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Ficha de Estudo

História de Portugal - PARTE I

Nome: ____________________________________________ Data: ____/____/_______

1. Os Primeiros Povos da Península Ibérica


Os Povos que habitavam a Península Ibérica eram nómadas. Andavam de um lado para o outro
e viviam da caça, da pesca e da colheita de frutos silvestres. Com a descoberta da agricultura, estes
povos vão-se fixando junto dos rios e das terras mais férteis e organizam-se em povoados.

As Primeiras Invasões

Os Iberos foram o primeiro povo a habitar a Península Ibérica e vieram do centro da Europa.
Mais tarde, surgiu um povo guerreiro e agricultor – os Celtas.

Iberos Celtas

Os Iberos e os Celtas uniram-se e deram origem aos Celtiberos, aos Lusitanos e a outros povos.
Os Lusitanos ocuparam uma grande parte do território. Um dos grandes chefes lusitanos foi Viriato,
famoso pela forma como combateu os exércitos romanos.
Do Mar Mediterrâneo, vieram outros povos evoluídos: os Fenícios, os Gregos e os Cartagineses.

Os Povos Invasores mais importantes

a) Os Romanos

Os Romanos eram um povo proveniente de Roma e trouxeram alguns


dos seus costumes para a Península Ibérica:

Agricultura Desenvolveram as culturas do trigo, da vinha e da oliveira.

Criaram indústrias de tecelagem, as minas as pedreiras e as


Indústria olarias.

Comércio Criaram locais de comércio e usavam a moeda.

Arquitectura Construíram, pontes, estradas aquedutos.

Cultura Trouxeram o latim e a religião cristã.

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b) Os Visigodos

Os Visigodos invadiram a Península Ibérica e o Império Romano. Como


eram menos evoluídos que os Romanos adoptaram a cultura romana e
converteram-se à religião cristã.
Os Romanos chamavam-lhes Bárbaros porque eram menos civilizados,
não falavam a sua língua e não tinham a sua religião.

c) Os Muçulmanos ou Mouros

No ano de 711, a Península Ibérica foi invadida pelos Muçulmanos. Estes falavam a língua
árabe e tinham uma cultura avançada. O seu principal objectivo era expandir a sua fé: o Islamismo.
Desenvolveram muitas áreas:

Introduziram novas plantas como a amendoeira,


alfarrobeira, a laranjeira, figueira e oliveira.
Agricultura
Trouxeram novos processos de rega como a nora, a
azenha e o chafariz.

Matemática Introduziram a numeração árabe.

Ciência Deixaram invenções como a bússola e o astrolábio

Introduziram novas palavras (quase todas começando


Cultura
por al) como algodão, arroba, algarismos…

Trouxeram novas formas de tratar doenças e


Medicina
ferimentos, novos medicamentos…

Este povo conquistou quase toda a Península, com excepção de uma pequena região a norte
(Astúrias) que continuou cristã.

Resumo das características principais dos Povos Invasores

Cartaginese
Iberos Celtas Fenícios Gregos s Romanos Visigodos Árabes
Eram evoluídos.
Dedicavam- Construíam Trouxeram a
Eram Trouxeram novos
se à Castros e religião cristã e o
Trouxeram o menos conhecimentos
agricultura viviam em latim
Trouxeram uso do sal na civilizados nas áreas da:
e criação de povoados Trouxeram Construíram
o uso da conservação Adoptaram ciência;
animais fortificados o alfabeto estradas e
moeda dos a língua e a agricultura;
Já Fabricavam pontes
alimentos religião dos cultura;
conheciam joias com Desenvolveram a
romanos matemática e
a escrita ouro agricultura
medicina
Vieram de Vieram da Vieram do norte
Vieram da Europa Vieram do Mediterrâneo
Roma Europa de África
2. A Formação de Portugal

Na Península Ibérica havia populações cristãs que se opunham à presença dos Muçulmanos.
O rei de Leão e Castela (D. Afonso VI) foi ajudado na luta contra os Muçulmanos, por cavaleiros
cristãos vindos de outros reinos, como a França.

