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Revisão e Preparação
Gilka Lemos
www.iphan.gov.br | www.cultura.gov.br
ISBN 978-85-7334-291-8
1. Azulejo - Patrimônio. 2. Arquitetura Civil. 3. Arquitetura religiosa. I. Título. II. Brito, Stella
Regina Soares de. III. Sanjad, Thais Alessandra Bastos Caminha.
CDD 758.6098115
Azulejaria em Belém do Par á
Inventário – Arquitetura civil e religiosa – Século XVIII ao XX
Azulejaria de Belém do Pará
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Azulejaria em Belém do Pará
Em memória
De Antônio Pedro Gomes de Alcântara, parceiro na gênese deste livro e coautor, em especial na pesquisa
histórica referente aos viajantes e na identificação de edificações com fachadas azulejadas em Belém do Pará
(1971 e 1979).
Agradecimentos
Aos nossos pais, que construíram a base da nossa formação, e aos nossos familiares, pelo apoio incondicional à
consecução deste trabalho.
A Maria Lúcia Amaral, que produziu, com desenhos aquarelados, o primeiro álbum de padrões de azulejo
existentes em Belém do Pará (1979).
A Anna Maria Monteiro de Carvalho, que colaborou na tentativa de interpretação de um enigmático painel
sobre a vida de São Francisco, localizado na capela que se abre para o claustro do antigo convento e atual Colégio
de Santo Antônio (2012).
A frei Cassiano de Almeida OFM, frei Roger Brunório OFM e frei Clarêncio Neotti OFM, que, em suas
experiências de vida, estudo e pesquisa franciscanos, aprofundaram o conhecimento sobre a trajetória de São
Francisco de Assis e a espiritualidade da Ordem por ele criada; ela teve, em Santo Antônio de Lisboa (e de
Pádua), um de seus mais ilustres e populares representantes. Sem esses pacientes companheiros de investigação
iconográfica, seria difícil ou mesmo impossível desvendar o enigma que nos propõem as cenas das vidas desses
santos, interpretadas pela fantasia dos artistas que as produziram, deixando-as registradas nos painéis de azulejo
portugueses da capela-mor e da capela que se abre para o claustro do antigo convento e atual Colégio de Santo
Antônio (2012).
A Stephanie Assef Mendes, pelas fotografias digitais retificadas dos painéis da capela-mor da Igreja de Santo
Antônio, e a Mayra Martins e Lorena Porto, pelas fotografias digitais retificadas dos painéis da capela que se abre
para o claustro do antigo Convento de Santo Antônio (2012).
A Flávia Olegário Palácios, pelo apoio nas fotografias do centro histórico de Belém.
A Carolina de Souza Leão Macieira Gester e Juliana Gonçalves Fortes, pelo apoio no levantamento de informações
para o inventário de 2008/2009.
Ao CNPq e à UFPA, pela viabilização dos trabalhos de inventário 2008/2009 e documentação dos painéis de
Santo Antônio, a partir do apoio concedido via editais do Programa de Apoio ao Recém-Doutor e Ciências
Sociais Aplicadas (processo nº 402077/2011-3), respectivamente.
À irmã Maria, diretora do Colégio Santo Antônio, pelo apoio à documentação digital dos painéis de azulejo da
referida escola.
A Paula Andréa Caluff Rodrigues, arquiteta bolsista do Programa de Mestrado em Patrimônio Cultural do Iphan,
lotada na Superintendência do Iphan-PA, pelo apoio e colaboração na complementação de levantamentos de
informações referentes aos imóveis azulejados inventariados.
Aos colecionadores Dulcília Maneschy Corrêa Acatauassú, Elias Ohana, Hildemir de Araújo Freitas, José
Fragoso, Lucia Constadenides, Aurélio Meira, Américo Barata e Kenichiro Motoki (in memoriam).
A Paulo Chaves Fernandes e Thais Toscano, da Secretaria de Estado da Cultura do Pará.
A Noemia Barradas, pela sua contribuição na produção de desenhos de padrões de azulejos de alguns
imóveis demolidos.
A todos que contribuíram para a realização deste estudo e pesquisa e a edição deste livro.
Ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que nos concedeu os recursos necessários para a
publicação deste trabalho, reafirmando o propósito de contribuir para a preservação dos azulejos. Em especial à
arquiteta Maria Dorotéa Lima, ao restaurador João Veloso dos Santos e à equipe de técnicos da Superintendência
do Iphan-PA, pelo total apoio na realização desta edição.
Detalhe de azulejo de Belém do Pará. Desenho aquarelado de Maria Lúcia Amaral (1979). Foto: Flávya Mutran Pereira, 2002.
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Sumário
09 APRESENTAÇÃO
11 PREFÁCIO
15 INTRODUÇÃO
50 Tipologia
74 Registros devocionais
78 Azulejos da capela-mor
90 Antessala da sacristia
111 AS AUTORAS
112 APÊNDICES
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Apresentação
O Inventário da Azulejaria em Belém do Pará, inspirador deste livro que publicamos ao comemorar os 400 anos de
fundação da cidade, é resultado do trabalho de pelo menos três gerações de servidores e profissionais do patrimônio,
sob a influência e orientação dos seus idealizadores e pioneiros, os arquitetos Pedro e Dora Alcântara. Pedro e Dora,
lotados no Iphan do Rio de Janeiro, iniciaram esse trabalho em Belém em 1971 e, depois de longa interrupção, o
retomaram em 1979. As etapas seguintes passaram a ser conduzidas por servidores da unidade do Iphan na cidade:
em 1986 e 1987, uma nova empreitada fica a cargo de Jorge Derenji e Stella Regina Soares de Brito e, em 2006
e 2007, o trabalho é retomado por Maria Dorotéa de Lima, Philipe Sidartha Razeira e João Carlos Veloso dos
Santos. Na sequência, o Iphan convida Dora Alcântara e Stella Brito para fazerem a revisão das informações e sua
sistematização em banco de dados, ocasião em que surge a ideia desta publicação. Paralelamente, o Laboratório de
Conservação e Restauro da Universidade Federal do Pará (Lacore) vinha desenvolvendo trabalhos na área, inclusive
com a participação de alunos. A professora Thais Sanjad, coordenadora do Lacore, foi então convidada a participar
da revisão, bem como da elaboração do texto a seguir oferecido, consolidando-se, assim, o mais experiente e
qualificado grupo de profissionais dedicados ao tema.
A particular história da cidade, seus períodos de excepcional riqueza e seus fortes laços com a Europa explicam
muito da profusão e da variedade do emprego do azulejo, tanto em fachadas quanto em interiores, ao longo
de pelo menos três séculos, nos deixando exemplos que vão da azulejaria de padronagem e dos painéis azuis e
brancos do chamado “Ciclo dos Mestres” até a produção em série do século XIX, ao Art Nouveau e ao Art Déco,
já no início do século XX.
O inventário, pelo seu longo período de elaboração, acabou também refletindo o uso de técnicas e recursos
diversos, a começar pelos desenhos de Maria Lúcia Amaral na primeira fase, quando cada azulejo era decalcado
em papel, depois colorido com lápis ou aquarela e resinado, gerando um belíssimo acervo, valioso de per se,
signo de delicadeza e devotamento. O meio digital e a internet são hoje utilizados para a guarda e divulgação
dos dados, em especial pelo Lacore, que conserva também exemplares de azulejos recolhidos de demolições, de
desprendimentos ou doados por pessoas conscientes da importância da preservação desse acervo. Às iniciativas
institucionais somam-se outras, como a reprodução de peças para reposição de áreas com perdas, blogs ou
aplicativos para celulares, que denotam a preocupação com o tema entre preservacionistas e moradores.
Permanece o desafio da conservação, especialmente dos azulejos em fachadas, mais vulneráveis ao roubo e ao
vandalismo, como o ocorrido em 2012, com a depredação dos azulejos da residência Victor Maria da Silva.
Trata-se de desafio que vai além do centro histórico, cuja equação de preservação não se limita às políticas de
patrimônio, mas a um conjunto articulado de medidas urbanísticas, de reapropriação dos espaços e dos edifícios,
somente possível como resultado de amplos e duradouros compromissos. Felizmente o esforço dessas gerações,
aqui organizado e tornado disponível pelas autoras Dora Alcântara, Stella Brito e Thais Sanjad, nos permite
conhecer muito dessa peculiar produção e continuar almejando a permanência de parte significativa dela, lado a
lado com medidas mais abrangentes em defesa do centro histórico e do patrimônio cultural de Belém.
Detalhe de azulejo de Belém do Pará. Desenho aquarelado de Maria Lúcia Amaral (1979). Foto: Flávya Mutran Pereira, 2002.
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Prefácio
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Azulejaria em Belém do Pará
Prefácio
É de enaltecer a saída do livro Azulejaria em Belém do Pará: Inventário – Arquitetura civil e religiosa – Século
XVIII ao XX, da autoria de Dora Monteiro e Silva de Alcântara, Stella Regina Soares de Brito e Thais Alessandra
Bastos Caminha Sanjad, em cuidada edição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O fato de Belém ser uma das cidades do mundo com maior riqueza de azulejaria, desde as primícias do século
XVII ao presente, impunha que se criasse, primeiramente, uma base de trabalho fundamental para acautelar
o monumental acervo de peças existentes e, também, dar memória das perdas registradas por destruições,
demolições e outros atos de incúria que foram e são, infelizmente, significativos. Ora, essa base só podia mesmo
ser assegurada por um instrumento de análise descritiva, como é o inventário histórico-artístico, que alerte para
a necessidade de um tombamento total desse acervo.
Esse processo de inventário da azulejaria existente na cidade de Belém do Pará iniciou-se em 1971 e não será
demais lembrar que se deveu à iniciativa do arquiteto Antônio Pedro Gomes de Alcântara (1926-1999), a quem
esta obra é justamente dedicada. Falar de Pedro Alcântara, cujo perfil humano, científico, intelectual, pedagógico
e cívico urge ser devidamente destacado, é falar do papel notabilíssimo de um patrimonialista que foi, no
seu campo, figura maior da cultura brasileira. Com sólida formação humanística, Pedro Alcântara pertenceu
aos serviços do Iphan, organismo em que foi responsável por vários projetos de revitalização do patrimônio
cultural do país e, ao mesmo tempo, pela definição das bases em que se vieram a formar gerações de técnicos
de intervenção patrimonial e de conservação e restauro. O seu interesse pelo azulejo português advinha do
convívio com o grande especialista e engenheiro João Miguel dos Santos Simões (1907-1972) e, também, com
o professor Mário Barata (1921-2007). Foi com essas bases, às quais acrescia uma notável sensibilidade artística,
que o tombamento da azulejaria paraense se iniciou. Pedro Alcântara era um “educador nato” (como sobre ele
escreveu Marcus Tadeu Daniel Ribeiro, numa comovida homenagem póstuma) e associou-se, nesse começo do
inventário, a sua esposa, a historiadora de arte Dora Alcântara, que é uma das autoras do presente livro.
O trabalho de inventário interrompeu-se, por circunstâncias várias, para ser retomado numa nova fase de
campanhas de campo em 1979-1980, ainda por responsabilidade do casal Alcântara. Iria ter continuidade em
1986-1987, por iniciativa do Sphan, no âmbito da Fundação Pró-Memória, e através de Jorge Derenji, então
diretor-geral desse organismo, e de Stella Regina Soares de Brito, arquiteta, ambos exercendo suas atividades no
Pará, o que permitiu coordenar novas etapas de inventariação do patrimônio azulejar belenense. Em data mais
recente, no biênio 2006-2007, os serviços do Iphan no Pará deram cumprimento, através de Maria Dorotéa
Lima, Philipe Sidartha e João Carlos Veloso dos Santos, à frente de uma numerosa equipe técnica, a novos
desenvolvimentos de um recenseamento de dados que se desejou e deseja exaustivo. Enfim, em 2008-2009, sob
coordenação de Thais Alessandra Bastos Caminha Sanjad, coautora do presente livro, e com enquadramento da
Universidade Federal do Pará (UFPA), o inventário chegou a seu termo.
O livro que agora se lança é a súmula dos resultados desse banco de dados, que permite uma visão de conjunto
sobre a evolução da azulejaria em Belém – uma cidade que é, como disse o historiador de arte José Meco, uma
espécie de segunda Lisboa, sendo esta, como se sabe, a capital do azulejo, tanto em termos de produção como em
termos de utilização. Em Belém do Pará (tal como em São Luís, mas quiçá com peso maior e mais significativo
pelos testemunhos das várias fases e estilos artísticos), o conjunto de fachadas azulejares é ainda, em que pesem
as perdas que se verificaram, algo de impressionante! Sente-se, como escreveram Santos Simões e José Meco, essa
Detalhe de azulejo de Belém do Pará. Desenho aquarelado de Maria Lúcia Amaral (1979). Foto: Flávya Mutran Pereira, 2002.
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Prefácio
força cenográfica imensa que só a arte do azulejo atinge na sua relação com a arquitetura, pela disponibilidade
que tem em animar espaços (tanto de padronagem dos séculos XVIII e XIX como de Arte Nova ou de Art Déco)
e criar efeitos plásticos com a luz dos dias. Belém é, nesse sentido, a capital brasileira do azulejo de fachada.
No que toca aos revestimentos cerâmicos de interior, basta o exemplo do Convento Franciscano de Santo Antônio
– que ocupa uma parte fundamental do livro ora editado – para atestar esse talento multiforme que tantas vezes
perpassa na execução do azulejo e na forma como se irmana com outras artes (na relação íntima e feliz com a talha
dourada, a escultura, a pintura de brutesco, os mármores de cor, a arquitetura de jardins e outras artes). Na análise
global da produção artística de Belém, o conceito de “obra de arte total” encontra, nesta hábil interpenetração
do azulejo com obras de talha, pintura dos tetos, revestimentos de estuque, ciclos de telas etc., como se vê em
Santo Antônio, e também com a festa litúrgica, a música de órgão, o cântico sacro e a prédica moralizante, um
discurso emotivo e sintético sem paralelo. Essa predileta relação da azulejaria com a luz, a água e os elementos da
natureza torna a arte da azulejaria, desde o século XV, uma modalidade maior da criação portuguesa, com expressão
fortíssima, também, nos territórios do antigo “Império”. O azulejo, como já se afirmou, é patrimônio diferenciador
da cultura portuguesa em território nacional e no designado Mundo Português (Brasil, África e Índia), com um
papel extremamente dinâmico na sua relação com as artes decorativas e com a arquitetura, não se limitando apenas
ao interior, mas também às fachadas dos edifícios e aos espaços públicos.
Feitas as apresentações sobre a utilidade de um livro como este, que repõe as valências de Belém do Pará no campo
da sua azulejaria, importa dizer que a obra começa com uma necessária notícia de contextuaIização histórica
da cidade de Belém, em atenção à sua evolução urbana, a fim de se perceber a conjuntura e as especificidades
de gosto que explicam o recurso à arte do azulejo, tanto para o revestimento de fachadas como na decoração de
espaços arquitetônicos interiores. Assim, as três autoras explanam uma série de considerações necessárias para
explicar a evolução dos materiais e das técnicas construtivas utilizadas em Belém, bem como a preferência que
aí se generalizou pela aplicação de revestimentos cerâmicos na arquitetura doméstica e, de uma maneira geral,
na construção civil, além das tipologias do azulejo padronizado, a sua origem em Lisboa e em outros centros
portugueses e o uso de “registos” hagiológicos e devocionais. Percebe-se, por essa via, a razão por que Belém é
ainda, em que pese a dimensão das perdas patrimoniais que malogradamente se multiplicaram, uma das cidades
do mundo mais ricas em revestimentos de azulejo.
Merece particular atenção das autoras um dos mais antigos e completos conjuntos monumentais de Belém, o
antigo Convento de Santo Antônio, em cujos espaços monacais se guarda o mais significativo acervo azulejar
da época barroca que a cidade conserva. Esse convento, estabelecido em meados do século XVII pelos frades
da Província Franciscana de Santo Antônio, depois de uma primeira edificação em Una, junto ao igarapé da
Mecejana (topônimo que adveio do nome de um dos frades fundadores do primeiro núcleo religioso em Belém),
mostra na igreja, no claustro, na antessacristia, numa das capelas claustrais e, ainda, na torre do relógio, um
notável conjunto cerâmico de várias fases do século XVIII, oriundo das melhores fábricas de azulejaria de Lisboa.
Essa decoração azulejar corresponde a uma das fases de renovação do convento, conforme atestam as crônicas
e a documentação do seu cartório provincial, que se situava no Convento de Santo António dos Capuchos em
Lisboa, casa-mãe desse ramo franciscano a atuar no Grão-Pará e Maranhão desde os primórdios da fundação
daquele estado. A partir de estudos mais recentes do grande especialista José Meco, sabemos que Bartolomeu
Antunes (1688-1753), Nicolau de Freitas (1703-1765) e Valentim de Almeida (1692-1779), três dos melhores
pintores portugueses da fase barroca do chamado “Ciclo dos Grandes Mestres”, trabalharam para esse convento
em diversos momentos do Setecentos. Esses mesmos pintores de azulejo tinham realizado, na época, a decoração
da igreja do convento de Santo Antônio, em Lisboa – o que permite concluir que se tratou de encomendas
específicas da própria Província Franciscana de Santo Antônio, a fim de harmonizar, de certa maneira, o espírito
ornamental e simbólico dos templos tutelados por esse ramo da Ordem dos Frades Menores.
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Azulejaria em Belém do Pará
Os azulejos de Belém oferecem aos visitantes e à sua comunidade, antes de todos, a imagem de uma intensa
criatividade, poder de adaptação técnica, grau de invenção, reinvenção e diversidade na busca de soluções e
de receituário, que continuam a surpreender-nos todos os dias pela sua beleza intangível. É muita pena, dir-
se-ia doloroso, verificar, pelos levantamentos de memória da cidade, hoje bem desenvolvidos pelos estudos
interdisciplinares levados a cabo por diversas instituições patrimoniais e acadêmicas, a extensão das perdas: a
somar às ruínas por causas naturais, registram-se casos de fachadas derrubadas sem critério, políticas criminosas
dos camartelos municipais, estratégias de crescimento urbano sem planejamento nem sensibilidade face às mais-
valias do patrimônio, roubos de azulejos retirados das frontarias etc. etc. Imaginamos bem, pelo estudo de
fotografias antigas, que a cidade de Belém era riquíssima no que toca à quantidade, qualidade e diversidade de
fachadas azulejadas – mas, como o livro assinala, muitas delas desapareceram nessa sanha antipatrimonial ao
sabor de interesses menos legítimos. Para se enfrentar o perigo dessa perda gradual, que empobrece o patrimônio
coletivo, é preciso sensibilizar as comunidades e, mais que isso, unir esforços pluridisciplinares entre a História
da Arte, a conservação e restauro, o ensino universitário, as instituições religiosas e a gestão política autárquica,
através de projetos de investigação, preservação e divulgação consistentes. Se Belém pode, com justiça, aspirar
ao galardão de Patrimônio Mundial junto à Unesco, uma componente essencial da sua caracterização histórico-
artística advém exatamente do papel da azulejaria.
Assim, porque entendemos (tal como as autoras deste livro) que é imperiosa uma articulação em prol de uma
causa comum, cremos ser necessária, a par do inventário das peças existentes de que este livro faz a síntese, a
realização de outro relativo às perdas e destruições de fachadas azulejares de Belém, o qual se assume do maior
interesse para a História da Arte paraense e brasileira.
Os estudos de azulejaria portuguesa dos já citados historiadores de arte João Miguel dos Santos Simões e
José Meco, as duas maiores personalidades nesse campo, permitiram a Pedro e Dora Alcântara – e voltamos
às primícias desse inventário, cujos resultados agora se divulgam – uma nova visão esclarecida sobre o papel
do azulejo como parte integrante das especificidades artísticas e uma nova metodologia integrada capaz de o
entender e revalorizar, em nível local e internacional. A ambos se deve o fato de hoje se saber muito mais sobre
técnicas, estilos, escolas, autores, oficinas, clientes, fábricas, modelos e influências, numa leitura transversal e de
maior abrangência. Assim, se o século XVII trouxe a azulejaria de padronagem, caracterizada pelo emprego de
motivos repetitivos que emprestaram criatividade e dinamismo às arquiteturas desadornadas (de fachada ou de
interior), o Barroco do tempo de D. João V, com o chamado “Ciclo dos Mestres” e o “Ciclo da Grande Produção
Joanina”, abre-se ao requinte da figuração e dos matizes azuis e brancos, com painéis historiados, e requintadas
cartelas e grinaldas envolventes, de generoso efeito teatral. O século XIX vê nascer em Portugal as fábricas de
produção em série para fachadas (azulejos de estampilha etc.), para consumo interno e externo, sobretudo com
destino ao Brasil. Já no século XX, essa arte foi receptora das tendências artísticas mais modernas, desde os
Eclectismos e Revivalismos ao Historicismo, à Arte Nova e ao Art Déco. Desde sempre mostrou (e continua a
mostrar) ser material receptor das mais modernas tendências artísticas e potenciador de novas fórmulas criativas
que são, no fundo, a sua maior característica de adaptabilidade aos tempos.
De tudo isso nos fala a azulejaria de Belém estudada neste livro escrito a seis mãos. Os parabéns devidos a quem
possibilitou essa magna realização são mais que justificados. É um contributo importante para o conhecimento
da história da cidade, que perdurará para além da efeméride dos quatrocentos anos da sua fundação.
Vitor Serrão
Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
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Introdução
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Azulejaria em Belém do Pará
I ntrodução
Os testemunhos históricos, entre eles os achados arqueológicos, revelam que a cerâmica é uma técnica bastante
conhecida pelas civilizações antigas, desde os períodos que antecederam a era cristã. Anos de existência e práticas
levaram à obtenção e ao aperfeiçoamento dos mais variados produtos cerâmicos, entre eles os de construção,
sujeitos aos gostos e às tecnologias disponíveis em cada época.
Dentro do universo que compreende a transformação do barro em cerâmica, surge o azulejo, objeto decorativo
e ao mesmo tempo utilitário, com forma geralmente quadrada ou retangular, apresentando variados tamanhos,
desenhos, cores, texturas e aplicações.
Para a obtenção dos azulejos, e mesmo de seus antecedentes, muito importante, sem dúvida, foi a contribuição
chinesa nos processos de fusão dos esmaltes a temperaturas elevadas. Desse processo, terão tomado conhecimento
os adeptos ao Islã, que incorporaram à sua cultura a cerâmica esmaltada para os revestimentos arquitetônicos,
sob a forma do alicatado. Técnica que, a partir de placas daquele material, brancas ou coloridas, recortadas em
variadas formas, permitia compor desenhos, geométricos ou não, assim como palavras e sentenças.
Difundida nos califados ibéricos, essa tradição seguiria novo rumo, criação da população mudéjar, estabelecida
em Sevilha. Os desenhos dos alicatados passaram a ser executados em placas de barro, quadradas, os azulejos.
As cordas secas, que poderiam ser planas ou fendidas (cuerda seca plana y cuerda seca hendida), seguidas pelo
azulejo de aresta (arista ou cuenca), foram as primeiras técnicas de produção do azulejo sevilhano, em seu bairro
oleiro de Triana. O que caracterizava o processo decorativo desses azulejos era a separação das diferentes cores
dos esmaltes, por meio de elevações ou, ao contrário, por sulcos, que também delineavam os desenhos.
Outra técnica, original de novos centros produtores italianos, no entanto, viria para a Península Ibérica. Essa
nova modalidade, conhecida como faiança ou majólica, baseada na reação dos agentes químicos das tintas
aplicadas, permitindo uma decoração direta sobre a placa cerâmica, revelou-se mais favorável à decoração do
azulejo, o que colaborou para que seu uso suplantasse as técnicas anteriores.
Em Portugal, os primeiros revestimentos com azulejos foram feitos durante o reinado de D. Manuel I, que,
visitando o Alhambra, em Granada, se encantou com o efeito produzido pela presença do material cerâmico. Era
ainda o alicatado, mas o atendimento às encomendas do monarca português já foi dado, predominantemente,
sob a forma de azulejos mudéjares sevilhanos.
Ainda no século XVI, penetrava em Portugal a majólica, através da Flandres. Na Igreja de São Roque, em
Lisboa, ou na Quinta da Bacalhoa, em Azeitão, podem ser encontrados, junto a exemplares importados,
Detalhe de azulejo de Belém do Pará. Desenho aquarelado de Maria Lúcia Amaral (1979). Foto: Flávya Mutran Pereira, 2002.
15
Introdução
Figura 1 – Painel que exibe alegoria do Douro, rio de Portugal. Obra de Marçal de Matos, para a Quinta da Bacalhoa, Azeitão, Portugal
(séc. XVI). Fonte: MECO, José. O Azulejo em Portugal. Lisboa: Publicações Alfa S.A. Foto: Reinaldo Smoleanschi, 2015.
outros da lavra de portugueses, discípulos de mestres flamengos estabelecidos no país. Naquela igreja, a capela
dedicada a São Roque tem as paredes revestidas de azulejos, cuja linguagem deriva dos grottesche, que, a partir
do Renascimento, mas, sobretudo no Maneirismo, se tornaram frequentes nas decorações. Em Portugal, deram
origem ao Brutesco, gênero que teve grande aceitação e consequente subsistência. As pesquisas de José Meco e
de Vitor Serrão revelam-nos aspectos muito interessantes dessa linguagem, presente na decoração de azulejos,
tetos, talha dourada dos altares, mármores embutidos, tecidos, estuques e imaginária. O revestimento da capela
de São Roque está assinado e datado: Francisco de Matos (1584); os painéis, que exibem alegorias dos rios de
Portugal e da Mesopotâmia, na Quinta da Bacalhoa, têm assinatura de Marçal de Matos, possivelmente seu
parente (Figura 1). A pintura de brutesco, no entanto, terá sua maior representação em obras do período entre
meados do século XVII e princípios do XVIII.
Com probabilidade, os mais antigos azulejos vindos para o Brasil, antes da invasão holandesa (1630), possuíam
essa linguagem e revestiam o arco cruzeiro da Capela de Nossa Senhora do Amparo de Olinda, em Pernambuco.
Ao lado desse gênero e de outros como o de aves e ramagens, usados em frontais de altares, os mais comuns
foram, inicialmente, os azulejos de caixilho, também referidos como de composição enxaquetada, seguidos pelos
azulejos de padrão ou de tapete (Figura 2).
Os primeiros, peças quadradas, maiores ou bem pequenas e retangulares, mais largas ou mais estreitas, brancas,
azuis, verdes ou cor de mel, organizavam-se em composições que adotavam diagonais por diretrizes.
Com elementos tão simples, foram dinamizados os espaços demarcados pelas paredes por eles revestidas. Em
sua evolução, as peças centrais da composição passaram a ser decoradas, formando os caixilhos compósitos. A
seguir, nos azulejos de padrão ou de tapete, expande-se a decoração e desaparecem as linhas dos caixilhos, embora
persistam as diagonais, como sentido da composição, na maioria dos casos. De acordo com a nomenclatura usada
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por Santos Simões, o motivo decorativo que se repete é o
“padrão”, podendo ser expresso em quatro (2 x 2), dezesseis
(4 x 4) e até 36 (6 x 6) azulejos. Cada azulejo formador do
padrão é designado como “elemento” (Figura 3).
Os azulejos de tapete constituem o primeiro tipo de que
possuímos uma quantidade significativa de exemplos de
aplicação na região Nordeste, grande produtora de açúcar
no período colonial. Lá se concentraram os maiores
investimentos, especialmente em Salvador, a então capital
do Brasil.
No século XVII, em cidades de outras regiões de menor
importância econômica para a Metrópole, como o Rio de
Janeiro, são raros os exemplos dessa azulejaria seiscentista.
As exceções se devem a encomendas das Ordens Religiosas. Figura 2 – Azulejos de caixilho, também referidos como de composição
É também o caso do Maranhão, onde, segundo notícia enxaquetada. Fonte: SANTOS SIMÕES, J. M. Azulejaria em Portugal
nos séculos XV e XVI – Introdução geral. Lisboa: Fundação Calouste
a propósito do local de sepultamento do padre Amodei,
Gulbenkian, 1990, 2ª ed. Foto: Reinaldo Smoleanschi, 2015.
em São Luís (1647), o padre jesuíta Bettendorf diz: “na
capela-mor da Igreja Velha do Colégio de Nª Sª da Luz...
cobrindo-se aquela de uns azulejos em forma de estrela”.
Descobertas recentes revelaram a presença desse tipo de
azulejo, com padrão “de massaroca” (motivo inspirado,
provavelmente, em flor indiana cuja estilização a torna
semelhante à espiga seca do milho, a massaroca), em ruína
da antiga capela jesuíta do Santo Cristo, no Forte do
Presépio, em Belém (Figura 4).
