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Índios no Brasil Colônia

Quando os portugueses chegaram ao litoral brasileiro, perceberam que a região era 


ocupada pelos povos nativos. A estes nativos os portugueses deram o nome de índios, pois
acreditavam ter chegado às Índias.
Mesmo após a descoberta de que não estavam nas Índias, e sim em um território
desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as
diferenças linguístico-culturais. Desta maneira  era mais fácil tornar todos os nativos iguais e
tratá-los também de forma igual, já que a finalidade era o domínio político, econômico e
religioso. 
A religiosidade sempre esteve presente no processo de colonização do Brasil, seja
pela fixação da primeira cruz em terra, a primeira missa proferida ou até mesmo muito antes
disso, com os ritos e cerimônias tupis.
Os lusitanos costumavam dizer que os índios não possuíam conhecimento de Deus e
por isso muitas vezes foram associados a animais, alegando que estes povos não possuíam
alma.
De início, os portugueses não tiveram interesse na ocupação e colonização do Brasil,
uma vez que os índios viviam em comunidades que produziam apenas o necessário para o
consumo do grupo. Isso significava que os índios não iriam comprar as mercadorias vindas
de Portugal e nem produziriam artigos lucrativos para os portugueses.
Por conta do “desinteresse” português, não houve muita dificuldade em conseguir a
confiança dos nativos, já que trocavam “presentes” (espelhos, tesouras, facas, panos, etc.),
pela ajuda e mão-de-obra indígena.
O escambo de pau-brasil foi a primeira atividade econômica importante do Brasil e se
utilizou da mão-de-obra indígena. Na região amazônica, o uso da força de trabalho dos índios
era importante, pois estes conheciam e região e ajudavam na navegação nos rios, na
orientação na mata, assim como no trabalho na extração das chamadas “drogas-do-sertão”.
Porém, como os portugueses não ocuparam as terras brasileiras, estas começaram a
ter invasões principalmente francesas.
Com a decisão de ocupação do território brasileiro em 1530, vieram os primeiros
choques com os índios, já que os portugueses se achavam donos das terras e queriam que a
colônia lhes fornecesse lucro.
A expedição de Martim Afonso de Souza foi enviada até ao Brasil para a fundação do
primeiro centro colonial. Já nessa viagem, mudas de cana-de-açúcar foram trazidas para o
desenvolvimento da primeira empresa mercantil a ser instalada pelos portugueses. Além
disso, essa mesma expedição foi acompanhada por padres jesuítas que realizariam a
catequização dos indígenas.
A partir desta expedição, a coroa portuguesa também começou a patrocinar as
bandeiras e as entradas, que deveriam procurar por ouro e metais preciosos no território
brasileiro.
Como inicialmente, os bandeirantes não encontraram ouro, passaram a escravizar
índios. Por esse motivo, passaram a invadir as Missões Jesuíticas, pois nestes locais os
índios eram instruídos na agricultura e na pecuária. Isso fazia dos índios missioneiros mais
aptos para o trabalho escravo do que os indígenas selvagens, que resistiam mais à
escravidão.
Este processo de colonização levou à extinção de muitas sociedades indígenas que
viviam no território dominado, seja por meio das guerras, seja em consequência do contágio
por doenças trazidas dos países distantes como a gripe, o sarampo e a varíola, que vitimaram,
muitas vezes, sociedades indígenas inteiras, em razão dos índios não terem imunidade
natural a estes males, ou, ainda, pela imposição aos índios à nova maneira de viver. 
Os índios reagiram de várias formas à dominação portuguesa: alguns se uniram aos
portugueses, outros fugiram para o interior e outros fizeram guerras.
Com o estabelecimento dos engenhos de açúcar no nordeste do Brasil, a partir de
1532, os colonos precisavam de grande quantidade de mão-de-obra e muitos senhores de
engenho recorreram à escravização de índios.
Os colonos Organizavam expedições que invadiam as tribos de forma violenta,
inclusive com armas de fogo, para sequestrarem os indígenas jovens e fortes para levarem
até o engenho. 
Com o aumento do lucrativo tráfico de escravos africanos, a própria coroa portuguesa
começou a se opor à escravização indígena no final do século XVI;
Oficialmente, a escravidão indígena só foi proibida em 1757 através de um decreto do
Marques de Pombal. 

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