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CIEP Brizolão406 Municipalizado Ludevis Teixeira Bastos.

Data: 24.11.2022
Aluno(a):__________________________________ Turma: 603/604/605/902/903.

ATIVIDADE PROGRAMADA 4o BIMESTRE 2º SEGMENTO – 2022 | PROF.: RONAN) HISTÓRIA

TEMÁTICA: SEMANA DA CONSEQUÊNCIA NEGRA.


Texto 1: https://al.se.leg.br/dia-da-consciencia-negra-e-celebrado-neste-domingo-20/

Resistência
O Dia Nacional da Consciência Negra tem por finalidade, relembrar às pessoas a luta e a
resistência,  dos negros desde o período colonial, em que cerca de 4,6 milhões de africanos
foram trazidos para o Brasil para trabalhar como escravos, principalmente nas lavouras de
cana-de-açúcar ou executando serviços domésticos, sem quaisquer direitos como educação,
saúde, moradia e assistência social.
Mesmo com a aprovação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, instituindo a libertação dos
escravos, muitos negros continuaram escravizados no Brasil , trabalhando duro nas lavouras,
por serem analfabetos e não terem aonde morar. Outros procuraram regiões de morros em
cidades como o Rio de Janeiro e começaram a erguer pequenos barracos, continuando sendo
discriminados pela população branca. Na década de 1970, as reivindicações ganharam mais
força com o desenvolvimento de ações por meio de ativistas lutando contra o racismo e em
favor de direitos para a população negra.
Ao longo dos anos, essa luta por respeito e dignidade foi intensificada e atualmente, vários
movimentos negros se espalham por todo o país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), os negros (pretos e pardos) representam 56% da população
brasileira.

Racismo
De acordo com a Coordenadoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Copier), do
Ministério Público Estadual (MPE/SE), o racismo é um problema social estrutural e deve ser
combatido diariamente, não só por pessoas negras. “Pessoas brancas devem ter consciência
do seu papel no combate ao racismo. É preciso se questionar, enxergar a negritude, apoiar
pessoas negras, entender que a responsabilidade histórica pela criação do racismo é da
‘branquitude’, perceber o racismo internalizado, seja por meio de atitudes ou de expressões
tidas como ‘normais’ ou ‘culturais’ – tipo ‘ela é negra, mas é bonita’, ‘da cor do pecado’,
‘denegrir’ – piadas, entre tantos outros exemplos”, alerta o promotor de justiça e coordenador
da Copier, Luis Fausto Valois.
Ele acrescenta que a partir da educação é possível atuar tanto na conscientização acerca dos
danos que a prática provoca quanto no compartilhamento de saberes, culturas e histórias de
povos africanos. “A partir de 2003, a Lei nº 10.639 tornou obrigatório o ensino sobre a História
e Cultura Afro-brasileira nas etapas fundamental e médio. Essa legislação reforça a
importância de compartilhar e fortalecer as narrativas desses povos”, ressalta.

Crimes
Os crimes de racismo referentes ao preconceito de raça ou de cor, previstos na Lei nº
9.459/97, têm penas que podem chegar até cinco anos de reclusão e nos crimes relacionados à
injúria racial (ofensa à dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião,
origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência), a pena prevista é de
reclusão de um a três anos, além de multa.
As pessoas que se sentirem afetadas, devem denunciar à Polícia Militar, pelo n° 190, caso o
crime esteja acontecendo no momento; à Polícia Civil, pelo nº 181, caso haja prática de crimes
recorrentes;  à Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, pelo nº 100 ou à Ouvidoria
do Ministério Público, pelo nº 127.

Texto 2: www.mundoeducacao.com.br

20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

Dia Nacional da Consciência Negra é uma data de celebração e de conscientização sobre a


força, a resistência e o sofrimento que a população negra viveu no Brasil desde a colonização.
Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos para o
Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras
de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras
lavouras.
A condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era
extremamente precária. Além de serem submetidos ao trabalho forçado, os escravos eram
submetidos a um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento
médico, à educação e a qualquer tipo de assistência social.

