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DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00
ATENDIMENTO AO ALUNO
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Renascimento
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suas obras Brunelleschi combinou elementos como pilastras e arcos à sua maneira,
a partir de estudos que efetuou de edifícios clássicos, realizando medições de
palácios e de ruínas de templos de Roma e tendo realizado esboços de seus
ornamentos e formas (GOMBRICH, 1978).
Brunelleschi também forneceu aos artistas meios matemáticos para resolver a
perspectiva, representação em que os objetos parecem diminuir de tamanho
conforme se afastam do observador. Brunelleschi atuou em várias atividades até
atuar com arquitetura em Florença e tornar-se teórico da perspectiva linear.
Neste mural da igreja Florentina Santa Maria Novella, denominado “A
Santíssima Trindade”, de Masaccio, a perspectiva foi produzida segundo as regras
matemáticas.
Fonte: Opera per Santa Maria Novella.
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Palladio e Vasari
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artistas, ele se coloca na posição de quem requer para si e para a sua matéria outro
tipo de legitimidade. A declaração explicita de não aspirar a glorias literárias abriga,
paradoxalmente, a exigência de um lugar especifico para si, com análoga dignidade
social e intelectual. (BYINGTON, 2004, p. 13).
A obra de Vasari apresentou artistas, exaltou seu status, posicionou-se diante
de doutrinas e conceitos presentes no Renascimento, marcando separação entre
Idade Média e Renascimento por meio do desenvolvimento artístico (BYINGTON,
2004).
MANEIRISMO
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Arquitetos do Maneirismo
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inacabadas nas ilustrações de seu tratado, foram completadas sendo que nestas a
axialidade de alguns projetos era mais evidente que a real condição dos terrenos
permitia. Segundo apresentado em Teoria da Arquitetura, no que diz respeito à
organização, apresentação e coerência da argumentação, os Quattro libri de Andrea
Palladio fundaram as normas que continuam a ser valias para todos os manuais de
arquitetura das épocas posteriores. (COLLECTIF, 2015, p. 97).
A vIla Rotonda, perto de Vicenza, obra iniciada em 1566, foi projetada para
ser a propriedade de aposentadoria do prelado papal de Paolo Almerico. Este
projeto apresenta dois eixos simétricos, apresentando uma rotunda no centro, sendo
que as fachadas se retpetima replicando a parte frontal de um templo clássico
(CHING; JARZOMBEK; PRAKASH, 2019).
Pereira (2010) nos apresenta que a arquitetura paladiana fpassou a ser
considerada cânone da arquitetura civil, projetando-se posteriormente na Inglaterra
no século XVII, na Europa e na América nos séculos XVIII e XIX.
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Escorial (1561-1584), em Madri, Espanha, realização de Felipe II, foi projetado por
Bautista de Toledo (1515-1567) e Juan de Herrera (1530-1597) e teve influência do
Palacio Diocleciano em Split e Ospedale MAggiore em Milão. Estes efeitos sobre a
arquitetura espanhola do século XVI foram exportados para as colônias (JONES,
2014).
Na Inglaterra, Robert Smythson (1536-1614), responsável por “prodigy
houses”, construções para abrigar a Rainha Elizabeth e sua corte, projetou Wollaton
Hall, com características muitos similares aos desenhos do Poggio Reale de Serlio
em Nápoles. Jones (2014) afirma que a solução arquitetônica adotada por Smythson
mostra que o tratado de Serlio obteve sucesso na Europa Setentrional.
Barroco
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sistema solar e se opõe à teoria do Geocentrismo na qual a Terra era o centro e Sol,
Lua e outros planetas giravam em torno da Terra. Esta teoria explica a divisão do
tempo entre dia e noite e está relacionada à rotação da Terra (FRANCISCO, 2020);
A mecanização e atomização do espaço é apresentada por meio de
fenômenos físicos, como o termômetro de Galileu (1593), o barômetro de
Torricelli (1643), por exemplo, pois são recursos que permitem medir
características do espaço, neste exemplos: a temperatura e a pressão
(Pereira, 2010);
Quanto às formas arquitetônicas no Barroco o conhecimento envolveu o
cálculo diferencial, o cálculo integral, havendo aqueles que conheciam seus
fundamentos como Guarino Guarini e Bernardo Vittone,e aqueles que
estavam envolvidos neste problema cultural, como Borromini (Pereira, 2010);
O mundo artístico do Barroco fixa-se em: movimento, luz e ilusionismo
cenográfico. Pereira explica o trinômio: O movimento barroco deriva da
interpretação da natureza como vicissitude dinâmica e vem representado pelo
infinito e pela relatividade da percepção; pela força comunicativa da arte; pelo
sentido da história como trajetória contínua; ou pelo papel da técnica e da
mecânica como fatores de autonomia.
