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A Escravidão Indígena 1500

De modo a inserir o índio no processo de colonização os portugueses recorreram a três


métodos. O primeiro consistia na escravização pura e simples, na base da força, empregada
normalmente pelos colonos. O outro criava um campesinato indígena por meio da aculturação
e destribalização, praticadas primeiramente pelos jesuítas, e depois pelas demais ordens
religiosas. O terceiro buscava a integração gradual do índio como trabalhador assalariado,
medida adotada tanto por leigos como pelos religiosos. Durante todo o século XVI e início do
XVII os portugueses aplicaram simultaneamente esses métodos. Naquele momento
consideravam a mão-de-obra indígena indispensável aos negócios açucareiros.

A Coroa portuguesa ficava dividida. Considerando os indígenas como súditos, era legal e


moralmente inaceitável escravizá-los. Mas a realidade ditava-lhe essa necessidade. O valor da
Colônia centrava-se, cada vez mais, na grande produção açucareira, e esta, para ser lucrativa,
exigia um grande contingente de trabalhadores escravos. Como no Brasil havia grande
possibilidade de utilizar o indígena como mão-de-obra, e os senhores de engenho não
dispunham de recursos suficientes para importar africanos, a melhor opção era mesmo usá-la.

Assim, a Coroa portuguesa, apesar de ter começado a criar em 1570, uma legislação para
proibir a escravização indígena, deixou suficientes brechas na lei para não extingui-la de vez, o
que afetaria a produção açucareira e, consequentemente, reduziria seus lucros.

O período de 1540 até 1570 marcou o apogeu da escravidão indígena nos engenhos
brasileiros, especialmente naqueles localizados em Pernambuco e na Bahia. Nessas capitanias
os colonos conseguiam escravos índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em
suas guerras e, também, atacando as próprias tribos aliadas. Essas incursões às tribos,
conhecidas como "saltos", foram consideradas ilegais, tanto pelos jesuítas como pela Coroa.
Mas o interesse econômico falou mais alto e, dessa forma, fazia-se vista grossa às investidas.

O regime de trabalho nos canaviais era árduo. Os jesuítas pressionaram a Coroa e conseguiram
que os senhores dessem folga aos índios aos domingos, com o objetivo de que assistissem à
missa. Mas, esgotados pelo ritmo de trabalho, eles preferiam descansar ou ir caçar e pescar,
como forma de suplementar sua alimentação. Muitos senhores não atenderam a essa
determinação régia e os índios continuaram trabalhando aos domingos e dias santos.
Tentando resolver essa situação, os jesuítas intensificaram as ações contra a escravidão,
promovendo intenso programa de catequização nos pequenos povoados e aldeias da região.

Nome: Maria Eduarda Mota. 1 ano

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