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1. Relevo
Às diferentes formas que a superfície terrestre apresenta chamamos relevo. Alguns
exemplos são:
− Planície: grande superfície plana e de pouca altitude;
− Planalto: grande superfície plana ou ondulada de média ou grande altitude;
− Montanha: elevação de terreno que se destaca do terreno circundante pela
sua altitude;
− Vale: espaço compreendido entre dois montes (geralmente onde corre um
rio).
− Cordilheira: conjunto de montanhas.
Através dos mapas de relevo conseguimos identificar as diferentes altitudes que uma
zona pode apresentar através das suas cores:
− verde: planícies de baixa altitude;
− amarelo: planícies onduladas e planaltos de baixa altitude;
− castanho-claro: planaltos de grande altitude e algumas serras;
− castanho: montanhas de grande altitude (quanto mais escuro for o castanho
maior a altitude).
2. Rios peninsulares
Os rios da Península Ibérica nascem nas grandes cadeias montanhosas onde abundam
as nascentes e as neves. Como estão viradas para ocidente os rios correm nessa direção e vão
desaguar no Oceano Atlântico, com exceção do rio Ebro que corre para o Mediterrâneo.
Principais rios da Península Ibérica:
− rio Minho;
− rio Douro;
− rio Tejo: rio com maior extensão;
− rio Guadiana;
− rio Sado;
− rio Guadalquivir;
− rio Ebro.
3. Clima
O planeta Terra apresenta diferentes zonas climáticas:
− zona quente: próxima do Equador;
− zonas frias: em redor dos pólos;
− zonas temperadas: entre as zonas frias e as zonas quentes.
A Península Ibérica tem um clima temperado por isso apresenta quatro estações
durante o ano:
− Primavera;
− Verão;
− Outono;
− Inverno.
Existem também diferenças regionais distinguindo-se três zonas:
− Norte e Noroeste: elevada humidade e precipitação, temperaturas suaves
tanto no Inverno como no Verão;
− Interior: pouca precipitação, invernos muito frios e verões muito quentes;
− Sul: pouca precipitação, invernos suaves e verões quentes.
Estas diferenças devem-se aos seguintes fatores:
− proximidade do mar;
− ventos dominantes;
− relevo.
4. Vegetação natural
Sobre o tipo de vegetação que existe na Península ibérica podemos distinguir duas
zonas:
− Ibéria húmida: florestas de folha caduca, prados naturais verdes e matagais
com fetos, giesta, urze e tojo. Junto à costa predominam os pinheiros;
− Ibéria seca: florestas de folha persistente, matagais e arbustos. Junto à costa
predominam as palmeiras, as piteiras e os catos.
1.1.3 Os recursos naturais e a fixação humana
2. As comunidades agro-pastoris
Há cerca de 10000 anos a temperatura subiu, os gelos fundiram-se e o clima tornou-se
quente e seco. Os animais de clima frio desapareceram e surgiram novas espécies vegetais e
animais.
Ficaram assim reunidas condições para os homens abandonarem as grutas e melhorar
a sua forma de vida.
As comunidades agro-pastoris vivam da agricultura, da pastorícia e da domesticação
de animais. Como viviam perto das terras que cultivavam deixaram de precisar de se deslocar
constantemente, tornando-se assim sedentários.
Começou a haver uma maior abundância e diversidade de alimentos o que originou os
primeiros povoados.
Começou-se a praticar a cestaria, a cerâmica e a tecelagem. Novos utensílios foram
inventados como a foice, a enxada de pedra, o arado de madeira e a mó manual, e deu-se
maior uso da roda.
Surge também nesta época vários monumentos em pedra como antas, ou dólmenes, e
os menires.
1. A conquista
Os romanos eram um povo proveniente da Península Itálica que conquistaram vários
territórios à volta do mar Mediterrâneo graças ao seu poderoso e organizado exército.
Atraídos pelas riquezas das Península Ibérica conquistaram-na no séc. III a.C. Desta
forma conseguiram o domínio do comércio do Mediterrâneo.