A partir de finais do século XVII, estendendo-se pelo XVIII,
os painéis figurativos tornaram-se a principal expressão
dos estilos dominantes. O Barroco, cujo dinamismo foi
por algum tempo expresso através do Brutesco, assume
a perspectiva ilusionista na representação de cenas com
motivos religiosos ou de outra natureza. Os limites
retilíneos das primeiras molduras desses painéis contêm
volumosos enrolamentos acânticos que, na interpretação
de Vitor Serrão, representam a manutenção do Brutesco
“em utilização mais discreta”. As molduras passam, depois,
a adotar elementos arquitetônicos fantasiosos e respectivas
decorações, evoluindo de formas ainda contidas para outras
mais enfáticas, com coroamento alteado, além de sugestão
tridimensional. Nesse período, a maior concentração
de painéis desse tipo está, mais uma vez, no Nordeste,
especialmente na Bahia, tanto em Salvador quanto no
Recôncavo. Em Minas Gerais, maior centro de riqueza, Figura 3 – Cada azulejo, formador de padrão, é um elemento, e o
a dificuldade de transporte, feito a partir do litoral, em conjunto dos padrões forma o tapete. Nomenclatura de Santos
Simões. Fonte: SANTOS SIMÕES, J. M. Azulejaria em Portugal
lombo de mulas, inviabilizou o uso do azulejo. No Rio de nos séculos XV e XVI – Introdução geral. Lisboa: Fundação Calouste
Janeiro, os conjuntos ainda são pouco numerosos. Gulbenkian, 1990, 2ª ed. Foto: Reinaldo Smoleanschi, 2015.
17
Introdução
A B
Figura 4 – (A e B) Localização dos azulejos inteiros e fragmentados
encontrados na área das escavações arqueológicas da Capela do
Santo Cristo; (C) padrão “de massaroca” resgatado durante as
escavações pelo arqueólogo Fernando Marques, no âmbito da
pesquisa arqueológica na área do Forte do Castelo, em Belém (PA).
(A) Foto e (B) Desenho de Fernando Marques; (C) Peça do acervo
da reserva técnica do Sistema Integrado de Museus e Memoriais
(SIM)/Secult-PA. Foto: Thais Sanjad, 2015.
18
Azulejaria em Belém do Pará
As molduras dos painéis desse estilo, com maior exuberância ou com alguma sobriedade, exibem a rocalha e
demais elementos típicos de sua decoração. Quanto aos temas, podem ser religiosos, como na referida Sala
do Capítulo; outros são cortesãos, destes fazendo parte alguns já presentes na azulejaria barroca: cenas de
lazer fidalgo, como passeios em parques, em jardins arborizados ou à beira-mar, passeios a cavalo, com figuras
masculinas e femininas, sempre exibindo trajes elegantes; colóquios amorosos, danças e pequenos concertos
musicais. As caçadas, entretenimento que fazia parte de tais atividades, continuam presentes nos painéis da
segunda metade do século.
Paralelamente a esse gênero, desenvolveram-se tapetes com motivos mais singelos, criados para atender à
urgência da reconstrução da Baixa de Lisboa, destruída pelo terrível terremoto de 1755. Eles persistem até finais
do século, quando, no período do reinado de D. Maria I, prevaleceria o estilo Neoclássico. Exemplares desse
período podem ser vistos no Maranhão, em São Luís (Figura 5) e Alcântara. Foram aplicados em outros estados
do Brasil, sendo mais numerosos na Bahia.
Nesses primeiros séculos, a aplicação do azulejo foi, predominantemente, em ambientes internos. Com a
ascensão da burguesia e a paulatina industrialização de sua produção em Portugal, o azulejo, que desde
o início (século XVI) já tinha aplicações externas, inclusive nas fachadas voltadas para jardins de palácios
(séculos XVII e XVIII), passa a ser adotado no revestimento da fachada principal dos sobrados com dupla
função, comercial e residencial, a partir de meados do século XIX. Devido ao tipo de loteamento urbano
adotado, somente essa fachada e a traseira (na maior parte das vezes voltada para áreas de serviço) ficavam
livres; razão pela qual, certamente, a fachada principal recebeu o azulejamento que veio dar um colorido
muito especial às ruas das cidades.
No Brasil, já independente, o desejo de dar maior brilho a seus centros urbanos encontrou no azulejo a resposta
adequada, tanto mais que, aliado ao valor estético, havia o efeito antitérmico do revestimento cerâmico.
Portugal teve, em sua antiga colônia, um bom mercado importador. Entretanto, a liberdade comercial de que
o Brasil dispunha facultou-lhe a obtenção de azulejos provindos de outros países: França, Holanda, Espanha,
Alemanha, Inglaterra, Bélgica e a atual República Tcheca.
Em várias cidades brasileiras, especialmente nas nordestinas, ainda podem ser vistos conjuntos desses
revestimentos. Muito expressivos são os de São Luís e de Belém. Nesta, porém, ainda que prevaleçam os
exemplares de produção portuguesa, são muito numerosos os de outras procedências, assim como é mais extenso
o período de importação, devido à riqueza proporcionada pela exportação da borracha.
Infelizmente, renovações urbanas contemporâneas têm sacrificado impiedosamente esses conjuntos arquitetônicos
azulejados. A tomada de consciência quanto ao valor de tão particular herança cultural deve estimular um maior
cuidado na sua preservação.
Figura 5 – Silhar de azulejos portugueses existente na parede oeste da nave única da Igreja de Santana, do Centro Histórico de São Luís
(MA). Foto: Stella Regina Soares de Brito, 2015.
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Notícia histórica e evolução urbana de Belém do Pará
20
Azulejaria em Belém do Pará
Notícia histórica e evolução
urbana de Belém do Pará
O presente inventário compreende a azulejaria da
capital do estado do Pará, a cidade de Belém; mais
especificamente, a área de sete bairros pertencentes
à primeira légua patrimonial da cidade (Figura 6).
Para compreensão das características econômicas e
socioculturais que condicionaram as diversas formas
de emprego do acervo azulejar, as modificações
sofridas em sua padronagem e sua permanência como
forma de expressão artística aplicada na arquitetura
religiosa e civil da área pesquisada e inventariada,
foram incluídas referências históricas e bibliográficas.
Elas evidenciam dois períodos claros, caracterizados
pela forma dominante de economia: o da economia
de subsistência, a partir do início do século XVII até
meados do século XVIII, e o da economia de mercado,
até os dias atuais.
A atual cidade de Belém do Pará foi fundada em 12
de janeiro de 1616, por Francisco Caldeira Castelo
Branco, na confluência do rio Guamá com a baía de
Guajará. A função inicial desse povoado era garantir
a posse da bacia amazônica. Seu sítio apresentava
condições de defesa ideais, pois consistia num
promontório sobre o rio, uma pequena parcela de terra
seca cercada por imensa área de alagadiços e igarapés
– o Piri. Nele, Castelo Branco construiu um forte de
faxina e terra, com edificações cobertas de palha; forte
que denominou de Presépio, núcleo inicial da cidade
de Belém. Estava, portanto, aí localizada a célula-mãe
da cidade, em posição estratégica entre o rio e o mar.
Era Belém um baluarte de defesa da bacia fluvial
Figura 6 – Planta da primeira légua patrimonial da cidade de
amazônica. A linha fortificada abrangia a área que
Belém do Pará, de 1905, elaborada por José Sidrim. Fonte: Secult-
veio a ser denominada de praça Matriz, atual praça PA, 1998.
Frei Caetano Brandão. Esse embrião logo ultrapassou
Detalhe de azulejo de Belém do Pará. Desenho aquarelado de Maria Lúcia Amaral (1979). Foto: Flávya Mutran Pereira, 2002.
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Notícia histórica e evolução urbana de Belém do Pará
a paliçada do forte, permitindo a abertura das primeiras ruas, na década de 1620. A primeira, paralela ao rio
Guamá, foi denominada rua do Norte, atual Siqueira Mendes; ligava o forte à casa do capitão-mor do Grão-
Pará, Bento Maciel Parente. Entre 1617 e 1618, a ermida que havia sido construída no interior do forte é
transferida para seu exterior, já no local da atual matriz – Catedral Nossa Senhora da Graça.
À medida que a população crescia, apareciam novas construções civis e religiosas. Ainda na década de 1620,
surge na paisagem que se urbanizava a Igreja de São João (1622) e, em 1627, os carmelitas constroem seu
convento e igreja sobre o terreno da antiga casa de Bento Maciel Parente, ao lado da Casa de Câmara e Cadeia,
na rua do Espírito Santo, atual Dr. Assis; paralela a esta, localizava-se a rua dos Cavaleiros, atual Dr. Malcher.
A quarta rua, aberta no mesmo sentido, foi a de São João, que terminava em frente à capela de mesmo nome
(1622), fundada por Bento Maciel Parente, num acanhado largo, ligado ao do Carmo pela travessa do Atalaia,
atual Joaquim Távora. Outras travessas foram abertas, transversais ao eixo Norte-Sul: a da Residência, atual rua
da Vigia; a da Água de Flores, atual Pedro Albuquerque e a da Borracha, atual Gurupá. As ruas do Aljube e
da Alfama foram abertas em seguida e, para o sul, a partir da travessa da Atalaia, as ruas Rodrigues dos Santos
e Cametá. Nelas foram edificadas as principais construções dos primeiros anos do núcleo original da cidade
(Figura 7), o núcleo colonial, chamado de Feliz Lusitânia.
Entretanto, a cidade não tinha como expandir-se, a não ser para o lado do igarapé que drenava o Piri, às margens
da baía de Guajará, parcela estreita de terra, onde nasceu o bairro da Campina. A primeira construção de que
se tem notícia (1627), nessa área, foi a do Convento de Santo Antônio, com sua igreja, levantado pelos frades
da Ordem Franciscana. Um caminho de aproximadamente 1.250 metros, que ligava esse conjunto ao núcleo
original da cidade, logo se transformou num importante eixo, onde mais tarde se instalaria a rua dos Mercadores
(atuais rua João Alfredo e rua Santo Antônio). Outra rua, paralela a esta e à praia, é aberta – a rua da Praia,
onde se instalam a igreja e o convento dos Mercedários (1640). Os dois núcleos eram ligados por uma ponte
de estiva. Nesse segundo núcleo, em 1650, foram construídas a Santa Casa de Misericórdia e a Igreja de Santa
Luzia. Foram sendo abertas, paulatinamente, novas ruas, como a da Paixão, atual 13 de Maio, paralela à dos
Figura 7 – Planta da cidade de Belém do Pará, século XVII. Fonte: original manuscrito do Algmeen Rijksarchief, Haia. Este desenho
é a mais antiga representação da atual cidade de Belém. Fonte: REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São
Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado/Fapesp, 2000, p. 266.
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Azulejaria em Belém do Pará
Mercadores. Transversais a estas, surgiram as travessas: do Pelourinho, atual 7 de Setembro; São Mateus, atual
Padre Eutíquio; do Passinho, atual Campos Sales; das Mercês, atual Frutuoso Guimarães; da Misericórdia, atual
Padre Prudêncio; das Gaivotas, atual 1º de Março e a dos Miranda, atual Presidente Vargas.
O núcleo original expandiu-se incorporando várias ruas, abertas paralelamente à baía de Guajará, com travessas
perpendiculares, assim formando uma espécie de tabuleiro de xadrez no sentido Norte-Sul e Leste-Oeste. Em
seu primeiro meio século (1616-1676), o arruamento desse segundo núcleo estava consolidado, viabilizando
abrigar as famílias de açorianos, 236 colonos no total, que se instalaram, em 1676, na recém-aberta rua de São
Vicente, atual Manoel Barata, e na rua de Santana.
Em ambos os núcleos, a paisagem urbana era a mesma: ruas estreitas, mal alinhadas, sem calçamento, ainda
com raras edificações. Destacavam-se, porém, as igrejas e conventos, no conjunto arquitetônico e paisagístico
predominantemente constituído de casas térreas, de taipa, cobertas de palha, denunciando a presença de uma
população para a qual “não faltava pobreza”, como testemunha João de Souza Ferreira, em fins do século XVII.
Numa representação do então Senado da Câmara de Belém, enviada em 1661 ao padre Antônio Vieira, dizia-se,
entre outras coisas:
que naquele ano não tinham vindo às festas do Natal as famílias de alguns homens nobres, por
causa de suas filhas donzelas não terem o que vestir; (...) que todos os homens geralmente, até os
mais principais, andam vestidos de pano de algodão, tinto de preto; que os escravos, nas fazendas
e muitas vezes mesmo na cidade, andavam nus, sem distinção de sexo.
Na segunda metade do século XVII, aproximadamente por volta de 1680, já na era da nova política metropolitana
com relação à Colônia, Belém passa a se destacar como um importante entreposto militar e comercial. Impulsionada
pelo comércio das drogas do sertão, Belém continuava a desenvolver-se e a cidade adensava-se. O Colégio dos
Jesuítas passou por transformações, entre 1670 e 1715. As casas tornavam-se mais espaçosas, mais confortáveis,
de pedra e barro, ofereciam aspecto menos rude. A primeira rua a ser calçada foi a da Paixão, em 1757. Em 1745, La
Condamine descreve Belém como:
uma grande cidade, ruas bem alinhadas, casas risonhas, a maior parte construída desde 30 anos em
pedra e cascalho, igrejas magníficas. (...) O comércio direto do Pará com Lisboa, donde chega todos os
anos um grande comboio, dá à gente de recursos a facilidade de se proverem de todas as comodidades.
Essas mercadorias eram trocadas por
gêneros do país, que são, além de algum ouro em pó que transportam do interior das terras do outro
lado do Brasil, todos os diferentes produtos úteis, quer dos rios que vêm perder-se no Amazonas,
como das margens deste último: a casca do pau-bravo, a salsaparrilha, a baunilha, o açúcar, o café
e sobretudo o cacau, que é a moeda corrente do país e que constitui a riqueza dos habitantes.
Na realidade, o tempo que transcorria entre a vinda desses comboios anuais representava período de dificuldade.
Não havia riqueza, é certo. O meio nunca permitiu larguezas. As fortunas particulares, apontadas
como exceções gritantes, não se registravam por grossos cabedais. (...) Em consequência, o viver, na
generalidade, era apenas remediado. Belém agasalhava, então, uma burguesia de pouca expressão.
Em 1749, o dinheiro amoedado entrara a circular na região. Esses sintomas indicam claramente o início de
uma nova economia, ligada ao mercado internacional, da qual uma ínfima minoria se beneficiava; avultava,
com certeza, a participação das Ordens Religiosas presentes na região. Tais são as circunstâncias que não
permitiam ainda o emprego, nas edificações, de um material de acabamento bastante nobre e caro como o
azulejo, pois necessariamente era importado da Europa, com todas as dificuldades que oferecia ao transporte a
longa distância, devido às características de grande peso e fragilidade. Face ao nível econômico local, em que o
23
Notícia histórica e evolução urbana de Belém do Pará
“viver, na generalidade, era apenas remediado” e em que a burguesia local era “de pouca expressão”, logicamente,
o emprego de tal material só teria cabimento por encomenda da comunidade religiosa.
Em 2000, durante as escavações arqueológicas no Forte do Presépio, mais especificamente na área onde ficava
a Capela do Santo Cristo, o arquiteto e arqueólogo Fernando Marques encontrou, no âmbito da pesquisa
arqueológica na área do Forte do Castelo, além do padrão de massaroca, outros azulejos inteiros e fragmentados
(Figura 8) dispersos e também assentados sobre estrutura arquitetônica, remanescente da capela.
Destaca-se entre os achados um azulejo pintado nas duas faces, indicando a reutilização da peça, com pintura
floral na parte que se acredita ter sido utilizada como tardoz, em função da presença de vestígios de argamassa e,
na outra, uma pintura elaborada a partir do efeito de respingos da tinta em azul cobalto (Figura 9).
Entre todos esses fragmentos, o padrão de massaroca (Figura 4) foi identificado como exemplar português do
século XVII, do tipo “azulejo de padrão ou de tapete”, cujo padrão é formado por quatro unidades ou elementos
(2 x 2). Passou a ser reconhecido como a ocorrência mais antiga do uso de azulejo em Belém, confirmando a
exclusividade das encomendas religiosas, nesse período.
Até então (ano 2000), os azulejos existentes no Colégio Santo Antônio, antigo convento franciscano, eram
considerados como os primeiros em Belém. Trata-se, de fato, de um notável conjunto de painéis do século
XVIII, que se conservam, na quase totalidade, aplicados nos mesmos locais de origem. São azulejos figurados e
constituem o mais antigo testemunho do gênero no Norte do país.
Segundo Santos Simões, os painéis ali existentes pertencem a duas épocas distintas: a primeira data da obra de
reforma do convento (1740-1746) e corresponde aos azulejos da capela-mor, corredor, sacristia e relógio da
torre; a segunda (1776-1780), aos azulejos que revestem uma capela voltada para o claustro.
Os primeiros são azulejos figurados com enquadramento barroco, exibindo elementos arquitetônicos fantasiosos,
e os segundos, com molduras de concheado rococó. Existem, também, os de tipo ornamental de cestos ou vasos
floridos, contemporâneos dos primeiros.
Figura 8 – Azulejos inteiros e fragmentados encontrados nas escavações arqueológicas da Capela do Santo Cristo, sendo (A) azulejos
inteiros; (B) azulejo inteiro pintado nas duas faces; e (C) fragmentos. Peças do acervo da reserva técnica do Sistema Integrado de Museus
e Memoriais (SIM)/Secult-PA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
B C
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Azulejaria em Belém do Pará
A B
Figura 9 – Azulejo inteiro pintado nas duas faces, sendo (A) pintura com efeito de respingo de tinta e (B) pintura floral provavelmente
utilizada como tardoz. Peça do acervo da reserva técnica do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM)/Secult-PA. Fotos: Thais
Sanjad, 2015.
A partir de 1750, ascendeu D. José I ao trono português e, com ele, à chefia do governo como primeiro-ministro
– e, portanto, à frente dos negócios portugueses –, Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal.
Fez parte de sua gestão uma política de valorização da região norte da Colônia, em função da qual iniciou Belém
seu período de economia de mercado; e mais, Belém tornou-se centro comercial e político.
O grande afluxo de capitais oriundos da política de ocupação da Amazônia – que Belém controlava junto com os
lucros da recém-criada Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão – permitiu um investimento
em sua renovação urbana e arquitetônica. Surgiram, no contexto urbano, as principais edificações da cidade, sob
o risco do arquiteto genovês Antônio José Landi, que nela se instalara.
Esse arquiteto italiano introduziu, na primeira metade do século XVIII, elementos de arquitetura da escola
bolonhesa. Dentre as principais obras de Landi (1713-1719), podem ser citadas: a Catedral Nossa Senhora da
Graça, o Palácio Lauro Sodré, residência dos governadores, a Igreja São João Batista, a Igreja de Santana e a dos
Mercedários. Com tais exemplares de arquitetura, Belém tornou-se, a partir da segunda metade do século XVIII,
uma capital imponente; a expansão da cidade, no entanto, era modesta (Figura 10).
A Companhia Geral do Comércio, que operou regularmente por dois decênios até ser extinta por D. Maria I,
em 1778, provocou afluxo de riquezas para o estado, cuja economia, até então com caráter predominantemente
de subsistência, baseado na atividade das congregações religiosas e no trabalho indígena, passou a integrar-se nas
grandes correntes de comércio mundial. Em 1788, a população da cidade atingiria 10.620 habitantes.
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Notícia histórica e evolução urbana de Belém do Pará
Figura 10 – Prospecto da Cidade de S. Maria de Belém do Grão Pará/ De 20 de mayo de 1784. Autor: J. J. Codina (atribuição).
Os reflexos dessa transformação podem ser acompanhados pelas modificações por que passou Belém. Já em
1771, o major engenheiro Gaspar João Geraldo de Gronsfeld pretendia converter os pântanos do Piri em lago,
obra que faria Belém “mais bela que a Adriática Veneza tão celebrada”.
O início do século XIX também foi marcado por grandes investimentos e transformações. As áreas alagadas do
Piri foram paulatinamente aterradas, viabilizando o avanço sobre o rio e permitindo a abertura de novas ruas,
tais como a Nova do Imperador, atual avenida Castilhos França. Os viajantes que passaram pela cidade de Belém
descreviam-na como nas citações a seguir.
Aires de Casal considerava Belém, em 1817, como “cidade Episcopal, medíocre, d’aspecto alegre, populosa e
comerciante, ornada com muitas capelas e praças, um Convento de Capuchinhos, outro de Carmelitas Calçados,
Casa de Misericórdia e um Hospital”. Destacava, no entanto: “a Catedral e o Palácio dos Governadores, edifícios
magníficos, as ruas direitas e calçadas as principais; as casas pela maior parte de pedra, sólidas e com elegância”.
Spix e Martius, em 1820, dizem:
Sólidas, construídas em sua maior parte de pedra de cantaria, perfilando-se as casas em largas ruas
que se cruzam em ângulos retos ou formam extensas praças. A Arquitetura é singela, raro tendo
as casas mais de 2 pavimentos; quase sempre térreas são mesmo construídas em menos grandes
proporções e menos decoradas do que as do Maranhão, simplesmente caiadas e em geral sem vidraça;
mas o conjunto é asseado, cômodo e dá a impressão de vida doméstica feliz. (Figura 11)
Hercule Florence, em 1826, acha a cidade bonita e diz que alguns vastos edifícios existem na cidade e que, na
sua principal praça, fica o Palácio da Presidência, “tido em conta o melhor do Brasil”.
Baena, em 1833, revela:
consta a cidade de 35 ruas de largura conveniente em umas e minguadas em outras; (...) são
por ora meros caminhos recém-abertos dos quais alguns estão sendo de raríssimo uso pela sua
má qualidade; e vinte e cinco são orladas de edifícios na maior parte solidamente construídos
e simples, muitos de um andar e poucos de dois: as mesmas ruas imperfeitamente alinhadas,
muitas destituídas de calçadas e outras mal empedradas...
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Azulejaria em Belém do Pará
Fonte: “Viagem Filosófica”, de Alexandre Rodrigues Ferreira (1784-1792). Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. In: REIS, Nestor Gou-
lart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: Editora da USP/ Imprensa Oficial do Estado/ Fapesp, 2000, p. 275.
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Notícia histórica e evolução urbana de Belém do Pará
Prosseguindo com a leitura dos testemunhos dos viajantes, veremos o quanto a aparência visual e o porte da
cidade progride.
Robert Avé-Lallemant, em 1859, teve boa impressão de Belém “embora tudo lhe pareça velho”. Destacou várias
edificações e classificou o Palácio do Governo como um dos melhores edifícios do Brasil. As ruas tinham bom
aspecto e nelas viam-se casas distintas, grandes e bonitas, “verdadeiros palácios em miniatura”.
Henry W. Bates, revendo Belém em 1859, diz: “Achei o Pará muito modificado e melhorado: as ruas antes sem
calçamento ou salpicadas de pedras soltas e areia, estavam agora pavimentadas do modo mais perfeito”. Constata
que as construções eram mais uniformes e que as casas em ruínas tinham sido substituídas por outros “edifícios
novos e bonitos com longas e elegantes varandas na frente dos pavimentos térreos, a uma altura de alguns pés
do caminho”; que as “praças alagadiças tinham sido drenadas, limpas de plantas daninhas e plantadas com fila
de amendoeiras e casuarinas”.
Belém se transformara. As festas religiosas decaíam e os divertimentos preferidos passaram a ser “reuniões sociais,
bailes, música, bilhares, etc.”. Parecia mesmo que se copiava “mais os costumes das nações do norte da Europa,
que os de Portugal”.
Afirma também ter tido “a satisfação de ver muitas livrarias novas e também novo edifício com uma sala de
leitura, onde se encontravam periódicos, globos, mapas e uma biblioteca circulante. Havia uma tipografia e
quatro jornais diários”.
A exportação da borracha aumentava gradativamente e, ao mesmo tempo, desenvolvia-se uma vida artificial; os
preços subiam, importava-se tudo sem ligar ao custo, pois a borracha pagava tudo.
Em 1859, o presidente Frias e Vasconcelos descreve os diversos melhoramentos urbanos pretendidos e realizados
com recursos do saldo da balança comercial: distribuição de água potável, inauguração da iluminação a gás
carbônico, construção do cais e de vários edifícios públicos, tais como o Mercado Municipal junto ao Ver-o-
Peso, o Hospital D. Luiz e o Grêmio Literário, além do Teatro da Paz, erguido entre 1869 e 1878 (Figura 12).
O jornal O Liberal, reproduzindo notícias daquela época, registra:
(...) ainda não há muitos anos a maior parte das casas eram edificadas, empregando-se nas
paredes madeira e barro, o que além da pouca duração merecia pouca segurança e tornava
precisos pequenos reparos.
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Azulejaria em Belém do Pará
Fonte: Ilustração do atlas de Spix e Martius (SPIX e MARTIUS – 1825-1834). Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. In: REIS, Nestor
Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: Editora da USP/ Imprensa Oficial do Estado/ Fapesp, 2000, p. 278.
Hoje o emprego do tijolo tem permitido, dando pouca espessura às paredes e tornando mais
rápido o trabalho, construir com igual ou pouco maior despesa casas, além de mais elegantes,
mais duradouras.
As coberturas das casas em que, senão nas ruas principais ao menos nos novos bairros, era empregada
a palha, hoje são, podemos dizê-lo em totalidade, feitas com telhas e bem poucas exceções se
encontram, ainda mesmo nos bairros mais afastados do coração da cidade.
É, portanto, a partir de 1870 que a grande quantidade de capitais oriundos da exportação da borracha vai
proporcionar o aumento da população em Belém em mais de 100%, em apenas vinte anos. Nesse intervalo
também emerge uma nova onda de renovações urbanísticas, embelezando a cidade e refletindo os ideais da época
que ficou conhecida como Belle Époque. Antes desse período, a existência de muitos cursos d’água, tais como os
igarapés, dentro do perímetro urbano, fizeram surgir uma trama irregular e com grandes vazios, correspondendo
às áreas alagadas. O aumento populacional, que incluía uma nova e exigente classe enriquecida pelo boom da
borracha, induziu o surgimento de novos bairros, muitos projetados com extensas e amplas avenidas, densamente
arborizadas.
Além de obras socioculturais importantes da elite crescente, como a construção do Teatro da Paz, a cidade teve
durante o governo do intendente Antônio Lemos, maranhense, o planejamento de sua expansão para uma vasta
área. Também foi iniciada a construção do porto de Belém, que, até então, contava apenas com uma extensa
malha de trapiches ao longo do litoral. Assim, a cidade passou a receber infraestrutura moderna: calçamento
de vias, arborização e iluminação a gás, serviços de transporte e limpeza urbanos, redes parciais de esgoto e de
água potável, melhoria no setor das comunicações, por cabo marinho e, logo em seguida, no início do século
XX, por telefone.
Como é sabido, essas modernizações aconteciam em todos os estados brasileiros, sempre a cargo de companhias
estrangeiras. Nos serviços de comunicação, de iluminação, de água, esgoto, prevalecia a atuação dos ingleses.
Os de navegação eram geralmente prestados por ingleses e alemães. A construção de portos cabia a ingleses,
americanos e alemães. Já os franceses dominavam o comércio, o que se percebe facilmente pelos nomes dados às
grandes lojas desse período: Paris na N’América, Bom Marché etc.
Seguem novos comentários sobre a Belém de então.
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Notícia histórica e evolução urbana de Belém do Pará
Figura 12 – Belém do Pará, 1868. Joseph Léon Righini (c. 1820-1884). Óleo sobre tela, 105 x 210 cm. Museu da Universidade Federal
do Pará, Belém. Reprodução: Patrick Pardini, MUFPA. Tratamento de imagem, Cássio Tavernard, Editora da UFPA.
Pedro V. de Azevedo descrevia Belém, em 1875, como sendo uma “grande capital”, com “comércio ativo e
laborioso” e com “ricos e suntuosos prédios”; faz referência ao porto com navios procedentes do sul do Império,
Estados Unidos, Europa e os que navegam pelo Amazonas e Tocantins, apresentando aos olhos do estrangeiro
uma visão de grande animação e progresso.
Domingos Antônio Raiol, em 1890, relata o principal arraial de Nazaré e suas modificações:
A espaçosa estrada que ora se dirige àquele bairro (Nazaré) aformoseada de suntuosas chácaras
e alamedas, distinguia-se outrora pelos arbustos que a marginavam, interrompidos apenas por
algumas casas baixas e cabanas construídas de palhas. (...) A estrada foi de novo aberta e segue
hoje até a praça de S. Braz (...) ostentando magníficos prédios que alvejam por entre copadas
mangueiras de um ou outro lado.
Elisée Reclus, em 1894, apud Antonio Rocha Penteado (1968), observa os sítios encantadores de Belém, com
casas avarandadas e revestidas de azulejos, sombreadas por grandes árvores.
Ao findar o século XIX, a exportação de borracha ultrapassa os 10 milhões de quilos, atingindo o seu período
áureo. A tabela a seguir, publicada por Araujo de Lima em 1865, demonstra claramente o crescimento e o início
da queda.
