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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4
9 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 37
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 ENTENDENDO A ARTE
Fonte: jucienebertoldo
Fonte: www.todamateria.com.br
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Uma imagem guarda uma semelhança com algo, representando aquilo que o
nosso sentido da visão pode captar, aquilo que podemos ver, ou que nossa
imaginação pode criar. Assim, o reflexo de nosso rosto na água é uma imagem que a
natureza se encarregou de criar. O ser humano, ao longo de seu desenvolvimento,
tem procurado encontrar formas de registrar essa imaginação ou realidade captada,
através de pinturas, desenhos, esculturas, gravuras ou filmes, ou seja, através de
representações imagéticas (JUNIOR, 2018).
Onde e como você vê a arte no seu dia-a-dia?
Quais são as características formais e quais significados as imagens que você
considera arte transmitem para você?
O que leva você a entender estas imagens como sendo arte?
A principal diferença entre imagem e representação imagética é que imagem
é tudo aquilo que nosso sentido da visão pode captar registrando tanto o que é
realidade quanto imaginação, e representação imagética são imagens carregadas de
significados organizados ou não de maneira consciente com valores artísticos. Os
significados e intenções na criação variam de acordo com o período, lugar e pessoas,
ou seja, de acordo com o contexto histórico (JUNIOR, 2018).
Desde tempos remotos, refere o autor acima, o ser humano já procurava fazer
representações imagéticas nas paredes das cavernas. Essas imagens
podiam ter finalidades místicas e de sobrevivência. Na Idade Média, as
imagens das obras de arte possuíam um cunho educativo a serviço da
religião. Já no Renascimento as imagens artísticas procuravam elevar a
condição do ser humano a um nível maior. No Romantismo e Modernismo,
as obras de arte possuíam fins diversos, como protestos e denúncias dos
problemas políticos e sociais.
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Podemos denominar essa linguagem artística como “audiovisual” união de som e de
imagem (JUNIOR, 2018).
4 ARTE PRÉ-HISTÓRICA
Fonte: caminhosdeformacao
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Esses grafismos são de fundamental importância pois nos fornecem
informações necessárias para a compreensão sobre, a cultura, o tempo e os costumes
dos nossos ancestrais. Em geral, pode-se dizer que a produção rupestre conta com
motivos de feição naturalista. Nela, os homens são habitualmente mostrados de forma
isolada ou realizando algum tipo de ação coletiva, como o momento da caça, o parto
de uma criança ou o intercurso sexual. Além disso, no que concerne aos animais
representados, temos a predominância daqueles que serviam como alimento ou
atacavam algum espaço habitado pelos humanos. Logo, a arte produzida possuía
uma funcionalidade material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou
figuras que envolvem situações específicas, como a caça. Cabe lembrar que as cenas
de caça retratadas em cavernas não descreviam uma situação experimentada pelo
grupo, mas possuía um cunho mágico-ritualístico, preparando o grupo para essa ação
que lhes garantiria a sobrevivência (LIS, 2008, p. 1).
Na opinião de LIS (2008) as expressões artísticas mais antigas foram
encontradas na Europa, em especial na Espanha, Sul da França e da Itália e datam
de aproximadamente de 25 000 a.C., portanto no período paleolítico. Na França
encontramos o maior número de obras pré-históricas e até hoje em bom estado de
conservação, como foi o caso das cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho.
4.1 Arquitetura
A Arquitetura a mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto
a egípcia exemplifica Doberstein (2010) que caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo
luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes
nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região. O zigurate, torre piramidal, de
base retangular, composto de vários pisos superpostos, formadas por sucessivos
andares, cada um menor que o anterior. Construção característica das cidades
estados sumerianos. Nas construções, empregavam argilas, ladrilhos e tijolos.
Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto podia ser um
santuário, como um local de observações astronômicas.
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Fonte: /md.uninta.edu.br
As muralhas construídas por Nabucodonosor eram tão largas, que sobre elas
realizavam-se corridas de carros. Mais famosas foi as portas, cada uma dedicada a
umas divindades e ornamentadas com grandes figuras em relevo. O caminho das
procissões e a porta azul de Ishatar (deusa do amor e da fertilidade) eram decorados
com figuras em cerâmicas esmaltada. A porta encontra-se no Museu de Berlim, mas
suas cores desaparecem (SOARES, 2017).