Após a primeira vitória sobre os Muçulmanos


formaram-se os reinos de Leão, Castela, Navarra e
Aragão.

Entre os cavaleiros que lutaram ao lado de D.


Afonso VI, houve um que se destacou nas batalhas,
D. Henrique de Borgonha.
Para o compensar, o rei deu-lhe um condado (um
conjunto de terras) e deu-lhe também a sua filha D.
Teresa em casamento.
D. Henrique, passou então a chamar-se
Conde D. Henrique, por ser dono do Condado
Portucalense.
Casaram e foram viver para o Castelo de
Guimarães. Tiveram um filho a que chamaram
Afonso Henriques.

O Conde D. Henrique sonhava tornar o Condado Portucalense independente, mas morreu sem o
conseguir. Afonso Henriques, sucedeu então ao pai, mas como ainda era criança, foi a sua mãe, D.
Teresa, quem passou a governar o Reino.

Quando D. Afonso Henriques fez 14 anos, armou-se cavaleiro, e


com o sonho de tornar o Condado Portucalense independente, tentou
tomar pela força o governo do Condado. Lutou contra a sua própria
mãe, D. Teresa e derrotou-a na Batalha de S. Mamede, em 1128 e
depois, assumiu o governo do Condado.

Em 1139, D. Afonso Henriques lutou contra os mouros e a sua vitória foi tão estrondosa que ele
se proclamou Rei de Portucale (ou seja de Portugal) com o apoio das suas tropas. Esta batalha
chama-se Batalha de Ourique (que fica no Alentejo).

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Só em 1143, D. Afonso VI assina um tratado de Paz (Tratado de Zamora) com
D. Afonso Henriques, reconhecendo a, finalmente, a independência do reino e
reconhecendo também D. Afonso Henriques como Rei de Portugal.

D. Afonso Henriques continuou a reconquista e, com o objectivo de lutar contra


os mouros, conquistou as cidades de Santarém, Lisboa, Alcácer do Sal e Beja.
D. Afonso Henriques morreu no dia 6 de Dezembro 1185, aos 74 anos de
idade na cidade de Coimbra.

3. Primeira Dinastia - Dinastia Afonsina

D. Afonso Henriques deu início à Primeira Dinastia de Reis - Dinastia Afonsina. Todos os reis
e rainhas, das várias dinastias seguintes, ficaram conhecidos pelos seus feitos ou características e a
todos foi atribuído um cognome. D. Afonso Henriques ficou conhecido com o cognome de O
Conquistador, por ter conquistado muitas terras aos mouros.

a) O reinado de D. Sancho I

Depois da morte de D. Afonso Henriques, foi o seu filho D. Sancho I quem lhe
sucedeu como segundo rei de Portugal.

D. Sancho I, foi um grande administrador, tendo acumulado no seu reinado


um verdadeiro tesouro. Uma das suas maiores preocupações foi o
povoamento das terras, nas quais criou concelhos e indústrias. Por causa
disto, o seu cognome era O Povoador.

Durante o seu reinado, conquistou a cidade de Silves e passou a intitular-se rei


de Portugal e dos Algarves. Numa das muitas lutas perdeu-se novamente Silves para os mouros que
também conseguiram reconquistar novamente Alcácer, Palmela e Almada, ficando apenas Évora na
mão dos portugueses.  

b) O reinado de D. Afonso II

D. Afonso II foi o terceiro rei de Portugal e ocupou o trono em 1211. O seu


cognome era O Gordo. Presume-se que tenha sido este rei a convocar as
primeiras Cortes de Coimbra, nas quais participaram apenas o clero e a nobraza.

Não seguiu a orientação dos seus antepassados em relação ao alargamento do


Reino, voltando-se somente para a organização da administração deste a para a
consolidação do poder real.