As descrições da cidade confirmam a influência da borracha sobre Belém, que se transformara num centro
regional, onde atuavam, entre outros empreendimentos, seis jornais diários, cinco semanários, duas companhias
de bonde e um movimentado porto. Belém passa a ser considerada a terceira praça do Império. Caminhava-se
para o período áureo de Belém, aproximadamente entre 1900 e 1906.
30
Azulejaria em Belém do Pará
Mas, tudo parece ser resultado de uma situação artificial, criada pela valorização da borracha no mercado
internacional. A exportação da borracha atingiu seu máximo em 1910, com 134.958 contos de réis, decaindo
para 70 mil contos em 1913. A partir da década de 1910, portanto, a cidade passa por um período de decadência,
embora seu centro comercial nunca tenha perdido o controle sobre uma vasta área da bacia amazônica. Devido
à movimentação portuária, a cidade mantém a aparência de progresso até 1920. Tanto que Theodoro Braga
descreve, então, Belém como uma cidade em pleno rejuvenescimento “que acompanha pari passu o evoluir da
civilização europeia, em contato semanal com os centros elegantes do mundo”, com “palacetes onde o conforto
e o gosto apurado” faziam “lembrar centros europeus adiantados”, e onde “também o bairro comercial participa
de apreciáveis melhoramentos”. Em sua descrição, nada que pareça uma cidade decadente.
Entretanto, o período entre as duas grandes guerras (1920-1940) seria, talvez, uma das piores fases de Belém,
com a diminuição inclusive de sua população, em números absolutos.
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Azulejaria de Belém do Pará
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Azulejaria em Belém do Pará
Azulejaria de Belém do Pará
Detalhe de azulejo de Belém do Pará. Desenho aquarelado de Maria Lúcia Amaral (1979). Foto: Flávya Mutran Pereira, 2002.
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Azulejaria de Belém do Pará
A B C
Figura 13 – Diferentes cores de parte cerâmica de azulejos europeus do século XIX, sendo (A) branco, (B) amarelo, (C) rosa. Fonte:
Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
Essas características são adquiridas em função da tecnologia empregada na preparação, moldagem e queima da
pasta cerâmica, que é constituída principalmente de argila e de adições de outros materiais, como por exemplo
areia, feldspato e carbonatos.
Sob o ponto de vista tecnológico, a composição das argilas por si só também é bastante variável, o que lhe atribui
características diversas e uma grande variedade de aplicações. Isto implica que algumas argilas serão melhores
para cerâmica vermelha, outras para cerâmica branca e outras para produtos refratários, ou seja, fica evidente que
cada tipo de argila é mais adequado a um determinado produto cerâmico.
Quanto à preparação da pasta cerâmica, são observadas as etapas de lavagem, pulverização e mistura de outros
materiais. A etapa de lavagem consiste na limpeza da argila para remoção de matéria orgânica como restos de
folhas, raízes e animais (principalmente insetos); ou mesmo de materiais inorgânicos como seixos e óxidos de
ferro, quando visíveis e facilmente separáveis. Já na pulverização, a mistura é transformada em um pó finíssimo
para facilitar a homogeneização e assim obter maior perfeição nos produtos.
O processo de preparação da pasta cerâmica passou de manual a mecânico ao longo dos anos. Dessa maneira, é
comum observar alguns aspectos na parte cerâmica dos azulejos mais antigos que chegaram ao Brasil, principalmente
dos séculos XVII e XVIII, derivados de processos rudimentares para a preparação da pasta, tais como:
> espaços vazios em função da carbonização de matéria orgânica residual na pasta, após lavagem com
técnicas bastante rudimentares;
> grãos maiores na parte cerâmica devido à separação inadequada da matéria-prima;
> áreas heterogêneas quanto à cor, depois da queima, em função da não homogeneização apropriada para
distribuir igualmente os óxidos de ferro na mistura; e
> microfissuras paralelas à face vitrificada em função da utilização de uma pasta rica em carbonatos, ou
mesmo muito expansiva.
O processo de mecanização da preparação da pasta cerâmica resultou em diversos avanços na produção azulejar.
Além de possibilitar o aumento da produção diária, melhorou a qualidade dos produtos a partir de pastas que
permitiam um maior controle de alterações da mesma na atmosfera dos fornos, resultando em produtos com a
parte cerâmica mais homogênea, sem vazios deixados pela carbonização de matéria orgânica.
Esse maior controle foi importante porque a parte cerâmica, em alguns casos, também compõe a decoração do
azulejo ou de qualquer outro produto cerâmico. Ela deixa de ser apenas o suporte da decoração e passa a fazer
parte da imagem do objeto por meio de volumes na superfície ou contornos dos desenhos. É o caso dos azulejos
mudéjares, por exemplo, cujos desenhos são delineados por arestas feitas na própria base de argila para separar
as cores da pintura, impedindo que se misturem durante a queima.
34
Azulejaria em Belém do Pará
Em Belém, é possível observar a presença de relevos ou
contornos em azulejos do século XIX e do início do século
XX, desde os produzidos com as técnicas mais rudimentares
até aqueles oriundos de processos mecanizados, como os
azulejos em relevo em que os desenhos são prensados na
própria argila, caso em que os mais antigos vão apresentar
marcas de dedos nas áreas que necessitavam de maior pressão
da argila. Interessante notar que algumas dessas marcas
mostram as digitais do oleiro e indicam o movimento feito
para pressionar o barro no molde (Figura 14).
Com os avanços tecnológicos advindos da Revolução
Industrial, a maneira de prensar a argila no molde de
azulejos em relevo tornou-se mecanizada, o que resultou
no aumento e barateamento da produção, pois era possível Figura 14 – Marca das digitais do oleiro que pressionou
fazer uma maior quantidade de peças, sem necessitar de a argila no molde para elaboração do relevo da decoração
mais mão de obra. Azulejos em relevo mecanicamente deste azulejo português. Fonte: Coleção Lacore/UFPA.
Foto: Thais Sanjad, 2015.
produzidos também fazem parte do acervo existente em
Belém (Figura 15).
A B C
Figura 15 – Azulejos alemães industriais cujos relevos foram feitos com prensa mecânica. (A) Fábrica Servais Werke A.G. Ehrang; (B) e
(C) Fábrica Villeroy & Boch, Metallach. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
A industrialização, sem dúvida, representou um novo momento na maneira de produzir azulejo. As máquinas,
que no início ainda eram bastante rudimentares, também se aperfeiçoaram e isso se refletiu no produto final,
cada vez mais regular, sem falhas e de menor custo. Essa evolução tecnológica permitiu ainda o uso de cerâmicas
pigmentadas, que foram utilizadas para a produção de azulejos e guarnições cobertos com vidrado incolor.
Esses azulejos, cuja cor é fornecida pela parte cerâmica devido à transparência da camada vitrificada,
também foram utilizados em Belém, como os aplicados na parte inferior da fachada principal do Palacete
Faciola, na Avenida Nazaré. Outro exemplo é o azulejo da figura 15C, em que a cor do fundo é proveniente
da cerâmica pigmentada.
Apesar de desconhecermos a existência, em Belém, de azulejos provenientes das Caldas da Rainha, é importante
lembrar que, nesse período de mecanização da produção, o economicamente mais acessível azulejo industrial
conviveu com o azulejo artístico que renasceu no final do século XIX e início do XX, principalmente com o
trabalho de Rafael Bordalo Pinheiro na Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha, de Portugal.
35
Azulejaria de Belém do Pará
De acordo com Cristina Ramos Horta, a Fábrica de Faianças possuía os equipamentos mais modernos da
época e novas tecnologias obtidas com a Revolução Industrial, além de operários com conhecimentos teóricos e
práticos. Bordalo Pinheiro articulou os benefícios da industrialização à criação artística. Por essa razão, segundo
Pedro Prostes, seus produtos ascenderam à região da arte.
Os azulejos artísticos de Bordalo Pinheiro são magníficos, tanto do ponto de vista técnico quanto do artístico.
A moldagem do barro participa da imagem decorativa do produto, por meio dos seus relevos, cuja prensagem
envolve processos manuais e/ou mecânicos. O acabamento final é dado pelas cores e brilho da camada vitrificada.
Após a moldagem e a secagem, os azulejos são levados ao forno para a transformação da argila. A boa cozedura
é indicada pela aparência homogênea da cerâmica, adquirida a partir dos procedimentos de escolha, tratamento,
moldagem e secagem do barro e do bom funcionamento do forno. A peça está pronta, então, para receber a
camada vitrificada.
No que diz respeito às características da camada vitrificada dos azulejos de Belém, em função da técnica de
decoração utlilizada, é possível observar as seguintes:
> pintura sobre base de estanho com esmalte ainda cru, cujo desenho foi realizado previamente em um
papel e posteriormente perfurado, a fim de permitir repassar para as peças as linhas gerais da composição
que receberão a pintura. Essa técnica, já descrita por José Meco, é denominada majólica e foi utilizada nos
painéis setecentistas do Colégio Santo Antônio de Belém, no bairro da Campina;
> pintura utilizando estampilhas, uma para cada cor, sobre base opaca, que pode ser branca ou colorida,
coberta ou não com vidrado transparente de óxido de chumbo. Essa técnica foi realizada em alguns
azulejos diretamente sobre a parte cerâmica e, nesse caso, coberta com vidrado incolor. Corresponde à
grande maioria dos azulejos de fachada do século XIX, produzidos nos mais variados países europeus;
> pintura com decalques, na maioria dos casos realizada diretamente sobre a parte cerâmica, que pode
ser mono ou policromática, a depender da técnica utilizada. Essa técnica eliminou a cobertura da placa
cerâmica com a base branca de óxido de estanho, resultando assim em maior economia na produção de
36
Azulejaria em Belém do Pará
azulejos. Um dos motivos que favoreceram essa aplicação foi a obtenção da placa com coloração branca,
obtida com a utilização de pasta cerâmica rica em caulim e sem óxidos de ferro em quantidade suficiente
para corar as peças. São várias as técnicas de aplicação de decalque, com procedimentos minuciosos para
impressão e aplicação.
A tabela a seguir resume os procedimentos das técnicas de decoração por processo de impressão, comentados
por Pedro Prostes.
Processo adotado
IMPRESSÃO Os desenhos são feitos em caoutchouc Depois de polvilhada, imprime- principalmente
POR MEIO DE e a superfície desenhada é polvilhada se levemente sobre a camada de para desenhos
CAOUTCHOUC com a tinta a empregar. vidrado. sobre vidrado cru
em faianças e grés.
37
Azulejaria de Belém do Pará
Figura 16 – Reticulado desencontrado no azulejo português da fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Foto: Thais Sanjad,
2015.
38
Azulejaria em Belém do Pará
A A
B B
Figura 17 – Mesmo desenho com pequenas diferenças entre um e outro azulejo português, indicando o processo rudimentar da decoração,
sendo (A) frisos e (B) padrão constituído por no mínimo quatro azulejos. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Foto: Thais Sanjad, 2015.
Ainda nesse período, outro aspecto importante diz respeito aos pequenos desencontros entre os desenhos de
composições formadas na junção de dois ou mais azulejos (Figura 17). As pinturas não tão simétricas são
ocasionadas pelo uso de estampilhas rudimentares, como as citadas por José Meco, de papelão com óleo de
linhaça. Tais desencontros de linhas e formas geralmente necessitam de retoques manuais.
A decoração com estampilha geralmente apresenta as marcas de pincelada na pintura e os retoques manuais, os
quais podem ser observados pela descontinuidade das linhas, caracterizados por um acúmulo da tinta entre dois
segmentos (Figura 18), indicando que houve uma pausa na pincelada.
A B B
Figura 18 – Retoques manuais na pintura do azulejo português semi-industrial, sendo (A) padrão de azulejo e (B) detalhes que indicam
a pausa na pintura. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
39
Azulejaria de Belém do Pará
Quando as estampilhas passaram a ser metálicas, o desenho adquiriu maior simetria, precisando muito raramente
de retoque manual nos azulejos, mas ainda é possível neles observar as marcas das pinceladas (Figura 19).
A B
Figura 19 – Marcas de pincelada em pinturas de azulejo francês, feitas com estampilhas metálicas, sendo (A) azulejo inteiro e (B)
detalhe. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
A B
Figura 20 – Pintura de azulejo português, fábrica Carvalhinho, estampilha metálica com marca discreta de pincelada e camada mais
espessa de pintura, sendo (A) azulejo inteiro e (B) detalhe. Coleção: Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
Algumas pinturas com estampilha metálica apresentam espessa camada de tinta e as marcas das pinceladas ficam
mais discretas. Como resultado observa-se uma pintura mais homogênea na decoração (Figura 20).
A maioria dos azulejos produzidos com a técnica da estampilha tem a pintura executada sobre base branca
acinzentada de estanho, cuja finalidade é impedir a mistura dos diferentes óxidos utilizados nas cores da pintura.
40
Azulejaria em Belém do Pará
Os principais constituintes dessa base branca correspondem à sílica (SiO2) e aos óxidos de estanho (SnO2) e de
chumbo (PbO). O estanho atribui opacidade à mistura e o chumbo, utilizado para diminuir o ponto de fusão
da mistura, a deixa mais brilhosa.
Com o passar dos anos, o percentual de óxido de chumbo aumentou e o de estanho diminuiu, de modo que os
azulejos cuja base branca de estanho é mais brilhosa são mais recentes que aqueles com a base de estanho mais
opaca. Os azulejos dos séculos XVII, XVIII e alguns de meados do XIX são menos brilhosos que os azulejos do
início do século XX.
No final do século XIX e início do XX, algumas fábricas realizam pintura sobre fina base de esmalte com pouco
estanho, coberta com vidrado incolor de chumbo. O aspecto do azulejo resultante desse processo é de uma
peça com vidrado amarelado, diferente dos azulejos com base de esmalte estanífero citado anteriormente, cuja
tonalidade é de um branco acinzentado. Por ter um ponto de fusão baixo, é possível observar as camadas da base
e da pintura sob o vidrado de chumbo, ainda cruas (Figura 21).
A B
Figura 21 – Azulejos portugueses de estampilha, Fábrica Carvalhinho, com pintura direta sobre biscoito bege coberta com vidrado
incolor de chumbo, sendo (A) azulejo e (B) cercadura, ambos com pintura ainda crua observada após a perda da camada de vidrado
incolor. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
Os azulejos produzidos com a técnica da decalcomania apresentam maior rigor nas dimensões da peça, além da
decoração completamente diferente dos azulejos de estampilha. Em vez das marcas das pinceladas ou de pinturas
espessas sobre base branca de esmalte de estanho ou base amarelada, a decoração tem como característica principal
desenhos constituídos por vários pontos, pequenos traços ou reticulados, com maior simetria, geralmente
monocromáticos, feitos diretamente sobre parte cerâmica branca, coberta com vidrado incolor de chumbo. A
diferença de tons em uma mesma composição é dada pela maior ou menor concentração de pontos (Figura 22).
41
Azulejaria de Belém do Pará
A B
C D
E F
Figura 22 – Decoração feita a partir de desenhos pontilhados ou tracejados dos azulejos de decalcomania, sendo (A) e (C) azulejos
inteiros, (E) friso inteiro e (B), (D) e (F) detalhes. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
42
Azulejaria em Belém do Pará
A presença do craquelê nos azulejos com pintura coberta com vidrado incolor, ou feita a partir de vidrados
com bastante chumbo, apresenta maior ramificação do que o daquelas peças com pintura sobre base branca de
esmalte estanífero. Isso ocorre em função do coeficiente de dilatação do vidrado rico em chumbo ser maior do
que o da parte cerâmica desses azulejos. No caso das peças com base de esmalte estanífero, que também tem
chumbo, os valores do coeficiente de dilatação são mais próximos dos valores da parte cerâmica, o que determina
um maior espaçamento no craquelê (Figura 23).
A B
C D
Figura 23 – Diferenças entre o craquelê do azulejo português com pintura sobre base de esmalte estanífero (A) e detalhe (B) e azulejo
alemão com pintura a partir de vidrado translúcido (C) e detalhe (D). Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
Quanto aos azulejos em relevo, a utilização de prensa mecânica atribuiu maior densidade à parte cerâmica
dos azulejos, resultando assim em peças mais pesadas e pouco porosas. No caso dos azulejos mais antigos, a
prensagem era feita com prensa manual e o barro era prensado nos relevos com o auxílio dos dedos dos oleiros.
A menor pressão resulta em peças mais leves. Além disso, a maior ou menor intensidade na prensagem reflete
relevos com maior ou menor simetria.
Dessa maneira, processos altamente industrializados resultam em azulejos densos (mais pesados), com relevos
perfeitamente delineados, enquanto que azulejos semi-industriais apresentam relevos imperfeitos e são mais
43
Azulejaria de Belém do Pará
leves. O processo de pintura desses azulejos também revela condições mais ou menos rudimentares. Em relação
aos azulejos em relevo do século XIX, os relevos são cobertos com base branca de esmalte de estanho e a cor pode
ser colocada nos relevos ou na parte plana. As marcas da pincelada podem ser observadas na pintura. No caso
dos azulejos mais recentes, a decoração é bastante diversificada, como por exemplo:
cobertura com um único vidrado incolor e translúcido;
cobertura com vidrados coloridos translúcidos;
cobertura com vidrados incolores e opacos em áreas distintas, de acordo com o desenho da
decoração, entre outros.
Alguns azulejos apresentam relevos apenas no contorno dos desenhos da decoração, com aparência semelhante
aos azulejos de aresta ou corda seca plana, os mudéjares, do século XVI. Outros apresentam fina camada de
vidrado incolor sobre esses relevos (Figura 24).
A B
C D
Figura 24 – Azulejos cujos relevos apenas contornam os desenhos da decoração, sendo (A) e (C) azulejos inteiros e (B) e (D) detalhes.
Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
44
Azulejaria em Belém do Pará
Quanto às decorações, é importante observar a existência de um mesmo motivo utilizado por diferentes fábricas,
o que dificulta a identificação da procedência dos azulejos. Algumas fábricas executavam as mesmas decorações,
com a mesma técnica, podendo variar ou não nas cores. Outras produziam o mesmo desenho com técnicas
diferentes (Figura 25).
A B
Figura 25 – Azulejos com o mesmo desenho, produzidos em fábricas distintas e com diferentes técnicas de decoração. O azulejo da
esquerda (A) foi produzido por fábrica portuguesa com a técnica da estampilha e o azulejo da direita (B), pela fábrica alemã Villeroy &
Boch, com a técnica da decalcomania. Fonte: Coleção Lacore/UFPA. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
Apesar das características que podem acarretar efeitos indesejáveis provenientes do processo de produção dos
azulejos, muitos exemplares existentes nas fachadas de edificações históricas de Belém resistem há mais de
um século às ações do clima da cidade, ao contrário de exemplares mais recentes e com nível de degradação
mais elevado.
45
Azulejaria de Belém do Pará
Depois da primeira anotação sobre as edificações azulejadas de Belém, quando da retomada daquele registro,
em 1979 (como noticiado na introdução), além da constatação das perdas dos revestimentos azulejares e do
registro de outros, foi possível identificar uma série de particularidades desse tão rico acervo. Essa identificação
foi crescendo com as pesquisas realizadas nas etapas seguintes.
46
Azulejaria em Belém do Pará
B
D
Figura 26 – (A) Edificação tipo sobrado com porão habitável, localizada na travessa Quintino Bocaiúva, 1.455, Nazaré e (B) detalhe
do painel de azulejos existente no frontão. (C) Edificação eclética da avenida 15 de Novembro, 241, Campina e (D) detalhe do painel
publicitário A. Mourão & Cia. na platibanda. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
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Azulejaria de Belém do Pará
Em edificações mais recentes (rua Arcipreste Manoel Teodoro, 10), muitas delas de tipo popular, localizadas ou
não em terrenos de edificações azulejadas que foram demolidas, é comum encontrar-se um pequeno painel dos
padrões de revestimentos sacrificados (Figura 27).
B
Figura 27 – Edificação em estilo neocolonial de meados do século XX (A), com aplicação de azulejos históricos nos balcões (B),
localizada na rua Arcipreste Manoel Teodoro, 10. Fotos: Thais Sanjad, 2015
Um problema dificulta, à primeira vista, o registro preciso de edificações azulejadas: a numeração antiga que
ainda persiste confere, com frequência, vários números a um mesmo prédio, ou seja, a uma única fachada mais
extensa. Assim, as unidades edificadas apresentam diferente numeração, variando de um único número até dez.
São frequentes dois ou três, referentes ao mesmo edifício, considerado naquele registro como uma unidade; por
exemplo, na travessa Padre Eutíquio, os números 1.262, 1.268, 1.274, 1.282, 1.286, 1.294 e 1.300 e, na rua
Gaspar Viana, 80, 84 e 88.
48
Azulejaria em Belém do Pará
É possível também que existam fachadas posteriores azulejadas, ou voltadas para pátio interno, como é o caso do
sobrado sede do Instituto Histórico e Geográfico, situado à rua Tomázia Perdigão, 62 (Figura 28).
B
Figura 28 – Fachada da sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, situado à rua Tomázia Perdigão, 62 (A), que teve sua fachada
azulejada no século XIX com três padrões portugueses (B). Fotos: Thais Sanjad, 2015.
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Azulejaria de Belém do Pará
TIPOLOGIA
Convenção
Foram adotadas, para a designação dos azulejos e de suas guarnições, as mesmas convenções utilizadas para os
que haviam sido encontrados no Maranhão.
No estudo daqueles, foi tomada por base a obra de Santos Simões. Ele focalizou os “padrões” usados no século
XVII, mostrando como eram formados pela associação de quatro ou mais azulejos, os “elementos”. Da repetição
dos padrões resultavam os “tapetes” (Figura 3).
Procurando ajustar-se à escala arquitetônica do ambiente em que eram aplicados, os padrões chegavam a ser
formados até por trinta e seis elementos. Os tapetes eram emoldurados por cercaduras ou por dupla ordem
destas, formando uma “barra”.
Na produção do século XIX, a escala arquitetônica não foi tomada em consideração; os padrões são formados,
quando muito, por quatro azulejos (quatro elementos) e, mais comumente, todos os elementos estão contidos
em um só azulejo, que, dessa forma, identifica-se com o próprio padrão (Figura 29).
Por esse motivo, os azulejos têm sido por nós designados pela letra P, indiferentemente, seja um padrão completo
ou ¼ do mesmo.
As guarnições são indicadas por: C para cercadura e F para friso.
A segunda letra refere-se à técnica decorativa: E – estampilha, D – decalcomania, R – relevo, MR – meio-relevo,
m – marmorizado, que pode ter forma
retangular – mr, ou quadrada – mq; os
azulejos lisos, retangulares ou quadrados –
lr ou lq.
O primeiro dos números é relativo ao
padrão, na ordem de conhecimento do
mesmo, aqui no Brasil. Assim, por exemplo,
tivemos oportunidade de registrar 65
diferentes padrões estampilhados, em São
Luís do Maranhão. Vários deles constam
do catálogo de azulejos encontrados em
Belém. A partir do PE 66, os números
referem-se aos exemplares aí encontrados,
que não haviam sido vistos anteriormente,
embora possam ter sido revelados em
pesquisas posteriores à de 1959 (publicada
em 1980).
O número seguinte indica pequenas
variações ou não, no motivo do desenho,
e o terceiro número é relativo à variação
de colorido. Exemplo (Figura 30): PE 49.1
repete-se por três vezes, sem alteração no
desenho; o colorido, porém, varia, o que
Figura 29 – Padrão de azulejos e frisos de estampilha, século XIX, cujos elementos fica indicado em PE 49.1.1, PE 49.1.2,
estão praticamente contidos em um só azulejo. Foto: Thais Sanjad, 2015. e PE 49.1.3. Já o PE 47.1.2, muito
50
Azulejaria em Belém do Pará
semelhante ao PE 47.1.1, registrado no Maranhão, tem no Pará outro padrão com variações de desenho e
colorido: PE 47.2.3.
Figura 30 – Padrões de azulejos com variação apenas nas cores (PE 49.1.1; PE 49.1.2 e PE 49.1.3) e padrões semelhantes (PE 47.1.2 e
PE 47.2.3) ao identificado em São Luís (PE. 47.1.1). Desenhos: Maria Lúcia Amaral, 1980. Acervo: Dora Alcântara.
As planilhas de padrões, guarnições e elementos ornamentais poderão ser vistas no apêndice deste livro.
Tipologia
Azulejos
Nos revestimentos cerâmicos enumerados, os azulejos do tipo mais comum encontrados são os de forma
quadrada, cujas dimensões variam bastante: 10 x 10 cm; 10,8 x 10,8 cm; 10,9 x 10,9 cm; 13 x 13 cm; 13,5 x
13,5 cm; 14 x 14 cm; 14,5 x 14,5 cm; 17,5 x 17,5 cm; 19,8 x 19,8 cm.
Os portugueses situam-se, via de regra, entre os que apresentam 13 x 13 cm a 14 x 14 cm; os holandeses têm
aproximadamente as mesmas dimensões; os alemães encontrados variam de 14,5 x 14,5 cm a 17,5 x 17,5 cm.
Entre padrões menos antigos, encontramos azulejos quadrados com vértices chanfrados (PE 109.1.1 e PMR
3.1.1), cuja quadra se forma com auxílio de outros quadrados com pequenas dimensões, dispostos pelas diagonais
(Figura 31).
51
Azulejaria de Belém do Pará
B
A
Figura 31 – Azulejos quadrados com vértices chanfrados, sendo (A) padrão PE 109.1.1 e (B) padrão PMR 3.1.1. Desenhos: Maria
Lúcia Amaral, 1980. Acervo: Dora Alcântara.
Com esquemas bem mais simplificados, pavimentações e revestimentos de parede se basearam, também, nessas
composições (PE 114.1.1). Azulejos foram assim fabricados em mais de um país europeu, como anteriormente
referido. Um catálogo da Fábrica Carvalhinho, do Porto, em Portugal, apresenta azulejos com forma quadrada
comum, cujo desenho procura, no entanto, insinuar a disposição em duas peças. Esses azulejos foram aplicados
em revestimentos paraenses: PE 109.2.2, PE 109.2.3 e PE 109.3.3 (Figura 32).
Foram igualmente encontrados azulejos de forma retangular com bordos chanfrados, decoração e forma que
procuram reproduzir uma peça de cantaria. Alguns o fazem com riscos ou manchas, outros, lisos brancos ou
coloridos, compondo revestimentos de mesmo padrão ou de duas cores alternadas: Pmr 1.3.3 (rua S. Francisco,
60); Plr 1.1.1 (travessa Pres. Pernambuco, 204); Plr 4.1.1 (av. 15 de Novembro, 171); Plr 5.1.1 e Plr 5.1.2
(avenida Conselheiro Furtado, 723 e 731).
Lisos ou símiles mármore também foram executados com forma quadrada Plq 3.1.1 (travessa Pres. Pernambuco,
204) e Pm 2.1.1 (rua Tomázia Perdigão, 62).
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Azulejaria em Belém do Pará
Guarnições
As guarnições apresentam dois gêneros: cercadura, de forma quadrada, com as dimensões do azulejo que
acompanha (CE 22.1.1 na travessa Benjamin Constant, 452); e friso, retangular, com base igual ao lado do
azulejo que guarnece, e altura correspondente a cerca de metade da base (FE 1.1.1 na rua Cons. João Alfredo,
284). Existem ainda, entre os tipos menos antigos, guarnições que possuem as mesmas dimensões de uma
cercadura, tendo metade da superfície desta, ou pouco mais, decorada e a outra lisa. Por exemplo: CE 19.1.2 e
CD 14.1.1 (Figura 33).
53
Azulejaria de Belém do Pará
Figura 34 – Azulejos cuja parte cerâmica é vermelha. Desenhos: Maria Lúcia Amaral, 1980. Acervo: Dora Alcântara.
Dentre as técnicas para a decoração dos azulejos registrados em Belém, anteriormente descritas, encontra-se a
que aplica a decalcomania. Nessas decorações, predominantemente monocromáticas, as cores mais frequentes
são: marrom, verde, azul e vermelho avinhado. Em Belém, foram identificados padrões alemães da Villeroy
& Boch Mosaik Fabrik (Mettlach, Dresden e Merzig), da Steingutfabrik (Witteburg-Farge a/d Weser), da
Wandenplatenfabrik (AG-Grohn ber Bremen); padrões franceses de Boulanger & Cie. (Choisy-le-Roi/Seine);
padrões belgas Boch Frères (La Louvière) e padrões portugueses da Fábrica de Sacavém.
Os azulejos em relevo constituem uma experiência antiga. Para Portugal, os primeiros exemplares foram
importados de Sevilha (Espanha), para o Paço de Sintra, no fim do século XV ou princípio do XVI, durante o
reinado de D. Manuel I. Em finais do século XVII, a experiência foi repetida, em Portugal, apresentando alguns
exemplos um tanto excepcionais. O mais notável é o conjunto existente nos jardins do Palácio dos Marqueses
da Fronteira, em Lisboa.