Como surgiu o Dia da Consciência Negra?


Além do tratamento degradante conferido à população negra escravizada no Brasil entre 1536
e 1888 (este último ano data a libertação dos escravos via Lei Áurea), as heranças
da escravidão permaneceram. Quando os escravos foram libertos, em 13 de maio de 1888, por
meio da promulgação da Lei Áurea, após intensa luta de ativistas abolicionistas do período
imperial do Brasil, como o jornalista e advogado negro Luís Gama, a população negra
permaneceu sem qualquer tipo de assistência.
Muitos escravos recém libertos permaneceram nas fazendas onde eram cativos por não terem
para onde ir. A grande maioria dessa população era analfabeta e não sabia outro ofício, além
do trabalho intenso e pesado das lavouras. No Rio de Janeiro, muitos escravos foram procurar
as regiões difíceis de erguer construções na cidade (os morros) para construírem suas
moradias, configurando as primeiras favelas. A situação deixada para a população negra no
Brasil foi extremamente precária.
Marginalizada, sem assistência e com uma vida precária, a população negra no Brasil
continuou a enfrentar muita dificuldade. Os negros eram discriminados socialmente, não
tinham acesso aos mesmos direitos que os brancos e foram perseguidos. Diante dessa
realidade, muitas comunidades negras (algumas inclusive remanescentes de quilombos), além
de organizações sociais formadas por pessoas negras nas cidades, passaram a lutar pela
igualdade racial e pela inserção da população negra na comunidade sem restrição de direitos.
Na década de 1970, ativistas ligados a um grupo de quilombolas situado no Rio Grande do Sul
passaram a reivindicar a celebração do Dia da Consciência Negra no Brasil na data de 20 de
novembro. Em 1978, surgiu o Movimento Negro Unificado no País, que passou a promover
uma série de ações para pensar a consciência negra e lutar contra o racismo no Brasil. Graças
ao movimento, o Dia da Consciência Negra tornou-se uma data lembrada todo ano como
representativa da luta da população negra.
Por que escolheram o dia 20 de novembro? A escolha do dia 20 de novembro não foi aleatória,
foi feita por ser a data de morte de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro de 1695.
Zumbi foi o maior líder do Quilombo dos Palmares.
Os quilombos eram comunidades formadas por negros escravizados que fugiam da tirania de
seus senhores e escondiam-se em lugares de difícil acesso no meio das matas. O Quilombo dos
Palmares foi o maior e mais duradouro dos quilombos registrados pelos estudos
historiográficos. Estima-se que a sua formação tenha durado cerca de 100 anos e abrigado
entre 20 mil e 30 mil habitantes. A localização territorial do Quilombo dos Palmares era na
região da Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.
Zumbi foi um grande líder e representante da resistência negra em sua época. Fontes antigas,
que hoje são questionadas pela historiografia, apontam que ele nasceu em Palmares, porém
foi capturado e tomado como escravo aos sete anos de idade. Nessa época, Zumbi teria ficado
sob os cuidados de um padre jesuíta, que o batizou na tradição católica e o alfabetizou em
português e latim. Aos quinze anos de idade, Zumbi teria fugido para o Quilombo dos Palmares
e, depois, destacado-se como uma liderança por lá.
Não é possível atestar a veracidade desses dados porque, além de não terem confirmações
históricas, é possível que eles tenham surgido em um momento específico, no século XIX, em
que a imagem de Zumbi foi construída como um símbolo heróico para a justa defesa da
abolição da escravatura. Havia, portanto, um uso político da imagem de Zumbi e uma
construção heróica com uma finalidade específica, mas que pode não condizer com a realidade
dos fatos sobre a vida do líder de Palmares.
Foram muitas as batalhas que os quilombolas de Palmares lutaram contra o exército português
no Brasil e contra expedições promovidas por capitães e por fazendeiros colonos. Zumbi
despontou-se como uma grande liderança justamente por ser um grande estrategista militar e
representante de forte resistência contra os colonos escravocratas.
Embora pouco conhecida, outra figura importante dentro do Quilombo de Palmares
foi Dandara de Palmares. Apesar de poucas fontes historiográficas sobre a figura de Dandara,
sabe-se que ela foi uma grande guerreira resistente. Fontes historiográficas apontam que ela
foi esposa de Zumbi e teve com o líder quilombola três filhos. A morte de Dandara ocorreu em
1694, quando foi capturada. Para fugir da escravidão, a guerreira de Palmares cometeu
suicídio jogando-se de um desfiladeiro.
Em 1694, tropas organizadas pela expedição do bandeirante Domingos Jorge
Velho conseguiram êxito, capturando vários quilombolas. Na expedição, os bandeirantes
utilizaram inclusive artilharia pesada, como canhões de guerra. Dessa maneira, a
bandeira capturou o quilombola Antonio Soares e prometeu-o a liberdade em troca da
revelação do esconderijo do líder Zumbi.
Antonio Soares cedeu e traiu o líder de Palmares, revelando o seu esconderijo. Em novembro
de 1695, as tropas de Domingos Jorge Velho capturaram Zumbi e mataram-no, degolando a
sua cabeça e expondo-a em praça pública. Nesse evento, os bandeirantes dominaram os
quilombolas, desfazendo o quilombo. Os habitantes que não foram mortos ou capturados
tiveram que fugir do local. Assim, o dia 20 de novembro foi escolhido para representar o Dia
Nacional da Consciência Negra por conta da importância da figura de Zumbi dos Palmares na
luta e resistência contra a escravidão de povos de origem africana.

