teoria da imprevisão (onerosidade excessiva ou quebra
da base objetiva do contrato para o direito do consumidor).
Equivalência material: Deve haver um equilíbrio entre direitos e deveres de um contrato. Há,
contudo, situações em que o contratante assume o risco, a exemplo dos contratos aleatórios.
Relatividade dos efeitos do contrato: Em regra, o contrato vincula, em nível obrigacional,
apenas as partes contratantes. Em alguns casos, no entanto, poderá gerar efeitos perante
terceiros, a exemplo da tutela externa do crédito.
HIPÓTESES DE RELATIVIDADE CONTRATUAL PREVISTAS NO CC/02:
 Estipulação em favor de terceiro: terceiro, que não é parte do contrato, é
beneficiado por seus efeitos, podendo exigir o seu adimplemento. Ex:
Seguro de vida.
Promessa de fato de terceiro: promitente assegura ao credor que o objeto
do contrato será prestado por outrem, sob pena de responsabilização civil.
Aceito o encargo pelo terceiro, que se compromete pessoalmente,
 exonera-se o promitente de responsabilidade.
Contrato com pessoa a declarar (cláusula pro amico elegendo): no
momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se à
faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as
obrigações dele decorrentes.

Função social dos contratos: É o respeito a valores socialmente objetivados. Conforme art.
421, do CC/02, a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social
do contrato. Segundo Tartuce, a real função NÃO é a segurança jurídica, mas atender os
interesses da pessoa humana.
- Dupla eficácia do princípio:
Eficácia interna:
Proteção dos vulneráveis contratuais;
o Vedação da onerosidade excessiva ou desequilíbrio contratual (efeito
gangorra);
Proteção da dignidade da pessoa humana e direitos da personalidade;
Nulidade de cláusula abusivas;
Tendência à conservação contratual, sendo a extinção a última ratio.
Eficácia externa:
Proteção aos direitos difusos e coletivos;
Tutela externa do crédito.

Boa-fé objetiva: De origem alemã, se baseia na lealdade e confiança. É modelo de conduta


social ou padrão ético de comportamento que impõe a todos que atuem com honestidade,
lealdade e probidade nas suas relações. Aplicável a todo o ordenamento jurídico, não só ao
direito civil.
I. Boa- fé subjetiva x boa-fé objetiva:
BOA-FÉ SUBJETIVA BOA-FÉ OBJETIVA

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NÃO é princípio, mas estado psicológico. regra de conduta, e significa mantê-la


conforme lisura, honestidade e correção.
Objetiva não frustrar a legítima
confiança da outra parte.
Deve analisar se a pessoa tinha boas Deve analisar se a pessoa agiu com os
intenções. padrões de comportamento (standards)
impostos pelo direito na localidade.
NÃO importa o sentimento da pessoa,
mas a sua conduta.
QUEBRA DA BOA-FÉ OBJETIVA =
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

Funções da boa-fé objetiva:


Interpretação: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos
do lugar da sua celebração. A boa-fé auxilia o aplicador na interpretação dos negócios
jurídicos (art. 113, CC/02);
 Controle: Quem contraria a boa-fé objetiva comete abuso de direito (art. 187, CC);
 Integração: Objetiva suprir as lacunas (art. 422, do CC/02). Decorre os deveres anexos:
DEVERES ANEXOS: São deveres que estarão presentes no contrato independente da
vontade das partes, e tornam a boa-fé objetiva figura autônoma no direito obrigacional.
 Ex: dever de informação, segurança, lealdade. Dos deveres anexos surgem duas FIGURAS
PARCELARES:
o Violação positiva do contrato: O contratante cumpre todas as suas obrigações
 contratuais, mas viola os deveres anexos.
o Inadimplemento antecipado do contrato (INADIMPLEMENTO RUIM): Em regra, as
partes só podem invocar o inadimplemento após o efetivo descumprimento
contratual. Tal figura parcelar permite tal invocação quando uma das partes percebe
que a outra encontra-se na iminência de descumprir o ajuste. Nesse caso, poderá
pedir ao juiz sua resolução.
Figuras decorrentes da boa-fé objetiva:
Tu quoque: O contratante que violou norma jurídica NÃO poderá, sem a caracterização do
abuso de direito, aproveitar-se dessa situação anteriormente criada pelo desrespeito. Ou seja,
 a pessoa NÃO pode violar o ordenamento jurídico e depois tentar tirar vantagem disso;
Supressio e surrectio: A supressio se consuma quando a parte deixa de exercer um direito
por espaço de tempo, e vem a perde-lo devido à consolidação de situação favorável à
 outra parte, beneficiada pela surrectio (ex: art. 330, CC/02);
Venire contra factum proprium: Determinada pessoa não pode contrariar
 comportamento anteriormente adotado. Pressupostos:
 o Fato próprio, uma conduta inicial;
o Legítima confiança de outrem na conservação do sentido objetivo dessa conduta;
Comportamento contraditório com esse sentido objetivo;
o Dano ou potencial de dano decorrente dessa contradição.
Nas relações internacionais: CLÁUSULA DE ESTOPPEL.

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Duty to mitigate the loss: Traduz a expressão “o dever de mitigar”. Mesmo sendo vítima,
há dever de mitigar os efeitos do dano, se estiver ao alcance.

Algumas classificações dos contratos

Unilaterais ou bilaterais:
Unilaterais: apenas um dos contratantes assume obrigações em face do outro. Ex: doação
 pura e simples; depósito; comodato; mútuo; mandato.
Bilaterais: são os contratos em que cada um dos contratantes é simultânea e
reciprocamente credor e devedor do outro.

Gratuitos ou onerosos:
Gratuitos ou benéficos: contratos em que apenas uma das partes aufere benefício ou
 vantagem;
Onerosos: ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício.

Consensual ou real:
 Consensual: Aperfeiçoa-se pela simples manifestação de vontade;
Real: Ocorre com a entrega da coisa.

Comutativo ou aleatório:
 Comutativo: As partes já sabem com quais prestações deverão arcar;
Aleatório: A prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da
celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da álea, que é um fator
desconhecido. Podem ser:
o Contrato aleatório emptio spei: um dos contratantes toma para si o risco relativo
à própria existência da coisa, sendo ajustado um determinado preço, que será
devido integralmente, mesmo que a coisa não exista no futuro, desde que não haja
dolo ou culpa da outra parte (art. 458 do CC). O risco é maior. No caso de compra e
venda, essa forma negocial pode ser denominada venda de esperança.
o Contrato aleatório emptio rei speratae: se o risco versar somente em relação à
quantidade da coisa comprada, pois foi fixado pelas partes um mínimo como objeto
do negócio (art. 459 do CC). Na compra e venda trata-se da venda da esperança
com coisa esperada.

Principais, acessórios e coligados:
Contratos principais: são os que existem por si, exercendo sua função e finalidade
independentemente de outro.

 Contratos acessórios: são aqueles cuja existência jurídica supõe a dos principais, pois visam a
assegurar a sua execução. Ex: Fiança.
Coligados: Em regra, existe uma independência entre os negócios jurídicos, cujos efeitos estão
 interligados.
Contrato de adesão e contrato paritário:

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Contrato de adesão ( = contrato formulário): Possui as seguintes


 características: o Uniforme;
 o Pré- determinação unilateral;
o Rigidez: NÃO há discussão sobre as cláusulas
 contratuais; o Superioridade material de uma das partes.
Contrato paritário ou negociado: Permite a discussão das cláusulas contratuais entre as
partes.

Contrato base e contrato derivado
 Contrato base: Contrato que dá início à relação contratual;
Contrato derivado: São subcontratos, por dependerem ou derivarem de outros. Ex:
Sublocação. NÃO extinguem o contrato-base.

Formação dos contratos:
Fase de negociações preliminares: Ocorrem debates prévios entre as partes sobre o contrato
preliminar ou definitivo. NÃO regulamentado no CC/02, razão pela qual não se pode dizer que o
debate prévio vincula as partes, como ocorre com a proposta ou policitação (art. 427 do CC). É
possível, todavia, responsabilização quando quebrada a boa-fé objetiva.

Fase da proposta ( = policitação ou oblação): É a manifestação da vontade de contratar por


uma das partes, que solicita a concordância da outra.

TEORIAS DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ENTRE AUSENTES:


Teoria da cognição: O contrato entre ausentes só se considera formado
quando a resposta do aceitante chegar ao conhecimento do proponente;
Crítica: NÃO se sabe qual o momento em que o proponente
tomou conhecimento da aceitação.
Teoria da agnição: Dispensa-se que a resposta chegue ao
conhecimento efetivo do proponente.
Subteoria da declaração propriamente dita: O contrato se
 forma quando o aceitante redige a sua resposta;
Subteoria da expedição: O contrato se considera formado com
 a expedição da resposta.
Subteoria da recepção: O contrato se reputa celebrado quando
o proponente recebe a resposta (Adotado no CC/02).


Fase de contrato preliminar:
É fase dispensável.
Terá os mesmos requisitos essenciais do contrato definitivo.
Tipos de compromisso preliminar:
Compromisso unilateral de contrato ou contrato de opção: Duas partes assinam, mas só uma das
partes assume o dever, uma obrigação de fazer o contrato definitivo. Art. 466, do CC/02;

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Compromisso bilateral de contrato: As duas partes assinam o contrato e, ao mesmo tempo,


assumem a obrigação de celebrar o contrato definitivo.

Fase de contrato definitivo: Ocorre o encontro de vontades originário da liberdade contratual
ou autonomia privada. A partir de então, o contrato estará aperfeiçoado, gerando todas as suas
consequências.

Vícios redibitórios: São defeitos ocultos que diminuem o valor ou prejudicam a utilização da
coisa por força de contrato comutativo.
I. Requisitos:
Contrato comutativo;
 Defeito oculto no momento da tradição;
Diminuição do valor econômico ou prejuízo à adequada utilização da coisa.

Ações edilícias: Verificado o vício redibitório, o prejudicado pode se valer das seguintes ações:
 Redibitória: Rejeição da coisa;
Estimatória ou quanti minoris: Abatimento do preço.

III. Prazos:

BEM MÓVEL: 30 dias contados da 15 dias contados da


BEM IMÓVEL: 01 ano entrega 06 meses Alienação

Evicção: Consiste na perda de uma coisa diante de decisão judicial ou ato administrativo que
reconheceu direito anterior de terceiro. O STJ já entendeu que a evicção pode estar presente em
casos de apreensão administrativa, não decorrendo necessariamente de decisão judicial.
I. Partes:
 Alienante: É aquele que transfere a coisa viciada de forma onerosa;
Evicto ou adquirente: Quem perde a coisa adquirida;
Evictor ou terceiro: Quem tem a decisão ao seu favor.

Requisitos para a responsabilidade civil do alienante:


Aquisição de um bem;
 Perda da posse ou da propriedade; (note-se que a evicção pode ser parcial);
Prolação de sentença judicial ou execução de ato administrativo.

Exclusão da responsabilidade:
Se houver: cláusula expressa de exclusão da garantia + conhecimento do risco da evicção
 pelo evicto = isenção da responsabilidade pelo alienante;
Cláusula expressa de exclusão da garantia – ciência específica do risco da evicção pelo evicto =
 responsabilidade do alienante apenas pelo preço pago pelo adquirente pela coisa evicta;
Cláusula expressa de exclusão da garantia, sem que o adquirente haja assumido o risco da
evicção = direito deste reaver o valor desembolsado.
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Extinção dos contratos:


a) Extinção normal:
Cumprimento da obrigação;
Termo final do negócio.

Extinção por fatos anteriores à celebração:


Invalidade contratual: contrato nulo ou anulável;
 Se houver cláusula de arrependimento;
Se houver cláusula resolutiva expressa.

Extinção por fatos posteriores:

I. Resolução (descumprimento ou inadimplemento contratual):


Inexecução voluntária;
 Inexecução involuntária;
 Onerosidade excessiva.
Resolução tácita: Decorre de lei e gera a resolução do contrato em virtude de evento
futuro e incerto, geralmente relacionado ao inadimplemento (condição). Como a cláusula
decorre de lei, necessita da interpelação para gerar efeitos jurídicos. Ex: Exceptio non
adimpleti contractus e exceção de inseguridade.

EXCEÇÃO DE INSEGURIDADE
É a situação em que a conduta de uma das partes de um negócio jurídico
submete a risco a fiel execução do avençado/ combinado no contrato, caso em
que a parte inocente pode suspender o cumprimento da respectiva prestação -
Interpretação analógica do art. 477, do CC.
NÃO requer o inadimplemento, mas o risco deste.
NÃO se confunde com o inadimplemento antecipado, pois aqui o risco é real e
efetivo, enquanto que na exceção de inseguridade o juízo é de probabilidade.
Enunciado 438, da V Jornada de Direito Civil: “ A execução de inseguridade,
prevista no art. 477, também pode ser oposta à parte cuja conduta põe
manifestamente em risco a execução do programa contratual”.

Resilição (exercício de um direito potestativo):


Resilição bilateral (distrato): Efetivada mediante a celebração de um novo negócio em
que ambas as partes querem, de comum acordo, por fim ao anterior que firmaram. Deve
ocorrer da mesma forma exigida para o contrato originário.
Resilição unilateral: Simples declaração de vontade de uma das partes.
Denúncia vazia;
o Revogação;
o Renúncia;
o Exoneração por ato unilateral.
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d) Extinção por morte de um dos contratantes.

ESQUEMA: EXTINÇÃO DOS CONTRATOS


RESILIÇÃO RESOLUÇÃO RESCISÃO
Simples manifestação de Opera-se quando houver o * Teoria Clássica: Nos
vontade das partes. inadimplemento. casos de lesão ou estado
* Bilateral: distrato; * Se há cláusula de perigo.
* Unilateral: denúncia. resolutória: a resolução é * Jurisprudência brasileira:
imediata; adota como sinônimo de
* Se NÃO há cláusula resolução.
resolutória: deve notificar.

Teoria da Imprevisão (Onerosidade excessiva): É o reconhecimento de que a ocorrência de


acontecimento novo e imprevisível, com impacto na base econômica do contrato, justificaria a
sua revisão ou resolução.

Requisitos:
Superveniência de circunstância imprevisível;
 Alteração da base econômica objetiva do contrato;
Onerosidade excessiva: Uma ou até mesmo ambas as partes, experimentam um aumento
 na gravidade econômica da prestação a que se obrigou.
Enriquecimento ilícito: Para parte da doutrina, seria requisito desnecessário para
configurar a teoria da imprevisão.

Teoria da imprevisão x teoria da base objetiva do negócio jurídico

TEORIA DA IMPREVISÃO TEORIA DA BASE OBJETIVA DO


Adotado no CC/02. NEGÓCIO Adotado no CDC.
Revisão por imprevisibilidade Revisão por simples
+ onerosidade excessiva. onerosidade excessiva.
Exige-se fato imprevisível NÃO há a exigência de fato
ou extraordinário imprevisível, bastando motivo
superveniente, ou seja, fato novo a
motivar o desequilíbrio contratual.
Sentença retroage à data da citação
(ex-nunc).

CONTRATOS EM ESPÉCIE

ATENÇÃO: No tema, serão tratados alguns tópicos de contratos pontuais, úteis para uma
revisão. Para aprofundamento do tema, sugerimos ler o assunto por algum livro específico +
leitura da lei seca (Código Civil).

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Contrato de compra e venda: O vendedor obriga-se a transferir a propriedade de coisa móvel


ou imóvel ao comprador mediante o pagamento de um preço.

Características:
Bilateral;
 Comutativo, SALVO contrato aleatório;
Pode ser formal ou informal.

Elementos:
 Consentimento: convergência de vontades contrapostas;
 Coisa: os direitos podem ser negociados, através de uma cessão de direitos;
Preço.

Riscos e despesas:
Riscos quanto à coisa: VENDEDOR;
 Riscos pelo preço: COMPRADOR;
 Despesas com transporte e tradição: VENDEDOR;
Despesas com escritura e registro: COMPRADOR.
ATENÇÃO: É possível socializar os riscos, a exemplo da cláusula FOB.

Restrições à autonomia privada:


Venda de ascendente a descendente: Só pode se os ascendentes e outros descendentes
 anuírem;
 Venda de bens sob administração;
Venda entre cônjuges:
Comunhão parcial de bens: Possível compra e venda quanto aos bens particulares;
Comunhão universal: Possível quando aos bens incomunicáveis;
Participação final nos aquestos: Possível quanto aos bens que não entram na
participação;
Separação de bens legal ou convencional: Possível, desde que não haja ilicitude ou
fraude.
Venda de bens em condomínio ou venda de coisa comum: O condômino NÃO pode vender
a sua coisa a estranhos se outro quiser, podendo o condômino preterido requerê-la para
si, depositando o preço em 180 dias.

Regras especiais de compra e venda:
Venda por amostra, protótipos ou modelo: condição suspensiva.
 Venda a contendo ou sujeita à prova;
Venda ad corpus: Venda na qual as dimensões são imprecisas, simplesmente enunciativas.
A presunção é enunciativa quando a diferença não exceder a 1/20, salvo se o adquirente
 demonstrar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
Venda ad mensuram: venda detalhada por indicação de preço e medida de extensão. O
 prejudicado pode exigir:
Complementação da área: Ação ex empto;
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Abatimento proporcional do preço: Ação quanti minoris;


Resolução do contrato, com devolução do que foi pago: Ação redibitória.
Vendas de coisas conjuntas.

Cláusulas especiais de compra e venda:
Cláusula de retrovenda: Confere ao vendedor o direito de desfazer a venda, reavendo o
bem alienado no prazo máximo de 03 anos. É admissível apenas para bens imóveis. Se o
comprador se recusar a devolver: Ação de resgate.
Cláusula de preempção ( = preferência ou prelação convencional): O comprador terá a
 obrigação de oferece-lo a quem lhe vendeu, por notificação judicial ou extrajudicial.
Bens móveis: 180 dias;
Bens imóveis: 02 anos.
Cláusula de venda sobre documentos ( = crédito documentário ou trust receipt): Tem por
objeto bens móveis, e a tradição ou entrega da coisa é substituída pela entrega do
documento correspondente à propriedade, geralmente título representativo do domínio.
Há tradição simbólica.
Cláusula de compra e venda com reserva de domínio: O vendedor mantém o domínio da
 coisa até que o preço seja pago de forma integral pelo comprador.
Mora do comprador – opções do vendedor:
Promover AÇÃO DE COBRANÇA das parcelas vencidas, vincendas e o que for
devido;
Recuperar a posse da coisa vendida, por AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.

Cláusula de venda com Alienação fiduciária em Leasing ou arrendamento


reserva de domínio garantia mercantil
Natureza Natureza jurídica: Direito
jurídica: Natureza jurídica:
Cláusula especial real de garantia sobre
de Contrato típico ou atípico
compra e venda (arts. coisa própria (DL 911/69 e (há divergência
521-528, do CC/02). Lei 9.514/97). doutrinária).
O vendedor mantem o O devedor fiduciante É uma locação com opção
domínio, enquanto o compra o bem de um de compra, com
comprado tem a posse terceiro, mas como não pagamento do valor
pode pagar o
direta da coisa alienada. preço, residual garantido, se
Pagas as parcelas de aliena-o, transferindo a leasing financeiro.
forma integral, propriedade ao
o credor
comprador adquire a fiduciário. O proprietário é
propriedade plena da o credor fiduciário, mas a
coisa. propriedade é resolúvel, a
ser extinta quando pago
integralmente o preço.
Ação judicial: Busca e Ação judicial: Busca e Ação judicial: Reintegração
apreensão. apreensão. de posse.

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Contrato de troca ou permuta: As partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja
dinheiro. É um contrato consensual. Pressupõe a garantia das coisas que são objeto do contrato
(art. 533, CC).

Contrato de doação: É o negócio jurídico pelo qual o doador, por liberalidade, transfere bens
ou valores do seu patrimônio ao donatário, que os aceita.

Elementos:
Subjetivo: animus donandi;
Objetivo: Diminuição do patrimônio do doados e enriquecimento do donatário.

Características:
Ato de mera liberalidade;
Contrato benévolo;
 Consensual;
 Unilateral;
 Gratuito;
Comutativo.

Algumas espécies:
Remuneratória: Feita em caráter de retribuição por um serviço.
Cabe alegar vício redibitório quanto ao bem doado: É forma de doação onerosa; o
NÃO se revogam por ingratidão as doações puramente remuneratórias;
o As doações remuneratórias de serviços aos ascendentes NÃO estão sujeitas à
colação.
 Doação ao nascituro: Admite-se a doação à prole eventual.
Doação sob a forma de subvenção periódica: É obrigação de trato sucessivo, e NÃO pode
 ultrapassar a vida do donatário.
 Doação em contemplação a casamento futuro: É condicional.
Doação de ascendentes a descendentes e doação entre cônjuges: Importam
 adiantamento de herança.
Doação com cláusula de reversão: O doador estipula que os bens doados voltem ao seu
 patrimônio. Só tem eficácia se o doador sobrevier ao donatário.
Doação conjuntiva: Conta com dois ou mais donatários, presente obrigação divisível;
 Doação manual: Doação de bem móvel de pequeno valor;
Doação inoficiosa: Ultrapassa os bens disponíveis do doador. A doação é ineficaz no que
 exceder a meação disponível.
Doação universal: É a doação de todos os bens sem reserva do mínimo para a
sobrevivência do doador. É nula!

Revogação da doação:
Inexecução do encargo: A ação do doador será para resolver o contrato em virtude da
condição resolutiva, em que se traduz o encargo, quando estabelecido em seu favor.
Resolvido o contrato, a coisa doada será restituída ao doador.
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Ingratidão do donatário: O rol do art. 557 é taxativo:

Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:


I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso
contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.

É necessário que se proponha a ação judicial, sendo o direito de ajuizar a ação revocatória
personalíssimo. No caso de homicídio doloso, os herdeiros do doador têm legitimidade para o
ajuizamento da ação.
Para a revogação da doação por ingratidão, exige-se que os atos praticados, além de graves,
revistam-se objetivamente dessa característica, e não apenas subjetivamente conforme
entendimento do doador.
4. Contrato de locação: É o negócio jurídico pelo qual uma das partes transfere o exercício do uso
e gozo do bem infungível mediante certa retribuição.
a) Elementos:
 Essenciais: consentimento, coisa e preço;
Não-essenciais: prazo e forma.
Algumas características:
Contrato consensual;
Não é necessário que o locador tenha a propriedade do bem, pois, basta ser possuidor
 jurídico, usufrutuário ou simples administrador.
Se a coisa cujo uso se concede é fungível, o contrato se transforma em mútuo.
 É possível a locação de bens incorpóreos;
O locador responde ao locatário pela evicção.

Contrato de empréstimo: Dividido em:


Comodato: Empréstimo de bem infungível e inconsumível;
Mútuo: Empréstimo de bem fungível e consumível.

Comodato: o comodante entrega ao comodatário determinado bem infungível, móvel ou


imóvel, para que dele se utilize de forma gratuita, tendo a obrigação de restituir posteriormente.
- É contrato unilateral, benéfico e gratuito.
- Embora tenha como objeto bens não fungíveis e não consumíveis, a doutrina aponta a
possibilidade de o contrato ter como objeto bens fungíveis utilizados para enfeite ou
ornamentação (COMODATO AD POMPAM VEL OSTENTATIONEM), hipótese em que a coisa se
transforma de fungível para infungível.
- Após o prazo, a coisa deve ser restituída, sob pena de ingresso com AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE.

Mútuo: O mutuante transfere ao mutuário a propriedade de determinado bem fungível, sendo


obrigação do mutuário a restituição de coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade.

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- É contrato comutativo, real, temporário e informal.

Contrato de prestação de serviços: É negócio jurídico pelo qual o prestador compromete-se a


realizar determinada atividade com conteúdo lícito no interesse do tomador, mediante certa e
determinada retribuição.

Características:
Bilateral;
Comutativo;
 Oneroso;
 Informal ou não solene;
 Consensual;
Incide o CDC.
Prazo máximo: 04 anos.

Prazos de aviso prévio (resilição):


 Contrato com duração superior a um mês: 8 dias;
 Contrato com duração semanal ou quinzenal: 4 dias;
Contrato com duração inferior a uma semana: Véspera.

Extinção:
Morte das partes;
 Escoamento do prazo;
 Conclusão da obra;
Rescisão por aviso prévio;
 Inadimplemento;
Força maior.

Empreitada: O empreiteiro se obriga a realizar uma obra especifica e certa para a outra parte,
o proprietário, com material próprio ou por este fornecido, mediante remuneração global ou
proporcional ao trabalho realizado, sem que haja relação de subordinação ou vínculo trabalhista
entre ambos.

Modalidades:
Sob administração: O empreiteiro apenas administra as pessoas contratadas pelo dono da
 obra, que fornece os materiais;
De mão de obra ou de lavor: O empreiteiro fornece a mão de obra, contratando pessoas
 que irão executá-la. Os materiais são fornecidos pelo dono da obra;
Mista ( = lavor e materiais): O empreiteiro fornece tanto a mão de obra quanto os
materiais, comprometendo-se a executar a obra inteira. É obrigação de resultado.

Características:
Bilateral;
Consensual;
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 Oneroso;
 Informal;
Comutativo.
c. Natureza:

Empreitada mista: Obrigação de resultado (objetiva);
Empreitada de lavor: É obrigação de meio ou diligência (subjetiva).
Pelo CDC, a responsabilidade do empreiteiro em face do dono da obra é objetiva, desde que
configurada relação de consumo.
Se o serviço for prestado por profissional liberal, a responsabilidade será subjetiva, no caso de
fato do serviço, salvo se o empreiteiro assumiu obrigação de resultado (empreitada mista).

d. Formas de remuneração:
Empreitada por medida (ad mensuram;
 Empreitada a preço global: valor para a obra inteira (FORFAITÁRIO);
Por preço fixo absoluto;
Por preço fixo relativo: Modificações com instrução do dono da obra.

Suspensão da obra:
Culpa do dono ou força maior;
 Dificuldades imprevisíveis na execução;
As modificações exigidas pelo dono da obra são desproporcionais ao objeto aprovado.

Contrato de prestação de serviços x empreitada:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EMPREITADA


NÃO se destaca o fim da obra, mas a Busca-se obter obra perfeita e acabada,
atividade do obreiro. É uma obrigação destacando-se o caráter finalístico.
de meio. Ex: Médicos e advogados.
Remunera-se, em regra, com base no O pagamento tem relação com a obra.
tempo de duração do trabalho.
O trabalho é executado sob dependência NÃO há ingerência do dono da obra.
e fiscalização de outro contratante.

Mandato: O mandatário se obriga a praticar, em nome e por conta da outra parte, um ou mais
atos jurídicos. O mandato é uma espécie de representação voluntária, em que o representante
atua em nome do representado.
- É contrato intuitu personae, pois se celebra em razão da pessoa do
mandatário. - Presume-se gratuito se não for estipulada remuneração.
- Procuração: É o instrumento de outorga da representação do mandato.
- Contrato consigo mesmo: Segundo Tepedino, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável,
salvo se houver autorização da lei ou do representado. A jurisprudência consagrou o
entendimento de que o contrato consigo mesmo deve ser admitido, desde que não haja patente
conflito de interesses ou vedação pelo mandante.
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Pluralidade de partes:
Mandantes: Haverá solidariedade entre eles, limitado à relação interna do mandato, não
 se estendendo aos terceiros com quem o mandatário contrata em nome dos mandantes.
Mandatários:
Mandato em conjunto: todos os mandatários têm que fazer juntos, deve haver
determinação expressa nesse sentido;
Mandato disjuntivo: qualquer um dos mandatários pode cumprir, se não houver
determinação contrária, presume-se que todos os mandatários tem plenos poderes;
Mandato sucessivo: somente poderá ser cumprida a obrigação depois que uma
primeira obrigação for cumprida, cada um tem a sua obrigação, mas existe uma
ordem de preferência.
Classificação do mandato:
 Mandato judicial (cláusula ad judicia): é o mandato para advogado atuar em juízo.
Mandato extrajudicial (cláusula ad negotia): Deferido para a prática de atos da vida
 privada.
Mandato especial: Relacionado à prática de um ou mais negócios determinados e
especificados no instrumento. Não se admite, nesses casos, por analogia, a prática de atos
diversos dos contidos na procuração.
 Mandato geral: É o mandato relativo a todos os negócios do mandante, sem especificação.
Morte e prestação de contas (STJ):
Morte do mandatário: NÃO transmite o dever aos herdeiros (caráter personalíssimo);
 Morte do mandante: Herdeiros podem exigir a prestação.
Mandatário x Comissário: Ambos agem por conta de outrem, mas só o mandatário atua em
nome alheio.
Extinção do mandato:
Revogação: o mandato é extinto por determinação do mandante. O mandatário tem
 direito de receber a competente remuneração, além das eventuais perdas e danos.
 Renúncia: o mandato é extinto por determinação do mandatário.
Morte de qualquer das partes: determina a extinção do contrato, não sucedendo em tal
 relação contratual os herdeiros da parte falecida.
Procuração em causa própria (art. 685): Para doutrina majoritária, equivale a uma cessão de
direitos.
Art. 690: cuidando-se de mandato em causa própria, os herdeiros sucedem no direito do
mandatário. Por isso mesmo, não tem necessidade de dar aviso ao mandante, nem a sua
ação fica restrita às medidas conservatórias e de urgência. São donos do negócio por direito
de sucessão”
MANDATO X COMISSÃO X AGÊNCIA/ DISTRIBUIÇÃO X CORRETAGEM
Mandato: É uma pessoa (“A” – mandatário) representar a outra (“B” –
mandante). Quando “A” assina contrato, quem se vincula é “B”.
Comissão: Há o contrato entre o comissário (“B”) e comitente (“A”) para realizar
negócios com terceiro, que assina em nome próprio e responde perante terceiro
em nome próprio. Muitas vezes, o terceiro nem sabe que ele tem contrato com o
comitente. Na relação entre comitente/ comissário, se o terceiro não paga, o
comissário (“B”) NÃO assume o prejuízo de “A”, salvo se houver CLÁUSULA DEL

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CREDERE, quando ele “avaliza” o cliente que conseguiu.


Agência/ distribuição: É como se fosse um mandato não eventual e limitado a
uma área geográfica onde o agente tem exclusividade de representação.
 Se mercadorias corpóreas: Distribuição;
 Se mercadorias incorpóreas: Agências.
Corretagem: O corretor se aproxima às partes que tem interesse em contratar,
sem que ele assine ou se comprometa por quem quer que seja.

Fiança: É garantia pessoal em que todo o patrimônio do fiador responde pela dívida.

Características:
 Contrato unilateral;
 Gratuito: Pode ser oneroso em alguns casos, a exemplo da fiança bancária;
Exigem forma escrita, mas é NÃO solene, pois NÃO se exige escritura pública. NÃO se
 admite fiança verbal.
NÃO se admite interpretação extensiva: Na dúvida, interpretação favorável ao fiador.
NÃO se estende além do período de tempo convencionado: Eventual prorrogação deve
 ter concordância expressa do fiador.
ATENÇÃO: FIANÇA PARA LOCAÇÃO URBANA – Qualquer das garantias da locação se
estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo
indeterminado.
 Contrato acessório.
 Pode assumir forma paritária ou de adesão;
Pode ser total ou parcial, inclusive em valor inferior à obrigação: NUNCA poderá ser
 superior ao valor do débito principal.
Personalíssimo, se extinguindo com a morte do fiador.

Efeitos e regras da fiança:
O fiador NÃO é devedor solidário, mas subsidiário. Tem a seu favor o benefício de ordem
 ou excussão. Exceção:
 o Se renunciou expressamente ao benefício;
o Se obrigou como principal pagador ou devedor
 solidário; o Se o devedor for insolvente ou falido.
Se fiança com prazo indeterminado: O fiador poderá exonerar-se a qualquer tempo,
mediante notificação judicial ou extrajudicial, dirigida ao credor com quem mantém
contrato. A garantia se estende até 60 dias após a notificação.
O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado se, sem o seu consentimento, o credor
conceder moratória ao devedor ou houver transação (STJ).
Atenção: Pelo CC/02, NÃO há solidariedade legal entre fiador e devedor principal,
podendo haver, no máximo, solidariedade convencional por força de contrato paritário.

c) Aval x Fiança
AVAL FIANÇA
Relação autônoma Contrato acessório
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Obrigação cambial Contrato


Há solidariedade entre avalista e Em regra, há benefício de ordem a favor
devedor principal do fiador.

ATENÇÃO: Tanto o aval quanto a fiança requerem a outorga conjugal para a sua validade.

Seguro: Mediante o pagamento de um prêmio, o segurador obriga-se a garantir um interesse


legítimo do segurado.

Nomenclaturas:
 Sinistro: Implemento do risco previsto na apólice.
Risco: É o evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes
 contratantes e contra o qual é feito o seguro.
 Prêmio: Montante pago mensalmente pelo segurado.
Indenização: Valor a ser recebido pelo segurado em caso de sinistro.

Características:
 Contrato de adesão.
Comutativo (doutrina moderna): O prêmio é a fração matemática resultante da
repartição do volume estatisticamente estimado de indenizações decorrentes de danos
sofridos durante certo período por uma massa de segurados, equivalente à obrigação de
garantia que incumbe à companhia seguradora. Para a concepção tradicional, o seguro é
contrato aleatório, uma vez que o segurador assume riscos, sem equivalência entre as
prestações recíprocas, ainda que se conheça o valor global as obrigações do segurado.
Mutualidade: Existe no seguro um caráter de cooperação, em que o conjunto de diversas
contribuições permite a formação de um fundo de recursos para o pagamento futuro das
indenizações.
 Somente entidade legalmente autorizada pode figurar como seguradora.
Prova da existência do contrato de seguro: deve ser escrita, seja com exibição da apólice
ou do bilhete do seguro ou, na falta desses, de documento comprobatório do pagamento
do respectivo prêmio.
Recusa da proposta pelo segurador: Se o segurador não aceitar acobertar determinado risco
constante da proposta de contratação, deverá, obrigatoriamente, dar ciência deste fato ao
segurado. A ausência de manifestação por escrito no prazo de 15 dias caracterizará a aceitação
tácita da proposta.
Inadimplemento do usuário: Em caso de inadimplemento do segurado no pagamento do
prêmio, não é devida a indenização por sinistro ocorrido no intervalo de tempo que perdurar a
mora.
- A falta de pagamento do prêmio não autoriza o cancelamento automático do seguro, ficando
suspensa a exigibilidade da indenização enquanto não purgada a mora. A jurisprudência tem
entendido que é possível purgar a mora, com o pagamento de todos os seus consectários,
inclusive os juros moratórios, obrigando o segurador ao pagamento de indenização por sinistro
ocorrido durante o período de mora, contanto que esta se restrinja à última parcela.

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ATOS UNILATERAIS

Conceito: São fontes de obrigações, ao lado dos contratos e atos ilícitos.


Espécies:
 Promessa de recompensa;
 Gestão de negócios,
Enriquecimento sem causa (gênero);
Pagamento indevido (espécie).

I. Promessa de recompensa (arts. 854/860, do CC):


Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar,
a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de
cumprir o prometido.
Requisitos da promessa de recompensa:
Capacidade da pessoa que emite a declaração de
vontade; o Licitude e possibilidade o objeto; e
o Ato de publicidade.
Revogação da promessa de recompensa:
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a
promessa, contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução
da tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta. Parágrafo
único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá direito a reembolso.

Gestão de negócios (arts. 861/875, do CC): É a atuação de um indivíduo, sem autorização do


interessado, na administração do negócio alheio, segundo o interesse e a vontade presumível de
seu dono, assumindo a responsabilidade civil perante este e as pessoas com que tratar. É uma
atuação sem poderes.
- Ao retornar o dono do negócio, há duas opções:
Concordando com a atuação do gestor, o dono deverá ratificar a gestão, convertendo-se a
 atuação em mandato (art. 869, do CC). A ratificação RETROAGE ao dia do começo da gestão.
Desaprovando a atuação do gestor, o dono poderá pleitear perdas e danos, havendo, em
regra, responsabilidade subjetiva daquele (art. 874, do CC).
Pagamento indevido (arts. 876/883, do CC): O enriquecimento sem causa é o gênero, do qual
o pagamento indevido é espécie. Quem paga indevidamente pode pedir restituição àquele que
recebeu, desde que prove que pagou por erro (art. 877, do CC). E o que recebeu indevidamente
fica obrigado a restituir (art. 876, do CC).
Espécies de pagamento indevido:
Pagamento objetivamente indevido: realizado quando nada é devido, havendo
erro quanto à existência ou extensão da obrigação.
Pagamento subjetivamente indevido: feito à pessoa errada, a alguém que não é
credor.
Repetição do valor pago indevidamente: Em regra, no pagamento indevido não cabe
repetição em dobro do valor pago, podendo o prejudicado reclamar o principal, os

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acessórios e, em caso de má-fé, perdas e danos. Porém, a lei prevê hipóteses em que a
repetição será em dobro, a exemplo do art. 42, do CDC.
Hipóteses em que NÃO há repetição do
indébito: o Pagamento de dívida prescrita;
o Pagamento de obrigação natural;
o Dívida judicialmente inexigível;
o Empréstimo para jogo ou aposta, feito no ato de se
 apostar; o Mútuo feito à pessoa menor;
 o Juros não estipulados;
o Enriquecimento sem causa.

Referências bibliográficas:
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil.

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DIAS 33 E 34

DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO

8 Serviços públicos. 8.1 Legislação pertinente. 8.1.1 Lei nº 8.987/1995 e suas alterações. 8.1.2
Lei nº 11.079/2004 e suas alterações (parceria público-privada). 8.2 Disposições doutrinárias.
8.2.1 Conceito. 8.2.2 Elementos constitutivos. 8.2.3 Formas de prestação e meios de execução.
8.2.4 Delegação: concessão, permissão e autorização. 8.2.5 Classificação. 8.2.6 Princípios. 8.2.7
Remuneração. 8.2.8 Usuários.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira – Ed. GEN

http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf

CAPÍTULOS: 10, 11 e 13.

Manual de Direito Administrativo. Autor: José dos Santos Carvalho

Filho CAPÍTULOS: 5 (Itens: XVIII E XIX), 7 E 8

Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto e
Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c49
ee6d024f.pdf
CAPÍTULOS: 9 (Itens 8 e 9) e 10.

Resumo de Direito Administrativo Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo

Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf

CAPÍTULOS: 3 (Item 9.4), 10 (Item 8) e 11.


DISCIPLINA
AMBIENTAL

7.2 Lei nº 9.985/2000 (SNUC). 7.2.1 Tipos de unidades, objetivos e categorias

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Direito Ambiental Esquematizado - Frederico Amado

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556f5a1f2.pdf
CAPÍTULOS: 9 E 27 (Item 27.7).

MANUAL DE DIREITO AMBIENTAL (2017) 7a


edição: Revista, ampliada e atualizada Autor:
Romeu Thomé
Curso de Direito Ambiental. Autor: Romeu Thomé – Ed. Juspodivm

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/1ec1f2a3f753abba6316e10b
ae181935.pdf

CAPÍTULOS: 4 (Item 6.6) e 7.

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Leis Especiais para Concursos - v.10 - Direito Ambiental - Leonardo de Medeiros Garcia e
Romeu Thomé

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/d648192336c9dd2ea3be159
2ce5c1e73.pdf

CAPÍTULOS: 3 (Item 1.5) e 5.

DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO:

16 Responsabilidade civil do Estado. 16.1 Evolução histórica. 16.2 Teorias subjetivas e objetivas
da responsabilidade patrimonial do Estado. 16.3 Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
16.4 Responsabilidade por omissão do Estado. 16.5 Requisitos para a demonstração da
responsabilidade do Estado. 16.6 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do
Estado. 16.7 Reparação do dano. 16.8 Direito de regresso. 16.9 Responsabilidade primária e
subsidiária.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1.CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira – Ed. GEN

http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf

CAPÍTULO: 12

2.Manual de Direito Administrativo. Autor: José dos Santos Carvalho Filho

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CAPÍTULO: 10

Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

1.Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto
e Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c49
ee6d024f.pdf
CAPÍTULO: 11

2.Resumo de Direito Administrativo Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino

http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf

CAPÍTULO: 12

RESUMO DO DIA

DIREITO ADMINISTRATIVO

8 Serviços públicos. 8.1 Legislação pertinente. 8.1.1 Lei nº 8.987/1995 e suas alterações. 8.1.2
Lei nº 11.079/2004 e suas alterações (parceria público-privada). 8.2 Disposições doutrinárias.
8.2.1 Conceito. 8.2.2 Elementos constitutivos. 8.2.3 Formas de prestação e meios de execução.
8.2.4 Delegação: concessão, permissão e autorização. 8.2.5 Classificação. 8.2.6 Princípios. 8.2.7
Remuneração. 8.2.8 Usuários.

SERVIÇOS PÚBLICOS

CONCEITO:
Substrato Material: O serviço público é uma comodidade fruível pelo particular, de forma
 contínua, sem interrupções indevidas;
Substrato Formal: É regido por normas de direito público, ainda que prestado por
 particulares em regime de delegação.
Elemento Subjetivo: Pode ser prestado pelo Estado de forma direta ou indireta. Para a
doutrina moderna, se o serviço público NÃO for prestado pelo Estado, ainda que
indiretamente, não poderá ser conceituado como serviço público.
Logo, pode ser conceituado como serviço público toda atividade executada pelo Estado de
forma a promover à sociedade uma comodidade ou utilidade, visando ao interesse público,
gozando de prerrogativas da supremacia estatal e sujeições decorrentes da indisponibilidade
do interesse público.
A prestação de serviços públicos NÃO se confunde com Obra pública, Poder de Polícia e
exploração da atividade econômica.
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2) PRINCÍPIOS
- Deve obediência aos princípios do texto constitucional, e:
Dever de prestação pelo Estado: O poder público NÃO poderá se escusar da prestação dos
serviços públicos, de modo que a omissão configura abuso de poder e justifica a responsabilidade
civil.
Modicidade das tarifas: as tarifas cobradas ao usuário devem ser a mais baixas possíveis, para
manter a prestação do serviço à maior parte da coletividade.
Atualidade (= adaptabilidade ou mutabilidade): A prestação do serviço público deve ser feita
sempre com as técnicas mais modernas. Está ligado ao dever de eficiência.
- Em decorrência desse princípio, NÃO há direito adquirido da concessionária à manutenção das
condições iniciais do ajuste, com a ressalva de que a concessionária terá direito ao reequilíbrio
econômico- financeiro do contrato.
Cortesia: O prestador do serviço deve ser cortês e educado ao tratar com o usuário.
Economicidade: Noção de prestação do serviço de forma eficiente, com gastos no limite da
razoabilidade.
Generalidade: Definido por alguns como princípio da universalidade, o serviço deverá ser
prestado a maior quantidade possível de pessoas.
Submissão e controle: Os serviços públicos devem ser controlados pela própria sociedade e
pelo Poder Público.
Continuidade (= princípio da permanência): É a prestação ininterrupta da atividade
administrativa e dos serviços prestados à coletividade, evitando interrupções indevidas, estando
ligado ao princípio da eficiência.
- A continuidade não impõe, necessariamente, que todos os serviços públicos sejam prestados
diariamente e em período integral, uma vez que a continuidade depende da necessidade da
população, que pode ser absoluta ou relativa.

ANÁLISES DECORRENTES DO PRINCÍPIO DA


CONTINUIDADE I) Greve de agentes públicos
Os militares NÃO têm direito de greve nem de sindicalização.
Servidor civil possui direito de greve e sindicalização. O STF entendeu ser norma de
eficácia limitada à edição de lei específica que o regulamente. E entendeu que
enquanto não houver lei específica, deverão ser regidos pela lei de greve ( Lei
7.783/89).
A não prestação do serviços, entretanto, enseja a paralisação da remuneração
devida aos agentes.
STJ: decidiu que se o servidor exercer o direito de greve de forma lícita, embora não
possua direito à remuneração pelos dias parados, pode sofrer o corte da remuneração.

II) Inadimplemento do usuário do serviço


A Lei 8.987/95 prevê a possibilidade de interrupção nas seguintes situações:
Por razões de ordem técnica ou segurança das instalações;
Por inadimplemento do usuário.
Se interrompido por inadimplemento do usuário, essa possibilidade é considerada
constitucional a princípio, embora exista posição minoritária contrária a essa
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interrupção. No entanto, serviço essencial NÃO poderá ser interrompido.


STJ: A iluminação pública é serviço essencial à segurança da coletividade, razão pela
qual NÃO pode ser interrompida por inadimplemento.

III) Exceptio non adimpleti contractus


O particular tem o direito de invocar o exceptio non adimpleti contractus, desde
que a administração seja inadimplente por mais de 90 dias em relação aos seus
pagamentos (aplicação de forma diferida). No entanto, a rescisão dos contratos
administrativos ao particular, motivada por inadimplemento, depende de decisão
judicial.

IV) Ocupação temporária de bens e substituição


A Administração Pública, para evitar a interrupção de atividade pública, poderá em
casos essenciais efetivar a ocupação temporária de bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
apuração administrativa de faltas contratuais.
Ademais, admite-se a transferência da propriedade, ao final do contrato de
prestação de serviços, dos bens da concessionária atrelados a prestação de serviços
públicos (= reversão de bens).

Isonomia: A prestação de serviços NÃO pode ser diferenciada indevidamente pelos usuários.

FORMAS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

a. Prestação direta: Prestação efetivada pelos próprios entes federativos


b. Descentralização: Pode ser dar por:
Outorga (Descentralização por serviços) Delegação
( Descentralização por colaboração)
Transfere a titularidade + execução Transfere apenas a execução
Conferida apenas a pessoas jurídicas Feita a entes da Administração indireta ou
de direito público particulares
Feita mediante lei específica Feita mediante lei (adm. Indireta) ou
contrato.

- Quanto à delegação, os serviços públicos podem ser de 04 espécies:


Serviços Públicos EXCLUSIVOS, NÃO DELEGÁVEIS: Somente podem ser prestados pelo Estado,
exclusivamente. São previstos pela CF expressamente (embora a doutrina preveja outros):
 Serviço Postal;
Correio Aéreo Nacional.

Serviços Públicos EXCLUSIVOS, DELEGÁVEIS: Ex: transporte público, energia elétrica...


Serviços Públicos de DELEGAÇÃO OBRIGATÓRIA: São os serviços de:
Radiodifusão sonora;
Radiodifusão de sons e imagens (rádio e tv).
IV) Serviços Públicos NÃO EXCLUSIVOS DE ESTADO: Ex: saúde, educação e previdência.
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Nesses casos em que o particular executa as atividades por iniciativa própria, gozando da sua
titularidade, sem que haja a celebração e contratos administrativos, é necessária autorização de
polícia e NÃO delegação de serviços => Para a doutrina moderna + STF, tais serviços, quando
prestados pelo particular, NÃO ostentam a qualificação de serviços públicos propriamente
ditos, sendo serviços de utilidade pública ou serviços impróprios.
STF: Estes serviços públicos não exclusivos, quando prestados por particulares, são SERVIÇOS
DE RELEVÂNCIA PÚBLICA.

CLASSIFICAÇÃO:
Serviço uti singuli: Prestados a toda coletividade, nos quais o poder público pode individualizar
a utilização. A cobrança pode ser feita mediante taxa ou tarifas.
Uti universi: Serviços que NÃO podem ser divididos em sua utilização, devendo ser prestado a
toda coletividade.
STF: Entendeu inconstitucional a cobrança de taxa de iluminação pública => VIDE SÚMULA 670.

b.1) Quanto aos serviços divisíveis, podem ser classificados em:


Compulsórios: essenciais à coletividade, de forma que NÃO podem ser abdicados pelo
destinatário, devendo ser feita a cobrança apenas pelo fato de estar à disposição dos cidadãos. A
cobrança deve ser efetuada mediante taxa, e se admite a cobrança da taxa mínima aos usuários.
STJ: Vem admitindo a cobrança de assinatura básica para a prestação de serviço de
telefonia, independente da utilização pelo usuário, decorrente da disponibilização => VIDE
SÚMULA 356 do STJ.
Facultativos: Prestados visando os interesses da coletividade, e podem ou não ser utilizados
pelo usuário, caso em que só será possível a cobrança pelo serviço efetivamente prestado,
mediante tarifas ou preços públicos, NÃO ostentando a natureza tributária => VIDE SÚMULA 545
STF quanto à natureza dos preços públicos.

b.2) Quanto à forma de prestação


Serviços Públicos Próprios: São aqueles que só podem ser prestados pelo Estado, de forma
direta ou mediante a delegação a particulares, através de contratos de concessão.
Serviços Públicos Impróprios (virtuais): Embora essenciais à coletividade e satisfaçam os
interesses dos administrados, podem ser executados por particulares sem a necessidade de
delegação pelo ente estatal.

ATENÇÃO: As atividades estatais ainda podem ser diferenciadas em serviços administrativos,


serviços industriais e serviços sociais:
 Serviços administrativos: executados pela Administração para atender às suas necessidades
internas ou como forma de preparação para outros serviços. Ex: Imprensa oficial.
Serviços públicos comerciais (ou industriais): Serviços que produzem renda para os seus
prestadores, excluídos os que devem ser necessariamente gratuitos. A execução pode ser
delegada, por concessão ou permissão, aos particulares. Ex: Transporte público, energia e
 água.
 Serviços públicos sociais: Serviços que atendem as necessidades coletivas de caráter social,
podendo ser prestado por particular ou pelo estado. Ex: Saúde, assistência social e
previdência.
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CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS – DI PIETRO


Congênitos (originários): Por sua natureza, são próprios e privativos do Estado;
Adquiridos (derivados): passíveis de execução pelo particular em tese, são
absorvidos pelo Estado em regime de monopólio ou concorrência com a
iniciativa privada;
Próprios: o Estado assume os serviços como seus e executa direta
ou indiretamente;
Impróprios: Embora atendam às necessidades coletivas, NÃO são assumidos
nem executados pelo Estado, mas apenas por ele autorizados, regulamentados e
fiscalizados. Ex: Taxi

SERVIÇO PÚBLICO E O CDC


A prestação dos serviços públicos, segundo legislação vigente, encontra-se submetida ao CDC.
Discute-se a amplitude da aplicação do CDC aos serviços públicos, existindo os seguintes
entendimentos:
1º entendimento (tese ampliativa): todos os serviços públicos submetem-se ao CDC, que
menciona os serviços públicos sem qualquer distinção + todos os serviços públicos seriam
 remunerados, ainda que genericamente por impostos;
2º entendimento (tese intermediária): O CDC deve ser aplicado aos serviços uti singuli,
 que são remunerados individualmente pelos usuários. Cláudia Lima Marques;
3º entendimento (tese restritiva): O CDC incide apenas sobre os serviços individuais,
remunerados por tarifas, excluídos da sua aplicação os serviços uti universi e os individuais
remunerados por taxa. Rafael Oliveira.

DELEGAÇÃO CONTRATUAL DE SERVIÇOS
O art. 175 CF prevê a possibilidade da prestação de serviços públicos diretamente ou por
delegação a particulares, mediante contratos de concessão e permissão de serviços públicos.
Instrumento normativo: Lei 8.987/95 e Lei 11.079/04.

CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS


Enseja somente a delegação da atividade, sem transferir a titularidade.
Nesses contratos, a empresa concessionária será remunerada pelas tarifas cobradas dos
usuários, NÃO sendo devida qualquer contraprestação ao ente estatal.
Definição: Contrato administrativo por meio do qual o poder público delega a execução de
serviços públicos a terceiros.
A CONCESSÃO COMUM pode ser dividida em duas espécies:
Concessão Simples: Contratos cujo objeto se resume à transferência da execução do serviço
público para o particular, que o executará por sua conta e risco, mediante a cobrança de tarifas
dos usuários.
Concessão precedida de obra: Contrato de concessão no qual o ente público determina ao
particular que se realize uma obra pública de relevância para a sociedade e indispensável à
prestação do serviço público delegado. Nesses casos, o particular executa a obra as suas
expensas, sendo remunerado, posteriormente pela exploração do serviço decorrente da obra.
- É necessária lei autorizativa prévia?
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1ª Corrente: Seria necessária, pois a presença de interesses relevantes devem ser


ponderados pelo legislativo, com base no art. 175 da CF;
2ª Corrente: A exigência de autorização legislativa para delegação do serviço público é
inconstitucional, uma vez que a competência para prestar serviços públicos é do poder
executivo, inserindo-se em seu poder decisório a escolha pela prestação direta ou sobre
regime de delegação, sob pena de a interferência violar o princípio da separação de
 poderes.
- Nada impede que a lei estabeleça condições genéricas de prestação, mas a decisão
pontual sobre a forma de prestação do serviço é exclusiva do executivo.

7.1. Poder Concedente


São os entes da Administração Direta que delegam o serviço a particulares, respeitando as
competências constitucionais para a prestação de serviços públicos.
Excepcionalmente, a lei atribui o poder de delegar serviços públicos a entidades da
administração indireta, a exemplo da ANATEL e ANEEL para atuar numa concessão como poder
concedente de serviço público.
Os consórcios públicos poderão atuar como poder concedente em relação a serviços de sua
responsabilidade.

Direitos e obrigações do concedente:


Regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
 Aplicar penalidade regulamentares e contratuais, nos moldes definidos nos contratos;
 Intervir na prestação dos serviços, sempre que houver indícios de irregularidade;
Extinguir a concessão, por motivo de interesse público (encampação) ou por
inadimplemento da concessionária (caducidade);
Homologar reajustes e revisar tarifas;
Cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares dos serviços e as cláusulas
 contratuais de concessão;
Cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas
 contratuais da concessão;
 Zelar pela boa qualidade do serviço;
Declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública,
 promovendo as desapropriações, diretamente ou por outorga de poderes à concessionária;
Declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição da servidão
 administrativa;
Estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio ambiente e
 conservação;
 Incentivar a competitividade;
Estimular a formação de associações de usuários.

7.2. Concessionária
É o particular que celebra o contrato administrativo, tornando-se executor do serviço público
descentralizado.

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O contrato de concessão de serviços públicos somente pode ser celebrado com pessoas jurídicas
ou consórcios de empresas, NÃO se admitindo a assinatura da avença com pessoa física.
Obrigações da concessionária:
Prestar o serviço adequado;
 Manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
 Prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários;
 Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
Permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras,
 equipamentos, instalações e aos registros contábeis;
 Promover as desapropriações e constituir servidões;
Zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação de serviços;
 Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação dos serviços;
Submetem-se à responsabilidade civil do Estado de forma objetiva, e o Estado responde
subsidiariamente ( e objetiva).

ATENÇÃO: Em regra, a remuneração do concessionário é efetivada pela cobrança de tarifa dos


usuários do serviço público concedido. A tarifa deve ser atualizada e revista durante a execução
do contrato. O STJ admite, em alguns casos, a cobrança de tarifa básica do usuário para cobrar os
custos de disponibilização do serviço. E ao lado da tarifa, é possível a instituição de receitas
alternativas, as quais referem-se aos serviços privados conexos ao serviço público delegado, e
devem estar previstas a possibilidade de instituição no edital e no contrato de concessão.

STF: A responsabilidade civil abrange usuário e não-usuário do serviço público, ante a


observância ao princípio da isonomia.

7.3. Usuários do Serviço


Aplica-se o CDC para a proteção dos usuários.
É garantido ao particular o recebimento de serviço adequado, respeitando a eficiência e
isonomia na sua prestação.

7.4. Procedimento Licitatório


A concessão deverá ser precedida de prévio procedimento licitatório, para garantir a
impessoalidade na escolha do contratado, na modalidade CONCORRÊNCIA. É possível a
utilização de outras modalidades de licitação, quando autorizadas por lei específica.
A Lei 8.987/95 prevê a possibilidade de inversão de fases da habilitação e classificação, desde
que prevista em edital.
A forma de escolha do vencedor NÃO segue a Lei 8.666/93, devendo seguir os seguintes critérios:
 Menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado (garantia da modicidade);
 Maior oferta;
Combinação, dois a dois, dos critérios de menor valor da tarifa do serviço público a ser
prestado, de maior oferta (casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão) e de melhor oferta para pagamento da outorga, após qualificação das
 propostas técnicas.
Melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;

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Melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço
 público + melhor técnica;
Melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da
 concessão com o de melhor técnica;
 Melhor oferta de pagamento pela outorga.
Critério de desempate: NÃO segue a lei 8666/93, sendo o único critério a nacionalidade da
empresa participante.
É possível ainda a participação do procedimento licitatório de empresas consorciadas, mesmo
antes de firmado o acordo.