No Porto, a produção de azulejos em relevo situa-se em torno de 1860. Alguns padrões foram registrados em
Belém: PR 1.1.4, PR 1.1.5, PR 4.1.1, PR 5.1.1, PR 5.1.2, PR 5.1.3, PR 6.1.1 e FR 3.1.1. O padrão PR 8.1.1
corresponde a uma quadra do padrão PR 7.1.1, que reveste a edificação da travessa Frutuoso Guimarães, 611, do
bairro da Campina, ou seja, contém quatro elementos do padrão PR 7.1.1, que, em proporção reduzida, formam
um único azulejo (Figura 35). Essa gradativa diminuição dos padrões, em Portugal, era muito criticada no século
XIX, quando os de relevo não eram igualmente apreciados, como fica explícito em comentários da época:
54
Azulejaria em Belém do Pará
Os de relevo do Sr. Cunha e Silva da Fábrica Carvalhinho são, em parte,
de padrão tão miúdo, que nenhum efeito podem produzir ao longe, postos
numa parede.
(...)
O azulejo de relevo, principalmente, é de um efeito triste, com única exceção
da fábrica já citada do Senhor Ferreira Pinto. (VASCONCELOS,
Joaquim de, 1883, apud ALCÂNTARA, Dora, 1980, p. 57)
FR 3.1.1
Figura 35 – Padrões de azulejos de relevo encontrados em Belém. Desenhos: Maria Lúcia Amaral; 1980. Acervo: Dora Alcântara.
Fotos: Thais Sanjad, 2015.
55
Azulejaria de Belém do Pará
Figura 38 – Padrão PM 1.3.3 com pintura em efeito símile mármore, existente na fachada da antiga fábrica de gelo, na travessa São
Francisco, 60. Foto: Thais Sanjad, 2015.
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Azulejaria em Belém do Pará
Procedência
Não é muito segura a identificação do azulejo, quando aplicado. O mais prudente, e quase sempre indispensável,
é examinar o tardoz, onde vem gravado o nome da fábrica ou alguma outra marca indicativa da mesma. Ainda
assim, as dificuldades persistem, como no caso bastante comum de uma fábrica possuir mais do que uma única
marca. Outras vezes, não há nenhum sinal, o que ocorre com muita frequência nos padrões mais antigos,
especialmente os portugueses e os holandeses.
As dimensões dos azulejos são, até certo ponto, indicativas de sua procedência, muito embora não possam
ser tomadas como dado absoluto. Por exemplo: os azulejos franceses mais frequentes, no Brasil, provêm
de Desvres (Pas-de-Calais) ou de Choisy-le-Roi e têm, em geral, pequenas dimensões, de 10 x 10 cm a 11
x 11 cm. No entanto, dos azulejos aplicados em Belém, os maiores, de 19,8 x 19,8 cm, eram franceses,
identificados como produção de St. Henry – Marseille Arnaud, Etienne et Cie., já mencionados, e respectivos
frisos FE 38.1.1 (21 x 6 cm). Além desses, o padrão PE 133.1.1 e a cercadura CD 15.1.1, ambos com 21 x
21 cm de lado (Figura 39).
Figura 39 – Azulejos franceses de maior dimensão, que fogem do padrão convencional pequeno. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
Inversamente, a Villeroy & Boch, cujos azulejos costumam ser dos maiores, como por exemplo PMR 7.1.1
(Figura 36), que mede 17,5 x 17,5 cm, produziu também o PE 110.1.1 (Figura 34) com 11 x 11 cm de lado.
Esse padrão PE 110 exemplifica, igualmente, a dificuldade existente devido ao fato de não haver exclusividade
de padrões por parte das fábricas. O PE 110.1.1 – padrão croché –, em Portugal, foi produzido por Viúva
Lamego, Sacavém, Carvalhinho e Calçada dos Cesteiros (ou Roseira). Ele foi também produzido na Holanda,
entre os anos 1880 e 1920, informação que nos é dada por Jan Pluis, que constata o registro desse padrão
em publicações ou em estampilhas das fábricas Van Hulst e Tjalling, de Harlingen; Tichelaar, de Makkum; e
Ravesteyn, de Utrecht.
De grande utilidade são os antigos catálogos das fábricas, que exibem seus padrões e marcas referentes aos
períodos de fabricação. Alguns exemplos estão incluídos no apêndice desta publicação.
Na primeira etapa deste trabalho, foi grande a dificuldade para identificar a procedência dos padrões encontrados;
eram poucas as publicações sobre a azulejaria dos séculos XIX e XX, que foi, entretanto, despertando maior
atenção, tanto no Brasil como em Portugal e noutros países europeus.
A informação sobre a procedência dos padrões existentes em Belém está ainda incompleta. As que foram obtidas
estão registradas nas planilhas de padrões, guarnições e elementos ornamentais, igualmente incluídas entre os
apêndices desta publicação.
57
Azulejaria de Belém do Pará
Nossa arquitetura no início do período colonial reproduziu, basicamente, o modelo português, que foi sendo
adaptado a uma nova realidade climática, de sítio e de contato com população com processo diferente de
civilização. Nesse quadro, deveria responder satisfatoriamente ao modelo socioeconômico – a agroindústria
açucareira com base no trabalho escravo. A mão de obra, por exemplo, não poderia deter-se na construção mais
aprimorada das casas-grandes e, sim, nas atividades geradoras de recursos econômicos.
Com essa mesma visão voltada para as atividades produtoras, os donatários aplicavam seus capitais nos engenhos,
e os núcleos urbanos, a seu encargo, eram bastante rudimentares. Naqueles em que a função defensiva era a
principal, todos os esforços concentravam-se na construção das fortalezas. Por isso, o casario neles existente era
igualmente precário. Madeira e barro, materiais que a terra oferecia, prestavam-se para as construções de pau a
pique, de execução mais rápida, capazes de satisfazer as necessidades daqueles núcleos primitivos. As construções
em alvenaria de pedra eram pouco comuns. A telha custou, muitas vezes, a substituir a palha nas coberturas.
A arquitetura colonial teve, em Lucio Costa, um de seus primeiros apreciadores, que indicou, em “Documentação
Necessária” (1937), um caminho para seu estudo. Nos aspectos evolutivos da arquitetura brasileira, nele
apontados, enquadra-se a trajetória da arquitetura de Belém, ressalvadas algumas particularidades: as prospecções
feitas no Forte do Presépio, por exemplo, revelaram o uso de uma “taipa encamisada de pedra”, técnica que foge
aos padrões mais usuais.
Pelas descrições de viajantes estrangeiros reproduzidas, que em diferentes datas passaram por Belém, é possível
acompanhar, a partir do século XVII, a evolução de sua arquitetura, a começar pelas casas de taipa, cobertas de
palha, que já seriam mais espaçosas e confortáveis, algumas delas de “pedra e barro”, por volta de 1680.
Em seu livro Quadro da arquitetura no Brasil, Nestor Goulart Reis Filho (1970) destaca a existência de uma
interdependência entre a arquitetura e a estrutura urbana da qual resulta o tipo de loteamento, bem como
a de ambas com o contexto socioeconômico, ressaltando que as marcas deste se verificam primeiramente
na arquitetura.
De fato, no caso de Belém, a evolução arquitetônica torna-se mais expressiva em meados dos setecentos, com
a nova política da Metrópole em relação à Amazônia. Nesse momento surgem edificações de maior porte e
qualidade na paisagem urbana, como as realizações de autoria do arquiteto italiano Antônio José Landi, com
destaque para o Palácio do Governo, que seria um dos melhores edifícios do Brasil, de acordo com a classificação
de Avé-Lallemant, em parecer anteriormente registrado. Essa obra de Landi trouxe ao Pará o estilo da Escola
Bolonhesa, que conservava traços classicizantes do Maneirismo italiano, ao mesmo tempo em que adotava um
Tardo-Barroco, com suas características inflexões para o Rococó.
Nas primeiras décadas do século XIX, a maior parte do casario era ainda de um só pavimento. Já então
predominava o uso da alvenaria de pedra e da cantaria nos acabamentos. Estes, provavelmente, não se estendiam
aos cunhais, tratados como pilastras pintadas em azul e amarelo, da mesma maneira que as portas e as janelas,
contrastando com as paredes brancas, conforme descrição de Alfred R. Wallace, em 1848. Ainda não fora
introduzido o uso do vidro nas janelas. No centro da cidade, entretanto, já havia casas de grande porte e edifícios
altos junto ao porto, segundo depoimento de Henry W. Bates do mesmo ano.
Como visto, de volta a Belém onze anos depois, Bates surpreende-se com as modificações e os melhoramentos
que encontra, entre outros, o calçamento das principais ruas. Na descrição de casas com varandas, parece
referir-se às de porão alto. Visitando a cidade, no mesmo ano, Avé-Lallemant considera algumas casas como
“verdadeiros palácios em miniatura”. É assinalado o uso do tijolo e das coberturas de telha na quase totalidade
das edificações.
58
Azulejaria em Belém do Pará
A primeira metade do século XIX registra a vinda da Família Real para o Brasil e, logo após, da Missão Artística
que trouxe, para o Rio de Janeiro, o arquiteto Grandjean de Montigny, introdutor oficial do novo estilo, o
Neoclássico, adotado nas construções oficiais e, a seguir, assimilado pelas demais.
Jussara da Silveira Derenji (1987) comenta a esse respeito:
Os acontecimentos ligados à transferência da Corte portuguesa para o Brasil se refletem fraca e
tardiamente no Pará. A Missão Francesa, que determinou os rumos da arquitetura e implantou
o estilo neoclássico no país a partir de 1816, pouca influência virá a ter na região. Aliás, nesse
período, as ligações de Belém com a Corte eram muito esparsas. A principal dificuldade das
viagens de navio, único transporte entre essas cidades, eram as fortes correntes da costa que, até a
utilização da navegação a vapor, faziam a duração das mesmas se situar entre três e cinco meses.
As notícias chegavam então com mais rapidez via Estados Unidos e Inglaterra.
Elementos da linguagem neoclássica, consequentemente, seriam adotados apenas com o Ecletismo, estilo
arquitetônico que expressou a prosperidade crescente, proporcionada pela atividade extrativa da borracha.
À medida que a exportação da borracha vai dando a Belém uma riqueza até então desconhecida, a paisagem
urbana transforma-se ao modelo parisiense, expandindo seu território urbano: ruas e passeios são calçados, abertos
boulevards, construídos quiosques e criados bosques; implantam-se infraestrutura e arborização amenizando a
temperatura; edifícios públicos e religiosos destacam-se, assim como numerosos e requintados palacetes, com
a variedade de elementos decorativos típica do Ecletismo, estilo então em vigor, e uma arquitetura contextual,
que também se enriquece. Todo esse conjunto era abastecido por empresas estrangeiras, através dos navios que
faziam linhas diretas da Europa para Belém e Manaus. Podemos aqui citar algumas: Walter MacFarlane & Co.
Ltd., de Glasgow (empresa escocesa com filial na Inglaterra); Singlehurst, Muller & Co. (inglesas); Guillot-
Pelletier Fils et Cie., de Orléans, e Aciéries, de Longwy (francesas) e Forges d’Aiseau (belga).
Além do suporte econômico da borracha, Belém, por mais de uma geração (1890-1912), contou com a figura de
um mecenas, a do intendente maranhense Antônio José de Lemos (1897-1911), de um engenheiro, Francisco
Bolonha, e com a contribuição de algumas famílias ricas: Faciola, Pinho, Paes Barreto, além das de Dr. Augusto
Montenegro, Virgílio Sampaio, Carlos Brício da Costa, Victor Maria da Silva e outras, que permitiram à cidade
o luxo de viabilizar a construção de vários estabelecimentos comerciais e residenciais, como é o caso do Paris
N’América, localizado na rua Santo Antônio.
O uso do ferro, típico desse período, caracterizou-se por uma associação à alvenaria. As edificações eram
externamente elevadas em alvenaria, com estilos tradicionais, mas apresentavam em suas partes internas
estruturas, escadas ou pavilhões completos de ferro. O Mercado de Carne é um belo exemplo, assim como o
pavilhão do Asilo da Mendicidade. Dessa arquitetura, aliás, encontra-se um bom estudo, antes citado, da autoria
de Jussara Derenji, “Arquitetura eclética no Pará - no período correspondente ao ciclo econômico da borracha:
1870-1912”, publicado em Ecletismo na arquitetura brasileira.
Aos palacetes, notáveis por seu requinte decorativo, estão associados os azulejos que revestem seus interiores.
Esses palacetes e respectivas decorações com azulejos deverão ser objeto de análise mais detida, quando for
complementada a pesquisa sobre azulejaria de interiores.
Se esses requintados exemplares destacam-se pontualmente, não menos representativa do período de riqueza
foi a arquitetura contextual, com casas térreas e sobrados, alguns bastante elevados, exibindo caprichosos
acabamentos, aí incluído o revestimento azulejar.
Nas obras citadas de Lucio Costa e de Nestor Goulart Reis Filho, é interessante notar que o primeiro, imbuído
dos conceitos da moderna arquitetura – preconizados pela Bauhaus e no Brasil divulgados, especialmente, por Le
Corbusier –, considera o Ecletismo como um hiato na evolução natural de nossa arquitetura colonial para o Moderno.
59
Azulejaria de Belém do Pará
Lucio exemplifica:
(...) outro ponto digno de atenção é o que se refere à relação dos vãos com a parede. Nas casas
mais antigas, presumivelmente nas dos fins do século XVI e durante todo o século XVII, os cheios
terão predominado, e logo se compreende por que; à medida, porém, que a vida se tornava mais
fácil e mais policiada, o número de janelas ia aumentando; já no século XVIII cheios e vazios se
equilibram, e no começo do século XIX, predominam francamente os vãos; de 1850 em diante
as ombreiras quase se tocam, até que a fachada, depois de 1900, se apresenta praticamente toda
aberta, tendo os vãos, muitas vezes, ombreira comum,
que evoluiriam para as janelas rasgadas das modernas fachadas livres, totalmente sem função estrutural, exercida
pela estrutura independente, dois dos princípios daquela modernidade arquitetônica.
Em Belém, a maior parte do casario é oitocentista e, por esse motivo, os espaçamentos entre os vãos, os cheios,
são bastante reduzidos. Algumas edificações, por serem mais antigas ou por uma persistência formal, ainda os
têm um pouco maiores (Figura 40).
Naquele estudo, o autor também chama a atenção para a progressiva adoção “das novas possibilidades da técnica
moderna, (...) como colunas finíssimas de ferro, os pisos de varanda em duplo T e abobadilhas, as escadas
também de ferro, soltas e bem lançadas”. Faz igualmente referência às calhas, que passaram a complementar a
ação protetora dos beirais contra as chuvas, afastando das paredes “a cortina de água derramada do telhado”, e
substituindo-os, depois, quando foram adotadas as platibandas.
Nestor Goulart Reis Filho, comentando o século XIX, considera que “conservou praticamente intacto, até a sua
metade, o velho esquema de relações entre a habitação e o lote urbano, que herdara do século XVIII”. De seu
ponto de vista, a persistência do sistema escravista não estimulou senão pequenas modificações, entre as quais
o uso do porão alto.
60
Azulejaria em Belém do Pará
B
Figura 40 – Edificações de fachadas azulejadas, com espaçamento maior entre os vãos, como a da travessa Gurupá, 114 (A), e menor,
como na travessa Marquês de Pombal, 122 (B). Fotos: Thais Sanjad, 2015.
61
Azulejaria de Belém do Pará
Sobre a segunda metade dos oitocentos, começa por afirmar: “Com a decadência do trabalho escravo e com o
início da imigração europeia, desenvolveu-se o trabalho remunerado e aperfeiçoaram-se as técnicas construtivas”
e, ainda, “surgem nessa época as casas urbanas com novos esquemas de implantação, afastados dos vizinhos e
com jardins laterais”, o que ocorre em Belém. Nos palacetes, os jardins têm maior presença (Figura 41).
Figura 41 – Casa urbana com jardim lateral, rua João Diogo, 492. Foto: Thais Sanjad, 2015.
O aumento do sistema de comunicações por terra e por mar, além da maior divulgação de imagens impressas
e cinematográficas, que começavam a trazer sua contribuição, estimulou a quebra dos esquemas mais rígidos.
O Ecletismo é a expressão arquitetônica desse fenômeno. Vocábulos provenientes de diferentes estilos são
associados, rompendo a sintaxe que seria própria a cada um.
Não é precisa a data do início do revestimento azulejar das fachadas. Pelas notícias de importação desse material,
em quantidade crescente, é possível pensar que, a partir da década de 1850, o azulejo tenha começado a dar um
novo colorido e brilho a essa arquitetura. A listagem das importações baseadas nas notícias de jornais da época
encontra-se nos apêndices já indicados nesta publicação.
O azulejo oitocentista e mesmo posterior (início do Século XX) revestiu as fachadas de um Brasil independente;
ainda que a maior parte das importações seja de fábricas portuguesas, o comércio, então livre, foi feito com
centros produtores de outros países.
Nas edificações, de um a quatro pavimentos, que ainda compõem o casario belenense, as envasaduras são, na quase
totalidade, janelas rasgadas (com vão de portas, mas com função de janelas) e portas. Nelas foram adotadas vergas
em arco pleno ou retas (Figura 42A), proposta neoclássica. As primeiras, muitas vezes, destacam a chave do arco
com elemento decorativo, entre eles uma aduela com estrias (Figura 42B); as vergas retas, algumas vezes decoradas
em seu centro (Figura 42C), são encimadas, também, por cimalha, que exerce função de pingadeira ou, com maior
requinte, por uma sobreverga decorada e cimalha sustentada por pequenas mísulas (Figuras 42D e 42E) ou ainda
por arcos fantasiosos (Figura 43F). Outras vezes, frontões triangulares, em arco de círculo ou alternados, coroavam
as envasaduras (Figura 42G). O arco em arbaleta (Figura 42H), usado no Rococó, ainda se apresenta. Com muito
menor frequência e, quase excepcionalmente, o Neogótico foi evocado nas vergas em arco apontado.
62
Azulejaria em Belém do Pará
Figura 42 – Tipos de vergas e seus ornamentos em fachadas azulejadas de Belém: (A) rua Aristides Lobo, 145; (B) rua Rodrigues dos
Santos, 295; (C) travessa São Francisco, 60; (D) rua Cametá, 125; (E) rua Marquês de Pombal, 76; (F) rua Portugal, 55; (G) rua Dr.
Assis, Palacete Pinho; (H) rua Rodrigues dos Santos, 305. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
42A – Verga em arco pleno no térreo e reta no nível do 42B – Verga em arco pleno e chave do arco com elemento
pavimento superior. decorativo.
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Azulejaria de Belém do Pará
42E – Sobreverga decorada e cimalha com frontão sustentado 42F – Vergas em arco arbaleta.
por mísulas coroando duas portas e janelas ladeadas por
pilastras que marcam o eixo da composição da fachada.
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Azulejaria em Belém do Pará
42G – Fachada em que se alternam vergas retas e curvas, frontões em arco de círculo ou triangulares, ajustando-se às linhas de
composição da mesma.
42H – À esquerda, casa térrea, com vãos em arco pleno e à direita, com vãos em arco arbaleta.
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Azulejaria de Belém do Pará
Algumas vezes, as ombreiras foram tratadas como pilastras, com capitéis inspirados em modelos clássicos ou
mais fantasiosos (Figura 43).
Figura 43 – Fachadas azulejadas com as respectivas ombreiras tratadas como pilastras, com capitéis, sendo: (A) edificação na rua
Siqueira Mendes, 144 e (B) detalhe das ombreiras; (C) edificação na rua Gaspar Viana, 180 e (D) detalhe das ombreiras. Fotos: (A)
Janduari Simões, 2010; (B, C, D) Thais Sanjad, 2015.
B C
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Azulejaria em Belém do Pará
D
As janelas e portas passaram a ser encimadas por bandeiras, algumas vazadas ou móveis, que aeravam os interiores.
As bandeiras, em finais do XIX e princípios do XX, não só recebiam vidros como os tinham recortados em
caixilhos de formas caprichosas e, algumas vezes, coloridos.
Os balcões, sacados (Figuras 44A e 45) ou entalados (Figura 44B), exibem serralheria com diferentes desenhos.
Os primeiros simulam, muitas vezes, estar sustentados por cimalhas, mísulas etc.; ambos foram também
executados em alvenaria.
Figura 44 – Exemplos de balcões sacados (A) em edificação azulejada situada na rua Dr. Assis, 130, e entalados (B), na edificação nº
213/215 da mesma rua. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
A B
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Azulejaria de Belém do Pará
A B
Figura 45 – Exemplos de balcões sacados em edificações azulejadas situadas na avenida Castilhos França, 346 (A) e 253 (B). Balcões
sublinhados por cordão ressaltado. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
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Azulejaria em Belém do Pará
A B
Figura 47 – Edificação na travessa São Francisco, 60, com pilastras decoradas, cascatas de flores (A) e cabeça feminina (B). Fotos:
Thais Sanjad, 2015.
Não eram raros os condutores verticais de água pluvial decorados com discreto relevo (Figura 48).
Os beirais são menos frequentes do que as platibandas e estas exibem grande variedade formal: cegas, com ou
sem painéis de azulejos e molduras em relevo; vazadas com balaústres alternados com pequenos panos cegos,
com decoração maior ou menor; painéis marcam o eixo de fachadas, em alguns casos, quando neles costuma
haver um coroamento curvilíneo, ornatos e, às vezes, um pequeno pináculo.
Sobre as platibandas dispõem-se, muitas vezes, ânforas, vasos e demais exemplares cerâmicos da chamada louça
do Porto (Figura 49).
A B C D E
Figura 48 – Exemplos de condutores verticais existentes em fachadas azulejadas, sendo (A) Tomázia Perdigão, 62; (B) Siqueira Mendes,
144; (C) Dr. Assis, 586; (D) 15 de Novembro, 280; (E) Marquês de Pombal, 128. Fotos: Thais Sanjad, 2015.
69
Azulejaria de Belém do Pará
Figura 49 – Residência de Victor Maria da Silva, edificação com platibanda. Fonte: Acervo do Departamento de Patrimônio Histórico,
Artístico e Cultural da Secult-PA.
Testemunhos da riqueza dessa memória ainda persistem na paisagem urbana da cidade de Belém, mas estão
paulatinamente desaparecendo, desde a decadência do ciclo da borracha até os dias atuais, frente a uma renovação
urbana insensível a esses valores culturais, o que é lamentável, porque a cidade de Belém é parcialmente um
museu vivo. A paisagem urbana que exibe documenta seus valores históricos e culturais, inseridos, como
vimos, nos dois ciclos determinadores de seu desenvolvimento. O primeiro, setecentista, decorrente da política
pombalina, com a criação da Companhia de Comércio e do estado do Grão-Pará e Maranhão, é representado,
sobretudo, pela marcante contribuição de Antônio José Landi. O segundo, de meados do Oitocentos até a
primeira década do século XX, baseado na fartura do ciclo da borracha, é representado pela “arquitetura do
ferro” e pela variedade estilística das edificações.
Entre os estilos encontrados então na cidade, misturam-se o estilo Liberty (Residência do Senador Antônio
Lemos), que já não existe na paisagem urbana; o Art Nouveau; o Classicismo do século XIX; e, ainda, o Neogótico
e o Ginger Bread (estilo Vitoriano) das primeiras décadas do século XX. Todos esses estilos arquitetônicos e, em
especial, o estilo Eclético e o Art Nouveau, se fazem muito presentes na arquitetura de residências e prédios
comerciais. Entre estes: Paris N’América, Bom Marché, Maison Française; fábricas e prédios públicos, de autoria
de Francisco Bolonha, Filinto Santoro, Gino Coppedè etc. Herança de duas épocas áureas da memória paraense,
esse acervo ainda merece atenção de estudiosos e intelectuais. Quem não conhece os azulejos apainelados dos
palacetes Bolonha e Faciola, ou da residência de Victor Maria da Silva (Figuras 50 a 53)? Nesta última, alguns
dos painéis azulejados internos, assinados por Hippolyte Boulenger, foram severa e lamentavelmente danificados
em janeiro de 2012 (Figuras 52 e 53).
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Azulejaria em Belém do Pará
B
A C
Figura 50 – (A) Painel figurativo de azulejo da fábrica francesa Boulenger & Cie., de Choisy-le-Roi, localizado no salão nobre da
edificação Victor Maria da Silva; (B) e (C) marcas existentes no painel. Fotos: Thais Sanjad, 2012.
Figura 51 – Painéis figurativos de azulejo da fábrica francesa Boulenger & Cie., de Choisy-le-Roi, localizados no salão nobre da
edificação Victor Maria da Silva. Fotos: Thais Sanjad, 2012.
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Azulejaria de Belém do Pará
É válido e desejável que as cidades sejam dotadas dos valores contemporâneos; eles devem ocupar um lugar no
“museu urbano”. Com discernimento e sensibilidade, podem-se compatibilizar valores antigos e atuais, para
que a harmonização da diversidade cultural constitua o testemunho da história de uma sociedade, conferindo
identidade ao espaço em que ela habita.
B
Figura 52 – Painel figurativo de azulejo da fábrica francesa Boulenger & Cie., de Choisy-le-Roi, localizados no salão nobre da
edificação Victor Maria da Silva, antes (A) e após (B) a mutilação em 2012. Fotos: (A) Secult, 2011; (B) Thais Sanjad, 2012.
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Azulejaria em Belém do Pará
A B
Figura 53 – Painel figurativo de azulejo da fábrica francesa Boulenger & Cie., de Choisy-le-Roi, localizados no salão nobre da
edificação Victor Maria da Silva, antes (A) e após (B) a destruição em 2012. Fotos: (A) Secult, 2011; (B) Thais Sanjad, 2012.
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Azulejaria de Belém do Pará
REGISTROS DEVOCIONAIS
Belém do Pará é largamente conhecida no Brasil como a cidade da borracha, das mangueiras e do Círio de
Nazaré. Mas, como vem sendo exposto, a azulejaria também oferece, aos moradores e visitantes, colorido e
brilho que apaixonam. Dentre os diversos tipos de azulejos aqui analisados, cabe alusão ao que é conhecido,
em Portugal, como registro devocional. Na planilha, assim como no mapa de localização das edificações, estão
indicadas as edificações onde se encontram os exemplares dessa tipologia.
Os registros – ou “registos”, conforme designação original portuguesa – são painéis, maiores ou menores, quase
sempre usados externamente.
José Meco informa que sua utilização começa na primeira metade do século XVIII e se torna mais frequente na
segunda, como forma de devoção popular, em busca de proteção para a casa e seus moradores. Intensificou-se
nesse período por causa do terremoto de 1755, que tanta destruição trouxe a Lisboa.
A descrição feita por aquele especialista no estudo da azulejaria é bem
expressiva:
Em enquadramentos rococó, desenvolvidos ou singelos, conforme a
dimensão da peça ou o número de imagens reunidas no mesmo registo,
situam-se os protectores da casa e da família (Virgem, Santo Antônio),
dos incêndios (São Marçal) e dos terremotos (São Francisco de Borja),
as Alminhas (almas do purgatório), e outras representações, por vezes
legendadas e datadas, tornando-se deste modo os registos um precioso
índice cronológico e esteticamente evolutivo da azulejaria.
Paulo Henriques faz referência a uma listagem dos registros relacionados
por Santos Simões, identificando alguns como produto da Real Fábrica de
Louça, no Rato. Na análise que deles faz, o autor indica como característica
do gosto daquela fábrica:
a passagem de um neoclássico gráfico, em painéis construídos a partir
de superfícies lisas e fortes marcações lineares, produzidos entre as
décadas de 1790 e 1800, a um outro neoclássico arquitetônico, rico
de simulações de objetos em volume com ornatos em relevo e maiores
dimensões, tendência que será desenvolvida entre cerca de 1805 e
1820, dirigindo-se para um ecletismo pré-romântico, marcado por
um excesso ostensivo de generosas volumetrias e profusas guarnições
fitomórficas, e assinalado pela perca de qualidade na figuração
historiada, características da produção final da Real Fábrica. (Figuras
54 e 55)
Essa expressão devocional popularizou-se de tal forma que se incorporou
à imagem da casa portuguesa, objeto de canção bem conhecida, em que
a devoção é a de São José. Não existe ainda um levantamento exaustivo,
em âmbito nacional, que permita identificar em quais cidades brasileiras se
localizam esses painéis, mas, com certeza, são numerosas. E, nelas, a existência
Figura 54 – Registro produzido pela Real Fábrica
de Louças (1790). Conserva marcações lineares de registros devocionais indica, de certo modo, a presença significativa de
do Neoclássico. Fonte: “Real Fábrica de Louça, ao imigrantes portugueses e seus descendentes. Em Belém, o maior número de
Rato”, catálogo das exposições do Museu Nacional do representações de Nossa Senhora de Fátima, dentre as de devoções marianas,
Azulejo, Lisboa, e do Museu Nacional Soares dos Reis,
Porto, 2003.
e de Santo Antônio, dentre as de santos, é mais um indício dessa origem.
