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CENTRO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE MODA
FLORIANÓPOLIS
2008
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 03
2 PROBLEMA.............................................................................................. 04
3 OBJETIVOS............................................................................................. 05
3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................ 05
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................. 05
4 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 06
5 MÉTODOS E TÉCNICAS.......................................................................... 07
6 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................ 08
6.1 O DESENHO.......................................................................................... 08
6.2 O DESENHISTA.................................................................................... 12
6.3 O DESENHO INSERIDO NO SISTEMA DE MODA.............................. 17
6.4 O DESENHO DE MODA........................................................................ 33
8 CONCLUSÃO........................................................................................... 43
9 REFERÊNCIA DAS ILUSTRAÇÕES....................................................... 44
10 BIBLIOGRAFIA...................................................................................... 45
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1 INTRODUÇÃO
2 PROBLEMA
3 OBJETIVOS
4 JUSTIFICATIVA
5 MÉTODOS E TÉCNICAS
6 REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 O DESENHO
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Tradução livre.
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continuaram presentes, nos papiros do Egito antigo, nas esculturas Gregas e nas
inúmeras pinturas que foram produzidas durante toda a história da humanidade.
No entanto, estes desenhos não tinham o intuito de retratar a roupa, e sim os
membros da sociedade que a usavam. Com relação a isso, Chataignier (1996: 57)
observa que “entre todo o universo que (o homem) transmitia, lá estavam as
vestes, o gibão e, de certa forma, muito primitivamente, claro, uma idéia da moda”.
Para tal feito, eram contratados artistas, pintores, escultores, com o objetivo
específico de realizarem as retratações. Segundo James Laver, “na maior parte,
esses artistas pintaram indivíduos eminentes em suas roupas mais pomposas, os
pintores da época já faziam algo parecido com o estilismo” (2001: 86). É
justamente esse o motivo de as roupas que vemos em pinturas e gravuras
antigas, serem sempre tão luxuosas e terem tanta importância no contexto, já que
conferiam status e enalteciam os indivíduos representados. Os artistas não
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6.2 O DESENHISTA
De acordo com Edwards (2004), o ato de desenhar é algo que pode ser
aprendido por qualquer pessoa basta mudar a maneira de ver das pessoas. Este
assunto é bastante comentado, por diversos artistas que concordam com o fato de
que o talento de um artista é, na verdade, o talento de ver o mundo de forma
diferente, portanto “se você for capaz de enxergar da maneira especial que os
artistas experientes enxergam, então você será capaz de desenhar” (EDWARDS,
2004: 29)
Sharon Lee Tate e Mona Shafer Edwards, autoras do livro “The Complete
Book of Fashion Illustration” afirmam ainda que “as crianças têm uma habilidade
inata de desenhar” e que é a imposição de adultos e certas regras do desenho
realista que acabam acabando com sua criatividade espontânea (TATE, 1996: 1)3.
Por este motivo, a maioria das pessoas em idade adulta sente-se inibida e
frustrada em relação aos próprios desenhos, pois deixaram de praticá-los ao
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O que acontece mais precisamente é que durante essa fase crucial da vida
de aprimoramento no desenho, a criança tenta reproduzir objetos da forma mais
realista possível. Isso explica o fato de, durante esse período surgirem desenhos
considerados “menos criativos”, ou seja, muito mais próximos da realidade e
desse modo, muito mais banais em nossa rotina.
Este assunto também é abordado por Aaro Toomela (2003), que em seu
artigo descreve a evolução do desenho infantil e a divide em fases: primeiramente,
a criança passaria pela fase de “Desenhos Involuntários”, onde ela simplesmente
rabiscaria todo e qualquer devaneio criativo, sem preocupação com a realidade.
Após esse estágio inicial, viria a fase do “Realismo Fortuito”, onde a criança
desenha objetos representados por símbolos, ainda não se assemelhando aos
reais, porém com a noção do que ela entende por real. Utilizando ainda o exemplo
do cubo, esta fase seria a que a criança representaria o objeto com a figura de um
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quadrado.
transcritos no papel.
e também a moda”.
conhecido como rococó “(...). Era uma espécie de ministra da moda, título que se
outorgava, não sabendo ao certo se flutuava entre o seu imaginário e a realidade.”
A diferença entre ela e os demais desenhistas de moda da época está no fato de
que ela não era responsável somente pelo desenho, e sim por toda a criação,
interferindo na escolha dos tecidos e dos modelos também.
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Figura 2: Ilustrações
de Gibson, extraídas
da revista “Life”.
Eduardo García Benito começou sua carreira no começo dos anos 20, e foi
o artista que se manteve em destaque por mais tempo dentre os seus
companheiros dessa geração de desenhistas do começo do século. Ele se
manteve sempre muito aberto a novas experiências e mais provocativo e
imprevisível do que seus colegas, o que resultou num trabalho altamente variado.
Benito era versátil, e esta característica é visível em seus trabalhos, que sofreram
influências dos mais variados movimentos artísticos modernistas; fez diversas
capas para revistas, um dos trabalhos mais importantes para um desenhista da
época (Figuras 4 e 5).
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Foi durante os anos 40, no período que antecedeu a guerra, que Willaumez
teve seu maior destaque. Representava a moda de forma dramática, com cores
ácidas e agudas, tonalidades pesadas, o brilho penetrante; as linhas, limpas e
precisas, e o sombreamento vigoroso foram fatores que, combinados, tornaram-se
umas das mais memoráveis imagens do período. Segundo Packer, “a arrogância
da elegância na moda dificilmente foi mais bem expressa” (1983: 102) 6 (Figuras 6
e 7).
5 Tradução livre.
6 Tradução livre.
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Figura 8: Ilustração de
Bérard, extraída da
“Vogue” americana,
Setembro de 1938.