2. A resistência
As populações do litoral sul não ofereceram grande resistência. O mesmo não
aconteceu com os povos do Centro e Norte que lutaram contra os romanos durante quase 200
anos. Um dos povos que se distinguiu na luta contra os romanos foram os Lusitanos, chefiados
por Viriato. Estes montavam armadilhas e emboscadas aproveitando as montanhas e
desfiladeiros.
3. O império romano
Entretanto não foi só conquistada a Península Ibérica mas sim um conjunto de
territórios à volta do Mediterrâneo que fez com que os romanos construíssem um grande
Império. A sua capital era a cidade de Roma e possuíam territórios na Europa, Ásia e África. O
chefe supremo do Império era o imperador.
1. Herança romana
Os romanos permaneceram quase 700 anos na Península Ibérica e durante este tempo
os costumes das pessoas alteraram-se e foram construídos edifícios e estruturas que
influenciaram bastante o modo de vida da população. A todas as alterações provocadas pela
presença dos romanos na Península Ibérica chama-se romanização.
As transformações mais significativas foram:
− construção de estradas, aquedutos, pontes, teatros, balneários públicos,
templos, monumentos;
− casas cobertas com telha, com jardins exteriores e com mosaicos a decorar o
pavimento;
− intensificação da produção agrícola (vinho, azeite e trigo) e da exploração
agrícola;
− criação de indústrias: salga do peixe, olaria, tecelagem;
− desenvolvimento do comércio;
− maior uso da moeda;
− a língua falada passa a ser o latim.
2. Era cristã
Este período também ficou marcado pelo surgimento de uma nova religião: o
Cristianismo. Esta nova religião expandiu-se por todo o Império e a contagem do tempo
passou-se a fazer pela era cristã, ou seja, a partir do nascimento de Jesus Cristo (quem
começou a pregar esta religião e que afirmava ser filho de Deus).
Na contagem do tempo podemos utilizar o ano, a década (10 anos), o século (100
anos) e o milénio (1000 anos).
Para fazer corresponder os anos aos séculos há duas regras bastante simples:
− quando o ano termina em dois zeros o número de centenas indica o século. Ex:
ano 1500, séc. XV;
− quando o ano não termina em dois zeros, acrescenta-se uma unidade ao
número das centenas. Ex: 1548, séc. XVI.
1. A resistência cristã
Durante a ocupação muçulmana alguns nobres visigodos conseguiram refugiar-se nas
Astúrias (zona montanhosa no norte da Península ibérica). Foi a partir deste local que os
cristãos formaram núcleos de resistência contra os Muçulmanos e no ano de 722 obtiveram a
sua primeira grande vitória na batalha de Covadonga, chefiados por Pelágio. Depois deste
acontecimento formou-se o reino das Astúrias.
2. A Reconquista Cristã
Foi então a partir das Astúrias e junto dos Pirinéus que se iniciou a Reconquista Cristã,
ou seja, os cristãos começaram a lutar contra os Muçulmanos para voltar a conquistar as terras
que perderam para os Muçulmanos.
Com o passar do tempo o reino das Astúrias deu lugar a outros reinos cristãos:
− reino de Leão;
− reino de Castela;
− reino de Navarra;
− reino de Aragão.
Cada reino tinha como objetivo conquistar terras a sul aos Muçulmanos de forma a
expulsá-los da Península Ibérica.
Foram precisos quase 800 anos para o conseguirem. Entretanto também houve
períodos de paz e confraternização. Cristãos e Muçulmanos foram-se habituando a aceitar
costumes e tradições diferentes dos seus.
2. PORTUGAL NO PASSADO
1. Condado Portucalense
Durante a Reconquista Cristã os reis cristãos da Península Ibérica pediram auxílio a
outros reinos cristãos da Europa para reconquistar os territórios aos Muçulmanos. Os
cavaleiros que vieram ajudar na luta contra os Muçulmanos chamavam-se cruzados.
A pedido de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, vieram de França os cruzados D.
Raimundo e D. Henrique. Em troca pelos seus serviços os cruzados receberam:
− D. Raimundo: a mão da filha legítima do rei, D. Urraca, e o Condado de Galiza;
− D. Henrique: a mão da filha ilegítima do rei, D. Teresa, e o Condado de
Portucale.