Não teve quaisquer preocupações militares. Por iniciativa particular, foram conquistadas aos
Mouros: Alcácer do Sal, Vieiros, Monforte, Borba, Vila Viçosa e, possivelmente Moura.
c) O reinado de D. Sancho II

D. Sancho II foi o quarto rei de Portugal, cujo cognome era O Capelo (O Pio ou O
Piedoso), porque em criança tinha usado o hábito de São Francisco.
Apesar de enérgico na luta contra os mouros, este rei revelou-se incapaz de resolver
as desordens que alastravam pelo país. Não tinha a firmeza necessária e, embora
fosse um guerreiro digno de D. Afonso Henriques, foi mau administrador.  
A partir de 1226 iniciou a campanha do Alentejo, conquistando Elvas, Jerumenha, Serpa, Aljustrel,
Mértola, Aiamonte a provavelmente Cacela a Tavira.

d) O reinado de D. Afonso III


D. Afonso III foi o quinto rei de Portugal. O seu cognome era O Bolonhês, por ter
casado com D. Matilde, condessa de Bolonha.

É no seu reinado que, finalmente, se dá a conquista definitiva do Algarve.


D. Afonso III foi notável administrador, fundou povoações, restaurou, repovoou e
cultivou terras arruinadas devido às grandes batalhas que tinham acontecido até
esta data. Recordado como excelente administrador, Afonso III organizou a
administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através de várias cartas
de foral.

e) O reinado de D. Dinis
.
D. Dinis foi o sexto rei de Portugal, com o cognome de O Lavrador.
Quando subiu ao trono, a coroa estava em perigo devido ao litígio com a Santa
Sé (motivado por abusos do clero em relação à propriedade real). D. Dinis
salvou a Ordem dos Templários em Portugal, passando a chamar-lhes Ordem
de Cristo.

Durante o seu reinado desenvolveu-se as feiras, protegeu-se as exportações de


produtos agrícolas, desenvolveu-se a agricultura e fundou-se aldeias. D. Dinis
mandou plantar o Pinhal de Leiria e da Azambuja, mandou plantar pomares e
vinhas. Este rei foi um excelente administrador.

Deve-se ainda a D. Dinis um grande impulso na cultura nacional: criação da Universidade de


Coimbra em 1290 (que, inicialmente era conhecida como Universidade de Estudos Gerais e ficava
em Lisboa) e a utilização da Língua Portuguesa nos documentos em vez do Latim.  A sua corte foi
um dos centros literários mais notáveis da Península.
Em 1297, através do Tratado de Alcanises, foram fixadas definitivamente as fronteiras de
Portugal com Espanha.

Ligada à história do Reinado de D. Dinis, surge a sua esposa, a rainha Santa Isabel. Reza a
História, que esta rainha tinha o hábito de dar alimento aos pobres, facto que escondia do marido.

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Um dia, surpreendida por Dinis numa das suas acções de caridade,
Isabel escondeu o pão no regaço. - “Que tendes aí escondido, real
senhora?”, - perguntou o rei. - “São rosas, senhor!”- respondeu a rainha,
esperando que o marido a deixasse passar. Mas ele insistiu em ver as flores.
E, quando ela exibiu o pão que tinha tapado, caiu do seu colo uma grande
quantidade de rosas.
Este episódio, ficou conhecido como o “Milagre das Rosas”. Por
causa dele, a rainha foi considerada santa e foi canonizada em 1625. Todas
as pessoas lhe passaram a chamar Rainha Santa Isabel.

f) O reinado de D. Afonso IV

D. Afonso IV foi o sétimo rei de Portugal, denominado O Bravo, pela coragem e


bravura que revelou na Batalha de Salado.

A sua maior contribuição a nível económico e administrativo foi a importância


dada à marinha portuguesa. Afonso IV subsidiou a construção de uma marinha
mercante e financiou as primeiras viagens de exploração Atlântica. Publicou
leis muito benéficas para o comércio, a agricultura e a marinha.

No entanto, o reinado de D. Afonso IV, ficou marcado para sempre na História de Portugal, devido
ao assassínio de Inês de Castro.

g) O reinado de D. Pedro

D. Pedro I foi o oitavo rei de Portugal, tendo sido apelidado pelo povo como O Justiceiro. O seu
reinado durou 10 anos de 1357 a 1367.