74
Azulejaria em Belém do Pará
Embora sejam a continuidade de uma tradição portuguesa, os registros devocionais que se encontram em Belém
possuem expressão artística de menor importância. Em Portugal, exemplares análogos, produzidos muitas vezes
pelas fábricas que os exportaram para o Brasil, constituem a expressão popular que nos foi transmitida.
São pequenos painéis, os mais frequentes com doze azulejos, outros com quinze ou dezesseis, mas também
de nove, seis e quatro azulejos, apenas. Produto industrial do século XX, apresentam-se em séries repetitivas,
algumas vezes, com pequenas alterações nas molduras ou nas representações figurativas. Foram registrados, ao
todo, 46 painéis, dos quais 26 são dedicados a devoções marianas e vinte a devoções variadas.
A composição é simples: sobre a superfície retangular lisa, sobressai um medalhão de forma oval regular ou não,
com a imagem. As molduras, em sua maioria, são compostas por pequenos elementos decorativos – concheados
e volutas – e cartelas indicativas do objeto da devoção, na base. Outras, com vocabulário decorativo até certo
ponto semelhante, acompanham a forma retangular da base. Entre as retangulares, uma exibe enrolamentos
fitomórficos e outras apenas cantoneiras. Há painéis sem moldura. Os menores, quadrados com quatro azulejos,
são decorados segundo o eixo diagonal; neles, a figura inscreve-se em um círculo e as molduras, bastante
reduzidas, aproveitam o espaço junto aos vértices dos ângulos para inscrever motivo floral. Esse motivo, mais
bem desenvolvido, aparece em painéis retangulares, com seis azulejos.
Quase todos os registros são polícromos; apenas dois limitam-se ao azul e branco. Com maior frequência, as
molduras exibem o amarelo e a figuração em azul. As molduras com motivos florais, acima referidas, são em
azul sobre fundo branco e naquela que exibe enrolamentos fitomórficos, ao contrário, o fundo é azul. A própria
moldura, por vezes, é policroma.
As edificações em que foram aplicados esses registros devocionais confirmam seu caráter popular, bem como a
produção industrial menos antiga. Três dentre elas têm o aspecto das casas de porão alto, dos primeiros anos do
século passado, embora uma delas tenha sofrido intervenções que a desfiguraram parcialmente. Contemporâneo
a estas, será também um dos sobrados possuidor de registro devocional. As demais edificações são bem menos
antigas e, em sua maioria, refletem um conceito popular de habitação.
Essa manifestação devocional continua viva. Novos registros, de produção brasileira, continuam a marcar
resistências de cunho popular; neles sobressai a devoção à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses.
Figura 55 – Registro produzido entre 1805 e 1820. Neoclássico arquitetônico tendendo ao Ecletismo; objetos em volume com ornatos
em relevo. Fonte: “Real Fábrica de Louça, ao Rato”, catálogo das exposições do Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, e do Museu
Nacional Soares dos Reis, Porto, 2003.
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Azulejaria de Belém do Pará
76
B
Azulejaria em Belém do Pará
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Azulejaria de Belém do Pará
AZULEJOS DA CAPELA-MOR
Embora tendo sido objeto de uma ampliação, a capela-mor conserva, em suas paredes laterais, cenas das vidas de
São Francisco (Figura 57) e de Santo Antônio (Figura 58).
Figura 57 – Painéis da parede direita (de frente para o altar) – São Francisco. Acervo: Thais Sanjad. Retificação da imagem, Stephanie
Mendes, 2012.
Figura 58 – Painéis da parede esquerda (de frente para o altar) – Santo Antônio. Acervo: Thais Sanjad. Retificação da imagem:
Stephanie Mendes, 2012.
Para a interpretação das imagens aí representadas, contamos com a colaboração franciscana de frei Cassiano de
Almeida, que nos auxiliou, também, na compreensão dos painéis da sala capitular.
A disposição dos primeiros é bastante engenhosa: dois nichos, dispostos simetricamente, um em cada parede,
provavelmente terão fechado os vãos de janelas aí existentes e que agora se reabrem para a contemplação de
78
Azulejaria em Belém do Pará
cenas místicas, proporcionadas pelos painéis de azulejos que os ocupam. De um lado, tem-se a tão conhecida
visão de Santo Antônio ao receber da Virgem Mãe Rainha seu Divino Filho (Figura 59); do outro, São Francisco
está junto a um poço, cuja água, fonte da vida, ele abençoa; sentado próximo ao poço, um frade em oração,
que segura o rosário (Figura 60). Essas novas “janelas” possuem delicada moldura de volutas, conchas, pérolas e
folhagem; são ladeadas por quadros que recobrem a espessura da parede, ou seja, a profundidade do nicho.
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Figura 59 – Cena mística da visão de Santo Antônio, que recebe Figura 60 – Cena de São Francisco junto a um poço. Foto: Renata
da Virgem Mãe Rainha seu Divino Filho. Foto: Renata Aguiar Aguiar Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
Neles estão representados frades. O painel que esses nichos abrigam tem oito azulejos na base e seis e meio na
altura; os que recobrem a profundidade também são compostos por seis e meio azulejos de altura e três unidades
na base.
Ladeando o painel com Santo Antônio, um frade com cajado, segundo a interpretação de frei Cassiano, “induz
à concepção de ser missionário sempre a caminho”, remetendo igualmente ao conselho de Jesus Cristo a seus
discípulos de nada levar “além do cajado, uma túnica e sandálias” (Mc 6,7-13). O frade representado na imagem
fronteira, além do cajado, carrega um saco às costas “mostrando seu ofício de esmoler”; levam ambos uma capa,
“que se chama mantelo, por não poder usar dois hábitos”, mas, devido ao inverno europeu, era-lhes facultado o
uso desse abrigo para “amenizar o frio”. O mantelo, no entanto, não poderia “ultrapassar a altura do cordão”.
Frei Cassiano chama a atenção para o fato de que o primeiro desses frades usa tonsura, símbolo na Idade Média
da coroa de Cristo (Figura 61). Comparando-o com o religioso da imagem fronteira, o esmoler, que não possui
tonsura, diz ser este apenas um iniciante na vida franciscana (Figura 62).
Do lado oposto, no nicho, não há a descrição de uma cena da vida de São Francisco, propriamente. No claustro
dos conventos franciscanos, existe sempre um poço, convite para aquele que tenha sede ir às águas, entendidas
como o conhecimento das Escrituras Sagradas, da história da Ordem e a compreensão do projeto salvífico.
Assim, o poço e suas águas simbolizam a própria espiritualidade e um convite a seu exercício, para aqueles que
dela tenham sede. “Na cena, São Francisco está abençoando a água, manifestação do Cântico das Criaturas, em
que ele fala da castidade e pureza da água, como também, de sua humildade, aquela que fecunda”. Nessa cena,
figura ainda um frade com o rosário, cuja devoção já era exercitada (Figura 60).
Um dos frades, que ladeiam essa cena, mostra a túnica que leva em viagem (Figura 63), única de acordo com
o conselho evangélico observado pelos franciscanos, e o outro é mais um “missionário a caminho” (Figura 64).
Um torçal de folhas de carvalho emoldura esses quadros.
Ladeando as ombreiras das “janelas” que se abrem, molduras, pintadas nos azulejos, acompanham o movimento
de abertura; exibem cascata de flores, concheado e são contornadas por volutas, a que se sobrepõe uma leve
folhagem. Sob o peitoril, vê-se um suporte: escócias lisas entre toros decorados com formas vegetais. Diante desse
suporte estão volutas que se movimentam e, na parte central, tendo ao fundo delicada malha, está representada
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Azulejaria em Belém do Pará
Figura 61 – Frade com cajado usando mantelo. Foto: Figura 62 – Frade esmoler. Foto: Renata Aguiar Rodrigues,
Renata Aguiar Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio. 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
Figura 63 – Frade com cajado e túnica. Foto: Renata Figura 64 – Missionário a caminho. Foto: Renata Aguiar
Aguiar Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio. Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
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Azulejaria de Belém do Pará
uma cabeça com láurea, coroada por voluta auricular que envolve concheado. Suspensa nas volutas laterais e no
suporte, vê-se uma guirlanda de flores, frutos e folhagens (Figuras 65 e 66).
Figura 65 – Molduras que acompanham o movimento Figura 66 – Sob o peitoril vê-se o suporte. Acervo:
de abertura das janelas. Acervo: Iphan-PA, 2007. Iphan-PA, 2007.
Os nichos assim descritos, não sendo simétricos em relação às ilhargas da primitiva capela-mor em que
estão inseridos, determinam as diferentes dimensões dos painéis que as revestem. O maior é formado por
dezesseis azulejos e mais duas meias unidades; o menor, por dez e mais meia unidade. Essas frações da peça
correspondem à necessidade de ajuste à superfície a que estão destinados os painéis. Em altura, são onze os
azulejos que os dimensionam.
À esquerda de quem esteja voltado para o altar, além da “visão de Santo Antônio”, podem ser apreciadas cenas
antoninas. Do lado oposto, veem-se outras, da vida de São Francisco.
O painel menor, à esquerda, repete a aparição do Menino Jesus a Santo Antônio, ajoelhado em oração; anjinhos
acompanham o Menino Deus. No maior painel está representada a pregação de Santo Antônio aos peixes. Frei
Cassiano sugere o sentido possivelmente lendário de certos milagres que, a partir de um fato real, representam
desdobramentos um tanto fantasiosos (Figuras 67 e 68).
Figura 67 – Aparição do Menino Jesus a Figura 68 – Pregação de Santo Antônio aos peixes. Foto: Renata Aguiar Rodrigues,
Santo Antônio, ajoelhado em oração. Foto: 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
Renata Aguiar Rodrigues, 2015. Acervo:
Mariana Sampaio.
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Azulejaria em Belém do Pará
A repetição das cenas antoninas que se observa no nicho e em um dos painéis também ocorre nas franciscanas,
nos dois painéis maiores, mas “com diferenças iconográficas consideráveis, que trazem todo um contexto
significativo, sem contar a beleza de ambas, porém o lirismo de uma se encontra expresso num gestual amoroso
de total entrega (de São Francisco) a seu Amado”. A cena que se passou no Monte Alverne é aqui representada
numa planície, tendo ao fundo “duas construções que, aparentemente, parecem ser duas igrejas, a de Nossa
Senhora dos Anjos (Porciúncula) e a igreja de São Damião, lugares significativos para o querido pai”: a primeira
foi o lugar da conversão e a outra “onde toda a missão começou” e onde ele alcançou “a graça da indulgência da
Porciúncula”. Na biografia citada por frei Cassiano, esta é a descrição:
Dois anos antes de devolver sua alma ao céu, permanecendo ele no eremitério que, pelo lugar
em que estava situado, se chama Monte Alverne, viu numa visão divina (cf. EZ 1,1; 8,1) um
homem à semelhança de um Serafim que tinha seis asas, o qual pairava acima dele com mãos
estendidas e com os pés unidos, pregados à cruz. (CELANO)
A outra cena mostra a narração da estigmatização. “Aparentemente, o artista não se ateve ao ato da estigmatização,
pois a cena anterior já o fez, mas sim mostra as testemunhas, que nada mais são do que Frei Elias e Frei Rufino”
(Figura 70).
Figura 69 – O ato da estigmatização, versão Figura 70 – A estigmatização, outra versão incluindo as figuras de frei Elias e frei
poética do pintor. Foto: Renata Aguiar Rufino. Foto: Renata Aguiar Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
Rodrigues, 2015. Acervo: Mariana Sampaio.
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Figura 71 – Sob os painéis, a moldura dá continuidade à que embasa o nicho. Acervo: Thais Sanjad. Recorte de imagem retificada:
Stephanie Mendes, 2012.
A moldura, que envolve toda a composição, complementa esse interessante conjunto de imagens. Sob os painéis,
ela dá continuidade à que embasa o nicho; conchas fazem as vezes de cartelas, sobrepostas a uma superfície
preenchida com a mesma delicada malha que se encontra diante do suporte do nicho; finas molduras curvilíneas
estendem-se de ambos os lados. Nos painéis maiores, alongam- se em volutas, para sustentar novas guirlandas,
suspensas nas extremidades; uma delas o faz logo acima do plinto, apoio da fantasiosa coluna que delimita a
composição (Figura 71).
Compondo a base dessa coluna, o plinto se apresenta como que
revestido de mármore, com moldura e cravos para fixação. A
coluna, em perspectiva, assim como sua base, é composta por dois
segmentos superpostos, com formas curvilíneas, molduras lisas, que
se dobram em volutas ao encontrar-se (aproximadamente, à meia
altura). Também possui superfície central trabalhada em hachuras;
sobre esta, coroando o pilar, vê-se uma cabeça com diadema e gola
de lambrequins, com borla; no segmento inferior, concha e cascata
de flores, que se repetem envolvendo a coluna, assim como o fazem
as palmas. Entre sua base e o plinto, existe uma placa emoldurada
por óvulos. No topo das colunas, apoia-se o entablamento, visível
apenas em suas extremidades e, no mais, oculto pela decoração, tal
como acontece com o embasamento (Figura 72).
Esse fantasioso elemento estrutural, além de integrar-se na
moldura, marca enfaticamente seus limites laterais e preenche, aos
pares, desvãos entre portas, ladeando painéis mínimos que exibem
pequena figuração.
A sugestão arquitetônica – seus elementos estruturais e decorativos
– está sempre presente. Sobre o entablamento, a decoração inspira-
se na que era usada na chave dos arcos de portas e de janelas,
ou encimando suas vergas (“agrafe”); tem, como figura central,
um querubim coroado por palmeta estilizada, com moldura em
forma de voluta auricular. Essa figura pousa sobre elementos
Figura 72 – Colunas, respectivos plintos e vegetais, envolvida por outras volutas, sendo também ladeada por
supedâneos. Foto: Dora Alcântara, 2014. moldura um tanto rígida, embora descreva movimento curvilíneo.
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Azulejaria em Belém do Pará
Pode sugerir peça de serralheria. Possui recortes
curvilíneos, cabeças de cravos de fixação e pequenas
flores estilizadas (Figuras 73 e 74).
O painel completo (conjunto do nicho e de dois
painéis, com 26 e mais duas meias peças) apoia-se
em supedâneo, com cinco azulejos de alto, e rodapé,
com uma fiada de azulejos e outra com meias peças,
marmoreados em azul escuro. Sob as colunas, o
supedâneo lança consolos em forma de mísulas
para sustentá-las. A representação das colunas tem
por base dois azulejos, cujos limites juntam-se aos
restantes elementos do painel; participando da
linguagem decorativa do conjunto, nas mísulas
também estão guirlandas suspensas. O supedâneo
ficou prejudicado pelo novo piso de madeira com
degraus que, subindo até ao nível da nova base
do altar, não corresponde à solução original. Nela
havia dois painéis emoldurados e outra moldura
delimitando uma área contínua revestida com
azulejos azuis marmorizados. O maior deles, com Figura 73 – Verga em arco pleno, decorada por agrafe. Fonte: A.
dez azulejos de largura, ficou em parte encoberto e o RAGUENET. Matériaux et documents d’Architecture... Paris: H.
restante da composição, com algumas intervenções Cagnon Libraire, 1872. Foto: Reinaldo Smoleanschi, 2015.
equivocadas. Os painéis têm tratamento diverso que
se repete, no entanto, nos que lhe são simétricos.
Sob a cena do sermão aos peixes, uma das cartelas
exibe os atributos de Santo Antônio: a cruz, o
lírio e o livro, que simbolizam sua fé, pureza (a
integridade de seu amor a Deus) e sua erudição
teológica. É interessante notar que esses atributos de
Santo Antônio estão presentes nas cenas antonianas:
aparecem no chão, ao lado do santo em oração, na
“visão oferecida pela janela” e em cima de mesa, na
outra. Na cena do sermão aos peixes, ele os leva na
mão e no braço.
Essa cartela (Figura 75), mais aberta do que a
outra, possui moldura com curvas e contracurvas
descritas por torçal de folhas de louro, envolvido
por concheado que, acompanhado por fina palma,
se eleva e se dobra em volutas; entre pequenas flores,
uma cabeça, coroada por concheado, semelhante
à que se encontra ao centro do entablamento, dá
fecho à composição, na parte superior. O remate
inferior, igualmente central, é feito pelas volutas Figura 74 – Decoração com agrafe, também aplicada na verga reta.
com que o concheado chega a seu limite. Nesse Fonte: A. RAGUENET. Matériaux et documents d’Architecture... Paris:
remate, insere-se pequena fiada de pérolas, vocábulo H. Cagnon Libraire, 1872. Foto: Reinaldo Smoleanschi, 2015.
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Figura 75 – Cartela do supedâneo com atributos de Santo Antônio. Foto: João Veloso, 2012. Acervo: Iphan-PA, 2012.
com frequência presente na linguagem barroca. A cartela, assim descrita, sobrepõe-se à base do painel, que visa
assemelhar-se a uma placa de mármore, tendo também representadas cabeças dos cravos de fixação. O painel
conta sete azulejos em sua largura. Uma barra mais rígida lhe serve de moldura. Nela foram feitos os recortes
curvilíneos, bem como aplicadas pequenas flores em forma losangular (fleurettes); ambos os motivos muito
frequentes nas decorações coetâneas. Não há simetria na composição das laterais: à direita, tendo como origem
uma forma volumosa e espiralada que sugere peça de madeira torneada, sobe um feixe de caules reunidos por fita
e encurvados na extremidade superior. Abre-se, também, outra voluta fitomórfica, em movimento ascendente.
Já à esquerda, esse conjunto apresenta-se simplificado, acompanhando um avanço do plano do supedâneo,
sugerido pela perspectiva.
A segunda cartela (Figura 76) é formada por concheado volumoso que se desenvolve como voluta e, na
extremidade inferior, em movimento helicoidal; emoldura uma cruz grega, cujos braços apresentam como
que pequeninas esferas (ou gotas) em suas extremidades. Também aqui, a base simula o mármore, nesse caso,
decorado com enrolamentos de acanto. A moldura é contornada por torçais, um deles utilizando folhas de
carvalho e o outro, folhas de louro; os cantos são marcados por diminutas cartelas.
Do lado oposto, a primeira cartela exibe o símbolo da Ordem Franciscana: “o braço de Francisco junto ao
braço de Cristo crucificado, ou seja, Francisco crucificado com Jesus, realização do desejo de sua alma” (Figura
77). Na cartela ao seu lado (Figura 78), figuram as cinco chagas de Cristo, símbolo da Ordem Franciscana
Secular (Ordem Terceira).
Esses painéis constituem autêntica expressão barroca, ao apresentarem a ilusão das janelas e do vazamento das
paredes, permitindo a visão de cenas místicas, as estruturas fantasiosas, a profusão decorativa, a abundância
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Figura 76 – Segunda cartela do supedâneo. Foto: João Veloso, 2012. Acervo: Iphan-PA, 2012.
Figura 77 – Cartela com o símbolo da Ordem Franciscana. Foto: João Veloso, 2012. Acervo: Iphan-PA, 2012.
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Figura 78 – Cartela com símbolo da Ordem Franciscana Secular (Ordem Terceira). Foto: João Veloso, 2012. Acervo: Iphan-PA, 2012.
de formas curvilíneas e a dinâmica com que se expressam. E, se o simbolismo de muitos desses elementos
decorativos que nos transmitiu frei Cassiano já perdeu em grande parte o sentido original, sem dúvida resta,
para complementar o espírito barroco, seu aspecto sensorial sugerido pelas flores e frutos das guirlandas, com
seus perfumes e sabores.
No antigo Palácio da Mitra, em Lisboa, em uma de suas salas, existem painéis cujas colunas são idênticas às
que foram acima descritas. Em outros painéis, alguns elementos são muito semelhantes, como, por exemplo,
o coroamento e demais detalhes decorativos das cabeças e dos querubins; da mesma forma, as molduras que se
sobrepõem aos entablamentos (Figuras 79 e 80).
Figura 79 – Colunas dos painéis do Palácio da Mitra, de Figura 80 – Colunas dos painéis da igreja conventual de Santo
Lisboa. Fonte: ARRUDA, Luísa. Caminho do Oriente, Guia Antônio, de Belém. Foto: Dora Alcântara, 2014.
do Azulejo. Lisboa: Livros Horizonte, 1998. Foto: Dora
Alcântara, 2014.
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Os painéis existentes no antigo Palácio da Mitra foram encomenda feita por Dom Tomás de Almeida, Patriarca
de Lisboa, ao tempo de D. João V. Figura de grande prestígio, sua encomenda terá sido feita à melhor das
oficinas e, como se pode concluir, atendida com o maior empenho.
Podemos, portanto, deduzir que o conjunto de azulejos da antiga igreja franciscana de Belém do Pará
corresponde ao que de maior qualidade era produzido naquele período, na Metrópole. Embora lamentando
que a modificação da capela-mor e a introdução, como se verá a seguir, de painéis do tipo “vasos de flores e
golfinhos” tenham prejudicado sua integração no espaço a eles destinado, além do descompasso no ajuste do
supedâneo com o novo piso e pequenas falhas de colocação ou reparo em certas peças dos painéis, podemos nos
congratular por seu bom estado de conservação e integridade.
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ANTESSALA DA SACRISTIA
Entre a capela-mor e a sacristia nova (antiga sala capitular),
encontra-se um cômodo cuja função é, sobretudo, a de
oferecer passagem para o claustro e acesso à escada para
o andar superior, servindo também como antessala da
sacristia. Nela foram aplicados painéis do tipo “azulejos de
cestos floridos e golfinhos”, com a mesma dimensão dos
anteriores, mas pequenas alterações no desenho e a inclusão
de palmetas. A principal diferença reside na presença de um
cesto em lugar do vaso; a moldura, nas laterais, tem volutas
um tanto volumosas, onde também se enroscam golfinhos;
o embasamento da cesta é mais expressivo e decorado Figura 82 – Painéis do tipo “azulejos de cestos floridos e
(Figura 82). golfinhos”, com a inclusão de palmetas. Foto: João Veloso,
2012. Acervo: Iphan-PA, 2012.
O silhar da parede mais próxima à capela-mor é composto
por cinco módulos (conjuntos com cesta florida,
emoldurada por um par de volutas e golfinhos) e quatro
palmetas divisórias. Mais uma palmeta complementa o
preenchimento da área. O painel é emoldurado por barras
(duas fiadas de azulejos), com vigorosos enrolamentos de
acanto. Tem 34 azulejos e meio em sua extensão e dez de
altura – seis do módulo, mais quatro das barras (Figura 83).
No lado oposto, outro silhar quase idêntico difere apenas
por complementar o preenchimento de área, ligeiramente
menor, com uma prumada de meios azulejos, da moldura
(Figura 84).
Figura 83 – Parede da antessala, mais próxima à capela-
Ao lado da porta que dá acesso ao claustro, há outra, quase mor. Acervo: Iphan-PA, 2007.
sempre fechada. No primeiro trecho da parede, antes dessa
porta, encontra-se um dos módulos de cestas e golfinhos,
emoldurado. Entre essas portas, sobre estreito painel, com uma palmeta e molduras, foi afixada uma pia de água
benta (Figura 85).
Figura 84 – Parede divisória entre a antessala e a sacristia. Foto: Figura 85 – Parede onde se localiza a pia de água benta, ao lado da
Stella Regina Brito, 2014. porta que dá acesso ao claustro. Foto: Stella Regina Brito, 2014.
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Figura 86 – Parede fronteira à que dá acesso ao claustro. Foto: Figura 87 – Vista de um dos painéis junto à porta de acesso à
Paula Andrea Rodrigues, 2012. capela-mor. Foto: Stella Regina Brito, 2014.
Na parede fronteira, onde são reduzidos os espaços entre as aberturas aí localizadas, um deles recebe dupla fiada
de barras da moldura e o outro, apenas uma, com adaptação irregular de algumas peças (Figura 86).
Também junto à porta de acesso à capela-mor, ladeando-a, foram colocados dois painéis com partes do módulo:
num deles, duas palmetas e a moldura; no outro, dois golfinhos, como que fundidos nas cabeças, e molduras,
com o mesmo número de peças (Figura 87).
Os golfinhos ou delfins, como nos lembra frei Cassiano, “na mitologia, levavam as almas para o reino dos
mortos, quando estes morriam em alto mar”; para a cristandade, “simbolizam o Cristo que carregou todo o
pecado humano, a fim de redimir a humanidade”. Com ou sem a riqueza dos simbolismos, são figuras que
obviamente se repetem no gênero “azulejos de cestos floridos e golfinhos”.
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Figura 89 – Painéis à direita da entrada da capela do claustro. Acervo: Thais Sanjad. Retificação da imagem: Mayra Martins e Lorena
Porto, 2012.
Figura 90 – Painéis à esquerda da entrada da capela do claustro. Acervo: Thais Sanjad. Retificação da imagem: Mayra Martins e Lorena
Porto, 2012.
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O revestimento de azulejos, que se encontra nesta capela, devendo datar, segundo Santos Simões, do período
de 1776 a 1780, constitui-se de seis painéis maiores, com cenas relativas à vida de São Francisco; dois menores,
entre portas, com figuras de frades; e mais dois, sob as janelas, com instrumentos penitenciais ligados à vida
franciscana (Figuras 89 e 90).
Em cada parede, os painéis das extremidades possuem quatorze azulejos de largura e os centrais, treze. A maior
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Azulejaria de Belém do Pará
altura de cada painel corresponde a seis azulejos mais o recorte de um sétimo. À medida que a composição tende
aos limites laterais, a altura desce a cinco e quatro azulejos, mais os recortes de seu enquadramento.
Os painéis entre portas possuem, na base, três azulejos, cinco na maior largura e um nas duas últimas fiadas,
com recortes encimando o último azulejo e outros ladeando o conjunto. Os pequenos painéis sob as janelas têm
como medida a de seis azulejos na largura e três na altura; neles não há recortes devido à necessidade de ajuste
ao peitoril das janelas. Entre os painéis, elementos decorativos lhes fazem a ligação e ocupam dois azulejos na
largura e quatro, mais remate recortado, na altura. Um mesmo enquadramento repete-se nos painéis maiores,
adaptando os elementos de que é formado às dimensões dos painéis menores. E reflete o novo estilo Rococó,
que sucede ao Barroco. A integridade desses painéis, lamentavelmente, não é a mesma que se observa nos da
capela-mor, o que dificulta a sua compreensão, em alguns casos.
Nos pequenos painéis à entrada da capela, estão representadas figuras já vistas: a do frade peregrino que leva
o cajado (Figura 91) e a do que lê, aqui figurando junto a uma cruz e uma cabana (Figura 92). Quanto a este,
frei Cassiano acredita fazer alusão a vários personagens letrados que teriam seguido o exemplo de vida de São
Figura 91 – Frade peregrino que leva o cajado. Acervo: Thais Sanjad. Figura 92 – Frade leitor. Acervo: Thais Sanjad. Retificação da
Retificação da imagem: Mayra Martins e Lorena Porto, 2012. imagem: Mayra Martins e Lorena Porto, 2012.
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Azulejaria em Belém do Pará
Francisco de Assis, desde os primeiros tempos da Ordem. O supedâneo que se encontra sob estes painéis é parte
do que envolve o recinto, embasando todo o conjunto. O painel que exibe o frade leitor sofreu, evidentemente,
intervenção: nele há uma peça substituída, pois sua pintura não é original; também faltam algumas unidades e
há outra danificada. Nas paredes que ladeiam a entrada, não existem painéis sobre o supedâneo, que as reveste
até a altura de quatro azulejos a partir do chão. À direita, uma das paredes de maior dimensão recebe três dos
painéis já referidos.
Frei Cassiano interpreta o primeiro como a ilustração de uma lenda sobre o nascimento de São Francisco,
segundo a qual um peregrino chega à cidade onde morava a mãe do futuro santo, que entrara em trabalho de
parto, sem conseguir dar à luz. O peregrino, que trazia a saudação “paz e bem”, conduz então a parturiente a
um estábulo. Nele o menino veio a nascer, vivendo, assim, desde os primeiros momentos, como Jesus. O painel
exibe as figuras de duas mulheres, próximas a uma porta rústica, o que pode ser alusão ao estábulo. Junto a elas
está o peregrino, anjo que leva um bebê nos braços, o futuro São Francisco, designado pela auréola em torno da
cabecinha. O restante da cena fica incompreensível porque aparece um trecho do milagre do sermão de Santo
Antônio aos peixes, certamente aí posto devido à perda parcial de azulejos, peças originais do painel (Figura 93).
No seguinte, um frade pisa sobre outro deitado ao chão. Um pouco mais atrás, novo frade, com uma corda,
puxa pelo pescoço um homem despido. A cena é observada por cinco pessoas: três homens sentados em pequena
elevação aparecem no primeiro plano e os demais caminham junto à mureta que separa uma área urbana de
outra rural, ambas constituindo o fundo da cena. Representam atos de penitência de São Francisco; o segundo
“por ele ter comido uma galinha inteira” e, por esse motivo, haver pedido “para ser acusado de comilão e ser
arrastado pela cidade por tão ‘vil’ pecado da gula” (Figura 94).
