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Condado Portucalense
Estes condados pertenciam ao reino de Leão, por isso D. Henrique tinha que prestar
obediência, lealdade e auxílio militar ao rei D. Afonso VI. Em 1112 morre e, como o seu
filho D. Afonso Henriques apenas tinha 4 anos de idade, ficou D. Teresa a governar o
Condado Portucalense.
O reino de Portugal
Com estas vitórias de D. Afonso Henriques, D. Afonso VII, seu primo agora rei de Leão e
Castela, viu-se obrigado a fazer um acordo de paz – o Tratado de Zamora. Neste
tratado, assinado em 1143, Afonso VII concede a independência ao Condado
Portucalense que passa a chamar-se reino de Portugal, e reconhece D. Afonso
Henriques como seu rei.
Feita a paz com o rei de Leão e Castela, D. Afonso Henriques passou a preocupar-se
exclusivamente em conquistar territórios a sul aos mouros de forma a alargar o
território do reino de Portugal:
Na reconquista das terras aos mouros participou quase toda a população portuguesa
que podia pegar em armas:
O reconhecimento do reino
Apesar de o rei Afonso VII ter reconhecido em 1143 D. Afonso Henriques como rei de
Portugal, o mesmo não aconteceu com o Papa.
O Papa era o chefe supremo da Igreja Católica e tinha muitos poderes. Os reis cristãos
lhe deviam total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser
respeitada pelos outros reinos cristãos teria de ser reconhecida por ele. Para obter
este reconhecimento D. Afonso Henriques mandou construir sés e igrejas e
deu privilégios e regalias aos mosteiros.
Só em 1179 é que houve o reconhecimento por parte do papa Alexandre III através de
uma bula manisfestis probatum (documento escrito pelo papa).
Portugal foi uma monarquia desde 1143 até 1910, ou seja, durante este período
Portugal foi sempre governado por um rei.
A monarquia portuguesa era hereditária. Isto significa que quem sucede um rei é o seu
filho mais velho (o príncipe herdeiro).
D. Sancho I;
D. Afonso II;
D. Sancho II;
D. Afonso III;
Etc…
Entretanto, os limites do território não estavam totalmente definidos pois havia zonas
a norte e a este que ainda estavam em disputa com o reino de Leão e Castela.
No séc. XIII abundava a vegetação natural, ou seja, que ainda não tinha sido
modificada pelo homem. No Norte abundavam bosques e florestas muito densas com
árvores de folha caduca e no Sul as florestas eram menos densas e predominavam as
folhas de folha persistente.
Atribuição de terras
Ao serem reconquistadas terras os reis tinham a necessidade de
as povoar, defender e explorar para não voltarem a ser ocupadas pelos mouros.
Os reis reservavam uma parte dessas terras para si e a grande parte era dada aos
nobres e às ordens religiosas militares como recompensa pela sua ajuda prestada na
guerra, bem como às ordens religiosas não militares para que fossem povoadas mais
rapidamente.
O aproveitamento dos recursos naturais das terras era realizado através da:
Produção artesanal:
Ordens sociais
A população portuguesa no séc. XIII era constituída por três grupos sociais:
Nobreza: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade
era combater;
Clero: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal actividade era
prestar serviço religioso;
Povo: grupo não privilegiado que trabalhava nas terras do rei, da nobreza e do
clero e que ainda tinham que pagar impostos.
As terras senhoriais, ou senhorios, pertenciam aos senhores nobres que viviam numa
casa acastelada situada na parte mais alta. À sua volta distribuíam-se campos
cultivados, a floresta, o moinho e as casas dos camponeses que trabalhavam as terras.
Nestas terras era o nobre que aplicava a justiça, recrutava homens para o seu exército
e recebia impostos de todos os que lá trabalhavam. Em troca, tinha como obrigação
proteger as pessoas que estavam na sua dependência.
Casa senhorial:
O salão era o aposento mais importante e era onde o nobre dava as suas ordens,
recebia os hóspedes e onde serviam-se as refeições;
O mobiliário existente na casa era uma mesa, arcas para guardar a roupa e outros
objetos domésticos, poucas cadeiras e bancos chamados escanos;
Para a iluminação durante a noite utilizavam-se lamparinas de azeite ou tochas e
velas de cera e sebo.
Por outro lado, os camponeses tinham uma vida dura e difícil. Trabalhavam seis dias
por semana nos campos dos senhores nobres e ainda tinham que lhes pagar impostos
pois só assim garantiam proteção.
Casa do camponês:
Teto de colmo, paredes de madeira ou pedra, quase sem aberturas, e chão em
terra batida;
Tinha só uma divisão e havia pouca mobília;
Dormia-se num recanto coberto de molhos de palha.
Alimentação dos camponeses:
Baseava-se em pão negro, feito de mistura de cereais ou castanha, acompanhado
por cebolas, alhos ou toucinho. Apenas nos dias festivos havia queijo, ovos e
bocados de carne.
Clero secular: padres, bispos e cónegos que viviam junto da população nas aldeias
ou cidades;
Clero regular: frades (ou monges) e freiras que viviam nos mosteiros ou
conventos.
A vida no mosteiro era dirigida pelo abade ou abadessa. Os monges dedicavam a sua
vida a Deus e ao serviço religioso, meditavam, rezavam e cantavam cânticos religiosos.
Para além do serviço religioso, os monges também se dedicavam
ao ensino. Durante muito tempo, o clero foi a única ordem social a saber ler e
escrever. Fundaram-se algumas escolas junto aos mosteiros, os monges eram os
professores e os alunos eram os futuros monges. Existiam ainda os monges
copistas que dedicavam-se a copiar os livros mais importantes e ilustravam o texto
com pinturas chamadas iluminuras.
Todos os mosteiros tinham enfermarias onde os doentes eram recolhidos e tratados
pelos monges. Era também dada assistência aos peregrinos que se dirigiam aos
santuários para cumprir promessas ou para rezar.
O clero praticava também a agricultura. Produzia tudo o que precisava.
Principais atividades:
Agricultura, pastorícia, pesca: camponeses e pescadores;
Artesanato: havia pequenas oficinas onde os artesãos executavam trabalhos à
mão (manufatura), utilizando técnicas e instrumentos muito rudimentares;
Comércio: os camponeses e os artesãos reuniam-se para vender os seus produtos
dando origem aos mercados e mais tarde às feiras (maiores que os mercados e
com maior abundância e variedade de produtos).
Distrações:
Banquetes e saraus (festas à noite) onde havia espetáculos de jograis (os jograis
cantavam e tocavam instrumentos musicais).