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POÉTICA
Poemas religiosos
Org. Felipe P. Santos
Antologia
Poética
Poemas religiosos
SUMÁRIO
Apresentação........................................................................ 05
Quinhentismo......................................................................... 06
Ao Santíssimo Sacramento............................................................. 07
A Santa Inês........................................................................................ 11
Poema à Virgem............................................................................... 13
Jesus na Manjedoura...................................................................... 18
Barroco.................................................................................. 19
Soneto a Nosso Senhor................................................................... 20
Ao braço do Menino Jesus............................................................. 21
O Poeta na ultima hora da sua vida.......................................... 22
Ao dia do Juízo.................................................................................. 23
A Inconstância dos bem do mundo............................................. 24
A Nosso Senhor Jesus Christo com actos de Arrependido
e Suspiros de Amor........................................................................... 25
À Conceição Imaculada de Maria Santíssima....................... 26
Buscando a Cristo............................................................................ 27
A Maria Santíssima........................................................................... 28
Ao Santíssimo Sacramento estando para comungar............ 29
Arcadismo............................................................................. 30
Caramuru: Fragmentos I............................................................... 31
Caramuru: Fragmentos II.............................................................. 32
Sobre os Autores................................................................... 33
Sobre o organizador............................................................ 34
"Suportamos tudo isso,
por amor dos eleitos"
Padre José de Anchieta
Apresentação
A Antologia que agora encontra-se em suas mãos é fruto de uma
pesquisa minuciosa acerca dos poemas escritos durante os períodos do
Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. Destaca-se os autores como: Padre
Antônio Vieira, Gregório de Matos e Frei Santa Rita Durão.
Os poemas e sonetos presentes nesta Antologia expressa em sua
característica geral a religiosidade manifestada pelos autores
mencionados anteriormente. Não trata-se apenas de textos religiosos,
mesmo que sejam de cunho devocional, mas apresentam ainda
características próprias de cada autor, bem como as suas manifestações
particulares, seja pela grande devoção do Padre Vieira por a Virgem
Maria, seja ainda pela expressão de arrependimento e súplica presente nos
sonetos de Gregório de Matos, ou ainda pela grande forma de manifestar a
visão de crenças através do uso de figuras culturais como faz o Frei Santa
Rita Durão em seu poema épico, Caramuru.
Essa antologia foi atribuída a seus principais autores do período
colonial, cujo tivessem alguma ligação com o tema abordado. Todavia, a
produção literária de cada período vária de acordo com o que seus autores
viveram em suas respectivas épocas. Sabe-se que o Quinhentismo e o
Barroco são responsáveis pela grande produção religiosa, diferente do
Arcadismo, que tem como fundo as questões voltadas para a natureza,
mitologia e contemplação da criação, resultando numa produção escassa
sobre religiosidade. Não estranhe ao se deparar com os fragmentos
escolhidos e mencionados no ultimo período, pois mesmo que distanciem
de um foco narrativo, carregam características próprias, cujo o eu-lírico-
autor questiona, coloca em prova e que não deixa claro uma religião ou
crença, mesmo utilizando de figuras simbólicas presentes na fé católica.
Ademais, desejo uma ótima leitura com imersão e devoção aos poemas
selecionados, e que traga boas sensações em vosso coração, caro(a)
leitor(a).
5
I
POEMAS SELECIONADOS
Quinhentismo
Ao Santíssimo
Sacramento
Padre José de Anchieta
7
Todo al é desatino Por caber dentro de nós
Se não comer tal vianda, Vos fazeis tão pequenino
Com que a alma sempre anda Sem o vosso ser divino,
Satisfeita. Se mudar.
E desejam de morrer
Por amor de seu amado,
Vivendo sem ter cuidado
Desta vida.
8
Quem viu nunca tal comida Deixado para memória
Que é o sumo de todo bem, Da morte do Redentor,
Ai de nós que nos detém Testemunho de Seu amor
Que buscamos! Verdadeiro.
