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Não esquecendo que, todos os poderes que evidenciam a pluralidade dos poderes na
Europa do séc. XIII, são os Senhores, sendo eles eclesiásticos e laicos, reinos,
comunas, império, ducados e condados
1.2 Os senhorios
Os reinos são unidades políticas extensas, que têm à cabeça um rei (que governa)
Para que se constitua um reino estável devem conjugar-se duas condições
fundamentais:
1.5 Império
- Vasto território geográfico que abrange grande número de povos, territórios e culturas governadas por um imperador
A queda do Império Romano do Ocidente não apagou o ideal de uma autoridade
máxima comum.
O sonho de reconstituição de um império
universal e cristão parece concretizar-se
no Natal do ano de oitocentos, quando o
Papa coroou, em Roma, Carlos Magno, rei
dos Francos, imperador do Ocidente. Todavia, no
século X, o sonho imperial renasceu na pessoa
de Otão I, rei da Alemanha (Germânia),
que era, na época, o mais poderoso monarca do Ocidente.
Tal como Carlos Magno, Otão aliou-se ao Papa, do qual
recebeu, também, a coroa imperial.
Englobando territórios germânicos e italianos e resultando de uma aliança entre o
imperador e o papado, este império recebeu o nome de Sacro Império
Romano-Germânico. O Sacro Império jamais concretizou o sonho de domínio
universal que impulsionou. Na Europa Ocidental, afirmam-se os reinos, cada vez mais
organizados e fortalecidos. Internamente, o poder imperial foi enfraquecido pelas
constantes disputas entre o Papa e o imperador. No século XIII, politicamente, o Sacro
Império não era mais do que um conjunto de territórios governados por príncipes
locais que escolhiam entre si um imperador, cujo cargo, não conferia um poder
efetivo.
1.6 As comunas
Nesta altura o Papa detinha o poder religioso sobre toda a cristandade ocidental e o
poder temporal (político) sobre os territórios do papado e sobre os reinos cristãos.
O clero secular vivia numa paróquia ou bispado (curas ou vigários dirigidos por um
bispo na diocese).
O clero regular que vivia num mosteiro, geralmente separado do mundo e que
seguia uma regra.
A função da igreja foi fundamental num tempo marcado por instabilidade política,
econômica e social:
● Assegurou o apoio espiritual;
● Apoiou e garantiu a assistência;
● Controlou o ensino;
● Incentivou a prática da paz cristã (“paz de deus”)
Para assegurar estas e outras funções, o clero recebia a décima parte dos
rendimentos ou das colheitas (dízima) e beneficiava de privilégios especiais.
No século XII e XIII, a igreja iniciava uma reforma interna e uma ação externa com
vista a uma maior disciplina e controlo dos abusos e ameaças externas à sua
influência:
● Tomou medidas para controlar os abusos do clero;
● Assumiu uma posição agressiva face aos heréticos (apoiantes de heresias ou
de desvios à doutrina da igreja);
● Incentivou a luta contra os infiéis do islão através da cruzadas (expedições
militares): contra os muçulmanos (islão), tendo em vista a conquista da terra
Santa;
1. Para apoiar a constantinopla (igreja ortodoxa grega) face ao
avanço e ameaça do islão;
2. Em apoio à Reconquista cristã contra o domínio muçulmano na
Peninsula Ibérica;
3. Também para cristianizar os povos pagãos (não crentes), no
norte e no oriente da Europa, a igreja tomou várias iniciativas
de expansão e de evangelização.
Ocidente Oriente
Roma Constantinopla
Papa Patriarca
Cruzadas —--------------------------------------------
a Oriente, apoiada no Império Bizantino, existe uma Igreja de língua grega , que
se aclama fiel aos primitivos dogmas e, por isso, se intitula ortodoxa, isto é,
aquela que segue a “doutrina certa”.
A Ocidente, apoiada no Sacro Império e nas monarquias em geral, existe uma
Igreja latina, sob a égide de Roma. Esta cisão religiosa, que reflete o fosso político e
cultural entre as duas partes da Cristandade, agrava-se em 1204: os cavaleiros da
Quarta Cruzada, que haviam partido para o Oriente com a missão de combater o
infiel muçulmano, tomam de assalto e saqueiam Constantinopla. Foram, decerto,
motivados pelas imensas riquezas da cidade.
Cerca do ano 610, Maomé, mercador e caravaneiro do deserto da Arábia, iniciou uma
intensa atividade religiosa. Acreditava ter sido mandatado por Deus para tirar os
Árabes da idolatria e conduzi-los à salvação. Uma noite, enquanto meditava na solidão
do deserto, viu aparecer-lhe o anjo Gabriel, que lhe disse: “Maomé, tu és o profeta
de Alá. Prega!”
Desde então até à sua morte, em 632, Maomé dedicou-se por completo à glória de Alá
(Deus, em árabe) e à difusão da sua palavra. Fundou, assim, uma nova religião – o
Islão –, cujos princípios fez registar num livro sagrado, o Alcorão (ou Corão).
Segundo Maomé, estes princípios constituíam a verdadeira revelação de Deus. O
legado de Maomé ultrapassou, em muito, o aspeto religioso. Os Árabes, que até aí
tinham vivido em tribos dispersas, tornaram-se num povo unido sob a bandeira de
uma mesma fé. Para a espalharem, pregaram a Guerra Santa – Jihad – e
dispuseram-se a conquistar o mundo.