No terceiro painel, figuram algumas das tentações do santo. À mulher que tentou seduzi-lo, propôs compartilhar
um leito em brasas, sobre o qual se deitou. Mais adiante, uma das múltiplas tentações do demônio. A presença
de mulher e crianças fez com que frei Cassiano interpretasse essas últimas imagens como ilustração da “passagem
em que ele foi assolado pelo desejo de constituir família”. Como penitência, “deitou-se nu sobre o gelo e
construiu quatro montes de gelo, dizendo que ali estavam seus filhos e sua esposa” (Figura 95).
O primeiro dos painéis sob uma janela representa uma disciplina, instrumento de penitência, tal como o cilício
que figura no painel sob a outra janela, simétrica à primeira, ambas ladeando o altar. Suas molduras possuem a
mesma linguagem dos demais, repetindo-lhes o remate inferior; no mais, o movimento de finas molduras e de
concheados adapta-se à pequena dimensão da área; e o marmoreado, presente entre os painéis, aqui faz o ajuste
da moldura com os limites retilíneos (Figuras 96 e 97).
Figura 93 – O peregrino que traz a saudação Figura 94 – Penitências de São Francisco. Figura 95 – Tentações de São
“paz e bem”. Acervo: Iphan-PA, 2007. Acervo: Iphan-PA, 2007. Francisco. Foto: João Veloso, 2012.
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Figura 96 – “Disciplina”, instrumento penitencial. Foto: João Figura 97 – “Cilício”, outro instrumento de penitência. Foto: João
Veloso, 2012. Veloso, 2012.
No painel fronteiro ao que representa as tentações de São Francisco, estão reproduzidos dois ambientes. Um
quarto com uma pessoa deitada na cama, que, de mãos postas, recebe os cuidados de três anjos. Em primeiro
plano está uma mesa com toalha, copos e outros utensílios. Além da cama e da mesa, o ambiente tem ao fundo
uma parede. Alguns degraus conduzem ao ambiente externo. Nele, um peregrino com chapéu, segurando uma
cesta no braço direito, leva uma cruz ou simplesmente um bastão, na mão esquerda; de braços abertos, corre
ao encontro de um casal com trajes romanos. Deitado no chão, apoiado em um tronco de árvore caído, está
um homem com barba e hábito de religioso. Ao fundo, aparecem duas colinas: na mais distante, vê-se uma
edificação pouco definida; na outra, um templete de planta circular, com peristilo e cúpula. Ciprestes alinham-se
em sua proximidade; outras árvores elevam-se ao longo de um caminho (Figura 98).
A fantasia dos ilustradores dessas cenas dificulta
bastante a interpretação que lhes possa ser
dada. Recorremos a bons conhecedores da
história franciscana e de sua iconografia e foram
diferentes suas interpretações. Adotaremos a
que nos pareceu mais provável, ainda que, para
admiti-la, tenhamos de constatar a divergência
entre algumas imagens e a narrativa em que se
deverão ter baseado.
Frei Róger buscou em São Boaventura alguma
passagem que pudesse estar reproduzida
nas imagens do painel, porque até o século
Figura 98 – Painel de difícil interpretação. Foto: João Veloso, 2012. XVIII, quando foi pintado, dele era a biografia
disponível sobre a vida de São Francisco,
Legenda maior. Nela encontrou, no capítulo I,
“Sua vida no mundo”, a narrativa de um sonho
que estaria ligado à vocação e conversão de Francisco: depois de uma longa enfermidade, que o teria feito
amadurecer os sentimentos generosos que possuía, ele teve mais um desses gestos. Naquela noite, um sonho
prometia-lhe a glória, representada por um castelo e armas com a cruz de Cristo, que lhe dariam vitória e a seus
96
Azulejaria em Belém do Pará
soldados. Partiu para “alistar-se no exército de um Conde, grande senhor da Apúlia”. Deus, porém, deu-se a
conhecer como o verdadeiro Senhor e Francisco procurou seguir o Cristo, dedicando-se aos mais necessitados
e vivendo na pobreza.
O ambiente do quarto com a cama em que está deitado seria o momento do sonho, com os anjos trazendo a
mensagem de Deus. O poder é aqui sugerido pelos elementos da cultura do grande império romano, tais como
a sua arquitetura e os trajes do casal. O peregrino e o religioso, no chão, apoiado pelo tronco de árvore, seriam
as representações de Francisco; na primeira, indo ao encontro da glória e, na outra, penitente.
O sétimo painel traz, mais uma vez, a cena
da estigmatização de São Francisco (Figura
99). Nesse painel, há peças equivocadamente
colocadas. O oitavo foi refeito em algum
momento, também de maneira bastante
incorreta. O próprio enquadramento foi
prejudicado, assim como a ligação entre as
cenas (Figura 100). Estas parecem referir-se
à intercessão de São Francisco na purificação
das almas. Ele é representado no ato de
tirá-las do purgatório; um frade, segurando
uma caldeirinha com água benta, asperge-as
com o hissope, que empunha na mão, para
purificá-las. Figura 99 – A cena da estigmatização de São Francisco. Foto: João Veloso, 2012.
Figura 100 – Interseção de São Francisco junto às almas do purgatório. Foto: Stella Regina Brito, 2012.
97
Azulejaria de Belém do Pará
A propósito desse conjunto de painéis, frei Róger e frei Fidêncio fizeram o comentário a seguir:
98
Azulejaria em Belém do Pará
O RELÓGIO DE SOL DA TORRE SINEIRA DA IGREJA E DO ANTIGO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO
Figura 101 – Torre sineira da Igreja de Santo Antônio. Figura 102 – Mostrador de relógio em painel de
Acervo: Iphan, 2007. azulejo. Acervo: Iphan, 2007.
Na torre sineira da igreja, em sua face voltada para o poente, há um mostrador de relógio em painel de azulejo
(12 x 12 peças), já indicado por Santos Simões, que nele conseguiu detectar a data de 1746 (Figuras 101 e
102). O centro do círculo dominando a composição é ocupado pelo sol, cujos raios, em forma de folhas, se
prolongam numa estrela geométrica de doze pontas. Em suas extremidades, as horas são indicadas em algarismos
romanos. Nos espaços junto aos ângulos do painel, quatro figuras que sopram representam os ventos, a partir
dos pontos cardeais. Elas estão emolduradas por um concheado, que ainda não é a rocalha, embora já apresente
seu contorno recortado. Entre essas figuras, aparecem pequenas cartelas e formas vegetais, aliadas a volutas e a
fitas que remetem ao vocabulário do estilo Regência.
É curioso pensar que no século dos descobrimentos, e naqueles que o seguiram, graças aos contatos com o
Ultramar, tempo e vento estavam profundamente associados. Afinal, no transporte marítimo à vela, os ventos
é que determinavam o tempo de viagem e ambos, de certa forma, serviam como “medidas” das distâncias.
Assim, por exemplo, a “distância” entre o Pará e Portugal era menor do que a entre aquela província e o Rio de
Janeiro.
Frei Cassiano vê, no tratamento desse relógio, uma versão barroca de imagens presentes no Apocalipse, de
Albrecht Dürer. Lembra, também, outros sentidos dados ao vento e ao sopro: “o vento é tido como a respiração
da terra e, com isso, uma sintonia com a vida cósmica; numa visão profética o vento representa o sopro de Deus,
que suscita a vida à ossada seca dos mortos (Ez 37,9)”. E cita a reflexão de Hipólito, a propósito do Cântico
dos Cânticos, quando relaciona Jesus, o Ressuscitado, “com o sopro da vida, a passagem sobre o vento norte e o
vento sul com seus perfumes (Ct 4,16)”.
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PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Gão-Pará (1864). Belém: Typ. do Jornal do Amazonas,
1865. v. 26.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da provincia do Gram-Pará (1853). Belém: Typ. de Santos & Filhos,
1853. v. 15, p. 1.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Gram-Pará (1852). Belém: Typ. de Santos & Filhos,
1852. v. 14.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Gram-Pará (1847). Pará: Typ. de Santos & Filhos,
1854. v. 9.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Gram-Pará (1842). Belém: s.n., 1855. v. 5.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Gram-Pará (1841). Belém: Typ. Commercial de
Antonio José, 1855. v. 4.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Gram-Pará (1853). Belém: Typ. do Jornal do Amazonas.
1866. v. 15, p. 2.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Grão-Pará (1839). Belém: Typ. da Aurora Paraense,
1854. v. 2.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Grão-Pará [1863]. Belém: Typ. do Jornal do Amazonas,
1866. v. 25.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis da província do Grão-Pará (1861). Belém: Typ. de Frederico Carlos
Rhossard, 1862. v. 23.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Colleção de leis provinciais (1850). Belém: Typ. Santos & Filhos, 1851. v. 12.
PARÁ. Leis, decretos, etc. Collecção das leis da província do Gram-Pará (1848). Belém: Typ. de Santos & Filhos,
1853. v. 10, p 1.
PARÁ. Presidente (1848-1850: Coelho). Relatório apresentado ao 1º vice-presidente em exercício, Ângelo Custodio
Corrêa, em 1º de Agosto de 1850. Pará: Typ. de Santos & Filhos, 1850. 58 p.
PARÁ. Presidente (1860-1861: Amaral). Relatório apresentado ao vice-presidente Olynto José Meira em 04/05/1861.
Pará: Typ. de Santos & Filhos, 1861. 20 p.
PARÁ. Presidente (1861-1864: Brusque). Relatório apresentado à Assembleia Legislativa da Província na segunda
sessão da XIII legislatura... em 1º de Novembro de 1863. Pará: Typ. de Frederico Carlos Rhossard, 1863. 36 p.
PARÁ. Presidente (1861-1864: Brusque). Relatório dirigido à Assembleia Legislativa da Província do Pará na 2º
sessão da XII Legislativa. Pará: Typ. do Diário do Gram-Pará, 1861. 32 p.
PARÁ. Presidente (1866-1867: Veloso). Relatório apresentado ao vice-presidente Barão do Arary em 9 de Abril de
1867. Pará: Typ. de Frederico Rhossard, 1867.
PARÁ. Presidente (1867-1868: Delamare). Relatório apresentado à Assembléia Legislativa Provincial S. Exc. o Sr.
Delamare. Pará: Typ. de Frederico Rhossard, 1867. 58 p.
PARÁ. Presidente (1871-1872: Abel Graça). Relatório apresentado à Assembleia Legislativa provincial na 1ª sessão
da 18ª legislatura em 15 de Fevereiro de 1872. Pará: Typ. do Diário do Gram-Pará, 1872. 22 p.
PARÁ. Presidente (1871-1872: Abel Graça). Relatório apresentado à Assembléia Legislativa da Província do Pará
em 15 de Agosto de 1871. Pará: Typ. do Diário do Gram-Pará, 1871. 22 p.
PARÁ. Presidente (1873-1874: Cunha Júnior). Relatório com que o excelentíssimo senhor doutor Domingos José da
Cunha Júnior, apresentado em 31 de dezembro de 1873. Pará: Typ. do Diário do Gram-Pará, 1873. 52 p.
107
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administração da província do Pará ao Exmo. Sr. Dr. Vicente de Azevedo. Pará: s.n., 1874. 20 p.
PARÁ. Presidente (1876-1878: Melo Filho). Relatório com que passou a administração da província do Pará a José
da Gama Malcher, em 9 de Março de 1878. Pará: Gutemberg, 1878. 127 p.
PARÁ. Presidente (1882: Justino Carneiro). Relatório com que a sua Exce. o Sr. Dr. Justino Ferreira Carneiro
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SOCIEDADE DE AMIGOS DO CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA FILHO. Catálogo de
Azulejos da Ilha de São Luís. Margareth Gomes de Figueiredo (coord.). São Luís, 2005. 77p.
109
Bibliografia
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Azulejaria em Belém do Pará
As autoras
Graduada em Arquitetura pela FNA-UB. Livre docente pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora e Pesquisadora da FAU e da EBA-UFRJ. Arquiteta,
pesquisadora e consultora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Sócia titular do IHGB
do Rio de Janeiro e sócia correspondente de Petrópolis. Sócia da Academia Brasileira de Arte. Membro do
Conselho Deliberativo do IAB. Autora de livros, artigos; ganhou prêmios do IAB-RJ. Recebeu homenagens da
FAU-UFRJ, Iphan, IAB e Crea. Realiza trabalhos, estudos e pesquisa na área de proteção ao patrimônio cultural.
Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Pará. Mestre em Arquitetura e Urbanismo
na área de Conservação e Restauração pela Universidade Federal da Bahia. Doutora em Ciências na área de
Geologia e Geoquímica pela Universidade Federal do Pará. Professora e pesquisadora da FAU-UFPA e do
PPGAU-UFPA. É uma das coordenadoras do Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação da UFPA
e coordena o Grupo de Pesquisa do CNPq em Ciência, Tecnologia e Inovação em Conservação e Restauro.
Autora de livro e artigos. Possui experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em conservação e
restauração do patrimônio cultural. É membro do Icomos Brasil e consultora ad hoc da Capes.
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Apêndices
Apêndices
Em complementação ao texto, este apêndice apresenta o modelo das fichas adotado no Inventário de Azulejaria
de Belém do Pará, bem como produtos resultantes da aplicação da pesquisa e outros documentos que possibilitam
uma melhor compreensão do contexto de produção e aplicação dos azulejos nas edificações.
Os mapas dos imóveis azulejados por bairros de Belém, elaborados a partir da identificação da técnica de decoração
dos azulejos, permitem perceber, sua significativa presença na área urbana, bem como a densidade, maior ou
menor, em cada bairro da cidade de Belém/Pará.
As planilhas com tipologias dos padrões e guarnições revelam a rica diversidade de desenhos e cores, que essa
azulejaria oferece, um das mais representativas do Brasil em termos de diversidade de padrões.
As devoções populares também encontraram nos pequenos painéis de azulejo um meio de expressão, como o
atestam os dados exibidos na planilha de registros devocionais.
Os painéis publicitários revelam outro uso que teve o azulejo, e os ornamentais complementam sua função
decorativa, nas fachadas; a planilha a eles relativa é reveladora de sua presença em Belém.
Catálogos de fábricas de azulejo fornecem uma visão de sua produção, meio, já então utilizado, para a divulgação
e encomenda de seus padrões; bem como, em alguns casos exibem fotos da casa produtora. Podem ser simples
e exclusivos de azulejos, ou podem ser mais elaborados e apresentar a totalidade, ou pelo menos os principais
produtos da fábrica, como é o caso do Catalogo da Fabrica Ceramica e de Fundição das Devezas”, publicado em
1910, de Antonio Almeida da Costa & Cª, localizada em Villa Nova de Gaya, Portugal, fundada em 1865.
Os catálogos faziam parte também do acervo dos construtores do final do século XIX e início do XX, que
projetavam e construíam as edificações em Belém, como é o caso do catálogo alemão da fábrica “Glasierte
steingut-wandplatten“ pertencente ao arquiteto José Sidrim, que apresenta padrões e opções diversas de aplicação
com a utilização de padrões lisos e decorados de azulejos, com suas cercaduras e frisos em relevo, para não ter
dúvida do assentamento ou mesmo das peças, além da elevação, o catálogo contém desenhos em planta baixa e
seção transversal para melhor visualizar o perfil da paginação com as peças em relevo.
Era comum lançar catálogos de determinada produção especial de azulejos. Neste caso, os produtos apresentados
são exclusivamente da coleção. É o caso do Catálogo de Azulejos da Fábrica Cerâmica do Carvalhinho – estilos
século XVII e XVIII, lançado com o objetivo de dar visualidade à fábrica como formadora de ceramistas e pelo
seu desempenho importante no desenvolvimento da arte portuguesa. A direção da fábrica apresenta o catálogo
como uma contribuição a revivescência de uma arte que corria o risco de perder-se, pois reproduz azulejos de
séculos anteriores, tidos como verdadeiras preciosidades espalhados nos monumentos portugueses, muitos deles
únicos.
Além de todas as informações acerca das fábricas e da comercialização dos azulejos, os catálogos são hoje o
que consideramos como uma das principais fontes de pesquisa para identificar a origem (país e a fábrica) de
um determinado azulejo. No entanto, como existem os casos de produção de um mesmo padrão por fábricas
distintas, dentro de um mesmo país, ou mesmo de diferente nacionalidade, é fundamental conferir, quanto
possível, a presença de marcas no tardoz dos azulejos para poder afirmar a procedência da peça.
A tabela de navios-importações foi montada a partir das notícias de jornais, nela registrados. Os mais antigos estão
datados de 1855, o que talvez indique o início do azulejamento de fachadas ou, apenas, a mais antiga referência
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de divulgação. Fornece, entre outros, dados sobre a procedência da importação, a quantidade de azulejos e
firmas a que vinham consignados.
Os anúncios feitos nestes jornais, ora referem-se exclusivamente aos azulejos, elogiando seus lindos padrões,
modernos ou citam-nos entre os vários materiais de construção que a loja oferece.
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1. Fichas: Inventário da Azulejaria em Belém do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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1.2. Rua Tomázia Perdigão, 62 – Solar do Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
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Azulejo-PE 1.2.3 Porto e/ou Lisboa/ Viúva Lamego. 13,2 x 13,2cm Cerâmica e vidrado
Portugal Apelido: Ferradura Estampilha
Azulejo-PE 1.3.3 Porto e/ou Lisboa/ Viúva Lamego- 13,4 x 13,4cm Cerâmica e vidrado
Portugal Constância (Consta do Estampilha
Catalogo de J. Lino de
1889).
Apelido: Ferradura
Azulejo-PE 1.4.1 Porto e/ou Lisboa/ Viúva Lamego- 13,4x 13,4cm Cerâmica e vidrado
Portugal Constância (Consta do Estampilha
Catalogo de J. Lino de
1889).
Apelido: Ferradura
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Azulejaria em Belém do Pará
Endereço Bairro Uso / Aplicação
Travessa Frutuso Guimarães nº 18/30/36, 257/259; Travessa Pedro de Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Albuquerque nº 230; Travesssa Gurupá nº 114 e 266; Rua Dr. Malcher Campina por compressão contra argamassa
nº 15/84; Rua Dr. Assis nº 130; Rua Gaspar Viana nº 151/153/157 fresca.
e 165/169; Rua 15 de Novembro nº 30/32/34/36; Avenida Castilhos
França nº 346, 506, 522 e 524/534; Rua Gaspar Viana nº 80/84/88 e
96/98
Travessa 7 de Setembro nº 104; Travessa Rui Barbosa nº 845; Campina/Reduto Revestimento de fachada, assentados
Rua Senador Manoel Barata nº 377 e Travessa Campos Sales por compressão contra argamassa
nº 300/306/308/312 e 330; Rua Caetano Rufino nº 62 fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 371, 552 e 558; Rua General Gurjão Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
nº 285; Rua Padre Prudêncio nº 719; Travessa 7 de Setembro nº Campina/Reduto/ por compressão contra argamassa
164/168/170; Rua Conselheiro João Alfredo nº 284; Travessa Gurupá nº Batista Campos fresca.
266; Travessa Alenquer nº 114; Travessa Quintino Bocaiúva nº 946/932;
Travessa Rui Barbosa nº 355; Rua Veiga Cabral nº 1338; Rua Ó de
Almeida nº 387; Rua Senador Manoel Barata nº 77 e 114/118; Travessa
Piedade nº 337; Travessa Presidente Pernambuco nº 204; Avenida 16
de Novembro nº 79; Rua Rodrigues Santos nº 257; Rua Cametá nº 94;
Travessa Padre Eutiquio nº 555; Travessa Campos Sales nº 679 e 715;
Rua Gaspar Viana nº 226/228, 223, 233/235, 359/361, 371/375 e
377/381; Rua 15 de Novembro nº 29/31; Praça Barão do Guajará nº 53;
Rua 13 de Maio nº 28/32, 125, 458/462 e 470; Rua 28 de Setembro nº
42/56, 157, 528 e 536; Avenida Castilhos França nº 744, 738, 722, 600
e 608; Rua Boaventura nº 39; Travessa Padre Eutiquio nº 1329 e 719;
Travessa 7 de Setembro nº 319; Praça Matriz nº 69 e 81
Travessa Gurupá nº 266; Av Conselheiro Furtado nº 406 Cidade Velha Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Marques de Pombal nº 44/46 e 48; Travessa Leão XIII nº 52 e s/ Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
nº; Rua 13 de Maio nº 510/512/514; Travessa Frutuoso Guimarães nº Campina/ por compressão contra argamassa
329 e 482; Rua Santo Antônio nº 14/20 e 135/155; Travessa Gurupá nº Reduto/Nazaré fresca.
178; Travessa Rui Barbosa nº 819, 825, 1063, 1069, 1071; Rua Ó de
Almeida nº 618 e 793; Rua Tiradentes nº 514; Travessa Piedade nº 342,
346 e s/nº; Rua Aristides Lobo nº 145; Rua Cametá nº 50
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Travessa Pedro Albuquerque nº 271; Travessa Benjamin Constant Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
nº 1035, 1041 e 1047; Avenida Governador José Malcher s/nº e 453; Nazaré por compressão contra argamassa
Rua Cametá nº 107 e Avenida Gentil Bittencourt nº 1102 fresca.
Avenida Senador Lemos nº 573; Rua Senador Manoel Barata nº 271; Campina/Reduto/ Revestimento de fachada, assentados
Rua 28 de Setembro nº 872 Umarizal por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Bailique nº 261; Travessa Frutuoso Guimarães nº 529; Rua Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Domingos Marreiros nº 279; Rua Diogo Moia nº 1101; Travessa Campina/Nazaré/ por compressão contra argamassa
Alenquer nº 146, 162 e 168; Rua Dr. Malcher nº 106; Travessa Umarizal/São fresca.
Quintino Bocaiúva nº 932/946; Rua Senador Manoel Barata nº 848; Brás
Avenida Nazaré nº 427, 435, 441, 449, 457, 463 e 489; Avenida
Governador José Malcher nº 484 e 676; Avenida Portugal nº 183;
Avenida 16 de Novembro nº 107; Rua Rodrigues dos Santos nº 305;
Rua Cametá nº 55; Travessa Campos Sales nº 300/306/308/312; Rua
13 de Maio nº 81/83/85/89; Rua 28 de Setembro nº 328; Avenida
Castilhos França nº 738; Travessa Benjamin Constant nº 1415; Rua João
Balby nº 325; Avenida Castelo Branco nº 761 e 1221; Avenida Alcindo
Cacela nº 1619
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
195
Apêndices
196
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Frutuoso Guimarães nº 175/179; 163/185 e 187/191; Avenida Campina/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
Gentil Bittencourt nº 57 e 231; Rua Tomazia Perdigão nº 62; Rua /Batista Campos por compressão contra argamassa
Arcipreste Manoel Teodoro nº 943 fresca.
Rua Osvaldo Cruz nº 165/166; Travessa Frei Gil de Vila Nova nº 166 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Senador Lemos nº 762; Rua XV de Novembro nº 314 e 324 Umarizal/ Revestimento de fachada, assentados
Comércio por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Ó de Almeida nº 43, Avenida Castilho França nº 42; Rua 13 de Campina Revestimento de fachada, assentados
Maio nº 194 por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Campos Sales nº 400 e 477 (entre Rua senador Manoel Barata e Campina Revestimento de fachada, assentados
Rua Ó de Almeida) por compressão contra argamassa
fresca.
197
Apêndices
Azulejo-PE 25.3.3 Lisboa e Porto/ Calçada dos Cesteiros 13x13cm Cerâmica e vidrado
Portugal (Roseira) Devezas e Estampilha
Carvalhinho
198
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Padre Prudêncio nº 514 e 518; Rua Gaspar Viana nº 80/84/88 Campina Revestimento de fachada, assentados
e 96/98; Travessa Leão XIII 27/37; Rua 13 de Maio nº 520 e 524; e por compressão contra argamassa
Praça Visconde do Rio Branco nº 9 fresca.
Rua João Diogo nº 100; Travessa Quintino Bocaiúva nº 1242; Rua Campina/Nazaré/ Revestimento de fachada, assentados
Conselheiro João Alfredo nº 289; Avenida Nazaré nº 1189; Rua dos Jurunas por compressão contra argamassa
Mundurucus nº 1246; Avenida Conselheiro Furtado nº 1613 fresca.
Travessa Major Joaquim Távora nº 334 Cidade Velha Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
199
Apêndices
Azulejo-PE 49.1.2 (azul) Lisboa/Portugal Calçado dos Cesteiros ou 13,5x13,5cm Cerâmica e vidrado
Semelhante a Roseira Estampilha
padrão inglês -
Minpon. & Co.
Azulejo-PE 49.1.3 (verde) Lisboa/Portugal Calçado dos Cesteiros ou 13,5x13,5cm Cerâmica e vidrado
Semelhante a Roseira Estampilha
padrão inglês -
Minpon. & Co.
200
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Bailique/ Ferreira Cantão nº 220 e 253; Travessa Frutuoso Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Guimarães nº 270/272 e 276/282/284; Avenida Senador Lemos nº 574; Campina/ por compressão contra argamassa
Travessa 7 de Setembro nº 35; Travessa 1º de Março nº 864; Travessa Umarizal/Reduto/ fresca.
Major Joaquim Távora nº 327; Travessa Pedro Albuquerque nº 65 e 71; Nazaré/Batista
Avenida Generalíssimo Deodoro nº 201; Travessa Benjamin Constant Campos
nº 415; Rua Ó de Almeida nº 810/831; Rua Senador Manoel Barata nº
277/279, 876, 983, 987 e 993; Avenida Nazaré nº 285; Avenida Assis
de Vasconcelos nº 877; Rua Riachuelo nº 43 e 104; Rua Cametá nº 89
e 106; Travessa Padre Eutiquio nº 483/489, 493/495 e 1508; Travessa
Campos Sales nº 517; Rua Angelo Custodio nº 35/41/45/47; Rua 13
de Maio nº 158/160 e 162/168; Rua 28 de Setembro nº 1181/1183 e
1187/1189; Rua Siqueira Mendes nº 152; Travessa Frei Gil de Vila Nova
nº 993
Padre Prudêncio nº 586; Rua Senador Manoel Barata nº 880 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida General Gurjão nº 176; Rua Carlos Gomes nº 55; Avenida Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Gove José Malcher nº 1701; Rua Aristides Lobo nº 93, 99 e 105; Rua Campina/São por compressão contra argamassa
Ricahuelo nº 110, 126, 190, 196; Rua Cametá nº 119; Travessa Campos Brás fresca.
Sales nº 493, 608, 612 e 618
201
Apêndices
202
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Siqueira Mendes nº 144 Cidade Velha Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Serzedelo Correa nº 1058, s/nº e 1048 Batista Campos Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Dom Romulado de Seixas nº 1718; Avenida Nazaré nº 31 Nazaré/Umarizal Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Conselheiro João Alfredo nº 196; Avenida Portugal nº 55; Travessa Campina/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
Benjamin Constant nº 1416 por compressão contra argamassa
fresca.
203
Apêndices
204
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Senador Manoel Barata nº 123 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Félix Roque nº 135; Avenida Nazaré nº 293 e 305 Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Nazaré por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Aristides Lobo nº 488; Rua Arcipreste Manoel Teodoro nº 756 Campina/Batista Revestimento de fachada, assentados
Campos por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Gaspar Viana nº 180/182; Travessa Leão XIII nº 21 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
205
Apêndices
206
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Dom Romulado de Seixas nº 613 Umarizal Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Quintino Bocaiúva nº 579; Rua 28 de Setembro nº 1181/1183 Reduto Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 403; Rua Ó de Almeida nº 179 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Governador Magalhaes Barata nº 33; Travessa Rui Barbosa nº 1361; Campina/Nazaré/ Revestimento de fachada, assentados
Travessa Dr. Moraes nº 31; Travessa São Francisco nº 60; Rua Senador São Brás por compressão contra argamassa
Manoel Barata nº 153 e 157; Avenida Magalhães Barata nº 695; Travessa fresca.
Padre Eutiquio nº 987; Travessa Campos Sales nº 600 e 604; Travessa
Dr. Moraes nº 31
207
Apêndices
208
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Benjamin Constant nº 452 Reduto Revestimento Interno de parede,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua dos Tamoios nº 1609 (Demolido antes de 2007) Batista Campos Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 90 (Demolido antes de 2007) Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
209
Apêndices
210
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Frutuoso Guimarães nº 400, 441, 584, 590, 596 e 602; Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Travessa Presidente Pernambuco nº 204; Rua Riachuelo s/nº (esquina Campina/Batista por compressão contra argamassa
da Travessa Frutuoso Guimarães); Rua Ó de Almeida nº 125 e s/nº; Campos fresca.
Avenida Conselheiro Furtado nº 400; Avenida 16 de Novembro nº 480
Travessa Rui Barbosa nº 717 e 723; Travessa São Francisco nº 60 Campina/Reduto Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
211
Apêndices
212
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Dr. Moraes nº 85, 91, 107 e 115 Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Padre Eutiquio nº 1192, 1198, 1204 e 1206 Batista Campos/ Revestimento de fachada, assentados
Nazaré/Campina por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 605; Rua Siqueira Mendes nº 139; Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Rua Senador Manoel Barata nº 147; Rua dos Mundurucus nº 619; Rua Campina/Batista por compressão contra argamassa
Gama Abreu nº 1190 e 1202; Rua Arcipreste Manoel Teodoro nº 462. Campos fresca.