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O Barroco teve seu centro em Roma, com dois artistas: Bernini e Borromini.
Naquele momento a arquitetura era representada pela cidade e não por um único
edifício. Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), protagonista do Barroco, e Francesco
Borromini (1599- 1667) que destaca-se como antogonista a Borromini, juntamente
com Pietro da Cortona, Carlo Rainaldi e Carlo Fontana, coadjuvantes da escola
romana, definem e constroem a Roma barroca, modelo urbano e arquitetônico
(PEREIRA, 2010).
Um ponto importante relativo ao Barroco é a ocorrência de modificaçãoes de
soluções de arquitetura já existentes, proporcionando-lhes novas figuração e
percepção arquitetônica, sendo isto denominado rifacimento. Desta maneira, no
Barroco são construídas novas igrejas, remodeladas outras, modificando suas
configurações espaciais (PEREIRA, 2010).
Como exemplo de remodelação de construções já existentes, observe as
imagens relativas à Basílica de São João de Latrão, que foi modificada internamente,
tendo sua forma, espacialidade e significado modificados completamente.
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Barroco na Itália
Guarino Guarini, tido como único teórico italiano do Barroco, padre, conciliou
as teorias italiana e francesa de arquitetura, tendo escrito o tratado “Architettura
civile”. Neste tratado expressou: “A arquiteura tem o direito de corrigir as regras da
Antiguidade e o direito de inventar novas regras” (COLLECTIF, 2015, p. 116),
expressando o orgulho do Barroco. Em seu tratado, sua teoria italiana de arquitetura
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Barroco na Europa
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Este é exemplo que denota que a arquitetura barroca é cenário urbano que
articula todas as edificações, transferindo experiências de obras maiores às
menores e. do mesmo jeito, da arquitetura da cidade para aquela dos edifícios. No
Barroco, a arquitetura centrada inicialmente em palácios e igrejas, amplia seu
domínio para além do componente eclesial nas cidades, desenvolvendo a
arquitetura secular adotada nos edifícios de utilidade pública e residenciais
(PEREIRA, 2010).
A característica cenográfica do Barroco é presente no teatro que,
especializando-se literária e urbanisticamente, exige espaços e soluções
arquitetônicas específicas. DE acordo com Pereora (2010), as soluções
correspondem ao teatro à italiana e ao teatro à espanhola, a saber:
o teatro à espanhola – a casa de comédias, origina-se de locais
efêmeros para a representação, sendo a cenografia adotada para transformar o
local;
o teatro à italiana – relaciona-se à ópera, que exige soluções
construtivas para acomodar a apresentação; este tipo de teatro se espalha pela Itália
e pela França.
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uso palaciano; o jardim barroco francês abre-se à área urbana e o jardim inglês
constitui-se como modelo para parques na Europa e na América no século XIX
(PEREIRA, 2010).
O Barroco manifestou-se em cidades como Roma, Madri, Paris ou Viena, com
característica governamental e em cidades como Londres, Amsterdã ou Lisboa, que
eram centros comercial e econômico. A manifestação barroca nas diferentes
cidades da Europa ocorreu considerando as diferentes conformações urbanas,
iniciativas e necessidades distintas, de acordo com o contexto socioeconômico e
cultural das cidades (PEREIRA, 2010).
Algumas das manifestações barrocas no continente europeu poderão ser
conhecidas por meio de leitura e estudo de texto a ser indicado.
Como observação, o Barroco também ocorreu em outras regiões fora da
Europa, mas este conteúdo será abordado em outra unidade de estudos.
NEOCLÁSSICO NA EUROPA
O Neoclassicismo
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Neoclassicismo na Europa
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2010, p. 189).
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O Barroco no Brasil
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era evidente a igreja conventual que respondia aspirações daqueles que produziam
açúcar, sendo as sacristias oferecidas para contatos sociais.
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Barroco no Brasil
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teve projeto de 1766, havendo destaque para as torres circulares, com posição
recuada e decoração escultórica em pedra sabão no óculo e portada (GERIBELLO;
SCOPEL; MOURA, 2019).
Nota: óculo refere-se à janela em formato elíptico ou circular que permite
passagem de ar e luz pela mesma (ENGENHRIACIVIL.COM, 2020).