Um século após a morte do profeta, o
Islão estendia-se por uma área imensa,
que abarcava três continentes e uma
grande multiplicidade de povos. Durante
cerca de quatro séculos (do século VIII
ao início do século XII), a Cristandade
apequenou-se face ao Islão. Este impôs
o seu poder militar e apropriou-se do
comércio mediterrânico. Desenvolveu
uma civilização próspera e requintada,
onde brilhavam cidades magníficas (Bagdad, Córdova...) e onde as ciências, a poesia
e a filosofia floresceram intensamente. Comparado com o mundo islâmico, o
mundo cristão parecia pequeno, pobre e rude. Em 1095, a Cristandade deu um
sinal claro de que as coisas estavam prestes a mudar. Atendendo ao apelo do Papa
Urbano II, o Ocidente desencadeou a primeira de uma série de grandes ofensivas
militares, conhecidas por cruzadas. O seu objetivo era a libertação dos lugares santos
da Palestina, que se encontravam sob o poder dos muçulmanos. O movimento das
Cruzadas fortaleceu a ideia de uma sociedade encabeçada por um ideal religioso,
suficientemente forte para lutar, unida, contra os inimigos da fé.
Este ímpeto guerreiro fez-se sentir em todas as zonas de confluência do mundo cristão
com o mundo muçulmano:
● Na Península Ibérica, a Reconquista avançou rapidamente;
● No Sul da Europa, diminuíram as razias muçulmanas às zonas costeiras;
● No Mediterrâneo, as embarcações cristãs fizeram valer os seus direitos,
retomando rotas há muito abandonadas.
No século XIII, a Europa Ocidental tinha, claramente, recuperado do seu abatimento
face ao Islão. Seguir-se-iam tempos de uma rivalidade mais equilibrada, com avanços
e recuos para ambas as partes. Mas, grosso modo, estavam já delimitadas as áreas de
influência das duas religiões: o Ocidente era cristão; o Oriente muçulmano.
A partir do ano mil, as florestas que cobriam grande parte da Europa foram cedendo
lugar à terra cultivada. Os homens desbravaram bosques, amanharam baldios e
secaram pântanos, transformando-os em terras de lavoura, junto às quais nasceram
novas vilas e aldeias. A iniciativa destes grandes arroteamentos ficou a dever-se a reis,
senhores e até a cidades, mas foram as ordens monásticas (São Bento, Cluny, Cister)
que assumiram um papel de relevo, distribuindo terras, atraindo trabalhadores,
fornecendo materiais e instrumentos de trabalho. Para além da expansão da superfície
cultivada, a agricultura beneficiou, também, de consideráveis avanços técnicos:
● O emprego crescente do ferro nos utensílios agrícolas, nomeadamente na
charrua, auxiliou o esforço dos cultivadores, permitindo abrir mais
profundamente o solo e fixar melhor as sementes.
● Novas formas de atrelagem – a canga frontal para os bois e a coelheira rígida
para os cavalos – possibilitaram um melhor aproveitamento da força animal.
● O afolhamento com rotação trienal de culturas, que substituiu a tradicional
divisão da terra em apenas duas folhas (uma lavrada e outra em pousio),
permitiu granjear, cada ano, uma maior parcela de terreno.
● A fertilização dos campos com marga (argila calcária) e cinzas e a maior
utilização de estrume animal melhorou a qualidade dos solos.
Todos estes aspetos se traduziram por um aumento da produtividade agrícola que,
acompanhado pelo incremento da pecuária, fez crescer significativamente as
disponibilidades alimentares da Europa.
A abundância de alimentos refletiu-se, de imediato, no aumento da população.
Quando as grandes fomes recuaram, diminuíram também as epidemias, porque, mais
bem alimentadas, a população tornou-se mais resistente à doença. Dispondo de bens
essenciais e de um clima geral de paz, a Europa viu, entre os séculos XI e XIII, a sua
população prestes a duplicar. Na zona ocidental, onde este surto demográfico foi mais
acentuado, a Europa tornou-se, no dizer dos historiadores, "um mundo cheio".
O surto urbano
A Flandres
Desde cedo que, na Flandres, uma ativa indústria de lanifícios (lã) fez prosperar as
cidades. Gand, Ypres, Bruges, Donai, entre outras, eram cidades manufatureiras cujos
tecidos chegavam a toda a Europa e até, por intermédio dos italianos, ao Oriente. À
prosperidade trazida pela indústria juntava-se a riqueza conseguida no comércio. A
Flandres atraía, por força da sua posição geográfica, mercadores dos quatro cantos da
Europa.
Do Norte, vinham os alemães das cidades hanseáticas. Traziam os produtos do Báltico
e das longínquas regiões da Rússia. Do sul, chegavam os italianos, primeiro por terra,
atravessando os Alpes e a França, depois por via marítima, através do estreito de
Gibraltar. Transportavam produtos mediterrânicos e especiarias orientais. Com eles
misturavam-se também castelhanos, portugueses, ingleses, franceses, entre muitas
outras nacionalidades que aqui acorriam para comprar e vender. As cidades
flamengas, com destaque para Bruges, acolhem os mercadores estrangeiros com
privilégios, concedendo-lhes residência e autorização para construírem as suas casas
de comércio, com oficinas, armazéns, locais de carga e descarga. Bruges torna-se o
local mais cosmopolita da Europa, onde se transacionam as peles, a madeira e a cera
do Norte, os vinhos, o sal e o azeite da Península Ibérica, as lãs de Inglaterra, o
alúmen da Síria e as especiarias.
O comércio da Hansa