470. 476, 478 e 508; Rua Tomázia Perdigão nº 174/178; Travessa Padre
Eutiquio nº 1274, 1282, 1286/1288, 1294, e s/nº; Rua Conselheiro
Furtado nº 412; Travessa São Francisco nº 60 e Travessa Campos Sales
nº 567; Rua 13 de Maio nº 38/40
Rua 28 de Setembro nº 1040 e 1046; Travessa Campos Sales nº 484/490 Reduto/Reduto/ Revestimento de fachada, assentados
Campina por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Ó de Almeida nº 124; Rua Riachuelo nº 182 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Rui Barbosa nº 336A, 346, 352, 358, 364 e 372; Rua 28 de Reduto/Campina Revestimento de fachada, assentados
Setembro nº 892; Rua Aristides Lobo nº 292 por compressão contra argamassa
fresca.
213
Apêndices
Azulejo-PE 110.3.5 Lisboa e Porto/ Viùva Lamego - Sacavém 13,3x13,3cm Cerâmica e vidrado
Portugal - Carvalhinho - Calçada Estampilha
dos Cesteiro (Roseira).
Apelido: Croché
Azulejo-PE 110.3.6 Lisboa e Porto/ Viùva Lamego - Sacavém 13,5x13,5cm Cerâmica e vidrado
Portugal - Carvalhinho - Calçada Estampilha
dos Cesteiro (Roseira).
Apelido: Croché
214
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa 7 de Setembro nº 294/298 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Senador Manoel Barata nº 162/164/176 e 280; Travessa 7 de Campina Revestimento de fachada, assentados
Setembro nº 294/298; Rua Riachuelo nº 20 por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Felix Roque nº 290, 296, 318/326, 344 ou Rua Tomazia Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Perdigão nº 302; Rua João Diogo nº 516; Avenida Governador José Campina e por compressão contra argamassa
Malcher nº 584, 592, 598, 606 e 614 Nazaré fresca.
Rua 28 de Setembro nº 990; Avenida Brás de Aguiar nº 53 Reduto / Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
215
Apêndices
Azulejo-PE 123.1.1 Lisboa e Porto/ Calçada dos Cesteiros 14x14cm Cerâmica e vidrado
Portugal (Roseira), Devezas e Estampilha
Carvalhinho
216
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 15 de Novembro nº 194; Avenida Governador José Malcher nº 459 Campina/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa 1º de Março nº 363, 331/335/341; Rua Ó de Almeida nº 363 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Siqueira Mendes 158/160; Rua Dr. Malcher nº 145; Travessa Cidade Velha Revestimento de fachada, assentados
Frutuoso Guimarâes nº 482 (remendo) por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa São Francisco nº 60; Avenida 16 de Novembro nº 632 Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Campina por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Ricahuelo nº 83 e 99; Travessa Campos Sales nº 573 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
217
Apêndices
218
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Quintino Bocaiúva nº 1226 Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Riachuelo nº 83 e 99; Travessa Campos Sales nº 573 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
219
Apêndices
Azulejo-PE 138.1.1 Lisboa e Porto/ Viúva Lamego - Devezas 14x14cm Cerâmica e vidrado
Portugal - Desterro. Estampilha
Apelido: Pintinhas
220
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
221
Apêndices
Azulejo-PE 143.1.1 Dresden/ Villeroy & Boch Mosaik 15x15cm Cerâmica e vidrado
Alemanha Fabrik Estampilha
222
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
223
Apêndices
224
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
225
Apêndices
226
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Pedro Albuquerque nº 134 e 64; Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Avenida Gentil Bittencourt nº 2312 São Brás por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Padre Prudêncio nº 705; Travessa Apinages nº 429 e 453; Campina/ Batista Revestimento de fachada, assentados
Rua Caripunas nº 1500 Campos por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Gurupá nº 111; Travessa Rui Barbosa nº 509; Travessa Pedro Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Albuquerque nº 134 e 64; Travessa Benjamin Constant nº 1415 Nazaré por compressão contra argamassa
fresca.
227
Apêndices
228
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida 16 de Novembro nº 394; Rua Carlos Carvalho nº 484 e 488 Cidade Velha Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Manoel Barata nº 1487 (Demolida antes de 2007) Reduto Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
229
Apêndices
230
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Santo Antonio nº 254, 260, 264 e 274/276; Avenida Alcindo Campina/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
Cacela nº 1858; Travessa Padre Eutiquio nº 225; Avenida Castilhos por compressão contra argamassa
França nº 278 fresca.
Travessa Padre Eutiquio nº 381; Rua Angelo Custodio nº 648 Cidade Velha/ Revestimento e adorno de fachada,
Campina assentados por compressão contra
argamassa fresca.
231
Apêndices
Azulejo-PD 15.1.1 Dresden e Villeroy & Boch Mosaik 15x15cm Cerâmica e vidrado
Mettlach/ Fabrik in Mettlach e Transferência
Alemanha Dresden - nº catálogo ou impressão
455 (Decalcomania)
Azulejo-PD 16.1.1 Dresden e Villeroy & Boch Mosaik 15,3x15,3cm Cerâmica e vidrado
Mettlach/ Fabrik in Mettlach Transferência
Alemanha ou impressão
(Decalcomania)
232
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Dom Romualdo de Seixas nº 605; Travessa Félix Roque nº 260, Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
268 e 316; Rua Dr. Malcher nº 477; Travessa Rui Brabosa nº 1023; Campina/Nazaré/ por compressão contra argamassa
Avenida Portugal nº 57; Rua Marques de Pombal nº 76/80; Rua Gaspar Umarizal fresca.
Viana nº 283/289; Rua 15 de Novembro nº 13; Avenida Castilhos
França nº 648
Rua Ó de Almeida nº 306; Rua Senador Manoel Barata nº 347/351 e Campina/ Revestimento de fachada, assentados
363; Avenida Serzedelo Correa nº 1074 e 1078; Rua Arcipreste Manoel Batista Campos/ por compressão contra argamassa
Teodoro nº 594; Avenida 16 de Novembro nº 41, 421, 427 e 443; Rua Umarizal/São fresca.
28 de Setembro nº 136 e 138/142.; Avenida José Bonifacio nº 1055; Brás
Rua Diogo Moia nº 1114
Travessa Quintino Bocaiúva nº 616; Rua Ó de Almeida nº 1209. 1227. Reduto/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
1235, 1245; Rua de Nazaré nº 154 e 166 por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Padre Prudêncio nº 556; Avenida José Bonifácio nº 578; Rua Campina/Batista Revestimento de fachada, assentados
Tamoios nº 1644 Campos/São Brás por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Ó de Almeida nº 1116; Avenida Assis de Vasconcelos nº 831; Rua Cidade Revestimento de fachada, assentados
Tomázia Perdigão nº 230 e 240; Rua Gaspar Viana nº 152/154/158; VelhaCampina/ por compressão contra argamassa
Travessa Leão XIII nº 22/24/26; Rua Arcipreste Manoel Teodoro nº 793 Nazaré/Reduto/ fresca.
Batista Campos
Avenida Generalissimo Deodoro nº 254 e 260; Avenida 16 de Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Novembro nº 112; Rua 28 de Setembro nº 137 Campina/ por compressão contra argamassa
Umarizal fresca.
Travessa Gurupá nº 250; Avenida Gentil Bittecourt nº 1014/1024 Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Nazaré por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Dr. Malcher nº 467; Rua Ó de Almeida nº 879; Rua Senador Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Manoel Barata nº 1122. 1186 e 1200; Travessa Piedade nº 298/302/306; Campina/Reduto por compressão contra argamassa
Travessa Padre Eutiquio nº 252; Rua 13 de Maio nº 242/252/254 fresca.
233
Apêndices
234
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Santo Antônio - Palacete “Paris N’América” Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Bernardo do Couto nº 785, 791 e 797; Rua Carlos Gomes nº 23, Umarizal/ Revestimento de fachada, assentados
29 e 37; Rua João Diogo nº 254; Rua Ó de Almeida nº 760; Avenida Campina/Reduto/ por compressão contra argamassa
Nazaré nº 1319; Rua Riachuelo nº 134/138 e 186; Avenida Conselheiro Nazaré/ Batista fresca.
Furtado nº 584; Rua Gaspar Viana nº 348; Rua 15 de Novembro nº Campos
15/25; Rua 28 de Setembro n] 982 e 1163 e Rua Alcindo Cacela nº
2074; Avenida Magalhães Barata nº 1319
Rua Santo Antônio nº 139/153/159, 202, 206/208 e 210/216; Travessa Campina Revestimento de fachada, assentados
Leão XIII nº 55/79 por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa 14 de Março nº 1704; Rua Marques de Pombal nº 118/122; Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Rua Tomázia Perdigão nº 188/190; Rua Dr. Assis nº 667; Travessa Padre Campina/Nazaré/ por compressão contra argamassa
Eutiquio nº 397/399; Rua 28 de Setembro nº 1155 e 1177 Reduto fresca.
Avenida Senador Lemos nº 797 e 805; Avenida Nazaré nº 148; Avenida Campina/Nazaré/ Revestimento de fachada, assentados
Governador José Malcher nº 794; Rua Riachuelo nº 134/138; Travessa Reduto/Umarizal/ por compressão contra argamassa
Dr. Moraes nº 98; Travessa Campos Sales nº 553; Rua 28 de Setembro Jurunas. fresca.
nº 1169; Travessa Honorio Santos nº 256
235
Apêndices
Azulejo-PD 31.1.1 França Boulenger & Cie Choisy 10,3x10,3cm Cerâmica e vidrado
Le Roi/Siena Transferência
ou impressão
(Decalcomania)
236
Azulejaria em Belém do Pará
Avenida Alcindo Cacela nº 2098 e 2110 Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Dom Pedro nº 830 e 836; Avenida Alcindo Cacela nº 2080 e Nazaré/Umarizal Revestimento de fachada, assentados
2092 por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Ó de Almeida nº 527; Rua Senador Manoel Barata nº 214/216 Campina Revestimento de fachada, assentados
Rua Gaspar Viana 184/190 por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Inácio Guilhon nº 41; Rua Portugal nº 93 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
237
Apêndices
Azulejo-PD 36.1.2 Alemanha 200 Villeroy & Boch 14,6x14,6cm Cerâmica e vidrado
Transferência
ou impressão
(Decalcomania)
238
Azulejaria em Belém do Pará
Trav 14 de Abril nº 1561 São Brás/Batista Revestimento de fachada, assentados
Campos por compressão contra argamassa
fresca.
239
Apêndices
240
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Generalíssimo Deodoro nº 384; Avenida Gentil Bittencourt nº Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
49; Travessa Major Joaquim Távora nº 503; Rua Senador Manoel Barata Campina/Nazaré/ por compressão contra argamassa
nº 125 Batista Campos fresca.
Rua Senador Manoel Barata nº 1343; Rua Tiradentes nº 514 Reduto Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Mercado de São Brás - Avenida Magalhães Barata esquina da Avenida São Brás Revestimento de fachada, assentados
José Bonifácio - Largo de São Brás por compressão contra argamassa
fresca.
241
Apêndices
Azulejo-PMR 7.1.1 Alemanha Villeroy & Boch Mosaik 17,5x17,5cm Cerâmica e vidrado
Fabrik in Mettlach Meio-relevo
242
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Marques de Pombal nº 84/90 Cidade Velha Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Senador Manoel Barata nº 284/298; Rua Dr Assis nº 586; Travessa Cidade Velha/ Revestimento de fachada, assentados
Padre Eutiquio nº 298, 859 e 869; Avenida Alcindo Cacela nº 1518 Campina/ Nazaré por compressão contra argamassa
fresca.
243
Apêndices
Azulejo-PMR 12.1.1 Alemanha Villeroy & Boch, Fabrik 14,7x14,7cm Cerâmica e vidrado
in Mettlach (1880) Meio-relevo
Azulejo PMR 12.1.2 Alemanha Villeroy & Boch, Fabrik 14,7x14,7cm Cerâmica e vidrado
in Mettlach (1880) Meio-relevo
244
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Nazaré nº 725; Travessa Quintino Bocaiúva nº 1455 Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Nazaré nº 725; Travessa Quintino Bocaiúva nº 1455 Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
245
Apêndices
246
Azulejaria em Belém do Pará
Mercado de Carne Francisco Bolonha (Avenida Castilhos França/Rua 15 Campina Revestimento de interior, assentados
de Novembro) por compressão contra argamassa
fresca.
247
Apêndices
Azulejo-Pmr 1.2.2 Porto/ Portugal Antonio Almeida & Cia. 17,5x8,5cm Cerâmica e vidrado
Vila Nova de Gaia Marmoreado
248
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 15 de Novembro nº 319 Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Presidente Vargas nº 790 (Antiga Pharmacia Central) Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Governador José Malcher nº 459 e 884 Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
249
Apêndices
OBS: Os padrões Pmr 1.2.2; Pmr 1.3.3 e Pmr 2.1.1 são utilizados como padrões e como guarnições (frisos e cercaduras).
Azulejo-Plr 1 (branco leitoso) Cerâmica e vidrado
Liso
250
Azulejaria em Belém do Pará
Avenida Conselheiro Furtado nº 1885; Travessa São Francsico nº 60 Campina/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Campos Sales nº 280 esquina Rua 15 de Novembro Campina Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Castelo Branco nº 1258; Travessa São Francisco n° 60 São Brás/ Revestimento de fachada, assentados
Campina por compressão contra argamassa
fresca.
Travessa Castelo Branco nº 1258; Travessa São Francisco nº 60 São Brás/ Revestimento de fachada, assentados
Campina por compressão contra argamassa
fresca.
Rua 15 de Novembro nº 167/171; Travessa São Francisco nº 60 São Brás/ Revestimento de fachada, assentados
Campina por compressão contra argamassa
fresca.
Avenida Conselheiro Furtado nº 723 e 731 Batista Campos Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
251
Apêndices
252
Azulejaria em Belém do Pará
Avenida Conselheiro Furtado nº 723 e 731; Avenida Nazaré nº 154 e Nazaré Revestimento de fachada, assentados
166; Travessa Presidente Pernambuco n° 204 por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Ó de Almeida nº 527; Avenida Conselheiro Furtado nº 1881; Campina/Nazaré Revestimento de fachada, assentados
Avenida Governador José Malcher nº 459 por compressão contra argamassa
fresca.
Rua Gama Abreu nº 1190 e 1202 Batista Campos Revestimento de fachada, assentados
por compressão contra argamassa
fresca.
253
Apêndices
Rua Senador Lemos nº 762; Rua Padre Prudêncio nº 488; Rua Cidade Velha / Revestimento de fachada,
Siqueira Mendes nº 144; Rua 15 de Novembro nº 314 e 312 Campina/Umarizal assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Senador Manoel Barata nº 136/138; Rua Arcipreste Manoel Campina/ Batista Revestimento de fachada,
Teodoro nº 943; Avenida Gentil Bittecourt nº 57 Campos assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Magalhães Barata nº 336; Rua 28 de Setembro nº 892; Travessa Reduto Revestimento de fachada,
Rui Barbosa nº 346, 352, 358, 364 e 372 assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 605; Rua Siqueira Mendes nº 139; Cidade Velha / Revestimento de fachada,
Rua Senador Manoel Barata nº 147; Avenida Conselheiro Furtado nº Campina/Umarizal/ assentados por compressão contra
412; Rua Arcipreste Manoel Teodoro nº 462, 470, 476, 478 e 508; Batista Campos/ argamassa fresca.
Rua Tomázia Perdigão nº 174/178; Travessa Padre Eutiquio nº 1258, Nazaré
1274, 1282, 1286/1288 , 1294 e s/nº; Travessa Dr. Moraes nº 31
255
Apêndices
256
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Tomázia Perdigão s/nº Cidade Velha Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa São Francisco nº 60; Travessa Benjamin Constant nº 452 Campina/Reduto Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Senador Manoel Barata nº 153 e 161; Travessa Padre Eutiquio nº Campina Revestimento de fachada,
987-985; Travessa Campos Sales nº 604 assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Avenida Serzedelo Correa nº 1058, 1052 e 1048 Batista Campos Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
257
Apêndices
258
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 16 de Novembro nº 651 Cidade Velha Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
259
Apêndices
260
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 552 e 558; Travessa 7 de Setembro nº Cidade Velha, Revestimento de fachada,
104; Rua Conselheiro João Alfredo nº 284; Travessa Gurupá nº 114; Campina, Reduto, assentados por compressão contra
Travessa Quintino Bocaiúva nº 932/946; Travessa Rui Barbosa nº Nazaré, Batista argamassa fresca.
355 e 845; Rua Veiga Cabral nº 1338; Rua ò de Almeida nº 43 e 387; Campos
Travessa Presidente Pernambuco nº 204; Avenida Gentil Bittencourt
nº 231; Avenida 16 de Novembro nº 79 e 107; Rua Rodrigues Santos
nº 305; Rua Dr. Assis nº 130; Travessa Campos Sales nº 591, 715 e
300/306/308/312; Rua Gaspar Viana nº 151/153/157 e 165/169;
Praça Barão do Guajará nº 53; Rua 13 de Maio nº 194, 458/462 e
470; Avenida Castilhos França nº 524/534 e 600/608; Rua 28 de
Setembro nº 42, 157, 528 e 536; Rua Senador Manoel Barata nº 337
Demolido Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
261
Apêndices
262
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 28 de Setembro nº 328 Campina Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Avenida Nazaré nº 293 e 305; Travessa Felix Roque nº 119 Nazaré Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 529; Rua Diogo Moia nº 1101; Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Travessa 7 de Setembro nº 164/168/170; Travessa Joaquim Távora Campina/Reduto/ assentados por compressão contra
nº 334; Travessa Gurupá nº 266; Travessa Alenquer nº 162; Umarizal/Batista argamassa fresca.
Travessa Rui Barbosa nº 819 e 825; Rua Senador Manoel Barata nº Campos
114/118, 123 e 848; Rua Aristides Lobo nº 488; Avenida Portugal
nº 183; Rua Cametá nº 55 e 94; Travessa Padre Eutiqui nº 555 e
1359; Rua Gaspar Viana nº 223; 2 33/235; 371/375; e 377/381;
Rua 15 de Novembro nº 29/31; Rua 13 de Maio nº 28/32 e 125;
Avenida Castilhos França nº 744, 738, 600/608, 502 e 506; Rua São
Boaventura nº 39; Travessa Campos Sales nº 715; Rua Gaspar Viana
nº 226/228 e Rua João Diogo nº 100
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Dom Romualdo de Seixas nº 1718; Avenida Nazaré nº 31 Umarizal/Nazaré Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Senador Lemos nº 573; Rua Gaspar Viana 180/182; Travessa Campina/Reduto/ Revestimento de fachada,
Leão XII nº 21; Rua 28 de Setemebro nº 872 Umarizal assentados por compressão contra
argamassa fresca.
263
Apêndices
264
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Domingos Marreiros nº 279; Rua Padre Prudêncio nº 586; Rua Campina/Umarizal/ Revestimento de fachada,
Gama Abreu nº 1190 e 1202 Batista Campos assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Ó de Almeida nº 831; Rua dos Mundurucus nº 1387; Rua Campina/Reduto/ Revestimento de fachada,
Senador Manoel Barata nº 993; Travessa Frei Gil de Vila Nova nº 993 Batista Campos assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 329; Rua Santo Antônio nº 14/20; Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Travessa Gurupá nº 178; Rua Ó de Almeida nº 618 e 793; Rua Campina/Reduto/ assentados por compressão contra
Senador Manoel Barata nº 77; Travessa Piedade nº 342, 346 e s/nº e Nazaré argamassa fresca.
Travessa Benjamin Constant nº 1035
Travessa Frutuoso Guimarães nº 482; Rua Padre Prudêncio nº 514 e Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
518; Travessa Benjamin Constant nº 1006, 1012, 1041 e 1047; Rua Campina/Reduto/ assentados por compressão contra
Tiradentes nº 514; Avenida Governador J|osé Malcher nº 453; Rua Nazaré argamassa fresca.
Aristides Lobo nº 145; Rua Marques de Pombal nº 44/46 e 48; Rua
Cametá nº 50; Rua Gaspar Viana nº 96/98; Travessa Leão XII s/nº,
52 e 37/27; Rua Santo Antônio nº 135/155; Rua 13 de Maio nº 520
e 524; Praça Visconde do Rio Branco
Avenida Senador Lemos nº 762; Rua Conselheiro João Alfredo Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
nº 194/196; Rua Dr. Malcher nº 15/84 e 106; Travessa Benjamin Campina/Reduto/ assentados por compressão contra
Constant nº 506 e 512; Avenida Castilhos França nº 346; Rua 15 de Umarizal argamassa fresca.
Novembro nº 30/32/34/38
Travessa Frututoso Guimarães nº 175/179, 123/185, 187/191; Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Travesssa Alenquer nº 337; Rua Dr. Malcher nº 85 Campina/ Reduto assentados por compressão contra
argamassa fresca.
265
Apêndices
266
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 15 de Novembro nº 30/32/34/38 Campina Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Frututoso Guimaráes nº 175/179, 123/185, 187/191; Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Travesssa Alenquer nº 168; Travessa Piedade nº 337 Campina/Reduto assentados por compressão contra
argamassa fresca.
267
Apêndices
268
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 28 de Setembro nº 1181/1183 Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Avenida Nazaré nº 427, 435, 441, 449, 457, 463 e 489; Rua Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Arcipreste Manoel Teodoro nº 756; Rua Rodrigues dos Santos nº 305 Nazaré/Batista assentados por compressão contra
Campos argamassa fresca.
Travessa Pedro Albuquerque nº 65; Travessa Benjamin Constant nº Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
415; Avenida Nazaré nº 285; Travessa Campos Sales nº 517; Rua Campina/Reduto/ assentados por compressão contra
Angelo Custódio nº 35/41/45/47 Nazaré argamassa fresca.
269
Apêndices
270
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Oliveira Belo nº 260 e 264 Umarizal Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Frutuoso Guimarães nº 400, 441, 565, 584, 590, 596 e 602; Campina/Batista Revestimento de fachada,
Travessa Presidente Pernambuco nº 204; Rua Riachuelo nº 43 e s/nº Campos assentados por compressão contra
argamassa fresca.
271
Apêndices
272
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Senador Manoel Barata nº 105; Avenida Gentil Bittencourt nº 49 Campina/Nazaré Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Santo Antônio nº 254, 260, 274/276; Rua Alcindo Cacela nº Campina/Nazaré Revestimento de fachada,
1858; Travessa Padre Eutiquio nº 225 e Avenida Castilhos França nº assentados por compressão contra
278 argamassa fresca.
Rua Ó de Almeida nº 306; Rua Senador Manoel Barata nº 347/351 Campina/Batista Revestimento de fachada,
e 363; Avenida Serzedelo Correa nº 1074 e 1078; Rua Arcipreste Campos assentados por compressão contra
Manoel Teodoro nº 594; Avenida 16 de Novembro nº 41, 421, 427 e argamassa fresca.
443; Rua 28 de Setembro nº 136, 138/142
273
Apêndices
274
Azulejaria em Belém do Pará
Travessa Félix Roque nº 260, 268 e 316; Rua Dr. Malcher nº 477; Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Travessa Rui Barbosa nº 1023; Avenida Portugal nº 57; Rua Marquês Campina assentados por compressão contra
de Pombal nº 76/80; Rua Gaspar Viana nº 283/289; Rua 15 de argamassa fresca.
Novembro nº 13; Avenida Castilhos França nº 648
Rua Ó de Almeida nº 1209, 1227, 1235 e 1245; Avenida Nazaré Reduto/ Nazaré/ Revestimento de fachada,
nº 154 e 166; Rua Mundurucus nº 619; Travessa Padre Eutiquio nº Batista Campos assentados por compressão contra
1192, 1198, 1206 e 1214 argamassa fresca.
Rua Ó de Almeida nº 1116; Avenida Assis de Vasconcelos nº 831; Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Rua Tomázia Perdigão nº 240; Rua Gaspar Viana nº 152/154/158; Reduto/Campina assentados por compressão contra
Travessa Leão XIII nº 22/24/26 argamassa fresca.
Rua Santo Antônio nº 139/153/159; Travessa Leão XIII nº 55/79 Campina Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Dr. Moraes nº 85, 91, 107 e 115 Nazaré Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
275
Apêndices
276
Azulejaria em Belém do Pará
Demolido antes de 1986 Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Inacio Gilhon nº 41; Avenida Generalíssimo Deodoro nº 1130 Comercio/Nazaré Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Dom Pedro nº 704; Rua Santo Antônio nº 202, 206/208 e Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
210/216; Travessa Gurupá nº 250 Campina/ Umarizal assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Rua Alcindo Cacela nº 2074; Rua Bernardo Couto nº 785, 791 e Campina/Reduto/ Revestimento de fachada,
797; Rua Carlos Gomes nº 23, 29 e 37; Avenida Conselheiro Furtado Nazaré/Umarizal/ assentados por compressão contra
nº 584; Rua Gaspar Viana nº 348; Avenida Nazaré nº 1319; Rua Batista Campos argamassa fresca.
Ó de Almeida nº 760; Rua 15 de Novembro nº 15/25; Rua 28 de
Setembro nº 982 e 1163
277
Apêndices
FD 11.1.1 Alemanha e Belgica Villeroy & Boch Mosaik 15,2x7,6cm Cerâmica e vidrado
Fabrik in Merzig a/Saar - Transferência
nº do catálogo 289 e Les ou impressão
Majoliques de Hasselt (Decalcomania)
278
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Ó de Almeida nº 252 e 879; Travessa Piedade nº 298/302/306; Reduto/Campina Revestimento de fachada,
Rua Senador Manoel Barata nº 1186 e 1200; Rua 13 de Maio nº assentados por compressão contra
162/168; Travessa Padre Eutiquio nº 252 esquina da Travessa 13 de argamassa fresca.
Maio
Rua Padre Prudêncio nº 556; Avenida José Bonifácio nº 678; Campina/Batista Revestimento de fachada,
Rua dos Tamoios nº 1644 Campos/São Brás assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa Campos Sales nº 553; Avenida José Malcher nº 754; Campina/Nazaré/ Revestimento de fachada,
Travessa Dr. Moraes nº 98; Travessa Honorio Santos nº 256 Jurunas assentados por compressão contra
argamassa fresca.
Travessa 13 de Março nº 1704; Rua Ó de Almeida nº 125; Rua Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Marquês de Pombal nº 118/122; Rua Tomázia Perdigão nº 188/190; Campina/ Reduto/ assentados por compressão contra
Rua Dr. Assis nº 667; Travessa Padre Eutiquio nº 397/399; Nazaré argamassa fresca.
Rua 28 de Setembro nº 1155 e 1177
Avenida Generalíssimo Deodoro nº 254 e 260; Avenida Alcindo Cidade Velha/ Revestimento de fachada,
Cacela nº 2098 e 2110 e Avenida 16 de Novembro nº 112 Nazaré/Umarizal assentados por compressão contra
argamassa fresca.
279
Apêndices
CMR 2.1.1 Alemanha Villeroy & Boch Mosaik 17,5x17,5cm Cerâmica e vidrado
Fabrik in Mettlach - nº do Meio Relevo
catálogo 127
280
Azulejaria em Belém do Pará
Rua Arcipreste Manoel Teodoro nº 820; Rua Ó de Ameida nº 527; Campina/Batista Revestimento de fachada,
Rua Senador Manoel Barata nº 214/216; Rua Gaspar Viana nº Campos assentados por compressão contra
184/190 argamassa fresca.
Rua Senador Manoel Barata 284/298; Rua Dr Assis nº 586; Travessa Cidade Velha Revestimento de fachada,
Padre Eutiquio nº 298, 859 e 869 assentados por compressão contra
argamassa fresca.
281
Apêndices
282
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 15 de Novembro nº 280, esquina da Travessa Campos Sales Campina Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
283
Apêndices
284
Azulejaria em Belém do Pará
Rua 15 de Novembro nº 319 Campina Revestimento de fachada,
assentados por compressão contra
argamassa fresca.
285
Apêndices
286
Azulejaria em Belém do Pará
Técnica de Fabricação e Decorativa Endereço Bairro
287
Apêndices
288
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Avenida 16 de Novembro nº 130 Cidade Velha
289
Apêndices
290
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Rua Ó de Almeida nº 112 Campina
Estampagem Mecânica Travessa Frei Gil de Vila Nova nº 583 Cidade Velha
291
Apêndices
292
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Travessa Gurupá nº 301 Cidade Velha
293
Apêndices
294
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Travessa Ferreira Cantão/Rua Bailique nº 260 Campina
295
Apêndices
296
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Rua Rodrigues dos Santos nº 192 Cidade Velha
297
Apêndices
298
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Rua Senador Manoel Barata nº 1295 Campina
299
Apêndices
300
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Avenida Assis de Vasconcelos nº 488 Campina
Campina
301
Apêndices
302
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Rua Caetano Rufino nº 25-55 Campina
303
Apêndices
304
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Rua Senador Manoel Barata nº 965 Reduto
305
Apêndices
306
Azulejaria em Belém do Pará
Estampagem Mecânica Travessa Pedro Albuquerque nº 333 Cidade Velha
Cerâmica e vidrado
Travessa Bejamim Constant nº 525 Reduto
Estampagem Mecânica
Cerâmica e vidrado
Travessa 1º de Março nº 673 Campina
Estampagem Mecânica
307
Apêndices
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
308
Azulejaria em Belém do Pará
Endereço nº Bairro Uso / Aplicação
309
Apêndices
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Meio-relevo
Cerâmica e vidrado
Cerâmica e vidrado
310
Azulejaria em Belém do Pará
Ornato de fachada, assentados por compressão contra
Demolido antes de 1986
argamassa fresca.