Estes condados pertenciam ao reino de Leão, por isso D. Henrique tinha que prestar
obediência, lealdade e auxílio militar ao rei D. Afonso VI. Em 1112 morre e como o seu filho, D.
Afonso Henriques, apenas tinha 4 anos de idade, ficou D. Teresa a governar o Condado
Portucalense.
3. O reino de Portugal
Para a formação de Portugal foram bastante importantes as seguintes batalhas:
− 1136: batalha de Cerneja onde D. Afonso Henriques vence os galegos.
− 1139: batalha de Ourique onde D. Afonso Henriques derrota os exércitos de
cinco reis mouros.
− 1140: batalha em Arcos de Valdevez, D. Afonso Henriques vence novamente os
exércitos de D. Afonso VII.
Com estas vitórias de D. Afonso Henriques, D. Afonso VII, seu primo agora rei de Leão
e Castela, viu-se obrigado a fazer um acordo de paz – o Tratado de Zamora. Neste tratado,
assinado em 1143, Afonso VII concede a independência ao Condado Portucalense que passa a
chamar-se reino de Portugal, e reconhece D. Afonso Henriques como seu rei.
5. O reconhecimento do reino
Apesar de o rei Afonso VII ter reconhecido em 1143 D. Afonso Henriques como rei de
Portugal, o mesmo não aconteceu com o Papa.
O Papa era o chefe supremo da Igreja Católica e tinha muitos poderes. Os reis cristãos
lhe deviam total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser respeitada
pelos outros reinos cristãos teria de ser reconhecida por ele. Para obter este reconhecimento
D. Afonso Henriques mandou construir sés e igrejas e deu privilégios e regalias aos mosteiros.
Só em 1179 é que houve o reconhecimento por parte do papa Alexandre III através de
uma bula (documento escrito pelo papa).
1. Ordens sociais
A população portuguesa no séc. XIII era constituída por três grupos sociais:
− nobreza: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade era
combater;
− clero: grupo privilegiado que possuía terras, não pagava impostos, recebia
impostos e aplicava a justiça nas suas terras. A sua principal atividade era
prestar serviço religioso;
− povo: grupo não privilegiado que trabalhava nas terras do rei, da nobreza e do
clero e que ainda tinham que pagar impostos.
Todos os grupos sociais deviam ao rei fidelidade, obediência e auxílio.
A vida no mosteiro era dirigida pelo abade ou abadessa. Os monges dedicavam a sua
vida a Deus e ao serviço religioso, meditavam, rezavam e cantavam cânticos religiosos.
Para além do serviço religioso, os monges também se dedicavam ao ensino. Durante
muito tempo, o clero foi a única ordem social a saber ler e escrever. Fundaram-se algumas
escolas junto aos mosteiros, os monges eram os professores e os alunos eram os futuros
monges. Existiam ainda os monges copistas que dedicavam-se a copiar os livros mais
importantes e ilustravam o texto com pinturas chamadas iluminuras.
Todos os mosteiros tinham enfermarias onde os doentes eram recolhidos e tratados
pelos monges. Era também dada assistência aos peregrinos que se dirigiam aos santuários
para cumprir promessas ou para rezar.
O clero praticava também a agricultura. Produzia tudo o que precisava.
Alimentação dos clérigos:
− a refeição principal era tomada em comum e em silêncio, no refeitório: sopa,
pão, um pouco de carne ou peixe nos dias de abstinência.
4. Vida quotidiana nos concelhos
Um concelho era uma povoação que tinha recebido foral ou carta de foral. A carta de
foral era um documento onde estavam descritos os direitos e os deveres dos moradores do
concelho para com o senhor (dono) da terra.
Os moradores de um concelho tinham mais regalias que os que não lá viviam:
− eram donos de algumas terras;
− só pagavam os impostos exigidos no foral.
Existia ainda uma assembleia de homens-bons, formada pelos homens mais ricos e
respeitados do concelho, que resolvia os principais problemas do concelho. Elegiam juízes
entre si para aplicar a justiça e os mordomos que cobravam os impostos.