Igreja do Bom Jesus dos Matosinhos em Congonhas do Campo em Minas
Gerais, construção de 1757, e que apresenta obras de Aleijadinho na parte frontal:
escultura dos doze profetas (GERIBELLO; SCOPEL; MOURA, 2019);
Neoclássico no Brasil
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história da monarquia chinesa com conteúdo mais substancial. Outros autores Outro
autor, como Jan Nieuhof, se interessava pela arquitetura chinesa considerando-a
pobre porque os palácios eram construídos em madeira, diferentemente da Europa
que utilizava pedra; Depois disso temas chineses passam a ser incluídos em jardins
das cortes europeias, sendo um destes exemplos, o Trianon de Porcelain,
construído por Luís XIV em 1675, que utilzou telhas em padrões branco e azul ,
que era considerado padrão similar ao da porcelana utilizada no pagode de Nanjing
(CHING; JARZOMBEK; PRAKASH, 2019).
No século XVII os jesuítas chegaram a regiões da China com o propósito de
educar e fundando missões católicas. Este é o exemplo de Matteo Ricci (1552–
1610), jesuíta italiano, que chegou em Pequim em 1601. A partir de então e por mais
200 anos membros da igreja católica como jesuítas e integrantes de outras ordens
converteram em torno de 250 mil chineses ao cristianismo, como resultado de
vínculos com a corte dos Qing. Os jesuítas relatavam o que viam na China por meio
de textos que foram publicadas em Paris, centro na Europa das atividades dos
jesuítas. Devido ao interesse pela educação pelos jesuítas e sua erudição, muitos
destes missionários tornaram-se membros de confiança da corte Qing, assumindo
posições como a de controle de Conselho de Astronomia (CHING; JARZOMBEK;
PRAKASH, 2019).
Várias publicações relativas à China, sua política, cultura foram produzidas, e
o sistema político chinês foi estudado por pensadores europeus, como: Voltaire
(1694–1778), Francis Quesnay (1694–1774) e Gottfried Leibniz (1646–1716).
Leibniz, filósofo, que havia se especializado em temas chineses afirmava que seria
possível alcançar nova civilização universal se ocorresse fusão dos elementos da
cultura chinesa com aqueles da cultura ocidental. Nesta ocasião os filósofos
europeus se interessavam pela ideia de que na China o imperador governava por
mandato divino que referia-se a se alguma coisa resultasse em erro seria uma sinal
de que o mandato havia sido revogado (CHING; JARZOMBEK; PRAKASH, 2019).
A China era admirada pelos filósofos europeus, porque: os pensadores do
Iluminismo europeu admiravam a China, em particular, como uma terra onde o
poder governamental não era exercido por meio das tradições de uma aristocracia
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feudal (como na Europa), mas pelos mandarins, um grupo de eruditos muito cultos,
que obtinham seus cargos públicos apenas após serem aprovados em uma série de
provas de concursos públicos. Assim, o objetivo dos iluministas era criar um
“despotismo esclarecido” que beneficiaria todo o povo, e não meramente um
pequeno grupo de privilegiados. Esse conceito era defendido pelos iluministas, em
especial na obra dos economistas conhecidos como fisiocratas, cujo líder, Francis
Quesnay, escreveu O despotismo da China (1767) como um exemplo de despotismo
verdadeiramente iluminado. Quesnay influenciou as ideias de Adam Smith (1723–
1790), o precursor da economia moderna. (CHING; JARZOMBEK; PRAKASH, 2019,
p. 584).
Os concursos públicos para cargos públicos na Europa e em outras regiões
do mundo foi um legado do sistema chinês. OS primeiros concursos por escrito em
universidades europeias datam de 1702. Depois ocorreram outras ações similares:
na França, a partir de 1791; os britânicos em 1806 (para recrutar funcionários para a
Companhia Britânica das Índias Orientais); nos Estados Unidos a partir de 1855.
Do mesmo modo que aspectos políticos da China foram divulgados para a
Europa, conhecidos e apreciados, assim foram outros relativos à cultura, arte,
arquitetura.
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para Longobardi,
Chinesices (como são chamadas em territórios brasileiro), ou chinoiseries
(termo francês utilizado desde, pelo menos, o século 17) são gêneros artísticos
ornamentais europeus que fazem referência ao repertório visual das artes extremo-
orientais. Esse gênero de ornamentação foi difundido em território luso-brasileiro
entre os séculos 17 e 19, como um desdobramento direto de sua intensa utilização
na Europa Moderna. (2011, p. 9).
