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Enquadramento internacional

A necessidade intuitiva de proteção face às alterações climáticas e a tendência natural


para a vida em sociedade conduziram ao reconhecimento da importância de um abrigo (“Mito
da Caverna”). Com efeito, a Arquitetura data do período do homem primitivo, com a
manifestação das primeiras concessões da organização de espaço e, consequentes, alterações da
Natureza; é de notar ainda, a interdependência entre a sociedade, a sua evolução e o conceito de
espaço, sintetizado nas premissas “O ser não é independente do habitar” e “Architecture is
always more than a building”, do arquiteto Bellantyne. Deste modo, associada ao conceito de
Arquitetura, definido como arte de organizar o espaço, está também a ideia de que a mesma
sugere modos de viver e que um projeto antecipa e promove a resolução de um problema.
“O Homem serve-se da tecnologia para melhorar a sua condição”, o que é
exemplificado na cultura islâmica, da Índia Mongol, da China, do Tibete ou da América do Sul.
Em adicional, cada cultura introduz uma abstração da definição de Arquitetura; note-se, a título
de exemplo, a civilização egípcia pela sua conceptualização de uma arquitetura de
monumentalidade eterna, ou a imitação do orgânico materializada nas colunas dos templos
gregos. Já no Império Romano surgiram os primeiros tratados relativos à Arquitetura, dos quais
se destacam o tratado de Vitrúvio, que estabeleceu como princípios basilares da disciplina, a
funcionalidade, a estabilidade/solidez e a beleza. Este tratado transitou para o período medieval
que, em adicional, impulsionou a retoma dos princípios da Antiguidade. É na Idade Medieval
que surge o Românico que evolui, posteriormente, para o Gótico, que procede à materialização
da luz pela verticalidade (vitrais). Além disso, os mosteiros enquanto tipologia construtiva
ganham importância, precedendo as células que no moderno serão aplicadas à habitação social.
O Renascimento sucede ao Gótico e reafirma uma urgência cultural de reviver a tradição antiga,
privilegiando o Homem. Deste período, destaca-se Alberti, teórico que determinou que o
arquiteto realiza a experiência mental de desenhar as linhas invisíveis do espaço de ligação entre
os elementos da composição e da proporção (fachada da Igreja de Santa Maria Novelle); Alberti
redigiu ainda um tratado cujos princípios basilares são a “necessidade”, a “comodidade” e o
“prazer”, que encontram semelhanças com os que são apresentados por Vitruvio; Brunellschi
(séc. XV), introduz um novo método representativo que confere primazia à vista do Homem, a
perspetiva, materializada nas naves da Igreja de Espírito Santo, Florença, que incorporam uma
proporção matemática; é também Brunellschi que estabelece o entendimento de projeto
enquanto problema. Esta necessidade de fazer arquitetura seguindo regras pré-estabelecidas,
conduziu a um paradigma de liberdade criativa, retratado no Maneirismo e no Barroco e em
artistas como Miguel Ângelo. Do Barroco destacam-se Borromini que adotou a curva como
elemento de desenho. Em oposição, em França, com o domínio da ciência, a racionalidade
torna-se central no pensamento da arquitetura, com arquitetos como Philibert de l'Orme. Por
outro lado, em Inglaterra, questionava-se os limites da razão, cujo um dos seus impulsionadores
era Charles Perrault, com a relativização do estatuto de verdade absoluta das proporções.
Sucede-se o Romantismo, com J. Rousseau, que integra as sensações primitivas na arquitetura.
Já os séculos XVII e XVIII experimentam relacionar a arquitetura grega com o Gótico, do qual
se destaca o ensaio de Laugier. É também no século XVIII que surge a divisão entre a disciplina
de Arquitetura e a disciplina de Engenharia, com consequências diretas para as Escolas de Belas
Artes e os politécnicos. O século XIX é marcado pelo neoclássico e pela arquitetura do ferro,
mas também com introdução de conceitos como programas e disposições (Durand) e a ideia de
uma lógica de disposição espacial referencial (Quincy).
Em paralelo, ocorreu também a evolução do pensamento e do conceito de espaço. Neste
sentido, destacam-se Newton (séc. XVII), que entendia que espaço era uma grandeza absoluta;
Descartes (séc. XVII), que interpretava que o conceito espaço estava intrinsecamente associado
à extensão do pensamento; e, além de Locke, Leibniz, Kant que compreendia que espaço era
universal e abstrato.
No começo do século XX, ocorreu a revolução industrial, que além de introduzir o carro
nas sociedades, conduziu a um aumento demográfico nas cidades, ao que corresponderam novos
problemas sociais, nomeadamente problemas de habitação; consequentemente, vários arquitetos
tentaram dar reposta ao problema de habitação que surgiu, nomeadamente, Camilo Sitte, que
propunha um planeamento da cidade de acordo com princípios arquitetónicos, por meio do
estudo de ruas, cheios-vazios, o carácter das praças, a sua dimensão arquitetónica, dos edifícios,
a estética, ou seja, pensar os princípios que dessem qualidade às cidades; E. Howard que
procurou compreender como é que a cidade que evolui para a metrópole pode se relacionar com
uma visão saudável de vida urbana, ou seja, uma cidade jardim, que crescia em anéis, com
vazios de natureza, respeitando as ruas; e Tony Garnier, com o seu modelo de setorização dos
componentes de uma cidade (industria, residência, comércio). A sociedade sofreu também,
evidenciando-se um debate relativo ao valor arquitetónico e à função da arquitetura na
sociedade, na política e na cidade.
O movimento moderno das décadas de 10 a 20 apresentou a resposta mais ideal,
servindo-se da industrialização para a produção em série. A primeira década do século XX,
designada por Belle Epoque, foi ainda marcada por avanços científicos e tecnológicos, que se
acentuaram com o eclodir da I Guerra Mundial.