MODALIDADES LICITATÓRIAS DIFERENCIADAS


Programa Nacional de Desestatização (Lei 9.074/95): Os serviços públicos do
programa podem ser delegados mediante concessão, na modalidade LEILÃO.
Contratos de concessão de serviços públicos de radiodifusão de sons e imagens
(tv) e radiodifusão sonora (rádio): NÃO se aplicam as disposições da Lei 8.987/95,
devendo ser observada a definição constitucional:
i. Compete ao Poder executivo outorgar e renovar a concessão, permissão e
autorização desses serviços, definindo que a não observância dependerá de
aprovação de, no mínimo, 2/5 do CN, em votação nominal;
ii. Prazo:
- Emissoras de rádio: 10 anos;
- Emissoras de TV: 15 anos.
* O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende
de decisão judicial.

7.5. Formalização dos contratos de concessão


A administração direta contrata determinada empresa para prestar serviço público, mediante
delegação. Esta empresa se torna responsável pela prestação do serviço, sendo remunerada pelo
usuário e não pela Administração Pública que o contratou.
Estão implícitas nos contratos de concessão as cláusulas exorbitantes.
Cláusulas necessárias do contrato: VIDE art. 23 da Lei 8.987/95.
Em se tratando de contratos de concessão de serviço público precedido da execução de obra
pública, devem ainda estar previstas cláusulas que estipulem os cronogramas físico-financeiros de
execução das obras vinculadas à concessão e que exijam garantia do fiel cumprimento.
É possível a contratação direta nos casos de dispensa ou inexigibilidade, prevista na lei 8.666/93.

7.6. Interrupção do serviço público por inadimplemento do usuário


Argumentos contrários à suspensão:
Princípio da dignidade da pessoa humana: A suspensão do serviço público privaria o
 particular de serviços básicos;
O art. 22 do CDC exige das concessionárias a prestação de serviços adequados e contínuos,
 sendo lícito considerar todo serviço público como essencial;
A suspensão representaria uma forma abusiva de autotutela dos interesses da
 concessionária;
O art. 42 do CDC veda a exposição do consumidor ao ridículo na cobrança de débitos.
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Argumentos favoráveis à suspensão (prevalece na doutrina):


A lei 8.987/95 admite a interrupção do serviço público após o prévio aviso do usuário,
 quando houver o inadimplemento;
 Necessidade de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato;
A continuidade do serviço público pressupõe o pagamento de tarifa.
A exceção à suspensão ocorre nos casos em que o poder público é usuário do serviço
concedido e a prestação é de serviços essenciais à população, e nos casos de risco de lesão
ao núcleo essencial de direitos fundamentais dos particulares (ex: interromper energia de
usuário de home care).

7.7. Gratuidade de serviço público


Admite-se que a lei estabeleça hipóteses de gratuidade por determinada categoria de usuários,
em razão da necessidade de efetivação do princípio da dignidade da pessoa humana.
A gratuidade NÃO pode ser concedida individualmente, mas para uma classe de pessoas.
Como a gratuidade acarreta perda de receita para a concessionária e desequilíbrio econômico
do contrato, a legislação que estabelece a gratuidade deve prever fonte de custeio.
Questiona-se o momento em que a gratuidade estabelecida por lei será efetivada. Prevalece na
doutrina a tese de que a gratuidade só pode ser exigida da concessionária no momento em que a
fonte de custeio for implementada. No entanto, o STF entende que a gratuidade tarifária deve ser
imediatamente cumprida pela concessionária a partir da vigência da lei, devendo ser discutida
posteriormente a recomposição do equilíbrio financeiro do contrato de concessão.

7.8. Intervenção
A fiscalização no contrato de concessão gera a possibilidade de intervenção quando houver
indícios de irregularidades. Neste caso, o Estado nomeia um agente público que atuará como
interventor, o qual ficará responsável pela gestão da empresa, enquanto instaura o processo
administrativo a fim de apurar irregularidades, possuindo este procedimento duração máxima de
180 dias.
Cessada a intervenção, se não for verificada nenhuma irregularidade na empresa
concessionária, a administração do serviço será devolvida, precedida da prestação de contas pelo
interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. Caso contrário, será
decretada a caducidade.

7.9. Duração do contrato de concessão


NÃO respeita os prazos estipulados na Lei 8666/93, já que em regra NÃO gera despesas para o
Estado e não precisa de previsão em lei orçamentária, o que não significa contrato por prazo
indeterminado!
A prorrogação do contrato é medida excepcional, e só pode ser feita pela Administração Pública,
sendo inconstitucional a prorrogação efetivada pela lei, ante o princípio da separação de poderes
e impessoalidade. Eventual prorrogação deve estar prevista no edital e na minuta do contrato,
anexa ao instrumento convocatório, salvo hipóteses de prorrogação como instrumento de
recomposição do equilíbrio econômico financeiro do contrato.

7.10. Arbitragem – É admitida legalmente para contrato de concessão

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7.11. Subconcessão
Para que seja possível a subconcessão, é indispensável a anuência do poder concedente, sob pena
de se configurar inadimplemento sujeito à caducidade, sem prejuízo das sanções a serem aplicadas.
Ademais, a empresa que assumirá o serviço público deverá atender às exigências de capacidade
técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço,
bem como se comprometer a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.
Para a subconcessão, além da autorização específica pelo poder concedente, deverá ser precedida
de procedimento licitatório na modalidade concorrência para que seja regularmente efetivada.
Requisitos para a subconcessão:
 Previsão da possibilidade no contrato de concessão;
Autorização do poder concedente;
Realização de licitação, sob a modalidade de concorrência.

7.12. Remuneração da concessionária


A concessionária será remunerada majoritária ou integralmente mediante a cobrança de tarifas
dos usuários do serviço, sendo a tarifa fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação.
A tarifa deve ser calculada com base nos custos dos serviços a serem executado, somando-se ao
lucro que deve ser auferido pela concessionária, sendo permitida a revisão de tarifas para manter
o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Poderá ainda o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a
possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias
ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, para favorecer a modicidade das tarifas.
Nesse caso, as fontes das receitas alternativas devem ser obrigatoriamente consideradas para a
aferição inicial do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

7.13. Extinção do contrato de concessão


Advento do termo contratual: Escoamento do prazo contratual. Nesses casos, a reversão dos
bens da concessionária ao poder concedente se dará com a indenização das parcelas dos
investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados.
Encampação (ou resgate do serviço público): Ocorre todas as vezes em que não há mais
interesse público na manutenção do contrato, sendo cláusula exorbitante. – É necessária lei
autorizativa? A lei 8.987/95 prevê a necessidade de lei específica e prévio pagamento de
indenização. No entanto, Di Pietro e Rafael Oliveira entendem inconstitucional, pois seria uma
interferência indevida no executivo pelo legislativo.
Caducidade: Rescisão unilateral justificada pelo inadimplemento do particular contratado. Se
dá pela edição de um DECRETO, pelo chefe do executivo, em que se instaura processo
administrativo, em respeito ao contraditório e ampla defesa, em que a concessionária deverá
justificar as suas faltas. Situações que ensejam a caducidade:
Serviço prestado de forma inadequada ou ineficiente;
Descumprimento, pela concessionária, de quaisquer cláusulas contratuais ou disposições
 legais, ou regulamentares quanto à concessão;
A concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto (afronta ao princípio da
 continuidade);
A concessionária perder condições técnicas, econômicas ou operacionais para manter a
adequada prestação dos serviços;
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 A concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações cometidas;


A concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar
 a prestação do serviço;
A concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 dias,
 apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão.
Rescisão: Descumprimento de normas contratuais pelo poder concedente. Pode ser:
I – Rescisão consensual: Decorre de acordo firmado entre as partes;
– Rescisão Judicial: Requerida pela concessionária, diante de inadimplemento do poder público.

Anulação: Extinção do contrato administrativo em virtude de ilegalidade originária. –


Ilegalidade na licitação ou no respectivo contrato de concessão.

Falência ou extinção da concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, se empresa


individual: Lembrar que os contratos administrativos, em geral, são intuito personae.

8. PARCERIA PÚBLICO PRIVADA – PPP


São espécies de concessão de serviços públicos, criadas pela Lei 11.079/04, sendo acordo firmado
entre o particular e o poder público com o objetivo de prestação de serviços de forma menos
dispendiosa que o normal, podendo admitir-se o fornecimento de bens ou execução de obras.
Ficam sujeitas à Lei 8.987/95, no silêncio da lei específica.

8.1. Espécies de Parceria


Concessão Patrocinada: É contrato de concessão de serviços públicos, podendo ser precedida
ou não de obra pública em que, além da tarifa paga pelos usuários, há uma contraprestação do
Poder Público ao parceiro privado (a intenção é garantir a modicidade das tarifas).
- A contraprestação do Poder Público NÃO pode ultrapassar 70%, SALVO se estabelecida por lei
específica.
- Há necessidade de lei autorizativa quando a Administração Pública for responsável por mais de
70% da remuneração do parceiro privado.
- Objeto: Prestação de serviços públicos.

Concessão Administrativa: É espécie de concessão de serviço público em que a própria


administração pública fica responsável pelo pagamento das tarifas, por ostentar a qualidade de
usuária do serviço público prestado de forma direta ou indireta, ainda que envolva a execução de
obras públicas ou o fornecimento de bens.
- CABM: Entende que seria uma “falsa concessão”, ao fundamento de que a lei visa, por meios
transversos, realizar simples contrato de prestação de serviços, e não uma concessão.
- Pode ser a execução de serviços públicos ou serviços administrativos prestados ao Estado.

8.2. Cláusulas dos contratos de PPP


Prazo de vigência: Deve ser compatível com a amortização dos investimentos, NÃO podendo
ser celebrado por prazo inferior a 05 ANOS, nem superior a 35 ANOS, INCLUINDO EVENTUAL
PRORROGAÇÃO;
Previsão de todas as penalidades que poderão ser aplicadas à Administração Pública e ao
parceiro privado em caso de inadimplemento;
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Repartição de riscos entre as partes;


Formas de remuneração e atualização dos valores contratuais;
Mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos serviços;
Os fatos que caracterizam a inadimplência.
Critérios objetivos de avaliação de desempenho do parceiro privado;
Prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução suficientes e compatíveis com os
ônus e riscos envolvidos, observados os limites da Lei 8.666/93;
Compartilhamento com a Administração Pública de ganhos econômicos efetivos do parceiro
privado;
Realização de vistoria dos bens reversíveis;
Cronogramas e marcos para repasse ao parceiro privado das parcelas do aporte de recursos.

OS CONTRATOS DE PARCERIA DEVEM SER CELEBRADOS NO VALOR MÍNIMO DE R$ 20


 MILHÕES, NÃO sendo admitidas contratações em valores mais baixos.
Há discussão quanto ao alcance federativo da exigência do valor mínimo nos contratos de PPPs:
 1ª Corrente (prevalece): O valor mínimo deve ser observado por todos os entes da
federação, pois a lei 11.079/04 consagra normas gerais de PPP;
 2ª Corrente: O valor mínimo de 20 milhões de reais só se aplica à União, sob pena de
inviabilizar a PPP no âmbito dos Estados e Municípios.
Objeto complexo: Os contratos de PPP NÃO podem ter como objeto único o fornecimento de
mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

8.3. Características específicas


Compartilhamento de riscos e de ganhos decorrentes da redução do risco: Nas concessões
especiais, o ente público compartilha os riscos e se torna responsável solidariamente em todos os
casos de prejuízos, ainda que decorrentes de caso fortuito ou força maior.

Financiamento do setor privado: A Administração NÃO disponibilizará recursos financeiros


para custeio integral dos empreendimentos contratados, cabendo ao parceiro privado efetivar os
investimentos necessários à prestação dos serviços e eventual execução de obra.

Pluralidade compensatória: O parceiro privado tem a garantia de percepção de valores pagos


pelos cofres públicos, como forma de viabilizar economicamente os empreendimentos a serem
executados, para satisfação dos interesses da sociedade.
- Formas de contraprestação do parceiro privado ao parceiro público:
I. Ordem Bancária: O parceiro público disponibiliza valores específicos em estabelecimento
bancário para que o parceiro privado utilize para cumprimento das finalidades contratuais (é
forma de pagamento direto).
- Os critérios que serão utilizados para estipulação dos valores a serem repassados devem estar
objetivamente dispostos no contrato, de forma prévia.
- NÃO se admite que o ente estatal efetive o pagamento de valores antes de executado o objeto
contratado.
II. Cessão de créditos não tributários: É forma indireta de prestação pecuniária.
III. Outorga de direitos em face da Administração Pública: A outorga deve incidir sobre direitos
que possam ser convertidos em pecúnia.
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IV. Outorga de direitos sobre bens públicos dominicais: O particular poderá ter a ele transferida
a renda decorrente de locações e concessões onerosas de uso efetivadas pelo parceiro público,
não podendo ser transferidos os bens afetados, de uso especial.

d) Garantias ao parceiro público


A Lei prevê a possibilidade de vinculação de receitas, sendo vedada a vinculação de receitas de
impostos (CABM, em posição MINORITÁRIA defende ser inconstitucional tal disposição).
É possível ainda a utilização ou instituição de fundos especiais previstos em lei, bem como a
contratação de seguro-garantia, desde que celebrado em Seguradoras que NÃO sejam
controladas pelo Poder Público de forma direta.
A caução poderá ainda ser prestada por organismos internacionais ou instituições financeiras,
desde que NÃO sejam entidades controladas pelo poder público, assim como garantias prestadas
por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa finalidade.

e) Procedimento Licitatório
As minutas do edital e contrato de PPP devem submeter-se à consulta pública prévia. I
– Abertura do certame: Deve ser precedida de licitação na modalidade concorrência.
Deve haver autorização da autoridade competente, fundamentada em estudo técnico que
demonstre a conveniência e oportunidade da contratação, com as razões para a celebração da PPP.
A autoridade deve demonstrar que as despesas criadas ou aumentadas NÃO afetarão as metas
de resultados fiscais previstos na LRF.
Deve o certame ser precedido de elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro
nos exercícios em que deva figurar a PPP, assim como a declaração do ordenador de despesas de
que as obrigações contraídas pela adm são compatíveis com a LDO e a LOA, bem como seu objeto
deve estar previsto no PPA.
A minuta de edital deve ser submetida à consulta pública, fixando-se prazo mínimo de 30 dias
para o recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á pelo menos 07 dias antes da data prevista
para a publicação do edital.
NÃO será possível dar início ao procedimento licitatório sem prévia licença ambiental ou
expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental dos impactos.

II- Instrumento Convocatório: O edital deve conter todos os requisitos da Lei 8.666/93, sendo a
ele aplicadas todas as características especiais da Lei 8.987/95.
Serão admitidos os seguintes critérios de julgamento:
Menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
Melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço
 público a ser prestado com o de melhor técnica.
 Menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração;
Melhor proposta em razão da combinação do menor valor da contraprestação + melhor
 técnica.
É possível ainda a edição de lances verbais, dentro do procedimento de concorrência, e o edital
pode restringir a apresentação dos lances aos licitantes cuja proposta escrita seja no máximo 20%
maior que o valor da melhor proposta. – Inspirado no pregão, razão pela qual alguns autores
chamam a concorrência na PPP de concorrência-pregão.
O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento.
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f) Sociedade de Propósito específico


A PPP deve ser gerida por uma sociedade de propósito específico, a qual deve ter sido criada
ANTES da celebração do contrato, ficando responsável, além da gestão, pela implantação da
parceria.
A sociedade pode ser Companhia, inclusive de capital aberto, com negociação de valores
mobiliários em mercados de ações e deverá ser instruída depois de realizada a licitação e antes
da celebração do contrato de concessão especial.
A entidade deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e
demonstrações financeiras padronizadas.
O Poder Público NÃO pode deter a maioria de capital social votante dessa entidade específica,
para que não se comprometa a imparcialidade, SALVO nos casos de aquisição da maioria
daquele capital por instituição financeira controlada pelo Poder Público, quando houver
implemento de contratos de financiamento.

g) Normas aplicadas em âmbito federal às PPPs


I – Órgão Gestor: Será instituído, por decreto, órgão gestor de PPPs, com competência para:
Definir serviços prioritários para execução no regime dessas parcerias;
 Disciplinar os procedimentos para celebração desses contratos;
Autorizar a abertura da licitação e aprovar seu edital;
 Apreciar os relatórios de execução dos contratos.
O Órgão gestor deverá ser composto por indicação nominal de:
Um representante titular e respectivo suplente do MPOG, o qual cumprirá a tarefa de
 coordenação das respectivas atividades;
Ministério da Fazenda;
Ministério da Casa Civil da Presidência da República.

– Fundo Garantidor: A União, seus fundos especiais, suas autarquias, fundações públicas e suas
empresas estatais dependentes ficam autorizadas a participar, no limite global de 6 BILHÕES DE
REAIS, em FUNDO GARANTIDOR DE PPP – FGP, com a finalidade de prestar garantia de
pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais, distritais,
estaduais ou municipais, em virtude das parcerias, tendo natureza privada e patrimônio própria
separado do patrimônio dos cotistas, e será sujeito de direitos e obrigações próprios.
- O fundo é privado, e em caso de integralização de bens, a transferência NÃO depende de prévio
procedimento licitatório, sendo indispensável a autorização do presidente da república, mediante
proposta do Ministério da Fazenda.
- Possui natureza privada e patrimônio separado dos cotistas.
- O parceiro privado NÃO poderá acionar o Fundo Garantidor a qualquer momento, devendo ser
demonstrado o inadimplemento do parceiro público, de forma reiterada.
- Após a quitação de débito da Administração Pública pelo FGP, a entidade estará sub-rogada nos
direitos do parceiro privado, ou seja, o pagamento pelo ente NÃO desonera o parceiro público do
cumprimento das suas obrigações.
APROFUNDAMENTO PARA PROVAS SUBJETIVAS:
a) O fundo possui personalidade jurídica?

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1ª Corrente: O FGP NÃO possui personalidade jurídica, mas em razão da


possibilidade legal de contrair direitos e obrigações, o Fundo seria
considerado uma espécie de patrimônio de afetação ou universalidade de
 direito. JSCF;
2ª Corrente: O FGP possui personalidade jurídica e pode ser considerado
uma espécie de empresa pública.
Rafael Oliveira entende que o FGP deve ser considerado pessoa jurídica,
pois trata-se de sujeito de direitos e obrigações e as suas características são
similares àquelas previstas para as empresas públicas.

b) O FGP é constitucional?
1ª Corrente: Seria INCONSTITUCIONAL, pois seria uma maneira de burlar os
precatórios, bem como a criação só poderia se dar por lei complementar.
Celso Antonio e Di Pietro;
2ª Corrente: CONSTITUCIONAL, pois não se tratariam de débitos judiciais a
justificar a sistemática de precatórios, e o art. 165, §9º, II, da CF apenas
exige LC para fixação da instituição e funcionamento de fundos, e não para
criação específica de cada fundo.


Limitações à celebração das PPPs
A União só poderá contratar PPP quando a soma das despesas de caráter continuado derivadas
do conjunto das parcerias já contratadas não tiver exercido, no ano anterior, 1% da RCL do
exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes, nos 10 anos subsequentes, NÃO excedam
1% da RCL projetada para os respectivos exercícios.

9. Permissão de Serviço Público


É forma de delegação de serviço público a particulares, que executarão a atividade por sua
conta e risco, mediante cobrança de tarifas ao usuário, que será responsável pela remuneração.
O contrato poderá ser firmado com qualquer pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para o seu desempenho, após a prévia licitação.
É tratada na Lei 8.987/95 como contrato de adesão, possuindo natureza precária.
O STF entende que NÃO há qualquer distinção entre concessão e permissão, quanto a sua
natureza, podendo ambos serem considerados contratos administrativos. A doutrina aponta 03
diferenças:
Concessão Permissão
Deve ser precedida de licitação, na Admite outras modalidades de licitação,
modalidade concorrência. dependendo do valor contratado.
Somente celebrada com pessoas Pode ser celebrada com pessoa física ou
jurídicas ou consórcios de empresas. jurídica.
Depende de autorização legislativa Dispensa lei específica, SALVO algumas
expressa. permissões de natureza especial.

10. AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


É ato administrativo unilateral, discricionário e precário.
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Para parte da doutrina, são admitidas duas hipóteses de autorização:


 Autorização de uso de bem público;
 Autorização de polícia
Por isso, alguns doutrinadores, a exemplo de José dos Santos Carvalho Filho, entendem que a
autorização de serviços públicos não teria base constitucional. No entanto, HELY LOPES
(minoritário) admite a delegação por autorização de serviços não essenciais, a exemplo do serviço
de transporte de vans ou taxis, sem ensejar qualquer garantia ao particular que presta o serviço,
dada a natureza precária.

ADMINISTRAÇÃO DIALÓGICA
(Aprofundamento para provas subjetivas)
A Administração dialógica vem surgindo como forma de se permitir o acesso dos
particulares à atuação administrativa, ensejando a possibilidade de se vislumbrar
a atuação do ente público em que se admita a atuação de particulares, sendo o
oposto do que se pregava no surgimento do direito administrativo.
Essa expressão se dá, principalmente, pela criação das parcerias firmadas entre o
Estado e particulares, com a finalidade de satisfazer as necessidades coletivas. Ex:
Participação popular, mediante consulta pública, para a realização de
procedimentos licitatórios muito altos, ou com o terceiro setor.
Além do direito fundamental à boa administração pública, a noção de
administração pública dialógica pode ser considerada uma decorrência do
princípio da segurança jurídica, mais especificamente da noção da proteção da
confiança ou das expectativas legítimas.

CONCLUSÃO: A Administração Pública moderna é aquela que aproxima os


cidadãos, estabelecendo um diálogo entre os órgãos e entidades estatais e os
particulares de forma a garantir um maior aproveitamento na execução das
atividades públicas, visando uma maior eficiência na prestação do serviço.
Ademais, a associação com particulares garante maior transparência na atividade
administrativa e garante a manutenção da segurança jurídica.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

O consórcio público NÃO é contrato administrativo, já que neste existem vontades divergentes
das partes contratantes, enquanto naquele há uma gestão associada dos entes federados que se
unem para prestação de serviços de interesse comum.
O consórcio público é gestão associada dos entes federativos, de qualquer esfera de governo,
para a prestação de serviços públicos de interesse comum, podendo ser formado por entes
federativos de esferas de governo diferentes, não havendo previsão de formação somente com
entidades de mesma esfera de poder.
A lei dispõe que a União somente participará de consórcios públicos em que também façam
parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
O consórcio público será constituído por contrato, cuja celebração dependerá da prévia
subscrição do protocolo de intenções.

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1) Formalização do consórcio
A criação do consórcio forma uma nova pessoa jurídica que NÃO se confunde com os entes
consorciados.
A nova pessoa jurídica pode ter personalidade de:
Direito Público: Associação Pública e faz parte da Administração INDIRETA de cada ente
consorciado;
Direito Privado: Consórcio Público e será regido pelo direito civil => Nesse caso, a entidade
NÃO será integrante da Administração, mas por ser formada com verba estatal, será
sujeita ao controle do Tribunal de Contas.
Protocolo de intenções - Sendo as associações uma espécie de autarquia (vide art. 41 CC),
seria necessária a criação por lei específica, e logo, não seria possível a sua criação por meio de
acordo (consórcio). Deste modo, quando os entes federativos firmam acordo, está sendo
celebrado apenas o PROTOCOLO DE INTENÇÕES.
- O protocolo de intenções representa uma espécie de minuta do futuro contrato de consórcio.
Posteriormente, este protocolo será enviado ao Poder Legislativo de cada um dos entes
consorciados, como projeto de lei, e da ratificação do protocolo de intenções é formalizado o
consórcio.
- Cláusulas necessárias à validade dos consórcios:
Denominação, finalidade, prazo de duração e sede do consórcio;
 Identificação dos entes consorciados, podendo ou não ser da mesma esfera de governo;
 Indicação da área de atuação do consórcio;
 Previsão de que o consórcio é associação pública ou PJ direito privado sem fins econômicos;
Critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a
 representar os entes da federação consorciados perante outras esferas de governo;
 Normas de convocação e funcionamento da assembleia geral;
Previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público, assim como
 o número de votos para as suas deliberações;
Forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público,
que deverá obrigatoriamente ser chefe do executivo de um dos entes consorciados;
Número, formas de provimento e remuneração dos empregados públicos;
 Condições para que o consórcio celebre contrato de gestão ou termo de parceria;
 Autorização para a gestão associada de serviços públicos;
Definir o número de votos que cada ente da federação consorciado possui na assembleia
 geral, sendo assegurado ao menos 01 voto por ente consorciado.
Autorização legislativa - Cumprido os requisitos, o protocolo de intenções deve ser publicado
na imprensa oficial e encaminhado para os órgãos do Poder Legislativo de cada um dos entes
participantes do consórcio para ratificação, quando serão ratificados por meio de lei, dando início
à formação dos consórcios públicos.
- Doutrina majoritária: só admite a criação do consórcio após a edição e todas as leis.
- O ente consorciado estará excluído do consórcio se não ratificar o contrato de rateio no prazo
de lei (02 anos). Após este prazo, a ratificação do contrato de rateio depende de homologação da
assembleia geral do consórcio.
Contrato de consórcio – Com a ratificação legislativa, os entes da Federação assinarão o
contrato definitivo de consórcio.

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Personificação do consórcio – É a opção pela constituição de pessoa de direito público ou


privado.
Associação pública: vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções;
Associação de direito privado: Registro do ato constitutivo, após aprovação do protocolo de
intenções.
Como qualquer autarquia, a associação pública deverá receber orçamento dos entes
consorciados para a sua formação e manutenção, bem como devem ser cedidos servidores, bens
móveis e imóveis.
e) Contrato de rateio
O contrato de rateio é o instrumento adequado para que os entes consorciados repassem
recursos financeiros ao consórcio público.
Deverá ser firmado CONTRATO DE RATEIO junto com o protocolo de intenções, para definir a
parcela de contribuição de cada um dos entes federativos na formação e manutenção do consórcio.
O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência
NÃO será superior ao das dotações que o suportam (01 ano), salvo os projetos contemplados
no PPA ou a gestão custeada por tarifas ou outros preços públicos.
É VEDADA A APLICAÇÃO DOS RECURSOS ENTREGUES PELO CONTRATO DE RATEIO PARA O
ATENDIMENTO DE DESPESAS GENÉRICAS, INCLUSIVE TRANSFERÊNCIAS OU OPERAÇÕES DE
CRÉDITO.
f) Contrato de programa
Objetiva constituir e regulamentar as obrigações que um ente da Federação constituir para com
outro ente da Federação ou para com o consórcio público no âmbito da gestão associada de
serviços públicos.
Em regra, pode ser celebrado entre entes federados ou entre estes e o consórcio. É possível, no
entanto, a celebração deste ajuste por entidades da Administração indireta, desde que haja
previsão expressa no contrato de consórcio ou no convênio de cooperação.
O contrato de programa continua mesmo quando extinto o consórcio público ou convênio de
cooperação => ULTRATIVIDADE DO CONTRATO DE PROGRAMA, pois o contrato permanece
válido e eficaz mesmo com a permanência de uma única parte no ajuste.

2) Objetivos:
Prestar serviços e executar atividades de interesse de todos os entes consorciados, possuindo,
por isso, algumas prerrogativas de interesse público.
Os consórcios poderão firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber
auxílios, contribuições, subvenções sociais ou econômicas de outros órgãos e entidades do
governo.
É garantido ao consórcio público a possibilidade de promover desapropriações e instituir
servidões, nos termos da declaração de utilidade pública ou interesse social realizada pelo poder
público (NOTE que os consórcios apenas executam a desapropriação, NÃO expedem o decreto,
competência privativa do chefe do executivo).
O ente ainda pode ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação => CONTRATO PROGRAMA.
O consórcio poderá atuar como poder concedente, delegando serviços mediante a celebração
de contratos de concessão e permissão dos serviços públicos.

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3) Contratos celebrados pelos consórcios


Para celebrar contratos, o consórcio público (seja de dir. público ou privado) deve REALIZAR
LICITAÇÃO.
O consórcio é dispensado de licitação para contratações de valores que NÃO ultrapassem 20%
do valor máximo permitido para a licitação na modalidade convite (difere da regra geral, cuja
dispensa é de 10%).
Os valores para a definição da modalidade licitatória NÃO seguem a regra geral, sendo (não se
consideram para a dispensa, mas tão somente para a modalidade licitatória):
 Para consórcios públicos formados por até 03 entes federativos: Valores duplicados;
 Para consórcios públicos formados por mais de 03 entes: Valores triplicados.
CONTRATOS DE PROGRAMA: É dispensada as licitações quando o consórcio público estiver
contratando com os entes formadores do consórcio.
Uma vez celebrado contrato de programa com os entes federativos consorciados ou suas
entidades da Administração indireta, caso o ente federativo se desligue do consórcio, a avença
será automaticamente extinta.
Ainda que adote personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público deve observar as
normas de direito público concernentes à realização de licitação, celebração de contratos,
prestação de contas e admissão de pessoal.

4) Alteração e extinção do consórcio


É possível a retirada de um ente federativo do consórcio, desde que realizada mediante edição
de ato formal de seu representante na assembleia geral, na forma disciplinada por lei. Nesse
caso, os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira SOMENTE serão
revertidos ou retrocedidos em caso de expressa previsão no contrato de consórcio público, ou no
instrumento de transferência ou de alienação.
A retirada ou extinção do consórcio público NÃO prejudicará as obrigações já constituídas,
inclusive os contratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pagamento das
indenizações eventualmente devidas.

5) Consórcios Administrativos x consórcios públicos


Consórcios Administrativos: São acordos de vontade entre duas ou mais pessoas jurídicas
públicas da mesma natureza e mesmo nível de governo ou entre entidades da Administração
indireta para a consecução de objetivos em comum.
Consórcios Públicos: Formados por entes políticos (U, E, M, DF) e adquirirão personalidade
jurídica de direito privado ou público.

OBS: Enquanto o consórcio administrativo pode ser celebrado entre entidades da Administração
indireta e NÃO constituem nova pessoa jurídica, os consórcios públicos adquirem personalidade
jurídica de direito público ou privada e é formada apenas por entes políticos.

Consórcio Público de Direito Público: Associação


Pública a) Natureza Jurídica: Autarquia interfederativa
- Existe forte controvérsia quanto à natureza jurídica das associações públicas:
1ª Corrente: A associação é uma nova entidade da Administração indireta, distinta das
entidades tradicionais. Di Pietro, Marçal Justen;
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 2ª Corrente: seria uma espécie de autarquia. José dos Santos.


Para Rafael Oliveira, seria uma autarquia interfederativa.

Criação: mediante vigências das leis de ratificação do protocolo de intenções.


Objeto: Desempenho de atividades administrativas que são da competência comum dos entes
consorciados.
Regime de pessoal: Para Rafael Oliveira, seria estatutário, embora exista doutrina que defenda
o Celetista, pois a lei 11.107/05, ao tratar do protocolo de intenções, faz menção aos
“empregados públicos”.
Patrimônio: Bens públicos
Atos e contratos: As associações editam os seus próprios atos e celebram contratos com
terceiros. É reconhecida a possibilidade de as associações públicas promoverem desapropriações,
caso em que a competência declaratória é do Ente Federado, cabendo à associação a
competência executória (promover os atos para consumar a desapropriação).
Foro Processual:
 Participação da União: JF
 Se União NÃO participa: JE
Responsabilidade Civil: Objetiva, e os entes federados consorciados possuem responsabilidade
subsidiária.
- Em caso de alteração ou extinção do contrato de consórcio, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, enquanto não houver decisão que indique o
responsável por cada obrigação.
Controle do Tribunal de Contas: Submetem-se ao controle do Tribunal.

7) Consórcio público de direito privado


Natureza jurídica: fundação estatal de direito privado interfederativa.
Criação: Após autorização legal, com inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
Objeto: Não podem exercer atividades típicas de Estado, a exemplo do poder de polícia e o
exercício de atividades econômicas. Só podem desenvolver atividades que NÃO envolvam poder
de autoridade.
Regime de Pessoal: Celetistas, contratados por concurso público. Admite-se ainda a cessão de
servidores dos entes consorciados ao consórcio, os quais permaneceriam no regime de pessoal
originário.
Patrimônio: Bens privados.
Atos e contratos: celebram contratos privados da Administração, mas o regime é híbrido, pois
se submetem ao controle dos Tribunais de Contas.
Responsabilidade Civil: Objetiva, e os entes federados consorciados possuem responsabilidade
subsidiária.
- Em caso de alteração ou extinção do contrato de consórcio, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, enquanto não houver decisão que indique o
responsável por cada obrigação.

CONVÊNIOS E TERMOS DE COOPERAÇÃO: DECRETO ESTADUAL Nº 3.024, DE 16 DE DEZEMBRO


DE 2011

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* Recomendamos a leitura do Decreto Estadual integralmente.

Quem pode celebrar convênios: A descentralização da execução por meio de convênios


somente poderá ser efetivada para entidades públicas ou privadas para execução de objetos
relacionados com suas atividades e que disponham de condições técnicas para executá-lo.

Vedação à celebração de convênios:


Entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente político de
Poder ou do Ministério Público, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da
Administração Pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou
companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo
grau;
Entre órgãos e entidades da Administração Pública estadual, caso em que deverá ser
 firmado termo de cooperação;
Com órgão ou entidade, de direito público ou privado, que esteja em mora, inadimplente
com outros convênios celebrados com órgãos ou entidades da Administração Pública
estadual, ou irregular em qualquer das exigências deste Decreto;
Com pessoas físicas ou entidades privadas com fins lucrativos;
Visando à realização de serviços ou execução de obras a serem custeadas, ainda que
apenas parcialmente, com recursos externos sem a prévia contratação da operação de
crédito externo; ou
Com entidades públicas ou privadas cujo objeto social não se relacione às características
do programa ou que não disponham de condições técnicas para executar o convênio.

Celebração de convênio com consórcio público: A celebração do convênio com consórcio
público para a transferência de recursos do Estado está condicionada ao atendimento, pelos
municípios consorciados, das exigências legais aplicáveis, sendo vedada sua celebração, bem
como a liberação de quaisquer parcelas de recursos, caso exista alguma irregularidade por parte
de algum dos entes consorciados.

Publicidade: A eficácia de convênios ou termos de cooperação fica condicionada à publicação


do respectivo extrato no Diário Oficial do Estado, que será providenciada pelo concedente, no
prazo de até vinte dias a contar de sua assinatura.
- Somente deverão ser publicados no Diário Oficial do Estado os extratos dos aditivos que alterem
o valor ou ampliem a execução do objeto, vedada a alteração da sua natureza.

Alteração do convênio: O convênio ou o termo de cooperação poderá ser alterado mediante


proposta, devidamente formalizada e justificada, a ser apresentada ao concedente em, no
mínimo, trinta dias antes do término de sua vigência ou no prazo nele estipulado.

Renúncia e rescisão: O convênio poderá ser denunciado a qualquer tempo, ficando os


partícipes responsáveis somente pelas obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que
participaram voluntariamente da avença, não sendo admissível cláusula obrigatória de
permanência ou sancionadora dos denunciantes.

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Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, os saldos financeiros


remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras
realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão concedente, no prazo de trinta dias do evento,
sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável.
Hipóteses de rescisão:
Inadimplemento de qualquer das cláusulas pactuadas;
Constatação, a qualquer tempo, de falsidade ou incorreção de informação em documento
 apresentado; e
Verificação de circunstância que enseje a instauração de tomada de contas especial.

Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.

DIREITO AMBIENTAL

7.2 Lei nº 9.985/2000 (SNUC). 7.2.1 Tipos de unidades, objetivos e categorias

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA – SNUC

Conceito: As unidades de conservação estão inseridas no status de espaço territorial


especialmente protegido previsto no art. 225, da CF/88, e possuem as seguintes características:
Espécie de espaço territorial protegido;
Características naturais relevantes; Legalmente
instituídos por decreto ou lei formal; Possuem
limites físicos definidos;
Regime especial de proteção e administração.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC: É constituído pelo


conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, e será gerido pelos
seguintes órgãos:
 Órgão Consultivo e Deliberativo: CONAMA – Acompanha a implementação do sistema;
 Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente – Coordena o sistema;
Órgãos Executores: Instituto Chico Mendes e IBAMA, em caráter supletivo, os órgãos
estaduais e municipais – Função de implementar o SNUC.

Categorias de Unidades de Conservação:
Unidades de proteção integral: Objetiva preservar a natureza, sendo admitido apenas o USO
INDIRETO dos recursos naturais:
 Estação Ecológica;
Reserva Biológica;

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 Parque Nacional;
 Monumento Natural;
Refúgio de Vida Silvestre.

Unidades de uso sustentável: A intensidade da proteção é menor em relação às de proteção
integral. Objetiva compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcelas
dos seus recursos naturais. Logo, a Lei 9.985/00 admite a utilização de parcelas dos recursos
naturais em regime de manejo sustentável, desde que observado o zoneamento da área:
 Área de Proteção Ambiental;
 Área de relevante interesse ecológico;
Floresta Natural;
 Reserva Extrativista;
 Reserva de fauna;
Reserva de desenvolvimento sustentável;
Reserva particular do patrimônio natural.

4. Unidades de proteção integral

Estação Reserva Parque Monumento Refúgio de vida


Ecológica Biológica Nacional Natural silvestre
Preservar a Preservar Preservar Preservar sítios Proteger
natureza e integralmente a ecossistemas naturais raros, ambientes
realizar biota e demais naturais de singulares ou de naturais para a
pesquisas atributos grande grande beleza existência ou
científicas naturais relevância cênica reprodução de
existentes ecológica e espécies ou
beleza cênica comunidades de
flora local e da
fauna residente
ou migratória
Posse e domínio Posse e domínio Posse e domínio - -
públicos públicos públicos
Áreas Áreas Áreas Pode ser Pode ser
particulares particulares particulares constituído por constituído por
serão serão serão áreas áreas
desapropriadas desapropriadas desapropriadas particulares, particulares,
desde que haja desde que haja
compatibilidade compatibilidade
entre os entre os
objetivos da objetivos da
unidade com a unidade com a
utilização pelo utilização pelo
proprietário. proprietário.
Caso contrário, Caso contrário,

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haverá a haverá a
desapropriação. desapropriação.
Proibida a Proibida a Visitação sujeita Visitação sujeita Visitação sujeita
visitação visitação às normas e às normas e às normas e
pública, SALVO pública, SALVO restrições do restrições do restrições do
com objetivo com objetivo plano de plano de plano de
educacional. educacional. manejo. manejo. manejo.
Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa Pesquisa
científica científica científica científica científica
depende de depende de depende de depende de depende de
autorização autorização autorização autorização autorização
prévia do órgão prévia do órgão prévia do órgão prévia do órgão prévia do órgão
responsável. responsável. responsável. responsável. responsável.

5. Unidades de uso sustentável

Áreas de Proteção Ambiental Área de relevante interesse Floresta Nacional


-APA ecológico
Proteger a diversidade Manter os ecossistemas Uso múltiplo sustentável
biológica, disciplinar o naturais de importância dos recursos florestais e
processo de ocupação e regional ou local e regular o pesquisa científica, com
assegurar a sustentabilidade uso admissível da área ênfase em métodos de
do uso dos recursos naturais. compatibilizando com os exploração sustentável
objetivos de conservação. de florestas nativas.
Em geral extensa Pequena extensão em geral -
Certo grau de ocupação Pouca ou nenhuma ocupação -
humana humana
Dotada de atributos abióticos, Características naturais Com cobertura florestal
bióticos, estéticos ou culturais extraordinárias, ou abrigam de espécies
especialmente importantes exemplares raros da biota predominantemente
para a qualidade de vida e regional. nativas.
bem estar.
Constituídas por terras Constituídas por terras Posse e domínios
públicas ou privadas (estas públicas ou privadas (estas públicos. Áreas
podem ter normas e restrições podem ter normas e restrições particulares serão
para a sua utilização) para a sua utilização) desapropriadas.
Pesquisa e visitação com - Visitação pública
condições estabelecidas pelo permitida. A pesquisa é
órgão gestor se sob o domínio permitida e incentivada,
público, e pelo proprietário se sujeitando-se à prévia
sob propriedade privada. autorização do órgão
responsável por sua
administração.
- Devem possuir área de Devem possuir área de
amortecimento e, quando amortecimento e,
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conveniente, corredores quando conveniente,


ecológicos. corredores ecológicos.

Reserva Extrativista Reserva de Fauna Reserva de RPPN


desenvolvimento
sustentável
Proteger os meios de Adequada para Preservar a natureza Conservar a
vida e a cultura das estudos técnico- e, ao mesmo tempo, diversidade biológica
populações científicos sobre o assegurar as
extrativistas manejo econômico condições e os meios
tradicionais e sustentável de necessários para a
assegurar o uso recursos faunísticos. reprodução e a
sustentável dos melhoria dos modos
recursos naturais da e da qualidade de
unidade. vida e exploração
dos recursos naturais
das populações
tradicionais, bem
como valorizar,
conservar e
aperfeiçoar o
conhecimento e as
técnicas de manejo
do ambiente,
desenvolvido por
estas populações.
- - - -
Utilizada por - - -
populações
extrativistas
tradicionais, para a
subsistência.
- Área natural com Área natural que -
populações animais abriga populações
de espécies nativas, tradicionais, cuja
terrestres ou existência baseia-se
aquáticas, residentes em sistemas
ou migratórias. sustentáveis de
exploração dos
recursos naturais,
desenvolvidos ao
longo de gerações e
adaptados às
condições ecológicas
locais.
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Domínio público, Posse e domínios Do mínio público, Área privada,


com uso concedido públicos. Áreas com uso concedido gravada com
às populações particulares serão às populações perpetuidade.
extrativistas, desapropriadas. tradicionais
reguladas por reguladas por
contrato. As áreas contrato. As áreas
particulares devem particulares devem
ser desapropriadas. ser desapropriadas.
Visitação pública Visitação pública Visitação pública Visitação com
permitida. A permitida. permitida. Pesquisa objetivos turísticos,
pesquisa é permitida voltada à recreativos ou
e incentivada, conservação da educacionais.
sujeitando-se à natureza e melhor Permitida a pesquisa
prévia autorização relação das científica.
do órgão populações
responsável por sua residentes com seu
administração. meio e educação
ambiental,
incentivada, sujeita à
prévia autorização.
Devem possuir área Devem possuir área Devem possuir área -
de amortecimento e, de amortecimento e, de amortecimento e,
quando conveniente, quando conveniente, quando conveniente,
corredores corredores corredores
ecológicos. ecológicos. ecológicos.

6. Criação e alteração das Unidades de Conservação:

6.1. Criação: As unidades serão criadas por ato do poder público, tanto por lei quanto por decreto
do Chefe do Poder Executivo federal, estadual ou municipal, e deverá ser precedida de estudos
públicos e, na maioria dos casos, de consulta pública.
É possível criar mais de uma unidade de conservação através de um único procedimento
administrativo, desde que respeitados todos os requisitos legais para a sua instituição.
Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e as respectivas normas de
o
que trata o § 1 poderão ser definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente.
6.2. Alteração: A redução ou supressão de unidade de conservação somente serão permitidas por
lei específica (art. 225, §1º, III, da CF/88).

Zona de amortecimento, corredores ecológicos e mosaicos de espaços protegidos: Segundo o


art. 25, da Lei nº 9.985/00, as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e
Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando
conveniente, corredores ecológicos.

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7.1. Zona de amortecimento: É o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades


humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a unidade.
A zona de amortecimento das unidades de conservação do grupo de proteção integral é
considerada zona rural, não podendo ser transformada em zona urbana, segundo defende Paulo
Affonso Leme Machado.

7.2. Corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades


de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando
a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de
populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das
unidades individuais.

7.3. Mosaicos de espaços protegidos: Quando existir um conjunto de unidades de conservação


de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas
públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma
integrada e participativa, considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a
compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o
desenvolvimento sustentável no contexto regional.

Plano de Manejo: É documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas
físicas necessárias à gestão da unidade.
- O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos
a partir da data de sua criação.
- O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de
amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua
integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas.

Introdução de espécies não autóctones: Espécies não autóctones são aquelas não originadas
do local em que vivem. A Lei 9.985/00 proíbe a introdução de espécies não autóctones nas
unidades de conservação, com algumas exceções:

Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones.
o
1 Excetuam-se do disposto neste artigo as Áreas de Proteção Ambiental, as Florestas
Nacionais, as Reservas Extrativistas e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável, bem
como os animais e plantas necessários à administração e às atividades das demais
categorias de unidades de conservação, de acordo com o que se dispuser em
regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
o
2 Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida Silvestre e Monumentos
Naturais podem ser criados animais domésticos e cultivadas plantas considerados
compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo com o que dispuser o seu Plano de
Manejo.

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Compensação ambiental: É instrumento econômico de compensação dos impactos ambientais


causados por determinadas atividades. Há previsão no art. 36 da Lei do SNUC:

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo


impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o
empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de
conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no
regulamento desta Lei.
o
1 O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade
não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação
do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de
acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. (Vide ADIN nº
3.378-6, de 2008)
o
2 Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a
serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o
empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de
conservação.
o
3 Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona
de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser
concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a
unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser
uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.
O STF teve a oportunidade de analisar a questão na ADIN 3.378/DF e entendeu que o
compartilhamento- compensação ambiental NÃO OFENDE o princípio da legalidade. Entendeu
ainda que o valor da compensação- compartilhamento deve ser fixado proporcionalmente ao
impacto ambiental, após o estudo em que se assegurem o contraditório e a ampla defesa.
Para fins de fixação da compensação ambiental, o IBAMA estabelecerá o grau de impacto a
partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório EIA/RIMA, e considerará
exclusivamente os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.
O valor devido a título de compensação ambiental NÃO exime o empreendedor do pagamento
de indenização por danos ambientais que eventualmente se verifiquem no decorrer das
atividades do empreendimento.

Espaços protegidos NÃO incluídos na lei do SNUC:


Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do mar, Pantanal Mato-grossense e Zona
 Costeira;
Terras indígenas.

RECURSOS FLORESTAIS

As obrigações previstas no Código Florestal possuem NATUREZA REAL E SÃO TRANSMITIDAS


AO SUCESSOR, no caso de transferência de domínio ou posse de imóvel rural.
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ATENÇÃO – É PROIBIDO O RATEIO DESTE MATERIAL SOB PENA DE CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO

O Código Florestal NÃO se restringe à proteção das florestas, possuindo por objetivo a proteção
das florestas e vegetação nativa.
As restrições impostas pelo Código Florestal relativas ao corte das árvores NÃO ofendem o
direito de propriedade.
- É LIVRE a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas NÃO
consideradas APP e RESERVA LEGAL.
A assinatura de Termo de compromisso para a regularização de imóvel ou posse rural perante o
órgão ambiental competente suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da
Lei 9.605/98, fincando a prescrição interrompida durante o período da suspensão da pretensão
punitiva. A punibilidade será extinta com a efetiva regularização prevista na Código Florestal.
O novo Código Florestal NÃO anula multas aplicadas com base na antiga lei.
A SERVIDÃO NÃO se aplica às APPs e RESERVA LEGAL.
A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no
mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.
Na hipótese de compensação da reserva legal, a servidão ambiental deve ser averbada na
matrícula de todos os imóveis envolvidos.
Prazo MÍNIMO de servidão ambiental: 15 anos.

Algumas definições no Código Florestal:


Utilidade Pública:
Atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
Obras de infraestrutura, inclusive necessárias aos parcelamentos de solo urbano, bem
como mineração (exceto a extração de areia, argila, saibro e cascalho);
Atividades e obras de defesa civil;
 Atividades que acarretem melhorias na proteção das funções ambientais;
Outras atividades similares, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto.

1.2. Interesse Social


Atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa;
Exploração agroflorestal sustentável, praticada na pequena propriedade ou posse rural
familiar, desde que NÃO descaracterize a cobertura vegetal e não prejudique a função
 ambiental da área;
Implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades
 educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais;
Regularização fundiária nos assentamentos humanos ocupados por população de baixa
 renda em áreas urbanas;
 Implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes;
Atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgados pelas
 autoridades competentes;
Outras atividades similares, definidas em ato do chefe do poder executivo federal.

1.3. Atividades eventuais de baixo impacto ambiental

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Abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando


necessárias à travessia de um curso d’água, acesso de pessoas e animais para a obtenção
de água ou retiradas de produtos de manejo agroflorestal sustentável;
Implantação e instalação necessária à captação e condução de água e efluentes tratados;
Implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;
Construção de rampa de lançamento de barcos e pequenos ancoradouros;
Construção de moradia dos agricultores familiares, remanescentes de comunidades
quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais;
Construção e manutenção de cercas na propriedade;
Pesquisa científica relativa a recursos ambientais;
Coletas de produtos NÃO madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas,
como sementes, castanhas e frutos;
Plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos
vegetais, DESDE QUE NÃO IMPLIQUE SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO EXISTENTE NEM
PREJUDIQUE A FUNÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA;
Exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar;
Outras atividades similares reconhecidas pelo CONAMA.

ATENÇÃO: VERIFICAR DEMAIS CONCEITUAÇÕES NO CÓDIGO FLORESTAL (ex: vereda,


manguezal e apicum, etc.)

2. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


2.1. Definição: Área protegida, coberta OU não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar:
Recursos Hídricos;
 Paisagem;
 Estabilidade Geológica;
Biodiversidade;
 Facilitar o fluxo gênico de fauna e flora;
 Proteger o solo;
Assegurar o bem-estar das populações humanas.
-São áreas destinadas exclusivamente à proteção das funções ecológicas, caracterizadas, como
regra geral, pela INTOCABILIDADE E VEDAÇÃO DE USO ECONÔMICO DIRETO, salvo exceções.
É LIMITAÇÃO RESTRITIVA: NÃO há desapropriação do bem, mas apenas a restrição, calcada em
sua função social.
Se uma APP NÃO estiver coberta por vegetação, caberá ao proprietário/possuidor a
recuperação da área degradada (obrigação propter rem – natureza real).
A qualificação de um local como área de preservação permanente independe da efetiva
existência de vegetação nativa, uma vez que o objeto da proteção são as funções ecológicas
desempenhadas em tais locais.
MP/SC: Nos termos do novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), a largura mínima admitida,
como faixa não edificável, à margem de cursos d'água, para regularização fundiária urbana, é de
15 metros, salvo em caso de áreas tombadas como patrimônio histórico e cultural, situação em
que poderá atender aos parâmetros do ato do tombamento.

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2.2. Delimitação da APP


Faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha regular, em largura mínima de:

Largura Mínima da faixa marginal Largura mínima dos cursos d’água


(metros)
30 metros MENOS de 10 metros
50 metros De 10 a 50 metros
100 metros De 50 a 200 metros
200 metros De 200 a 600 metros
500 metros MAIS de 600 metros

Áreas nos entornos dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou


represamento de cursos d’água naturais => Na faixa definida na licença ambiental do
empreendimento.
Áreas no entorno de nascentes e olhos d´água perenes => No raio MÍNIMO de 50 metros.
Áreas no entorno de lagos e lagoas naturais, em faixa de largura mínima de :
 100 metros => Zonas Rurais
Exceção: corpo d’água com até 20 hc de superfície, cuja faixa marginal seja de até
 50m;
30 metros => Zonas Urbanas
Encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente a 100% da linha de
maior declive;
Restingas;
Manguezais;
Bordas dos tabuleiros ou chapadas, em faixa nunca inferior a 100m em projeções horizontais;
Topo de morros, montes, montanhas e serras
Altura MÍNIMA: 100m;
Inclinação média: MAIOR do que 25º
Áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente à 2/3 da altura mínima da
 elevação, sempre em relação à base;
Áreas de altitude superior a 1.800 m, QUALQUER que seja a vegetação;
Veredas, com largura MÍNIMA de 50m, a partir do limite brejoso e do espaço encharcado.
Quando declaradas de interesse social pelo Chefe do Executivo, as áreas cobertas com
florestas e outras formas de vegetação, destinadas a:
 Conter erosão do solo;
 Proteger restingas e veredas;
 Proteger várzeas;
 Abrigar exemplares de fauna e flora ameaçados de extinção;
 Proteger sítios de valor histórico, cultural e científico;
Formas faixas de proteção ao longo de ferrovias e rodovias;
 Assegurar condições de bem-estar público;
 Auxiliar a defesa do território nacional;
Proteger áreas úmidas.
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2.3. NÃO se exige APP:


No entorno de reservatórios artificiais de água que NÃO decorram de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais.
Nas acumulações naturais ou superficiais de água com superfície inferior a 1 hc, fica
dispensada a reserva da faixa de proteção, VEDADA nova supressão de vegetação nativa,
salvo autorização do SISNAMA.

2.4. Observações importantes


É admitido para a pequena propriedade OU posse rural familiar o plantio de culturas
temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto, na faixa de terra exposta no período de
 vazante, desde que:
NÃO implique a supressão de novas áreas de vegetação nativa;
Seja conservada a qualidade da água e do solo;
Seja protegida a fauna silvestre.
Nos imóveis com até 15 módulos fiscais, admite-se nas faixas marginais dos cursos d’água
intermitentes e perenes, e nas áreas de entorno de lagos e lagoas naturais, a aquicultura e
a estrutura diretamente a ela associada, desde que:
Adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos;
De acordo com os planos de bacia ou gestão de recursos hídricos;
Seja realizado o licenciamento no órgão ambiental competente;
Imóvel inscrito no CAR;
NÃO implique novas supressões de vegetação nativa.
Se implantação de reservatório d’água destinado à geração de energia ou abastecimento
público: OBRIGATÓRIA a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão
 administrativa pelo empreendedor nas APPs, nas seguintes faixas:
 Área Rural: Mínimo de 30m e máximo de 100m;
  Área Urbana: Mínimo de 15m e máximo de 30m.
Deve ainda ser elaborado plano ambiental de conservação e uso do entorno do
reservatório, NÃO PODENDO EXCEDER 10% DA APP.
É permitido o acesso de pessoas e animais em APP para obtenção de água e realização de
atividades de baixo impacto ambiental.
É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de
urgência, de atividades de caráter nacional e de obras da defesa civil destinadas à prevenção e
mitigação de acidentes em áreas urbanas.

2.5. Formas de Instituição da APP


Por Lei;
Por ato declaratório do poder executivo – Ocorre através de decreto.

2.6. Supressão da vegetação em APP


Via de regra, a vegetação situada em APP deverá ser mantida pelo proprietário, possuidor ou
ocupante da área, sendo o proprietário, possuidor ou ocupante obrigado a promover a

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recomposição da vegetação (obrigação de natureza real e transmitida ao sucessor, no caso de


transferência do imóvel).
É permitida a supressão de vegetação nativa em APP nas seguintes hipóteses:
 Utilidade Pública;
 Interesse Social ou de baixo impacto ambiental;
Em caso de utilidade pública: supressão de vegetação nativa protetora de nascentes,
 dunas e restingas;
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em áreas de APP poderá ser autorizada,
excepcionalmente:
 Em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida;
Para a execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de
regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por
população de baixa renda.

ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM APP COM SUPRESSÃO DE APP,


POSTO QUE ESTA SÓ PODE SER AUTORIZADA MEDIANTE LEI, ENQUANTO AQUELA PODE SER
AUTORIZADA POR ATO ADMINISTRATIVO DO ÓRGÃO AMBIENTAL ESTADUAL COMPETENTE.

2.7. ÁREAS CONSOLIDADAS EM APP


Nas APP é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvopastoris de
ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22/07/2008
Recomposição das APPs em imóveis com áreas rurais consolidadas:
Recomposição das faixas marginais aos cursos d’água naturais em imóveis rurais com áreas
consolidadas até 22/07/2008:
Área do Imóvel Recomposição
Até 01 módulo fiscal 5 metros
Entre 01 e 02 módulos fiscais 8 metros
Entre 02 a 04 módulos fiscais 15 metros
Entre 04 a 10 módulos fiscais 20 metros
Demais casos Extensão correspondente à
metade da largura do curso
d’água, observado o mínimo de
30m e máximo de 100m.