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igreja com o coro e a sacristia; para o trabalho, as aulas e oficinas; para residência,
os “cubículos”, a enfermaria e mais dependências de serviço, além da “cerca”, com
horta e pomar. (COSTA, 2010, p. 130).
Desta maneira, apresentamos alguns exemplos associados aos jesuítas e em
obras nos quais tiveram algum envolvimento.
O Brasil apresenta azulejaria portuguesa em grande quantidade e os azulejos
da Bahia do século XVIII são sinal da presença da Coroa no país, mostrando o
poder desta sobre a colônia, conforme o historiador Paulo Henriques, diretor do
Museu Nacional do Azulejo, de Portugal. Segundo Henriques, a azulejaria era
encomendada a Portugal pelas ordens religiosas instaladas no Brasil. O azulejo era
utilizado tanto na parte interna da edificação quanto na externa, a partir do século
XIX. Como exemplo, o Convento de São Francisco tem em seu claustro o uso
religioso da arte da azulejaria: são 37 painéis que associam imagens e preceitos em
latim, baseados em gravuras de Otto van Veen publicadas no livro “Emblemas de
Horácio” (SEREZA, 1999).
Portugal, por sua atuação no comércio marítimo intercontinental, criou
relações com os países orientais. Sua ligação com a China, tornou-o divulgador da
cultura chinesa, em especial pela comercialização de porcelana chinesa. No início
de 1500 houve iniciativa de aproximação com a China, não muito bem sucedida, no
entanto, os interesses comerciais continuaram e por volta de 1554 os portugueses
apresentaram aos chineses a necessidade de ocupar lugar para secagem de
produtos úmidos para se estabelecerem em Macau. Três anos mais tarde houve a
assinatura de acordo que permitiu instalação e organização de comunidade estável,
fortalecendo a relação entre Portugal e China (DONG, 2017).
A instalação em Macau de Portugal, a colonização portuguesa de Macau por
400 anos, tendo a cidade voltado ao domínio chinês em 1999, contribuiu para troca
de culturas. No caso dos azulejos, em Macau, são muito comuns as produções de
azulejo combinando o elemento português original com o espírito tradicional e
artística da China. O azulejo foi usado na decoração de edifícios e em placas
toponímicas e por isso é tomado como uma das características específicas da
cidade. Acompanha outros aspectos que misturam as duas culturas, como a comida,
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a língua, etc. Macau desempenha até hoje um papel notável nas ligações entre dois
países. (DONG, 2017, p. 45).
Os descobrimentos marítimos portugueses que lhe renderam relação com o
Oriente, propiciaram o comércio de produtos como seda, marfins, porcelanas, entre
outros. Os produtos produzidos no Oriente promoveram gosto europeu pelo
exotismo oriental e, por conta disso, surge a denominada “chinoiserie” que refere-se
a pessoas que produzem um tipo de obra que é feito na Europa e parecendo chinês.
Considerando este contexto, no século XVIII elementos exóticos da China aparecem
nos azulejos portugueses (DONG, 2017).
Um dos aspectos que mostra a influência da China nos azulejos portugueses
é a cor azul, que foi inspirada na porcelana azul e branca da China. A cultura
islâmica influenciou tanto a produção de porcelana chinesa como o azulejo
português. Dong explica: A cultura islâmica, ou seja, a cultura arábico-islâmica, foi
criada por absorção e fusão de culturas diferentes como a chinesa, a romana, a
persa, etc., pelos povos árabes, e ocupou um lugar importantíssimo na história da
cultura mundial. [...]
Em conjunto com o aprofundamento da relação entre a China e os países de
cultura islâmica, a China sofreu influência forte da estética muçulmana, em particular
a cor. Como um símbolo de dignidade, pureza e transparência que correspondeu à
procura de imaculabilidade, o azul foi apreciado e utilizado na decoração dos
implementos e arquiteturas como mesquitas. (DONG, 2017, p. 72).
No final do século XVII em Portugal a sociedade portuguesa presença
desenvolvimento artístico e segundo Meco (1989), com relação à cor dos azulejos
ocorrem as mudanças:
a policromia exagerada;
início da pintura utilizando azul e branco e
pintura inteiramente azul.
Vale observar que Portugal foi responsável por coleta de dados e informações
da realidade chinesa, por conta de:
a China no século XVI teve sua imagem criada por Portugal e divulgada
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REFERÊNCIAS
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