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dupla, sinal da ênfase e da proeminência que tinha na revista e que o fizeram tão
marcante.
como tantos outros desenhistas, fazendo trabalhos free-lance até entrar para a
revista. Em 1920 ele casou com Lee Creelman, que também era ilustradora e teve
um papel muito mais significante do que o marido durante algum tempo.
‘Ele desenha somente o que vê. Mas sua genialidade está em ver o
essencial e infundi-lo com vida. Nos seus desenhos de moda, o detalhe
significante é realçado – o colarinho trabalhado, a bainha em baixo-relevo, a
fivela dourada do cinto – aqueles elementos que dão distinção. Seus
desenhos são tão verdadeiros que tendem a ampliar algo que é falso....Seus
desenhos são até mais verdadeiros do que a fotografia, pois por seletividade
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e discriminação, ele revela somente o essencial.’ (PACKER, 1983: 16)
8 Tradução livre.
9 Tradução livre.
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Em seu livro, “El dibujo de Modas”, J.B. Mercê destaca que o primeiro
desenho de moda publicado apareceu na revista francesa “Cabinet des Modes”,
em 1785 e os primeiros “figurinistas” como eram chamados os ilustradores das
revistas foram os desenhistas Watteau e Gavarni, reconhecidos como verdadeiros
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artistas. A França sempre foi considerada o berço da moda, título este que ainda é
usado ao mencionarmos o país, devido à importância do mesmo na produção de
tendências e artigos de moda, o que inclui publicações (Figuras 13 e 14).
A fórmula idealizada por Nast, uma poderosa mistura de alta moda, alta
sociedade, artes, códigos sociais de vestimenta e comportamento, combinados a
uma pequena dose de fofoca esnobismo, provou-se um grande sucesso,
11 Tradução livre.
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12 Tradução livre.
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alcançados. O desenho foi jogado para segundo plano, e com isso, suas
características também mudaram, tornando-se assim, uma mera coadjuvante no
mundo da moda.
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A nova escola de artistas de moda, iniciada por Poiret e que teve seu
apogeu com Vogel, renovou a ilustração de moda produzindo obras que
eram individualmente expressivas, vivas e coerentes, que adotavam as
outras artes como inspiração. Os artistas eram experientes em pintura,
ilustrações de livros e pôsteres artísticos. Para eles, a moda ilustrada era um
importante meio gráfico e eles elevaram a ilustração de moda a uma forma
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de arte. (MACKRELL, 1997:166)
17 Tradução livre.
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8 CONCLUSÃO
O desenho foi desenvolvido pelo homem como uma maneira de
comunicação, de expressão. Desde que começou a fazer os primeiros esboços, o
homem não parou mais de desenhar, e esta prática foi acompanhando o
desenvolvimento da espécie humana, modificando-se e evoluindo junto com as
sociedades.
Representando cada aspecto do ambiente em que os seres humanos
estavam inseridos, o desenho passou a reproduzir também as roupas,
vestimentas e trajes que faziam parte de um contexto social. A partir do momento
em que surge o conceito de moda, o desenho é inserido no meio para expressar
idéias, e divulgar tendências e passa então a ser desenvolvido um tipo de
desenho com características exclusivas, e que se distingue dos demais que não
são voltados para o mercado de Moda.
Sempre em diálogo com a sua área de origem, a das artes plásticas, o
desenho de moda mantém características e técnicas do desenho e pintura
tradicionais, e busca ainda inspiração em grandes movimentos artísticos. O
desenho de moda requer aprendizado e aprimoramento como qualquer outro tipo
de desenho, e sua melhoria depende, em grande parte, da prática.
Das paredes primitivas, à folha de papel e finalmente para o computador, o
desenho se desenvolveu e auxiliou a moda em toda sua trajetória. Atualmente, o
desenho digital ganhou seu espaço, e democratizou o talento da representação
visual. Seus recursos são quase infinitos; sua forma não é mais sólida e palpável,
mas sim composta de luz, pixels e vetores mutantes e volúveis. Efêmero, ousado
e ilimitado: assim tornou-se o desenho, como o próprio sistema ao qual serve: a
Moda.
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BIBLIOGRAFIA
BRAGA, João. História da Moda: uma narrativa. São Paulo: Editora Anhembi
Morumbi, 2004
CHATAIGNIER, Gilda. Todos os caminhos da moda: guia prático de estilismo
e tecnologia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996
EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2004
FERREIRA, Manon de Salles. O Desenho e a Criação de Moda. São Paulo: Tese
de mestrado, Escola de Comunicações e Artes, USP, 2000.
HALLAWELL, Philip. À mão livre: a linguagem do desenho. São Paulo:
Companhia Melhoramentos, 1994
LAVER, James. A roupa e a moda: uma história concisa. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989
MACKRELL, Alice. An Illustrated History of Fasshion: 500 Years of Fashion
Illustration. Londres: B.T. Batsford Ltd. 1997
MERCÉ, M.B. El dibujo de modas. Barcelona: L.E.D.A., 19--
MORELLI, Graziela. Ilustração de Moda – A moda perto da arte. In Santa Moda,
disponível em: http://www.santamoda.com.br/criadores.asp?codigo=1494 no dia 26/09/2007
PACKER, William. Fashion drawing in Vogue. Londres: Thames and Hudson,
1983
TATE, Sharon Lee e EDWARDS, Mona Shafer. The Complete Book of Fashion
Illustration. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 1996.
TOOMELA, Aaro. Developmental Stages in Children´s Drawings of a Cube
and a Doll. In Central and Eastern European Online Library, disponível em:
www.ceeol.com/aspx/getdocument.aspx?logid=5&id=9EF2CBBC-0615-4C1D-8447-
DBD026D3E5A3 no dia 20/06/2008