Com a revolução industrial, esta nova era industrial, era conhecida como era do ferro, da
máquina e dos transportes, e está, assim, associada ao racionalismo, à produção em série, à
mecanização e à produção standart. Nesta época, os principais materiais utilizados em
arquitetura eram o ferro, o betão e o vidro. A chamada sociedade industrial também sofreu
mudanças e discutia-se o valor arquitetónico relativo à função da arquitetura na sociedade, na
política e na cidade. Relativamente à cidade e seus edifícios também era interrogada a
temática de materialidade arquitetónica, no sentido em que se pretendia uma solução
universal. Esta questão da universalidade foi uma das questões tratada pela Bauhaus (1919-
1933), fundada por Walter Gropius, que foi uma das escolas de artes da época que promoveu
o modernismo. Assim, vários problemas surgiram e com estes a necessidade de respostas para
os mesmos, através da arquitetura – “responde a questões presentes na sociedade, questões
colocadas sob a forma de necessidades que constituem, para o arquiteto, um problema a
resolver”.10 Problemas como o da habitação pelas transformações urbanas, industriais e
institucionais, ao qual o Pensamento Moderno responde a partir das temáticas: Vazio
residencial (problema da habitação), Planeamento urbano (problema das grandes cidades), O
Pensamento Moderno: a nível tecnológico.
Evolução do gótico ao moderno (Raymond Wood), a Art Déco, com destaque para o período
entre 1910-1930. A cultura do cinema, revistas e jornais. A conceção da utopia americana e a
sua estética expressionista, com a americanização da cultura europeia. (a cidade utópica de
Frank Lloyd Wrignht) (“A mania dos arranha-céus”). As ideias da Bauhaus, Rudolf Schindler,
Richard Neutra. A I Guerra Mundial e o consequente pós-guerra, loucos anos 20, que
potencializou o movimento moderno. Le Corbusier: trabalho teórico e o Le Modulor e a casa
Moderna Ideal.

Mais tarde, começa-se a dar muita relevância às essências estruturais e funcionais da


arquitetura (Pugin) e o ferro e betão passam a ser muito utilizados (Le Duc). Também a linha
romântica de Ruskin, arte da estética, ganha importância, relacionando-se com o impacto da
expressão arquitetónica dos sentidos e com a consciência de papel social, dando valor à
política. Tudo isto levou a que surgissem cada vez mais novos programas, como estações de
caminhos de ferro, novos mercados e novas galerias (com arcadas). A sociedade começou,
também, a sentir um fascínio pelas novidades, neste caso, pelas tecnologias, que ganhavam
cada vez mais importância.
A década de 10, é conhecida como Belle Epoque, época esta que se caracteriza pelo otimismo,
os avanços na ciência, as novas tecnologias e, ainda pela consciência e ação em relação ao
problema das classes sociais.7 Com início em 1914 e fim em 1918 a Primeira Guerra Mundial foi
um acontecimento que causou grande impacto a nível mundial. Efetivamente, a guerra
estendeu-se ao mar, com submarinos, e ao ar, com canhões de longo alcance para defesa
passiva das cidades, uma vez que a guerra das cidades também existia, estando anunciada a
partir da Arte Dada, considerada uma arte “sonhadora”. Com o fim da guerra, na qual 8500
milhões de soldados foram mortos, surge uma reação ao academismo (“The university has na
architecture before it has buildings”8). De facto, as Beaux Artes ganharam relevância, assim
como as Escolas de Belas artes, onde se fala também do impressionismo na pintura, da
escultura monumental e da arte racionalista