311
Apêndices
7.1. Catálogo da Fábrica Cerâmica e de Fundição das Devezas (Acervo: Thais Sanjad)
312
Azulejaria em Belém do Pará
313
Apêndices
314
Azulejaria em Belém do Pará
315
Apêndices
7.3. Catálogo da Fábrica Cerâmica do Carvalhinho – estilos século XVII e XVIII (Acervo: Thais Sanjad)
316
Azulejaria em Belém do Pará
317
Apêndices
318
Azulejaria em Belém do Pará
319
Apêndices
320
Azulejaria em Belém do Pará
321
Apêndices
322
Azulejaria em Belém do Pará
Tipo de
Escalas do Navio Nome do Capitão do Navio Quantidade Consignado
Embarcação
32 cxs. Denis Crouan & Cia.
32 cxs.
05 vol.s
4.500 azulejos
Francisco Antônio 18 cxs. Brigue Português
18 cxs. Patacho Português Joaquim Francisco Fernandes
45 cxs. Brigue Português Manoel José de Faria & Cia.
27 cxs. Brigue Português Penna & Fº
08 cxs. Brigue Português J. F. Fernandes
25 cxs. Brigue Português J. F. Fernandes
Lisboa 36 cxs. Hiate Brasileiro F. A. de & Cia.
Maranhão 09 cxs. Hiate Inglês A Órdem
05 cxs. Barca Portuguesa T. M. Santos Nogueira
14 cxs. Barca Portuguesa T. X. Barros & Cia.
Pereira Dias 25 cxs. Barca Portuguesa F. A. de & Cia.
Francisco Antônio Alberto 25 cxs. Barca Portuguesa J. F. Fernandes
17 cxs. Barca Portuguesa Bernardo Barbosa
Sebastião dos Santos Pereira 18 cxs. Brigue Portuguesa Leal Ferreira. de & Cia.
Francisco Antonio Alberto 58 cxs. Barca J. F. Fernandes
21 cxs. Barca Correa e Irmão & Cia.
21 dtas,. Barca Portuguesa Correa e Irmão & Cia.
José do Ó 23 ditas Barca Portuguesa J. F. Fernandes
Joaquim Adrião da Silva 02 cxs. Barca Portuguesa A. X. da Silva Leite & Fo.
58 cxs. Barca J. M.Viegas
10 cxs. A.A. Almeida Irmão & Cia.
Lisboa J. Keshpatrick 104 cxs. Vapor Inglês Almeida Irmãos & Cia.
39 cxs. A. J. Fernandes
José de Ó 35 cxs. Brigue Portuguesa Geraldo Antonio Alves Francisco
53 cxs. A. M. J. Carvalhos & Cia.
39 cxs. A. J. A. Martins
Sabbas 53 cxs. Barca Portuguesa M. J. Carvalho & Cia.
Sabbas 39 ditas Barca Portuguesa J. A. Martins & Cia.
109 cxs. J. A. Martins & Cia.
52 cxs. A. J. M. Mourão
S.S. Pergira 48 cxs. Barca Portuguesa A. M. J. Farias
F. Ventura 24 cxs. Barca Portuguesa Bernardo Barbosa
29 cxs. A. J. M. Viegas e Cia.
J. Keshapatrick 22 cxs. Vapor Inglês Almeida Irmão & Cia.
J. Keshapatrick 12 cxs. Vapor Ingês J. M. Viegas & Cia. Ltda.
323
Apêndices
324
Azulejaria em Belém do Pará
Francisco Antonio Alberto 01 caixa Barca Portuguesa J. F. Fernandes
José do Ó 36 ditas Brigue Lima & Calheiros
20 cxs. Brigue M. J. de Farias
José do Ó 41 cxs. Brigue Portuguesa José Francisco Fernandes
30 cxs. e 20
José Joaquim das Neves
pinhas
80 cxs. Pereira e Laroque
39 cxs. J. F. Fernandes
80 cxs. J. M. Viegas & Cia.
J. V. dos Santos 20 cxs. Barca Portuguesa Lúcio de Souza Machado
40 cxs. José Joaquim das Neves
Sem
J. Nunes Carvalho
especificação
14 cxs. J. Neves Borges
José Pereira Dias 14 cxs. Barca Portuguesa Faria e Barbosa
11 cxs. Vapor Inglês Calheiros e Oliveira & Cia.
18 cxs. Calheiros e Oliveira & Cia.
18 cxs. Vapor Português Calheiros e Oliveira & Cia.
04 cxs. Barca Portuguesa Calheiros & Oliveira
49 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
62 cxs. Barca Portuguesa Manoel João de Carvalho & Cia.
19 cxs. Farias & Barbosa
15 cxs. Calheiros & Oliveira
14 cxs. Calheiros & Oliveira
Havre e Lisboa T. Russel 26 cxs. Paquete Inglês Calheiros & Oliveira
Lisboa 40 cxs. Barco a vapor Calheiros & Oliveira
20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
Lisboa 20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
01 caixa
Vapor T. Brambeer & Cia.
mosaico
20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
20 cxs. Calheiros & Oliveira
10 cxs. Bernardo Barbosa
10 cxs. Bernardo Barbosa
20 cxs. Bernardo Barbosa
20 cxs. Calheiros & Oliveira
13 cxs. Francisco J. da França
13 cxs. Barca Portuguesa Rodrigo B. de Moraes
25 cxs. Calheiros & Oliveira.
10 cxs. Calheiros & Oliveira.
01 caixa de
R. Viana & Cia.
amostra
10 cxs. Vapor Inglês Calheiros e Oliveira.
22 cxs. Vapor Inglês M. J. de Carvalho
325
Apêndices
326
Azulejaria em Belém do Pará
Havre/ Lisboa Turner Russel 25 cxs. Vapor Inglês Calheiros e Oliveira.
Lisboa A. Brooking 22 cxs. Vapor Inglês F. J. Pereira
10 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira.
10 cxs. Calheiros & Oliveira.
10 cxs. Vapor Inglês Calheiros Oliveira & Cia.
Lisboa Makinnon 02 cxs. Vapor Inglês C. Jaeggi & Cia.
Liverpool Tumer Russel 63 cxs. Vapor Inglês Bernardo Barbosa
10 cxs. J. P. de Araújo
50 cxs. J. Joaquim das Neves
06 cxs. J. Joaquim das Neves
C Kaas 56 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
C Kaas 64 cxs. Calheiros & Oliveira
Liverpool
E. Sadwick 6 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
Havre
30 cxs. J. Joaquim das Neves
50 cxs. Paiva & Cia.
25 cxs. Calheiros & Oliveira
Liverpool
Holgate 25 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
Havre
25 cxs. J. Joaquim das Neves
30 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
20 cxs. Calheiros & Oliveira
35 cxs. Calheiros & Oliveira
30 cxs. Calheiros & Oliveira
24 cxs. Calheiros & Oliveira
21 cxs. Calheiros & Oliveira
40 cxs. Calheiros & Oliveira
19 cxs. Calheiros & Oliveira
28 cxs. Calheiros & Oliveira
12 cxs. Calheiros & Oliveira
28 cxs. Calheiros & Oliveira
15 cxs. Calheiros & Oliveira
12 cxs. Calheiros & Oliveira
10 cxs. Fernando Matos
15 cxs. D. A. Raiol
15 cxs. Paiva e Cia.
3 cxs. Calheiros & Oliveira
20 cxs. Calheiros & Oliveira
30 cxs. Calheiros & Oliveira
25 cxs. Calheiros & Oliveira
15 cxs. Calheiros & Oliveira
1 barril Martins M. de Oliveira
327
Apêndices
328
Azulejaria em Belém do Pará
15 cxs. Calheiros & Oliveira
01 caixa Calheiros & Oliveira
60 cxs. Calheiros & Oliveira
28 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira.
19 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira.
19 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
18 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
18 cxs. Calheiros & Oliveira
17 cxs. Calheiros & Oliveira
05 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
Faria & Barbosa
Liverpool 05 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
(Consignatário)
Faria & Barbosa
Liverpool 55 cxs. Vapor Inglês Faria & Barbosa
(Consignatário)
37 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
01 caixa Barca Portuguesa M. Pedro
05 cxs. Barca Portuguesa Cerqueira Ribeiro & Cia.
17 cxs. Vapor Inglês A. Leite & Cia.
20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
15 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
03 cxs. Vapor Inglês S. Guimarães & Cia.
10 cxs. Vapor Inglês Araújo & Cia.
10 cxs. Vapor Calheiros & Cia.
20 cxs. Vapor Francês Calheiros & Cia.
20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
C.Clarck 16 cxs. Vapor Inglês Manoel R. Caetano
Liverpool via
W.W. Shand 20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Havre, Lisboa
Liverpool via
50 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Havre, Lisboa
Liverpool via
12 cxs. Vapor Inglês Machado Rocha & Cia.
Havre, Lisboa
55 dts Navio Americano Calheiros & Cia.
18 cxs. Barca Portuguesa J. P. de Castro & Cia.
40 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
25 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
10 cxs. J. P. de Araújo
80 cxs. Barca Portuguesa F. Pedro & Cia.
150 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
08 cxs. J. C. de Mesquita
Lisboa Makinnow 02 cxs. Vapor Inglês B. Jaeggi & Cia.
Liverpool Tunner Rund 63 cxs. Vapor Inglês Bernardo Barbosa
20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Oliveira
01 cxs. Vapor Inglês Silva Monteiro & Cia.
329
Apêndices
330
Azulejaria em Belém do Pará
06 cxs. Vapor Inglês Calheiros e Oliveira & Cia.
10 cxs Vapor Inglès A. L. de Souza & Cia.
10 cxs Vapor Inglès Calheiros e Oliveira & Cia.
53 cxs. Vapor Inglês Joaquim de Mello e Abreu
29 dts Vapor Inglês Calheiros & Cia.
31 cxs. Calheiros e Oliveira.
2 cxs. S. Aguiar e Cia.
29 cxs. M. N. Ribeiro
01 caixa Vapor Inglês Antônio Mesquita
33 dts Vapor Inglês Calheiros & Cia.
12 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
02 cxs. Vapor Inglês Antônio Mesquita
08 dts. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
78 vol. Vapor Inglês A. Mesquita
14 cxs. Vapor Inglês B. A. Antunes & Cia.
14 cxs. Vapor Inglês Francisco Pedro & Cia.
10 cxs. Antonio C. Nina
55 cxs. azulejos
Mesquita e Cia.
e cercaduras
20 cxs. Manoel Pedro e Cia.
Liverpool 30 cxs. Vapor Inglês Manoel Pedro & Cia.
Liverpool Havre 30 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
22 cxs. Vapor Inglês Francisco P. e Cia.
Liverpool 15 cxs. Vapor Inglês Nina & Mendes
Liverpool 20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Liverpool 20 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Liverpool 40 vol.s Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Liverpool 15 cxs. Vapor Inglês Mesquita & Cia.
Liverpool 35 cxs. Vapor Inglês F. Dias & Pereira
Liverpool Havre Sr. Philip Tocque 118 cxs. Vapor Inglês Manoel Pedro & Cia.
Liverpool escalas Sr. John Apedding 09 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
15 cxs. Alfredo Barros e Cia.
12 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
12 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
29 cxs. Rocha e Silva e Cia.
160 cxs. A. Mesquita
24 cxs. Antônio R. de Oliveira
24 cxs. Barca Portuguesa Rocha Silva & Cia.
160 cxs. Barca Portuguesa A. Mesquita
24 cxs. Barca Portuguesa Antônio R. de Oliveira
Liverpool
10 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Hamburgo
10 cxs. Calheiros & Cia.
331
Apêndices
332
Azulejaria em Belém do Pará
05 cxs. Vapor Inglês Antônio Mesquita e Cia.
Liverpool
19 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Porto
Liverpool 19 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Liverpool 44 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
Liverpool 44 cxs. Vapor Inglês Calheiros & Cia.
129 vol.s Calheiros e Cia.
15 vol.s Calheiros e Cia.
20 vol.s Calheiros e Cia.
15 vol.s Calheiros e Cia.
38 vol.s Calheiros e Cia.
21 cxs. Vapor Inglês Mendes & Cia.
21 vol.s Vapor Inglês
24 vol.s Vapor Inglês
05 vol.s Vapor Inglês Calheiros e Cia.
1 pacote de
Vapor Inglês Francisco Pedro e Cia.
amostra
20 cxs. Vapor Inglês Calheiros e Cia.
10 cxs. Vapor Inglês Calheiros e Cia.
15 cxs. Vapor Inglês Manoel Pedro e Cia.
1 caixa Vapor Inglês Araújo e Cia.
18 cxs. Vapor Inglês M. Semblame e Cia.
91 cxs. Vapor Inglês Salvador M. e Cia.
Leixões e Lisboa 15 cxs. Vapor Inglês Salvador M. e Cia.
Leixões e Lisboa 08 cxs. Vapor Inglês A. F. Veloso
15 cxs. Manoel Pedro & Cia.
60 vol. Francisco Pedro e Cia.
30 vol. P. Mouraille e Hermanos
Penhãrt e Lisboa 15 cxs. Vapor Inglês
23 cxs. Vapor Inglês Manoel Pedro e Cia.
25 cxs. Vapor Inglês J. Freitas
20 cxs. Vapor Inglês Paulo Mamreille e Hermanos
15 cxs. Mendes e Cia.
23 cxs. Vapor Inglês Agostinho Bastos
Liverpool 40 cxs. Vapor Inglês P. Mouraille e Hermanos
Hamburgo, Porto
Carga oriunda de Hamburgo 06 cxs. Vapor Alemão J. C. Ramos
e Lisboa
Porto,. Liverpool 25 cxs. Vapor Inglês J. S. Freitas
Porto. Liverpool
25 cxs. Vapor Inglês Mendes e Cia.
Havre
Liverpool, Havre,
15 cxs. Vapor Inglês P. Mouraille e Hermanos
Porto, Lisboa
Liverpool Havre,
17 cxs. Vapor Inglês B. N. B
Porto, Lisboa.
333
Apêndices
334
Azulejaria em Belém do Pará
17 cxs. Vapor Inglês B. N. B
01 caixa Vapor Alemão Manoel Mata
25 cxs. Vapor Inglês Salvador Mesquita
50 cxs. Barca Portuguesa Carlos Gomes
50 cxs. Barca Portuguesa Carlos Gomes
250 cxs. Barca Portuguesa
09 cxs. Vapor Inglês Tenegro
Consta apenas
“AMAS de
AZULEJOS”
250 vol.s Vapor Mendes & Cia.
25 cxs. Vapor Manoel Pedro
25 cxs. Vapor Inglês
83 cxs. Barca Agostinho Bastos
112 cxs. Barca Augusto de La Roque
01 cxs. Barca Salvador Mesquita
200 cxs. Vapor Mendes Correa
30 cxs. Vapor Inglês Salvador Mesquita & Cia.
02 grades Barca Manoel Pedro
87 cxs. Vapor Borges & Cia.
50 cxs. Vapor Inglês J. Cunha Coimbra
50 cxs. Vapor J. Cunha Coimbra
22 cxs. Vapor Salvador Mesquita
07 cxs. Vapor Cruz Melo & Cia.
25 grades Vapor Inglês Godinho & Cia.
98 vol.s Vapor Dr. Francisco Bolonha
30 vol.s Vapor Dr. Francisco Bolonha
94 gigos
Vapor Salvador Costa & Cia.
335
Apêndices
Data Anúncio
Azulejos de elegantes padrões em todas as cores e brancos somente, vendem Calheiros &
- 04, 05, 09, 12 e 20/maio/1877
Oliveira.
Azulejos de gostos completamente modernos e preço baratíssimo, vendem Joaquim
- 09 e 15/maio/1877
Lourenço Cabral e Cia. À Rua da Imperatriz centro da travessa do Pelourinho.
- 03, 08, 15, 18, 26 e 29/
Calheiros & Oliveira vendem: cimento hidráulico, cal virgem em barris, dita em pó em
janeiro/1879
barricas, vidros em lâminas, balaústres vidrados, soleiras e pedras de cantaria, ladrilho de
- 12, 22 e 27/fevereiro/1879
louça e mármore, azulejos lindos padrões, folhas de flandres em caixa, lageado de cantaria,
- 08, 11, 18 e 21/março/1879
cadeiras americanas.
- 03 e 05/abril/1879
Calheiros & Oliveira vendem: cimento hidráulico, cal virgem em barris, ditas em pó
barricas, vidros em lâminas sortidos, balaústres vidrados, soleiras e degraus de cantaria,
- 13, 17, 20, 22 e 23/abril/1879
ladrilhos de louça e mármore, azulejos de lindos padrões, folhas de flandres em caixas,
cadeiras americanas.
- 02/março/1882 “Azulejos Modernos” vendem a preços razoáveis Paiva & Cia., na Casa Chinesa.
Fábrica de Mosaicos Paraense de P.C. Fascio & Cia., estrada de São Jerônimo, 17. Acha-
se montada para executar qualquer encomenda tendo já 70 desenhos diferentes para
- 09/julho a 10/agosto/1898 satisfazer ao mais apurado gosto. Garante-se a qualidade, sendo igual ou menor a que
atualmente se importa do estrangeiro. Preços reduzidos, tendo mais a vantagem de ser
entregue sem quebra nas obras dentro do perímetro da cidade.
“Nina & Mendes”, Rua Santo Antônio nº 48 – Avisam ao seu respeitável público que
sempre tem em sua oficina à venda: - mármores de todas as cores e todas as procedências,
vasos, pias, globos e balaústres de louça do Porto, de Paris, Hamburgo e Gênova, - mosaicos
- 09/julho a 25/outubro/1898
de todas as qualidades e das procedências acima mencionadas, - gesso de estuque, cal
virgem, cimento de 1ª qualidade, - soleiras, degraus de cantaria, pedras de lioz e azulejos,
figuras próprias para platibandas de frentes de casas e jardins.
Fábrica de Mosaicos e Azulejos de Emanuele Cresta & Cia – Rio de Janeiro e Gênova.
- 16/julho a 03/agosto/1898
Amostras e informações com José Constant – Rua Conselheiro João Alfredo, 54.
- 27/julho a 1º/outubro/1899 “Antiga Casa Aguiar” – Rua 15 de Novembro nº 91- Grande armazém de louças, vidros,
- 1º semestre de 1900 candeeiros, tapetes, capachos, lamparinas, chapas e telhas de vidro, cimento Portland,
- 04 a 07/abril/1901 querosene inexplosível, mosaicos, azulejos, pinhas e vasos.
Grandes Oficinas de mármores e ateliers de escultura. De J. & Ribeiro & Cia., Rua da
Indústria 88. Filial Travessa José Bonifácio nº 5, em frente ao portão principal de Santa
Izabel. Nestas oficinas executa-se qualquer obra de arquitetura e escultura fúnebre ou
- 07/julho a 19/outubro/1901 portical, garantindo boa execução, esmero e modicidade em preços para o que chamamos
atenção do respeitável público paraense. Como verão nossa lista de todos os preços.
Grande depósito de soleiras, degraus, mosaicos e Azulejos. Também nos encarregamos da
colocação de qualquer obra que venha do estrangeiro, assim como compras de sepulturas.
“Carpintaria, Serraria e Marcenaria a vapor de Manoel Pedro & Cia” – Rua Bragança nº
3, premiado em todas as exposições que tem concorrido. O elevado número de edifícios
tanto de particulares, como do governo que nesta cidade se tem construído sob nossa
administração e boa fama de que goza a nossa casa, quer em construção ou em obras
- 05/julho a 22/novembro/1901 manufaturadas em nossas oficinas serve-nos de atestado: entretanto diremos que além de
nosso maquinista serem os mais aperfeiçoados, dispomos de pessoal habilitado a executar
- 25/agosto a 29/dezembro/1902 todo e qualquer trabalho que nos seja confiado, por preços que não tem competência.
Fornecemos ornamentos e plantas para construções. Todos os materiais empregados em
- 14/janeiro a 23/Dezembro/1903;
nossas obras são importados, diretamente das fábricas da Europa e América. Vendemos
- 05/janeiro a 29/junho/1904 materiais para construção como sejam: cimento, gesso para estuques, cal virgem, cal do
rio a melhor que vem do mercado, mosaicos e azulejos. Pedra de lioz, legedos, degraus,
soleiras de cantaria, tubos grés ingleses, tubos galvanizados e todos os pertences para
encanamento da água. Tanques de barro para cozinha e de ferro para latrinas, lavatórios,
mictórios, bacias para latrinas. Pinho de riga em tábuas e pranchões, pinho branco, vigas,
vigotas e pernamancas, taboado em todas as qualidades de madeira tanto aplainadas como
bruta. Tudo por preços que não admitem competência.
336
Azulejaria em Belém do Pará
Nome do Jornal/Ano/Números Local da Pesquisa
A Província do Pará/II/326, 327, 330, 332 e 339 Biblioteca Pública do Estado do Pará
A Província do Pará/IV/822, 825, 831, 834, 841, 843, 855, 864, 867, 875, 877, 883,
Biblioteca Pública do Estado do Pará
886, 896 e 898
337
Apêndices
Mármores, Rua Santo Antônio 48 Mendes & Cia. construtores avisam aos seus fregueses,
ao comércio e ao público, que acabam de receber grande e completo sortimento de
mármore branco e de cores de todas as dimensões. Esta oficina, a mais antiga desta praça
executa todo e qualquer trabalho em m. Grande variedade de azulejos e mosaico de todas
- 18/agosto a 12 setembro/1902
as qualidades. Gêsso para estuque, cimento, coroa, cal virgem e de sarnamby, escada de
cantaria, soleira, degraus e pedra de lioz. Vidros para vidraças de todos os tamanhos, em
caixa e a retalhos. Resolvemos vender todos os materiais com grande abatimento. Preços
sem competência.
Grande queimação em obras de mármores nas oficinas J. S. Ribeiro & Cia. Fundada em
- 06 a 27/setembro /1902 1887 na rua da indústria, 88 e na filial à travessa José Bonifácio nº 5, em frente ao portão
central do cemitério de Santa Izabel.
Atenção ao comércio e ao público em geral, Francisco Pedro & Cia. Construtores e obras,
travessa São Mateus, 78. Chamamos a atenção ao comércio e ao público desta capital,
- 21/agosto a 29/dezembro/1902 para compra de materiais de qualquer quantidade, para construções que ninguém poderá
competir com os preços de nossa casa, pois temos sempre um grande depósito de materiais,
- 19/abril a 15/setembro/1903 todos de primeira qualidade, a saber. Vigas de acapu, vigotas de acapu, pilares de acapu
especiais, ripas de cupiúba, ditas de piquiá, telhas de barro, tijolos angulares, tanques de
- 24/março a 30/agosto/1904 louça para cozinha, tubos de grés ingleses, cal de reino em barricões, dita de terra em
sacas, degraus de cantaria, soleira de cantaria, chapas de ferro, tintas inglesas, zinco e
verde, ditas em pó, água raz em latas, óleo de linhaça, mosaicos nacionais e estrangeiros.
“Mendes & Cia” participam ao público que se acha na direção de sua oficina o conhecido
escultor italiano FRANCISCO ROMANI, com pessoal habilitado para executar todo e
qualquer trabalho em mármore. Convidam, portanto ao público e aos seus fregueses a
honrarem com suas encomendas garantindo perfeição e modicidade em preços.
- 04/fevereiro a 20/abril/1903
Grande depósito de materiais para construção: cal virgem, cimento, gesso, soleiras,
degraus azulejos, mosaicos, figuras, vasos, globos, pinhas para ornamentação.
- 22/agosto/1905 A firma de Francisco Pedro & Cia. Passa a chamar-se de Manoel Costa & Cia.
Na próxima semana por ordem sindical o agente SOUZA venderá para divisão de herança,
de acordo com alvará expedido pelo meritíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito e órfãos, o prédio
de sobrado de construção moderna, revestido de azulejos na frente, sito à Travessa de São
Matheus 9, Praça Saldanha Marinho e o prédio nº 87 à Rua Padre Prudêncio.
338
Azulejaria em Belém do Pará
Folha do Norte Biblioteca Pública do Estado do Pará
A Província do Pará - Ano XXXII - nº Jornal 9644 Biblioteca Pública do Estado do Pará
339
Apêndices
As nossas esquadrias são o que é de mais perfeito, tanto no acabamento da obra como
também pelo emprego que fazemos de madeira completamente secas pois nosso estock é
colossal como qualquer freguez pode verificar percorrendo as nossas oficinas e depósitos.
Somos os maiores recebedores de cimento marca Corôa e por isso estamos em condições
de vende-lo por preço sem competência.
Temos grande depósito de cal, cal virgem, terra refractaria, tijolos, telhas convexas, telhas
portuguesas typo Marselha.
Tubos de grés, tubos de ferro para encanação d’água e pertences, torneiras, latrinas, bidets,
lavatorios, pias para cosinha.
O nosso sortimento de azulejos, é único pois temos completa novidade, assim, como em
mosaico: francezes, alemães, italianos e nacionais.
Empresa edificadora.
Manoel Pedro & Cia., empreiteiros e construtores, com grande oficina de carpintaria,
serraria e marcenaria a vapor por empreitada ou administração.
- 21/janeiro/1911 Tem sempre variado sortimento de todos os artigos para construção como sejam:
madeiras, telhas, tijolos, cimentos, coroa, cal, ferragens as melhores que vem ao mercado,
tintas óleos, vernizes, água raz, tubos de ferro para encanamento d’água e seus pertences,
tubos de gás, mosaicos lindíssimos italianos, azulejos franceses, latrinas, lavatórios, etc.
Encarrega-se da expedição de qualquer artigo tanto do interior como para fora do Estado.
340
Azulejaria em Belém do Pará
Estado do Pará Biblioteca Pública do Estado do Pará
341
Apêndices
- 13 a 30/abril/ 1911
- 04/Janeiro a 28/setembro/1915
“Casa Construtora Freitas” – convém não esquecer que além de secções de serraria,
- 10 a 22/novembro/ 1911 carpintaria, marcenaria, ferraria e pregaria a vapor, temos a de construções que se encarrega
não somente de edificações como de consertos e reformas de prédios e demais trabalhos
- 18/agosto a 05/dezembro/1912
relativos a esta especialidade. Também executamos obras de carpintaria naval.
- 05/janeiro a 16/fevereiro/1913
J. S. de Freitas & Cia. – Travessa Benjamin Constant 17 a 33.
Manoel Pedro & Cia.
Importantes Construtores
Azulejos, tintas, louças sanitárias, telhas de zinco, bonitos mosaicos de sua fábrica, assim
como todos os materiais de construções.
Manoel Pedro & Cia. - Exportadores de madeira. Importadores de materiais de
construção. Construtores. Fábrica de Mosaicos e variadíssimos gostos. Oficinas movidas
a eletricidade e a vapor de serraria, carpintaria, marcenaria, ferraria, mecânica, etc. Sendo
todas montadas com os mecanismos mais modernos, premiados com grandes prêmios e
medalhas de ouro em todas as exposições a que têm concorrido.
Grandes quantidades de madeiras secas de todas as qualidades existentes no Pará, em
toras, vigas, pranchas, barrotes, tábuas, ripas, etc. cimento, cal, gesso, tijolos, condutores
de ferro, de chumbo e de borracha, chapas de latão, cobre, zinco, azulejos, louças, louças
sanitárias, correias para maquinas, tintas, óleos, vernizes e ferragens.
Principais agentes:
Manaus - Antônio Henriques,
Maranhão - Aberlardo da Silva Ribeiro,
- 04/janeiro/1918
Piauí - Neves & Fº, sucessores,
Ceará - Fernandes & Cia.(Fortaleza) – Alberto Amaral,
Rio Grande do Norte - Jorge Barreto & Cia., sucessores - J. C. do Couto & Cia (Mossoró),
Paraíba - Piragi de Lemos,
Pernambuco - Manoel Pedro & Cia. (Filial),
Alagoas - M. C. Franco (Maceió)
Sergipe - Antônio Moreira (Aracajú),
Bahia - Magalhães & Cia.
Rio de Janeiro - Magalhães & Cia.
Buenos Aires - Da Costa & Coelho.
342
Azulejaria em Belém do Pará
Estado do Pará Biblioteca Pública do Estado do Pará
343