Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Assim, a Coroa portuguesa, apesar de ter começado a criar em 1570, uma legislação para
proibir a escravização indígena, deixou suficientes brechas na lei para não extingui-la de vez, o
que afetaria a produção açucareira e, consequentemente, reduziria seus lucros.
O período de 1540 até 1570 marcou o apogeu da escravidão indígena nos engenhos
brasileiros, especialmente naqueles localizados em Pernambuco e na Bahia. Nessas capitanias
os colonos conseguiam escravos índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em
suas guerras e, também, atacando as próprias tribos aliadas. Essas incursões às tribos,
conhecidas como "saltos", foram consideradas ilegais, tanto pelos jesuítas como pela Coroa.
Mas o interesse econômico falou mais alto e, dessa forma, fazia-se vista grossa às investidas.
O regime de trabalho nos canaviais era árduo. Os jesuítas pressionaram a Coroa e conseguiram
que os senhores dessem folga aos índios aos domingos, com o objetivo de que assistissem à
missa. Mas, esgotados pelo ritmo de trabalho, eles preferiam descansar ou ir caçar e pescar,
como forma de suplementar sua alimentação. Muitos senhores não atenderam a essa
determinação régia e os índios continuaram trabalhando aos domingos e dias santos.
Tentando resolver essa situação, os jesuítas intensificaram as ações contra a escravidão,
promovendo intenso programa de catequização nos pequenos povoados e aldeias da região.