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O APARECIMENTO DA LITERATURA PORTUGUESA

A literatura portuguesa nasceu formalmente no momento em que surgiu


o português língua escrita, nos séculos XII e XIII. Ainda que seja provável a
existência de formas poéticas anteriores, os primeiros documentos literários
conservados pertencem precisamente à lírica galego-portuguesa, desenvolvida
entre os séculos XII e XIV com uma importante influência na poesia
trovadoresca provençal.
Esta lírica era formada por canções ou cantigas breves, difundidas por
trovadores (poetas) e segréis (instrumentistas) e desenvolveu-se primeiro na
Galiza e no Norte de Portugal. Mais tarde trasladou-se para a corte de Afonso
X o Sábio, rei de Castela e de Leão, onde as cantigas continuaram a ser
escritas em galego-português.Os primeiros poetas conhecidos são João
Soares de Paiva e Paio Soares de Taveirós, sendo de autoria deste último a
"Cantiga da Ribeirinha", também conhecida como "Cantiga da Garvaia"].
Outros poetas desenvolveram sua arte na corte do rei D.Afonso III de Portugal
e mais tarde na de D. Dinis, ambos monarcas protectores e impulsionadores da
cultura livresca.
O corpus total da lírica galaico-portuguesa, composto por 1685 textos,
excluindo as Cantigas de Santa Maria, está reunido em Cancioneiros ou Livros
das Canções: o Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro
da Biblioteca Nacional de Lisboa (ColocciBrancuti), além dos pergaminhos
Vindel e Sharrer.A prosa em português teve um desenvolvimento mais tardio
que a poesia e não apareceu até o século XIII, época em que adoptou a forma
de breves crónicas, hagiografias e tratados de genealogia denominados Livros
de Linhagens. Não se conservou nenhum cantar de gesta portuguesa, mas
sim, em mudança, livros de cavalaria, como a "Demanda do Santo Graal".
Nesta época escreveu-se ademais, possivelmente, a primeira versão,
hoje perdida, do Amadis de Gaula, cujos três primeiros livros foram escritos
segundo algumas fontes por um tal João Lobeira, trovador de finais do século
XIII. Estas narrações cavalheirescas, ainda que desprezadas pelos homens
cultos de finais da Idade Média e do Renascimento, gozaram do favor popular,
dando lugar às intermináveis sagas dos "Amadises" e os "Palmerins", tanto em
Portugal como em Espanha.
A poesia que se volta para a emoção amorosa, para o mundo interior do
homem, surge em meados do século XII, diferenciada em dois tipos bem
definidos: a trovadoresca e o romance cor-tês, seguidos mais tarde pelas
novelas de cavalaria. Foi a Provença, pequena região situada ao sul da França,
o local geográfico que serviu de ponto de partida ou de fulcro gerador das
primeiras manifestações poéticas da literatura ocidental, conhecidas hoje em
dia como Poesia Trovadoresca. [...] É com os trovadores provençais que
renasce a poesia lírica, cuja última manifestação surgira entre os romanos.
Novamente a Literatura expressa as emoções interiores do homem, e
especificamente a amorosa. Levada pelos trovadores, jograis ou menestréis,
largamente protegidos pelas cortes, a poesia trovadoresca atravessa os Alpes
e os Pireneus e vai provocar o nascimento da poesia nacional de Portugal,
Espanha e Itália. É com ela que nasce a poesia portuguesa.”
O SÉCULO XV E A LITERATURA PORTUGUESA
No final do século XIV, com a Crise de 1383-1385, inicia-se uma nova
etapa na literatura portuguesa. Nesta época, os reis continuaram ligados à
criação poética: o Rei D. João I de Portugal escreveu um Livro da Caça, e seus
filhos Eduardo e Pedro compuseram tratados morais. Também nesta época,
um escriba anónimo contou a história heróica de Nuno Álvares Pereira na
Crónica do Condestável.
A tradição cronística portuguesa começou com Fernão Lopes, quem
compilou as crónicas dos reinados de D. Pedro I, D. Fernando I e D. João I,
combinando a paixão pela exactidão com uma especial destreza para a
descrição e o retrato. Gomes Eanes de Zurara, que lhe sucedeuno posto como
cronista oficial e escreveu a Crónica da Guiné e das guerras africanas, é
igualmente um historiador bastante fiável, cujo estilo, no entanto, está afectado
pelo pedantismo e a tendência moralizante. Seu sucessor, Rui de Pina, evitou
estes defeitos e ofereceu um relato se não artístico, pelo menos útil, dos
reinados de D. Duarte, D. Afonso V e D. João II. A sua história do reinado deste
último monarca foi, também, reutilizada pelo poeta Garcia de Resende, que a
enfeitou com episódios vividos por si em primeira pessoa e a publicou com o
seu nome.
No campo da poesia, esta época está marcada pela influência da poesia
renascentista italiana, em especial de Petrarca, que se introduziu na literatura
portuguesa através da espanhola. Isto levou a que muitos autores, como Pedro
Condestável de Portugal, amigo de Íñigo López de Mendoza, escrevessem em
castelhano. Evidências da influência da literatura italiana sobre a portuguesa
nesta época são o gosto pela alegoria ou pelas referências à Antiguidade
Clássica.
Nesta época coleccionaram-se cancioneiros como o Cancioneiro Geral,
que contém o labor de uns 300 cavaleiros e poetas de tempos de D. Afonso V
e D. João II e que foi compilado por Resende e inspirado por Juan de Mena,