9
Quando na minha alma entrais
É dela fazeis sacrário,
De vós mesmo é relicário
Que vos guarda.
Mitigador do desejo
Com que a vós suspiro, e gemo,
Esperança do que temo
De perder.
Amém.
10
A Santa Inês
Padre José de Anchieta
Vossa formosura
honra é do povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Virginal cabeça
pola fé cortada,
com vossa chegada,
já ninguém pereça.
11
II Ó que doce bolo,
que se chama graça!
Não é d’Alentejo Quem sem ele passa
este vosso trigo, é mui grande tolo,
mas Jesus amigo
é vosso desejo. Homem sem miolo,
qualquer deste povo,
Morro porque vejo que não é faminto
que este nosso povo deste pão tão novo!
não anda faminto
deste trigo novo. III
CANTAM:
Santa padeirinha,
morta com cutelo, Entrai ad altare Dei
sem nenhum farelo virgem mártir mui formosa,
é vossa farinha. pois que sois tão digna esposa
de Iesu, que é sumo rei.
Ela é mezinha
com que sara o povo, Debaixo do sacramento,
que, com vossa vinda, em forma de pão de trigo,
terá trigo novo. vos espera, como amigo,
com grande contentamento.
O pão que amassastes
dentro em vosso peito, Ali tendes vosso assento.
é o amor perfeito
com que a Deus amastes. Entrai ad altare Dei,
virgem mártir mui formosa,
Deste vos fartastes, pois que sois tão digna esposa
deste dais ao povo, de Iesu, que é sumo rei.
porque deixe o velho
pelo trigo novo. Naquele lugar estreito
cabereis bem com Jesus,
Não se vende em praça Pois ele, com sua cruz,
este pão de vida, vos coube dentro no peito,
porque é comida ó virgem de grão respeito.
que se dá de graça.
Entrai ad altare Dei,
Ó preciosa massa! virgem mártir mui formosa,
Ó que pão tão novo pois que sois tão digna esposa
que, com vossa vinda, de Iesu, que é sumo rei.
quer Deus dar ao povo!
12
Poema à Virgem
Padre José de Anchieta
13
Olha como está prostrado diante da Face do PAI,
Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.
Olha a multidão se comporta como ELE se ladrão fosse,
Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.
14
Mas se tanta dor não admite consolação
É porque a cruel morte levou a vida de sua vida,
Ao menos chorarás lastimando a injúria,
Injúria, que causou a morte violenta.
15
Morto DEUS, então porque vives Tu a Tua vida?
Porque não foste arrastada em morte parecida?
E como é que, ao morrer, não levou o Teu espírito,
Se o Teu Coração sempre uniu os dois espíritos?
16
Doce ninho onde as puras pombas põem ovinhos,
E as castas rolas têm garantia de suster os filhotinhos!
Ó chaga, que és um adorno vermelho e esplendor,
Feres os piedosos peitos com divinal amor!
17
Jesus na Manjedoura
Padre José de Anchieta
– Ó menino de Belém,
Pois sois Deus de eternidade,
Quem vos fez de tal idade?
18
II
POEMAS SELECIONADOS
Barroco
Soneto a Nosso Senhor
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
20
Ao braço do Menino Jesus
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
21
O Poeta na
ultima hora da sua vida
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
22
Ao dia do Juízo
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
23
A Inconstância
dos bem do Mundo
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
24
A Nosso Senhor Jesus Christo com actos
de Arrependido e Suspiros de Amor
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
25
À Conceição Imaculada
de Maria Santíssima
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
26
Buscando a Cristo
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
27
A Maria Santissima
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
28
Ao Santíssimo Sacramento
estando para comungar
Gregório de Matos Guerra: O boca do inferno.
29
III
POEMAS SELECIONADOS
Arcadismo
Caramuru
Fragmentos Selecionados | Frei Santa Rita Durão
31
Caramuru
Fragmentos Selecionados | Frei Santa Rita Durão
32
SOBRE OS AUTORES
33
SOBRE O ORGANIZADOR
34