Atividades para comemorar o dia: Se por um lado temos motivos para comemorar o Dia
Nacional da Consciência Negra, por outro, temos motivos para discutir o racismo e promover a
ideia de integração igual da população negra na sociedade, lutando contra a exclusão e
a desigualdade social. Nesse sentido, as ações promovidas no dia 20 de novembro não devem
ser de comemoração, mas de conscientização e reflexão.

Tomando como exemplo os dados sobre renda e desigualdade, vemos que o Brasil ainda
permanece sob a influência da herança da escravidão quanto ao tema inclusão social e
igualdade social. A maioria da população brasileira, quase 54% dos habitantes, autodeclara-se
negra (pretos ou pardos), segundo o IBGE. No entanto, dados levantados pela pesquisa
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), promovida pelo IBGE em 2017, apontam
que a renda média de pretos e pardos corresponde a R$ 1570 e R$ 1606, respectivamente,
enquanto a renda média de brancos é de R$ 2814. Dados da PNAD de 2015 também
apontaram que a porcentagem de negros e pardos entre os 1% mais ricos da população era de
17,8%, enquanto o grupo dos 10% mais pobres possuía um total de 75% de negros e pardos.
Devido à evidente desigualdade social e exclusão da população negra, somadas ao racismo, a
celebração do Dia Nacional da Consciência Negra deve ocorrer por meio de atividades
de reconhecimento da cultura negra como parte integrante da cultura brasileira e por meio de
atividades de discussão e conscientização sobre o problema do racismo e da exclusão dos
negros na sociedade brasileira.
Dia da Nacional da Consciência Negra é feriado: A Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o
dia 20 de novembro como Dia da Consciência Negra. A lei deixa aberta a possibilidade de
estabelecimento de feriado em tal data, ficando a critério dos municípios e dos estados
acatarem-na ou não como feriado.
Estados que comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra como feriado: Apenas cinco
estados da federação promulgaram leis estaduais que tornam o dia 20 de novembro feriado.
São eles: Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro. 

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