Os concelhos eram formados por uma povoação mais desenvolvida (a vila) e por
localidades rurais à sua volta (o termo).
Muitos dos concelhos foram criados pelo rei mas houve alguns também criados por
grandes senhores da nobreza e pelo clero nos seus senhorios e surgiram da necessidade de
garantir o povoamento e a defesa das terras conquistadas aos mouros e para desenvolver as
atividades económicas.
Principais atividades:
− agricultura, pastorícia, pesca: camponeses e pescadores;
− artesanato: havia pequenas oficinas onde os artesãos executavam trabalhos à
mão (manufatura), utilizando técnicas e instrumentos muito rudimentares;
− comércio: os camponeses e os artesãos reuniam-se para vender os seus
produtos dando origem aos mercados e mais tarde às feiras (maiores que os
mercados e com maior abundância e variedade de produtos).
A criação de feiras contribuiu para o desenvolvimento do comércio interno, isto é,
troca e venda de produtos dentro do país. No entanto, nesta altura Portugal também
comerciava com outros países – comércio externo.
O comércio externo contribuiu para o desenvolvimento das cidades situadas no litoral
e contribuiu também para o surgimento de um novo grupo social: a burguesia. Os burgueses
eram homens do povo, mercadores e artesãos, que enriqueceram com o comércio externo.
2. Problema de sucessão
Em 1383, D. Fernando assina um tratado de paz com Castela para salvaguardar a
independência do reino de Portugal – o Tratado de Salvaterra de Magos.
Neste tratado D. Fernando deu a mão da sua única filha, D. Beatriz, a D. João I, rei de
Castela, e ficou estabelecido que o futuro rei de Portugal seria o seu neto, filho de D. Beatriz,
quando atingisse os 14 anos.
5. Consolidação da independência
D. João I, Mestre de Avis, recompensou com terras, cargos e títulos os nobres e
burgueses que o apoiaram e retirou privilégios à alta Nobreza que apoiou D. Beatriz e que
fugiu para Castela.
Portugal fez ainda um tratado de amizade com Inglaterra onde os dois países se
comprometeram a ajudar-se mutuamente. Esta aliança foi reforçada com o casamento de D.
João I com D. Filipa de Lencastre em 1387.
Entretanto, só em 1411 o problema com Castela ficou resolvido com um tratado de
paz.
Muito do que sabemos sobre o que aconteceu neste período deve-se a Fernão Lopes
através das suas crónicas sobre o que se passava no reino da época.
1. O caminho do mar
No início do séc. XV, a Europa vivia isolada do resto do mundo. Apenas se conhecia,
além da Europa, a Ásia e o norte de África.
Nesta altura, Portugal era um reino pobre. No entanto, encontrava-se num período de
paz e sentiu a necessidade de alargar os seus territórios. Os portugueses não podiam alargar as
suas fronteiras para território castelhano, de forma a evitar entrar em guerra com Castela, por
isso decidiram encontrar novos territórios pelo mar.
A procura de novas terras interessou todos os grupos sociais:
− a burguesia procurava riquezas e novos mercados
− a nobreza queria novos títulos e terras
− o clero pretendia converter outros povos ao cristianismo
− o povo desejava melhores condições de vida
D. João II acabou por não ver o seu sonho realizado. Após a sua morte, sucedeu-lhe o
seu primo D. Manuel I que decidiu continuar os descobrimentos. Em 1497 nomeou Vasco da
Gama capitão-mor de uma armada constituída por quatro navios: as naus S. Gabriel, S. Rafael
e Bérrio, mais uma embarcação com mantimentos. O objetivo desta armada era chegar à Índia
por mar. A viagem durou um ano e em maio de 1498 os portugueses chegam a Calecut.
Quando Vasco da Gama chega à Índia, os portugueses foram no início bem recebidos.
No entanto, começaram a sentir algumas hostilidades e para garantir o domínio português
partiu de Portugal uma armada em Março de 1500. Esta nova armada, chefiada por Pedro
Álvares Cabral, era constituída por treze navios. Um desvio feito a ocidente levou os
portugueses a descobrirem o Brasil.