Recomposição no entorno das nascentes e olhos d’água perenes em imóveis rurais com áreas
consolidadas até 22/07/2008:
Área do Imóvel Recomposição
Qualquer área 15 metros

Recomposição no entorno de lagos e lagoas naturais em imóveis rurais com áreas


consolidadas até 22/07/2008:
Área do Imóvel Recomposição
Até 01 módulo fiscal 5 metros
Entre 01 a 02 módulos fiscais 8 metros

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Entre 02 a 04 módulos fiscais 15 metros


Superior a 04 módulos fiscais 30 metros

d) Recomposição de veredas em imóveis rurais com áreas consolidadas até 22/07/2008:


Área do Imóvel Recomposição
Até 04 módulos fiscais 30 metros
Superior a 04 módulos fiscais 50 metros

3. ÁREAS DE USO RESTRITO


É permitida a exploração ecologicamente sustentável nos pantanais e planícies pantaneiras;
É permitido o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, e
manutenção da infraestrutura física, nas áreas de INCLINAÇÃO ENTRE 25º E 45º.
É permitido o uso de APICUNS e SALGADOS em ATIVIDADES DE CARCINICULTURA e SALINAS,
desde que:
 A área ocupada em cada Estados seja:
Amazônia: 10%;
Restante do país: 35%.
 Preservada a integridade dos manguezais arbustivos;
 Licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão ambiental estadual;
Recolhimento, tratamento e disposição adequados dos efluentes e resíduos;
 Garantia de manutenção da qualidade da água e do solo;
 Respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das comunidades locais.
A licença ambiental, nesse caso, será pelo PRAZO DE 05 ANOS, renovável se o empreendedor
cumprir as exigências administrativas.
Novos empreendimentos - Devem apresentar EIA e RIMA, nas seguintes hipóteses:
Com área SUPERIOR A 50 hc, vedada a fragmentação do projeto para ocultar ou camuflar
o seu porte;
Com área de até 50 hc: Se potencialmente causadoras de significativa degradação do
 meio ambiente OU
Localizados em região de adensamento de empreendimentos de carcinicultura ou salinas
cujo impacto afete áreas comuns.
VEDADA a manutenção, licenciamento ou regularização em qualquer hipótese ou forma
de ocupação ou exploração irregular em apicum e salgado, SALVO os casos previstos no
Código Florestal.

ÁREA DE RESERVA LEGAL


4.1. Definição: Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de
assegurar uso econômico sustentável aos recursos naturais do imóvel, auxiliar a conservação,
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade.
É LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE.
O proprietário pode computar as áreas de preservação permanente – APP existentes em sua
propriedade no cálculo da reserva legal, para alcançar o percentual mínimo exigido por lei.
APENAS AS PROPRIEDADES RURAIS SE OBRIGAM A PRESERVAR A RESERVA LEGAL, DIFERENTE
DAS APPs, QUE ABARCAM A PROTEÇÃO DE ÁREAS URBANAS E RURAIS.
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Diferente da APP, na reserva legal permite-se o manejo florestal sustentável (utilização da área
sem descaracterizar ecologicamente os recursos florestais e os ecossistemas).
A reserva legal deve ser conservada com vegetação nativa, sendo admitida a exploração
econômica da reserva legal.
A área de reserva legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente, por meio da
inscrição no CAR (requer apresentação de planta e memorial descritivo), sendo VEDADA a alteração
de sua destinação. O REGISTRO DA RESERVA LEGAL NO CAR DESOBRIGA A AVERBAÇÃO
NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS.
Uma vez inscrita a Reserva Legal no CAR, fica VEDADA a alteração de sua destinação nos casos
de transmissão ou desmembramento da propriedade.
Para cumprimento da reserva legal situada na pequena propriedade ou posse rural familiar,
poderão ser computados os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais,
compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com
espécies nativas da região em sistemas agroflorestais.
Agricultura familiar: O manejo sustentável da reserva legal para exploração florestal eventual,
sem propósito comercial direto ou indireto, para consumo no próprio imóvel situado na
pequena propriedade ou posse rural familiar, INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO do órgão ambiental
competente, limitada a retirada anual de material lenhoso a 2 m³ por hectare.
Em se tratando de manejo florestal madeireiro sustentável com propósito comercial direto
 ou indireto, será necessária autorização simplificada do órgão ambiental competente
NÃO pode o manejo comprometer MAIS DE 15% DA BIOMASSA DA RESRVA LEGAL NEM
SER SUPERIOR A 15 M³ DE LENHA PARA USO DOMÉSTICO E USO ENERGÉTICO, por
propriedade ou posse rural, por ano.
A área situada em propriedade ou posse rural familiar está desobrigada à reposição florestal, se
a matéria-prima florestal for utilizada para consumo próprio.

4.2. Percentuais de proteção da reserva legal


 Localizados na Amazônia Legal:
80% - Imóvel situado em área de florestas => O poder público poderá reduzir para
até 50% para fins de recomposição, quando o Município tiver mais de 50% da área
ocupada por unidades de conservação de domínio público e por terras indígenas
homologadas. Igualmente, o poder público estadual poderá reduzir para até 50%
quando o Estado tiver Zoneamento ecológico econômico (ZEE) aprovado e mais de
65% do seu território ocupado por unidades de conservação de domínio público , e
por terras indígenas homologadas;
35% - Imóvel em área de cerrado;
20% - Imóvel situado em campos gerais.
Localizados nas demais regiões do país: 20%
Em caso de fracionamento do imóvel rural, inclusive para reforma agrária, será considerada a
área do imóvel ANTES do fracionamento.

4.3. NÃO se exige reserva legal


Empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto;

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Áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou exploração de


potencial de energia hidráulica, nas quais funcione empreendimento de energia elétrica,
 subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica;
Áreas adquiridas ou desapropriadas para implantar e ampliar a capacidade de rodovias e
ferrovias.

4.4. Critérios para a localização da reserva legal:


Plano de bacia hidrográfica;
 Zoneamento Ecológico-econômico;
Formação de corredores ecológicos com outra reserva legal, com APP, Unidade de
 conservação ou outra legalmente protegida;
 Áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade;
Áreas de maior fragilidade ambiental.

4.5. Reserva legal condominial ou coletiva


É um dos instrumentos compensatórios, aplicável para os casos de propriedade em áreas
contíguas, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
 As propriedades sejam contínuas;
O percentual em relação a cada imóvel seja respeitado (a totalidade da reserva legal do
condomínio deve corresponder à soma do percentual de todas as propriedades que dele
fazem parte);

4.6. Manejo florestal sustentável


É livre a coleta de produtos vegetais NÃO madeireiros.
Modalidades:
Manejo sustentável SEM propósito comercial para consumo na propriedade: INDEPENDE
de autorização dos órgãos competentes, devendo ser declarado previamente aos órgãos
ambientais, limitada a exploração anual de 20 m³.
Manejo sustentável COM propósito comercial: DEPENDE de autorização do órgão
 competente, e deverá seguir as seguintes diretrizes:
o NÃO descaracterizar a cobertura vegetal nem prejudicar a conservação da
 vegetação nativa da área;
 o Assegurar a manutenção a diversidade das espécies;
o Conduzir o manejo de espécies exóticas, com a adoção de medidas que favoreçam a
regeneração de espécies nativas.

4.7. Áreas consolidadas em reserva legal


O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em julho de 2008, área de Reserva
Legal em extensão inferior ao definido no código florestal, poderá regularizar sua situação,
independente da adesão ao PRA, desde que adote as seguintes alternativas (obrigação real e
transmitida ao sucessor):
Recompor a reserva legal: Pode ser realizada mediante o plantio intercalado de espécies
nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes
parâmetros:

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Plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas, de


ocorrência regional;
A área composta de espécies exóticas NÃO poderá exceder 50% da área total a ser
recuperada.
Os proprietários que optarem por recompor a reserva legal terão direito a sua exploração
econômica.
A compensação deverá ser precedida pela inscrição da propriedade no CAR.
Permitir a regeneração natural de vegetação da reserva legal;
Compensar a reserva legal.
Essa obrigação de recomposição da reserva legal deve:
Ser concluída em até 20 anos;
Abranger, a cada 02 anos, no MÍNIMO 1/10 da área total necessária à sua
 complementação.
Requisitos para a área ser utilizada para a compensação da reserva legal:
Ser equivalente em extensão à área da reserva legal a ser compensada;
 Pertencer ao mesmo bioma da reserva legal a ser compensada;
Estar localizada no mesmo estado da federação => Se fora do Estado, deve estar localizada
em áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados.

5. USO DO FOGO

É PROIBIDO o uso do fogo, exceto nas seguintes situações:


Em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas
agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental
 competente, para cada imóvel rural e de forma regionalizada;
Queimada controlada em Unidades de Conservação, conforme plano de manejo e
 mediante prévia aprovação do órgão gestor;
Atividades de pesquisa científica devidamente aprovada pelos órgãos competentes.
Práticas de prevenção e combate a incêndios e agricultura de subsistência exercidas pelas
populações tradicionais e agrícolas.

6. GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS

6.1. Algumas definições trazidas pela Lei 11.284/06:

FLORESTAS PÚBLICAS: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas


brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito
Federal ou das entidades da administração indireta;
RECURSOS FLORESTAIS: elementos ou características de determinada floresta, potencial
 ou efetivamente geradores de produtos ou serviços florestais;
PRODUTOS FLORESTAIS: produtos madeireiros e não madeireiros gerados pelo manejo
 florestal sustentável;
SERVIÇOS FLORESTAIS: turismo e outras ações ou benefícios decorrentes do manejo e
conservação da floresta, não caracterizados como produtos florestais;

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CICLO: período decorrido entre 2 (dois) momentos de colheita de produtos florestais


numa mesma área;
MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL: administração da floresta para a obtenção de benefícios
econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do
ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a
utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não
 madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal;
CONCESSÃO FLORESTAL: delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de
praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa
unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que
atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu
 desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
UNIDADE DE MANEJO: perímetro definido a partir de critérios técnicos, socioculturais,
econômicos e ambientais, localizado em florestas públicas, objeto de um Plano de Manejo
Florestal Sustentável - PMFS, podendo conter áreas degradadas para fins de recuperação
 por meio de plantios florestais;
 LOTE DE CONCESSÃO FLORESTAL: conjunto de unidades de manejo a serem licitadas;
COMUNIDADES LOCAIS: populações tradicionais e outros grupos humanos, organizados
por gerações sucessivas, com estilo de vida relevante à conservação e à utilização
sustentável da diversidade biológica;

6.2. Concessões Florestais: Será autorizada em ato do poder concedente e formalizada mediante
contrato, que deverá observar a lei de gestão das florestas públicas, as normas pertinentes e do
edital de licitação.
A publicação do edital de licitação de cada lote de concessão florestal deverá ser precedida de
audiência pública, por região, realizada pelo órgão gestor, sem prejuízo de outras formas de
consulta pública.

Licitação para a outorga: As licitações para concessão florestal serão realizadas na modalidade
concorrência e outorgadas a título oneroso, e será vedada a declaração de inexigibilidade.
- Além dos requisitos da Lei nº 8.666/93, exige-se para fins de habilitação a comprovação da
ausência de débitos inscritos na dívida ativa relativos a infração ambiental nos órgãos
competentes integrantes do Sisnama, e a ausência de decisões condenatórias, com trânsito em
julgado, em ações penais relativas a crime contra o meio ambiente ou a ordem tributária ou a
crime previdenciário, observada a reabilitação prevista no Código Penal.

Garantias que podem ser oferecidas pelo licitante:


Caução em dinheiro;
Títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e
 avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
 Seguro-garantia;
Fiança bancária;
Outras admitidas em lei.

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Requisitos específicos a serem observados nas hipóteses de participação de pessoa jurídica


em consórcio:
Comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio,
 subscrito pelas consorciadas;
Indicação da empresa-líder, que deverá atender às condições de liderança estipuladas no
 edital e será a representante das consorciadas perante o poder concedente;
Apresentação dos documentos que comprovem a capacidade técnica, da idoneidade
 financeira e da regularidade jurídica e fiscal por parte de cada consorciada;
Comprovação de cumprimento das condições de liderança da empresa ou pessoa jurídica
 responsável;
Impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por
intermédio de mais de 1 (um) consórcio ou isoladamente.

III) Critérios de seleção:

Art. 26. No julgamento da licitação, a melhor proposta será considerada em razão da


combinação dos seguintes critérios:
I - o maior preço ofertado como pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão florestal;
- a melhor técnica, considerando:
a) o menor impacto ambiental;
b) os maiores benefícios sociais
diretos; c) a maior eficiência;
d) a maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na região da concessão.

IV) Da celebração do contrato de concessão: Para cada unidade de manejo licitada, será assinado
um contrato de concessão exclusivo com um único concessionário, que será responsável por
todas as obrigações nele previstas, além de responder pelos prejuízos causados ao poder
concedente, ao meio ambiente ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelos órgãos
competentes exclua ou atenue essa responsabilidade.
As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pelo concessionário serão regidas pelo direito
privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros contratados pelo
concessionário e o poder concedente.
É vedada a subconcessão na concessão florestal.
As benfeitorias permanentes reverterão sem ônus ao titular da área ao final do contrato de
concessão, ressalvados os casos previstos no edital de licitação e no contrato de concessão.

Objeto da concessão: Exploração de produtos e serviços florestais, contratualmente


especificados, em unidade de manejo de floresta pública, com perímetro georreferenciado,
registrada no respectivo cadastro de florestas públicas e incluída no lote de concessão florestal.

Art. 16. A concessão florestal confere ao concessionário somente os direitos expressamente


previstos no contrato de concessão.

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o
1 É vedada a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da concessão
florestal: I - titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição;
II - acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção
ou constituição de coleções;
o
- uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante, nos termos da Lei n
9.433, de 8 de janeiro de 1997;
IV - exploração dos recursos minerais;
V - exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre;
VI - comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas
naturais.

Licenciamento ambiental: A licença prévia para uso sustentável da unidade de manejo será
requerida pelo órgão gestor, mediante a apresentação de relatório ambiental preliminar ao órgão
ambiental competente integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.
- Nos casos potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente, assim
considerados, entre outros aspectos, em função da escala e da intensidade do manejo florestal e
da peculiaridade dos recursos ambientais, será exigido estudo prévio de impacto ambiental - EIA
para a concessão da licença prévia.
- O processo de licenciamento ambiental para uso sustentável da unidade de manejo compreende a
licença prévia e a licença de operação, não se lhe aplicando a exigência de licença de instalação.

Extinção da concessão florestal:

 Esgotamento do prazo contratual;


Rescisão;
 Anulação;
Falência ou extinção do concessionário e falecimento ou incapacidade do titular, no caso
 de empresa individual;
Desistência e devolução, por opção do concessionário, do objeto da concessão.

* ATENÇÃO:
Extinta a concessão, retornam ao titular da floresta pública todos os bens reversíveis, direitos e
privilégios transferidos ao concessionário, conforme previsto no edital e estabelecido em contrato.
A extinção da concessão autoriza, independentemente de notificação prévia, a ocupação das
instalações e a utilização, pelo titular da floresta pública, de todos os bens reversíveis.
A devolução de áreas não implicará ônus para o poder concedente, nem conferirá ao
concessionário qualquer direito de indenização pelos bens reversíveis, os quais passarão à
propriedade do poder concedente.

TERRAS INDÍGENAS E ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM)

Lei de biossegurança (Lei nº 11.105/05): A Lei de biossegurança apresenta caráter de norma


geral, pois impossível regular e tratar especificamente todos os casos relativos à área e, devido à
competência concorrente prevista no artigo 24 da CFRB/88, cabe aos Estados e Municípios
120

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suplementá-la no que for necessário, podendo sempre ser mais restritiva, mas nunca mais branda
ou contrária ao dispositivo federal.

b) Âmbito de atuação das atividades que envolvam OGM:


o
Art. 2 As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino
com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à
produção industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que
serão responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como
pelas eventuais consequências ou efeitos advindos de seu descumprimento.
As atividades e projetos supra são VEDADOS a pessoas físicas em atuação autônoma e
independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas
jurídicas.

O que NÃO se inclui no conceito de OGM:


O resultante de técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de material
hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN
recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução,
 transformação, indução poliploide e qualquer outro processo natural;
Não se inclui como derivado de OGM: a substância pura, quimicamente definida, obtida
por meio de processos biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN
recombinante.

Casos de inaplicabilidade da Lei => quando a modificação genética for obtida por meio das
seguintes técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador:
 Mutagênese;
Formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;
Fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser produzida
 mediante métodos tradicionais de cultivo;
Autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira natural.

Condições para a utilização de células-tronco em pesquisas (Matéria objeto de ADI – VIDE
ABAIXO): É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo
procedimento, atendidas as seguintes condições:
Sejam EMBRIÕES INVIÁVEIS; ou
Sejam EMBRIÕES CONGELADOS HÁ 3 (TRÊS) ANOS OU MAIS, NA DATA DA PUBLICAÇÃO
DESTA LEI, OU QUE, JÁ CONGELADOS NA DATA DA PUBLICAÇÃO DESTA LEI, DEPOIS DE
 COMPLETAREM 3 (TRÊS) ANOS, CONTADOS A PARTIR DA DATA DE CONGELAMENTO.
SEMPRE exista o CONSENTIMENTO DOS GENITORES.

O Plenário do STF, no julgamento da ADI 3.510, declarou a CONSTITUCIONALIDADE do art.


5º da Lei 11.105/2005 (Lei de Biossegurança), por entender que as pesquisas com células-

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tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa


4
humana .

"O Magno Texto Federal não dispõe sobre o início da vida humana ou o preciso instante em
que ela começa. Não faz de todo e qualquer estádio da vida humana um autonomizado bem
jurídico, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva (teoria
‘natalista’, em contraposição às teorias ‘concepcionista’ ou da ‘personalidade condicional’).
E, quando se reporta a ‘direitos da pessoa humana’ e até a ‘direitos e garantias individuais’
como cláusula pétrea, está falando de direitos e garantias do indivíduo-pessoa, que se faz
destinatário dos direitos fundamentais ‘à vida, à liberdade,
igualdade, à segurança e à propriedade’, entre outros direitos e garantias igualmente
distinguidos com o timbre da fundamentalidade (como direito à saúde e ao planejamento
familiar). Mutismo constitucional hermeneuticamente significante de transpasse de poder
normativo para a legislação ordinária. A potencialidade de algo para se tornar pessoa
humana já é meritória o bastante para acobertá-la, infraconstitucionalmente, contra
tentativas levianas ou frívolas de obstar sua natural continuidade fisiológica. Mas as três
realidades não se confundem: o embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a
pessoa humana. Donde não existir pessoa humana embrionária, mas embrião de pessoa
humana. O embrião referido na Lei de Biossegurança (in vitro apenas) não é uma vida a
caminho de outra vida virginalmente nova, porquanto lhe faltam possibilidades de ganhar as
primeiras terminações nervosas, sem as quais o ser humano não tem factibilidade como
projeto de vida autônoma e irrepetível. O Direito infraconstitucional protege por modo variado
cada etapa do desenvolvimento biológico do ser humano. Os momentos da vida humana
anteriores ao nascimento devem ser objeto de proteção pelo direito comum. O embrião pré-
implanto é um bem a ser protegido, mas não uma pessoa no sentido biográfico a que se refere
a Constituição." (ADI 3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29-5-2008, Plenário, DJE de
28-5-2010.)

Vedações da Lei:
Comercialização do material biológico (embriões ou embriões congelados), sendo crime;
Implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu
 acompanhamento individual;
Engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou
 recombinante, realizado em desacordo com as normas previstas nesta Lei;
 Engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano;
 Clonagem humana;
Destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as
 normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização;
Liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de
pesquisa, sem a decisão técnica favorável da CTNBio e, nos casos de liberação comercial,
sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou sem o licenciamento do órgão ou entidade

Extraído de “A Constituição e o Supremo”, do site do STF.

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ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como potencialmente


causadora de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de
Biossegurança – CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado, na forma desta Lei
e de sua regulamentação;
Utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de
tecnologias genéticas de restrição do uso.

Terras Indígenas: Conforme Lei nº 11.460/2007, Ficam vedados a pesquisa e o cultivo de
organismos geneticamente modificados nas terras indígenas e áreas de unidades de conservação,
exceto nas Áreas de Proteção Ambiental.
- O Plano de Manejo poderá dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de
organismos geneticamente modificados nas Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de
amortecimento das demais categorias de unidade de conservação, observadas as informações
contidas na decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre:
 O registro de ocorrência de ancestrais diretos e parentes silvestres;
As características de reprodução, dispersão e sobrevivência do organismo geneticamente
 modificado;
O isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado em relação aos seus
 ancestrais diretos e parentes silvestres; e
Situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodiversidade.”

ICMS ECOLÓGICO

Definição: é um mecanismo tributário que possibilita aos municípios acesso a parcelas maiores
que àquelas que já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados pelos Estados através do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, em razão do atendimento de
determinados critérios ambientais estabelecidos em leis estaduais. Não é um novo imposto, mas
a introdução de novos critérios de redistribuição de recursos do ICMS, que reflete o nível da
atividade econômica nos municípios em conjunto com a preservação do meio ambiente.
- De acordo com a Constituição Federal, o ICMS arrecadado pelas unidades da federação deve ser
dividido na proporção de 75% para o estado e 25% aos municípios que o geraram. Para distribuir
esses 25%, cada estado pode legislar criando critérios próprios em áreas como educação, saúde,
meio ambiente, patrimônio histórico, entre outras. O ICMS Ecológico ou ICMS verde diz respeito
aos critérios ambientais de distribuição desse montante.

ICMS Ecológico no Acre: No Estado do Acre, o percentual destinado ao ICMS Ecológico é de 5%


do ICMS arrecadado pelo Estado. De acordo com o decreto regulamentador, de 2009, a
implantação desse percentual seria progressiva e anual, da seguinte maneira:
 1% (um por cento) para o exercício fiscal de 2010;
 2% (dois por cento) para o exercício fiscal de 2011;
 3% (três por cento) para o exercício fiscal de 2012;
 4% (quatro por cento) para o exercício fiscal de 2013;
5% (cinco por cento) para o exercício fiscal de 2014.

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A normativa considera as Unidades de Conservação previstas no SNUC – Sistema Nacional de


Unidades de Conservação da Natureza e/ou no SEANP – Sistema Estadual de Áreas Naturais
Protegidas e as Terras Indígenas.

DIREITO ADMINISTRATIVO

16 Responsabilidade civil do Estado. 16.1 Evolução histórica. 16.2 Teorias subjetivas e objetivas
da responsabilidade patrimonial do Estado. 16.3 Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
16.4 Responsabilidade por omissão do Estado. 16.5 Requisitos para a demonstração da
responsabilidade do Estado. 16.6 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do
Estado. 16.7 Reparação do dano. 16.8 Direito de regresso. 16.9 Responsabilidade primária e
subsidiária.

1) Evolução da responsabilidade civil


Teoria da Irresponsabilidade do Estado - Já que o monarca editava as leis, o Estado NÃO
falhava (personificação divina do chefe de Estado).
- Remete ao absolutismo
* Brasil: NÃO houve a fase da irresponsabilidade

Responsabilidade com previsão legal – O Estado passa a ser responsável em casos pontuais,
sempre que houvesse previsão legal específica.
França – Caso Blanco.

Responsabilidade Subjetiva (Teoria Civilista) – O fundamento é a intenção do agente público.


Deve se comprovar:
Conduta do Estado;
Dano;
Nexo de causalidade;
Dolo/ Culpa
OBS: A ausência pode gerar a exclusão desta responsabilidade.
- É fase civilista, pois a responsabilização ocorre nos moldes do Direito Civil.

Culpa do serviço (Faute du servisse = Culpa anônima) – Responsabilidade Subjetiva baseada


na culpa do serviço.
- A vítima deve apenas comprovar que o serviço foi mal prestado ou prestado de forma
ineficiente ou ainda com atraso, sem necessariamente apontar o agente causado.
- NÃO se baseia na culpa do agente (culpa individual), mas do serviço como um todo (Culpa
Anônima).
- Verifica-se quando:
O serviço NÃO funcionou;
 O serviço funcionou mal;
O serviço funcionou com atraso.

Responsabilidade Objetiva – É a obrigação de indenizar que incumbe a alguém em razão de
procedimento lícito ou ilícito que produziu lesão na esfera de alguém.
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Para comprová-la, basta a mera relação causal entre o comportamento de um agente e o dano.
Fundamento: Legalidade.
Elementos:
Conduta lícita ou ilícita do agente;
Dano (usuário ou não do serviço);
Nexo de causalidade
 Note que NÃO precisa comprovar DOLO/ CULPA.
Para condutas LÍCITAS – Fundamento na isonomia. A doutrina admite em duas situações:
o Expressa previsão legal. Ex: responsabilidade da União por danos provocados por
atentados terroristas contra aeronaves de matrícula brasileira;
o Sacrifício desproporcional ao particular => Marçal Justen só admite quando houver
 previsão expressa do legislador.
Previsão Legal: Art. 37, §6º CF – É objetiva, mas a responsabilidade do agente é subjetiva.

É possível configurar a RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL do Estado, com fundamento
nos princípios da boa-fé e da confiança legítima (Ex: Dever de indenizar o licitante vencedor na
hipótese se desfazimento da licitação após a homologação).
CONDUTAS ILÍTICAS: FUNDAMENTO NA LEGALIDADE
CONDUTAS LÍCITAS: FUNDAMENTO NA ISONOMIA

Agentes da Responsabilidade Civil – Todos os que atuam na prestação de serviços:


Pessoas jurídicas de direito público da administração direta;
Autarquias e fundações de direito público;
 Empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público;
Prestadores de serviço público por delegação (concessionárias e permissionárias do
serviço público) – Responsabilidade objetiva e o Estado responde subsidiariamente.

STF: A responsabilidade será OBJETIVA para usuário e não-usuário, pois se a própria CF/88
NÃO diferencia, NÃO cabe ao intérprete diferenciar os danos causados a terceiros, em virtude
de serem ou não usuários do serviço;
STJ: O Estado responde inclusive por atos de terceirizados contratados por interposta pessoa
para prestar serviços aos Órgãos Públicos.

3) Responsabilidade Objetiva: Elementos


Conduta (= fato administrativo) – Deve ser de determinado agente público que atue nesta
qualidade ou se aproveite da qualidade de agente para causar dano (Teoria da Imputação) – A
conduta que enseja a responsabilidade objetiva é a conduta comissiva. Em caso de omissão, a
responsabilidade é subjetiva. A conduta pode ser ilícita ou lícita.
Dano – Indispensável o dano jurídico, ou seja, dano tutelado pelo direito, ainda que
exclusivamente moral.
Danos decorrentes de atos lícitos: Deve comprovar que os danos são anormais e
específicos;
Risco Social: Danos normais, genéricos, que decorram de condutas lícitas do Poder Público
=> NÃO ensejam responsabilidade civil do Estado.

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TEORIA DO DUPLO EFEITO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Quando um mesmo ato administrativo causa dano específico/ anormal a uma


pessoa e para a outra NÃO causa dano passível de indenização.

Nexo de causalidade – Em regra, o Brasil adotou a TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA, em


que o Estado responde, desde que a sua conduta tenha sido determinante para o dano causado
ao agente.
- Condutas posteriores, alheias à vontade do Estado, apesar de causar dano a terceiro, implicam a
TEORIA DA INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL, a excluir a responsabilidade estatal: caso fortuito,
força maior, culpa exclusiva.

TEORIAS DO NEXO DE CAUSALIDADE:

Teoria da equivalência das condições (conditio sine qua non): Todos os


antecedentes que contribuírem de alguma forma para o resultado são
equivalentes e consideradas causas do dano. A eliminação hipotética de
uma dessas condições afastaria a ocorrência do resultado. Crítica: regresso
ao infinito do nexo de causalidade;
Teoria da causalidade adequada: Considera causa do evento danoso aquela
que, em abstrato, seja a mais adequada para a produção do dano.
Teoria da interrupção do nexo causal: Os antecedentes do resultado NÃO se
equivalem e apenas o evento que se vincular direta e imediatamente com o
dano será considerado causa necessária do dano. Adotada no art. 403 do CC.

INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL:

Fato Exclusivo da vítima: Atenção, pois nos casos em que o Estado contribuir,
de alguma forma, por ação ou omissão com o ato (ex: suicídio de preso),
restará configurada a responsabilidade;
Fato de terceiro que não possui vínculo com o Estado. Ex: Arremesso de
pedras por terceiros contra passageiros.
Caso fortuito e força maior: A doutrina vem diferenciando o fortuito externo
(risco estranho à atividade) do fortuito interno (risco inerente ao exercício da
própria atividade), e apenas naquele o Estado NÃO será responsabilizado.
Causas excludentes e atenuantes: Apenas diminuem o valor da indenização
que será arcado pelo Estado.

4) Teorias da Responsabilidade Civil Objetiva


Teoria do Risco Administrativo – Responsabiliza o ente público, objetivamente, pelos danos
que seus agentes causarem a terceiros, mas admite a exclusão se ausente um dos elementos
dessa responsabilidade.

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Teoria do Risco Integral – Parte da premissa de que o ente público é o garantidor universal e a
simples existência do dano + nexo causal é suficiente para que surja a obrigação de indenizar.
- Responsabilização absoluta do Estado por danos ocorridos em seu território:
 Atividade nuclear;
 Danos ao Meio Ambiente;
 DPVTA – Nesse caso, a seguradora fica no polo passivo;
Crimes a bordo de aeronaves no espaço aéreo brasileiro e danos decorrentes de ataques
terroristas.

5) Responsabilidade por Omissão


Doutrina diverge sobre a natureza da responsabilidade civil nos casos de omissão estatal. Há 03
entendimentos:
1ª Corrente: Responsabilidade objetiva, pois o art. 37 NÃO faz distinção entre condutas
 comissivas e omissivas;
2ª Corrente: Responsabilidade Subjetiva, com presunção de culpa do poder público, tendo
em vista que na omissão o Estado NÃO é causador do dano, mas atua de forma ilícita (com
culpa) quando descumpre o dever legal de impedir a ocorrência do dano.
3ª Corrente: Nos casos de omissão genérica, relacionadas ao descumprimento do dever
genérico de ação, a responsabilidade é subjetiva. Porém, em casos de omissão específica,
quando o Estado descumpre dever jurídico específico, a responsabilidade é objetiva.
Rafael Oliveira entende ser a responsabilidade por omissão objetiva, pois o art. 37, §6º, CRFB
NÃO faz distinção entre responsabilidade por ação e omissão, bem como a inação do Estado
colabora para a consumação do dano. No entanto, somente será possível responsabilizar o Estado
nos casos de omissão específica, nos casos em que o Estado tem a possibilidade de prever e
evitar o dano. Nas omissões genéricas, não há responsabilidade estatal, na medida em que o
Estado NÃO é segurador universal.
Aplica-se a TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA (Para Carvalho Filho, seria SEMPRE
responsabilidade objetiva), decorrente de CULPA ANÔNIMA.
Para fins de responsabilização do ente público, NÃO se precisa comprovar a culpa do agente,
bastando a comprovação da má prestação do serviço, prestação ineficiente ou da prestação
atrasada do serviço como ensejadora do dano.
Elementos:
Comportamento omissivo do Estado;
 Dano;
 Nexo de causalidade;
 Culpa do serviço Público
A responsabilização depende da ocorrência de ato comissivo ilícito.
O ESTADO NÃO RESPONDE POR FATOS DA NATUREZA (EX: ENCHENTES E RAIOS) E ATOS DE
TERCEIROS OU ATOS DE MULTIDÕES.
DANO EVITÁVEL – Surge quando era possível ao ente público fazer algo para impedir o prejuízo,
mas ele não o fez. Ex: Segurança pública/ danos decorrentes de enchentes.
Princípio da reserva do possível: para a prestação do serviço, deve haver
compatibilidade com o orçamento público e sua estruturação na prestação dos serviços,
não podendo o ente público se furtar de oferecer o mínimo existencial.

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Responsabilidade por omissão e teoria do risco criado (risco suscitado): Surge quando o Estado
cria situações de risco que levam à ocorrência do dano (Ex: guarda de pessoas ou coisas).
O Estado responde objetivamente, ainda que não se demonstre conduta direta de um
agente público ou que haja situação de caso fortuito, bastando a comprovação de que
este fortuito só foi possível ante a custódia do ente estatal (fortuito interno ou caso
fortuito). Se o dano for completamente alheio e independente da situação de custódia, há
 o fortuito externo ou força maior.
A responsabilização dependerá somente da comprovação de que a custódia é uma
condição sem a qual o dano NÃO teria ocorrido, mesmo que situações
supervenientes tenham contribuído para o dano => Teoria da conditio sine qua
non, a responsabilizar o Estado em caso de custódia.

6) Indenização
Art. 37, §6º CF – Responsabilidade Extracontratual;
Lei 8.666/93 – Responsabilidade Contratual
Art. 5º, XXIV e XXV – Sacrifício de Direito – Atuação que só indiretamente causa dano ao
particular.

7) Responsabilidade do Agente
O art. 37, §6º, CRFB consagra dois regimes jurídicos distintos de responsabilidade:
Responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas
 de direito privado prestadoras de serviços públicos;
Responsabilidade pessoal e subjetiva dos agentes públicos.
Agentes: engloba toda e qualquer pessoa no exercício da função pública, e deve haver ligação
direta entre o dano e o exercício da função pública, ainda que o servidor esteja fora de sua
jornada de trabalho.
 Se agentes putativos, a responsabilidade funda-se na teoria da aparência;
Quanto aos agentes de fato necessários, justifica-se a responsabilidade pelo
 funcionamento inadequado do serviço que contribuiu para a situação emergencial.
Sobre a responsabilidade do agente, há duas correntes:
Primeira posição: Aplica-se a TEORIA DA DUPLA GARANTIA (Diogo Moreira, Hely Lopes,
 STF):
 o Primeira garantia: A vítima deve ser ressarcida pelos danos causados pelo Estado; e
o Segunda garantia: Os agentes públicos só podem ser responsabilizados pelo
 próprio Estado.
Segunda Posição: A ação pode ser proposta em face do Estado, agente público ou ambos,
em litisconsórcio passivo. JSCF, Celso Antônio, Gasparini, Rafael Oliveira. Com isso, abriria-
se a possibilidade de só cobrar do Estado, só do agente ou do Estado e agente (em
 litisconsórcio)
STF: NÃO é possível a propositura da ação, diretamente, em face do agente público causador do
dano, pois a CF/88 concedeu ao agente a garantia de só ser cobrado pelo Estado => TEORIA DA
DUPLA GARANTIA, e a garantia ao particular em ser indenizado pelo Estado. Logo, NÃO se admite

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a propositura de ação per saltum da pessoa natural do agente, com fulcro no princípio da
impessoalidade.

8) Denunciação à lide do agente público


Há divergências doutrinária quanto ao cabimento da denunciação à lide:
1ª Posição: A denunciação à lide é uma faculdade do Estado, de modo que a sua ausência
ou o indeferimento NÃO acarreta a nulidade do processo, nem impede a propositura da
 ação regressiva em caso de condenação do Poder Público. STJ;
2ª Posição: Impossibilidade de denunciação à lide quando a responsabilidade for objetiva
ou a culpa anônima, sem individualização do agente causador do dano, pois nesse caso o
Estado estaria incluindo na lide novo fundamento não levantado pelo autor: culpa ou dolo
do agente público. Porém, caberia indenização se o autor identificar o agente público
causador do dano, imputando-lhe culpa. Di Pietro.
3ª Posição: Impossibilidade de denunciação da lide pelo Estado, pois a responsabilidade do
Estado é objetiva e a do agente público subjetiva, razão pela qual a denunciação acarretaria
a inclusão da discussão de culpa na demanda, prejudicando a celeridade processual. JSCF,
Diogo Figueiredo, Rafael Oliveira.
Majoritário: NÃO admite, pois geraria AMPLIAÇÃO SUBJETIVA DO MÉRITO, acarretando ao
autor manifesto prejuízo à celeridade.
STJ: Vem admitindo a denunciação, mas o Estado NÃO está obrigado a fazê-la.

9) Prazo Prescricional

Para a cobrança do particular em face do Estado

Tradicionalmente 05 anos (Dec. 20.910/32) + art. 1º da Lei 9.494/97.


NCC/02: 03 ANOS – Alguns defenderam ser esse prazo, por ser mais benéfico à Fazenda. A
partir daí surgiram algumas correntes:
1ª Corrente: Prescrição quinquenal das ações de ressarcimento em face do Estado, ante o
critério da especialidade para resolver o conflito normativo. Di Pietro, Marçal Justen,
 Odete Medauar.
2ª Corrente: Prescrição trienal, em razão de dois argumentos:
Em interpretação sistemática e histórica, a intenção do legislador ao fixar o prazo
quinquenal era proteger a segurança jurídica e beneficiar o Estado;
O próprio art. 10 do Decreto 20.910/1932 estabelece que o prazo quinquenal NÃO
altera as prescrições de menor prazo, o que revelaria a aplicação do prazo de 03
anos.
STJ: Manutenção de 05 anos, pois o CC é lei geral e não poderia alterar lei especial.

Para a cobrança do Estado em face do particular

O prazo prescricional é de 05 anos, na forma do art. 206, §5º, I, do CC, se créditos não
tributários. Ações de Ressarcimento ao erário

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Prevalecia a tese da imprescritibilidade, com fulcro no art. 37, §5º, CRFB. No entanto, em 2016
houve julgado do Plenário do STF, em repercussão geral, pelo qual entende que o prazo
prescricional seria quinquenal, ressalvados os atos de improbidade, estes imprescritíveis.

IMPORTANTE - É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública


decorrente de ilícito civil. STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 3/2/2016 (repercussão geral) (Info 813).

Responsabilidade por obra pública


a) Decorrente da má execução da obra
- Se executada pelo próprio Estado – Responsabilidade Objetiva
- Se realizada por um empreiteiro por contrato administrativo e dano provocado por culpa
exclusiva do executor – Responsabilidade Subjetiva
PARA JSCF, A AÇÃO DEVE SER MOVIDA APENAS CONTRA O EMPREITEIRO, SEM A
PARTICIPAÇÃO DO ESTADO, NOS MOLDES CIVIL. A RESPONSABILIDADE DO ESTADO
DECORRE DA OMISSÃO NA FISCALIZAÇÃO (SUBJETIVA).

Responsabilidade pelo fato da obra – A obra causa dano sem que tenha havido culpa.
Ocorrendo prejuízo, há a responsabilidade objetiva do Estado.

11) Responsabilidade por atos legislativos


Em regra, a atuação legislativa NÃO acarreta responsabilidade civil do Estado, já que o caráter
genérico e abstrato das normas jurídicas afasta a configuração dos efeitos (danos)
individualizados, principal óbice à responsabilidade civil. Assim, a responsabilidade civil pode
surgir em três situações excepcionais:
Leis de efeitos concretos e danos desproporcionais;
 Leis inconstitucionais;
 Omissão legislativa.
Leis de efeitos concretos e danos desproporcionais: responsabilidade objetiva
Leis em sentido formal e material: NÃO há responsabilidade do Estado. Exceção:
Se diretamente da lei decorrer dano específico a alguém;
Se o ato normativo for declarado inconstitucional -> declarada por ação direta pelo STF.
Omissão legislativa: Quando configurada a mora legislativa desproporcional
Nos casos em que a própria Constituição estabelece prazo para o exercício do dever de legislar,
o descumprimento do referido prazo, independente de decisão judicial anterior, já é suficiente
para a caracterização da mora legislativa inconstitucional a ensejar a responsabilidade estatal.
Nos demais casos, a inexistência de prazo impõe a necessidade de configuração da mora
legislativa por decisão proferida em Mandado de injunção ou ADI por omissão.

12) Responsabilidade por atos jurisdicionais


Via de regra, descabe falar em responsabilidade do Estado por três argumentos:
 Recorribilidade das decisões judiciais e a coisa julgada
 Soberania
Independência do magistrado,
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Atualmente, a responsabilidade do Estado por atos judiciais pode ocorrer em três hipóteses:
 Erro Judiciário: deve ser erro substancial e inescusável.
 Prisão além do tempo fixado na sentença
Demora na prestação jurisdicional – Erro Judiciário praticado por omissão, que causa dano
 desproporcional.
Quando exerce função administrativa atípica – Responsabilidade objetiva.
Função jurisdicional: via de regra, NÃO há responsabilidade. Exceção: erro judiciário na área
criminal (ato administrativo exercido posterior à decisão judicial), a responsabilidade é objetiva.
A ação de regresso em face do agente público depende da demonstração de dolo ou erro
grosseiro.

ERRO JUDICIAL: Discute-se se a responsabilidade restringe-se ao erro judiciário verificado a esfera


penal ou se é possível a responsabilização do Estado na hipótese de erro judiciário no processo civil:
1º Entendimento: A responsabilidade restringe-se ao erro judiciário na seara penal,
 inexistindo na área cível. JSCF, Odete Medauar, Diogo Figueiredo Moreira;
2º Entendimento: A responsabilidade abrange a jurisdição penal e a civil, pois não teria
havido qualquer distinção. Cavalieri, Rafael Oliveira.
Prisão cautelar e posterior absolvição: Em caso de prisão ilegal, caracteriza-se a atuação ilícita e
a responsabilidade do Estado. Em se tratando de prisão cautelar, há controvérsias:
1º Entendimento: Possibilidade de responsabilização do Estado, com fundamento no
 princípio da dignidade da pessoa humana. Diogo Moreira, Ruy Rosado de Aguiar;
2º Entendimento: Ausência de responsabilidade do Estado, pois a prisão cautelar,
decretada conforme ordenamento jurídico, não configura ato ilícito. Destina-se a garantir
a instrução criminal. Cavalieri, Rui Stoco, Rafael Oliveira.

RESPONSABILIDADE PESSOAL DO JUIZ: A responsabilidade pessoal dos agentes públicos em geral


é subjetiva e depende da demonstração de dolo ou culpa. Os magistrados, por sua vez,
submetem-se ao tratamento especial do CPC e à LOMAN, que admitem a responsabilidade dos
juízes apenas em duas hipóteses (mesmo raciocínio para o MP):
Dolo ou fraude;
Recusa, omissão ou retardamento, sem justo motivo, de providência que deva ordenar de
ofício, ou a requerimento da parte.

Responsabilidade do Estado, dos notários e registradores
Há divergência quanto ao enquadramento da responsabilidade dos notários, ante a dificuldade de
caracterização como agentes públicos do art. 37, da CRFB. Sobre o tema, há alguns entendimentos:
1º Entendimento: responsabilidade direta e objetiva do Estado, pois notários e
registradores exercem função pública, mediante aprovação em concurso público. A vítima
 pode acionar o Estado e este tem ação regressiva em face do titular do cartório;
2º Entendimento: Responsabilidade pessoal e objetiva dos notários e registradores, em
razão da prestação de serviço público delegado, e subsidiária do Estado. Hely Lopes e
Cavalieri;
3º Entendimento: Responsabilidade solidária e objetiva dos notários, registradores e
Estado. Yussef Cahali.

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STF: Tem reconhecido a responsabilidade direta e objetiva do Estado pelos danos causados por
notários e registradores;
STJ: Possui decisões conflitantes, ora reconhecendo a responsabilidade pessoal e objetiva do
Estado, ora afirmando a responsabilidade pessoal e objetiva dos notários e registradores e
subsidiária do Estado.
Para Rafael Oliveira, o tratamento deveria ser análogo ao da responsabilidade das
concessionárias dos serviços públicos.

14) Responsabilidade por atos de multidões (atos multitudinários)


Em regra, os danos causados por atos de multidões NÃO geram a responsabilidade civil do
Estado, ante a ausência do nexo de causalidade, inexistindo omissão estatal causadora do dano.
Excepcionalmente, o Estado será responsabilizado quando comprovada a ciência prévia da
manifestação coletiva e a possibilidade de evitar a ocorrência de danos.

15) Responsabilidade por danos ambientais


Em sendo o poder público poluidor, por ação ou omissão na fiscalização, caracteriza-se a
responsabilidade civil objetiva e solidária entre poluidores diretos e indiretos. Discute-se o
fundamento dessa responsabilidade:
1º Entendimento: A responsabilidade objetiva ambiental funda-se na teoria do risco
administrativo, admitindo-se a alegação de causas excludentes do nexo de causalidade pelo
 poder público, sob pena de transformá-lo em segurador universal. Cahali, Toshio Mukai;
2º Entendimento: Teoria do risco integral como fundamento da responsabilidade objetiva
ambiental, sendo vedada a alegação de excludentes do nexo causal. Paulo Afonso Leme
Machado, Cavalieri, STJ.

Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.

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DIAS 35 E 36

DISCIPLINA
PROCESSO CIVIL

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em:
Recursos. Disposições gerais. Apelação. Remessa necessária. Agravo de instrumento. Agravo
interno. Embargos de declaração.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1. Manual de Direito Processual Civil – Vol. Único: Daniel Amorim Assumpção Neves.

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4e8308241f130df48edf97d6
3854d8bd.pdf

CAPÍTULOS: 65 até 73.

2. Direito Processual Civil Esquematizado - 8ª Ed. 2017. Marcus Vinicius Rios Gonçalves

Livro X (Capítulos 2 e 3 (Itens 1 até 4).


DISCIPLINA
TRIBUTÁRIO

7 Crédito tributário. 7.1 Constituição de crédito tributário. 7.2 Lançamento. 7.3 Modalidades de
lançamento. 7.4 Suspensão do crédito tributário. 7.5 Extinção do crédito tributário. 7.6
Exclusão de crédito tributário. 7.7 Garantias e privilégios do crédito tributário

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Teoria Geral

1. Direito Tributário Esquematizado. Autor: Ricardo Alexandre

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/554a02ceb4368aa43680f79
326608639.pdf

CAPÍTULOS: 7 até 10.

Curso de Direito Tributário e Financeiro - 6ª Ed. 2016. Autor: Cláudio Carneiro – Ed.

Saraiva CAPÍTULO: 10.

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

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SINOPSES PARA CONCURSOS - V.28 - DIREITO TRIBUTÁRIO


(2017) 4ª edição conforme NOVO CPC
Autor: Roberval Rocha

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/776524fb226b7d83bd46b77
66da15dab.pdf

CAPÍTULOS: 10 até 13.

RESUMO DO DIA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em:
Recursos. Disposições gerais. Apelação. Remessa necessária. Agravo de instrumento. Agravo
interno. Embargos de declaração.

RECURSOS
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
a) Características dos Recursos:
I – Voluntariedade;
II – Expressa Previsão em Lei Federal
– Desenvolvimento no próprio processo em que a decisão impugnada foi proferida => Se for
criado um novo processo, será sucedâneo recursal, ação autônoma de impugnação;
IV – Manejável pelas partes, terceiro prejudicado e MP;
V – Objetiva anular, reformar, integrar ou esclarecer decisão judicial

Sucedâneos Recursais - É qualquer meio de impugnação que não seja tipificada como recurso,
podendo ser:

b.1) Sucedâneo Interno – se desenvolve no mesmo processo em que a decisão foi proferida:
I – Reexame Necessário:
 Ausência de voluntariedade;
 Não é dialético, pois inexistem razões, contrarrazões e contraditório;
Inexiste prazo de interposição, pois deve existir sempre que as condições exigirem,
 independente de eventual demora na chegada do processo ao Tribunal;
Não se encontra previsto como recurso
II – Correição Parcial – Possui natureza administrativa. É cabível diante da inversão da ordem
prática dos atos procedimentais, gerando confusão procedimental.

OBS: O STJ, EM APLICAÇÃO AO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE, JÁ RECEBEU A CORREIÇÃO


PARCIAL COMO AGRAVO DE INSTRUMENTO, COMO NÃO ADMITIU CORREIÇÃO PARCIAL
QUANDO CABÍVEL AGRAVO INTERNO EM FACE DE DECISÃO MONOCRÁTICA DE RELATOR.

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– Pedido de Reconsideração – NÃO interrompe nem suspende o prazo recursal.


IV – Impugnação e embargos à execução

b.2) Sucedâneo externo – São ações autônomas de impugnação:


I – Ação Rescisória;
II – Ação Anulatória;
– Ação de Querela Nullitatis;
IV – Reclamação Constitucional – Para o STF, a reclamação NÃO é ação, mas exercício do
direito de petição.

Classificação dos Recursos *


Objeto Imediato do Recurso:
I – Recursos Ordinários;
II-Recursos Extraordinários – Possuem como objeto imediato a proteção e a preservação
da boa aplicação do Direito: RESP, REXTR e Emabgos de Divergência.
* Causa de Pedir – Pelo princípio da dialeticidade, todo recurso deve ser fundamentado.
I – Recursos com fundamentação vinculada – O recorrente NÃO poderá alegar qualquer matéria
que desejar, estando sua fundamentação vinculada às matérias previstas em Lei. RESP, REXTR e
ED
– Recursos com fundamentação livre – Todas as matérias podem ser alegadas.
Abrangência da Matéria
– Recursos Totais – Possuem por objeto a integralidade da decisão recorrida;
– Recursos Parciais – Somente uma parcela da decisão é objeto de recurso.
Independência ou subordinação
– Recurso Independente – Oferecido dentro do prazo recursal, independente da postura da
parte;
– Recurso Subordinado – interposto no prazo de contrarrazões pela parte contrária (É o
recurso adesivo)

RECURSO ADESIVO
Não é espécie recursal, mas apenas um recurso interposto de forma diferenciada.
STJ: O recorrente adesivo NÃO se aproveita da gratuidade concedida
exclusivamente ao recorrente principal.
O rol é taxativo: Apelação, RESP, REXTR e embargos infringentes.
Requisitos:
Sucumbência Recíproca;
Interposição do recurso principal apenas por uma das partes.
STJ: Inaplicável a fungibilidade para receber o recurso principal intempestivo
como recurso adesivo, bem como NÃO cabe recurso adesivo para complementar
recurso interposto de forma principal.
Litisconsórcio e legitimação:
Se unitário, qualquer dos litisconsortes recorridos possui legitimidade para o
oferecimento do recurso adesivo;
Se simples, só terá legitimidade o litisconsorte que figurar no recurso
principal como recorrido.
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É admissível a apresentação de contrarrazões e de recurso adesivo em


momentos distintos, desde que apresentados no prazo de 15 dias;
Para a Fazenda Pública, o prazo para apresentar recurso adesivo será em dobro;
A desistência do recurso principal torna prejudicado o recurso adesivo, salvo se
a desistência for de má-fé

Efeitos dos Recursos


I – Efeito Obstativo – Impede a preclusão temporal;
– Efeito Devolutivo – Transfere ao Órgão ad quem o conhecimento de matérias que já
tenham sido objeto de decisão pelo juiz a quo para que seja novamente analisada e
decidida.
 Dimensão Horizontal (extensão da devolução) – O recorrente determina o que
pretende devolver ao Tribunal, podendo o recurso ser total ou parcial (tantum
devolutum quanto appellatum);
 Dimensão Vertical (profundidade da devolução) – Estabelece a devolução automática
do Tribunal, dentro dos limites da extensão, de todas as alegações, fundamentos e
questões referentes à matéria devolvida, independente de qualquer manifestação
nesse sentido pelo recorrente
II – Efeito Suspensivo – Impossibilidade de a decisão impugnada gerar efeitos enquanto
não for julgado o recurso interposto.
 Efeito Suspensivo Próprio (ope legis) – a própria lei prevê tal efeito. Logo, a decisão que
recebe o recurso independe de provocação da parte, possui natureza declaratória e
efeitos ex-tunc.
 Efeito Suspensivo Impróprio (ope judicis) – Caberá ao juiz concedê-lo no caso concreto,
desde que preenchidos os requisitos legais. Logo, a decisão que recebe o recurso
depende de expresso pedido da parte recorrente, sendo pronunciamento de natureza
constitutiva e efeito ex nunc.
IV – Efeito Translativo – Permite ao Tribunal conhecer matérias de ordem pública de
ofício. - Há quem entenda ser consequência da profundidade do efeito devolutivo.
- As matérias de ordem pública só poderão ser conhecidas se o recurso for conhecido.

V – Efeito Expansivo
Expansivo Objetivo - sempre que o julgamento do recurso ensejar decisão mais
 abrangente do que a matéria impugnada.
o Interno – Capítulos NÃO impugnados da decisão recorrida que são atingidos
 pelo julgamento do recurso;
o Externo – O julgamento do recurso atinge outros atos que não a decisão
recorrida.
Expansivo Subjetivo - quando atingir sujeitos que não participaram como partes do
recurso.

VI – Efeito Substitutivo – O julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida, nos


limites da impugnação.
VII – Efeito Regressivo – Permite que por via do recurso a causa volte ao conhecimento do
juízo prolator da decisão.
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VIII – Efeito Diferido – O conhecimento do recurso depende de recurso a ser interposto


contra outra ou a mesma decisão.
2) PRINCÍPIOS RECURSAIS
Duplo grau de jurisdição – É a possibilidade de revisão da solução dada à causa.
Nos recursos excepcionais, a devolução está limitada à matéria de direito e, por possuir
fundamentação vinculada, o recorrente só poderá alegar as matérias exaustivamente previstas
em Lei.
* Vantagens:
I – A falibilidade humana, possibilitando o reexame da decisão;
– É forma de evitar que o Juiz cometa arbitrariedades na decisão da causa;
– Melhora na qualidade da prestação jurisdicional.
Desvantagens:
– Pode prejudicar a ideia de unidade da jurisdição;
II – O princípio da oralidade é afastado;
– Flexibilização do princípio da celeridade
processual; IV – Desprestígio da primeira instância
É princípio Constitucional?
– 1ª Corrente: o princípio do duplo grau de jurisdição é previsto constitucionalmente,
ainda que não de forma expressa.
II – 2ª Corrente: NÃO é princípio constitucional, nem mesmo implícito.
– 3ª Corrente: O duplo grau de jurisdição seria princípio constitucional implícito, mas
não seria garantia.
Não tem sentido afirmar que o princípio do duplo grau de jurisdição é decorrência lógica da
ampla defesa.
NÃO é princípio absoluto, admitindo a sua não aplicação no caso concreto sempre que se
busque preservar outros princípios constitucionais (Ex: Aplicação da Teoria da Causa Madura)

Taxatividade (Legalidade) – Só pode ser considerado recurso se estiver expressamente


previsto em Lei Federal, não podendo leis estaduais e municipais e Regimento interno de
Tribunais criar novas espécies.

Singularidade (unirrecorribilidade ou unicidade) – Só se admite uma única espécie recursal


como meio de impugnação de cada decisão judicial, devendo se levar em conta a decisão como
um todo indivisível.
- Exceções:
I - interposição de REsp e Rextr conta o mesmo acórdão;
II – Havendo Mandado de Segurança de competência originária do Tribunal de segundo
grau parcialmente acolhido, desse capítulo caberá recurso especial e/ou extraordinário,
enquanto do capítulo denegatório caberá ROC.

Voluntariedade – Condiciona-se a existência de um recurso à vontade exclusiva de recorrer da


parte com o ato de interposição do recurso.

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Dialeticidade – Exige do recorrente a exposição da fundamentação recursal (causa de pedir:


error in procedendo e error in judicando) e do pedido (anulação, reforma, esclarecimento ou
integração).
- Motivações:
– Permitir ao recorrido a elaboração das contrarrazões;
- Fixar os limites da atuação do Tribunal no julgamento do recurso.

Fungibilidade – É receber um recurso pelo outro e está fundado no princípio da


instrumentalidade das formas.
- Ainda que inegáveis os benefícios da fungibilidade, sua aplicação é exceção, se preenchidos os
seguintes requisitos formais:
– DÚVIDA FUNDADA A RESPEITO DO RECURSO CABÍVEL – É a existência de dúvida
objetiva sobre qual o recurso cabível, existindo três fatores que podem gerar essa dúvida:
 A lei confunde a natureza da decisão;
 Doutrina e Jurisprudência divergem sobre o recurso cabível;
 O juiz profere espécie de decisão no lugar de outra.

– INEXISTÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO – Não serve o princípio da fungibilidade para tutelar


erros crassos, sendo inaplicável quando o recurso interposto for manifestamente incabível.
- STJ: É erro grosseiro a interposição de recurso distinto daquele expressamente previsto em
lei para determinada decisão, ainda que ocorra equívoco do legislador ao conceitua-la.

– INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ (TEORIA DO PRAZO MENOR - STJ) – Considera-se recorrente


de má-fé aquele que, na dúvida entre dois ou mais recursos, escolhe o que tem o maior
prazo e recorre nesse prazo. Assim, só é aplicado o princípio da fungibilidade quando o
recorrente interpõe o recurso no menor prazo.

Proibição da reformatio in pejus – A decisão não pode ser alterada para piorar a situação do
recorrente.
- Sistemas relativos ao efeito devolutivo dos recursos:
– Sistema da proibição da reformatio in pejus – não se admite que a situação do recorrente
seja piorada pela interposição do seu próprio recurso;
– Sistema do benefício comum (communio remedii) – O recurso interposto por uma das
partes beneficia a ambas.
Para que seja possível a reformativo in pejus, dois requisitos são indispensáveis:
– Sucumbência Recíproca;
– Somente uma das partes recorreu.
Exceção à vedação:
- aplicação do efeito translativo dos recursos, por meio do qual o Tribunal pode conhecer
matéria de ordem pública;
– Aplicação da incluindo a Teoria da causa madura;
– Aplicação de multa por ato de deslealdade do recorrente.

Irrecorribilidade das decisões interlocutórias;

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Complementaridade – As razões recursais devem ser apresentadas no ato de interposição do


recurso, não se admitindo que o recurso seja interposto num momento procedimental e as
razões apresentadas posteriormente, ante a preclusão consumativa, que se dá no momento da
interposição do recurso.

Consumação – É vedado que, interposto um recurso, este seja substituído por outro, interposto
posteriormente, ainda que dentro do prazo recursal.

Primazia do julgamento do mérito recursal – O objetivo de se julgar o mérito recursal só deve


ser abandonado em hipóteses excepcionais, nas quais o vício formal não possa ser corrigido ou
que influencie de forma decisiva na impossibilidade de julgamento do mérito.

3) JUIZO DE ADMISSIBILIDADE
STJ: Apesar da natureza declaratória, o juízo de admissibilidade tem eficácia ex-nunc, de forma
que a preclusão ou a coisa julgada decorrente da decisão impugnada só seja computada a partir
da não admissão do recurso.
Quando o juízo de admissibilidade é realizado pelo juiz a quo, o recurso é recebido ou não;
Quando realizado pelo juízo ad quem, o recurso é conhecido ou não.
Ainda que dois ou mais órgãos realizem o exame de admissibilidade, NÃO existe vinculação entre
eles, pois sendo o juízo de admissibilidade matéria de ordem pública, NÃO haverá preclusão.
Pressupostos Intrínsecos:
Cabimento;
Legitimidade
Interesse em recorrer
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer.
Pressupostos Extrínsecos:
Tempestividade
Preparo
Regularidade Formal

3.1. Pressupostos intrínsecos de admissibilidade

I - Cabimento: O pronunciamento deve ser recorrível e o recurso adequado. A recorribilidade


deve ser analisada primeiramente, pois se irrecorrível, nenhum recurso será cabível para
impugnar a decisão.
STJ: O pronunciamento que determina a emenda da inicial é mero despacho, mas
excepcionalmente caberá recurso a depender da subversão da legislação de maneira a causar
gravame à parte.

– Legitimidade Recursal – O recurso pode ser interposto pela parte vencida, terceiro
prejudicado e pelo MP.

– Partes – As partes têm legitimidade recursal, independente do conteúdo da decisão judicial.

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Advogado – teria legitimidade enquanto terceiro prejudicado, podendo recorrer em nome


próprio do capítulo referente aos honorários advocatícios, sendo a legitimação extraordinária
nesse caso. Trata-se de legitimação concorrente entre a parte e o advogado.
Terceiro Prejudicado – É aquele que demonstrar o nexo de interdependência entre o seu
interesse de agir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.
Tem legitimidade o terceiro que deveria ter sido litisconsorte necessário, mas que
indevidamente não foi integrado ao processo.
MP – Pode recorrer dos processos em que atuou como parte ou como fiscal da lei (legitimidade
recursal autônoma, pois mesmo que as partes não interponham recurso, pode o MP interpor).

IV – Interesse Recursal
Necessidade – Somente será julgado o mérito que possa ser útil ao recorrente, razão pela qual
NÃO se admite recurso somente com o objetivo de modificar a fundamentação da decisão, pois a
situação do recorrente se mantém inalterada.
A existência de sucumbência é uma exigência para que exista no caso concreto o interesse
recursal, mas essa exigência está limitada às partes, já que o terceiro prejudicado não possui
qualquer sucumbência no processo.
Sucumbência Formal – Não obtenção por meio da decisão judicial do que poderia ter
processualmente obtido em virtude de pedido formulado ao órgão jurisdicional;
Sucumbência Material – Verifica-se sempre que a parte deixar de obter no mundo dos
fatos tudo o que poderia ter obtido com o processo.
Adequação – O recurso deve ser adequado a reverter a sucumbência suportada pelo recorrente.

IV – Inexistência de ato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer


Desistência – Só pode ocorrer a partir da interposição do recurso.
STJ: Entende que a desistência pode ocorrer até o encerramento do julgamento do
recurso, admitindo-se depois de iniciado o julgamento, inclusive já tendo sido prolatado o
voto do relator, mas nunca após o julgamento, ainda que pendente a publicação do
acórdão.
A decisão que reconhece o pedido de desistência tem natureza declaratória, gerando
efeitos ex-tunc.
Caso o Tribunal, sem saber da desistência, julgue o recurso, terá praticado ATO
JURIDICAMENTE INEXISTENTE, considerando que o recurso não mais existia.
Renúncia – Diz respeito ao direito de recorrer, só podendo ser realizada antes da interposição
do recurso, sendo inadmissível a renúncia prévia. O termo inicial da renúncia é a intimação das
partes da decisão contra a qual poderiam potencialmente se insurgir.
A renúncia pode ser expressa ou tácita, total ou parcial.
A renúncia independe da concordância dos litisconsortes.
Aquiescência – É a parte que aceita expressa ou tacitamente a decisão, não podendo recorrer
(preclusão lógica). Ex: Pagamento da condenação, levantamento de valores depositados em
consignatória, apresentação de contas exigidas na prestação de contas, etc.

3.2. Pressupostos Extrínsecos de Admissibilidade


Tempestividade – Todo recurso possui prazo (peremptório) previsto em Lei, não admitindo
prorrogação, suspensão ou interrupção por vontade das partes.
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Sendo proferida sentença ou decisão em audiência, as partes serão imediatamente


intimadas, ainda que ausentes; Sendo a decisão proferida em cartório, o termo inicial é o
primeiro dia útil subsequente à intimação das partes por seu advogado.
O termo inicial para impugnação de acórdão é a publicação do dispositivo no órgão oficial.
A mera informação de que houve o julgamento, sem que haja acórdão à disposição das
partes, é imprestável para fins de contagem do prazo recursal.
O MP e defensor público estatutário serão intimados pessoalmente.
Fazenda Pública, MP e defensor público estatutário possuem prazo em dobro para
recorrer.
Prazo em dobro e litisconsórcio – Para o STF, SUM. 641, é simples o prazo em dobro se
apenas um dos litisconsortes sucumbiu, e ainda caso os litisconsortes tenham o mesmo
patrono. Havendo sucumbência de mais de um litisconsorte com patronos diferentes, o
prazo recursal será contado em dobro, mas interposto o recurso somente por um dos
litisconsortes, o prazo para a interposição de recursos posteriores passa a ser simples.
A tempestividade deve ser provada no momento da interposição do recurso, sob pena
de se operar a preclusão consumativa.
STJ: O recurso interposto por fax no último dia do prazo após o expediente forense é
intempestivo, pois só é registrado no dia seguinte.
Preparo – É o custo financeiro para a interposição do recurso.
STJ: Todas as despesas devidas na interposição do recurso são preparo.
Deserção: Quando não há isenção e não é recolhido o preparo.
São DISPENSADOS do recolhimento do preparo:
U, E, M, DF e respectivas autarquias;
MP
Pessoas jurídicas de Direito Público Federais, Estaduais e Municipais;
Beneficiários da Justiça Gratuita.
Deve haver a comprovação imediata do recolhimento do preparo quando da
interposição do recurso, mesmo nas férias forenses. Se interposto recurso no dia em que o
expediente forense encerrou mais cedo, admite-se a comprovação do recolhimento do
primeiro dia útil subsequente.
STJ: A troca de guias entre processos é vício sanável, não obstante ser deserto quando a
guia não indica os dados do processo.
STJ: Não gera deserção preparo recolhido com código errado ou em guia inadequada.
Sendo recolhido preparo em valor inferior, é possível a complementação do preparo em
05 dias, NÃO se aplicando tal regra aos Juizados Especiais.
Regularidade Formal – Todo recurso deve ter fundamentação e pedido, exige-se a capacidade
postulatório e deve ser assinado.
A ausência de assinatura é vício sanável. E se for recurso que contenha duas peças
(interposição e razão), a ausência de assinatura em uma das peças gera irregularidade..

4) JUIZO DE MÉRITO

4.1. ERROR IN PROCEDENDO – é VÍCIO FORMAL (vício de atividade) no procedimento ou da


própria decisão impugnada. Pode ser:

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I – Error in procedendo intrínseco: Quando o vício é da própria decisão, como sentença extra
petita ou acórdão sem fundamentação.
O recorrente pede a anulação da decisão e a devolução do processo ao órgão responsável para
a prolação de nova decisão, aplicando-se por analogia a teoria da causa madura (admite-se que,
anulada a decisão, o próprio órgão competente para julgamento do recurso profira uma nova
decisão para substituir a impugnada).

– Error in procedendo extrínseco: Quando o vício é do próprio procedimento, anterior à


decisão impugnada. Sendo um vício de nulidade relativa, a parte deve argui-lo no primeiro
momento em que falar nos autos, sob pena de preclusão e convalidação do vício.

- Leva a um pedido de anulação

4.2. ERROR IN JUDICANDO – É VÍCIO DO CONTEÚDO (vício do julgamento). O recorrente critica a


qualidade da decisão, impugnando as decisões e conclusões judicais, podendo ser:

I – Error in judicando fático: Quando impugna a situação fática que serviu de base para a decisão
judicial, procurando o recorrente demonstrar uma equivocada determinação dos fatos.

– Error in judicando jurídico: Quando se impugna a aplicação do direito ao caso

concreto. - Leva a um pedido de reforma da decisão.

5) APELAÇÃO
5.1. Cabimento: Contra a sentença, seja terminativa ou definitiva (art. 1.009 CPC).
Prazo de 15 dias, para o Tribunal
Exceção:
I. Nos Juizados Especiais: Cabe RI, no prazo de 10 dias, para Colégio Recursal (Órgão
julgador);
II. Art. 34 Lei de Execuções Fiscais – Prevê o cabimento de embargos infringentes contra
sentenças proferidas em execução de valor igual ou inferior a 50 OTN, sendo o órgão
competente o próprio juízo sentenciante. STJ: É erro grosseiro a interposição de um
recurso pelo outro, o que afasta o princípio da fungibilidade.
III. ROC contra sentença proferida em demanda em que forem partes, de um lado, Estado
estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no Brasil (Art. 1.027, II, b, do CPC).

5.2. Procedimento
É interposto perante o primeiro grau de jurisdição, ainda que o juízo de primeiro grau não tenha
competência para realizar o exame de admissibilidade, conforme previsto no NCPC.
A interposição será no prazo de 15 dias, salvo na apelação interposta nos procedimentos
regidos pelo ECA, com prazo de 10 dias.
É possível interpor por fax, desde que o original seja apresentado até 05 dias após o término do
prazo.

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As razões já devem ser apresentadas no momento da interposição do recurso, em razão da


preclusão consumativa.
O recurso de apelação deverá conter:
I – Nome e qualificação das partes;
II – Fundamentos de fato e de direito;
– Razões do pedido de reforma ou de decretação de
nulidade; IV - Pedido de nova decisão
É imprescindível a descrição das razões do inconformismo do apelante, já o pedido poderá ser
de anulação ou reforma.
A) Procedimento no juízo de origem
Interposta a apelação, o juízo sentenciante intimará o apelado para apresentar contrarrazões
em 15 dias. Com ou sem resposta do réu, o processo será remetido ao Tribunal de segundo grau.

B) Procedimento no tribunal de segundo grau


Distribuído o recurso de apelação a um relator no Tribunal, este decidirá se julgará o recurso de
forma monocrática ou colegiada.
Sendo hipótese de aplicação do art. 932, III, IV e V, do NCPC, o relator negará conhecimento,
negará provimento ou dará provimento ao recurso por decisão unipessoal, recorrível por agravo
interno no prazo de 15 dias. Caso entenda não ser o caso de decisão monocrática, o relator
elaborará o seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado. E após a elaboração do
voto os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando a
publicação da pauta no órgão oficial.

5.3. Novas questões de fato: O recurso de apelação possui as seguintes finalidades:


Reexame integral da causa;
Controle da correção da sentença de primeiro grau.
Excepcionalmente, admite-se a novum iudicium, permitindo à parte alegação de novas questões
de fato, desde que:
NÃO crie nova causa de pedir, não proposta no primeiro grau;
O apelante prove que deixou de alega-las por motivo de força maior.
Força Maior:
Fatos supervenientes após a sentença;
o Ignorância do fato pela parte;
o Impossibilidade de a parte comunicar o fato ao seu advogado; o
Impossibilidade do próprio advogado comunicar o fato ao juízo.

5.4. Julgamento imediato do mérito da ação pelo Tribunal no julgamento da apelação: O art.
1.013, §3º, do NCPC prevê hipóteses em que o tribunal, após anular a sentença, julga
imediatamente o mérito da ação

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


o
3 Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir
desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;

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- decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou
da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-
lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

5.5. Teoria da Causa Madura


O Tribunal, no julgamento de uma apelação contra sentença terminativa, pode julgar em
definitivo o mérito da ação, se o processo estiver pronto para julgamento. Nesse caso, a sentença
é anulada e não reformada, cabendo ao Tribunal, após julgar o mérito recursal, passar a julgar o
mérito da ação de forma originária.
STJ: A teoria da causa madura NÃO afronta o princípio da ampla defesa, nem impede a parte de
obter o prequestionamento, o que pode ser obtido através da interposição de embargos
declaratórios.
Parcela da doutrina defende a aplicação em qualquer recurso, em especial agravo de
instrumento, ROC e RI em juizados.
As hipóteses de novo julgamento do mérito da ação pelo tribunal constam do art. 1.013, §3º, II,
III e IV, do NCPC.

AGRAVO: É gênero recursal, existindo três espécies previstas no CPC, todas com prazo de
interposição de 15 dias

6.1. Agravo de instrumento

6.1.1. Cabimento
Em face de determinadas decisões interlocutórias de primeiro grau de jurisdição, previstas no art.
1.015 do NCPC.
Cabimento do Agravo de Instrumento:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX -
admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
o
execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1 ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

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Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.

ATENÇÃO: Lembrar que o agravo retido não existe mais com o NCPC!

6.1.2. Instrução do Agravo de Instrumento


Formará novos autos, devendo ser instruído com as peças obrigatórias e as facultativas, além
das essenciais, estas são peças indispensáveis para a exata compreensão do Tribunal da questão
posta à apreciação.
As peças dispensam autenticação, bastando a declaração genérica.
O agravante deve trazer de imediato todas as peças do agravo, sob pena de preclusão
consumativa e proibição de juntada posterior de peças.

Peças obrigatórias:
Cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada;
Cópia da própria decisão agravada,
Certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
 tempestividade;
 Cópia das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
Comprovante de recolhimento do preparo recursal.
A ausência de cópia da certidão de intimação não gera o não conhecimento do recurso se for
possível por outra maneira provar a tempestividade recursal.
Se ausente peça obrigatória na instrução do agravo, o agravante será intimado para a juntada
da peça em 5 dias, devendo ser inadmitido o recurso se o recorrente não cumprir a diligência.

Peças facultativas: São todas aquelas que o agravante reputar úteis ao acolhimento de sua
pretensão recursal.

Peças essenciais: Dentre as peças facultativas, são aquelas que não são somente úteis à
pretensão do agravante, mas constituem pressuposto indispensável para que o Tribunal consiga
entender a questão que deverá enfrentar no julgamento do recurso. Sem a juntada de tais peças,
o Tribunal não reunirá condições mínimas para entender a questão colocada a apreciação ou não
terá informações mínimas para analisar o pedido do agravante.
- A jurisprudência entende que o efeito da ausência de uma peça obrigatória prevista na lei é o
mesmo que uma peça essencial à compreensão do recurso.

6.1.3. Informação da interposição do agravo no primeiro grau:


Interposto o agravo, deverá o agravante informar a sua interposição no juízo originário no prazo
de 03 dias (ônus imperfeito), devendo juntar aos autos principais cópia da petição do recurso
protocolado e indicar o rol de documentos que instruíram o recurso, sendo desnecessário juntar
cópia de tais documentos, salvo se for juntado novo documento com o agravo de instrumento.
Se descumprido, e o agravado alegar e provar, o agravo de instrumento será inadmitido. A
informação do descumprimento da exigência legal está atrelada à expressa manifestação do

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agravado, não podendo o Tribuna negar a admissibilidade se o agravado não informou ao


Tribunal o descumprimento da regra dos 03 dias.

6.1.4. Procedimento:
Distribuição no Tribunal, no prazo de 15 dias da prolação da decisão agravada;
Após a distribuição, pode o relator negar seguimento ao recurso de forma monocrática, sendo
recorrível por agravo interno, no prazo de 15 dias.
Tutela de urgência – O relator analisará o pedido de tutela de urgência, desde que haja pedido
expresso, vedada a concessão de ofício, não havendo preclusão para o pedido.

ESPÉCIES DE TUTELA DE URGÊNCIA


Efeito Suspensivo – Caberá sempre que a decisão impugnada tiver conteúdo
positivo. Sendo efeito ope judicis, deve demonstrar o preenchimento dos
requisitos do art. 995 do CPC: probabilidade de provimento do recurso e o perigo
de risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação.
- Efeito Ativo – para decisões de conteúdo negativo.

Tutela antecipada recursal – para os casos em que o agravante pretende obter


de forma liminar o que foi negado em primeiro grau de jurisdição. Sendo tutela
antecipada, depende do preenchimento dos requisitos do art. 300 do CPC:
Demonstração da existência de elementos que evidenciem a probabilidade
 do direito;
Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

A decisão que defere ou nega a tutela de urgência é recorrível por agravo


interno no prazo de 15 dias (art. 1.021 CPC)

Intimação do agravado para apresentar contrarrazões – Prazo de 15 dias.
Oitiva do MP, nos casos em que é fiscal da Lei.
Julgamento do agravo.

6.1.4. Agravo de instrumento pendente de julgamento e prolação de sentença


Decisão interlocutória tendo por objeto uma tutela de urgência, a decisão interlocutória será
imediatamente substituída pela sentença que, ao conceder a tutela definitiva, substitui a
provisória. Se houver agravo pendente de julgamento, o relator deverá monocraticamente não
conhecer o recurso, por perda superveniente do objeto (recurso prejudicado) – O STJ entende
pela perda de objeto do agravo de instrumento independente de a sentença ser de
procedência ou de improcedência do pedido. O que interessa é a decisão de cognição
exauriente substituindo a decisão de cognição sumária.
Se a decisão interlocutória for de outra matéria que não a sentença de urgência, o agravo de
instrumento não será afetado com a superveniência de apelação da sentença.
Se a decisão interlocutória for de outra matéria que não a sentença de urgência, exarada a
sentença, não interposto recurso de apelação, há dois posicionamentos:
I – O agravo pendente de julgamento perde o objeto, ante o trânsito em julgado da decisão;

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– Um eventual provimento do agravo de instrumento poderia atingir a sentença,


anulando-a, o que permitiria ao agravo de instrumento desconstituir a decisão transitada
em julgado.
Para Daniel Assumpção, se houver agravo de instrumento pendente de julgamento diante de
sentença não recorrida, o trânsito em julgado deverá ficar suspenso até que seja julgado o
agravo. Se o agravo não for conhecido ou for improvido, a sentença imediatamente transita em
julgado; Se provido e tendo como consequência a anulação da sentença, não há ofensa à tese de
que o agravo não tem efeito rescisório, já que não se operou o trânsito em julgado.

6.2. Agravos contra decisões interlocutórias de segundo grau

6.2.1. Agravo Interno


Cabível contra decisão monocrática proferida pelo relator, hipótese em que o recurso será
cabível para o órgão colegiado.
Procedimento
Na petição inicial o recorrente impugnará especificamente os fundamentos da decisão
agravada;
O agravo será dirigido ao relator, e cabe a ele determinar a intimação do agravado para se
manifestar em 15 dias;
Possibilidade de juizo de Retratação do relator de sua decisão monocrática.
Se não for o caso da retratação, inclusão em pauta de julgamento.
Julgamento.
É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar
improcedente o agravo interno.
Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar
ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da
o
multa prevista no § 4 , à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça,
que farão o pagamento ao final.

6.2.2. Agravo contra a decisão denegatória de seguimento de RESP e REXTR: Inicialmente


retirado do NCPC, foi mantido com a Lei nº 13.256/16.
Prazo de 15 dias, a ser interposto nos mesmos autos principais.
Cabimento: contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento
firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
Procedimento:
A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e
independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de
repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de
sobrestamento e do juízo de retratação
Prazo de 15 dias, devendo ser um agravo para cada recurso recurso inadmitido (REXTR/
RESP);
Intimação do Agravo para contrarrazoar – Prazo de 15 dias.
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Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal
superior competente.

EMBARGOS INFRINGENTES: Embora previsto no CPC/73, O NCPC RETIROU A PREVISÃO DO


RECURSO!

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Pronunciamentos recorríveis: Qualquer decisão judicial (art. 1.022, do NCPC)
STF: há decisões que apontam para o não cabimento dos ED contra decisão proferida pelo
Tribunal de segundo grau que denega o seguimento do REXT, NÃO interrompendo o prazo para a
interposição de outros recursos.

8.1. Vícios que legitimam o ingresso: obscuridade, contradição e omissão (dúvida: não faz mais
parte dos vícios, salvo se processo dos juizados):
Omissão – ausência de apreciação de questões relevantes sobre as quais o órgão jurisdicional
deveria ter se manifestado, inclusive as matérias reconhecíveis de ofício.
- É omissa a decisão que deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento OU
o
incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1 do CPC.

Obscuridade – Falta de clareza e precisão da decisão.


Contradição – Quando houve proposições inconciliáveis entre si.

8.2. Procedimento
Deverá ser interposto no prazo de 05 dias por petição escrita, SALVO nos Juizados Especiais,
quando a parte pode optar pela interposição na forma oral.
Isento de preparo.
Endereçada ao mesmo juízo que prolatou a decisão embargada.
Primeiro se analisam os pressupostos de admissibilidade e depois os de mérito.
Não há, num primeiro momento, prazo para o embargado oferecer contrarrazões, salvo
embargos com efeitos modificativos ou infringentes.

8.3. Efeito interruptivo dos embargos


A interposição de embargos interrompe o prazo recursal para todos os sujeitos processuais.
Nos Juizados especiais, há a suspensão do prazo.

8.4. Embargos de declaração intempestivos: A jurisprudência dos Tribunais Superiores entende


que os embargos de declaração intempestivos não geram o efeito interruptivos

8.5. Reiteração abusiva de embargos de declaração manifestamente protelatórios: Na hipótese


de reiteradas oposições de embargos de declaração manifestamente protelatórios, com o intuito
de travar o andamento do processo, o efeito interruptivo deve ser afastado.
Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a
dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
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Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a


até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido
considerados protelatórios.

8.6. Intempestividade ante tempus – STJ e súmula 418 determinavam que, uma vez interposto
embargos de declaração, o recurso interposto pela parte contrária é intempestivo, posto que
antes do inicio do prazo para a prática do ato (TESE DO RECURSO PREMATURO, fundado na
INTEMPESTIVIDADE ANTE TEMPUS). O STJ NÃO aplicava a preclusão consumativa, permitindo a
parte que recorreu reiterar os termos do recurso interposto.
Com o art. 1.024, §5º, NCPC, se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a
conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do
julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de
ratificação. Assim, atualmente a súmula 418 NÃO possui aplicabilidade.

8.7. Embargos de declaração atípicos – A função típica é melhorar a decisão formalmente, sem
alterações substanciais quanto ao conteúdo. Quando os EDS assumem função atípica, passa a se
exigir o contraditório, com intimação do embargado para a apresentação de contrarrazões, sendo
cabível nesse caso, a propositura de Ação Rescisória, se o contraditório não for observado.
Espécies:
Embargos de declaração com efeito modificativo – Quando o provimento dos EDS gera a
modificação do conteúdo da decisão recorrida, sendo decorrência lógica da possibilidade de
enfrentamento de novas questões no recurso.
Embargos de declaração com efeitos infringentes – Não se limitam à atipicidade dos efeitos
do julgamento dos embargos de declaração. Não será o caso de esclarecimento ou integração,
mas de reforma ou anulação.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


9.1. Diferenças entre o ROC e o REXtr/ REsp:
No ROC não há fundamentação vinculada;
Não se exige prequestionamento do ROC;
A devolução do ROC é ampla, abrangendo matéria de direito e de fato.
9.2. ROC X APELAÇÃO
Semelhanças:
Prazo de 15 dias;
Mesmo procedimento dividido em juízo a quo e ad quem;
Mesmos efeitos.
Diferenças:
NÃO cabe recurso adesivo de ROC;
NÃO cabe embargos infringentes de julgamento NÃO unânime de ROC;
Apelação segue o procedimento do CPC, e o ROC, o RI do Tribunal Superior.

9.3. Cabimento
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Causas Internacionais – Contra sentença proferida em processo em que forem partes, de um


lado, organismo internacional ou Estado Estrangeiro, e de outro Município Brasileiro ou pessoa
residente e domiciliada no Brasil, seja PF ou PJ => Seguirá em 1º grau na JF e, proferida
sentença, caberá ROC.
STJ – Admite a fungibilidade, com recebimento da apelação como ROC.

Mandado de Segurança – Cabe ROC contra decisão de ÚNICA INSTÂNCIA denegatória (tanto
denegação da ordem como decisão terminativa) do MS, sendo competente:
 STF: Acórdão de Tribunais Superiores e STJ;
STJ: Acórdão de Tribunal de segundo grau.
Eventual decisão de Tribunal que julga MS em sede recursal NÃO é recorrível por
recurso ordinário, mas por RESP ou REXTR, sendo erro grosseiro a troca de um
recurso pelo outro, afastando a fungibilidade (STJ).

ROC em habeas data e HC - decisão de ÚNICA INSTÂNCIA denegatória (tanto denegação da


ordem como decisão terminativa) do MS, pelo STF, devendo a decisão denegatória ter sido
proferida por um dos Tribunais Superiores.

Referências Bibliográficas:
Daniel Assumpção. Manual de Direito Processual Civil.

DIREITO TRIBUTÁRIO

7 Crédito tributário. 7.1 Constituição de crédito tributário. 7.2 Lançamento. 7.3 Modalidades de
lançamento. 7.4 Suspensão do crédito tributário. 7.5 Extinção do crédito tributário. 7.6
Exclusão de crédito tributário. 7.7 Garantias e privilégios do crédito tributário

1. Conceitos Iniciais:
Obrigação tributária: Quando verificada no mundo dos fatos situação definida em lei como
fato gerador de tributo, nasce a obrigação tributária.
Crédito tributário: É o momento de exigibilidade da relação jurídico- tributária, e nasce com o
lançamento tributário (“obrigação tributária em estado ativo”).
Lançamento tributário: É o instrumento que confere a exigibilidade à obrigação tributária,
quantificando-a e qualificando-a; Já o crédito tributário é a obrigação tornada líquida e certa pelo
lançamento.

ATENÇÃO: O crédito tributário NÃO surge com o fato gerador, mas é constituído com o
lançamento, procedimento oficial para declarar formalmente a ocorrência do fato gerador,
definir os elementos materiais da obrigação tributária (alíquota e base de cálculo), calcular o
montante devido e indicar o sujeito passivo:

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário


pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
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calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo Único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob
pena de responsabilidade funcional.

2. Lançamento tributário

Funções do lançamento:
Verificar a ocorrência do fato gerador;
 Determinar a matéria tributável (aferição do na debeatur)
Calcular o montante do tributo devido (na debeatur): Torna o crédito tributário líquido e
 exigível
 Identificar o sujeito passivo;
Propor, se for o caso, a penalidade cabível.

Natureza Jurídica do Lançamento

Primeira Corrente – Declaratória: Aplicável para aqueles que entendem que o surgimento
do crédito tributário ocorre no exato momento do fato gerador, e o lançamento apenas
 tornaria líquido e certo um crédito já existente.
Segunda Corrente – Constitutiva: Não existe crédito tributário antes do lançamento.

CONCLUSÃO: O lançamento possui natureza jurídica constitutiva em relação ao crédito
tributário. Entretanto, possui natureza declaratória em relação à obrigação tributária.

ATENÇÃO:

Hipótese de Incidência + Fato Gerador = Obrigação Tributária


Obrigação Tributária + Lançamento = Crédito Tributário

Lançamento é procedimento ou ato administrativo?

Para o art. 142 do CTN: O lançamento é um PROCEDIMENTO administrativo. Utilizar a


 interpretação literal para provas objetivas!
Maioria da doutrina: Entende que o lançamento é um ato administrativo, embora seja
resultante de um procedimento administrativo.

Competência para lançar: Segundo o art. 142 do CTN, a competência para lançar é PRIVATIVA
(exclusiva) da autoridade administrativa, sendo tal competência indelegável e insuscetível de
avocação.
* Atenção:
A exclusividade da competência vincula até mesmo o juiz, que NÃO pode lançar nem
 corrigir lançamento realizado pela autoridade administrativa!
O STJ tem considerado válidas as previsões legais de que a elaboração de declaração pelo

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sujeito passivo, informando um débito, importe por si só a constituição do crédito


tributário, ainda que não haja o pagamento pelo devedor, independente de outra
providência da administração.

Legislação aplicável ao lançamento:


Legislação material relativa à multa: aplica-se ao lançamento a lei mais favorável ao infrator,
dentre aquelas que tiveram vigência entre a data do fato gerador e a data do lançamento,
ainda se garantindo ao contribuinte o direito de aplicar legislação mais favorável surgida
 posteriormente, desde que não haja coisa julgada ou extinção do crédito.
Legislação material relativa ao tributo: aplica-se a lei que estava em vigor no momento da
ocorrência do fato gerador, mesmo que tal legislação já tenha sido modificada ou
revogada, ou seja desfavorável ao contribuinte.

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e


rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

Legislação formal: É um conjunto de regras que determina o procedimento para lançar


(competência, modo de documentar, prazos etc.). Quanto a esse tipo de norma, são
aplicáveis ao lançamento as que estiverem em vigor no momento da realização do
procedimento de lançamento (tempus regit actum).

Art. 144, § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do


fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

f) Taxa de câmbio aplicável ao lançamento:

Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em
moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do
dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Alteração do lançamento: Após a formalização do lançamento, a autoridade administrativa


deve comunicar oficialmente o sujeito passivo para que este pague ou impugne. É a comunicação
ao contribuinte que confere efeitos ao lançamento. No entanto, é possível alterá-lo nas seguintes
hipóteses:
Impugnação do sujeito passivo;
Recurso de ofício;
Iniciativa de ofício da autoridade administrativa.

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em
virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
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- iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

Erro de direito e alteração de lançamento:

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão


administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no
exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito
passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

* Atenção: Erro de direito não é necessariamente erro, pode ser uma mudança de entendimento.
Se a administração tributária vinha aceitando como correta a adoção de determinada
interpretação, não pode posteriormente, com base em novos critérios, alterar o entendimento de
forma retroativa para a revisão de lançamentos já efetuados.

i) Modalidade de lançamento:

Lançamento de ofício ou direto: A autoridade fiscal diretamente procede ao lançamento do


tributo, sem colaboração relevante do devedor.

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
- quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos
do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido
de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o
preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido
na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada,
no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade
especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o
direito da Fazenda Pública.

ATENÇÃO: Todos os tributos podem vir a ser objeto de lançamento de ofício, quer por serem
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genuinamente, ou para se suprir alguma omissão ou incorreção.

Lançamento por declaração ou misto: É efetuado com base em declaração do sujeito passivo
ou de terceiro. A formulação de declarações configura obrigação tributária acessória.

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de


terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a
reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se
funde, e antes de notificado o lançamento.
2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de
ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

Atenção:
NÃO confundir lançamento por declaração com lançamento em cuja sistemática existe
 uma declaração (Ex: Imposto de renda – Lançamento por homologação).
Retificação da declaração: O CTN admite a retificação da declaração por iniciativa do
declarante, com o objetivo de reduzir ou de excluir tributo, desde que seja mediante:
 o Comprovação do erro em que se funde; e
o Antes de notificado o lançamento ao sujeito passivo.

Art. 147, § 1º. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise
a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se
funde, e antes de notificado o lançamento.

NÃO é possível ao contribuinte alterar declaração para mudar uma opção que veio a se
 mostrar desfavorável.
Erros manifestos podem ser corrigidos de ofício pela Administração tributária:

Art. 147 § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados
de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

Lançamento por homologação: O sujeito passivo antecipa o pagamento do tributo, e cabe ao


FISCO homologar o que foi realizado. É com a homologação, e não com o pagamento, que o
crédito tributário se considera extinto. Logo, antes da homologação, o crédito tributário é
extinto sob condição resolutória.

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

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A homologação pode ser:


Expressa: Quando o FISCO se manifestar expressamente;
 Tácita: Quando o FISCO deixar escoar o prazo legal para a homologação expressa.
Prazo para homologar: Se a lei específica não fixar outro prazo, ele será de cinco anos, contados
do fato gerador e será considerado homologado após esse prazo, salvo a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação:

4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência
do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

ATENÇÃO:
STJ: NÃO é possível a constituição do crédito tributário com base em documento de
confissão de dívida tributária apresentado, para fins de parcelamento, após o prazo
 decadencial do art. 173, I CTN.
STJ: É irregular a notificação de lançamento que vise a constituir crédito tributário em que
 NÃO conste o prazo para a apresentação de defesa administrativa.
Leandro Paulsen: Quando o contribuinte preenche o DARF e efetua o pagamento do
tributo, ou quando preenche a guia de depósito administrativo ou judicial, buscando
suspender a exigibilidade do tributo, está a formalizar a certeza, existência e liquidez do
crédito, indicando tributo, competência e valor. Nesses casos, é desnecessário que haja
lançamento de ofício quanto ao valor pago ou depositado, NÃO se falando em decadência
 de tais valores.
STJ: Quando compete ao contribuinte o pagamento antecipado do tributo e este não o faz,
mas cumpre a obrigação tributária acessória de entrega da declaração reconhecendo o
débito fiscal, haverá a constituição do crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência pelo FISCO => SÚMULA 436 STJ.

ATENÇÃO – Crédito tributário:


Crédito exequível (exequibilidade): Pode ser executado em juizo, desde que
 inscrito em dívida ativa;
Crédito exigível (exigibilidade): Pode ser exigido administrativamente do
contribuinte, a partir do lançamento.

IV) Lançamento por arbitramento: São os casos onde o valor que vai servir como base de cálculo
para a constituição do crédito tributário vai ser determinado com base em uma prudente e
razoável suposição da autoridade administrava.
Não é valor arbitrário, mas sim valor arbitrado. A autoridade administrativa deve deflagrar um
procedimento para encontrar um valor que a experiência e o bom senso demonstrem ser o que
comumente se verifica.
Esse procedimento é utilizado para os casos em que o sujeito passivo não faz a declaração ou
informa valores absolutamente irreais. Assim, na falta da informação prestada pelo sujeito
passivo, a autoridade administrativa arbitra um valor prudente.

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Atenção: Não se trata de uma quarta modalidade de lançamento, sendo apenas uma técnica
para definir a base de cálculo, para que se proceda ao lançamento. É um método substitutivo
de apuração, consiste em fiscalização indireta/ aferição indireta.
- O arbitramento é realizado ANTES do lançamento, permitindo que a Fazenda desconsidere
valores declarados pelo sujeito passivo, adotando para o bem um valor de base de cálculo
compatível com a prática do mercado.
- Hipóteses:
 Inidoneidade do valor declarado;
Omissão do valor declarado.
O arbitramento gera presunção relativa, devendo ser assegurado o contraditório e a ampla
defesa para, ao final, a autoridade calcular o montante do tributo, realizar o lançamento e
notificar o sujeito passivo.

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou
o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

MODALIDADES DE LANÇAMENTO E AUTONOMIA


Não há qualquer norma geral no direito brasileiro que determine que tributos
específicos sejam necessariamente lançados de oficio, por declaração ou por
homologação, sendo possível que determinado ente preveja na legislação local a
realização dos lançamentos dos seus tributos na modalidade que eventualmente
entender mais conveniente.

Suspensão do crédito tributário: são casos onde a possibilidade de promoção de atos


de cobrança por parte do fisco fica suspensa.
Art. 151. SUSPENDEM a exigibilidade do crédito tributário:
I - MOratória;
II - o DEpósito do seu montante integral;
- as REclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV - a COncessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial;
VI – o PArcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
consequentes.

Dica para decorar: MO DE RE CO PA


O rol do art. 151 é taxativo ou exemplificativo? É rol TAXATIVO. O art. 141 fala que o crédito
tributário regularmente constituído só tem sua exigibilidade suspensa nos casos previstos no
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próprio CTN. E mais, o art. 111, I determina a aplicação de interpretação restritiva aos casos de
suspensão de exigibilidade.
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário e lançamento: mesmo com a exigibilidade
suspensa, a administração tributária pode, e deve, sob pena de decadência, lançar e constituir o
crédito tributário. Perceba, o que fica suspensa é a exigibilidade do crédito tributário e não a
possibilidade de constituir o crédito tributário.
- A jurisprudência vem admitindo a realização do lançamento pela Administração ainda que exista
causa suspensiva de exigibilidade do crédito tributário. O objetivo não é impedir a sua
constituição, mas a própria execução fiscal, quanto à contagem da prescrição, enquanto sua
exigibilidade encontrar-se suspensa. Com a constituição do crédito tributário, evita-se a
ocorrência da decadência.
- A suspensão do crédito tributário NÃO implica a suspensão do cumprimento das obrigações
acessórias.

Causas de suspensão:

I. Depósito do montante integral: É ato voluntário do sujeito passivo da relação tributária que
pretenda suspender a exigibilidade do crédito tributário, sendo comum na via judicial e raro na
administrativa.
O depósito pode ser anterior ou posterior à constituição definitiva do crédito tributário.
É um direito subjetivo do sujeito passivo, mas deve abranger: TRIBUTO + JUROS + MULTAS
O depósito suspensivo será INTEGRAL e EM DINHEIRO (vide súmula 112 STJ), sendo legítimo não
o montante tido como correto pelo contribuinte depositante, mas o que contempla o importe
desejado pelo FISCO.
A opção pelo depósito pode se dar até nos casos em que tenha havido a suspensão do crédito
tributário por outro meio.
Ao término da demanda, pode haver duas situações:
Contribuinte vitorioso: Levantamento do depósito.
STJ: Sendo vitorioso o contribuinte, é devido o levantamento, NÃO sendo lícito ao FISCO
apropriar-se de tal depósito a pretexto de existir outras dívidas do contribuinte oriundas
 de outros tributos.
 Contribuinte perdedor: Conversão do depósito em renda e extinção do crédito tributário.
Extinção do feito SEM resolução do mérito: o depósito deve ser convertido em renda,
 exceto:
 o Se o tributo for claramente indevido. Ex: ADI;
o Se a Fazenda Pública litigante NÃO for titular do crédito.

O depósito NÃO é pressuposto para a discussão judicial do débito, já que nenhuma lesão ou
ameaça de lesão pode ser afastada do Judiciário.

Reclamações e recursos no processo administrativo fiscal: É a possibilidade de suspensão do


crédito tributário pela via não judicial da litigiosidade.
- A suspensão é efeito automático da defesa tempestiva apresentada no
PAF; - NÃO exige custas.
- Enquanto perdurar a discussão administrativa, o crédito tributário fica suspenso, NÃO sendo
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possível a propositura de ação de execução fiscal.


PAULSEN: A apresentação de defesa administrativa intempestiva NÃO enseja a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, nem a suspensão da prescrição.
A MP 1.621-30/97 previu a necessidade do depósito de 30% do montante atualizado da dívida
como condição ao protocolo do recurso à segunda instância administrativa fiscal (depósito
recursal). Em 2007, o STF reviu posição anterior (acerca da constitucionalidade) e afastou a
exigência do depósito recursal, pelos seguintes argumentos:
 Violação ao princípio da isonomia.
Violação à garantia do contraditório e da ampla defesa, e, por conseguinte ao devido
 processo legal.
Violação à reserva de lei complementar para disciplinar as normas gerais em matéria
 tributária.
Violação à regra que assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o
direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra a ilegalidade ou
abuso de poder.

Súmula Vinculante 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula nº 373 STJ. É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de


recurso administrativo.

Concessão de liminar em mandado de segurança e em outras ações judiciais: Para o STJ, a


medida liminar em mandado de segurança suspende a exigibilidade do crédito tributário,
independentemente do depósito do tributo controvertido; se o juiz condiciona a concessão da
medida liminar à realização do depósito, está, na verdade, indeferindo a medida liminar.
- Ainda que subsistam os efeitos da antecipação, é VEDADA a expedição de ordem para impedir a
autoridade fiscal de promover o lançamento tributário, já que o perigo da demora NÃO pode
acarretar perigo ao FISCO.

IV. Moratória: É a dilação do prazo para pagamento do tributo.


Pode ser concedida por lei (quando em caráter geral) ou por ato administrativo declaratório do
cumprimento de requisitos previstos em lei (quando em caráter individual).
Deve ser concedida em lei ordinária (NÃO se exige lei específica), permitindo-se ao sujeito
passivo que pague o tributo em cota única (ou parcelada) de modo apropriado.
Espécies de moratória:

Moratória em caráter geral: A lei objetivamente dilata o prazo para pagamento do


tributo, beneficiando a generalidade dos sujeitos passivos, sem a necessidade da
comprovação de alguma característica pessoal especial. Esse tipo de moratória gera
 direito adquirido. Por sua vez, pode ser:
o Moratória autônoma: O próprio ente competente para a instituição do tributo
dilata o prazo. O CTN exige que a dilação do prazo de tributos estaduais e
municipais seja acompanhada por medidas idênticas para tributos federais e até
para obrigações de direito privado (contratos, inclusive entre particulares).
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Moratória heterônoma: Quando a união concede moratória em relação a tributos


de competência alheia (dos estados e municípios). Art. 152, I, “b” do CTN.
Moratória em caráter individual: A lei restringe a abrangência do benefício a
determinadas pessoas que demonstrem preencher determinados requisitos. Dessa forma,
o gozo da moratória dependerá de pedido do sujeito passivo e de ato administrativo que
declare que o sujeito passivo preenche os requisitos exigidos pela lei. Esse tipo de
moratória NÃO gera direito adquirido.

Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:


I - em caráter geral:
pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência
federal e às obrigações de direito privado;

MORATÓRIA X PARCELAMENTO
Moratória:
É medida excepcional, que somente pode ser aplicada em hipóteses excepcionais
 que dificultem o correto adimplemento dos tributos.
Livra o sujeito de qualquer penalidade pecuniária, até mesmo juros.

Parcelamento
É medida corriqueira, opção de política tributária que visa recuperar créditos
 de contribuintes inadimplentes.
Incidem juros e multas.


Requisitos para a concessão da moratória (art. 153 CTN):
Obrigatórios:
 Prazos
 Condições
Facultativos:
 Indicação dos tributos
 Número de prestações e vencimentos
Garantias a serem oferecidas.

A moratória aplica-se a créditos já definitivamente constituídos, ou sujo lançamento já tenha se


iniciado. Se houver lei que discipline de modo contrário, no entanto, a moratória poderá alcançar
tributos de lançamento direto, os de lançamento misto ( por declaração) e os por homologação
(autolançamento).
STJ: Considera que a entrega de declaração pelo contribuinte (DCTF), com valores corretamente
declarados, já se configura com exigibilidade bastante para a imediata inscrição em dívida ativa e
consequente propositura de execução fiscal, prescindindo de lançamento formal. Nesse caso, a
aplicabilidade da moratória se torna imediata, NÃO havendo necessidade de a lei dispor de modo
diverso quanto à sua aplicabilidade.

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A moratória individual NÃO gera direito adquirido, podendo ser anulada.


Concedida a moratória, o prazo prescricional fica suspenso, SALVO se o sujeito passivo tiver
agido com dolo, submetendo-se ao pagamento de juros + multa.
Se a União conceder moratória, poderá definir, por lei, que essa moratória se aplique apenas a
determinada região do país.
Créditos abrangidos pela moratória: somente abrange créditos definitivamente constituídos ou
cujo lançamento já tenha sido iniciado aquela data por ato regularmente notificado ao sujeito
passivo.

Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos
definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito
passivo.
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do
sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

- Moratória individual e direito adquirido:

Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será
revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a
concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou
de terceiro em benefício daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo único. No caso do inciso I (dolo ou simulação) deste artigo, o tempo decorrido
entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição
do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode
ocorrer antes de prescrito o referido direito.

V. Parcelamento: É medida de política fiscal que visa recuperar créditos.

Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei


específica.
o
1 Salvo disposição de lei em contrário, O PARCELAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO
EXCLUI A INCIDÊNCIA DE JUROS E MULTAS
o
2 Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à
moratória.
o
3 Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do
devedor em recuperação judicial.
o o
4 A inexistência da lei específica a que se refere o § 3 deste artigo importa na aplicação
das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial,
não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal
específica.

160

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O deferimento do pedido é ato discricionário da autoridade administrativa, subordinando ao


exame de matéria fática.
STJ: O parcelamento reveste-se de natureza de moratória.
STJ: O parcelamento NÃO é forma de pagamento e, por isso, NÃO se aplica o benefício da
denúncia espontânea.
Lei específica ordinária de cada ente federado disporá sobre as condições de parcelamento dos
créditos tributários do devedor em RJ.
É inconstitucional cláusula de parcelamento que determine a renúncia à discussão judicial dos
débitos tributários.
A concessão de parcelamento impede o encaminhamento ao Ministério Público de
representação fiscal para fins penais relativos aos crimes contra a ordem tributária.

4. Extinção do crédito tributário:

Art. 156. EXTINGUEM o crédito tributário:


I - o pagamento;
- a compensação;
III - a transação; IV
- remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens Imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito
sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos
artigos 144 e 149.

O rol do art. 156 é taxativo ou exemplificativo? Da mesma forma que para os casos de
suspensão, o art. 141 do CTN aponta no sentido da TAXATIVIDADE da lista.
- STF: Passou a entender que os Estados, Municípios e Distrito Federal podem estabelecer outros
meios NÃO previstos expressamente no CTN de extinção dos seus créditos tributários, máxime
porque podem conceder remissão, e quem pode o mais pode o menos (ADI 2405 MC)
Hipóteses de extinção do crédito tributário:

I. Pagamento: É modalidade direta de extinção do crédito tributário, prescindindo de autorização


legal.
Em regra, deve ser feito em dinheiro, mas o art. 162 CTN prevê também em cheque, vale postal,
processo mecânico ou dação em pagamento.
A imposição de penalidade NÃO dispensa o pagamento integral do tributo devido.
O pagamento parcial de um CT NÃO importa presunção de pagamento das demais parcelas em
161

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que ele se decomponha.


O pagamento total de um crédito tributário NÃO resulta presunção de pagamento de outros
créditos tributários, referentes ao mesmo ou a outro tributo (vide art. 158 CTN).

Diferenças do pagamento no direito civil e no direito tributário:

Art. 158. O pagamento de um crédito NÃO importa em presunção de pagamento:


I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;
- quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.

No Direito tributário, o pagamento parcial de um crédito não importa presunção de pagamento


das prestações em que se decomponha, diferentemente do que ocorre no âmbito civil. No
pagamento total também não há presunção em relação a outros créditos referentes ao mesmo
ou a outros tributos.
Não se aplica a presunção civilista segundo a qual se o pagamento for em prestações, o
pagamento da última presume o pagamento das anteriores.

Local e prazo para pagamento: As obrigações tributárias são sempre portáveis, de modo que o
devedor é quem deve procurar o credor para pagar.
Se não houver regra específica, o vencimento do crédito ocorre 30 dias após a data em que se
considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Isso não se aplica ao lançamento por
homologação, pois, nesta modalidade de constituição do crédito, o pagamento deve ser feito
antecipadamente, não havendo que se falar em notificação do lançamento.

Efeitos da mora em direito tributário: Os efeitos da mora são automáticos (mora ex re), sendo
desnecessário ao FISCO tomar qualquer providência para constituir o devedor em mora.

Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja
qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e
da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.

As legislações têm previsto que os juros de mora incidem somente a partir do primeiro dia do
mês seguinte a tal data. No que concerne a multa de mora, contudo, a previsão tem sido a
incidência a partir do dia seguinte do vencimento.

Procedimento administrativo de consulta e fluência de juros: A consulta é procedimento


administrativo de satisfação de dúvidas quanto à legislação tributária, formulada pelo
contribuinte ao FISCO. O consulente de boa-fé responde apenas pelo tributo + correção
monetária (NÃO se cobram juros moratórios ou multa).
O art. 161, §2º, do CTN prevê que enquanto pendente consulta formulada pelo sujeito passivo,
dentro do prazo para pagamento, não fluirão os juros nem é possível a aplicação de penalidade.
Não se trata de mais uma hipótese suspensiva de exigibilidade, pois o rol é taxativo. Logo, a
consulta NÃO suspende a exigibilidade do crédito tributário, mas apenas impede a fluência de
juros e multa enquanto pendente a análise.

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Imputação em pagamento: Ocorre quando o mesmo sujeito passivo tem mais de um débito
perante o mesmo sujeito ativo, e valor insuficiente para pagar todos os débitos. Assim, caberá
à autoridade administrativa determinar a imputação, obedecidas as regras do art. 163, CTN:

Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito
passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a
AUTORIDADE ADMINISTRATIVA competente para receber o pagamento determinará a
respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria e em segundo lugar aos
decorrentes de responsabilidade tributária;
- primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos
impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.

Critérios:
1º - Créditos em que o sujeito passivo está na condição de contribuinte, em
detrimento daqueles em que o mesmo comparece na condição de responsável;
2° - Contribuições de melhoria, taxas e os impostos;
3º - Ordem crescente do prazo de prescrição;
4º - Ordem decrescente do montante devido.

Pagamento indevido e repetição do indébito: Quando um pagamento foi considerado


indevido ou maior do que o devido, o direito à restituição independe de prévio protesto.

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à


restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento,
ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face
da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato
gerador efetivamente ocorrido;
- erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo
do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo
ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Se pago tributo a maior, o contribuinte tem direito à restituição, sem qualquer empecilho
imposto pelo FISCO, sob pena de configurar o locupletamento ilícito.
O pagamento indevido ou a maior será restituído, independente de provas abundantes, sendo
suficiente a apresentação da guia de recolhimento.
O particular NÃO está obrigado a postular na via administrativa para, só então, recorrer à via
judicial => STJ: O prazo prescricional para a repetição de indébito NÃO se interrompe ou
suspende em face de pedido formulado na seara administrativa.

163

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Restituição de tributo indireto: Os Tributos indiretos são os que permitem transferência do


seu encargo econômico para uma pessoa diferente da estabelecida em lei. Para a restituição
nos tributos diretos, basta a prova do pagamento indevido. Para os tributos indiretos, a
 restituição ocorre se demonstradas as seguintes condições:
Quando o contribuinte de direito comprovar que não transferiu o encargo financeiro
do tributo;
Quando o contribuinte de direito estiver expressamente autorizado pelo contribuinte
de fato a receber a restituição.

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado
recebê-la.

Restituição de juros e multa:

Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma


proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações
de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição.
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado
da decisão definitiva que a determinar.

Súmula 188 do STJ: Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a
partir do trânsito em julgado da sentença.

Súmula 162 do STJ: Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir
do pagamento indevido.

Conclusão:
 Juros de mora: Devidos a partir do trânsito em julgado;
Correção Monetária: Devida a partir do pagamento indevido.

Prazo para pleitear a restituição:

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco)
anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário;
- na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado,
revogado ou rescindido a decisão condenatória.

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o
disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:

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I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face


da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;
- erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo
do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo
ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Nos casos em que notoriamente a Fazenda Pública é contrária ao pleito que o contribuinte
deseje formular, é possível ao sujeito passivo ajuizar a ação de repetição de indébito mesmo sem
anterior pleito administrativo. Nesse caso, surgem duas situações:

Para submeter a matéria diretamente ao judiciário: O contribuinte possui o prazo de 5


anos, o mesmo disponível para formular o pleito administrativamente.
Se o contribuinte optar por formular o pleito inicialmente na via administrativa e o
mesmo vier a ser indeferido: O prazo para buscar, no judiciário, a anulação da decisão
administrativa será de apenas dois anos (art. 169, CTN).

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar
a restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial,
recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao
representante judicial da Fazenda Pública interessada.

Compensação: É modalidade extintiva, quando se é credor e devedor ao mesmo tempo =>


Pressupõe créditos e débitos recíprocos.
- Depende de lei e não pode ser realizada de ofício pelo contribuinte.
- A lei ordinária que disciplinar o regime da compensação NÃO pode estabelecer condições e
restrições que inviabilizem ou inibam a plena e integral compensação.
- Efeitos da compensação:
 Função liberatória das obrigações
Os juros deixam de fluir
 Os acessórios extinguem-se com os créditos
A prescrição NÃO se consuma
Impede a ocorrência de mora do devedor.

Art. 170. A LEI pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra
a Fazenda pública.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os
efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução
maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer
entre a data da compensação e a do vencimento.

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Em direito tributário, o valor do crédito que o particular quer compensar com o crédito tributário
deve ser líquido, certo e em dinheiro. Todavia, é possível a compensação de crédito ainda não vencido
(vincendo). No entanto, somente pode ser vincendo o valor que a Fazenda Pública deve ao sujeito
passivo do tributo, jamais o crédito tributário, que deve sempre estar vencido.
O contribuinte pode optar pela compensação ou pela restituição via precatório no caso de
indébito:

Súmula 461 do STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por
compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em
julgado.

De acordo com o art. 170-A do CTN, a compensação só pode ser efetivamente realizada com o
trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Inclusive, conforme súmula 212 do STJ, a
compensação de créditos tributários NÃO pode ser deferida por medida liminar cautelar ou
antecipatória.
O STJ sumulou o entendimento relativo à idoneidade do mandado de segurança como meio
para a declaração de direito a compensação tributária:

Súmula 213 do STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do
direito à compensação tributária.

Súmula 460 STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação


tributária realizada pelo contribuinte.

Conclusão:
É possível utilizar o mandado de segurança para DECLARAR o direito à compensação
tributária;
NÃO é possível utilizar o mandado de segurança para CONVALIDAR compensação já
realizada pelo sujeito passivo.

Transação: É o negócio jurídico em que as partes, mediante concessões mútuas, extinguem


obrigações, prevenindo ou terminando litígios.
- Em Direito Tributário, NÃO existe a transação preventiva, e só pode ser celebrada com base em
lei autorizativa.

Art. 171. A LEI pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em
determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada
caso.

IV. Remissão: É a dispensa gratuita da dívida, feita pelo credor em beneficio do devedor.
- Em Direito Tributário, somente pode ser concedida por lei específica.

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Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário atendendo: I - à situação
econômica do sujeito passivo;
- ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de
fato; III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de equidade em relação com as características pessoais ou materiais do
caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-
se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Algumas regras da remissão:

A concessão de remissão em caráter individual não gera direito adquirido e será revogada
de ofício, sempre que se apure que o beneficiário não satisfazia ou deixou de satisfazer as
condições ou não cumpriu ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor.
No caso de revogação, sempre será cobrado o tributo e os juros de mora.
Se o beneficio foi obtido com dolo ou simulação do beneficiário, ou de terceiro em favor
daquele, haverá cobrança da penalidade pecuniária. Além disso, o tempo decorrido entre
a concessão da remissão e sua revogação não será computada pera afeito da prescrição
do direito de cobrança do crédito.
Se não houve dolo ou simulação, não haverá cobrança de penalidade pecuniária e a
revogação só pode ocorrer antes de prescrito o direito a cobrança do crédito.