Jorge Manrique e outros poetas espanhóis. A maioria destas composições
eram poesias artificiosas e conceptuais de temática amorosa ou satírica. Entre
os escassos poetas que demonstraram um especial talento e verdadeiro
sentimento poético se encontram o próprio Resende, autor de uns versos à
morte de Inês de Castro, Diogo Brandão, autor de um Fingimento de Amores,
ou o próprio Condestável D. Pedro.
No entanto, entre estes cancioneiros aparecem também três nomes que
estavam destinados a mudar o curso da literatura portuguesa: Bernardim
Ribeiro, Gil Vicente e Sá de Miranda.
O APARECIMENTO DA LÍRICA E A ÉPICA
O século XVI inicia-se com a introdução de novos géneros literários
provenientes do estrangeiro, sobretudo de Itália. Entre eles temos a poesia
pastoril, introduzida em Portugal por Bernardim Ribeiro; ao mesmo género
pertencem as éclogas de Cristóvão Falcão. Estas composições, assim como as
Cartas de Sá de Miranda, foram compostas em versos de arte maior,
desprezando-se a chamada medida velha (denominada também como "metro
nacional" para distingui-lo do hendecassílabo de gosto italiano), a qual acabou
por ser usada, por exemplo, por Camões nas suas "obras menores", por
Gonçalo AnesBandarra nas suas profecias ou por Gil Vicente.
No campo da poesia lírica, além do já citado Sá de Miranda, que
introduziu as formas da escola italiana na literatura portuguesa (o soneto, a
canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas e os versos de
dez sílabas), cabe citar António Ferreira, Diogo Bernardes, Pero Andrade de
Caminha e Frei Agostinho da Cruz, todos eles seguidores da escola italiana,
ainda que nas suas obras se possa apreciar certo artificialismo nos modelos, o
que acontece menos nas obras de Frei Agostinho da Cruz.
A poesia épica desenvolveu-se sobretudo graças a Luís de Camões, que
foi capaz de fundir os elementos clássicos com os elementos nacionais para
criar uma poesia nova, e sobretudo uma verdadeira épica culta nacional, em
especial em Os Lusíadas. Os seus seguidores, entre eles Jerónimo Corte-Real,
Luís Pereira Brandão, Francisco de Andrade, Gabriel Pereira de Castro,
Francisco de Sá de Meneses ou Brás Garcia de Mascarenhas, nunca
alcançaram o seu nível, não passando as obras destes autores de crónicas em
verso
OS TROVADORES
A palavra trovador vem do francês TROUVER que significa ACHAR,
ENCONTRAR. Dizia-se que o poeta ACHAVA, ENCONTRAVA a música
adequada ao poema [seu ou de outro] e o cantava acompanhado de
instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. A produção artística está
impregnada, neste período, do espírito teocêntrico. As artes decorativas
predominam, sempre deformando os elementos objetivos do mundo ou
procurando simbolizar o universo espiritual e sobrenatural através do qual o
homem interpreta sua realidade.
O estilo gótico, com suas formas alongadas, ogivais e pontiagudas,
parece expressar forte desejo humano de ascender a uma nova e eterna vida.
A literatura, geralmente escrita em latim, não ultrapassa os limites religiosos em
sua temática: a vida dos santos, a liturgia dos rituais cristãos. Mas em torno
dos castelos feudais desenvolve-se também uma arte leiga que, mesmo às
vezes chegando ao profano, redimensiona a visão de mundo medieval e
aponta novos caminhos.
É a arte dos trovadores e suas cantigas, das novelas de cavalaria. Nelly
N. Coelho traz mais algumas informações importantes. “Cantada ao som de um
instrumento, nas cortes ou nas praças públicas para o povo, a poesia
trovadoresca desenvolvia-se com os mesmos clichês estilísticos: rimas
assonantes, reiterações paralelísticas, exploração dos mesmos temas
estereotipados (as queixas do amado saudoso à „muito fremosa senhor‟
[senhora muito formosa], que se mantém distante, altiva e indiferente; ou então
é a amada quem suspira pelo amado que está na guerra ou na viagem). Essa
padronização de temas é resultante do ideal do „amor cortês‟ difundido nas
cortes medievais, e entre cujas exigências destacamos:
1. A perfeição da mulher amada;
2. As duras provas a que deve o amor se submeter para vencer;
3. A devoção cavalheiresca;
4. A atitude servil frente à mulher;
5. O esforço interior do homem para dominar os instintos e tornar- -se senhor
de seus impulsos sensuais.
A existência do „amor cortês‟, segundo estudiosos, liga-se ao pro- cesso
de valorização da mulher, encetado pela Igreja, através do culto mariano, e que
visava não só a elevação da mulher dentro da socieda- de, como,
principalmente, a espiritualização do amor, liberando-o da sensualidade
grosseira que caracterizava as relações Homem-Mulher, à época. O
Trovadorismo, em fins do século XIV, estava praticamente desa- parecido
como instituição palaciana; a sua técnica passa por um gran- de refinamento.
Predominam agora as rimas consoantes, os esquemas métricos regulares,
amplia-se o vocabulário e os temas passam a ser os mais variados. É quando
surge a Poesia Palaciana no século XV, pré-renascentista, já bem mais
artística que a inicial, e que está recolhida no Cancioneiro Geral, organizado
por Garcia de Rezende.”
DIVISÃO DAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES DA LITERATURA
PORTUGUESA