Relevo
O relevo das ilhas atlânticas é muito montanhoso e de origem vulcânica. É na ilha do
Pico que se encontra o pico mais alto de Portugal, com 2351 metros de altitude.
Os cursos de água existentes são pouco extensos, por isso têm o nome de ribeiras. Nos
Açores são famosas algumas lagoas formadas nas crateras de vulcões extintos.
Clima e vegetação
A Madeira, situada mais a sul e próximo de África, tem um verão quente e seco e um
inverno ameno, com precipitações mais elevadas na montanha e vertente norte.
Estava coberta de densas matas onde predominavam os dragoeiros, loureiros, urzes,
giestas, zimbro e jasmim.
Por seu lado, nos Açores não se notam grandes diferenças de temperatura nas
diferentes estações do ano. É frequente o nevoeiro e as chuvas são abundantes, sobretudo nos
meses de Outubro a Janeiro.
Nas matas predominavam os cedros, loureiros, faias, urzes, giestas e fetos gigantes.
Colonização
Quando os portugueses descobriram a Madeira e os Açores encontravam-se
desabitadas. O clima ameno e as terras férteis levaram o infante D. Henrique a realizar de
imediato a sua colonização, ou seja, o povoamento e aproveitamento dos seus recursos
naturais.
As ilhas foram divididas em capitanias, cada uma com um capitão que tinha como
função povoá-las e cultivar as suas terras. As pessoas que saíram do continente para as ilhas
chamavam-se colonos.
Principais atividades e produtos
Os colonos dedicaram-se sobretudo à agricultura e à criação de gado. Na Madeira
introduziram-se as culturas da vinha, cana-de-açúcar, árvores de fruto e cereais. Nos Açores o
trigo, a criação de gado e as plantas tintureiras foram as principais riquezas.
2. Territórios na África
A vida dos povos africanos
Os portugueses avistaram povos de raça negra abaixo do deserto do Sara. Estes povos
viviam do aproveitamento dos recursos naturais existentes: caçavam, criavam animais,
pescavam, recolhiam frutos, cultivavam o inhame (batata-doce) e faziam o aproveitamento de
alguns minerais como o ouro e o cobre que trocavam por outros produtos.
Os povos africanos estavam organizados em reinos que se guerreavam entre si.
Normalmente os vencidos eram feitos escravos.
Na maioria dos reinos praticava-se a poligamia, ou seja, um homem podia ter várias
mulheres. Andavam todos nus da cintura para cima e vivam em palhotas.
3. Territórios da Ásia
A vida dos povos asiáticos
Na Ásia os portugueses conquistaram Goa, Malaca e Ormuz, na Índia, e no Extremo
Oriente chegaram às Molucas, ao litoral da China, a Cantão, Timor, Japão e a Macau.
Em todos estes locais os portugueses encontraram povos de cor de pele, costumes,
religião e formas de vida diferentes. Os chineses e os japoneses foram os que causaram maior
admiração.
4. Territórios da América
A vida dos índios brasileiros
O Brasil era um território com imensas florestas, aves e frutos de grande beleza. Os
índios viviam de uma maneira bastante simples em estreita relação com a natureza.
Dedicavam-se à caça, à pesca e ao cultivo da mandioca. Eram pacíficos e acolhedores e
receberam os portugueses com simpatia.
Colonização
Inicialmente os portugueses deslocavam-se ao Brasil apenas para trazer o pau-brasil e
aves exóticas. Em 1530, iniciou-se a colonização. O rei dividiu as terras em capitanias, tal como
nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Os colonos portugueses começaram a cultivar a
cana-de-açúcar e a bananeira.
Os índios não eram fáceis de escravizar por isso os portugueses levaram para o Brasil
muitos escravos africanos.
Crescimento da cidade
Nos reinados de D. João II e de D. Manuel I Lisboa teve um desenvolvimento tão
grande que as suas construções começaram a ocupar espaços fora das muralhas construídas
por D. Fernando (Cerca Nova ou Cerca Fernandina).
O rei D. Manuel deixou o Paço de Alcáçova, junto ao Castelo, para ir viver mais junto
ao Tejo, no Paço da Ribeira, para melhor vigiar o movimento marítimo.