V. Decadência: Com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária. Com o


lançamento, a obrigação é tornada líquida e certa, surgindo o crédito tributário. O prazo para que
a administração tributária, por meio da autoridade competente, promova o lançamento é
decadencial. O prazo para que se ajuíze a ação de execução fiscal é prescricional.
- Logo: Operada a decadência, tem-se por extinto o direito de lançar. Verificada a prescrição, tem-
se impossibilitado o manejo da execução fiscal.
O lançamento é o marco que separa, na linha do tempo, a prescrição da decadência:
Antes do lançamento: conta-se o prazo decadencial.
Quando o lançamento validamente realizado se torna definitivo: não mais se fala em
decadência, passando a contar-se o prazo prescricional para a propositura da ação de
 execução fiscal.
A decadência é forma de extinção do CT. Logo, uma vez extinto o direito, NÃO pode ele ser
reavivado por qualquer sistemática de lançamento ou autolançamento, seja via documento de
confissão de dívida, declaração de débitos ou outra espécie qualquer.

PRAZOS - REGRAS DA DECADÊNCIA:


Regra Geral: O direito de a fazenda pública constituir o crédito tributário
extingue-se após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte aquele
em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário

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extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício


seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;

Regra da antecipação de contagem: O direito de lançar se extingue


definitivamente com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data em que
tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito
passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.

Art. 173 Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em
que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação,
ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao
lançamento.

3) Anulação do lançamento por vício formal:

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário


extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
- da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

OBS: Se já iniciado o prazo decadencial pelo art. 173, I, CTN, NÃO se aplica a regra
em questão => A regra só opera efeitos para antecipar o prazo decadencial, e NÃO
para interromper.

Lançamento por homologação:


Regra: Dia do fato gerador (art. 150, §4º, CTN). Se foi realizado um
pagamento, a Fazenda Pública tem o prazo de cinco anos, contados da data
do fato gerador, para homologar tal pagamento expressamente ou realizar
eventual lançamento suplementar de ofício, a contar da ocorrência do fato
gerador:

4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública
se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente
extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Dolo/ fraude/ simulação: 1º dia do exercício seguinte a que o tributo
 deveria ter sido lançado (art. 173, I);
Quando não houver pagamento: 1º dia do exercício seguinte (art. 173, I,
CTN).

=> Nos lançamentos por homologação:


HOUVE PAGAMENTO ANTECIPADO?
 NÃO: Aplica-se o a rt. 173, I, CTN;
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 SIM : Houve dolo, fraude ou simulação?


SIM: Incide o Art. 173, I, CTN;
NÃO: Incide o Art. 150, §4º, CTN.

Súmula 555 do STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo


decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se
exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a
legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa.

ATENÇÃO – TESE DOS 5 + 5 (SUPERADA): O STJ entendia que seria possível


acumular o prazo do art. 173 com o art. 150, §4º CTN (TESE DOS 5+ 5), de modo
que, para tributos com lançamento por homologação, o prazo de cinco anos, a
contar do fato gerador, é cumulado com os 5 anos a contar do primeiro dia do
exercício seguinte a que o tributo poderia ter sido efetuado. O STJ se manifestou
posteriormente, abandonando a tese dos 5+5, sendo inacumulável o prazo dos
dispositivos legais.

ATENÇÃO: Se o tributo foi declarado e não pago, não há que se falar em decadência, pois o
crédito tributário estará constituído pela própria declaração de débito do contribuinte, sendo
possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de execução fiscal.
Inclusive, conforme entendimento sumulado pelo STJ, se o contribuinte elabora as declarações
informando débitos não pagos, há a constituição do crédito tributário e não há que se falar em
decadência:

Súmula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

CONCLUSÃO: Na sistemática do lançamento por homologação, se houver a declaração do débito


sem o correspondente pagamento na data do vencimento, serão verificados os seguintes efeitos:
Início da contagem do prazo prescricional;
Possibilidade de imediata inscrição do declarante em dívida ativa;
Impossibilidade de o declarante gozar dos benefícios da denúncia espontânea.
Legitimidade da recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de
negativa.

Decadência e contribuições para a seguridade social: O art. 45 da Lei 8.212/91 estipula um prazo
decadencial de dez anos para a realização do lançamento das contribuições para o financiamento da
seguridade social. Ocorre que o art. 45 foi declarado formalmente inconstitucional pelo STF, ao
fundamento de que cabe à LEI COMPLEMENTAR (e não à lei ordinária) dispor sobre normas gerais em
matéria de prescrição e decadência tributária. E editou a súmula vinculante nº 8:

Súmula Vinculante 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº

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1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e


decadência de crédito tributário.

VI. Prescrição: Opera-se quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legalmente estipulado, a
ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito tributário. Segundo o art. 174
do CTN, o prazo de prescrição é de cinco anos, iniciando sua contagem da DATA DA
CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA do crédito tributário.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados
da data da sua constituição definitiva.

Interrupção da prescrição:

Art. 174 Parágrafo único. A prescrição se interrompe:


I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
I - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor.
STJ: A interrupção retroage à data da propositura da ação (art. 219, §1º, do CPC), aplicável em
matéria tributária. O despacho de citação interrompe, inclusive em relação aos sócios gerentes.

Suspensão da prescrição: Nos casos de suspensão, o prazo fica sem fluir durante o tempo em
que durar a respectiva causa e, cessada esta, volta ao seu curso apenas pelo que lhe faltava.
O CTN não prevê expressamente as hipóteses de suspensão da fluência do prazo prescricional.
Entretanto, em todos os casos em que a exigibilidade do crédito tributário está suspensa também
estará suspenso o respectivo prazo prescricional.
Por fim, a LEF, no seu art. 40 trouxe mais um caso de suspensão:

Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o
prazo de prescrição.
1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial
da Fazenda Pública.
2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão
desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
o
4 Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz,
depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.

Com a Lei de Execuções Fiscais, admitiu-se como aplicável a suspensão do prazo prescricional
por um ano, enquanto estiver suspenso o curso do processo de execução em virtude de não
serem encontrados o devedor ou bens sobre os quais possa recair a
170

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Súmula 314 do STJ: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o
processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA E OS LANÇAMENTOS POR HOMOLOGAÇÃO


QUADRO RESUMO:
Pagamento efetuado pelo contribuinte: Após entrega da declaração, em
valor suficiente e correto, ocorre a homologação tácita, extinguindo o
crédito tributário. Não haverá prescrição ou decadência.
Devendo declarar, declara e não paga: NÃO há prescrição, pois não houve
constituição do crédito, mas apenas decadência.
Quando NÃO há pagamento ao FISCO de valor corretamente declarado: o
STF/STJ entendem que a constituição definitiva do crédito tributário, para
fins de prescrição, ocorrerá no momento da entrega da declaração.
Será dispensável o lançamento pela autoridade fazendária, situação que
elide a necessidade de constituição formal do débito pelo FISCO, NÃO
sendo o caso de decadência, mas de prescrição.
Consequências:
 Autorização para inscrição em dívida ativa;
 Fixação do termo a quo da prescrição
Inibe a CND
 Afasta a possibilidade de denúncia espontânea.
Quando o contribuinte paga e declara valor menos do que o devido: o STJ
entende que será necessário proceder à lançamento de ofício, nos prazos
decadenciais convencionais.

RESUMO – PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NOS LANÇAMENTOS POR HOMOLOGAÇÃO:


Deve declarar Declara Paga Correm os prazos
de...
100 100 100 Extinção do CT
100 Não declara Zero Decadência
100 100 Zero Prescrição (100)
100 80 80 Decadência (20)
100 80 Zero Prescrição (80) +
Decadência (20)

VII. Conversão do depósito em renda: Caso o sujeito passivo tenha feito depósito e não tenha
obtido sucesso no litígio instaurado, a importância depositada será convertida em renda da
Fazenda Pública interessada, de forma que o crédito tributário respectivo será extinto.
Também existe a possibilidade de conversão em renda de depósito realizado em sede de ação
de consignação em pagamento.

VIII. Consignação em pagamento julgada procedente: A ação de consignação em pagamento é o


meio processual adequado para que o sujeito passivo exerça o seu direito de pagar e obter a

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quitação do tributo, quando tal providência esteja sendo obstada por fato imputável ao credor.
Regras para a consignação:

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito
passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
- de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem
fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico
sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.
§ 2º JULGADA PROCEDENTE a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância
consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte,
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

O consignante deposita o valor que entende devido, e não aquele exigido pelo FISCO. Assim,
apenas o julgamento pela procedência é causa de extinção do crédito tributário.
Se a consignação for julgada improcedente em parte, em virtude do valor consignado ter sido
considerado insuficiente para a total extinção do crédito, o autor terá que pagar juros e multa
sobre a diferença entre o valor consignado e o que foi considerado devido ao final.
Hipóteses de consignação:
Recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória.
Subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem
fundamento legal.
Exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre
o mesmo fato gerador.

IX. Decisão Administrativa irreformável ou decisão judicial transitada em julgado: Se, ao final do
litígio, a decisão for pela improcedência do lançamento, o crédito estará definitivamente extinto.
- Somente extingue o crédito tributário a decisão judicial favorável ao sujeito passivo.

X. Dação em pagamento de bens imóveis: A dação em pagamento é a forma de extinção das


obrigações em que o credor consente em receber do devedor prestação diversa da que lhe é
devida.
A prestação substitutiva do pagamento em dinheiro somente poderá ser a entrega de um bem
IMÓVEL, não se admitindo para bens móveis.

Exclusão do crédito tributário: Quando se tem a exclusão do crédito tributário, ocorre o fato
gerador e nasce a obrigação tributária. NÃO SE PODE LANÇAR, e sem o lançamento não se
constitui o crédito.
- A exclusão é situação em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a obrigação tributária, NÃO
haverá lançamento e, consequentemente, NÃO haverá crédito tributário.
- A isenção e a anistia são normas desonerativas de deveres patrimoniais do contribuinte, atingindo
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o tributo (isenção) ou a anistia (multa).


- Motivo:
Isenção: Plano socioeconômico da realidade social que a avoca;
Anistia: Motivação em retirar o timbre da impontualidade do inadimplente da obrigação
tributária.
- O poder de isentar/ anistiar é correlato ao de criar tributos ou exigir penalidades, devendo haver
simetria.
- Regras comuns à isenção e anistia:
Devem ser estabelecidas por lei (art. 97, CTN);
 Exigem lei específica 9art. 150, §6º, CF);
Interpreta-se literalmente a legislação que disponha sobre ela (art. 111, I, CTN) – NÃO se
 admitem métodos de integração da legislação tributária;
Mesmo com a exclusão do CT, NÃO se dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
 (art. 175, CTN);
Caso haja anulação de lei concessiva de isenção, NÃO concedida em caráter geral, haverá
a exigência de tributo + juros. A multa dependerá do comportamento do beneficiário (art.
179, §2º), sendo aplicável aos casos de anistia.
- Abrangência:
Anistia: Contem vigência retrospectiva, atingindo fatos geradores pretéritos à lei (“ a lei da
anistia é para trás”);
Isenção: Contem vigência prospectiva, sendo defeso atingir fato geradores pretéritos,
abrangendo os fatos geradores posteriores á lei (“a lei da isenção é para frente”).

I. Isenção: É a dispensa legal do pagamento do tributo devido, e deve ser feita por lei específica.
O art. 177 assevera que, salvo disposição em sentido contrário, a isenção não é extensível às
taxas e contribuições de melhoria nem aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Em relação às taxas e contribuições de melhoria, trata-se de tributos contraprestacionais, que se
ligam a uma atividade estatal específica, de maneira que a regra é a não aplicação de isenção a
tais tributos.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o
disposto no inciso III do art. 104.

Espécies de isenções:
Isenções não onerosas: Somente impedem o lançamento e a constituição do crédito
tributário, sem exigir nada do contribuinte. Podem ser revogadas independente de
qualquer condição.

Isenções onerosas: São aquelas trazem algum ônus como condição para o seu gozo. São
onerosas as isenções concedidas em função de determinadas condições E por prazo certo.
Tratam-se de exceção à revogabilidade plena.

Súmula 544 do STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser
livremente suprimidas.
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Isenção geral (modo objetivo): Quando o benefício atingir a generalidade de sujeitos


passivos, sem a necessidade de demonstrar o atendimento de nenhum requisito pessoal
especial.

Isenção individual (modo subjetivo ou pessoal): Quando a lei restringe a isenção a
determinadas pessoas que preencham requisitos específicos. O gozo da isenção
dependerá, nesse caso, de requerimento formulado à administração tributária para a
comprovação do preenchimento dos requisitos exigidos.

ATENÇÃO: São aplicáveis à isenção concedida em caráter individual as mesmas regras da
moratória (art. 150 CTN):
A concessão não gera direito adquirido e será anulada de ofício sempre que se apurar que
 o beneficiário não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições/requisitos exigidos;
 No caso de anulação será cobrado o tributo + juros de mora;
Se o benefício que foi anulado tivesse sido obtido de má-fé, além do tributo + juros de
mora, incide multa. Além disso, o período não será computado para a prescrição do
 direito de cobrança do crédito;
Se não tiver ocorrido má-fé, não haverá cobrança de multa e a anulação só poderá ocorrer
antes de prescrito o CT.

“Isenção geográfica”: Quando a isenção abrange parte do território da entidade tributante,


tendo em conta peculiaridades locais (Art. 176, CTN): Só se justifica pela necessidade de equilíbrio
de desenvolvimento socioeconômico.
STF: NÃO é possível ao poder judiciário estender benefício de isenção fiscal a categoria não
abrangida, na hipótese de alegação de existência de situação discriminatória e ofensa à isonomia.
A União pode, por lei complementar, instituir isenções de ICMS e ISS incidentes sobre
exportações de produtos ou serviços.
Isenções de ICMS devem ser reguladas por LC e só podem ser concedidas por convênio do
CONFAZ de aprovação unânime dos Estados-Membros.
STF: NÃO configura guerra fiscal a concessão de isenção unilateral de benefícios fiscais de ICMS
sobre a prestação de serviços públicos de água, energia, telefonia e gás a igrejas e templos de
qualquer culto.

Anistia: É o perdão legal das infrações, tendo como consequência a impossibilidade de se


lançar as respectivas penalidades pecuniárias. O perdão ocorre ANTES do lançamento da multa.

Art. 180. A anistia abrange EXCLUSIVAMENTE as infrações cometidas anteriormente à


vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por
terceiro em benefício daquele;
- salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.

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Condições para conceder a anistia:


Somente pode ser concedida após o cometimento da infração;
Somente pode vir antes do lançamento.

Hipóteses de vedação à concessão da anistia:
Atos qualificados como crime ou contravenção;
 Atos cometidos com dolo, fraude ou simulação (mesmo sem ser crime ou contravenção);
Salvo disposição em contrário, infrações cometidas em conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.

Art. 181. A anistia pode ser concedida:


I - em caráter geral;
- limitadamente:
às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante,
conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares;
sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.

NÃO dispensa o cumprimento das obrigações acessórias;


O despacho concessivo NÃO gera direito adquirido. Pode ser invalidada através de anulação do
ato concessivo ou do reconhecimento de sua nulidade, sempre que comprovado que o
beneficiado NÃO preenchia as condições nem cumpria os requisitos previstos em lei.

Referências Bibliográficas:
Ricardo Alexandre. Direito Tributário Esquematizado.
Eduardo Sabbag. Manual de Direito Tributário.
Leandro Paulsen. Curso de Direito Tributário.

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DIAS 37 E 38

DISCIPLINA
CONSTUTUCIONAL

(PARTE 1) 2.6 O controle de constitucionalidade na Constituição Federal de 1988: controle difuso,


concentrado (ação direta de inconstitucionalidade - ADI, ação declaratória de constitucionalidade
ADC, ação direta de inconstitucionalidade por omissão - ADO, arguição de descumprimento de
preceito fundamental - ADPF, Lei nº 9.868/1999 e suas alterações e Lei nº 9.882/1999)

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Direito Constitucional Esquematizado: Pedro

Lenza CAPÍTULO: 6.

CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


9a Edição Conforme o Novo CPC e EC 95/2016
Autor: Bernardo Gonçalves Fernandes

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/8231c4771e13a7e79806b1d
f15648e8b.pdf

CAPÍTULO: 20.

3. CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL (2017)


12a ed.: Rev., amp. e atualizada - Conforme NOVO CPC
Autor: Marcelo Novelino

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/602bdfb8953fd99b738e531
64430040c.pdf
Título II.

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Resumo de Direito Constitucional Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo

Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975784_SUM.pdf

CAPÍTULOS: 11

RESUMO DO DIA

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DIREITO CONSTUTUCIONAL

(PARTE 1) 2.6 O controle de constitucionalidade na Constituição Federal de 1988: controle difuso,


concentrado (ação direta de inconstitucionalidade - ADI, ação declaratória de constitucionalidade
ADC, ação direta de inconstitucionalidade por omissão - ADO, arguição de descumprimento de
preceito fundamental - ADPF, Lei nº 9.868/1999 e suas alterações e Lei nº 9.882/1999)

ATENÇÃO: O material é uma revisão do tema, não esgota todos os pontos, ante a complexidade
da matéria. Para maior aprofundamento, recomendamos a leitura de algum manual para
concurso e acompanhamento constante dos informativos dos Tribunais Superiores.

Requisitos para o controle


- Constituição Rígida
- Atribuição de competência a um órgão

A ideia de controle pressupõe um escalonamento normativo => Princípio da Supremacia da


Constituição.
O que o conteúdo Constitucional tem que o torna superior a outras leis?
I. Supremacia Material – matérias Constitucionais, como direitos fundamentais, estrutura
do Estado e separação dos poderes. Toda Constituição tem, independentemente de ser
rígida ou flexível;
II. Supremacia Formal – Apenas a Constituição Rígida possui, casos em que será superior à
lei e justificam o controle de constitucionalidade.

2) Parâmetro de controle

A Constituição é o parâmetro, enquanto a Lei impugnada é o objeto de controle.


Só pode haver declaração de inconstitucionalidade para a Parte Geral + ADCT.
O Preâmbulo NÃO possui caráter normativo e não pode ser parâmetro, pois a finalidade do
preâmbulo é de diretriz normativa, na interpretação da Constituição.
Princípios implícitos do texto Constitucional e tratados internacionais de direitos humanos
aprovador na forma do art. 5º, §3º da CF podem servir como parâmetro de controle.
Normas infraconstitucionais produzidas ANTES da nova Constituição (normas pré-constitucionais)
NÃO se submeterão ao controle de constitucionalidade via ADIN, mas de recepcionalidade.
CESPE: É possível o controle judicial difuso de constitucionalidade de normas pré-constitucionais,
desde que nãos e adote a atual Constituição como parâmetro. Se a atual Constituição for parâmetro,
NÃO há juízo de constitucionalidade, e sim de recepção ou revogação via ADPF.

Normas Constitucionais Inconstitucionais (Otto Barchof):


É a possibilidade de normas oriundas do Poder Constituinte originário serem
inconstitucionais.
O STF NÃO admite a tese. Se houver duas ou mais normas originárias contraditórias
aparentemente, deverá haver compatibilização, de modo que ambas continuem
vigentes. O STF apenas permite o controle de constitucionalidade do
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poder constituinte derivado.

3) Sistemas de Inconstitucionalidade

Sistema Austríaco (Kelsen) Sistema Norte-Americano (Marshall)


Adotado por Pontes de Miranda Adotado pela maioria da doutrina brasileira
A decisão tem eficácia constitutiva A decisão tem eficácia declaratória de
situação preexistente
Em regra, o vício de Em regra, o vício de inconstitucionalidade é
inconstitucionalidade é aferido no plano aferido no plano da validade
da eficácia
A decisão que reconhece a A decisão que reconhece a
inconstitucionalidade Produz efeitos ex- inconstitucionalidade produz efeitos ex-
nunc tunc
A lei inconstitucional é ato anulável A Lei inconstitucional é Ato Nulo, ineficaz,
írrito e desprovido de força vinculativa
Lei provisoriamente válida, produzindo Invalidação ab initio dos atos, atingindo a
efeitos até a sua anulação Lei inconstitucional no berço.
O reconhecimento da ineficácia da lei A lei, por ser natimorta, nunca chegou a
produz efeitos s partir da decisão ou produzir efeitos, ou seja, embora exista,
para o futuro, sendo erga omnes, não entrou no plano da eficácia.
preservando os efeitos produzidos até
então pelas partes.

3.1. Relativização das Teorias


Áustria – a regra que negava qualquer retroatividade foi atenuada, fixando-se a possibilidade
de atribuição de efeitos retroativos à decisão anulatória.
Estados Unidos – Foi permitida a modulação dos efeitos de declaração de inconstitucionalidade

Direito Brasileiro – A regra geral de nulidade absoluta vem sendo afastada, com a
MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO, que se coaduna com a segurança jurídica (e
ponderação de valores), interesse social e boa-fé, conforme art. 27 da Lei nº 9.868/99:

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista


razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado
ou de outro momento que venha a ser fixado.

Tal regra também vem sendo aplicada, por analogia, ao controle difuso, como a ACP para
reduzir o número de vereadores do Município de Mira Estrela.

4) Evolução do Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro

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I. Constituição de 1824 – Não foi estabelecido qualquer parâmetro de controle, consagrando o


dogma da soberania do parlamento.
II. Constituição de 1891 – Surge o Controle Difuso, oriundo do Direito Americano;
Constituição de 1934 – Manteve o sistema difuso, estabeleceu a ADIN Interventiva, e a
Cláusula de reserva de plenário;
IV. Constituição de 1937 – Manteve o sistema difuso e estabeleceu a possibilidade de o
Presidente influenciar as decisões do Poder Judiciário que declarassem a inconstitucionalidade de
determinada lei, já que poderia submetê-la ao parlamento de modo discricionário, podendo o
legislativo tornar sem efeito a declaração de inconstitucionalidade por 2/3 de ambas as casas.
V. Constituição de 1946 – Restaurou o sistema tradicional de controle de constitucionalidade, e
com a EC 16/1965, criou a ADIN, a ser proposta exclusivamente pelo PGR, e criou a ADIN
Estadual.
VI. Constituição de 1967 – Previu o controle de constitucionalidade de lei municipal em face de
lei Estadual, para fins de intervenção nos Municípios.
VI. Constituição de 1988:
- Ampliou a legitimação para a propositura da ADIN;
- Estabeleceu o controle de omissões legislativas, seja por ADO ou
MI; - Facultou a criação da ADPF;
- Estabeleceu a ADC

Logo: Segundo José Afonso da Silva, o Brasil seguiu sistema norte-americano, evoluindo para
um sistema misto que combina o critério difuso com o concentrado.

5) Espécies de inconstitucionalidade

5.1. Por Ação e Omissão


I. Por Ação – Incompatibilidade vertical dos atos inferiores com a Constituição, podendo se
dar: (i) do ponto de vista formal; (ii) ponto de vista material; (iii) vício de decoro
parlamentar (para Lenza, caso do mensalão).
Por Omissão – inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de
eficácia limitada.

FENÔMENO DA EROSÃO DA CONSCIÊNCIA CONSTITUCIONAL (LOWENSTEIN -> Celso


de Mello)
É o preocupante processo de desvalorização funcional da Constituição escrita;
Quando a Constituição impõe um dever ao Poder Público e ele se omite, o fato
de a Constituição não ser atendida faz com que perca a sua credibilidade;
Aplicável nos casos de omissão.

5.2. Vício Formal e Material

5.2.2. Vício Formal (NOMODINÂMICA)


Decorre de afronta ao devido processo legislativo ou ainda em razão de sua elaboração por
autoridade incompetente, podendo se subdividir:
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I. Inconstitucionalidade Formal Orgânica – decorre da inobservância de competência


legislativa para a elaboração do ato.
Inconstitucionalidade Formal Propriamente dita – decorre da inobservância do devido
processo legislativo, podendo se dar na fase de iniciativa ou nas fases posteriores:
 Vício Formal Subjetivo – verifica-se na fase de iniciativa;
Vício Formal Objetivo – verifica-se nas demais fases do processo, posteriores à
 fase de iniciativa.
Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato normativo
– ocorre ante a inobservância de elementos determinantes para a competência dos órgãos
legislativos. Ex: edição de MP sem a observância dos requisitos de relevância e urgência.

5.2.3. Vício Material (NOMOESTÁTICA)


Diz respeito à matéria do conteúdo do ato normativo, sendo incompatibilidade de conteúdo,
substantiva entre a Lei ou ato normativo e a Constituição;

5.2.4. Vício de decoro parlamentar – Defendido por Lenza para os casos de abuso das prerrogativas
asseguradas a membros do CN ou percepção de vantagens indevidas (ex: caso do mensalão).

ATENÇÃO: Se o pedido de ADI se limitar única e exclusivamente à declaração e


inconstitucionalidade formal, o STF ficará impedido de analisar a inconstitucionalidade material
da lei naquele processo. Nada impede que, posteriormente, o STF analise a inconstitucionalidade
material da lei em outra ação, por exemplo. Essa questão foi cobrada na prova de Juiz do TRF5!

6) Momentos de Controle

6.1. Prévio ou Preventivo – Realizado durante o processo legislativo de formação do ato


normativo, podendo ser realizado pelo Legislativo, Judiciário ou executivo

I. Legislativo – se dá através das CCJ. No entanto, se houver parecer negativo da CCJ pela
inconstitucionalidade do projeto de lei, sendo a inconstitucionalidade parcial, o art. 101,
§2º do RI do Senado Federal prevê que a comissão poderá oferecer emenda corrigindo o
vício. E no seu §1º estabelece que quando a Comissão emitir parecer pela
inconstitucionalidade e injuridicidade, será considerada rejeitada e arquivada
definitivamente, por despacho do Presidente do Senado, salvo, desde que não seja
unânime o parecer, se houver recurso interposto por 1/10 dos membros do Senado
manifestando opinião favorável ao seu processamento.
Executivo - Ocorre nos casos de Veto político ou Veto jurídico. Se o veto for derrubado
e promulgada a Lei, pode haver o controle posterior ou repressivo;
III. Judiciário – É realizado para garantir ao parlamentar o devido processo legislativo,
vedando a sua participação em procedimento desconforme com as regras da Constituição,
sendo exercido o controle no caso concreto, pela via da exceção ou defesa, de modo
incidental, via MS. Afinal, busca o STF garantir o direito-função do parlamentar de
participar de processo legislativo juridicamente hígido.
- A perda superveniente de titularidade do mandato legislativo DESQUALIFICA a
legitimação ativa do congressista, sob pena de conversão (indevida) do MS em ADIN.
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STF: O controle de Constitucionalidade a ser exercido pelo Judiciário durante o processo


legislativo abrange somente um procedimento em total conformidade com a Constituição,
NÃO LHE CABENDO O CONTROLE SOBRE ASPECTOS DISCRICIONÁRIOS CONCERNENTES A
CORPORIS, VEDANDO-SE A INTERPRETAÇÃO DE NORMAS REGIMENTAIS.

ATENÇÃO – PARA SUBJETIVAS:


(PARA OBJETIVAS, ADOTAR O ENTENDIMENTO DE IMPOSSIBILIDADE DE
APRECIAÇÃO DE MATÉRIAS INTERNA CORPORIS, SOB PENA DE SE VIOLAR O
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃOD E PODERES)

A total não interpretação e apreciação de normas do Regimento Interno do


Parlamento, que é a regra, tende a ser visto com temperamento em se
tratando de NORMAS CONSTITUCIONAIS INTERPOSTAS. (MAS NÃO É
ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO)
Gilmar Mendes, ao analisar MS 26.915, que questionava a amplitude do
art. 43 do RI da CD que veda ao Deputado Federal relator de certa proposta
presidir a comissão na qual será apreciada a matéria, trouxe à pauta o
estudo de Gustavo Zagrebelsky, e asseverou que se as normas
constitucionais fizerem referência expressa a outras disposições normativas,
a violação constitucional pode advir da violação de outras dessas normas,
que embora não sejam formalmente constitucionais, vinculam os atos e
procedimentos legislativos, sendo NORMAS CONSTITUCIONAIS INTERPOSTAS.
Assim, o órgão jurisdicional competente deveria examinar a regularidade do
processo legislativo tendo em vista a afronta eventual à Constituição

ATENÇÃO: Norma em período de vacatio já sofre controle repressivo de constitucionalidade.

6.2. Posterior ou Repressivo – Será realizado sobre a lei, e não mais sobre o projeto de lei, e será
verificada a existência de vício formal ou material.

6.2.1. Controle Político – Verifica-se em Estados onde o controle é exercido por Órgãos distintos dos
três poderes, através das Cortes ou Tribunais Constitucionais, geralmente. Ex: Modelo Francês.

6.2.2. Controle Jurisdicional – Realizado pelo Poder Judiciário, seja pelo controle difuso ou
concentrado. No Brasil, o controle é Jurisdicional Misto!

6.2.3. Controle Híbrido – Há a mistura dos dois sistemas.

6.2.4. Exceções à regra geral do controle jurisdicional

Exercido pelo Legislativo – Pode se dar nas seguintes situações, através de decreto
legislativo:
a. Sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o Poder Regulamentar
– No fundo, é controle de legalidade e NÃO de inconstitucionalidade;

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b. Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites da


delegação legislativa – Em caso de Lei delegada, poderá o Congresso Nacional
sustar o ato que exorbitou os limites da delegação legislativa.
c. Quando o CN entende inconstitucional MP editada, sendo exceção à regra geral.

Exercido pelo Executivo – Poderá negar cumprimento a uma lei que entenda
Inconstitucional. No entanto, para que não fique caracterizado o crime de
responsabilidade, deverá dar publicidade e motivar o seu ato. A negativa de
cumprimento poderá ocorrer até que decisão do STF diga que a Lei é Constitucional.

Exercido pelo TCU – O TCU, ao exercer suas atividades, poderá de modo incidental e no caso
concreto, apreciar a inconstitucionalidade de uma lei e, se for o caso, deixar de aplica-la.

“ Súmula 347 STF - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode


apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”.

Sistemas e Vias de Controle

7.1. Critério Subjetivo ou Orgânico


I. Difuso – Possibilidade de qualquer juiz ou tribunal, observadas as regras de
competência, realizar o controle de constitucionalidade;
Concentrado – O controle se concentra em um ou mais Órgãos, sendo competência
originária desse Órgão.

7.2. Critério Formal


I. Incidental – O controle será exercido como questão prejudicial e premissa lógica do
pedido principal.
Via Principal – A análise da Constitucionalidade da Lei será o objeto principal,
autônomo e exclusivo da causa.

Controle Difuso
A noção de controle difuso se deve, historicamente, ao caso Marbury vs. Madison.
É também chamado de controle pela via de exceção ou de defesa, ou controle aberto, sendo
realizado por qualquer juiz ou Tribunal do Poder Judiciário.
Verifica-se no caso concreto, e a declaração de inconstitucionalidade se dá de forma incidental,
prejudicialmente ao exame do mérito.
A alegação de inconstitucionalidade será causa de pedir processual.

8.1. Controle Difuso nos Tribunais e Cláusula de Reserva de Plenário ( = Full Bench)
No Tribunal competente, distribuído o processo para a Turma, Câmara ou Seção, verificando-se que
existe questão incidental sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo, suscita-se uma questão
de ordem e a análise da constitucionalidade da lei é remetida ao pleno ou órgão especial do Tribuna
para resolver a questão. Conforme art. 94 da CF/88, somente pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou do respectivo órgão especial, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público, é a Cláusula de Reserva de
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Plenário, sendo CONDIÇÃO DE EFICÁCIA JURÍDICA DA PRÓPRIA DECLARAÇÃO DE


INCONSTITUCIONALIDADE DOS ATOS DO PODER PÚBLICO:

Súmula 10 STF. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

No entanto, vem se dispensando o procedimento do art. 97 CF sempre que haja decisão do


órgão especial ou pleno do Tribunal, ou do STF, sobre a matéria.
A cláusula de reserva de plenário NÃO se aplica às Turmas do STF no julgamento do RE, seja
por não se tratar de Tribunal no sentido fixado no art. 97, seja em decorrência da função
primordial e essencial da Corte a de declarar a inconstitucionalidade.
A cláusula de reserva de plenário NÃO se aplica às Turmas Recursais dos Juizados Especiais, já
que as Turmas dos Juizados NÃO podem ser consideradas Tribunais. No entanto, é indispensável
a juntada do inteiro teor da decisão que tenha declarado a inconstitucionalidade e que será
objeto do recurso extraordinário.
A cláusula de reserva de plenário NÃO se aplica à decisão de juízo monocrático de primeira
instância.

8.2. Efeitos da Decisão


8.2.1. Para as partes
Regra geral, os efeitos de qualquer sentença valem apenas para as partes que litigaram em
juízo, não extrapolando os limites estabelecidos na lide. Ademais, quando a sentença declara que
a Lei é inconstitucional, existe a produção de efeitos retroativos. Logo, para as partes os efeitos
serão i) inter partes; b) ex tunc.
Todavia, o STF já entendeu que mesmo no controle difuso pode ser atribuído efeito ex nunc ou
pro futuro, no leading case do Município de Mira Estrela.

8.2.2. Para Terceiros (art. 52, X da CF)


Procedimento - Declarada inconstitucional a Lei pelo STF no controle difuso, desde que a
decisão seja definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do Tribunal, o RI do STF
determina no art. 178 que será feita a comunicação, logo após a decisão, à autoridade ou órgão
interessado, bem como após o trânsito em julgado, ao Senado Federal.
O art. 52, X da CF dispõe ser competência privativa do Senado, através de resolução, suspender
a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF.

NOTE QUE A EXPRESSÃO “ NO TODO OU EM PARTE” DEVE SER INTERPRETADA


COMO SENDO IMPOSSÍVEL O SENADO AMPLIAR, INTERPRETAR OU RESTRINGIR A
EXTENSÃO DA DECISÃO DO STF.

Amplitude – A suspensão pelo Senado Federal pode ser quanto a leis federais, estaduais,
distritais ou municipais que forem declaradas inconstitucionais pelo STF de modo incidental no
controle difuso.

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Alguns doutrinadores entendem que, em se tratando de lei municipal ou estadual confrontadas


perante a Constituição Estadual, pode e deve o TJ, após declarar a inconstitucionalidade, remeter
essa declaração à Assembleia Legislativa para que suspenda a execução da Lei.
Efetuada a suspensão da execução, atingirá a todos, e valerá a partir da publicação da Resolução
na imprensa oficial. Logo, os efeitos serão erga omnes, porém ex-nunc, NÃO RETROAGINDO!
(Entendimento majoritário).
A resolução do Senado, nos moldes do art. 52, X, CF/88, suspendendo a lei, é irrevogável.
Cabe ADI contra resolução do Senado que, ao suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo STF, extrapole os limites da decisão a que se refere.

OBS: O SENADO NÃO está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do STF, por se tratar de DISCRICIONARIEDADE POLÍTICA.

ABSTRATIVIZAÇÃO DE CONTROLE DIFUSO


Em relação a dois importantes precedentes (Caso do Município de Mira Estrela e
Progressão do regime hediondo), surge uma tendência em alguns Ministros do STF
em aplicar a TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA
SENTENÇA (RATIO DECIDENDI) também para o controle difuso.
Gilmar Mendes propõe uma nova formulação do sistema jurídico, com nova
compreensão da regra do art. 52, X da CF, com uma autêntica REFORMA DA
CONSTITUIÇÃO SEM EXPRESSA MODIFICAÇÃO DO TEXTO, com os seguintes
argumentos:
I. Força Normativa da CF;
Princípio da Supremacia da CF e aplicação uniforme aos
destinatários; III. O STF como guardião da CF;
IV – Dimensão Política das decisões do STF
Com isso, Mendes entendeu que o papel do Senado, quando à suspensão da
execução, seria apenas de dar efeito de publicidade. Ou seja, se o STF, em sede de
controle incidental, declarar a inconstitucionalidade de Lei em definitivo, essa
decisão terá efeitos gerais, fazendo-se a comunicação ao Senado para que publique
a decisão no Diário Oficial do Congresso Nacional.
No entanto, atualmente o STF NÃO adota tal teoria, posto que:
NÃO existe para o controle difuso a atribuição NATURAL de efeito erga Omnes
(este previsto apenas para o controle concentrado e para súmula vinculante e, para
controle difuso, somente após atuação discricionária e política do Senado);
É possível conseguir o objetivo pretendido com a edição de súmula vinculante.

Em algumas situações, o legislador tendeu para a ideia da abstrativização, a exemplo do


julgamento da repercussão geral no recurso extraordinário ( e REsp), que poderá ocorrer por
amostragem na sistemática dos recursos repetitivos. Nessa situação, o legislador fez a previsão
da possibilidade da manifestação de amici curiae, o que, ao menos, caracteriza mecanismo da
legitimação da decisão.

8.3. Controle incidental em controle concentrado abstrato e o seu efeito erga omnes

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Na ADI 4.029 (tratava do Instituto Chico Mendes), em controle concentrado, viu o STF que ato
normativo que não fazia parte do pedido seria inconstitucional. Assim, pode a Corte declarar
incidentalmente a inconstitucionalidade.
O interessante é que a declaração incidental de inconstitucionalidade produziria efeitos erga
omnes, ex tunc, e vinculante, atingindo, portanto, vários atos normativos que não eram objeto
da ADI. Logo, esses efeitos decorreram da declaração incidental em controle concentrado e em
abstrato, e não em controle difuso.

* NOTE QUE É UM CASO ESPECÍFICO!

8.4. Controle difuso em ACP


A ACP NÃO pode ser ajuizada como sucedâneo de ADIN, pois em caso de produção de efeitos
erga omnes, estaria provocando verdadeiro controle concentrado de constitucionalidade,
usurpando a competência do STF.
Todavia, se o pedido de declaração de inconstitucionalidade for incidental e restringindo-se os
efeitos inter partes, será possível o controle difuso em ACP.

CONTROLE
CONCENTRADO - ADI
- ADC
- ADO
- ADPF
- IF

9.1. ADI GENÉRICA


Pretende-se o controle de constitucionalidade de ato normativo em tese, abstrato, marcado
pela generalidade, impessoalidade e abstração.

9.1.1 Objeto: Leis ou atos normativos incompatíveis com a CF.


Por LEIS deve se entender TODAS as espécies normativas do art. 59 da CF: (i) emendas à
CF, inclusive as de revisão; (ii) leis complementares; (ii) Leis Ordinárias; (iii) Leis
delegadas; (iv) MP; (v) decretos legislativos; (vi) e resoluções;
Por ATOS NORMATIVOS, podem ser: (i) resoluções administrativas dos Tribunais; (ii)
atos estatais de conteúdo meramente derrogatório, como as resoluções administrativas,
desde que incidam sobre atos de caráter normativo; (iii) as deliberações administrativas
dos órgãos judiciários (inclusive deliberações dos TRT’s que determinam o pagamento a
magistrados e servidores das diferenças dos planos econômicos).

OBS: SÚMULA E JURISPRUDÊNCIA NÃO POSSUEM GRAU DE NORMATIVIDADE QUALIFICADA,


NÃO PODENDO SER QUESTIONADA PELO STF EM CONTROLE CONCENTRADO, MESMO SE FOR
SÚMULA VINCULANTE! => No caso da súmula vinculante, o que pode existir é um procedimento
de revisão em que se poderá cancelá-la.
OBS: Medida Provisória – Por possuir força de Lei, poderá ser objeto de controle. No entanto,
sendo convertida em lei ou perdendo sua eficácia por decurso de prazo, considerar-se-á
prejudicada a ADI pela perda do objeto, de modo que o seu autor deverá aditar o seu pedido à
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nova lei de conversão. Ademais, os requisitos de relevância e urgência apenas podem ser
submetidos a controle em caráter excepcional, decorrente da regra da separação dos poderes.
Atenção às situações:
Se o objeto da MP foi rejeitado: ADI extinta por perda do objeto;
Se a MP for convertida em lei: NÃO há perda do objeto, bastando a emenda da
inicial.

No que tange aos requisitos constitucionais de imprevisibilidade e urgência da MP que
abre crédito extraordinário, o STF reviu seu entendimento que não admitia o controle para atos
de efeitos concretos e passou a permitir o controle.
Regulamentos subordinados ou de execução – Os regulamentos ou decretos regulamentares
expedidos pelo executivo e demais atos secundários, em geral, NÃO podem ser objeto de
controle concentrado de constitucionalidade, por não estarem revestidos de autonomia jurídica a
fim de qualifica-los como atos normativos suscetíveis de controle, não devendo sequer ser
conhecida a ação (é questão de legalidade, e não de inconstitucionalidade) => CRISE DE
LEGALIDADE (STF), caracterizada pela inobservância do dever jurídico de subordinação normativa
à Lei, escapando das balizas previstas na CF, afinal, o objeto NÃO seria ato normativo primário
com fundamento na CF, mas ato secundário com base da Lei, não se admitindo o controle de
inconstitucionalidade indireta, reflexa ou oblíqua. No entanto, o STF excepciona a regra para o
caso de serem decretos autônomos, permitindo o controle.

Inconstitucionalidade indireta, reflexa ou oblíqua


Diz respeito a situações em que atos normativos infralegais, como regulamentos
ou decretos regulamentares exarados pelo poder executivo, divergem no sentido
ou conteúdo material de lei que por eles devia ser regulamentada, sendo que tais
vícios podem ter o condão de, posteriormente, exprimir violação à lei.
Em regra, o ordenamento jurídico NÃO permite o controle concentrado nesse
caso, pois decretos e regulamentos não possuem autonomia jurídica para serem
considerados atos normativos passíveis de controle, sendo o caso de exame de
legalidade.
Excepcionalmente, doutrina e jurisprudência admitem o controle de
constitucionalidade sobre regulamentos, mais especificamente decretos
autônomos, o que tornaria possível o controle como forma de aferir a
compatibilidade com a CF pela observância do princípio da reserva legal.
Outras hipóteses previstas:
O dispositivo de regimento interno de uma Assembleia Legislativa pode
ser impugnado por ADI, desde que possua caráter normativo e
autônomo. Ex: artigo de regimento interno que preveja o pagamento de
remuneração aos deputados estaduais em virtude de convocação para
 sessão extraordinária (ADI 4587/GO);
Resolução do TSE pode ser impugnada no STF por ADI se, a pretexto de
regulamentar dispositivos legais, assumir caráter autônomo e inovador
(ADI 5104 MC/DF).

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Tratados Internacionais – Se versarem sobre Direitos Humanos, com o quórum do art. 5º, §3º
da CF, podem ser objeto de controle.

TRATADOS INTERNACIONAIS
- Fases para a incorporação dos tratados:
Celebração do tratado pelo órgão do executivo;
Aprovação pelo parlamento do tratado, acordo ou ato internacional por decreto
legislativo;
Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação pelo órgão do Poder Executivo
no âmbito internacional;
Promulgação, por decreto presidencial, seguida de publicação, do texto em
português no Diário Oficial.

Hierarquia dos Tratados


Direitos Humanos Constitucionais
- Art. 5, §3º CF
- Equivale a EC – realiza controle de constitucionalidade.
Direitos Humanos Supralegais
Acima da Lei e abaixo da CF;
Status Supra Legal
OBS: Para Valério Mazuolli, quando o parâmetro é tratado internacional, se faz o
controle de convencionalidade, de forma incidental.
Tratados Internacionais
- Equivale a Lei Ordinária.

Normas Constitucionais originárias – as normas constitucionais fruto do trabalho do Poder


Constituinte Originário serão sempre constitucionais, NÃO podendo se falar em controle de
constitucionalidade. Aparentes conflitos devem ser harmonizados por uma atividade
interpretativa.

OBS: NÃO CABE ADI para questionar a validade de lei revogada na vigência de regime constitucional
anterior. O que se verifica é se foi ou não recepcionado pelo novo ordenamento jurídico: quando
compatível, será recepcionado; quando não, será revogado pela nova ordem, não se podendo falar
em inconstitucionalidade superveniente. Somente atos editados após a nova CF
que podem ser objeto de ADI. Entende o STF NÃO ser possível a modulação dos efeitos da
decisão em sede de declaração de não recepção da lei pré-constitucional pela norma
constitucional superveniente. No entanto, Gilmar Mendes entende ser possível a modulação.

Atos estatais de efeitos concretos – O STF afirma que os atos estatais de efeitos concretos NÃO
estão sujeitos ao controle abstrato de constitucionalidade, em razão da inexistência de densidade
jurídico-material (densidade normativa), na medida em que a ADI NÃO é sucedâneo da ação
popular constitucional.
O STF entendida que só seria ato normativo idôneo ao controle de constitucionalidade, se dotado de
abstração ou ao menos generalidade. Porém, o STF mudou o entendimento, para entender que,

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mesmo de efeito concreto, se o ato do Poder Público for materializado por Lei (ou MP que abre
créditos extraordinários), poderá ser objeto de controle abstrato.
Ato normativo já revogado ou de eficácia exaurida – O STF NÃO admite a interposição de ADI,
na medida em que não deve considerar, para efeito de contraste, a existência de paradigma
revestido de valor meramente histórico.
Divergência entre a ementa da Lei e o seu conteúdo – NÃO caracteriza situação e controle de
constitucionalidade, por não ser suficiente para caracterizar afronta à Constituição.
Respostas emitidas pelo TSE – NÃO configura objeto de ADI, já que as consultas não possuem
eficácia vinculativa aos demais órgãos do Poder Judiciário.
Leis Orçamentárias – O STF entendia que leis orçamentárias ou LDO NÃO poderiam ser objeto
de ADI, por serem leis de efeitos concretos, ato administrativo em sentido material (com objeto e
destinatário certo). No entanto, o STF modificou entendimento, para admitir o controle, ao
fundamento de que a lei orçamentária é ato de efeito concreto na aparência, já que para a sua
execução depende da edição de muitos outros atos, estes de efeitos concretos.
ADI X Políticas Públicas – Deve se verificar no caso concreto a razoabilidade da pretensão e a
disponibilidade financeira do Estado para a implementação de política pública, devendo a
violação aos direitos mínimos ser evidente e arbitrária, a exemplo do desvio do dinheiro
destinado ao ensino e à saúde.

9.1.2. Elementos essenciais do controle de constitucionalidade (CELSO DE MELO) – BLOCO DE


CONSTITUCIONALIDADE

Na ADI 595/ES, fixam-se dois elementos essenciais do controle de constitucionalidade:


Elemento Temporal – se refere à revogação da lei, como na hipótese de alteração do
parâmetro constitucional invocado;
Elemento Conceituais – a ideia é identificar o que deve ser entendido como parâmetro de
constitucionalidade, em processo de aferição da compatibilidade vertical das normas inferiores
ao que foi considerado como modelo constitucional. Nesse caso, surgiram duas posições:
Ampliativa – o parâmetro engloba, além das normas formalmente constitucionais, os
princípios não escritos da ordem global. ;
Restritiva (bloco de constitucionalidade em sentido estrito) – o parâmetro seriam as
normas contidas, ainda que não expressamente, em texto constitucional.
Conclusão: O bloco de constitucionalidade deve servir como critério de aferição do paradigma
de confronto, de constitucionalidade de ato do poder público.
CONCLUSÃO - BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE = NORMAS DE REFERÊNCIA, QUE SERVEM
PARÂMETRO PARA O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.

9.1.3. Teoria da Transcendência dos motivos determinantes


O STF vinha atribuindo efeito vinculante não só ao dispositivo da sentença, mas também aos
fundamentos determinantes da decisão, razão pela qual falava-se em transcendência dos
motivos determinantes ou efeitos irradiantes ou transbordamento dos efeitos determinantes.
Se Aceita essa Teoria, não se falaria em irradiação do obter dictum, com efeito vinculante, para
fora do processo. Já a ratio decidendi passaria a vincular outros julgamentos.
No entanto, no julgamento da RCL 10.604, o STF afastou a técnica do transbordamento, decerto
para evitar o número crescente de reclamações.
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9.1.4. Teoria da Inconstitucionalidade por arrastamento ou atração ou inconstitucionalidade


consequente de preceitos não impugnados ou inconstitucionalidade por reverberação normativa
Se em determinado processo de controle concentrado for julgada inconstitucional a norma
principal, em futuro processo, outra norma dependente daquela que foi declarada
inconstitucional em processo anterior também estará eivada pelo vício de inconstitucionalidade
por arrastamento, tendo em vista a relação de instrumentalidade.
Essa técnica pode ser aplicada tanto em processos distintos como em um mesmo processo. Já
na própria decisão, o STF define quais normas serão atingidas por arrastamento, mesmo se não
houver pedido expresso na inicial.
A inconstitucionalidade, inclusive, abrange decreto em que se fundava a lei declarada
inconstitucional, de modo que há um caso excepcional em que a declaração de
inconstitucionalidade de decreto se dá em ADI, ainda que de modo indireto.
É exceção à regra de que o juiz deve ater-se aos limites da lide fixados na exordial, em virtude da
correlação dos dispositivos legais e do caráter político do controle de constitucionalidade
realizado pelo STF.

9.1.5. Lei ainda inconstitucional ou inconstitucionalidade progressiva ou declaração de


constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade: É norma
infraconstitucional que, por circunstâncias fáticas, ainda é constitucional. Todavia, se houver
mudanças nessas circunstâncias, será fulminada pela inconstitucionalidade.
- Algumas hipóteses:
a) A questão do prazo em dobro para a Defensoria Pública no processo penal
Nos termos da LC 80/94, é prerrogativa dos membros da Defensoria Pública receber intimação
pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, possuindo o prazo em dobro. Porém no
Processo Penal, como o MP não goza do prazo em dobro, questionou-se se a regra valeria
igualmente para a Defensoria Pública. O STF entendeu que a regra é constitucional até que a
Defensoria Pública efetivamente se instale, momento a partir do qual a regra será
inconstitucional => Trata-se, portanto, de norma em trânsito para a inconstitucionalidade.

b) Ação Civil ex delicto ajuizada pelo MP


O art. 68 do CPP previu a ação civil ex delicto a ser ajuizada pelo MP, mas essa atribuição passou
a ser da Defensoria Pública com a CF/88, de modo que esse artigo teria sido revogado não não
recepção. No entanto, vem o STF entendendo que o art. 68 do CPP é uma Lei ainda
constitucional e que está em trânsito, progressivamente, para a inconstitucionalidade, à
medida em que as Defensorias forem sendo instaladas.

c) Procedimento de aprovação das MPS


Os arts. 5º, caput, e 6º, caput, e §§1º e 2º, da Res. 1/2002/CN permitiam que o parecer da
comissão mista fosse emitido por relator ou revisor designado quanto às MPS levadas à
apreciação. No entanto, a CF prevê em seu art. 62, §9º ser atribuição da comissão mista de
deputados e senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer de caráter
opinativo antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das casas
do congresso nacional. Assim, o STF declarou a inconstitucionalidade dos arts. 5º, caput, e 6º,
caput, e §§1º e 2º, da Res. 1/2002/CN.
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Com isso, todas as MPs convertidas em lei sem a emissão de parecer pela comissão mista
seriam inconstitucionais. Para evitar insegurança jurídica e diante do excepcional interesse social,
a Corte modulou a decisão, declarando a inconstitucionalidade com efeitos ex nunc. Assim, até o
julgamento da ADIN 4.029, o modelo de apreciação da MP seria ainda constitucional, sendo a
partir daí declarado inconstitucional o julgamento que desobedecesse o art. 62, §9º da CF.

9.1.6. Inconstitucionalidade Circunstancial


É possível cogitar situações nas quais um enunciado normativo, válido em tese e na maior parte
de suas incidências, ao ser confrontado com determinadas circunstâncias concretas, produz uma
norma inconstitucional.

9.1.7. Fossilização da Constituição – efeito vinculante para o legislativo


O efeito vinculante em ADI e ADC NÃO atinge o Poder Legislativo, produzindo eficácia contra
todos e efeito vinculante aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
O chefe do executivo só não fica vinculado quanto às atribuições relacionadas a atos
legislativos.
O STF entende que a vinculação para o legislativo acarretaria o fenômeno da fossilização da
Constituição, de modo que o Legislativo poderá inclusive legislar em sentido diverso ou
contrário da decisão dada pelo STF, sob pena de, em sendo vedada essa atividade, significar a
petrificação da evolução social.

9.1.8. Município Putativo


Diante da criação de Município sem observância das formalidades do art. 18, §4º da CF, tendo
em vista a excepcionalidade do caso, posto que o Município era ente federativo dotado de
autonomia há mais de 06 anos, determinou-se a manutenção do Município (Município Putativo),
e foi conceituado, na ADI 2.240/BA), o PRINCÍPIO DA RESERVA DO IMPOSSÍVEL, segundo o qual,
embora possível a anulação da decisão política que resultou a criação do Município, não seria
possível anulá-la sem agressão ao princípio federativo, ante o princípio da situação excepcional
consolidada.
No entanto, o plenário do STF declarou inconstitucional a aludida Lei Baiana, mas NÃO
pronunciou a nulidade do ato, mantendo a sua vigência por mais 24 meses, ante a utilização da
técnica alternativa de ponderação entre o princípio da nulidade da lei, de um lado, e o princípio
da segurança jurídica, de outro, consagrando a técnica da DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE SEM PRONUNCIA DE NULIDADE. Para Lenza, tal hipótese configuraria
uma inegável hipótese da inconstitucionalidade superveniente, permitindo que uma Lei viciada
seja corrigida mediante futuro processo de adequação ao art. 18, §4º CF.
A determinação do STF para a elaboração de lei complementar federal posterior, nos termos do art.
18, §4º CF, pelo Congresso, é norma de caráter mandamental. E se elaborada a LC Federal e os
Municípios NÃO se adequem ao novo procedimento, será desconstituído, por se tratar de
condição resolutiva.

9.1.9. Princípio da proibição do atalhamento constitucional

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É vedado qualquer artifício que busque abrandar, suavizar, abreviar, dificultar ou impedir a
ampla produção de efeitos dos princípios constitucionais, como o caso do princípio da anualidade
do processo eleitoral.

9.1.10. Inconstitucionalidade chapada, enlouquecida, desvairada


Aplicável quando se deseja caracterizar uma inconstitucionalidade manifesta, não restando
qualquer dúvida sobre o vício formal.

9.1.11. Início da eficácia da decisão que reconhece a inconstitucionalidade da Lei


De modo geral, o STF entende que a decisão passa a valer a partir da publicação da ata de
julgamento no DJE, sendo desnecessário aguardar o trânsito em julgado, salvo nos casos
excepcionais a serem examinados pelo Presidente do Tribunal, de maneira a garantir a eficácia da
decisão.

9.1.12. Inconstitucionalidade sem efeito ablativo: É a superação da doutrina clássica da


inconstitucionalidade – nulidade. Através dela, faz-se um juízo de ponderação, de modo que,
diante de situações consolidadas em que o reconhecimento da nulidade seja mais danoso do que
a sua permanência na ordem jurídica, deve observar a segurança jurídica.

OBS: Declaração de inconstitucionalidade parcial com redução de texto x declaração de


inconstitucionalidade sem efeito ablativo => Naquela, uma PARTE da norma é retirada
efetivamente no OJ, porque inválida, sendo que a parte VÁLIDA permanece no ordenamento;
Já na decisão sem efeito ablativo, a norma é mantida no OJ, não por ser válida, mas porque a
sua retirada seria ainda pior do que a sua manutenção.

9.1.2. Competência
I - Lei ou ato normativo Federal ou Estadual em face da CF => STF
II – Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da CE => TJ LOCAL

Na hipótese de tramitação simultânea de ações, uma buscando declarar a


inconstitucionalidade de lei estadual perante o STF (confrontação de lei estadual
perante a CF) e outra perante o TJ local (confrontação da lei estadual perante CE),
tratando-se de norma repetida da CF na CE, suspende-se o curso da ação proposta
no TJ local até julgamento final de ação intentada no STF.