Como rei, Pedro revelou-se um bom administrador, corajoso na defesa do


país contra a influência do Papa e justo na defesa das camadas menos
favorecidas da população. Instituiu o Beneplácito Régio, documento que
dizia que nenhuma ordem do Papa era legal em Portugal, sem que o rei a
tivesse confirmado.

Na política externa, Pedro participou ao lado de Aragão na invasão de


Castela.

D. Pedro teve 4 “esposas”: D. Branca (que ele rejeitou alegadamente por ter debilidade física e
mental); D. Constança (com quem casou à distância); Inês de Castro (que não se sabe se casou ou
não com D. Pedro) e Teresa Lourenço (filha de um mercador lisboeta).

Apesar de ter reinado durante tão pouco tempo, a História de Portugal nunca mais esqueceu o
seu amor por D. Inês de Castro, e a tragédia que sobre eles se abateu.
D. Pedro era casado com D. Constança (uma nobre de Castela) e dela teve 3 filhos: D. Maria, D.
Luís e D. Fernando.
Quando D. Constança chegou a Portugal, trouxera como aia uma jovem e linda fidalga, de seu
nome Inês de Castro. A sua elegância e beleza encantadoras fizeram com que o príncipe D. Pedro
reparasse nela e se apaixonasse. D. Constança vivia cada dia mais angustiada e triste, e acabou por
falecer de parto.

O amor de D. Pedro era tão grande que mandou vir Inês de Castro para Coimbra. E assim, D.
Pedro e D. Inês passaram a habitar nos paços de Santa Clara, na margem esquerda do rio
Mondego, tendo aí nascido e vivido os seus 4 filhos (D. Afonso – que morreu ainda bebé, D. João,
D. Dinis e D. Beatriz).

Entretanto, D. Afonso IV, não via com bons olhos este romance. Pensava ele que, se D. Inês
(fidalga castelhana) viesse a ser rainha, era bem possível que um dos seus filhos se tornasse rei e
seria fácil à nobreza castelhana tomar o poder e Portugal perder a sua independência.
Então, o rei D. Afonso IV começou a arquitectar um plano maléfico e, no início de 1355, o
príncipe D. Pedro não podia imaginar o que estava a ser tramado contra a sua bela Inês.

D. Pedro partiu para mais uma caçada com os seus amigos e, no dia 7 de Janeiro, ao cair da
noite, Inês de Castro foi surpreendida pela chegada do Rei e conselheiros. Rodeada dos seus 3
filhos, Inês implorou ao Rei que lhe poupasse a vida em consideração pelos seus netos.
De nada lhe serviu implorar pela vida, pois, quando o luar chegou, Inês estava morta.

Quando soube da notícia, D. Pedro ficou devastado. Enraivecido, desafiou seu pai, o rei, mas a
rainha, sua mãe D. Beatriz, promoveu a paz.

No entanto, quando subiu ao trono, D. Pedro não esqueceu o que se tinha passado. Então,
mandou procurar os assassinos de Inês de Castro e ordenou que fossem mortos de forma cruel: a
um foi tirado o coração pelo peito e a outro foi tirado o coração pelas costas. Inês de Castro foi
coroada rainha, já depois de morta.

Estão ambos sepultados no Mosteiro de Alcobaça, em túmulos magníficos.

h) O reinado de D. Fernando
Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia. Casou com D. Leonor
Telles e foi apelidado de O Formoso.

Era filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança e subiu ao trono com 22


anos. Governou o reino entre 1367 a 1383. Casou com D. Leonor Telles e
travou 3 guerras com Castela.

Determinou a Lei das Sesmarias, segundo a qual se obrigavam os donos da


terras a cultivá-las, para que não estivessem descuradas e ao abandono, e
também obrigava a que os vadios trabalhassem no campo. Também fez a Lei da Marinha, que
fomentava a construção de navios e a exportação de mercadorias.

Também foi no seu reinado que foi assinada uma aliança de amizade com Inglaterra que, ainda
hoje, perdura.

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