Em Portugal floresceram cantigas de tipos diversos quanto à temática:
Cantigas de Amor: Surgiram no sul da França, na região de Provença.
Expressam o senti- -mento amoroso do trovador que se coloca a serviço da
mulher amada. Aqui, o amor se torna tema central do texto poético, deixando
de ser pretexto para a discussão de outros temas. Mas é um amor não
realizado, não correspondido, que fica sempre num plano idealizado. E de
outro modo não poderia ser, pois a mulher amada se encontra socialmente
afastada do poeta: é a senhora, esposa do senhor feudal. São cantigas que
espelham a vida na corte através de forte abstração e linguagem refinada.
Nas Cantigas de Amor, o sujeito do discurso é um homem e o tema é o
amor impossível. Em galego-português, o sofrimento causado pela não
correspondência amorosa é chamado de coita e o objeto amado – a Dama – é
nomeado pela palavra Senhor. A maioria dos medievalistas concorda que
essas cantigas retomam o lirismo occitânico, sofrendo influências diretas da
poesia provençal. Eis uma canção de amor:
Quero, à maneira provençal, Fazer E desde aí, não lhe fez pouco boa
agora um cantar de amor Quando não quis que outra fosse
igual.
E vou querer muito louvar minha
senhora Pois em minha senhora nunca Deus
colocou maldade
A quem reputação e formosura não
falta, Colocou mais aí mérito, beleza e
louvor
Nem bondade; e mais vos direi:
Tanto a fez Deus muito boa E falar muito bem e rir melhor Que
outras mulheres; desde aí é muito
Que vale mais que todas do
leal
mundo.
E por isso não sei hoje eu quem
Pois, minha senhora, quis Deus
Possa em toda a extensão de sua
fazer isso,
bondade
Quando a fez, que a fez sabedor
Falar, pois não há outra que tenha
De todo bem e de muito grande sua bondade.
valor,
E com tudo isso é muito comum Ali
onde deve; e deu-lhe bom senso,
Cantigas de Amigo: Nasceram no território português e constituem um
vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medie- vais na região.
Embora compostas por homens, procuram expressar o sentimento feminino
através de pequenos dramas e situações da vida amorosa das donzelas,
geralmente, as saudades do namorado que foi combater contra os mouros, a
vigilância materna, as confissões às amigas. Há nessas cantigas uma forte
presença da natureza, sua linguagem é simples e sua estrutura apropriada ao
canto e à transmissão oral apresenta refrão e versos encadeados e repetidos
ou ligeiramente modificados [paralelismo].
Nas Cantigas de Amigo, em vez de um amor impossível, temos o
testemunho de mulheres apaixonadas. O poeta – trovador, jogral ou menestrel
–, se coloca do lado das mulheres, falando como se fosse uma delas. Em
galego-português, amigo é sinônimo de namorado, amado.
As Cantigas de Amor e de Amigo colocam em cena dois gêneros
líricos e duas modalidades de amor. Nas cantigas de amor, o amante se situa
como homem, colocando-se a serviço de uma Dama, que, ao mesmo tempo
em que o aceita como vassalo, recusa-se a dar-lhe o seu amor.
Nas cantigas de amigo, o amante se inscreve no lugar das mulheres e
o objeto amado é quem tem as insígnias fálicas. As cantigas de Pero Meogo,
em que a imagem dos cervos simboliza a virilidade masculina, ilustram as
características básicas desse gê- nero, onde algumas personagens domésticas
participam dos conflitos da donzela, quando ela recebe um bilhete do
namorado, convidando- -a para um encontro. Sempre que a figura materna
aparece nessas cantigas é para alertar a filha dos perigos da paixão, e, às
vezes, essas donzelas burlam a vigilância materna para atender ao chamado
dos seus amados.
Nas Cantigas de Amor, a privação do objeto amado tem como efeito a
inibição do sexual. Nas Cantigas de Amigo, a inclusão do sexual está
diretamente ligada a uma cena reincidente, onde a donzela apaixonada se
entrega ao seu amado, engendrando uma versão que implica a conjunção
entre amor e gozo e na colocação do amor como agente infrator de um código
moral, como é o caso da poesia de Martin Codax, provavelmente, um jogral
galego-português que viveu na corte de Afonso III (1210 - 1279).
O preconceito fez com que alguns estudiosos do trovadorismo galego-
português, tais como D. Carolina de Michäelis de Vasconcelos, Aubrey Bell,
Joaquim Nunes, Costa Pimpão e Rodrigues Lapa – só para citar alguns –
identificassem certa “candura” nas cantigas de amigo. Ou seja: eles ignoraram
a presença de um erotismo, onde o amor contracena com o gozo sexual para
engendrar a promessa de Felicidade. Já as leituras das cantigas de amigo,
feitas por Leodegário A. de Aze- vedo Filho (As Cantigas de Pero Meogo e O
Poema Musical de Codax como Narrativa), por Celso Cunha (Amor e Ideologia
na Lírica Trova- doresca) e por Romam Jakobson (A textura Poética de Martim
Codax), entre outros, contribuíram para desmistificar o caráter angelical que até
então era atribuído a essas cantigas. Eis o exemplo:
Não posso eu, mãe, ir a Santa Cecília Porque não me deixas fazer a vontade,
pois me guardas noite e dia do meu morrerei com este cuidado por meu
amigo. amigo.
Não posso eu, mãe, ter paz pois não Morrerei com esta teimosia, e, se me
me deixas fazer a vontade do meu deixasses ir, me salvaria com meu
amigo. amigo.