– Lei ou ato normativo municipal em face da CF => por falta de expressa previsão
constitucional, inexistirá controle concentrado por ADI, no máximo podendo ocorrer via
difuso, de forma incidental (Esse silêncio proposital é chamado de SILÊNCIO
ELOQUENTE). - Em caso de haver repetição de normas na CF pela CE, apesar de incabível o
controle de constitucionalidade concentrado perante o STF, será perfeitamente possível a
realização do controle concentrado perante o TJ local, confrontando-se lei municipal em
face da CE que repetiu norma da CF, mesmo que de reprodução obrigatória e redação
idêntica à norma da CF.
IV – Lei ou ato normativo distrital em face da CF/88:
Lei ou ato normativo de natureza distrital que contrariar a CF => STF;
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Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal que contrariar a CF => NÃO
há controle de ADI, só difuso. Há a possibilidade de ajuizar ADPF. V –
Lei ou ato normativo distrital em face de Lei Orgânica distrital => TJ LOCAL
VI – Lei municipal em face de Lei Orgânica do Município => NÃO será controle de
legalidade, mas apenas sistema difuso.

ATENÇÃO: O STF pode realizar o controle concentrado de constitucionalidade de leis municipais


em face da CF via ADPF, mas não em ADI.

9.1.3. Legitimidade (Art. 103 CF):


I – Presidente da República;
– Mesa da Câmara dos Deputados;
III – Mesa do Senado Federal;
IV – Mesa da Assembleia Legislativa dos Estados ou Mesa da Câmara Legislativa do DF
(PT);
V – Governador do Estado ou DF (PT);
VI – PGR VII
– CFOAB
VIII – Partido Político com representação no CN (A);
IX – Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (PT) + (A). –
presente em ao menos 1/3 dos estados (9)

PT – Pertinência Temática
A Mesa do Congresso Nacional NÃO possui legitimidade!
Entidade de classe de âmbito nacional deve ser entendida como categoria profissional. Por isso,
a UNE NÃO possui legitimidade, por ser entidade de classe estudantil. No entanto, o STF permitiu
ajuizar ADI por “associação de associação”.
A perda de representação do partido político no CN, após o ajuizamento da ADI, NÃO
descaracteriza a legitimidade ativa para prosseguimento na ação, pois a aferição de legitimidade
deve ser feita no momento da propositura da ação.
Apenas os partidos políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito
nacional é que deverão ajuizar ação por advogado. Para os demais, a capacidade postulatória
decorre da própria Constituição.

9.1.4. Procedimentos e características do processo objetivo


A ação será proposta por um dos legitimados, que deverá indicar na petição inicial o dispositivo
da lei ou ato normativo impugnado, os fundamentos jurídicos do pedido e o pedido com suas
especificações.
Quando subscrita por advogado, a petição inicial deverá vir acompanhada de instrumento de
procuração com poderes especiais para a instauração do processo de controle normativo
abstrato, e será apresentada em duas vias, com cópia do ato impugnado.
A petição inicial inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente será
liminarmente indeferida pelo relator, cabendo agravo em face dessa decisão, SALVO se for
decisão do pleno da Corte.
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É manifestamente improcedente a ADI que versar sobre uma norma cuja inconstitucionalidade já
tenha sido declarada pelo Plenário da Corte, mesmo que em recurso extraordinário.
Não sendo o caso de indeferimento liminar, o relator pedirá informações aos Órgãos ou às
autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado, devendo as informações
serem prestadas no prazo de 30 dias, podendo o relator requisitar informações complementares.
Decorrido o prazo de informações, serão ouvidos sucessivamente o AGU e o PGR, no prazo de 15
dias, para, respectivamente, defender o ato impugnado e dar parecer favorável ou desfavorável.
O AGU NÃO ESTÁ OBRIGADO A DEFENDER TESE JURÍDICA SE SOBRE ELA O STF JÁ FIXOU
ENTENDIMENTO PELA INCONSTITUCIONALIDADE. Entendeu ainda que a AGU tem direito de
manifestação.
Ao final, o relator emitirá relatório, com cópia a todos os ministros e pedirá dia para julgamento.
A declaração de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade será proferida se tiverem se
manifestado ao menos 06 ministros (Maioria Absoluta), com o quórum de instalação de 08
ministros dentre os 11.
Proclamada a constitucionalidade, será julgada improcedente a ADI, e proclamada a
inconstitucionalidade, será julgada improcedente a ADC.
A decisão passa a valer a partir da publicação da ata de sessão de julgamento no DJE, sendo
desnecessário aguardar o trânsito em julgado. Em 10 dias após o trânsito, o STF fará publicar em
seção especial do Diário de Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
Regras:
 Não existe prazo em dobro ou diferenciado para contestar;
 Inexiste prazo decadencial ou prescricional;
Não se admite a assistência jurídica de qualquer das partes, nem intervenção de
 terceiros, SALVO amicus curiae;
 É vedada expressamente a desistência da ação proposta;
Irrecorribilidade da decisão que declara a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, salvo a interposição de embargos
declaratórios;
Cabe recurso de agravo em face de decisão liminarmente indeferidas pelo relator.
Não rescindibilidade da decisão proferida, em decorrência da natureza objetiva
 do processo da ADI;
Não vinculação à tese jurídica (causa de pedir).

9.1.5. Amicus Curiae


A admissão de terceiro na condição de amicus curiae é fator de legitimação social das decisões
do STF, pois pluraliza o debate constitucional.
A admissão será decidida pelo Relator, que verificará o preenchimento dos requisitos e a
conveniência e oportunidade da manifestação. Mesmo admitido pelo relator, o Tribunal poderá
deixar de referendá-lo, afastando a sua intervenção.
Requisitos: relevância da matéria e representatividade dos postulantes.
O prazo para admissão poderá ser flexibilizado pelo relator, que terá a discricionariedade para
aceitar ou não a sua presença no processo objetivo, ainda que após o decurso do prazo, ou até
mesmo somente para a apresentação de sustentação oral. Todavia, a jurisprudência mudou um
pouco e passou a prever que o amicus curiae somente pode demandar a sua intervenção até a
data em que o relator liberar o processo para pauta.
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O Amicus Curiae terá direito a apresentar sustentação oral.


Lenza entende admissível a figura do amicus curiae para a ADC, por analogia, por ser ação
dúplice com a ADI, em que pese o dispositivo legal que admitia a figura para a ADC ter sido
originariamente vetado.
Não há dispositivo explícito prevendo a incidência para a ADPF, mas o STF vem admitindo a sua
presença, desde que se demonstre: (i) a relevância da matéria; (ii) representatividade dos
postulantes.
Cabe para ADO e IF.
O amicus curiae NÃO pode interpor recurso para discutir a matéria em análise perante o STF,
por ser terceiros estranho à relação processual.

9.1.6. Efeitos da ADI


Possui caráter dúplice ou ambivalente, entre ADI/ADC.
De modo geral, a decisão produzirá efeitos erga omnes, ex-tunc, tratando-se de ato nulo,
retirando do OJ o ato normativo ou lei incompatível com a CF.
Todavia, o art. 27 da Lei nº 9.868/99, introduziu a técnica da declaração de
inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade – Ao declarar a inconstitucionalidade, tendo
em vista razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria
qualificada de 2/3 dos seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que só
tenha eficácia a partir do seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado,
caso em que o STF poderá dar efeitos ex-nunc.
A declaração de inconstitucionalidade no controle concentrado em abstrato, em tese, é
marcada pela GENERALIDADE, IMPESSOALIDADE E ABSTRAÇÃO, faz instaurar um PROCESSO
OBJETIVO SEM PARTES, NO QUAL INEXISTE LITÍGIO REFERENTE A SITUAÇÕES CONCRETAS OU
INDIVIDUAIS, torando os atos institucionais NULOS E DESTITUÍDOS DE QUALQUER CARGA DE
EFICÁCIA JURÍDICA, com alcance sobre ATOS PRETÉRITOS.

RESUMO – EFEITOS GERAIS DA ADI:


 Erga Omnes;
 Ex Tunc;
Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e da
Administração Pública Federal, Estadual, Municipal ou Distrital.

SE RESTRITOS OS EFEITOS DA DECLARAÇÃO, OS EFEITOS SERÃO:


 Erga Omnes;
Ex Nunc ou outro momento a ser fixado pelos Ministros do STF,
podendo a modulação ser em algum efeito do passado ou para o
 futuro (prospectivo);
Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e da
Administração Pública Federal, Estadual, Municipal ou Distrital.

OBS: NÃO HÁ NECESSIDADE DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE LEI OU ATO NORMATIVO


DECLARADO INCONSTITUCIONAL POR RESOLUÇÃO DO SENADO, JÁ QUE O ART. 52, X SÓ SE
APLICA AO CONTROLE DIFUSO!

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O efeito vinculante NÃO atinge o legislativo, para se evitar o fenômeno da fossilização da


Constituição.

9.1.6.1. Princípio da Parcelaridade


O STF pode julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade,
expurgando do texto legal apenas uma palavra ou expressão, diferente do veto presidencial => É
INTERPRETAÇÃO CONFORME COM REDUÇÃO DE TEXTO

9.1.6.2. Declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto


Ocorre quando o STF declara que a inconstitucionalidade reside em determinada aplicação da
Lei, ou em um dado sentido interpretativo, e o STF indica, nesse último caso, qual seria a
interpretação conforme.
A interpretação conforme só será admitida quando houve um espaço para a decisão do
Judiciário, deixado pelo Legislativo, sendo VEDADO ao Judiciário atuar como legislador positivo e
instituir norma jurídica diversa da produzida pelo Legislador.

9.1.6.3. Efeito Repristinatório da declaração de inconstitucionalidade


A declaração de inconstitucionalidade reconhece a nulidade dos atos inconstitucionais e, por
consequência, a inexistência de qualquer carga de eficácia jurídica. Assim, a declaração de
inconstitucionalidade de ato normativo que tenha revogado outro ato normativo provoca o
restabelecimento do ano normativo anterior, quando a decisão tiver efeito retroativo => “ EFEITO
REPRISTINATÓRIO DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE”. Isso ocorre pois, se a lei é
nula, ela nunca teve eficácia, e se nunca teve eficácia, nunca revogou nenhuma norma. Se nunca
revogou nenhuma norma, a que teria sido supostamente revogada continua tendo eficácia.
Efeito Repristinatório da declaração de inconstitucionalidade NÃO se confunde com
repristinação da norma!
Em eventual controle normativo abstrato deverá ser impugnado todo o complexo normativo,
de toda cadeia normativa, tanto as normas revogadoras quanto as revogadas, se limitando a
necessidade de indicação até o advento da nova Constituição, segundo Gilmar Mendes.

OBS: Se o legitimado ativo da ADI objetivar que o STF analise a inconstitucionalidade da lei que
vai voltar a produzir efeitos, em razão do efeito repristinatório, deverá expressamente FAZER O
PEDIDO DE APRECIAÇÃO DA REFERIDA LEI, SOB PENA DE O STF NÃO PODER, DE OFÍCIO,
APRECIÁ-LA E NÃO CONHECER DA ADIN AJUIZADA!!!!

9.1.6.4. Pedido Cautelar


A medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta (06 membros)
do Tribunal, instalado o quórum de instalação com pelo menos 08 ministros, após audiência dos
órgãos dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, no prazo de 05 dias, dispensada a
audiência em caso de excepcional urgência, hipótese em que o Tribunal poderá deferir medida
cautelar.
Julgando indispensável, ouvirá o AGU e o PGR no prazo de 03 dias, sendo facultada a
sustentação oral.

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Verificado o fumus boni iuris e o periculum in mora, poderá ser concedida a medida cautelar,
com eficácia erga omnes e efeito Ex Nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder o
efeito Ex Tunc.
A concessão de medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo
expressa manifestação em sentido contrário.
A medida cautelar em ADI determina, regra geral, a suspensão da eficácia da lei impugnada
com efeito ex nunc e eficácia contra todos, restabelecendo a legislação anterior para evitar o
vácuo legislativo.

9.1.5. Reclamação para a garantia de autoridade de decisão do STF


Admitida para garantir a autoridade da decisão proferida pelo STF em sede de controle
concentrado de constitucionalidade, desde que o ato judicial que se alega desrespeito à decisão
do STF NÃO tenha transitado em julgado.
É parte legítima para a propositura todos aqueles que forem atingidos por decisões contrárias
ao entendimento firmado pelo STF no julgamento de mérito proferido em ADI.
Para o reconhecimento da reclamação, NÃO se exige a juntada de cópia do acórdão do STF que
teria sido desrespeitado, por ter sido o acórdão proferido pelo próprio STF.
Natureza Jurídica: É exercício constitucional do direito de petição aos Poderes Públicos, em
defesa de direito ou contra a ilegalidade ou abuso de poder.
NÃO pode ser utilizada como sucedâneo recursal;
NÃO cabe reclamação com base em súmula sem efeito vinculante;
Súmula 734, STF: NÃO cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial
que se alega ter desrespeitado decisão do STF.
STF: É possível que o STF, por meio de reclamação constitucional, faça reinterpretação de
decisão proferida em controle de constitucionalidade abstrato. A reclamação constitui um
instrumento para a realização de mutação constitucional e de inconstitucionalização de normas
que muitas vezes podem levar à redefinição do conteúdo e alcance, ou até mesmo a superação,
total ou parcial, de antiga decisão.

EXTENSÃO DA DECLARAÇÃO
( Só para controle concentrado)
Declaração de Nulidade sem Redução do Texto – Ocorre quando o dispositivo da
Lei tem mais de um significado possível, de modo que, a depender da
interpretação, o dispositivo pode ser inconstitucional ou não.
O STF já deu várias decisões dizendo que é equivalente ao princípio da
interpretação conforme a Constituição, mas para o CESPE NÃO seriam
iguais, pois na interpretação conforme, impõe-se que as leis sejam
interpretadas à luz dos valores constitucionais, e na declaração de
nulidade, uma das interpretações pode ser mais compatível do que a outra.
A interpretação conforme, enquanto técnica de decisão judicial, só pode
ser utilizada no controle concentrado. Porém, enquanto princípio
interpretativo, pode ser utilizada por qualquer órgão do Poder Judiciário.

Declaração de Nulidade com Redução – O STF atua como legislador negativo,
como se estivesse revogando a Lei total ou parcialmente.
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Inconstitucionalidade por arrastamento – Consiste no fato de a lei ser


inconstitucional e o decreto que regulamenta a lei, em razão da
inconstitucionalidade ser ser diretamente ilegal e indiretamente inconstitucional.
É hipótese excepcional de um decreto regulamentar ser objeto de ADI.

9.2. ADPF

9.2.1. Objeto
Cabível na modalidade de arguição autônoma (direta) ou na hipótese de arguição incidental,
nesse caso quando relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federal, estadual e municipal, incluídos os anteriores à Constituição. Nesse último
caso, deverá ser demonstrada a divergência jurisdicional relevante.
A ADPF é instrumento de análise em abstrato de recepção de lei ou ato normativo.
Os ministros do STF NÃO definiram em que consiste preceito fundamental, mas disseram em
algumas hipóteses apenas o que NÃO é preceito fundamental. Ex: O veto é ato político do Poder
Executivo, insuscetível de ser enquadrado como ato do Poder Público. Para a doutrina de Cássio
Juvenal Faria, seriam normas qualificas que veiculam princípios e servem de vetores de
interpretação das demais normas constitucionais (Ex: princípios fundamentais, cláusulas pétreas,
princípios constitucionais sensíveis, princípios da atividade econômica).
É inviável ADPF quando se tratar de decisões transitadas em julgado ou quando se cuidar de
efeitos decorrentes da coisa julgada. A ADPF, quando impugnar atos estatais, como decisões
judiciais, só pode ser utilizada se demonstrada que há relevante controvérsia constitucional sobre
o tema.

9.2.2. Competência – STF

9.2.3. Legitimidade – Os mesmos da ADI genérica, mas qualquer interessado poderá solicitar ao
PGR a propositura da arguição.

9.2.4. Procedimento
Proposta a ADPF por um dos legitimados, deverá o relator analisar a regularidade formal da
petição inicial, em que deverá ser observado:
I – Indicação do preceito fundamental que se considera
violado; II – Indicação do ato questionado;
– Prova da violação do preceito fundamental;
IV – Pedido, com suas especificações;
VI – Se for o caso, comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a
aplicação do preceito fundamental que se considera violado.

Liminarmente, o relator poderá indeferir a inicial, sendo cabível recurso de agravo, no prazo de
05 dias para atacar a decisão.
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE – Não será admitida a ADPF se houver qualquer outro meio
eficaz capaz de sanar a lesividade, devendo o princípio ser interpretado no contexto da ordem

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constitucional global, como aquele apto a solver a controvérsia judicial relevante de forma
ampla, geral e imediata.
Havendo pedido de liminar e apreciado pelo relator, este solicitará as informações necessárias
às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de 10 dias, podendo ouvir
as partes no processo que ensejaram a arguição, requisitar informações, designar perito ou
comissão ou designar data para audiência pública.
Admite-se excepcionalmente o amicus curiae, desde que relevante a matéria e a
representatividade dos postulantes.
A decisão da arguição será proferida pelo quórum da maioria absoluta, desde que presente o
quórum de instalação com 08 ministros (2/3 dos Ministros).
A decisão que julgar procedente ou improcedente a ADPF é irrecorrível, NÃO podendo ser
objeto de ação rescisória. Mas em caso de descumprimento da decisão proferida pelo STF, cabe
reclamação.

9.2.5. Efeitos da Decisão


A decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em que o Presidente do STF determinará
o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
Dentro de 10 dias, a partir do trânsito em julgado da decisão, sua parte dispositiva será
publicada no Diário de Justiça e Diário Oficial da União.
A decisão terá EFICÁCIA ERGA OMNES E EFEITO VINCULANTE, relativamente aos demais órgãos
do Poder Público, e EFEITOS RETROATIVOS (EX TUNC), podendo o STF modular os efeitos.

9.2.6. Pedido de Medida Liminar


O STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar
na ADPF. Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou em período de recesso, pode o
relator conceder liminar, posteriormente a ser referendada pelo Tribunal do Pleno.

O STF NÃO ADMITE COMO ADPF:


 Súmulas
 Propostas de Emendas à CF;
Veto – Natureza Política.

9.2.7. ADPF CONHECIDA COMO ADI


A ADPF pode ser conhecida como ADI, ante o caráter subsidiário da ADPF em relação à ADI
(princípio da fungibilidade)
O STF também permitiu que pleito formulado em ADI fosse conhecido como ADPF, quando
coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de admissibilidade daquela.

9.3. ADO
Busca-se combater a Síndrome da inefetividade das normas constitucionais.
Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção de providências necessárias
e, sendo órgão administrativo, para fazê-lo em 30 dias.
ADO – Controle Concentrado;
MI – Controle Difuso
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9.3.1. Espécies de Omissão


I - Total – Quando não houver o cumprimento constitucional do dever de legislar
- Parcial – Quando houver lei integrativa infraconstitucional, mas de forma insuficiente,
podendo ser:
Parcial propriamente dita – a lei existe, mas regula de forma deficiente o texto
 constitucional.
Parcial Relativa – A lei existe e outorga determinado benefício a certa categoria, mas
 deixa de concedê-lo a outra, que deveria ter sido contemplada.
Súmula 339/STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de isonomia.

9.3.2. Objeto
É a omissão de medida de cunho normativo, mais ampla do que a omissão de cunho legislativo,
englobando atos gerais, abstratos e obrigatórios de outros poderes, e não apenas daquele ao
qual cabe precipuamente a criação do direito positivo.
A omissão pode ser do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário.
STF: Pendente julgamento de ADO, se a norma que não tinha sido regulamentada é revogada, a
ação deverá ser extinta por perda de objeto.
STF: INEXISTE FUNGIBILIDADE DA ADO COM O MI, TENDO EM VISTA A DIVERSIDADE DE
PEDIDOS.

9.3.3. Competência – STF


O STF NÃO detém poderes constitucionais para determinar ao Congresso Nacional que aprecie
projetos de lei, mesmo quando esteja incorrendo em inconstitucionalidade por omissão.

9.3.4. Legitimidade – Os mesmos da ADI


Natureza Jurídica dos Legitimados: Os legitimados agem como “advogados do interesse
público”, ou como “advogados da Constituição”, sendo típico processo objetivo.

9.3.5. Procedimento
Praticamente o mesmo da ADI genérica, devendo a petição inicial indicar:
I – Omissão inconstitucional total ou parcial, quanto ao cumprimento de dever
constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa;
– O pedido e suas especificações.
Proposta a ação, NÃO se admitirá a desistência.
O relator poderá solicitar a manifestação da AGU, mediante encaminhamento no prazo de 15 dias.
Se há omissão TOTAL, NÃO há norma legal ou ato normativo a ser defendido. Logo, NÃO cabe
citação do AGU.

9.3.6. Medida Cautelar


Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o STF, por decisão da maioria absoluta
de seus membros, poderá conceder medida cautelar após a audiência dos órgãos ou autoridades
responsáveis pela omissão inconstitucional.

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A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo


questionado (omissão parcial), a suspensão de processos judiciais ou procedimentos
administrativos, ou outra providência a ser fixada pelo Tribunal.
No julgamento da Cautelar, será facultada a sustentação oral aos representantes judiciais do
requerente e das autoridades.

9.3.7. Efeitos da Decisão


A sentença proferida em ADO tem caráter mandamental, constituindo em mora o poder
competente que deveria elaborar a lei e não o fez.
Efeitos para o poder competente e para o órgão administrativo:
I – Poder Competente: será dada a ciência ao poder competente, não tendo sido fixado
prazo para a adoção das providências necessárias;
– Órgão Administrativo: Deverá suprir a omissão da medida no prazo de 30 dias, sob
pena de responsabilidade, em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo
Tribunal, tendo em vista circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

9.3.8. Fungibilidade entre ADO e ADI - É admitida a fungibilidade entre ADO e ADI.

9.4. REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA (IF)


Como regra geral, nenhum ente deverá intervir no outro, salvo:
União => nos E, DF e Municípios localizados em Território Federal;
 Estados => Em seus Municípios
A representação interventiva surgiu com a Constituição de 1934, sendo um dos pressupostos
para a decretação de intervenção federal ou Estadual pelos Chefes do Executivo, nas hipóteses
previstas na CF/88.
Quem decreta a intervenção não é o Judiciário, mas o chefe do Poder Executivo. O Judiciário
exerce um controle da ordem constitucional, tendo em vista o caso concreto que lhe é submetido
à análise, de modo que o Judiciário NÃO nulifica o ato, mas apenas verifica se estão presentes os
pressupostos para a futura decretação de intervenção pelo chefe do executivo.
Fases do procedimento:
Fase Jurisdicional – o STF ou TJ analisam apenas os
pressupostos para a intervenção, não nulificando o ato que a
ensejou. Julgando procedente o pedido, requisitam
FASE 01 intervenção ao chefe do executivo.
Intervenção Branda – O chefe do executivo, por meio de
decreto, limita-se a suspender a execução do ato impugnado, se
essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade
Controle Político? NÃO. Nessa fase está dispensada a
FASE 02 apreciação pelo CN ou Assembleia Legislativa.
Intervenção Efetiva – Se a medida tomada na fase 02 for
insuficiente, o Chefe do Executivo decretará a efetiva
Fase 03 intervenção, devendo especificar a amplitude, o prazo e as
condições de execução e, se couber, nomeará interventor.
Controle Político? Sim. O decreto do chefe do poder executivo
deverá ser submetido à apreciação do CN ou Assembleia
200

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Legislativa do Estado no prazo de 24 hrs e, estando em recesso,


será feita convocação extraordinária no mesmo prazo de 24 hrs.

9.4.1. Representação Interventiva Federal


A decretação de intervenção dependerá de provimento, pelo STF, da representação pelo PGR na
hipótese de violação aos princípios Constitucionais sensíveis (art. 34, VII CF):
I- Forma Republicana, sistema representativo e regime democrático;
– Direitos da pessoa humana;
III – Autonomia Municipal;
IV – Prestação de contas da Administração Direta e Indireta;
V – Aplicação do mínimo exigido em saúde e educação.

9.4.2. Objeto
- É o mais amplo possível, podendo ser:
I – Lei ou ato normativo que viole princípios sensíveis;
– Omissão ou Incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e
preservação dos princípios sensíveis, como os direitos da pessoa humana;
III – Ato governamental estadual que desrespeite os princípios sensíveis da
CF; IV – Ato administrativo que afronte os princípios sensíveis;
V – Ato concreto que viole os princípios sensíveis.
A fase judicial da intervenção NÃO se confunde com a fase judicial das demais ações de
inconstitucionalidade, pois na ADI interventiva o Tribunal NÃO nulificará, na hipótese de Lei, o ato
normativo.
O pedido de intervenção também pode envolver o DF, em razão de lei ou ato normativo,
omissão ou ato governamental distrital.
Súmula 637 STF: NÃO cabe RExtr contra acórdão do TJ que defere pedido de intervenção
estadual em município.

9.4.3. Competência – STF

9.4.4. Legitimidade
– O único e exclusivo legitimado ativo é o PGR, com total autonomia e discricionariedade para
formar o seu convencimento de ajuizamento.
- Legitimado passivo – ente federativo no qual se verifica a violação ao princípio sensível da CF,
devendo ser solicitadas informações às autoridades ou aos órgãos estaduais ou distritais
responsáveis, à Assembleia Legislativa local ou Governador.

9.4.5. Procedimento
Proposta a ação pelo PGR no STF, a petição inicial deverá conter: I
– Indicação do princípio Constitucional sensível violado;
II – Indicação do ato normativo, ato administrativo, ato concreto ou da omissão
questionados;
III – Prova da violação do princípio constitucional;
IV – O pedido, com suas especificações
O relator poderá indeferir liminarmente a petição inicial, quando:
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I – Não for o caso de representação interventiva;


– Faltar alguns dos requisitos estabelecidos em Lei;
– For inepta
Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de 05 dias.
Decorrido o prazo para a prestação de informações, serão ouvidos sucessivamente o AGU e o
PGR, no prazo de 10 dias, cada.
Se o relator entender necessário, poderá requisitar informações adicionais, designar perito ou
comissão de peritos, designar audiência pública.
Poderá ser autorizada a manifestação do amicus curiae.
A decisão sobre a representação interventiva será tomada se presentes na sessão pelo menos
08 ministros, devendo ser proclamada a procedência ou improcedência do pedido se num ou
noutro sentido tiverem se manifestado pelo menos 06 ministros (maioria absoluta).
Julgado procedente o pedido, serão comunicadas as autoridades ou órgãos responsáveis pela
prática do ato questionado. Se a decisão final for pela procedência do pedido, o STF levará ao
conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável de 15 dias, dar
cumprimento ao art. 36 da CF.
Por se tratar de requisição, o Presidente NÃO poderá descumprir a ordem mandamental, sob
pena de cometer crime comum e de responsabilidade, devendo decretar a intervenção branda.
O Presidente, por meio de decreto, se limitará a suspender a execução do ato impugnado.
Caso a medida NÃO seja suficiente para restabelecer a normalidade, o Presidente decretará a
intervenção efetiva, executando-a com a nomeação do interventor e afastamento das
autoridades responsáveis dos seus cargos.
A decisão que julgar procedente ou improcedente a representação interventiva será:
– Irrecorrível;
– Insuscetível de impugnação por ação rescisória.

9.4.6. Medida Liminar


É admitida somente por decisão da maioria absoluta dos Ministros.
O relator poderá ouvir as autoridades responsáveis pelo órgão questionado, a AGU e a PGR no
prazo de 05 dias.
A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou
efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra que apresente relação com a
matéria objeto da representação interventiva.

9.4.7. Representação em caso de recusa à execução de Lei Federal


É cabível a representação interventiva perante o STF, a ser ajuizada pelo PGR no caso de recusa
à execução de Lei Federal por Estado ou DF.

9.4.8. Representação Interventiva Estadual


Regula-se, no que for aplicável, pela Lei Federal (Lei 12.562/11).
Será decretada pelo Governador do Estado, e dependerá de provimento pelo TJ local de
representação para assegurar a observância de princípios indicados na CE ou para prover a
execução de lei, ordem ou decisão judicial, seguindo o modelo federal por simetria.

9.5. ADC
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Introduzida com a EC 3/93;


Busca declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo Federal, já que toda Lei tem
presunção apenas relativa (juris tantum) de constitucionalidade, transformando em absoluta (jure
et de jure), afastando a insegurança jurídica ou incerteza sobre a validade ou aplicação de Lei ou
ato normativo federal.
STF: É possível a cumulação de pedidos típicos em ADI e ADC em uma única demanda de
controle concentrado.

9.5.1. Objeto
Lei ou ato normativo FEDERAL.

9.5.2. Competência – STF

9.5.3. Legitimidade – Os mesmos da ADI

9.5.4. Procedimento
Praticamente o mesmo da ADI, mas não é preciso citar o AGU, já que NÃO existe texto
impugnado.
É ação dúplice ou ambivalente com a ADI
É necessária a demonstração da controvérsia judicial que põe em risco a presunção de
constitucionalidade do ato normativo sob exame.
STF: Mesmo que a lei ou ato normativo possua pouco tempo de vigência, já é possível preencher
o requisito da controvérsia judicial relevante se houver decisões julgando a lei ou ato normativo
inconstitucional. O requisito da relevância judicial é qualitativo e não quantitativo, podendo se
examinar emenda constitucional nova ou mesmo lei nova, se a matéria nela versada for relevante
e houver risco de decisões contrárias a sua constitucionalidade se multiplicarem.
Quando alegado vício formal de inconstitucionalidade, é necessário juntada de cópia dos
documentos relativos ao processo legislativo de formação da lei ou do ato normativo Federal.
A petição inicial indeferida liminarmente pelo relator poderá ser objeto de agravo, no prazo de
05 dias
Regra de votação e quórum: mesma da ADI
É vedada a intervenção de terceiros (salvo o amicus curiae) e a desistência da ação após a sua
propositura, sendo a decisão irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios,
não podendo ser objeto de ação rescisória.

9.5.5. Efeitos da Decisão


I – Erga Omnes (Eficácia contra todos);
II – Ex Tunc;
– Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração pública
Federal, Estadual, Municipal e distrital.

9.5.6. Medida Cautelar


O STF, por decisão da maioria absoluta, poderá deferir o pedido de medida cautelar, para que
juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação de lei ou
do ato normativo objeto da ação até o seu julgamento definitivo.
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Essa suspensão perdurará por até 180 dias contados da publicação da parte dispositiva da
decisão no DOU. Findo o prazo, cessará a eficácia da medida cautelar.
É possível a atribuição de efeito vinculante e erga omnes em sede de liminar na ADC.
Na hipótese de indeferimento de cautelar, em razão do efeito ambivalente, significaria a
procedência da ADI.
A ambivalência entre ADI e ADC NÃO se aplica às medidas cautelares.

10) CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS-MEMBROS

10.1. Regras Gerais:


Somente leis ou atos normativos estaduais ou municipais poderão ser objeto de controle;
Apesar de não fixar legitimados, vedou a atribuição da legitimação para agir de um único órgão;
O Órgão competente será o TJ local.

10.2. Objeto
- Leis e atos normativos estaduais ou municipais

10.3. Competência – Apenas o TJ Local

10.4. Legitimados
A CF não especificou legitimados, mas apenas proibiu a legitimação para um único órgão. Logo,
cabe às Constituições Estaduais a delimitação da regra, devendo respeitar, pelo princípio da
simetria, o art. 103 da CF
Pode a Constituição Estadual ampliar o rol de legitimados que não guardam simetria com o
art. 103 CF (ex: Deputados Estaduais, PGE, Defensor Público ou iniciativa popular). No entanto,
NÃO é possível restringir totalmente o rol de legitimados.

10.5. Parâmetro de Controle


Não cabe os TJs exercer o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos municipais
em face da CF;
O controle estadual por ADI só poderá apreciar lei ou ato normativo estadual ou municipal
confrontados perante a Constituição Estadual, NÃO podendo ter como parâmetro a CF.
O TJ NÃO poderá realizar controle concentrado de lei federal por meio de ADI genérica, seja em
face da CE ou CF
O STF NÃO poderá analisar por ADI a lei municipal em face da CE, mas excepcionalmente a lei
municipal em face da CF pela ADPF,
TÉCNICA DE REMISSÃO – É possível se invocar como referência paradigmática, para efeito de
controle abstrato de constitucionalidade, de leis ou atos normativos estaduais ou municipais,
cláusula de caráter remissivo que, inscrita na CE, remete diretamente às regras presentes da CF.

10.6. Simultaneus Processus


A mesma Lei Estadual pode ser objeto de controle concentrado no TJ e no STF, caso em que há o
fenômeno da SIMULTANEIDADE DE AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE
(SIMULTANEUS PROCESSUS).

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Nesse caso, o controle estadual deverá ficar suspenso, em razão da causa de suspensão
prejudicial do referido processo.
As seguintes hipóteses poderão surgir a partir da decisão a ser proferida pelo STF:
STF declara inconstitucional a Lei Estadual perante a CF – A ADI perderá o seu objeto, não
 produzindo a lei mais efeitos no referido Estado;
STF declara constitucional a Lei Estadual perante a CF – O TJ poderá prosseguir o
julgamento de lei estadual diante da CE, pois a lei poderá ser incompatível perante a CE
(desde que por outro fundamento)
Se a ação for proposta no TJ local e este julgue a ação, se operando o trânsito em julgado, poderá no
futuro essa lei ser examinada em controle abstrato perante o STF, tendo como parâmetro a CF?
TJ declara previamente a lei estadual constitucional – Nesse caso, não se tratará de
 simultaneidade, podendo o STF reconhecer eventual inconstitucionalidade;
TJ declara previamente a lei estadual inconstitucional – Lenza entende não haver mais o
que falar em controle perante o STF, já que a lei estadual foi retirada do OJ.

10.7. Utilização do REXtr no controle concentrado em âmbito estadual


Via de regra, da decisão do TJ local em controle abstrato de Lei estadual ou municipal NÃO cabe
recurso ao STF.
No entanto, se a lei estadual ou a municipal viola a CE e, no fundo, estiver violando a CF, se for
norma de observância obrigatória ou compulsória pelos Estados-Membros, abre-se a
possibilidade de se interpor REXtr contra acórdão do TJ em controle abstrato estadual, para que o
STF diga qual a interpretação da Lei Estadual ou Municipal em face da CF => UTILIZAÇÃO DE
RECURSO TÍPICO DO CONTROLE DIFUSO NO CONTROLE CONCENTRADO E EM ÂMBITO ESTADUAL!
O RExtr, nesse caso, será simples mecanismo de levar ao STF a análise da matéria, possuindo a
decisão do STF, nesse caso, os mesmos efeitos da ADI (Erga omnes, ex tunc, vinculante).
STF: A Fazenda Pública possui o prazo em dobro para interpor recurso extraordinário contra
decisão que julga ADI estadual. Não há razão para que exista um prazo em dobro no controle
difuso e não haja no concentrado (ARE 661288/SP).

ATENÇÃO: Há possibilidade de o STF analisar a constitucionalidade de lei municipal perante a CF


e com efeitos erga omnes se, na análise inicial do controle abstrato estadual, a lei municipal for
confrontada em relação à norma da Constituição Estadual de reprodução obrigatória e
compulsória da CF, análise realizada através de Recurso Extraordinário. Nesse caso, é controle
concentrado e não difuso. Note que é uma hipótese excepcionalíssima.

Referências Bibliográficas:
Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado.
Dizer o Direito.

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DIAS 39 E 40

DISCIPLINA
ADMINISTRATIVO

14 Agentes públicos. 14.1 Disposições constitucionais aplicáveis. 14.2 Disposições doutrinárias.


14.2.1 Conceito. 14.2.2 Espécies. 14.2.3 Cargo, emprego e função pública. 14.2.4 Provimento.
14.2.5 Vacância. 14.2.6 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 14.2.7 Remuneração. 14.2.8
Direitos e deveres. 14.2.9 Responsabilidade.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (2016) Autor: Rafael Carvalho Rezende Oliveira – Ed. GEN

http://www5.trf5.jus.br/novasAquisicoes/sumario/Curso_de_direito_administrativo_1063-
16_sumario.pdf

CAPÍTULO: 23.

Manual de Direito Administrativo. Autor: José dos Santos Carvalho

Filho CAPÍTULO: 11.

Boas opções de resumos para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Sinopses para Concursos - v.9 - Direito Administrativo. Autores: Fernando Ferreira Baltar Neto e
Ronny Charles Lopes de Torres
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/cfd730840ad982ca54e27c49
ee6d024f.pdf

CAPÍTULO: 7.

Resumo de Direito Administrativo Descomplicado: Vicente Paulo e Marcelo

Alexandrino http://www.mktgen.com.br/MET/Sumario/9788530975791_SUM.pdf

CAPÍTULO: 4 (Item 2) e 6.

RESUMO DO DIA

DIREITO ADMINISTRATIVO

14 Agentes públicos. 14.1 Disposições constitucionais aplicáveis. 14.2 Disposições doutrinárias.


14.2.1 Conceito. 14.2.2 Espécies. 14.2.3 Cargo, emprego e função pública. 14.2.4 Provimento.
14.2.5 Vacância. 14.2.6 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 14.2.7 Remuneração. 14.2.8
Direitos e deveres. 14.2.9 Responsabilidade.
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AGENTES PÚBLICOS: ABORDAGEM CONSTITUCIONAL

* ATENÇÃO: Note que muitos conceitos são repetidos na Lei Complementar 39/93.

Abordagem Constitucional da matéria: A CF/88 trata da Administração Pública nos arts. 37 a


42. No material, serão tratados os principais pontos da matéria, o que NÃO dispensa a leitura dos
dispositivos Constitucionais.
Princípios Constitucionais Explícitos:
 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
Publicidade
Eficiência.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte. (...)

1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
Agentes Públicos: É expressão ampla que abrange os sujeitos que exercem funções públicas.
Podem se dividir em:

a. Agentes Políticos: Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São
servidores estatutários, que NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os
detentores de mandato eletivo, secretários e Ministros de Estado.
Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-
los como AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a
Súmula Vinculante 13 STF (Vedação ao nepotismo).

b. Particulares em colaboração com o poder público: Todos aqueles que, sem perder a qualidade
de particulares, atuam em nome do Estado, mesmo em caráter temporário ou ocasional. Se
dividem em:
i. Designados: todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder
Público. Ex: Mesários, jurados...
Segundo Hely Lopes, são chamados AGENTES HONORÍFICOS.
Voluntários: Atuam voluntariamente em repartições, escolas, hospitais públicos.
Delegados: Atuam na prestação do serviço público mediante delegação do Estado. Ex:
Titulares de serventias de cartórios, concessionários e permissionários de serviços públicos.
Credenciados: Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o
Poder Público. Ex: Médicos privados em convênio com o SUS.

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c. Servidores Estatais (Agentes Administrativos): Possuem vínculo com o Estado, no exercício da


função administrativa, podendo ser:
c.1) Servidores Temporários: Contratados para atendimento, em caráter excepcional, de
necessidades NÃO permanentes dos órgãos públicos, devendo cumprir os seguintes requisitos:
Serviço Temporário, definido por lei específica, que deve especificar suas características,
 limites máximo de duração e o regime dos servidores;
Interesse Público, devidamente justificado pela autoridade pública responsável pela
 contratação;
Excepcionalidade da contratação, sendo o prazo de duração do contrato determinado
pela lei específica que regulamenta as contratações na esfera de cada ente federativo e
deve ser definido no contrato celebrado com o ente estatal.
 A contratação SEMPRE depende de lei específica que a regulamente.
Esses servidores NÃO são celetistas, possuindo regime especial de direito
administrativo, que decorre da lei específica que justifica e ampara a sua contratação,
sendo de competência a Justiça Comum para julgar.
 Serviços de excepcional interesse público (Lei 8.745/93):
 Serviços de assistência a situações de calamidade pública;
 Assistência a emergências em saúde pública;
Recenseamento pelo IBGE;
Admissão de professor substituto e professor visitante;
Admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro.

OBSERVAÇÃO: CLASSIFICAÇÃO DE DI PIETRO


Agentes Políticos: são pessoas que exercem atividades típicas de governo e
exercem mandatos, para qual foram eleitos, não incluem nessa classificação os
membros dos Tribunais de Contas, Juízes, membros do Ministério Público, os
Advogados da Advocacia Geral da União, etc.
Militares: pessoas físicas que prestem serviço às forças Armadas.
Servidores: em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e
às entidades da Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante
remuneração paga pelos cofres públicos, compreendem:
Servidores estatuários;
 Empregados públicos;
Servidores temporários-contratados por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público (art.37, IX, da CF/88).
Eles exercem funções, sem estarem vinculados a cargo ou empregos. É a mesma
classificação de Helly Lopes Meirelles de agente Administrativo.
4) Particulares em colaboração: São pessoas físicas que prestam serviços ao Estado,
sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração. Compreendem:
Delegação do Poder Público. Ex: empregados de empresas concessionárias e
permissionárias de serviços públicos, os que exercem serviços notariais e de
registro(art.236 da CF/88) os leiloeiros, tradutores e interpretes públicos;
eles exercem funções e suas remunerações são pagas pelos terceiros
usuários do serviço.
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Requisição, nomeação ou designação- é o exercício de funções relevantes


como: jurados, convocados para o serviço militar ou eleitoral, os comissários
de menores, os integrantes das comissões, grupos de trabalhos etc. também
 não tem vínculo empregatício e, em geral, não recebem remuneração.
Gestores de negócio- são pessoas físicas que assumem espontaneamente
determinada função pública em momento de emergência e urgência, como
epidemia, incêndio, enchente, etc.

c.2) Regime Jurídico dos servidores efetivos


A CF/88, quando publicada, instituiu a exigência de regime jurídico único para ingresso de
pessoal nas entidades da Administração direta, autárquica e fundacional, não se admitindo a
contratação de empregados pela CLT e a nomeação para assumir cargos estatutários ao mesmo
tempo. Com isso, a maioria dos entes federativos optou pelo regime estatutário, mas alguns
Municípios optaram pelo celetista.
Com a EC 19/98, foi abolida a exigência de regime jurídico único da Administração Direta,
autárquica e fundacional, passando a se admitir a convivência de ambos os regimes jurídicos
(estatutário + celetista).
Todavia, foi movida a ADI 2135, para declarar a inconstitucionalidade da EC 19/98, sob alegação
de incompatibilidade formal com a CF, sendo posteriormente concedida medida cautelar para
suspender a nova redação do art. 39 CF. Com isso, passou a ser admitido apenas um regime de
servidores nos entes da Administração direta, autárquica e fundacional.
Com isso, é obrigatório o regime jurídico único, o qual proíbe que, somente no âmbito da
mesma esfera de governo haja multiplicidade de regimes, podendo o ente optar entre o celetista
ou estatutário. E todos os servidores que ingressaram antes da ADI 2135 mantêm o seu vínculo
inalterado.
O regime estatutário prevalece ao celetista, por garantir maior segurança e conforto aos
servidores.

PANORAMA DO REGIME JURÍDICO ÚNICO:


1º Momento – Promulgação da CRFB: Pela redação originária, a CRFB exigiu a
instituição de regime jurídico único, e doutrina e lei entenderam ser o regime
estatutário, embora a CF NÃO tenha definido qual seria o regime de pessoal;
2º Momento – Reforma Administrativa – EC 19/98: Fim da obrigatoriedade do
regime jurídico único, sendo lícita a adoção do regime celetista em alguns casos.
A doutrina e o STF sempre entenderam que, apesar do silêncio da lei, a escolha do
regime não representava um “cheque em branco” para o poder público, devendo ser
adotado, necessariamente, o regime estatutário para as atividades típicas do Estado
(atividades-fim), uma vez que seria fundamental a estabilidade dos agentes públicos,
em razão da atividade. Para atividades instrumentais (atividades-meio) das pessoas
públicas, haveria liberdade para a escolha do regime.
3º Momento – Decisão liminar do STF – ADIn 2.135/DF – INF. 474 STF – Retorno da
obrigatoriedade do regime jurídico único, em liminar concedida.
Considerações quanto à decisão do STF:
A declaração de inconstitucionalidade se referiu apenas ao art. 39 da CRFB e
considerou vício formal no processo de votação da PEC, inexistindo análise
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da questão de fundo (NÃO se afirmou a impossibilidade material de


extinção do RJU);
Trata-se de decisão cautelar do STF com efeitos ex nunc. Logo, até o
julgamento do mérito da ação, agentes públicos celetistas contratados
durante a EC 19/98 continuam regidos pela CLT.

Agentes Comunitários de Saúde e agentes de combate às endemias: Existe a possibilidade de
contratação de empregados sob o regime da CLT para os agentes comunitários de saúde e de
combate às endemias (art. 198, §4º CF) – É exceção ao regime estatutário vigente para os entes
de direito público da Administração Federal. Os agentes devem:
Ser aprovados em processo seletivo público de provas ou de provas e títulos, conforme
 natureza e complexidade de suas atribuições;
Residir na área da comunidade em que atuar, desde a data de publicação do edital do
 processo seletivo (só para agente de saúde, e não para o de endemia);
 Haver concluído curso introdutório de formação inicial e continuada;
Haver concluído o ensino fundamental.

c.3) Servidores Celetistas: Salvo em casos excepcionais, esse tipo de contratação se limita aos
entes de direito privado (empresas estatais e fundações de direito privado).
Aprovados em concurso, assinam contrato de emprego.
Possuem vínculo permanente com o Estado, a prazo indeterminado, sendo aplicável a CLT e o
RGPS, e se submetem a algumas restrições dos servidores públicos em geral:
Proibidos de acumular seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo
 permissivo constitucional;
 Podem ser responsabilizados por improbidade administrativa;
Seus atos de submetem a controle judicial pelos remédios constitucionais;
 Devem se submeter a concurso público;
 Salários submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral.
A Súmula 390, II do TST determina que não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da
CF/88 aos empregados públicos, mesmo entendimento da doutrina majoritária, já que a
estabilidade, segundo CF, só poderá ser adquirida pelos detentores de cargo efetivo. O STF já se
posicionou no sentido de que, não havendo garantia da estabilidade, é prescindível a justificativa
para dispensa dos empregados das empresas estatais, a exceção da ETC que, segundo STF, goza
de regime de Fazenda Pública, com todas as prerrogativas e limitações inerentes ao regime
jurídico administrativo.
STF: Reconhece o dever de motivar os atos de dispensa dos empregados das empresas estatais
prestadoras de servido público, assegurando o contraditório e a ampla defesa.
Características:
Unicidade normativa: A União detém competência privativa para legislar sobre direito do
trabalho. Logo, lei estadual que proibiu dispensa sem justa causa de empresa estatal
estadual é inconstitucional, pela falta de competência do Estado para legislar sobre direito
 do trabalho.
 Vínculo contratual: Os empregados públicos assinam contrato de trabalho.
Competência para processo e julgamento da justiça do trabalho.
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c.4) Servidores Estatutários: Possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da


Lei, de natureza profissional e prazo indeterminado.
STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo estatuto dos
servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses agentes.
Características do regime estatutário:
Pluralidade normativa: Cada ente federativo possui autonomia para disciplinar normas
estatutárias que regem os seus respectivos servidores, sendo a iniciativa das leis do chefe
 do executivo;
Vínculo legal: NÃO há contrato de trabalho, mas termo de posse. A ausência de vínculo
contratual, segundo o STJ, demonstra a inexistência do direito à inalterabilidade da
 situação funcional, por predominar o interesse público na relação estatutária.
Competência para processo e julgamento: Justiça comum.

REGIME ESPECIAL
Aplica-se aos agentes públicos contratados por tempo determinado
(temporários), com fundamento no art. 37, IX, da CRFB. Sendo norma de eficácia
limitada, fica a cargo do legislador estabelecer os casos de contratação por prazo
determinado. Em razão da autonomia federativa, compete a cada ente federado
legislar sobre a matéria.
Os agentes temporários são contratados pela Administração Pública para exercer
funções públicas em caráter temporário e excepcional, mas não ocupam cargos ou
empregos públicos.
NÃO se exige a realização de concurso público.
Requisitos:
Existência de lei regulamentadora com a previsão dos casos de contratação
 temporária;
 Prazo determinado de contratação (a legislação deve estipular os prazos);
Necessidade temporária (NÃO é possível utilizar a contratação para o
 exercício de funções burocráticas ordinárias e permanentes);
Excepcional interesse público (a contratação deve ser precedida de
motivação que demonstre de maneira irrefutável o excepcional interesse
público);
Pluralidade normativa, já que casa ente federado pode legislar
autonomamente sobre as hipóteses de contratação temporária e
estabelecer os respectivos procedimentos.
 Vínculo contratual.
Competência para processo e julgamento: Justiça comum, tendo em vista o
caráter jurídico administrativo do agente, conforme entendeu o STF
(embora o tema suscite divergências doutrinárias).
O plenário do STF declarou inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais
que tratavam da contratação temporária de servidores com hipóteses abrangentes
e genéricas de contratações temporárias de concursos públicos e sem
especificação da contingência fática que evidencie situação de emergência.

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ATENÇÃO: FUNÇÃO DE CONFIANÇA X CARGO EM COMISSÃO


Função de Confiança: É uma função sem cargo, função isolada dentro do serviço
público, somente podendo ser exercida por quem já esteja investido em cargo
efetivo;
Cargo em Comissão: É o cargo comissionado, também podendo ser exercido por
servidores de cargo efetivo.
- Cada entidade deverá estabelecer, por lei, um percentual mínimo de cargos em
comissão que necessariamente serão preenchidos por servidores efetivos.
- É possível atribuir cargo em comissão ao servidor ocupante de outro cargo em
comissão, desde que de forma interina, caso em que o sujeito receberá apenas a
maior remuneração.

REQUISITOS DE INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO: É imprescindível a previsão legal de todos os


requisitos necessários à investidura no cargo e no emprego, sendo VEDADA a criação de novos
requisitos por mera previsão no edital do concurso.
- É possível dividir os requisitos em duas espécies:
 Requisitos de inscrição: Exigências para participação no certame;
Requisitos do cargo: relacionam-se diretamente com a função a ser desempenhada.
STF e STJ exigem a comprovação do requisito temporal de três anos de atividade jurídica para
ingresso no momento da inscrição no certame, e não da data da posse.

4.1) Ampla Acessibilidade: Devem ser acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
previstos em lei e aos estrangeiros, na forma da legislação aplicável, em atenção ao princípio da
isonomia.
A CF prevê alguns casos que só podem ser preenchidos por brasileiros natos (art. 13, §3º).
Quanto ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, a CF limita às hipóteses definidas em lei
específica, sendo norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir
efeitos, não sendo autoaplicável.

4.2) Concurso Público: Assegura a impessoalidade, moralidade e isonomia no acesso a cargos


públicos.
É o processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona o melhor candidato
para integrar os cargos e empregos públicos.
NÃO se admite no Brasil a escolha de candidatos unicamente com base em concurso de títulos
(violação à impessoalidade e isonomia).
NÃO se admite qualquer espécie de provimento derivado que permita ao servidor assumir cargo
em outra carreira que não aquele em que foi regularmente investido por concurso => VIDE
SÚMULA 685 STF.
SÚMULA 231 TCU: A exigência de concurso público para admissão de pessoal se
estende a toda a Administração Indireta, nela compreendidas as Autarquias, as
Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as Sociedades de Economia
Mista, as Empresas Públicas e, ainda, as demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, mesmo que visem a objetivos estritamente econômicos,
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em regime de competitividade com a iniciativa privada.


NÃO se admitem os concursos internos, pelos quais antigos servidores assumem cargos em
nova carreira que não guardam conformidade com a carreira na qual o servidor ingressou
mediante concurso.
Exceções ao concurso público:
 Cargos em comissão;
 Servidores temporários;
Cargos Eletivos;
Ex-combatentes – Desde que tenham participado efetivamente da II guerra mundial,
 conforme art. 53, I ADCT;
 Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias – Processo seletivo simplificado;
Nomeação direta para Ministro de Tribunais de contas, STF, STJ e demais Tribunais
 Superiores;
Dirigentes das Empresas Estatais – Por serem detentores de cargo em comissão, NÃO
 dependem de concurso para a sua nomeação;
Empresas estatais – A doutrina admite a contratação direta, sem necessidade de
concurso, em situações excepcionais, para a contratação de profissionais qualificados em
 determinados ramos de atividade de interesse da entidade;
OAB.

4.2.1) Regras Definidas pelo Edital


Prazo de vigência: O prazo de validade do concurso é de até 02 anos. Admitindo-se uma única
prorrogação, por igual período. O prazo inicia a partir da publicação da homologação do
resultado final do concurso público.
- Cabe ao Administrador definir se há interesse na prorrogação, com base nos critérios de
oportunidade e conveniência (discricionário), devendo eventual prorrogação ocorrer antes do
término de vigência originário, sob pena de se tornar impossível. => A prorrogação insere-se na
discricionariedade, mas a possibilidade de prorrogação deve constar expressamente da lei ou
edital, sob pena de o certame ser improrrogável.
- Não há óbice à investidura do candidato após o prazo de validade do concurso, por força de
decisão judicial, se a propositura da ação, com o objetivo de discutir essa questão, tenha ocorrido
durante o prazo de validade. Segundo o STJ, o término do prazo de validade do concurso NÃO
enseja a perda do objeto da ação ajuizada com a finalidade de sanar ilegalidade consistente na
quebra da ordem classificatória, sob pena de o candidato lesado ser punido pela demora na
prestação jurisdicional.
- Os aprovados em concurso em andamento terão prioridade sobre novos concursados, não havendo
óbice à instauração de novo concurso durante o período de validade do certame anterior.

Alteração de disposições editalícias: O edital é ato administrativo discricionário expedido pela


Administração, devendo se adequar à Lei e os princípios constitucionais aplicados à atuação do
Estado.
- O edital NÃO pode estipular regras e requisitos de ingresso que extrapolem as reais
necessidades daquele cargo ou emprego, sob pena de violar a isonomia, impessoalidade e
moralidade administrativa.

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Princípio de vinculação ao instrumento convocatório: Uma vez publicado o edital, seus termos
vinculam aqueles que pretendem participar do certame, assim como a própria Administração.
STF: Veda a modificação editalícia que não seja embasada em alteração legislativa e, ainda
assim, restringe a modificação do edital enquanto não concluído e homologado o certame
(impossibilidade de alteração do edital no curso do processo de seleção).

Controle Judicial: Por ser ato discricionário, o instrumento convocatório e concurso público
não se sujeitam a controle jurisdicional amplo, sendo possível a análise do Judiciário quanto à
regularidade do certame e adequação dos princípios constitucionais.
- O Judiciário NÃO pode substituir a Banca Examinadora, definindo critérios de seleção,
reavaliando provas e notas atribuídas a candidatos, sob pena de adentrar no mérito da atuação
discricionária da Administração.
- O edital NÃO pode definir critérios de escolha e requisitos de admissão que extrapolem a
razoabilidade e isonomia. Nesses casos, o STF admite o controle das regras do concurso, seja na
elaboração de questões ou na avaliação das respostas do candidato.
- STF: Admite que o Poder Judiciário verifique a cobrança de itens da matéria não previstos no
edital.

4.2.2) Nulidade do Concurso: Caso o concurso possua alguma irregularidade, sua invalidação
induz à invalidação da nomeação efetiva ou da contratação feita.
Doutrina e jurisprudência NÃO admitem a aplicação da TEORIA DO FATO CONSUMADO, sendo
impossível convalidar procedimento irregular. Assim, o particular deverá ser afastado das suas
funções e ser declarada a nulidade de nomeação baseado no concurso irregularmente conduzido.
Teoria do Funcionário de fato ou teoria da aparência – Os atos praticados pelo agente
regularmente investido, por estar revestido de legalidade aparente, devem ser mantidos para
evitar prejuízo a terceiros, embora NÃO permita a regularização do particular como servidor
público, sendo mantida a nulidade da nomeação.
A anulação da nomeação deve respeitar o devido processo legal em que se observe o
contraditório e ampla defesa.
José dos Santos Carvalho Filho: Defende a desnecessidade de garantia do contraditório e ampla
defesa se a anulação do certame ocorrer antes da investidura dos candidatos no cargo, desde que
demonstradas as irregularidades ocorridas no certame, somente garantindo a oitiva do interessado
caso tenha sido empossado no cargo. No entanto, o STJ garante a defesa ao particular, mesmo que a
anulação do concurso público ocorra antes do ato de nomeação dos candidatos.
A nulidade do ato de nomeação dos servidores NÃO pode justificar o não pagamento das
remunerações pelos serviços prestados efetivamente pelo agente, sob pena de enriquecimento
sem causa do poder público.
STF: Se anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da remuneração
pelos dias trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS.