Com a revolução industrial, esta nova era industrial, era conhecida como era do ferro, da
máquina e dos transportes, e está, assim, associada ao racionalismo, à produção em série, à
mecanização e à produção standart. Nesta época, os principais materiais utilizados em
arquitetura eram o ferro, o betão e o vidro. A chamada sociedade industrial também sofreu
mudanças e discutia-se o valor arquitetónico relativo à função da arquitetura na sociedade, na
política e na cidade. Relativamente à cidade e seus edifícios também era interrogada a
temática de materialidade arquitetónica, no sentido em que se pretendia uma solução
universal. Esta questão da universalidade foi uma das questões tratada pela Bauhaus (1919-
1933), fundada por Walter Gropius, que foi uma das escolas de artes da época que promoveu
o modernismo. Assim, vários problemas surgiram e com estes a necessidade de respostas para
os mesmos, através da arquitetura – “responde a questões presentes na sociedade, questões
colocadas sob a forma de necessidades que constituem, para o arquiteto, um problema a
resolver”.10 Problemas como o da habitação pelas transformações urbanas, industriais e
institucionais, ao qual o Pensamento Moderno responde a partir das temáticas: Vazio
residencial (problema da habitação), Planeamento urbano (problema das grandes cidades), O
Pensamento Moderno: a nível tecnológico.

De facto, o conceito de espaço vai-se alterando ao longo do tempo e era um conceito que
tinha um significado diferente para várias figuras que se foram destacando, como se entende
no caso de Newton, que pretendia uma espécie de dinâmica que encapsulava todo o espaço,
no caso de Descartes, que defendia a ideia de que o espaço era uma extensão do pensamento,
e no caso de Kant, que considera que o espaço é universal, abstrato e moderno. 5 O templo era
considerado, anteriormente, a construção máxima onde existia a perfeição da concessão do
espaço, espaço este que era infinito e aberto. Era assim considerado o “abrigo do passado”,
uma vez que no século XX surge um novo modelo de habitação com a “ideia de casa” e a “ideia
de cidade” (Rykulert). Surgem novos sistemas de pensamento, o Racionalismo de Descartes
(“Penso, logo existo”) e o Empirismo de Bacon (método experimental), esperando-se, assim,
que o homem tenha consciência do determinismo e da su
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Com isto, foi preciso novas visões, através da imigração de arquitetos modernos europeus. Le
Corbusier e Sullivan, emergiram com o conceito de máquina e libertação de estruturas.

Aula 6

Enquadramento da evolução da arquitetura em Portugal enquanto uma associação


institucionalizada. Suportes ao desenvolvimento do pensamento teórico, nomeadamente
revistas e associações. Início do século XX surge a associação dos arquitetos portugueses em
substituição da Real Associação de Arquitetos civis e arqueólogos. O início do século XX está
muito preso ao debate entre o nacionalista e a necessidade de acompanhar o
desenvolvimento internacional.

A prática da arquitetura sedeava-se em Lisboa e no Porto. Em Lisboa, desenho de novas


avenidas, construção de chalés, casas para arquitetos portugueses de exceção, desenhadas
sobre o alinhamento das novas avenidas. Por isso, era a prática de uma arquitetura estética de
palacetes (Ventura Guerra, linha francesa) que entrou em confronto, no concurso debates
teóricos, com uma linha germânica de procura de algo nacional (Raul Lino). Raul Lino durante a
ditadura debateu sobre a casa a portuguesa, discutindo se havia algo de específico na
habitação portuguesa, por zonas. Assim, a cidade urbana surge com novas avenidas e
construções muito estilistas, mas ainda não modernas. A arquitetura andava em revistas
pequenas (“Ilustração”), com texto e imagens, onde surge o debate sobre a casa portuguesa,
tomado pelo arquiteto Raul Lino. A revista afirma o estatuto do arquiteto na sociedade
portuguesa.

A arquitetura moderna chega tarde a Portugal, as cidades ainda eram pequenas e falava-se de
traçados. Coma chegado dos anos 20 ocorre a primeira experiência do moderno, com a
Garagem do Comércio, no Porto e o mercado frigorifico de Januário Godinho. Inicia-se, assim,
o moderno em Portugal, no entanto, é uma geração que se formou noutro tipo de arquitetura
e que, por isso, dependia de um número reduzido de arquitetos que viajavam e contactavam
com a arquitetura internacional. Em paralelo Raul Lino publica a casa portuguesa. A
arquitetura passe a ser um instrumento de retórica inspirado no modelo fascista italiano e no
nazismo.

Reforma do ensino de Belas Artes que coincidiu com a transformação da associação de


arquitetos no sindicato nacional de arquitetos (49), muito controlado pelo poder do estado,
acompanho pelo surgimento de uma nova revista “Revista Arquitetos”, uma revista de
propaganda que tentava impor uma estética do português suave.

Anos 30: sofisticação do debate dos arquitetos, mais arquitetos, mais estatuto na sociedade,
formação do sindicato debatem a instituição da profissão, honorários, relação com clientes,
secção jurídica. ADAM (1946) organização dos arquitetos (CIAM do Porto)
bjetividade.

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