Porque me guardas noite e dia; Morrerei com este cuidado, e, se


morrerei com esta teimosia por meu quiseres, irei de bom grado com meu
amigo. amigo.
Cantigas de escárnio e de maldizer: Reúnem a produção satírica e
maliciosa da época. Enquanto as de escárnio são críticas e suas ironias feitas de
modo indireto, as de maldizer, utilizando linguagem mais vulgar, às vezes obscena,
referem-se direta e nominalmente a suas personagens. Os temas centrais destas
cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se
lançam mutuamente e que nos lembram os desafios de nossa literatura de cordel, as
intimidades de alcova, a covardia ou a falta de jeito de alguns cavaleiros, as
mulheres feias.
Dom Fulano, que eu sei que tem fama de remexeu-se, levantou o rabo e fugiu para
covarde vejam o que fez durante a guerra Portugal.
(disto estou certo): logo que viu os mouros,
como boi ferroado por moscão, sacudiu-se e
Dom Fulano, que eu sei que tem fama de Dom Fulano, que eu sei que tem fama de
leviano, vejam o que fez durante a guerra medroso vejam o que fez durante a guerra
(disto estou certo): logo que viu os mouros, saibam que é verdade: logo que viu os
como um bezerro novo, sacudiu-se e mouros, como um cão que sai da corrente,
remexeu-se, levantou o rabo e fugiu para sacudiu-se e remexeu- se, levantou o rabo e
Portugal. fugiu para Portugal.

ORIGEM DAS CANTIGAS


No que diz respeito à origem dessas cantigas, vamos encontrar três versões
diferentes:
1 - A poesia galego-portuguesa em seu conjunto é uma continuidade do
trovadorismo occitânico, tendo como principal influência a escola provençal;
2 - As cantigas de amigo são um fenômeno autóctone da cultura galego-portuguesa;
3 - A poesia galego-portuguesa se inscreve na tradição trovadores- ca medieval,
apresentando algumas características específicas, já que não se pode deixar de
levar em consideração que a corte de Afonso X, o Sábio (avô de D. Dinis), era um
importante centro cultural, frequentado por vários poetas occitânicos.
BIBLIOGRAFIA

COELHO, Nelly N.. Literatura e Linguagem. A obra literária e a expressão lingüística.


5. ed. reform. Petrópolis-RJ: Vozes, 1993
NICOLA, José de. Literatura Portuguesa: da origem aos nossos dias. São Paulo:
Scipione, 1999
PESSOA, Fernando. Obra poética. Org. Int. e Notas de Maria Aliete Galhoz. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2001

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