4.2.3) Realização de concurso na vigência do certame anterior: É admitida a realização de novo


processo seletivo, desde que respeitada a ordem de preferência aos candidatos aprovados no
concurso anterior.

4.2.4) Direito Subjetivo à nomeação


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STF: Candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previamente definido no
edital terá direito subjetivo à nomeação e à posse, sob pena de omissão ilícita da administração.
STF: Ocorre que, diante de demonstração de situações excepcionais, nas quais, por motivo de
necessidade pública superveniente, devidamente comprovada e justificada, a Administração
poderá deixar de nomear candidatos aprovados em concurso público, ainda que dentro do
número de vagas, sob pena de priorizar o direito do aprovado em detrimento do interesse geral
=> Logo, requisitos para não nomear:
Superveniência: Os fatos ensejadores de uma situação excepcional devem
 necessariamente ser posteriores à publicação do edital;
Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias,
 imprevisíveis à época da publicação do edital;
Necessidade: A administração só pode adotar tal medida quando não existirem outros
meios menos gravosos para lidar com situação excepcional e imprevisível.

4.3) Nacionalidade Brasileira


4.4) Gozo dos Direitos Políticos
4.5) Quitações com as obrigações militares e eleitorais;
4.6) Nível de escolaridade exigido para o cargo: A exigência da escolaridade deve ser determinada
por meio de lei e deve ser compatível com as funções a serem atribuídas aos servidores dos cargos a
serem providos. O edital deve especificar claramente a escolaridade mínima exigida para exercer as
atividades naquele cargo público, dando ampla publicidade a esta informação.

4.7) Aptidão física e mental para o exercício das funções do cargo


4.7.1) Portadores de necessidades especiais: A impossibilidade de ingresso na carreira por
qualquer necessidade especial deve se justificar pelas atribuições da carreira.
A Lei 8.112/90 reserva até 20% das vagas aos portadores de deficiência, desde que não impeça
o exercício da função do cargo.
STJ: O edital deve respeitar um percentual mínimo de 5% das vagas destinadas a estes candidatos.

4.7.2) Limite de idade: A 8.112/90 estipula idade mínima de 18 anos para ingresso nos cargos
públicos federais.
-Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face
do art. 7º, XXX da CF quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido. => Essa súmula deve ser ampliada para os casos em relação a sexo, altura mínima e
outras restrições.
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos públicos, não
devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia - Mesmo diante de situações que
justifiquem restrições de ingresso, estas regras devem ser estipuladas por meio de lei, não sendo
suficiente a disposição no edital.

4.7.3) Exame Psicotécnico: Para a realização do exame devem estar preenchidos os seguintes
requisitos:
Se houver lei em sentido material que expressamente autorize (VIDE SÚMULA 686 STF – Só
 por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público).
Previsão em edital;
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Grau mínimo de objetividade e publicidade dos critérios que nortearão a avaliação


psicológica.

4.8) Atividade Jurídica: A EC 45/2004 previu obrigatoriedade de atividade jurídica de 03 anos


para que seja possível o ingresso na magistratura e no MP. Para essas duas carreiras, a exigência
não depende de Lei; para as demais carreiras, é necessária a previsão legal, desde que justificada
em razão das atribuições inerentes ao cargo
STF: Os 03 anos de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito sendo
imprescindível a conclusão do curso de bacharelado em Direito (colação de grau) para se começar
a computar a atividade jurídica.
STF: A Administração Pública pode exigir o requisito da comprovação de atividade jurídica na
data de inscrição definitiva do concurso e não somente na posse do exercício do cargo.
Para a magistratura, a conclusão do curso de pós-graduação na área jurídica NÃO pode ser
considerado como tempo de atividade jurídica (mas para o MP se considera). Para as demais
carreiras, cabe ao edital do concurso ou à Lei da carreira definir como será feita a análise do
requisito.

4.9) Vedação ao nepotismo: É requisito negativo de acesso.


Súmula Vinculante 13 STF: A súmula veda inclusive as designações recíprocas (nepotismo
cruzado).
STF: É inaplicável a vedação ao nepotismo quando se tratar de nomeação de agentes para o
exercício de cargo político, desde que o sujeito tenha condições técnica de assumir o cargo.
STF: A vedação ao nepotismo configura aplicação direta dos princípios previstos no art. 37 CF,
NÃO dependendo de lei formal para que seja aplicado a todos os entes federados.

4.10) Aprovação no concurso e direito à nomeação


A aprovação do candidato em concurso público não acarreta, em princípio, direito à nomeação e
à posse, mas apenas expectativa de direito ao candidato. No entanto, o candidato possui direito,
e não apenas expectativa, quando, dentro do prazo de validade do concurso, houver
inobservância pela administração, da ordem de classificação.
Outrossim, se a Administração durante o prazo de validade do concurso, efetua contratações
precárias para o exercício das mesmas funções que justificaram a realização do certame, há o
direito à nomeação dos candidatos aprovados em concurso.
Os candidatos aprovados dentro do número de vagas possuem direito à nomeação e à posse.
STF: Candidato não aprovado, que toma posse por força de decisão judicial liminar ou precária,
posteriormente revogada, NÃO tem o direito de permanecer no cargo, sendo inaplicáveis os
princípios da segurança jurídica e confiança legítima.

4.11) Direito de vista e revisão das provas


A Administração deve possibilitar o acesso à correção das questões constantes em provas de
concursos públicos, independente de previsão do direito em edital. No entanto, o STJ já exarou
julgados no sentido de que o recurso administrativo contra o gabarito das provas somente será
possível se houver previsão em edital, já que o edital seria a lei do concurso.
Revisão judicial: a jurisprudência do STF NÃO tem admitido o controle judicial em relação a critérios
discricionários adotados por bancas examinadoras, ante a separação dos poderes. Todavia,
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permite-se a invalidação de questões objetivas quando houver flagrante ilegalidade ou


desrespeito às regras constantes do edital.
Provas discursivas: o controle judicial não pode reexaminar a conveniência e oportunidade dos
critérios adotados na valoração das respostas pela Banca. No entanto, isso não afasta o controle
judicial, inclusive com perícia. O Judiciário NÃO pode substituir a banca para atribuir a nota que
entende correta, mas apenas decidir pela desproporcionalidade ou ilegalidade da nota, caso em
que, após invalidar a atuação da banca, deverá o Judiciário oportunizar nova correção pelos
examinadores, com atribuição de nova nota à questão.

5) ESTABILIDADE
A EFETIVIDADE é atributo do cargo público, definido por lei no momento de sua criação, sendo
requisito indispensável para a aquisição da estabilidade. Os cargos públicos estatutários podem ser:
Cargos Efetivos: Aprovados por concurso e passíveis da aquisição da estabilidade;
Cargos em Comissão: NÃO adquirem estabilidade, pois são cargos de livre nomeação e
 exoneração.
A ESTABILIDADE é prerrogativa constitucional atribuída aos servidores públicos detentores de
cargo em provimento efetivo, de permanência no serviço público, só perdendo o cargo nas
hipóteses definidas na CF.
Logo, a estabilidade NÃO poderá ser adquirida pelos agentes detentores de empregos públicos,
sob regime da CLT, pois a estabilidade é prevista apenas para cargos públicos e não para
empregos públicos (art. 41 CF).
Durante o estágio probatório, o servidor não é protegido contra a extinção do cargo (Súmula 22
do STF). Em caso de extinção ou declaração de desnecessidade do cargo, o servidor NÃO será
colocado em disponibilidade remunerada, pois esse direito é exclusivo do servidor estável, mas
será exonerado, NÃO podendo ser aproveitado em outro cargo.
A aquisição da estabilidade pressupõe o efetivo exercício da função pelo período de 03 anos.
Logo, na hipótese de afastamento do cargo, a exemplo da licença, o prazo de avaliação deve ser
prorrogado pelo mesmo período do afastamento.
STF: Reconheceu a estabilidade de determinado servidor que exerceu as suas funções por mais
de três anos, mas não foi submetido à avaliação especial de desempenho.
A estabilidade possui pertinência com o serviço, e não com o cargo. Logo, o STJ já asseverou que
“a estabilidade diz respeito ao serviço público, e não ao cargo”, razão pela qual o servidor estável,
ao ser investido em novo cargo, não fica dispensado de cumprir novo estágio probatório, SALVO
se o cargo estiver inserido na mesma carreira e submetido ao mesmo estatuto funcional.

5.1) Conceito e Evolução Constitucional:


O texto originário previa que a estabilidade seria adquirida com 02 anos de efetivo exercício no
cargo.
A EC 19/98 ampliou o prazo para a aquisição de estabilidade de 02 para 03 anos e acrescentou a
aprovação em avaliação especial de desempenho realizada por comissão designada para esse fim.
Logo, os requisitos passaram a ser:
 03 anos de efetivo exercício em cargo efetivo;
Aprovação em avaliação especial de desempenho, por comissão especialmente constituída.

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Doutrina e jurisprudência entendem que a avaliação pode ser expressa ou tácita, pois se
passados 03 anos de exercício e a avaliação não for realizada pelo Poder Público, presume-se que
o servidor foi avaliado e aprovado.
Regra de estabilização: A estabilidade poderá ser adquirida pelos agentes que, mesmo sem
aprovação em concurso público, tenham ingressado no serviço público, ao menos 05 anos antes
da promulgação da CF/88, situação que NÃO se aplica a ocupantes de cargos, empregos de
confiança ou em comissão.
O servidor em estágio probatório, uma vez que ainda NÃO adquiriu a estabilidade, NÃO possui a
garantia de permanência no serviço. Todavia, a perda do cargo depende necessariamente do
respeito ao princípio do contraditório e ampla defesa, conforme súmula 21 do STF.

5.2) Empregos Públicos: A súmula 331 TST prevê que ao empregado de empresa estatal, ainda
que admitido por aprovação em concurso público, não será garantida a estabilidade prevista no
art. 41 da CF/88.
STF: Já se manifestou no sentido de que, não havendo a garantia da estabilidade, é prescindível
a justificativa para a dispensa desses empregados. No entanto, existe jurisprudência do STF que
entende necessária a motivação, por se tratar de ato administrativo.
Para empregados contratados para prestação de serviços na Administração Direta e autárquica,
o TST editou súmula 390, no sentido de que a estabilidade os alcança (aplicável para os que
ingressaram no serviço público até a EC 19/98).

5.3) Dispensa do servidor estável: Os servidores estáveis só perderão o cargo nas seguintes
hipóteses:
 Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
 Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
 complementar, assegurada a ampla defesa.
Exoneração para corte de gastos: hipótese do art. 169 CF.

a. Limite de gastos: A LRF estabelece os limites de gastos que os entes federativos podem ter
 como pagamento dos servidores:
 União: 50% RCL com gastos de pessoal;
Estados + Municípios: 60% RCL com gastos de pessoal.
Em caso de necessidade de redução das despesas com pessoal, a CF dispõe a seguinte gradação:
Redução em pelo menos 20% das despesas em cargos comissionados e funções de
 confiança;
Exoneração dos servidores públicos NÃO estáveis;
Exoneração dos servidores estáveis: Nesse caso, o cargo do servidor estável será extinto,
sendo vedada ao ente estatal a criação de cargo, emprego ou função com atribuições
iguais ou assemelhadas pelo prazo de 04 anos. Ademais, o servidor estável passa a receber
uma indenização correspondente a um mês de remuneração para cada ano de serviço
 público prestado.
A exoneração dos servidores estáveis deverá ser precedida de ato normativo motivado dos
Chefes de cada u dos poderes, o qual deverá apresentar a economia de recursos e o número

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de servidores a serem exonerados, definindo critério impessoal para o desligamento de


servidores estáveis.

EXONERAÇÃO X DEMISSÃO
Exoneração: Perda do cargo sem caráter de penalidade;
Demissão: Perda do cargo com caráter punitivo, decorrente de infração
praticada pelo agente.

5.4. Estabilidade x Estágio Probatório: O estágio probatório é fase na qual o servidor público está
sendo avaliado dentro da execução da atividade pública, para verificar se possui aptidão para o
exercício daquelas funções para as quais foi designado.
Quando a CF foi promulgada, previa o prazo de 02 anos de efetivo exercício para a aquisição da
estabilidade, sendo esse prazo chamado pela Lei 8.112/90 de estágio probatório.
Com a EC 19/98, o prazo para que o servidor adquira a estabilidade passou a ser de 03 anos, além da
necessidade da aprovação em avaliação especial de desempenho. Com isso, surgiu divergência
doutrinária, pois para parte a estabilidade não se confundiria com o estágio probatório, sendo a
estabilidade adquirida após 03 anos, independente dos 24 meses de estágio probatório.
A partir de 2010, a jurisprudência entendeu que o prazo necessário à aquisição da estabilidade
foi definido como sendo o prazo de estágio probatório (03 anos).

5.5. Vitaliciedade: Prerrogativa conferida em função dos cargos que exercem e grau de
responsabilidade. É garantida a permanência no serviço público, somente sendo possível a perda
do cargo por sentença judicial transitada em julgado. Aplica-se ao MP, magistratura e Ministros e
conselheiros dos Tribunais de Contas.
Alcance da vitaliciedade:
 Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas;
 Magistrados;
Membros do MP.
A maioria dos ocupantes de cargos vitalícios só adquirem a vitaliciedade após estágio de
vitaliciamento de dois anos. Porém, a vitaliciedade será concedida automaticamente a
determinado servidores a partir da investidura no cargo, a exemplo de advogado investido
magistrado pelo quinto.
A vitaliciedade, no entanto, NÃO garante a permanência eterna no cargo. Não impede a
extinção do cargo, hipótese em que o servidor ficará em disponibilidade remunerada (S. 11 do
STF) e o servidor vitalício se sujeita à aposentadoria compulsória.

6) DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO


Os militares NÃO têm direito à greve nem de sindicalização, por expressa vedação constitucional.
Para os servidores civis, o direito de greve está garantido e será exercido por lei especial. O STF
entende que o direito de greve dos servidores público é norma de eficácia limitada à edição de lei
específica que o regulamente. Como atualmente inexiste norma infraconstitucional, o STF, ao julgar
Mandado de Injunção referente à matéria, determinou que enquanto não houver lei específica
para regulamentar a greve dos servidores, será usada a lei geral de greve (Lei 7.783/89) para o
exercício deste direito.

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A greve pode ser utilizada inclusive por servidores em estágio probatório, pois a ausência ao
trabalho NÃO se configura imotivada em caso de greve, mas ocorrida de forma deliberada.
Competência:
 Se a greve for realizada por empregados públicos: Justiça do Trabalho;
 Se realizada por servidores estatutários: Justiça Comum
Greve de servidores públicos civis, se movimento nacional ou abarcar mais de um ente
 federativo: STJ.
Sindicalização: Salvo os militares, aos servidores públicos civil é assegurado o direito à greve e à
sindicalização, norma de eficácia plena. O direito à sindicalização é uma faculdade do servidor,
não podendo ser objeto os vencimentos dos servidores públicos de convenção coletiva (VIDE
SÚMULA 679 STF).

7) ACUMULAÇÃO DE CARGOS
Segundo a CF/88, em princípio NÃO é possível acumular cargos ou empregos públicos que
qualquer ente da Administração direta ou indireta da U, E, M, DF, abrangendo os servidores
estatutários, celetistas e temporários.
A CF veda a acumulação remunerada, razão pela qual, em princípio, NÃO há vedação para a
acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções, desde que haja compatibilidade dos
horários.
STF/STJ: NÃO é possível a acumulação de três fontes remuneratórias.
Requisitos constitucionais para a acumulação:
 Compatibilidade de horários
STF: Reconhecer a ilicitude na acumulação de cargos quando ambos estiverem
submetidos ao regime de 40 horas semanais e um deles exija dedicação exclusiva.
 Obediência ao teto remuneratório;
 Hipóteses previstas na CRFB/88.
Exceções:
 02 Cargos de professor;
Um cargo de professor com outro técnico ou científico => O STJ entende que os cargos
técnicos ou científicos, para fins de acumulação, são os que exigem nível superior ou
formação técnica especializada, não bastando ter a nomenclatura de técnico. Assim, os
 cargos de técnico judiciário NÃO estão abrangidos pela norma Constitucional;
02 Cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profissões
 regulamentadas;
 Um cargo de magistrado ou membro de MP + 01 cargo de professor;
Um cargo efetivo + 01 cargo se vereador, se houver compatibilidade.

Para que a acumulação de cargos ou empregos seja lícita, deve haver a demonstração da
compatibilidade de horários.
Quando verificada a ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS por determinado servidor, a
Administração notificará o servidor para que adote uma das providências:
1. Optando por um dos cargos, dentro do prazo de lei, considera-se que o servidor faltoso
estava de boa-fé, sendo-lhe concedida a exoneração a pedido do cargo ou emprego
público que não foi objeto de escolha;

220

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Caso o servidor não opte em 10 dias, a Administração Pública instaura Procedimento


Administrativo sumário, nas seguintes etapas:
Será designada portaria, formando comissão com 02 servidores estáveis;
Posteriormente concede-se prazo de defesa pelo servidor, em 05 dias;
Após a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou
responsabilidade do servidor, que opinará e remeterá os autos para a autoridade
instauradora para julgamento;
Ao final, é proferida decisão, definindo pela ocorrência ou não da infração.
O servidor pode optar por um dos cargos até o último dia de defesa. Feita essa opção,
considerar-se-á de boa-fé e o Processo Administrativo será convertido em pedido de
exoneração de cargo público;
Não sendo feita a opção e detectada a acumulação ilegal, o servidor será demitido de
todos os cargos ocupados.

É possível acumular a aposentadoria do regime próprio de previdência com remuneração de


cargo efetivo nas seguintes hipóteses (deve respeitar o limite de remuneração):
 Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo em comissão;
 Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo eletivo;
 Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo efetivo de cargo acumulável.

8) REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO


Remuneração ou vencimentos = vencimento + vantagens pecuniárias.
Vencimento: Somatório da parcela fixa e das vantagens pecuniárias.
Subsídios: Parcela única, fixada em lei, sendo vedada a percepção de vantagens pecuniárias.
O vencimento ou remuneração configuram verbas de caráter alimentar, razão pela qual não se
admite arresto, sequestro ou penhora.
A remuneração do servidor deve ser definida mediante lei específica, sendo igualmente
necessária para revisão ou alteração do valor remuneratório das carreiras em geral. A iniciativa
para a edição de lei é de cada um dos poderes do Estado, para os seus agentes.
No entanto, pode ser fixado, por meio de decreto legislativo, desde que respeitada a
 limitação do art. 37, XI (teto remuneratório), a remuneração do:
o Presidente da República e do Vice-Presidente;
o Ministros de Estado;
 o Senadores;
o Deputados Federais.

8.1) Irredutibilidade de Remuneração


A remuneração do servidor público é irredutível. No entanto, a irredutibilidade é nominal, não
havendo garantia da irredutibilidade real, não garantindo a remuneração dos servidores das
perdas decorrentes dos aumentos inflacionários (STF).
Em razão do caráter indenizatório, segundo JSCF, se a nomeação vier a ser anulada, o
vencimento se converte em indenização pelo trabalho executado, não tendo o servidor que
devolver tais parcelas.
A jurisprudência pacificou entendimento de que a garantia de irredutibilidade NÃO impede a
alteração da forma de cálculo, desde que o valor total dos vencimentos não seja alterado.
221

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O art. 37, X da CF define o direito à revisão geral anual dos vencimentos pagos aos servidores
estatais, devendo ser feita na mesma data e sem distinção de índices => Norma de eficácia
limitada, pois exige lei específica, devendo ainda a revisão estar prevista na LDO, nos moldes da
CF e LRF. Assim, a ausência de lei a fixar a revisão geral anual dos vencimentos do servidor
configura inconstitucionalidade por omissão.
STF: Entendeu que, não sendo concedida a revisão, por meio de lei, NÃO compete ao
Poder Judiciário condenar o poder público ao pagamento de indenização. Isso porque a
determinação para que se indenize o servidor público seria verdadeira revisão imposta
no exercício da jurisdição, sem regulamentação legal.

8.2) Salário Mínimo


A remuneração do servidor NÃO pode ser inferior ao salário mínimo, mas o vencimento básico
pode ser, desde que a remuneração total não o seja.
=> VIDE SÚMULA VINCULANTE 16.

8.3) Pagamento em atraso


O pagamento da remuneração deve ser feito na data previamente estabelecida, mediante entrega
em dinheiro ou depósito em conta bancária, sendo devida ainda a entrega de contracheque.
O atraso do pagamento enseja a correção monetária, para se permitir uma redução do valor
real em virtude da mora atribuída ao poder público.
Vide súmula 682 STF.
O art. 1º-F da Lei 9.494/97 dispõe que devem incidir juros de mora nos pagamentos em atraso
feitos pela Administração.
Em caso de ausência de pagamento de remuneração pelo poder público ou de pagamento a
menor, as verbas podem ser pleiteadas pelo servidor público, dentro do prazo prescricional de 05
anos. Conforme Decreto 20.910/32, por se tratar de pagamento de trato sucessivo, NÃO há
prescrição do fundo de direito, mas das parcelas vencidas e não pagas há mais de 05 anos.

8.4) Vinculação e equiparação de remunerações


As diferenças de vencimentos para servidores públicos serão embasadas por critérios objetivos,
não sendo possível a discriminação de determinada carreira em benefício de outras.
NÃO se admite a equiparação ou vinculação de espécies remuneratórias entre carreiras no
serviço público.

REVISÃO DA REMUNERAÇÃO – REQUISITOS:


A efetivação depende de lei, a ser elaborada por cada ente federado;
A revisão geral deve ser anual;
Não pode haver distinção de índices.

O reajuste da remuneração dos servidores estaduais e municipais não pode ser


vinculado a índices oficiais de correção monetária, conforme súmula 681 STF, a fim
de evitar os reajustes automáticos, para se considerar a realidade orçamentária
dos Estados e Municípios.

8.5) Subsídios
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É a forma de pagamento feito em parcela única, não aceitando nenhum acréscimo patrimonial,
a fim de tornar mais clara a retribuição de determinados cargos.
É vedado aos que recebem subsídio o acréscimo fixado de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Salvo as carreiras em que é obrigatório o subsídio, o Poder Público pode optar pelo pagamento
em subsídio ou remuneração.
O regime de subsídio é obrigatório para:
 Membros de poder
Detentor de mandato eletivo
 Ministros e Secretários Estaduais e Municipais
 Integrantes da AGU, Procuradores do Estado e Defensores Públicos
 Ministros do TCU e servidores públicos policiais
Facultativo: demais agentes organizados em carreira.
Em qualquer hipótese, a instituição do subsídio depende de lei, NÃO decorre diretamente da
Constituição.

8.6) Teto Remuneratório


STF: Pronunciou-se no sentido de que os Juízes estaduais NÃO se submetem à regra do subteto,
mas ao teto de remuneração (o de Ministro do STF), posto que devem ser aplicadas as mesmas
regras dos Juizes Federais, por não existir tratamento diferenciado entre eles. (interpretação
conforme a Constituição)
Fica facultado aos Estados e ao DF fixar, mediante emenda às Constituições e Lei Orgânica,
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
90,25% dos Ministros do STF, NÃO se aplicando aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
e Vereadores.
Empresas estatais igualmente se submetem ao teto remuneratório.

NÃO SE SUBMETEM AO TETO REMUNERATÓRIO:


Verbas de natureza indenizatória: NÃO possuem natureza de acréscimo
patrimonial, mas de reparação ou devolução de valores gastos pelo servidor. ex:
valores de diárias.
Direitos Sociais: Ex: férias, 13º salário, adicional noturno, etc.
Abono de Permanência: destina-se ao servidor que tenha completado as
exigências para aposentadoria voluntária integral.
Remuneração da atividade de magistério: É orientação jurisprudencial e
doutrinária.

A EC 47/2005 admite a fixação, mediante emendas às Constituições Estaduais e Lei Orgânica


distrital, de um subteto uniforme para os Estados e DF, em que o limite único seria o subsídio mensal
dos Desembargadores do respectivo TJ. No entanto, o referido subteto NÃO se aplicaria a
Deputados Estaduais, Distritais e Senadores.
O teto só será aplicado às empresas estatais e suas subsidiárias que seja dependente. As não
dependentes estão excluídas do teto.
A CF/88 foi omissa quanto ao teto dos Procuradores Municipais. Há quem entenda que o teto
seria o dos subsídios do Prefeito (teto municipal). Rafael Oliveira entende que deve ser o Subsídio
223

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dos Desembargadores, por ser função essencial à Justiça, e não haver distinção na extensão do
teto do Judiciário ao MP, Defensoria e Procuradores (NÃO houve distinção na CF entre
Procuradores Estaduais e Municipais) => Conclusão adotada na PGE/RJ.
A EC 41/2003 determinou a aplicação imediata do teto, devendo ser efetivada a redução das
remunerações acima do novo limite. Para Rafael Oliveira é norma inconstitucional, pois o Poder
Constituinte derivado é limitado e NÃO pode contrariar o direito fundamental à irredutibilidade
das remunerações e o direito adquirido, considerados cláusulas pétreas.

8.7) Desconto na remuneração do servidor público


Regra Geral: NÃO se admite a incidência de descontos da remuneração dos servidores estatais,
salvo as seguintes exceções:
Imposição legal ou por decisão judicial: ex: desconto do IR, fixação de alimentos dos filhos;
Consignação em folha de pagamento: Nesse caso, deve haver: (i) interesse da
Administração; (ii) autorização do servidor público.
Ressarcimento ao erário: Estando de má-fé, o servidor deve devolver os valores recebidos
no prazo de 30 dias. Se não puder pagar de uma vez só dentro do prazo, é possível
parcelar, desde que a parcela seja, no mínimo 10% da remuneração do servidor.
OBS: STJ entende que os valores recebidos a maior pelo servidor de boa-fé NÃO são repetíveis!

SÚMULA 249 TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente


percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de
erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de
autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da
presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas
salariais.

9) Férias
O servidor público em direito a 30 dias de férias por ano, mas para que possa gozar do primeiro
período de férias, deve ter mais de 12 meses de exercício.
É possível a acumulação por no máximo 02 períodos de férias, desde que no interesse da
Administração.
A pedido do servidor e a critério da administração, as férias do servidor público podem ser
parceladas em até 03 períodos, mas o adicional de férias será pago uma única vez, no primeiro
período.
STF: Caso o servidor seja exonerado antes de usufruir de seu período de férias, fará jus ao
pagamento de férias, de forma proporcional, com acréscimo do adicional de 1/3.
As férias podem ser interrompidas para:
 Calamidade pública;
 Comoção interna;
 Convocação para júri;
 Serviço militar ou eleitoral;
Necessidade do serviço declarada por autoridade máxima do órgão ou entidade.

Referências Bibliográficas:
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Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo


Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.

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DIAS 41 E 42

DISCIPLINA
PROCESSO CIVIL

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em:
Recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça (recurso
ordinário, recurso extraordinário e recurso especial). Agravo em recurso especial e em recurso
extraordinário. Embargos de divergência. Ação Rescisória.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA

1. Manual de Direito Processual Civil – Vol. Único: Daniel Amorim Assumpção Neves.

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/4e8308241f130df48edf97d6
3854d8bd.pdf
CAPÍTULOS: 74 a 78.

2. Direito Processual Civil Esquematizado - 8ª Ed. 2017. Marcus Vinicius Rios Gonçalves

Livro I (Capítulo 2 (Item 8), Livro VIII (Capítulo 1 (Item 14) e (Capítulo 3 (Itens 5 até 7).
DISCIPLINA
AMBIENTAL

9 Responsabilidades. 9.1 Efeito, impacto e dano ambiental. 9.2 Poluição. 9.3 Responsabilidade
administrativa, civil e penal.

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
1. Direito Ambiental Esquematizado - Frederico Amado

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/83acdae2128388c5b30ba3b
556f5a1f2.pdf
CAPÍTULOS: 3, 6 e 7.

MANUAL DE DIREITO AMBIENTAL (2017)


7a edição: Revista, ampliada e atualizada
Autor: Romeu Thomé
Curso de Direito Ambiental. Autor: Romeu Thomé – Ed. Juspodivm

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/1ec1f2a3f753abba6316e10b
ae181935.pdf

CAPÍTULOS: 4 (Itens 9 e 11), 5, 10 e 12.

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Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

Leis Especiais para Concursos - v.10 - Direito Ambiental - Leonardo de Medeiros Garcia e
Romeu Thomé

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/d648192336c9dd2ea3be159
2ce5c1e73.pdf
CAPÍTULOS: 3 (Item 1.4), 6 e 7.
DISCIPLINA

TRIBUTÁRIO:

16 Processo judicial tributário. 16.1 Ação de execução fiscal. 16.2 Lei nº 6.830/1980 e suas
alterações (Execução Fiscal). 16.3 Ação cautelar fiscal. 16.4 Ação declaratória da inexistência de
relação jurídico-tributária. 16.5 Ação anulatória de débito fiscal. 16.6 Mandado de segurança.
16.7 Ação de repetição de indébito

INDICAÇÃO BIBLIOGRAFICA
Direito Judicial Tributário. Execução Fiscal. Lei 6.830/80 – Ação Anulatória de Débito Fiscal –
Mandado de Segurança – Ação Declaratória –Ação de Consignação em pagamento – Ação de
Repetição de indébito – Ação Anulatória de Declaração Administrativa que denega restituição
de tributo.

Processo Tributário

EXECUÇÃO FISCAL APLICADA - ANÁLISE PRAGMÁTICA DO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL


(2016)
5a ed. - conforme o NOVO CPC
Autor: João Aurino de Melo Filho

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/0648063dc6fe6b88fbc13f5c
b2fb6a40.pdf

CAPÍTULOS: 1 até 15, 18 e 19.

Boa opção de resumo para os candidatos que tem horário reduzido para os estudos:

LEIS ESPECIAIS PARA CONCURSOS - V.4 - EXECUÇÃO FISCAL (2017) 6a


Edição: Revista, ampliada e atualizada.
Autores: Cláudio Penedo Madureira e José Arildo Valadão de Andrade

https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/173b6bb0d1f758059228b20
d6d06e656.pdf

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Leitura integral.

RESUMO DO DIA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. Subdividido em:
Recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça (recurso
ordinário, recurso extraordinário e recurso especial). Agravo em recurso especial e em recurso
extraordinário. Embargos de divergência. Ação Rescisória.

1. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Objetiva a uniformização da jurisprudência interna do STF/STJ
Cabimento: Deve haver análise comparativa entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma,
não se admitindo na ausência de similitude fática entre os arestos paradigma e embargado.

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em recurso extraordinário


ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal,
sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
- (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
- em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer
outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha
conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;

A divergência deverá ser atual, relacionada a direito material ou processual.


Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de
competência originária.
NÃO se admite a alegação de fatos novos no recurso.
Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu
a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de
seus membros.
O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou
credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão
divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores,
indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os
casos confrontados.
A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo
para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.

RECURSO ESPECIAL
-Pressupostos:
Decisão de única ou última instância (esgotamento das vias ordinárias);
Decisão proferida por Tribunal – por isso NÃO há RESP de decisão de Colégio Recursal, nos
Juizados Especiais Cíveis.
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STJ: Enquanto NÃO existir mecanismo processual mais apropriado a permitir a atuação do STJ
nas ações dos Juizados Especiais Estaduais, deve se admitir a reclamação constitucional.
Prequestionamento – Exigência de que o objeto do RESP já tenha sido objeto de decisão
prévia por Tribunais inferiores.
- Logo, proferido acórdão omisso, deverá o Tribunal opor embargos de declaração para sanar a
omissão.
- STJ – Não são admitidos embargos de declaração com efeito infringentes
- Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de
pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados,
caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

Pressupostos Alternativos:
Decisão que contrariar ou negar vigência a tratado ou Lei Federal – Leis de abrangência
nacional, excluídas as portarias ministeriais, resoluções normativas, normas de regimentos
internos e súmulas.
- NÃO cabe RESP para violação à Lei Estadual ou Municipal.
Decisão que julgar válido ato de governo local contestado em face da Lei Federal – ato
normativo ou Administrativo, praticado pelo Legislativo, Executivo e Judiciário.
Decisão que der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal – Se presta à uniformização da lei federal (divergências internas do STJ => Embargos
de Divergência).
- A divergência deve ser entre Tribunais diferentes.
- O recorrente deverá comparar o acórdão recorrido com o acórdão paradigma de forma
analítica, devendo comparar trechos similares das duas decisões, não sendo suficiente a mera
menção do acórdão paradigma.
- O recorrente deverá comprovar a existência de acórdão paradigma, através de certidão do
Tribunal, cópia autenticada, citação de repositório oficial onde tiver sido publicada a mídia,
reprodução de julgado disponível na internet, com a fonte.
- A divergência deve ser atual

RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
Pressupostos:
Decisão de única ou última instância – O Órgão prolator NÃO precisa ser
necessariamente um Tribunal, sendo cabível para decisões de turmas recursais.
Prequestionamento – A mera interposição de embargos de declaração contra a decisão
omissa é suficiente para prequestionar a matéria.
Repercussão Geral – Dever de demonstrar que o caso atende à extrema relevância
(econômica, jurídica, social ou política) e possui significativa transcendência (ultrapassa
os interesses subjetivos da causa).
- A transcendência pode ser qualitativa (importância para a sistematização e
desenvolvimento do Direito) ou quantitativa (número de pessoas atingidas pela decisão).
- A competência de sua análise é exclusiva do STF, e será o último requisito de
admissibilidade a ser analisado.
Presunção absoluta de repercussão geral: Decisão contrária à súmula ou jurisprudência
dominante do Tribunal, ou quando a repercussão geral já tiver sido reconhecida pelo STF.
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A inadmissibilidade do REXTr só será admitida pela manifestação de 2/3 dos membros do STF, o
que dispensa a remessa do REXTr ao plenário na hipótese de 04 membros de Turma decidirem
pela existência de repercussão geral.
Negada a repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que
serão indeferidos liminarmente pelo relator, salvo na hipótese de revisão da tese, sendo a
decisão irrecorrível, SALVO se for decisão monocrática do relator ou Presidente, caso em que
caberá agravo.
Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a
suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido
interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se
sobre esse requerimento.
Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará
seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria
idêntica.
O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano
e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de
habeas corpus.

Requisitos Específicos:
Decisão que contrariar dispositivo constitucional – O STF NÃO admite ofensa indireta ou
reflexa (ou oblíqua) à norma Constitucional.
Decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal
Decisão que julgar validade lei ou ato de governo local contestado em face da CF;
Decisão que julgar válida lei de governo local contestada em face da lei federal.

4. ASPECTOS PROCEDIMENTAIS COMUNS AO RESP E REXTR

4.1. Procedimento:
Prazo de 15 dias, sendo a contagem em dobro em caso de litisconsorte com patronos de
diferentes sociedade de advogados, desde que mais de um dos litisconsortes tenha ingressado
com o recurso que gerou o acórdão;
- NÃO é indispensável a interposição de RESP + REXTR contra a mesma decisão, mas se o acórdão
estiver assentado em fundamento infraconstitucional e constitucional, devem ser interpostos os
dois recursos (Súm. 126 STJ).
- NÃO é necessária a interposição simultânea dos dois recursos, podendo ser interpostos em dias
diferentes, desde que dentro do mesmo prazo.
- STJ: Cabe ao recorrente demonstrar a ocorrência de feriado local no momento da interposição
do RESP.
- O RESP e o REXTR são protocolados perante o órgão relator da decisão impugnada.
Interposto o recurso, prazo de 15 dias para contrarrazões.
Após o prazo, o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal realizará o exame de
admissibilidade do recurso, podendo nesse prazo o recorrido ingressar com recurso adesivo.
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É possível o relator negar seguimento nas seguintes hipóteses:


Recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal
Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso
extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento
 do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;
Recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;
Cabe ao Presidente ou Vice-Presidente:
Encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o
acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de
 recursos repetitivos.
Sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de
 matéria constitucional ou infraconstitucional.
Selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou
infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036, do CPC.

Se houver a interposição simultânea dos dois recursos, o RESP deve ser julgado antes do
REXTR. Excepcionalmente, o relator do RESP, se entender que o julgamento do recurso
extraordinário lhe é prejudicial, remete o processo antes ao STF para que decida o REXTR. O
relator do recurso no STF, se discordar da prejudicialidade, determinará a volta ao STJ, para que
o RESP seja julgado primeiramente.

4.2. Efeitos dos Recursos Federais


Devolutivo – NÃO são devolvidas as questões de fato, mas somente as de direito, sendo
inadmissível o reexame de matéria fática, provas e cláusulas contratuais.
- No entanto, se admite o reexame da aplicação das regras de direito probatório e a
qualificação jurídica dada aos fatos.
- É cabível RESP/REXTR fundados na adequada aplicação de conceitos jurídicos indeterminados
e das cláusulas gerais, podendo os Tribunais Superiores definir, por exemplo, o que é prova
escrita para fins de rescisória, preço vil na execução, quais os bens móveis considerados bens
de família. - Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito. Admitido o
recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal
superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.

Suspensivo – Nenhum dos dois recursos tem efeito suspensivo, mas pode ser concedido o ope
judicis, se comprovada a lesão grave de difícil ou incerta reparação.
- É possível formular pedido de concessão do efeito suspensivo por requerimento dirigido:
Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da
decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu
 exame prevento para julgá-lo;
Ao relator, se já distribuído o recurso;
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Ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido


entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso,
assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.

4.3. Julgamento por amostragem


-Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o
legislador previu o julgamento por amostragem quando diversos recursos excepcionais versarem
sobre a mesma matéria.
Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento
em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições
desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no
do Superior Tribunal de Justiça.
A técnica de julgamento dos recursos repetitivos é cogente e o Tribunal Superior só pode deixar
de aplicar se, por decisão fundamentada, entender que não há a multiplicidade prevista no CPC.

Instauração: O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional


federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão
encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de
afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
- Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou pelo vice-presidente de tribunal
de justiça ou de tribunal regional federal, não se proceder à afetação, o relator, no tribunal
superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os houver enviado, para que
seja revogada a decisão de suspensão.
- A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional
federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos
representativos da controvérsia.
- O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos
representativos da controvérsia para julgamento da questão de direito independentemente da
iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem.
- Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente
argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.

Suspensão dos processos que versem sobre a mesma controvérsia jurídica: A suspensão dos
processos é obrigatória, de modo que a decisão unipessoal do relator é, excepcionalmente,
irrecorrível, já que não teria sentido se permitir o agravo interno contra uma decisão cujo teor é
vinculante pela lei.
- A suspensão dos processos independe de sua fase procedimental, atingindo processos em
primeiro grau, em grau de apelação e de recurso especial e extraordinário já interpostos.
- A suspensão é provisória, porque dependerá de sua confirmação ou revogação pelo relator no
tribunal superior. Nesse sentido, se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou
pelo vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, não se proceder à
afetação, o relator, no tribunal superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente
que os houver enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão.

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A suspensão atinge tanto os processos individuais quanto os coletivos que versem sobre a
mesma controvérsia jurídica.
Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no
recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu
processo.
Sendo suspenso o processo em primeiro grau e sobrevindo durante o prazo de suspensão a
decisão de tribunal superior sobre os recursos representativos da controvérsia, o juiz proferirá
sentença e aplicará a tese firmada.
A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida a
sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da
controvérsia. Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do
pagamento de custas e de honorários de sucumbência.

c) Procedimento:
Ao constatar a multiplicidade de recursos com fundamentação em idêntica questão de direito, o
relator proferirá decisão de afetação.
Se houver mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido a decisão
de afetação.
Dessa decisão, será identificada a questão a ser submetida a julgamento.
Quando os recursos requisitados contiverem outras questões além daquela que é objeto da
afetação, caberá ao tribunal decidir esta em primeiro lugar e depois as demais, em acórdão
específico para cada processo.
O relator, após ter proferido a decisão de afetação, poderá solicitar ou admitir manifestação de
pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, considerando a relevância da
matéria e consoante dispuser o regimento interno. A lei permite a intervenção do processo do
Amicus Curiae.
O STJ tem decisões no sentido de que o terceiro que é parte em recurso sobrestado NÃO deve
ser admitido como assistente simples nos recursos escolhidos como paradigmas.
O Ministério Público deve ser obrigatoriamente ouvido, e transcorrido o prazo para a oitiva do
parquet e remetida cópia do relatório aos demais ministros, haverá inclusão em pauta, devendo
ocorrer o julgamento com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus.

d) Eficácia ultra vires e vinculante do julgamento


Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão prejudicados os demais
recursos versando sobre idêntica controvérsia ou os decidirão aplicando a tese firmada.
Negada a existência de repercussão geral no recurso extraordinário afetado, serão considerados
automaticamente inadmitidos os recursos extraordinários cujo processamento tenha sido
sobrestado.
Os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para
julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior.
O presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos
especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a
orientação do tribunal superior.

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O órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência


originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido
contrariar a orientação do tribunal superior.
Logo, deve-se entender pela eficácia vinculante do julgamento de provimento dos recursos
paradigmas no julgamento de recursos extraordinários e especiais repetitivos sobrestados,
admitindo-se a manutenção da decisão recorrida com o fundamento da distinção entre o recurso
sobrestado e os recursos paradigmas julgados por amostragem.

AÇÃO RESCISÓRIA

Natureza Jurídica: É ação autônoma de impugnação para desconstituir decisões judiciais que
tenham gerado coisa julgada material.

Objeto da rescisão

6.1) Decisão de mérito: Pode ser a sentença, decisão interlocutória, decisão monocrática do
relator e o acórdão, desde que seja de mérito e tenha transitado em julgado.
A ação rescisória pode ser parcial e ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
Existem decisões de mérito que não podem ser objeto de ação rescisória, por expressa vedação
legal:
Acórdão proferido em ADI e ADC;
 Acórdão proferido em ADPF;
Decisões proferidas nos juizados especiais.

6.2) Decisão que não é de mérito: É cabível diante de decisão terminativa que impeça nova
propositura da demanda ou quanto à admissibilidade do recurso correspondente.

7) Hipóteses de cabimento:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

NÃO se exige a prévia condenação penal ou existência de processo criminal,


podendo o reconhecimento do crime ser feito originariamente, de forma
incidental, no juízo cível competente para o julgamento da ação rescisória.
Se há sentença penal:
Se sentença penal condenatória: Haverá vinculação obrigatória do juízo
cível, de forma que numa eventual ação rescisória, o fundamento da
 decisão será necessariamente a existência do crime.
Se houver sentença de absolvição com fundamento na inexistência material
 do fato: Há vinculação do juízo cível;
Se a absolvição for amparada em outro motivo: A decisão penal não vincula
o juízo cível.

- for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
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- resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,


ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
A literal violação exige que no momento da aplicação a norma por meio de decisão judicial
NÃO exista interpretação controvertida nos Tribunais.

VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha
a ser demonstrada na própria ação rescisória;
A decisão só será rescindível se a prova falsa for o fundamento principal da decisão, de forma
que, havendo outros fundamentos aptos a manter a decisão, não caberá ação rescisória.
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento
favorável;
O documento já deve existir no momento em que a decisão que se busca desconstituir tiver
sido proferida.
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Fundamentos para admitir a rescisória por erro de fato:


 O erro de fato deve ser fundamento essencial da sentença;
A apuração do equívoco factual deve ser realizada com as provas
 produzidas no processo originário;
 O fato não pode representar ponto controvertido no processo originário;
Inexistência de pronunciamento judicial a respeito do fato, entendendo-se
que a má apreciação da prova NÃO gera ação rescisória.

o
1 Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que
o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.

Legitimidade:

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:


I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
- o terceiro juridicamente
interessado; III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de
fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para intervir
como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.

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Competência: A ação rescisória é ação de competência originária de tribunal, sendo que a


determinação de qual tribunal competente dependerá dos eventuais recursos interpostos no
processo originário e da espécie de julgamento dos recursos.
Não havendo apelação contra sentença: Tribunal de segundo grau competente para o
 julgamento desse recurso que no caso concreto não existiu;
 Se o processo originário encerra com a apelação: O próprio tribunal que julgou a apelação;
Caso os recursos excepcionais tenham sido julgados no seu mérito: Tribunais Superiores
- Propositura em juízo incompetente:

Art. 968 CPC:


(...)
o
5 Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisória, o autor será
intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o objeto da ação rescisória,
quando a decisão apontada como rescindenda:
o
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista no § 2 do art.
966; II - tiver sido substituída por decisão posterior.
o o
6 Na hipótese do § 5 , após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu
complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao
tribunal competente.

Prazo: O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da


última decisão proferida no processo.
- Embora o prazo seja decadencial, prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente
subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso,
feriados ou em dia em que não houver expediente forense.
- Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da
prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.
- Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro
prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em
que têm ciência da simulação ou da colusão.
- STJ: Participando do processo a Fazenda Pública, o trânsito em julgado e, portanto, o termo
inicial da contagem de prazo para ingresso de ação rescisória, somente ocorre após o
esgotamento do prazo em dobro que esta tem para recorrer, ainda que o ente público tenha sido
vencedor na última decisão proferida na demanda.

Coisa julgada parcial ou progressiva


Existe tese doutrinária que defende a coisa julgada parcial, na hipótese de
recurso parcial, entendendo que parcela da decisão não recorrida transita em
julgado e, sendo de mérito, produz imediatamente coisa julgada material. Nesse
entendimento, o termo inicial da rescisória NÃO é a última decisão proferida no
processo, mas o momento em que a parcela da decisão não foi objeto de recurso.
STJ: NÃO admite a coisa julgada parcial, entendendo que somente após a última
decisão proferida no processo passa a ser contado o prazo da ação rescisória.
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STF: Admite a tese e aponta para diferentes termos iniciais para a propositura da
ação rescisória, a depender do momento do trânsito em julgado do capítulo não
impugnado da decisão.
NCPC: Para parte da doutrina, o art. 975 teria consagrado o posicionamento do STJ,
mas Daniel Assumpção entende que não parece correto esse entendimento, pois o
art. 975 NÃO prevê o termo inicial da rescisória, mas apenas o seu termo final.

Ação rescisória e cumprimento executivo do julgado: A propositura da ação rescisória não


impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

Procedimento:
A parte deve propor a ação com os requisitos do art. 319 do CPC. Nos pedidos, há dois juízos:
 Juízo rescindendo (jus rescindendis): É o pedido de rescisão do julgado impugnado;
 Juízo rescisório (iudicium rescissorium): É o pedido de novo julgamento.
Deve o autor ainda depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se
converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou
improcedente, não superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.
Não se aplica o depósito à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas
respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública
e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça.
O valor da causa deve seguir o valor econômico do bem da vida perseguido pelo autor da ação
rescisória, não existindo uma vinculação necessária entre o valor da causa do processo originário
e o da ação rescisória.
O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias nem
superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem
contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.
Além da contestação, admite-se a reconvenção e impugnação ao valor da causa, desde que
respeitado o prazo decadencial de 02 anos. E a ausência de contestação enseja a revelia.
Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a competência
ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a
devolução dos autos.
Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, sucessivamente,
pelo prazo de 10 (dez) dias.
Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo
julgamento e determinará a restituição do depósito.
Considerando, por unanimidade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará
a reversão, em favor do réu, da importância do depósito.

RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

Natureza jurídica: Embora existam grandes divergências doutrinárias, o STF entende que a
reclamação possui a natureza de DIREITO DE PETIÇÃO, previsto no art. 5º, XXXIV, a, da CF/88.

Cabimento:
Preservação da competência do tribunal: Se usurpada a competência do primeiro grau por
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tribunal, NÃO cabe reclamação.


Garantir a autoridade da decisão do Tribunal: A afronta deve ocorrer especificamente com
relação a decisão determinada, sendo insuficiente para o cabimento da reclamação o
desrespeito à jurisprudência consolidada.
No caso de Juizados Especiais Cíveis, como não cabe recurso especial contra as decisões do
recurso inominado, o STF entendeu que enquanto não existir mecanismo processual mais
adequado a permitir a atuação do STJ nas ações dos juizados especiais cíveis estaduais, deve-se
admitir a reclamação constitucional. Nos casos de juizados especiais federais e da Fazenda, como
existe o pedido de uniformização (art. 14, da Lei nº 10.259/2001), não seria cabível a reclamação.

Garantir a observância da decisão do STF em controle concentrado de


constitucionalidade: Diante de decisão proferida em ADI, ADC, ADPF, não podem os juizes
que enfrentam a questão constitucional de forma incidental desconsiderar o
posicionamento do STF, já que o efeito erga omnes os vincula. Assim, descumpridos os
termos da decisão do STF, cabe reclamação.
Garantir a observância de súmula vinculante: Nos termos do art. 988, IV do CPC e art. 7º
da Lei 11.417/06, cabe reclamação na hipótese de decisão judicial ou ato administrativo
contrariar, negar vigência ou aplicar indevidamente entendimento consagrado em súmula
 vinculante.
O cabimento da reclamação constitucional NÃO impede a utilização de outros meios de
impugnação contra a decisão, inclusive a via recursal, em regra aplicável às decisões judiciais ou
proferidas em processo administrativo. No entanto, a regra legal deve ser interpretada em
conformidade à súmula 734 do STF, que não admite o ingresso de reclamação constitucional depois
do trânsito em julgado da decisão que alegadamente desrespeita o pronunciamento do STF.
Art. 7º, §1º, da Lei nº 11.417/2006: Prevê que, sendo o objeto de reclamação ação ou omissão da
administração pública, exige-se o esgotamento das vias administrativas para o ingresso em juízo.

Garantir a observância de precedente proferido em incidente de resolução de demandas


 repetitivas (IRDR) e incidente de assunção de competência.
Garantir a observância de precedente proferido em repercussão geral e recurso
excepcional repetitivo.

NÃO se admite reclamação:


Proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;
Proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

Procedimento: O procedimento se aproxima consideravelmente do procedimento do
mandado de segurança. O autor da reclamação deverá instruí-la com documentos que auxiliem o
Tribunal a convencê-lo de suas razões.
- O réu apresenta informações, e não contestação.
- Não se admite prova oral e pericial.

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O interesse do autor deve ser demonstrado no caso concreto, por meio da comprovação de
possível repercussão do processo em trâmite ou do ato administrativo praticado em sua esfera
jurídica.
O endereçamento será a um dos Tribunais.
A citação do réu segue a regra do art. 989, I do CPC:

Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: I - requisitará informações da autoridade


a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez)
dias;
- se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar
dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15
(quinze) dias para apresentar a sua contestação.
Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5
(cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação
pelo beneficiário do ato impugnado.
Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou
determinará medida adequada à solução da controvérsia.

Referências Bibliográficas:
Daniel Assumpção. Manual de Direito Processual Civil.

DIREITO AMBIENTAL

9 Responsabilidades. 9.1 Efeito, impacto e dano ambiental. 9.2 Poluição. 9.3 Responsabilidade
administrativa, civil e penal.

RESPONSABILIDADE EM MATÉRIA AMBIENTAL

Responsabilidade por dano ambiental: Em caso de dano ao meio ambiente, há a possibilidade


de responsabilidade simultânea nas esferas civil, administrativa e penal, em relação a um mesmo
ato danoso, conforme art. 225, §3º da CF/88.
Responsabilidade Civil: Em matéria ambiental, a responsabilidade civil é objetiva, baseada no
risco da atividade. Pela teoria objetiva, não há o que se analisar a existência de ato ilícito (dolo/
culpa).
- De acordo com o art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/81, o poluidor é obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar e reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
efetuados por sua atividade.
Pressupostos da responsabilidade civil objetiva:
Dano;
Nexo causal: Em algumas situações, a jurisprudência dispensou a necessidade de comprovação
do nexo causal em prol da efetiva proteção do bem jurídico tutelado, como no
caso de adquirente de imóvel já danificado.
2.2. Correntes sobre a responsabilidade objetiva:
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Teoria objetiva fundada no risco criado (minoritário): O risco é qualificado pelo seu efeito
de permitir a contraprova de excludente de responsabilidade.
Admitem-se as excludentes do nexo causal.
Teoria objetiva fundada no risco integral (majoritário): É responsabilidade objetiva
agravada, que NÃO admite a existência de excludentes de nexo causal. É adotada nas
hipóteses de danos ambientais e danos decorrentes de atividade nuclear. A teoria funda-se na
ideia de que o poluidor deve assumir todos os riscos inerentes à atividade que pratica.
2.3. Responsabilidade do Poder Público: O Poder Público também pode responder por dano
causado ao meio ambiente decorrente de ato comissivo seu, aplicando-se nesse caso a teoria
objetiva do risco administrativo.
STJ: Em casos de dano ambiental decorrente de ato omissivo, a responsabilidade do Poder
Público também será objetiva.

2.4. Responsabilidade Solidária: A responsabilidade civil ambiental é solidária, ou seja, todos os


responsáveis diretos ou indiretos pelo dano causado responderão solidariamente pelos danos ao
meio ambiente.
Haverá responsabilidade solidária do Estado quando, devendo agir para evitar o dano ambiental,
mantém-se inerte ou atua de forma deficiente, contribuindo para o dano, ainda que indiretamente.
Em que consiste a TEORIA DO BOLSO PROFUNDO em matéria ambiental? A responsabilidade
por danos ambientais é solidária, de modo que serão responsabilizados os causadores diretos e
indiretos do dano ambiental. Nesse contexto, a doutrina americana do bolso profundo entende
que todos os poluidores são responsáveis solidariamente pelos danos ambientais.
2.5. Denunciação à lide: É obrigatória a denunciação a lide ou chamamento do processo dos
poluidores solidários? A jurisprudência do STJ entende NÃO ser obrigatória a formação de
litisconsórcio, já que a responsabilidade de reparação integral do dano ambiental é solidária,
permitindo demandar contra qualquer um ou todos. Assim, entende igualmente o STJ que os
envolvidos NÃO podem alegar que não contribuíram de forma direta e própria para o dano
ambiental, como forma de afastar a responsabilidade de reparar.
No entanto, é possível que o poluidor indireto que tenha indenizado entre com ação regressiva,
em processo próprio, contra o poluidor direto, pois a responsabilidade deste é principal.
2.6. Dano ambiental transfronteiriço: É aquele que extrapola os limites de um dado território e
irradia efeitos para outros Estados.
2.7. Inversão do ônus da prova: O STJ admite a inversão nas ações de reparação de danos
ambientais, com base no princípio da precaução, bem como admite a desconsideração da
personalidade jurídica, adotando a TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA.
2.8. Obrigação de reparar os danos ambientais: A obrigação de reparar os danos é PROPTER
REM, de modo que todos os novos proprietários respondem solidariamente pelos danos
ambientais, ainda que causados pelo antigo proprietário. Apenas será excluída a obrigação
ambiental de indenizar se o empreendedor demonstrar que inexiste dano ambiental ou se o
mesmo não decorreu direta ou indiretamente da atividade que desenvolve.
A reparação ambiental é perpétua e NÃO se sujeita ao prazo prescricional. Note que, em se
tratando de responsabilidade administrativa, o prazo prescricional é de 05 anos, e é pessoal, NÃO
passando para o adquirente de imóvel, por exemplo.