Movimento de pessoas
– Emigração: muitas pessoas partiram para as ilhas atlânticas, Brasil e Oriente, à
procura de melhores condições de vida.
– Imigração: chegaram a Lisboa muitas pessoas vindas de todo o mundo:
comerciantes, artesãos, artistas, escravos…
– Migração interna: muitos camponeses abandonaram os campos e foram para a
cidade à procura de melhores condições de vida.
Distribuição da riqueza
– Nobreza:
o recebia riquezas
o gastava dinheiro em luxos, vestuário e na habitação
o as famílias mais ricas tinham todas escravos
– Clero:
o foi beneficiado com a construção e decoração de igrejas e mosteiros
– Grande parte do povo:
o vivia em extrema pobreza
o muitos eram vagabundos, mendigos, miseráveis
– Corte:
o das mais ricas e luxuosas da Europa
o eram frequentes os banquetes e saraus com músicos, poetas e escritores
o o rei realizava ainda cortejos para exibir a sua riqueza, onde desfilavam
músicos ricamente vestidos e animais raros
Cultura
– Literatura
o Luís de Camões: “Os Lusíadas”
o Fernão Mendes: “A Peregrinação”
o Pêro Vaz de Caminha: “Carta do Achamento do Brasil”
o Damião de Góis e Rui de Pina: crónicas de reis
o Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda e Garcia de Resende
– Matemática
o Pedro Nunes
– Medicina
o Garcia de Orta e Amato Lusitano
– Geografia e Astronomia:
o Duarte Pacheco Pereira
– Zoologia e Botânica:
o Garcia da Orta
– Arte
o Arte Manuelina na arquitetura: decoração com elementos alusivos às
viagens marítimas (cordas, redes, conchas, naus, caravelas, esferas
armilares) como no Mosteiro dos Jerónimos e Convento de Cristo.
o Arte Manuelina na escultura, pintura, ourivesaria, cerâmica e
mobiliário: revelam também influências dos Descobrimentos
Perda da independência
Quando D. João III morreu, sucedeu-lhe o seu neto D. Sebastião. Como tinha apenas 3
anos, D. Catarina assume a regência do reino, seguindo-lhe o cardeal D. Henrique.
Aos 14 anos, D. Sebastião assume ele próprio o governo do reino e decide conquistar o
norte de África. No entanto, não foi bem-sucedido e morreu na batalha de Alcácer Quibir sem
deixar descendentes. D. Henrique passa a ser o rei de Portugal mas o problema de sucessão
não estava resolvido pois também ele não tinha filhos.
Surgiram então vários pretendentes ao trono.
Pretendentes ao trono
– D. Filipe II, rei de Espanha, apoiado por:
o grande parte do clero e da nobreza: porque temiam perder privilégios e
aspiravam novos cargos e terras
o alta burguesia: porque pretendia novos mercados
– D. António, prior do Crato, apoiado por:
o povo e parte da nobreza: não queriam ser governados por um rei estrangeiro e
temiam que Portugal perdesse a independência
– D. Catarina, duquesa de Bragança, apoiada por:
o muitos nobres e elementos do clero, mas desistiu e apoiou a candidatura
filipina
A União Ibérica, que durou 60 anos, acabou por trazer vários prejuízos a Portugal. À
revolta popular juntou-se o descontentamento da nobreza em muito prejudicada neste
período.
1 de Dezembro de 1640
Um conjunto de nobres aproveitou o enfraquecimento da Espanha e a ausência do rei
em Portugal para organizar uma conspiração para matar a vice-rei de Portugal, a duquesa de
Mântua. Bem-sucedidos aclamaram a Restauração da Independência.
Cortes em Lisboa
D. João, duque de Bragança, é aclamado rei de Portugal com o título de D. João IV.
Guerra da Restauração
D. João IV procurou organizar o exército, fabricou armas e fortalezas junto às
fronteiras com Espanha. Durante 28 anos Portugal esteve em guerra com Espanha, que só
terminou com o Tratado de Madrid, assinado em 1668.