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STJ: É possível que a sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as


obrigações de recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de
compensação por dano moral coletivo.
3. Responsabilidade Administrativa: Consiste na aplicação de sanção administrativa pelo órgão
competente ao agente causador do dano ambiental, o que constitui exercício do poder de polícia
repressivo do Estado. E deve ser apurada mediante processo administrativo.
3.1. Responsabilidade subjetiva: Diferente da responsabilidade civil, a responsabilidade
administrativa é extracontratual subjetiva, e depende da prova de dolo ou culpa.
3.2. Infração administrativa: Segundo o art. 1º, do Decreto nº 3.179/99, toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente é
considerada infração administrativa ambiental e será punida com as sanções do presente diploma
legal, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação.
3.3. Fundamentos para a sua incidência: Além da previsão da responsabilidade administrativa no
art. 225 da CF/88, a legislação infraconstitucional prevê a incidência da responsabilidade
administrativa em alguns dispositivos, tais como:
Art. 14, Lei 9.638/81:
Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o
não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos
causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a
1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de
reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já
tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.
- à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
- à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos
oficiais de crédito;
IV - à suspensão de sua atividade.
Art. 70, Lei 9.605/98;
3.4. Algumas sanções ambientais que podem ser aplicadas pelo poder público: Vide art. 72 da
Lei nº 9.605/98, e também:
 Advertência;
 Multa;
Perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público e/ou
perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos
 oficiais de crédito;
 Suspensão das atividades, podendo ser temporária ou definitiva;
Redução das atividades: O órgão estadual do meio ambiente e o IBAMA, este em caráter
supletivo, poderão, se necessário, e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis,
determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões
gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites
 estipulados no licenciamento concedido (Art. 10, §3º, da Lei nº 6.938/81).;
 Embargo de obra;
Demolição de obra;

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Sanções aplicáveis às infrações administrativas previstas no Decreto 6.514/08:


o
Art. 3 As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções: I -
advertência: poderá ser aplicada, mediante a lavratura de auto de infração,
para as infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente,
garantidos a ampla defesa e o contraditório. Consideram-se infrações
administrativas de menor lesividade ao meio ambiente aquelas em que a
multa máxima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou
que, no caso de multa por unidade de medida, a multa aplicável não exceda
o valor referido;
- multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais
produtos e subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos,
equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas
áreas; VIII - demolição de obra;
X - suspensão parcial ou total das atividades;
e X - restritiva de direitos:
Suspensão de registro, licença ou autorização;
Cancelamento de registro, licença ou autorização;
 Perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
Perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em
 estabelecimentos oficiais de crédito; e
Proibição de contratar com a administração pública;

3.5. Prazos máximo no processo Administrativo para apuração de infração ambiental previstos na
Lei 9.605/98:
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os
seguintes prazos máximos:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração,
contados da data da ciência da autuação;
- trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da
sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do
Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

3.6. Prazos prescricionais (Decreto 6.514/08): Prescreve em cinco anos a ação da administração
objetivando apurar a prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do
ato, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.

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Considera-se iniciada a ação de apuração de infração ambiental pela administração com a


lavratura do auto de infração.
Prescrição intercorrente: Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração
paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão
arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração
da responsabilidade funcional decorrente da paralisação.
Quando o fato objeto da infração também constituir crime, a prescrição de que trata o caput
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
A prescrição da pretensão punitiva da administração não elide a obrigação de reparar o dano
ambiental.
Interrupção da prescrição:
Art. 22. Interrompe-se a prescrição:
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por qualquer outro
meio, inclusive por edital;
- por qualquer ato inequívoco da administração que importe apuração do
fato; III - pela decisão condenatória recorrível.

Responsabilidade Penal e Lei de crimes ambientais (Lei nº 9.605/98)


4.1. Aplicação da lei de crimes ambientais: Aplica-se o princípio da insignificância em matéria
ambiental, razão pela qual a lei não deve ser utilizada irrestritamente. A lei penal só deve incidir
quando as instâncias civil e administrativa forem insuficientes para coibir a conduta praticada, o
que não afasta a independência das instâncias.
A Lei nº 9.605/98 é norma penal em branco, pois deve ser complementada por outras normas
jurídicas, a exemplo das definições contidas em outras leis ambientais.
4.2. Crime de perigo abstrato: Os tipos penais ambientais, em regra, descrevem crimes de perigo
abstrato, que se consumam com a própria criação do risco, efetivo ou presumido, independente
de qualquer resultado danoso.
4.3.Responsabilidade penal das pessoas físicas nos crimes ambientais: O sujeito ativo das
infrações ambientais pode ser qualquer pessoa física ou jurídica. No entanto, há casos que
somente poderão ser cometidos por determinadas pessoas, a exemplo de alguns crimes contra a
administração ambiental, que se referem expressamente ao funcionário público.
NÃO há obrigatoriedade de responsabilização concomitante de pessoa física e jurídica.
Concurso de pessoas em crimes ambientais: É possível haver concurso de pessoas em crimes
ambientais, tendo a lei ambiental adotado a teoria monista sobre o concurso de pessoas, pela
qual todos os agentes respondem pelo mesmo crime, na medida da sua culpabilidade.
Teoria Subjetiva: No Direito Penal, NÃO vigora a teoria objetiva, aplicável na responsabilidade
civil. Assim, deve ser comprovado o dolo ou culpa.
Requisitos: Para diretor, administrador, membro do conselho e de órgão técnico, auditor,
gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurídica respondam por crime ambiental, deve haver
dois requisitos:
 Que a pessoa tenha ciência da existência da conduta criminosa de outrem;
Que a pessoa possa agir para impedir o resultado (omissão penalmente relevante).
4.4. Responsabilidade penal da pessoa jurídica: A corrente majoritária entende que a pessoa
jurídica pode cometer crimes, fundada na teoria da realidade, aos seguintes fundamentos:
As pessoas jurídicas são entes reais com capacidade e vontade próprias;
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 A pessoa jurídica tem capacidade de culpabilidade e de sanção penal;


 A pessoa jurídica tem capacidade de pena;
O art. 225, §3º da CF/88 e o art. 3º da Lei de Crimes Ambientais também prevê
 expressamente a responsabilidade penal.
Requisitos:
A infração tenha sido cometida no seu interesse ou benefício;
Seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado.

Responsabilização penal: É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime
ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de
direção do órgão responsável pela prática criminosa.
4.5. Aplicação das penas da lei de crimes ambientais: Segundo o art. 6º, da Lei de Crimes Ambientais,
para a fixação e individualização da pena devem ser observados os seguintes requisitos:
 Gravidade do fato;
 Antecedentes ambientais do infrator;
Situação econômica do infrator.

Fixada a pena-base, deve o juiz analisar as circunstâncias atenuantes e agravantes dos arts. 14 e
15 da lei de crimes ambientais:
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou
limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; IV -
colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
- ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio
ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público,
a regime especial de uso;
atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
em período de defeso à fauna;
em domingos ou feriados;
à noite;
em épocas de seca ou inundações;
no interior do espaço territorial especialmente protegido;
com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
mediante fraude ou abuso de confiança;
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mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;


no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou
beneficiada por incentivos fiscais;
atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades
competentes;
facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

4.6. Pena Aplicáveis:


Penas aplicáveis às pessoas físicas:
Pena privativa de liberdade;
Penas restritivas de direitos;
Multa.

PENAS RESTRITIVAS DE
DIREITOS I) Hipóteses em que podem ser aplicadas:
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade
inferior a quatro anos;
- a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem
que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do
crime. Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este
artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
Espécies de penas restritivas de direitos:
Prestação de serviços à comunidade: consiste na atribuição ao condenado
de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de
conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na
 restauração desta, se possível. ;
Interdição temporária de direitos: são a proibição de o condenado contratar
com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros
benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos,
 no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos;
Suspensão parcial ou total de atividades: será aplicada quando estas não
 estiverem obedecendo às prescrições legais;
Prestação pecuniária: consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à
entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz,
não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
 reparação civil a que for condenado o infrator;
Recolhimento domiciliar: Baseia-se na autodisciplina e senso de
responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido
nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a
sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.
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Penas aplicáveis às pessoas jurídicas:


Multa;
 Restritiva de Direitos:
o Suspensão total ou parcial das atividades: será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio
 ambiente;
o Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade: será aplicada quando o
estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou
em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar;
o Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
 subvenções ou doações, não podendo exceder o prazo de 10 (dez) anos.
 Prestação de serviços à comunidade:
 o Custeio de programas e projetos ambientais;
o Execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
Manutenção de espaços públicos;
Contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de
permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua
liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

4.7. Suspensão condicional da pena: Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da
pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a
três anos.
4.8. Ação Penal: É PÚBLICA E INCONDICIONADA.
4.9. Aplicação das disposições da Lei nº 9.099/95: Nos crimes em que a pena mínima cominada
for igual ou inferior a um ano, o MP poderá propor a suspensão do processo por dois a quatro
anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.
4.10. Crimes ambientais em espécie: Vide arts. 29 a 69.
Referências Bibliográficas:
Leonardo Madeiros Garcia e Romeu Thomé. Direito Ambiental. Coleção Leis Especiais para
concursos.

DIREITO TRIBUTÁRIO

16 Processo judicial tributário. 16.1 Ação de execução fiscal. 16.2 Lei nº 6.830/1980 e suas
alterações (Execução Fiscal). 16.3 Ação cautelar fiscal. 16.4 Ação declaratória da inexistência de
relação jurídico-tributária. 16.5 Ação anulatória de débito fiscal. 16.6 Mandado de segurança.
16.7 Ação de repetição de indébito
EXECUÇÃO FISCAL

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Objetivo da Lei de execução fiscal: permitir que a Fazenda Pública promova a constituição de
um título executivo extrajudicial, CDA, que funcione como um suporte para a Fazenda Pública
executar seus créditos.
- A LEF é necessária, pois a Fazenda Pública possui determinados créditos que quando surgem
não são consubstanciados como objetos de um título executivo. Nesse caso, a Fazenda Pública
terá que constituir unilateralmente esse título, que funcionará como suporte para a cobrança
desses seus créditos, que é a CDA.

ATENÇÃO: NEM TODO CRÉDITO DO FISCO SERÁ OBJETO DE EXECUÇÃO FISCAL: Só serão objeto
de execução aqueles créditos que não são objeto de um outro título, pois será necessário
formalizar o título unilateralmente, e não dentro de um processo judicial. Ex: Art. 71 da CF/88 - O
Tribunal de Contas da União pode aplicar multa, a qual não será cobrada pela execução fiscal, já
que a CF diz que essa decisão é título executivo.

2) Abrangência da LEF:

Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e,
subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.

Também se incluem as Fundações Públicas, conforme entendimento do STF. Ademais, a


Execução Fiscal é um microssistema processual, e só se socorre do CPC quando a questão não
puder ser solucionada pela Lei 6830/90.

3) Dívida ativa e objeto da execução fiscal:

Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou
não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o
artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.
2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não
tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos
previstos em lei ou contrato.

Esses créditos que vão ser inscritos em dívida ativa nem sempre são créditos tributários, a
exemplo:
 FGTS;
 Multas da Delegacia Regional do Trabalho;
Taxa de Ocupação cobrada pela União;
 Multa Penal prevista no Art. 51 do Código Penal.
Essa diferenciação entre créditos tributários e não tributários é importante, pois há dispositivos na
LEF que se aplicam a créditos não tributários e não se aplicam aos créditos tributários, por serem
incompatíveis com o CTN. Com efeito, a LEF é uma norma de cunho eminentemente processual,
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mas há dispositivos de cunho material, que não se limitam a ser normas de processo, invadindo
determinadas matérias reguladas pelo CTN. Um exemplo disso é o art. 2º, §3º:

Art.2º

(...)
3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será
feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a
prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da
execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda
Nacional.

Percebe-se por esse §3º que versa sobre prescrição. Todavia, prescrição em matéria tributária é
regulada pelo CTN, pois a CF dispõe que cabe à Lei Complementar em matéria Tributária
estabelecer normas gerais sobre prescrição. A LC em matéria tributária é o CTN, o qual estabelece
em vários dispositivos sobre prescrição. No CTN, se estabelece no art. 174 ser o prazo de 05
(cinco) anos para constituir o crédito tributário, bem como dispõe as hipóteses de suspensão da
prescrição.
Assim, em sendo execução fiscal de crédito tributário, deve ser analisada a LEF à luz do CTN. Logo,
em sendo crédito tributário, há uma dupla submissão, devendo existir compatibilidade da LEF com o
CTN. Em caso de incompatibilidade, o dispositivo da LEF não será aplicado. Logo, NÃO EXISTE A
SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO POR 180 (CENTO E OITENTA) DIAS EM SENDO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO, DEVENDO SE APLICAR O CTN.
Todavia, acaso se trate de uma execução fiscal de crédito não tributário, essa execução se submete
à LEF, é possível suspender o prazo prescricional por 180 (cento e oitenta) dias nesse caso.

possível falar em execução fiscal contra a Fazenda Pública (execuções fiscais


entre Fazendas Públicas distintas)?
Sim, a exemplo da execução fiscal de taxa de coleta de lixo não paga pelo IBAMA. A
peculiaridade é que, em se tratando de execução fiscal contra o particular, a citação é feita
para que o contribuinte pague ou apresente bens à penhora. Em se tratando de Fazenda
Pública como executado, a citação será feita para que apresente embargos à execução ou
pague. Caso não oponha embargos, o juiz expedirá ofício para pagamento de PRV ou
precatórios e, nessas hipóteses, NÃO há necessidade de garantir o juízo.
Para a jurisprudência, a simples oposição de embargos à execução fiscal, ou ação ordinária
se insurgindo em face do lançamento, é suficiente para suspender a exigibilidade do
crédito tributário e dar direito à expedição de certidão positiva com efeitos de negativa.

Termo de inscrição em dívida ativa: A inscrição dos créditos em dívida ativa consiste em
colocá-los nos sistemas das Procuradorias, devendo conter uma série de informações, previstas
no art. 2º, §5º da LEF:

Art. 2º

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(...)
§5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter: I - o nome do devedor, dos
corresponsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um e de
outros;
- o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros
de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem
como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver
apurado o valor da dívida.
6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição
e será autenticada pela autoridade competente.
7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão ser preparados e
numerados por processo manual, mecânico ou eletrônico.
A etapa seguinte será emitir a CDA, que é a materialização no mundo concreto, dessas
informações do termo, e que é o título executivo extrajudicial, e se consubstancia na petição
inicial da execução fiscal.
Não cabe impor ao FISCO juntar qualquer planilha de débito, conforme jurisprudência do STJ.
STJ: NÃO é necessário que da CDA conste a discriminação detalhada de todos os acréscimos
referentes à correção monetária, multa e juros de mora, bastando que seja indicado o
fundamento legal a partir do qual serão calculados os acréscimos e os débitos devidos.

5) Emenda ou substituição da CDA:

Art.2º

(...)
8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser
emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para
embargos.

Caso ocorra um erro na CDA, prevê esse artigo ser lícito fazer a emenda ou a substituição da
CDA até a decisão de primeira instância. Nesse caso, situações se impõem:

Embora a Fazenda Pública possa emendar ou substituir essa certidão, há um LIMITE


TEMPORAL, que nos termos da jurisprudência do STJ é a sentença proferida nos
embargos, não é qualquer decisão de primeira instância. Isso é importante, pois caso
contrário, poderia se conceber casos em que a emenda ou substituição não seja possível
 quando, em verdade ela é.
Não é todo e qualquer vício que será corrigido. Podendo corrigir a dívida, o FISCO NUNCA
poderá se valer dessa prerrogativa para corrigir vício no lançamento tributário, conforme
súmula 392 do STJ.

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SÚMULA 392 STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até
a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou
formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.

Devedor falecido e alteração da CDA


Se a execução fiscal foi distribuída e a morte do devedor ocorre durante o
processo de execução: É possível redirecionar a execução para o espólio, com
 substituição da CDA;
Se a morte antecede a execução: NÃO se pode falar em substituição da CDA.
Nesse caso, o processo será extinto SEM resolução de mérito.

Presunção de certeza e liquidez da dívida ativa: No art. 3º da LEF, é previsto que o crédito
possui uma presunção de certeza e liquidez, mas essa presunção deve ser relativa, admitindo
prova em contrário do sujeito passivo, que pode, ao longo da execução fiscal, comprovar a
existência de vícios na formalização do título.
Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez.
Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por
prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.
7. Sujeito passivo e redirecionamento da execução fiscal:

7.1. Legitimados: O art. 4º da LEF prevê que a execução fiscal pode ser ajuizada em face do
devedor ou corresponsável:

Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:


I - o devedor;
- o fiador;
III - o espólio;
IV - a massa;
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou
pessoas jurídicas de direito privado; e
VI - os sucessores a qualquer título.

Na maioria dos casos, o FISCO opta por ajuizar em face do devedor. Porém, pode o optar por
ajuizar ação contra o devedor e o corresponsável, Nesses casos, a jurisprudência do STJ entende
que a presunção de certeza e liquidez se estabelece em favor do FISCO, não sendo preciso
demonstrar que esse corresponsável agiu com infração, ou desvio (se for sócio em face da pessoa
jurídica). Logo, a presunção é que o FISCO constatou em processo administrativo fiscal a prática
de algum ato que justifique a presença do corresponsável no polo passivo da execução fiscal:
Inverte-se o ônus da prova, cabendo ao sócio demonstrar que não agiu nas hipóteses do art. 135
do CTN, devendo demonstrar que não agiu em desconformidade.

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7.2. Redirecionamento da execução fiscal: Embora seja possível que o FISCO ajuíze execução
fiscal contra o devedor e o responsável já na CDA, na maioria das vezes é ajuizada apenas contra
o contribuinte, pessoa jurídica, e o FISCO deixa para tentar atingir o patrimônio da pessoa jurídica
apenas depois, quando se torna impossível atingir o patrimônio daquela pessoa jurídica. Esse
mecanismo, através do qual o FISCO tenta retirar o foco da execução do contribuinte para o
corresponsável é chamado de REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL. Todavia, para
redirecionar, deve estar na hipótese do art. 135 do CTN.
STJ: Se o FISCO optou por ajuizar a ação somente em face da pessoa jurídica, o ônus de
demonstrar o redirecionamento em face do sócio é do FISCO. Logo, ao longo da execução fiscal,
deverá ser demonstrada que a situação mudou, incidindo o art. 135 do CTN.

EM RESUMO:

Se a execução fiscal já vier com o nome do devedor pessoa jurídica e do corresponsável


sócio, é ônus do devedor demonstrar que não agiu em uma das hipóteses do art. 135 do
 CTN;
Se a execução fiscal só foi proposta originariamente em face do devedor pessoa jurídica,
em caso de Redirecionamento da Execução Fiscal, para abarcar agora tão somente o
sócio responsável, ao longo da execução fiscal, o ônus da prova passa a ser do FISCO
quanto à existência das hipóteses do art. 135 do CTN.

Art. 135 - São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
- os mandatários, prepostos e empregados;
- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

STJ: O mero inadimplemento do tributo não justifica por si só o redirecionamento da execução


fiscal para o sócio gerente da empresa:

SÚMULA 430 DO STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não


gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

7.3. Dissolução irregular: Atualmente, a maioria dos redirecionamentos é feito com base na
dissolução irregular, prevista na súmula 435 do STJ:

SÚMULA 435 STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

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O FISCO passou a dizer que se há certidão nos autos da execução proferida pelo oficial de justiça
atestando que ela não funciona mais no endereço indicado, há um indício de dissolução irregular,
o que também é infração à legislação civil e comercial. É a existência do indício da prática de
dissolução irregular que autoriza o redirecionamento da execução fiscal, para atingir o patrimônio
do sócio responsável, que terá que se defender e, se for o caso, mostrar que a dissolução
irregular não ocorreu:
Demonstrando que não há dissolução irregular: o patrimônio do sócio está protegido;
Caso não demonstrado: o sócio integrará o polo passivo e seu patrimônio responderá
pelas dívidas da empresa na execução fiscal.

ATENÇÃO: A dissolução irregular NÃO se confunde com a falência da empresa. O STJ NÃO tem
admitido o redirecionamento nos processos de falência, por entender que falir não é infração à
lei. Inclusive, há precedentes do STJ que dizem:
A falência, por si só não legitima o redirecionamento;
Em caso de falência, só é possível redirecionar a execução quando restar provada que o sócio
agiu com infração à lei, ou quando o nome do sócio constou na CDA desde o início da
execução.
8. Petição inicial:
Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:
I - o Juiz a quem é dirigida;
II - o pedido; e
III - o requerimento para a citação.
1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará
parte integrante, como se estivesse transcrita.
2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único
documento, preparado inclusive por processo eletrônico. – é assim que funciona
na prática
3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na
petição inicial. – afinal, se está em uma demanda executiva.
4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais.
Desenvolvimento da execução fiscal:
Art. 7º - O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para:
I - citação, pelas sucessivas modalidades previstas no artigo 8º; - é a triangularização
da relação.
- penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de
depósito ou fiança ou seguro garantia;
III - arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;
IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas
ou outras despesas, observado o disposto no artigo 14; e
V - avaliação dos bens penhorados ou arrestados.
9.1. Citação: A citação na execução fiscal pode ocorrer de três formas, sendo a mais usual pelo
Correios, com AR, considerando-se feita pela data da entrega na casa do executado, via de regra.

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Nos termos da LEF, essa citação pelos Correios NÃO precisa ser feita na pessoa do executado,
bastando ser entregue no endereço do executado por alguém que se encontre naquele endereço,
não havendo qualquer espécie de nulidade.
* NA EXECUÇÃO FISCAL, INICIALMENTE O EXECUTADO NÃO É CITADO PARA SE DEFENDER, MAS
PARA TOMAR CONHECIMENTO DO FATO E PAGAR O DÉBITO.
Se houver menção no AR da data em que foi entregue a carta na casa do executado,
 presume-se que o prazo a quo é essa data;
Não existindo menção de data, a citação presume-se dada 10(dez) dias depois que a carta
 foi entregue na agência dos Correios.
Caso o AR não retorne em 15 (quinze) dias da entrega da carta na agência dos Correios,
considera-se que a citação foi infrutífera, prevendo a LEF a citação por oficial de Justiça.
Caso igualmente reste infrutífera a citação, o último mecanismo será o edital. O edital é
mecanismo de citação residual, até mesmo pois é após a citação por oficial que será
possível o redirecionamento eventual em caso de dissolução irregular. Nesse sentido,
 dispõe a súmula 414 do STJ:
SÚMULA 414 DO STJ. A citação por edital na execução fiscal é cabível quando
frustradas as demais modalidades.
Sobre as modalidades de citação em execução fiscal, previu a LEF:
Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os
juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a
execução, observadas as seguintes normas:
I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a
requerer por outra forma;
- a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do
executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega
da carta à agência postal;
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da
carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;
IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão
oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e
conterá, apenas, a indicação da exequente, o nome do devedor e dos corresponsáveis,
a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da
Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo.
§ 1º - O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60 (sessenta)
dias.
9.2. Garantia do juízo: Caso o executado não queira pagar, deverá garantir a execução, dispondo
o art. 9º sobre as possibilidades de garantia do juízo:
Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e
encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de
crédito, que assegure atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; III - nomear bens à penhora,
observada a ordem do artigo 11; ou IV - indicar à penhora bens oferecidos por
terceiros e aceitos pela Fazenda Pública.

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1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à penhora com o


consentimento expresso do respectivo cônjuge.
2º - Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, do seguro garantia
ou da penhora dos bens do executado ou de terceiros.
3º - A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou fiança bancária ou
seguro garantia, produz os mesmos efeitos da penhora.
4º - Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz cessar a
responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora.
5º - A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições pré-estabelecidas
pelo Conselho Monetário Nacional.
6º - O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar incontroversa, e garantir
a execução do saldo devedor.
9.3. Oferecimento de bens à penhora: Deverá respeitar uma ordem de preferência prevista no
art. 11 da LEF para assegurar a satisfação do crédito pelo FISCO, tanto é que são preferíveis bens
de fácil alienação:
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:
I - dinheiro;
- título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em
bolsa; III - pedras e metais preciosos;
IV - imóveis;
V - navios e aeronaves;
VI - veículos;
VII - móveis ou semoventes;
e VIII - direitos e ações.
Quanto ao art. 11, VIII, que versa sobre direitos e ações, a jurisprudência entende que é possível
incluir como bens à penhora os precatórios a serem recebidos pelo sujeito passivo executado. Sob a
ótica da jurisprudência majoritária, precatório é, num primeiro momento, direito de crédito, e não
valor equiparado a dinheiro. É por isso que o art.15 da LEF não admite que num primeiro momento o
bem seja substituído por precatório, por não se equiparar a dinheiro. Logo, só pode o sujeito passivo
requerer a substituição de dinheiro por precatório se houver a aquiescência do exequente.
Quando se fala em penhora do art. 11, há uma confusão entre três institutos. (i) O primeiro é a
penhora Bacen-Jud: é a penhora em dinheiro, razão pela qual não há necessidade de esgotamento de
outras formas de satisfação do crédito; (ii) penhora de estabelecimento comercial: tem fundamento
no art.11, §1º da LEF, e abarca não só o imóvel, mas os bens móveis organizados para permitir as
atividades (a ideia do estabelecimento comercial é a ideia de direito empresarial):
Art.11. (...)

1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento comercial,


industrial ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em construção.
2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito de que trata o
inciso I do artigo 9º.
3º - O Juiz ordenará a remoção do bem penhorado para depósito judicial, particular
ou da Fazenda Pública exequente, sempre que esta o requerer, em qualquer fase do
processo.
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Como o estabelecimento comercial NÃO é dinheiro, a LEF preleciona que a penhora de


estabelecimento comercial é medida excepcional, sendo necessário que o FISCO não tenha
conseguido satisfazer o seu crédito por outros mecanismos. Embora seja residual, é legítimo, seja
com base na Lei ou na súmula 451 do STJ:
SÚMULA 451 DO STJ. É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.

Além da penhora do dinheiro, do estabelecimento comercial, ainda é possível, pela


jurisprudência do STJ, promover a penhora do faturamento da empresa, nos termos da doutrina
e jurisprudência. Todavia, o STJ entende que isso só deve ocorrer excepcionalmente, de forma
residual no processo executivo fiscal. Nesse sentido, o STJ criou condições para que houvesse a
penhora do faturamento:
Demonstrar nos autos da execução fiscal que não há outra modalidade de o exequente
efetivar o seu crédito: A penhora do faturamento é algo residual;
Uma vez deferida a penhora do faturamento dessa empresa, o juiz do processo executivo
fiscal deverá nomear um administrador, para verificar como essa penhora poderá ser
efetivada, devendo, inclusive, apresentar relatórios mensais para possibilitar a reanálise
dessa penhora nos termos originários em que foi proposta (ver se a penhora não está
 comprometendo a viabilidade da empresa);
É necessário que essa penhora seja determinada num percentual que não comprometa o
exercício da atividade econômica pela empresa, de modo que, analisando o caso
concreto, deve ser adotada num patamar razoável;
9.4. Intimação do executado:
Art. 12 - Na execução fiscal, far-se-á a intimação da penhora ao executado, mediante
publicação, no órgão oficial, do ato de juntada do termo ou do auto de penhora.
1º - Nas Comarcas do interior dos Estados, a intimação poderá ser feita pela remessa
de cópia do termo ou do auto de penhora, pelo correio, na forma estabelecida no
artigo 8º, incisos I e II, para a citação.
2º - Se a penhora recair sobre imóvel, far-se-á a intimação ao cônjuge, observadas as
normas previstas para a citação.
3º - Far-se-á a intimação da penhora pessoalmente ao executado se, na citação feita
pelo correio, o aviso de recepção não contiver a assinatura do próprio executado, ou
de seu representante legal.
9.5. Auto de penhora e avaliação dos bens:
Art. 13 - O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens
penhorados, efetuada por quem o lavrar.
1º - Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública, antes de
publicado o edital de leilão, o Juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador oficial para
proceder a nova avaliação dos bens penhorados.
2º - Se não houver, na Comarca, avaliador oficial ou este não puder apresentar o
laudo de avaliação no prazo de 15 (quinze) dias, será nomeada pessoa ou entidade
habilitada a critério do Juiz.
3º - Apresentado o laudo, o Juiz decidirá de plano sobre a avaliação.

Art. 14 - O Oficial de Justiça entregará contrafé e cópia do termo ou do auto de


penhora ou arresto, com a ordem de registro de que trata o artigo 7º, inciso IV:
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I - no Ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado; II - na repartição


competente para emissão de certificado de registro, se for veículo;
- na Junta Comercial, na Bolsa de Valores, e na sociedade comercial, se forem ações,
debênture, parte beneficiária, cota ou qualquer outro título, crédito ou direito
societário nominativo.
Na prática, a avaliação desses bens é feita pelo próprio oficial, que lavra a penhora e intima o
executado. Todavia, pode o executado discordar da avaliação do oficial. Nessa hipótese, pode o
juiz se valer de um avaliador oficial. Caso na comarca não haja avaliador oficial ou não possa
apresentar o laudo no prazo de 15 (quinze) dias, poderá ser nomeado um terceiro, para
posteriormente o juiz se manifestar.
9.6. Substituição da garantia: O art. 15 da LEF prevê algumas hipóteses, seja a pedido do FISCO
ou do executado.
Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz:
- ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro ou fiança bancária;
e
- à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por outros,
independentemente da ordem enumerada no artigo 11, bem como o reforço da
penhora insuficiente.
A substituição da garantia é possível para o executado e para a Fazenda Pública. Em sendo o
executado, a substituição dessa garantia se sujeita a um limite, pois só pode promover a
substituição de for para dar ao FISCO um bem de maior liquidez. Em decorrência dessa
limitação, há inúmeros precedentes do STJ que não admitem a substituição de um bem por
precatório. Isso ocorre pois o precatório constitui direito de crédito, não sendo bem equiparável a
dinheiro, esbarrando no art. 15, I da LEF.
Em relação à substituição pela Fazenda Pública, esse direito não é absoluto, devendo haver
critérios, elencados pela jurisprudência:
 Ao constatar que o bem oferecido pelo sujeito passivo é de difícil alienação;
Se constatar que o bem penhorado não está livre e desembaraçado, se está sendo objeto
de outras execuções fiscais.
10. Mecanismos de defesa do devedor na LEF:
10.1. Embargos do Devedor: O art. 16 fala LEF fala dos embargos do devedor, que será ação
autônoma de conhecimento:
Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:
I - do depósito;
- da juntada da prova da fiança
bancária; III - da intimação da penhora.
1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.
Prazo para embargar e garantia do juízo: O mecanismo típico de defesa são os embargos, e
darão origem ao contraditório. O prazo que o executado terá é de 30 (trinta) dias, a depender do
tipo de oferecimento de garantia. Todavia, a LEF condiciona o ajuizamento dos embargos ao
oferecimento prévio de garantia do juízo.
- A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o prazo de 30 (trinta) dias para a oposição dos
embargos à execução fiscal conta a partir da intimação da penhora, na exata dicção no art. 16 da

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LEF, e não a partir da juntada do mandado nos autos. Logo, a juntada só é o termo a quo se for
fiança bancária.
Conforme asseverado em jurisprudência, no mandado de intimação da penhora, o oficial de
justiça deve fazer menção ao fato de que o prazo de 30 (trinta) dias para a oposição de embargos
do devedor se inicia naquele momento. Todavia, não haverá problema se o mandado faz menção
ao termo legal para ajuizar os embargos, ainda que não fale do prazo de 30 (trinta) dias
expressamente.
Prevê a Lei que deve haver a garantia do juízo prévia para que os embargos sejam opostos. Porém,
há na jurisprudência do STJ uma flagrante diferenciação entre a ausência de garantia do juízo e da
existência de bens suficientes para satisfazer o crédito. Nas hipóteses de garantia parcial, o STJ
entende que se restar comprovado que o sujeito passivo não possui patrimônio suficiente para
satisfazer o crédito totalmente ou reforçar a penhora, impedir a oposição de embargos seria cercear o
direito de defesa do executado. Logo, em caso de penhora parcial, é possível opor embargos à
execução, o que não é possível diante da ausência de garantia de juízo.
b) Atribuição de efeito suspensivo aos embargos: Os embargos que não forem recebidos no
efeito suspensivo podem ter esse efeito concedido se presentes algumas condições:
A existência de garantia do juízo: requisito fundamental do CPC, mas que será sempre
cumprido na LEF, pela própria disposição do art. 16, por ser condição de procedibilidade
 dos embargos na LEF;
Explícito requerimento do sujeito passivo;
Evidenciar fumaça do bom direito e o perigo da demora.
Matérias a serem alegadas: Ajuizados os embargos do devedor, deve o sujeito passivo alegar
toda a matéria de defesa, se aplicando o princípio da eventualidade:
Art.16. (...)

2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa,
requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a
critério do juiz, até o dobro desse limite.
3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as exceções, salvo as de
suspeição, incompetência e impedimentos, serão argüidas como matéria preliminar e serão
processadas e julgadas com os embargos.
Embora o sujeito passivo deva alegar toda a matéria de defesa, não pode ser alegado
reconvenção ou compensação. A LEF é de 1980 e embora o CTN admitisse a compensação como
mecanismo de extinção do crédito, o próprio CTN previa que a compensação extingue o crédito
nos termos da lei. No final, a compensação objetiva promover o encontro de contas e a norma
legislativa que disciplina como esse encontro de contas ocorre. Em âmbito Federal, a Lei 8.383/91
regulamenta como ocorrerá esse encontro de contas para extinguir o CT, mas a LEF é de 1980. É
por isso que a jurisprudência entende que, embora o art. 16, §3º diga não ser possível a
compensação, tal dispositivo deve ser interpretado com parcimônia. O que não pode é o sujeito
passivo é alegar nos embargos do devedor o direito à compensação subjetiva, ou seja, suscitar o
direito subjetivo, algo que pretende fazer.
Todavia, nada impede que o direito passivo alegue nos embargos ao devedor que a
compensação já ocorreu, já existindo compensação realizada, fato extintivo do direito do FISCO
na execução fiscal.

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10.2. Exceção de Pré-executividade: Esse mecanismo de defesa NÃO é previsto na LEF, sendo
construção doutrinária. A LEF prevê a necessidade de garantia o juízo para embargar. Porém, às
vezes ocorrem situações em que a execução fiscal está lastreada em um título sem condição de
prosperar. Nessas circunstâncias, ter que exigir que o sujeito passivo constranja seu patrimônio
para se defender seria exigir uma conduta absolutamente incompatível com a realidade concreta,
se o juiz puder observar essas questões de ofício. Para fazer frente às situações em que há vícios
indeléveis na execução fiscal, tanto a doutrina quanto a jurisprudência criaram o instituto da
exceção de pré-executividade.
Natureza jurídica: A exceção de pré-executividade é uma petição apresentada pelo devedor
executado nos autos do processo executivo fiscal sem que haja a necessidade de uma prévia
garantia do juízo, através da qual o devedor chama a atenção do juízo tanto da existência de
vícios na CDA e na execução fiscal.
Dilação probatória: A jurisprudência permite discutir qualquer espécie de matéria, seja de
direito ou de fato, desde que a matéria arguida NÃO demande dilação probatória. Por isso,
qualquer discussão de prova deverá ser feita nos embargos do devedor, enquanto que se for
dispensada a prova, poderá ser apresentada em exceção de pré-executividade.
SÚMULA 393 STJ. A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal
relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
* ATENÇÃO: STJ – As questões decididas anteriormente em exceção de pré-executividade, sem a
interposição de recurso cabível pela parte interessada, NÃO podem ser posteriormente reabertas
em sede de embargos à execução fiscal.
- Transcorrido em branco o prazo de embargos, NÃO pode o executado se valer da exceção de
pré-executividade para se opor à cobrança, em respeito à preclusão.

10.3. Defesas Heterotópicas: O art. 38 prevê que ainda é possível travar ações correlatas a execução
fiscal em outras demandas, a exemplo da Ação Anulatória, Ação de Repetição de Indébito e Mandado
de Segurança. As defesas heterotópicas são defesas interpostas em posição diferente da natural,
sendo meio autônomo de impugnação, que servirá às partes ou terceiros interessados.
Na execução fiscal, surgem como ações autônomas e prejudiciais, podendo discutir débito,
requerer a sua nulidade, etc.
Em regra, NÃO suspendem a execução, mas o juiz pode conferir o efeito suspensivo.
ESAF: A defesa heterotópica, que impugna o lançamento tributário, proporciona uma limitação
cognitiva aos embargos à execução, não podendo o executado, mesmo se tratando de título
extrajudicial, reiterar causa petendi já declinada naquela demanda.
Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em
execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de
repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do
depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros
e multa de mora e demais encargos.
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa
em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso
interposto.
11. Procedimento após o recebimento da defesa: Após o recebimento da defesa, será concedido
o prazo de 30 (trinta) dias para o FISCO impugnar. Em que pese se tratar de um prazo para se
manifestar, esse prazo não será concedido em dobro, por ser prazo próprio.
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Extinção da execução fiscal: O art. 26 trata da extinção da execução fiscal:


Art. 26 - Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de Divida Ativa for, a
qualquer título, cancelada, a execução fiscal será extinta, sem qualquer ônus para as
partes.
Essa decisão de primeiro grau é a sentença proferida na execução fiscal, ou que julga os
embargos. Logo, se a Fazenda Pública promover o cancelamento do débito antes de decisão de
primeiro grau e requerer judicialmente a extinção do processo, nessa hipótese NÃO há razão para
condenar a Fazenda, e tampouco cabe falar em honorários.
O STJ diz que se o sujeito passivo citado for nos autos da execução fiscal, constitui advogado, e
suscita, seja via embargos do devedor ou exceção de pré-executividade, e a Fazenda reconhece a
existência do dó débito e extingue o processo, deve haver a condenação da Fazenda Pública nos
ônus da sucumbência. A lógica desse entendimento do STJ é o princípio da causalidade, pois se a
Fazenda deu causa ao executado contratar advogado, ingressar no processo, deverá arcar com os
honorários advocatícios.
13. Reunião das execuções fiscais: O art. 28 determina a possibilidade de reunião dos processos
executivos existentes no nome de um único devedor, podendo se dar a requerimento das partes.
Art. 28 - O Juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da unidade da
garantia da execução, ordenar a reunião de processos contra o mesmo devedor.
Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, os processos serão redistribuídos ao Juízo da
primeira distribuição.
Para ser possível promover a reunião dos processos, a JURISPRUDÊNCIA DO STJ entende que
existem alguns requisitos:
Deve haver execuções fiscais que estejam correndo contra o mesmo devedor: mesmo
devedor principal e corresponsáveis;

Não basta haver diversas execuções fiscais contra o mesmo devedor, essas execuções
fiscais devem estar submetidas ao mesmo órgão jurisdicional com competência para
julgar esses processos;

Todas as execuções fiscais submetidas a um mesmo órgão julgador competente devem
estar aproximadamente na mesma fase processual, ou em etapas próximas.

Competência para processar a execução fiscal: Dependerá da Fazenda Pública que for autora
da ação:
 Se proposta pela Fazenda Pública Estadual ou Municipal: Justiça Estadual;
Se proposta pela Fazenda Nacional: Justiça Federal

ATENÇÃO: LEI 13.043/2014 E FIM DA COMPETÊNCIA DELEGADA


Antes da lei nº 13.043/2014, a Lei nº 5.010/66 previa a competência delegada da Justiça
Estadual para as execuções fiscais cujo devedor não fosse domiciliado em comarca com
vara federal. Com a Lei nº 13.043/2014, se a União, autarquias e fundações ajuizarem
execução fiscal, serão sempre processadas e julgadas pela Justiça Federal, mesmo que o
executado resida em comarca do interior onde não funcione vara federal.
As execuções fiscais propostas antes da lei (14/11/2014), com base na competência delegada
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não têm a competência revogada, e deverão ser sentenciadas pelo juiz estadual, com
eventual recurso remetido ao TRF competente.

Prescrição intercorrente: A prescrição intercorrente NÃO se confunde com a prescrição do


direito de crédito:
Prescrição do direito de crédito: é aquele prazo previsto no art. 174 do CTN, que é um
prazo de 05 (cinco) anos, dentro do qual, uma vez constituído o crédito tributário, deve a
Fazenda Pública providenciar o seu ajuizamento. Trata-se de um momento anterior ao
ajuizamento da execução fiscal.
Prescrição intercorrente: é um instituto previsto no art. 40 da LEF que diz que, após ajuizada a
execução fiscal, se essa execução fiscal ficar paralisada por um prazo superior a 05 (cinco)
anos, o juiz deve promover a extinção da execução, pois presume-se que não será possível
conseguir satisfazer o crédito. Tal instituto, portanto, se conta dentro da demanda
executiva.
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o
prazo de prescrição.
1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial
da Fazenda Pública.
2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão
desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
o
4 Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o
juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.
o o
5 A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4 deste artigo será
dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por
ato do Ministro de Estado da Fazenda.
Uma vez ajuizada a execução, caso não localizado o devedor ou ele não tenha bens penhoráveis,
a LEF prevê que o juízo da execução deve, a requerimento da Fazenda Pública, promover a
suspensão da execução pelo prazo de 01 (um) ano. Isso ocorre para dar a possibilidade de a
Fazenda Pública agir, seja para localizar o devedor ou formular pesquisas da existência de bens da
titularidade do executado. Então, a LEF prevê que dentro desse prazo de 01 (um) ano de
suspensão NÃO corre a prescrição.
Entretanto, a Lei prevê o caso em que essa suspensão pode ser transformada em arquivamento
sem baixa, após o prazo de 01 (um) ano. Ou seja, o juiz profere um despacho e transforma essa
execução fiscal em arquivamento provisório na Vara, sem que ponha fim ao processo executivo.
Transformada a suspensão em arquivamento sem baixa, o juiz da execução fiscal deve contar um
prazo de 05 (cinco) anos, que é propriamente um prazo prescricional, que corre dentro do
processo executivo, razão pela qual se denomina prescrição intercorrente.
Passado esse prazo, diz a LEF que o juiz da execução deve ouvir o exequente. O objetivo é
indagar a Fazenda Pública se existem causas suspensivas ou interruptivas dessa prescrição. Caso
não existam, o juiz decreta a prescrição intercorrente. Todavia, a jurisprudência do STJ relativizou

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diversos aspectos do art. 40 da LEF. Pode se falar, basicamente, da existência das seguintes
relativizações pelo STJ:
Embora o art. 40 da LEF diga que a Fazenda Pública deve ser intimada da suspensão do
prazo executivo por 01 (um) ano para encontrar bens, o STJ entende que nem sempre a
intimação da Fazenda Pública acerca da suspensão é necessária. Isso porque às vezes,
quem requer a suspensão é o exequente. Logo, para o STJ, se é o exequente quem requer
a suspensão, presume-se que a suspensão será deferida, sendo desnecessária a intimação.
 Só é necessário intimar o exequente se a suspensão for decretada de ofício pelo juiz;
Transcorrido o prazo de 01 (um) ano, conta-se desde logo a prescrição intercorrente,
 sendo desnecessário o despacho de arquivamento, conforme súmula 314 do STJ.
Súmula 314 do STJ. Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis,
suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da
prescrição quinquenal intercorrente.

MEDIDA CAUTELAR FISCAL

Conceito: A lei nº 8.397/92, com a nova redação dada pelo art. 65 da Lei 9.532/97, instituiu a
medida cautelar fiscal, de natureza processual. Por meio dela, a Fazenda Pública tem um
instrumento para, judicialmente, obter a indisponibilidade patrimonial dos devedores para com o
fisco até o limite do valor exigido, frustrando com isso a tentativa de ser lesado o Estado tanto na
fase administrativa quanto na judicial de cobrança.

Hipóteses que autorizam o requerimento: A medida cautelar fiscal poderá ser requerida pelo
sujeito ativo contra o sujeito passivo da obrigação tributária, quando ele:
sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixar de pagar a
obrigação no prazo fixado;
tendo o domicílio certo, ausentar-se ou tentar ausentar-se, visando elidir o
adimplemento da obrigação;
caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
contrai ou tenta contrair dívidas que comprometem a liquidez de seu patrimônio;
notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal: e.1.)
deixar de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
e.2.) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
possui débitos inscritos ou não em dívida ativa, que, somados, ultrapassem 30% de seu
patrimônio conhecido;
aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública
competente, quando exigível em virtude de lei, que é exatamente o caso do arrolamento
administrativo;
tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta pelo órgão fazendário;
í) pratica atos que dificultem ou impeçam a satisfação do débito.
A medida cautelar deverá ser requerida ao juiz competente para a execução judicial da Dívida
Ativa.

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Medida cautelar em procedimento preparatório: Quando a medida cautelar for concedida em


procedimento preparatório deverá a Fazenda Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa
no prazo de 60 dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera
administrativa.

Eficácia da medida cautelar fiscal: A medida cautelar fiscal conserva sua eficácia no prazo de
60 dias e na pendência do processo de execução judicial da Dívida Ativa pode, a qualquer tempo,
ser revogada ou modificada. Essa eficácia cessa:
Se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de 60 dias,
contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa;
Se não for executada dentro de 30 dias a ordem judicial obtida;
Se for julgada extinta a execução judicial da dívida ativa;
Se o requerido promover a quitação do débito que está sendo executado.

AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

Ação declaratória;
Ação anulatória;
Ação de repetição de indébito.

Ação declaratória pura e Ação Anulatória Ação de Repetição de


simples Indébito
Antes do lançamento Depois do lançamento Após o pagamento
O contribuinte quer a O contribuinte pretende O contribuinte paga
declaração de inexistência de anular auto de infração. indevidamente e quer a
uma obrigação quantia de volta.

Ação Declaratória: O objeto limita-se à declaração de existência ou inexistência da relação


jurídica tributária.
- NÃO cabe ação declaratória sobre a interpretação de lei em tese.

Legitimidade: Em geral está adstrita aos sujeitos envolvidos na relação tributária material em
litígio.

ATENÇÃO: Se a discussão for sobre a retenção na fonte de imposto estadual ou municipal de


servidor, tais entes é que serão partes legítimas na ação eventualmente proposta, conforme
súmula 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de
imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.

Interesse de agir: NÃO cabe ação declaratória para a interpretação do direito em tese ou para
o esclarecimento de fatos.

Prazo prescricional: A ação declaratória pura e simples é imprescritível segundo a doutrina


tradicional, pois a todo tempo há interesse de agir na declaração de existência, inexistência ou
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modo de existir da relação jurídica tributária. No entanto, se a ação declaratória tiver um


conteúdo constitutivo ou condenatório, passa a estar sujeita a prazo prescricional de 05 anos.

Ação declaratória e repetição de indébito: A ação declaratória pode ser cumulada com a
repetição de indébito.

Ação declaratória e execução: Para a doutrina tradicional, a ação declaratória NÃO comporta
execução porque pretende acertar a relação jurídica controvertida, SALVO quanto à condenação
ao pagamento das verbas resultantes da sucumbência. No entanto, a doutrina moderna entende
possível a execução.
- Sempre que uma sentença declaratória passar por todas as etapas e certificar o indébito, possuindo
um conteúdo condenatório, será possível de ser executada, por exemplo. A compensação ou o pedido
administrativo de devolução de valores pagos a maior são duas formas que a legislação coloca a
critério do contribuinte como formas de reaver o que ele pagou indevidamente. As duas situações são
formas de repetição do indébito, segundo o STJ. Assim, em alguns casos de compensação
judicialmente reconhecidos, é possível promover ação de execução.

Súmula 461 do STJ. O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou
por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada
em julgado.

Ação declaratória e tutela de urgência: É possível a concessão de tutela de urgência, mas não
pode impedir o lançamento, serve para suspender a exigibilidade do crédito tributário.

Valor da causa: Deve corresponder ao conteúdo econômico pretendido.

Ação anulatória: Pode ser promovida pelo contribuinte contra a Fazenda Pública, tendo como
pressuposto a preexistência de um lançamento fiscal.
- Ao propor uma ação anulatória relativa a tributo ou multa quando não houver crédito tributário
constituído, faltará interesse de agir, porque se quer anular algo que ainda não existe.

Depósito na ação anulatória: A ação anulatória, assim como as demais defesas dos
contribuintes, constitui defesa heterotópica. Prevê o art. 38 da LEF:

Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em


execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de
repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do
depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos
juros e multa de mora e demais encargos.

Salvo na impetração de mandado de segurança, em que o direito precisa estar comprovado de


plano, os demais casos pressupõem a garantia do juízo: nos embargos à execução se daria através de
penhora ou depósito, na repetição de indébito através do pagamento e na ação anulatória seria
necessário o depósito. Assim, começou a surgir o questionamento se para a ajuizar uma ação
anulatória do crédito tributário já inscrito em dívida ativa era ou não necessário o depósito como
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requisito essencial. O STF editou súmula vinculante, entendendo que inconstitucional a exigência
do depósito.

Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito


de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.

Embora inconstitucional, a realização de depósito traz algumas vantagens:


A impossibilidade de cobrança do débito durante a discussão judicial, evitando a inscrição
 em dívida ativa e a execução fiscal;
A exclusão da responsabilidade do contribuinte pelos encargos referentes ao débito, que
 passam a ser da instituição financeira em que o depósito foi realizado;
 Impedimento ou suspensão da inscrição do contribuinte no CADIN;
Direito do contribuinte de obter certidão positiva com efeito de negativa.

No entanto, o depósito deve ser integral e em dinheiro:

Súmula nº 112 - O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for


integral e em dinheiro.

Depósito e levantamento: Segundo o STJ, o levantamento será efetuado em função do


resultado da demanda:

Procedente: O contribuinte levante o valor depositado corrigido e há a extinção do crédito


tributário pela sentença;
 Improcedente: Conversão do depósito em renda;
Parcialmente procedente: Levantamento e conversão na proporção fixada na decisão;
Extinção sem julgamento de mérito: Segundo o STJ, haverá a conversão em renda do ente
político.

Legitimidade: São os sujeitos da relação obrigacional tributária que deu ensejo ao lançamento
que se pretende desconstituir.

3. Ação de repetição de indébito

Cabimento: Objetiva a restituição dos valores pagos indevidamente, pretensão que pode ser
exercida tanto na via administrativa, quanto na via judicial. É cabível nas hipóteses do art. 165 do
CTN:
Na hipótese de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior do que
o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza, ou ainda, das
 circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
Na hipótese de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento; e

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Para reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.



Legitimidade: Ocorrerá uma inversão dos polos: o sujeito passivo (contribuinte ou
responsável) figurará como sujeito ativo da relação jurídica de direito material que será deduzida
em juízo. E o sujeito ativo da relação jurídica tributária (Fazenda Pública) será o sujeito passivo da
relação processual.
- Mero pagador: A jurisprudência que prevalece nos tribunais e a doutrina entendem que não
possui legitimidade para discutir o tributo, ao fundamento de que aquele que paga por outrem,
sem estar indicado na norma tributária como sujeito passivo (contribuinte ou responsável), não
tem legitimidade para discutir o tributo e para pleitear a sua repetição. Isso porque não há
relação jurídica que o vincule ao sujeito ativo da relação tributária.

Tributos indiretos: Dispõe o art. 166 do CTN:

Art. 166 - A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do
respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido
encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente
autorizado a recebê-la.

SÚMULA 546 do STF - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando


reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de
facto" o "quantum" respectivo.

Quem terá direito de questionar ou pedir a restituição de determinado tributo é o sujeito


passivo, pessoa que por lei figura na relação jurídico-tributária, conforme art. 122 do CTN. O art.
166 do CTN, de acordo com a jurisprudência, deve ser visto hoje como uma exceção. Assim, o
sujeito passivo somente poderá pedir a restituição nas hipóteses em que ele não tiver repassado
o encargo da tributação.
O art. 166 do CTN somente se aplica para os casos de tributos indiretos, mas apenas nos tributos em
que a repercussão for jurídica, regulada pela legislação tributária, a exemplo do IPI, ICMS e ISS.

d) Juros e correção monetária:

SÚMULA 162 DO STJ: Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a


partir do pagamento indevido.

SÚMULA 188 DO STJ: os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são


devidos a partir do trânsito em julgado da sentença.

Prescrição: O prazo para requerer a repetição de indébito é de cinco anos.

TESE DOS CINCO + CINCO

A grande discussão acerca do tema no passado foi a respeito dos tributos sujeito a lançamento
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por homologação (LC 118/2005). Nestes casos, o contribuinte tem a obrigação de declarar e
pagar determinada quantia e a Fazenda tem o prazo de cinco anos para homologar o
pagamento efetuado pelo contribuinte.

Havia uma tese pró-contribuinte que dizia que a homologação do pagamento, a extinção
definitiva do crédito tributário ocorre depois de decorridos cinco anos a partir do fato gerador.
Assim, o prazo para requerer a restituição somente prescreveria decorridos os cinco anos para
a Fazenda homologar. E sendo a homologação tácita após cinco anos do fato gerador (art. 150,
§ 4º), o prazo prescricional levaria em conta os cinco anos para homologação mais cinco,
totalizando dez anos.

A LC 118/05 que alterou o CTN e determinou que o prazo de cinco anos deve ser contado a
partir do pagamento antecipado independente de manifestação ou homologação por parte do
poder público.

A LC 118/05, dizendo ser lei interpretativa, estabeleceu que o prazo é e sempre foi de cinco
anos contados do pagamento antecipado. Assim a discussão que houve foi se poderia
aplicar essa LC retroativamente.

O STF entendeu que a lei é inconstitucional no aspecto que manda aplicar retroativamente o
prazo de cinco anos, por mudar o entendimento jurisprudencial que havia a respeito do tema.
Conclui então: a lei entrou em vigou em 09/06/2005; para as ações judiciais ajuizadas antes da
entrada em vigor da lei vale o prazo de dez anos (5 +5); por outro lado, para as ações ajuizadas
depois da entrada em vigor da lei o prazo é de cinco anos.

A LC 118/2005 não foi considerada meramente interpretativa, reduziu um prazo de dez para
cinco anos e, portanto não pode ser aplicada retroativamente, por violar a segurança jurídica,
a estabilidade das relações e a confiança.

Se o pedido de restituição for feito na via administrativa e ele for negado se teria dois anos para
ajuizar uma ação para impugnar essa desconstituição na via administrativa e pedir de volta.

Art. 169 CTN - Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que
denegar a restituição.

4. Ação de consignação em pagamento:

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo
sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou
de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

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- de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem


fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico
sobre um mesmo fato gerador.

Procedimento:

Art. 890, § 1º, do CPC - Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou


terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial
onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária,
cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez)
dias para a manifestação de recusa.

b) Sucumbência:

Art. 164, § 2º - Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a


importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no
todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das
penalidades cabíveis.

Tratando-se de ação consignatória fundada na dúvida subjetiva sobre a qual Fazenda Pública
pagar, a Fazenda que ficar vencida terá que pagar os ônus da sucumbência tanto à Fazenda
vencedora quanto ao contribuinte depositante.
A ação consignatória não é a via adequada para obter o parcelamento do débito.

5. Mandado de segurança em matéria tributária:

Art. 5º, LXIX da CF/88 - conceder-se-mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público.

Lei n. 12.016/09, Art. 1o - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça.

O artigo 38 da LEF dispõe que o manejo da via judicial, pelo contribuinte, importa em renúncia ao
poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso a caso interposto, dispositivo este
considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (informativo 476 do STF).
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, conforme súmula 266 do STF.
É possível ainda impetrar mandado de segurança preventivo, de modo que existem duas
possibilidades para o mandado de segurança em matéria tributária:

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Mandado de segurança preventivo Mandado de segurança repressivo


Foi praticado o fato/ conduta que geraria o Já houve lesão em matéria tributária,
dever de pagar o tributo ou que pode gerar autuação ou lançamento.
aplicação de uma multa.

A legitimidade ativa é do titular do direito supostamente violado.


A competência para processar e julgar as ações mandamentais é definida em caráter absoluto
pela categoria e pela sede da autoridade coatora (local onde esta exerce seu munus).

Mandado de segurança e compensação


Será cabível mandado de segurança para declarar o direito à compensação quando forem
criados óbices indevidos ao direito de efetuar a compensação, como, por exemplo, exigências
ilegais formuladas pelas autoridades administrativas.
STJ: É cabível mandado de segurança para a declaração do direito de compensar valores
indevidamente recolhido.
Súmula nº 212 do STJ - A compensação de créditos tributários não pode ser deferida por
medida liminar.
Súmula 460 do STJ - É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação
tributária realizada pelo contribuinte.

Conclusões:
É cabível mandado de segurança para discutir compensação, inclusive para declarar o
 direito de compensar os valores indevidamente recolhidos nos últimos cinco anos;
 Não é cabível o deferimento de liminar para determinar a compensação;
Para discutir a compensação, será cabível o mandado de segurança se se quiser afastar
algum óbice ilegal criado pelo poder público ou se quiser que seja declarado o direito
de compensar uma determinada quantia. Entretanto não será cabível se a pretensão
for discutir os termos de uma compensação que se pretendeu fazer na via
administrativa e lhe foi negada.

Referências Bibliográficas
Mauro Luís da Rocha Lopes. Processo Judicial Tributário.
Leandro Paulsen. Direito Processual Tributário.
João Aurino de Melo Filho. Execução Fiscal Aplicada.

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