Escultura e a pintura conforme Soares (2017) cita, tanto a escultura quanto a
pintura eram fundamentalmente decorativas. A escultura era pobre, representada pelo
baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e original. Os relevos do
palácio de Assurbanipal são obras de artistas excepcionais. A pintura mural existia em
função da arquitetura. Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi
encontrados no Palácio de Mari, descoberto entre 1933 e 1955. Embora as tintas
utilizadas fossem extremamente vulneráveis ao tempo, nos poucos fragmentos que
restaram é possível perceber o seu brilho e vivacidade. Seus artistas possuíam uma
técnica talvez superior à que lhes era permitido demonstrar.
A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada
à religião. Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses,
com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas
expressões: " Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo
a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel. Nas
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cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam
eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas
que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos,
acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-
se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos
fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro
tivessem gemido bastante (SOARES, 2017).
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cenário do desenvolvimento de uma cultura rica e de uma economia sustentada,
sobretudo, pelo comércio marítimo. Tal aspecto foi tão predominante entre eles,
chegando a dominar regiões do Mediterrâneo.
4.4 Pintura
Fonte: canaldoensino.com.br
A família é o primeiro circulo social do qual se faz parte. São aqueles com os
quais, em um modelo de estrutura familiar tido como saudável, se compartilha os
primeiros momentos da vida. É de onde se extrai os subsídios emergenciais para a
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sobrevivência: alimentação, segurança e afetividade; e onde se adquiri as primeiras
noções de sociabilidade (FREIRES; TANANTA; HOLANDA, 2016).
De acordo com sua raiz etimológica, refere Freires, Tananta e Holanda (2016)
a palavra escola vem do latim schola. Substantivo esse que dá nome e caracteriza o
lugar/estabelecimento no qual se realiza o processo de instrução e conhecimento. A
função social da escola se dá de modo prático, isto é, numa interação com as diversas
instâncias sociais em níveis concretos e abstratos. A escola nada mais é do que uma
forma de institucionalizar e organizar racionalmente o domínio do homem sobre a
natureza, bem como suas relações com os demais grupos humanos.
Arte nada mais é que a vida expressando-se, se observada em paralelo com o
ato da criação verificamos a expressão plena da condição humana. Esta como
conhecimento promove o desenvolvimento pleno do sujeito, uma vez que este
compreende as várias facetas de expressão do pensamento/ideias e das emoções. O
ato de criar permite que o sujeito se torne mais seguro e tome, cada vez mais,
consciência de suas capacidades e limites. Seu papel na Educação faz-se no sentido
de promover um cidadão consciente, crítico e ativo socialmente podendo
compreender e interferir em sua realidade. A Arte é, portanto, uma grande
protagonista das vicissitudes sociais. Segundo Herbert Read, em seu exemplar escrito
A redenção do Robô, a Arte é uma linguagem universal, que permite ao homem
acessar e expressar com autenticidade e agudez o sentido das coisas (FREIRES;
TANANTA; HOLANDA, 2016, p. 1).
De acordo com Freires, Tananta e Holanda (2016) como programa curricular
no ensino regular, a arte deve permitir aos estudantes a possibilidade de reflexão e
recriação dos modos de ver e exercer a vida como conjunto social. O ensino da Arte
como processual escolar deve incentivar novas criações, a formulação crítica e a
autenticidade. Assimilando estas capacidades o sujeito não necessariamente torna-
se uma artista (este não é o objetivo da educação das artes), mas tornar-se um sujeito
atuante capaz de enxergar, dentro da sua realidade, novas possibilidades de viver e
de transformar o mundo.
A Arte e o seu significado vêm, ao longo do tempo histórico, passando por
profundas mudanças, principalmente se levarmos em conta o advento da tecnologia
em nossa sociedade (READ,1986, p.29 apud Freires, Tananta e Holanda 2016).
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Assim, seus significantes, significados, funções, motivações e argumentações são,
atualmente, plurais. O que aumenta em graus a possibilidade de explorar os vários
sentidos e propósitos da Arte. Neste ponto, se faz assaz importante seu uso com
propriedade dentro do âmbito escolar. Podemos assim, grosso modo, delimitar
algumas das funções primordiais da Arte em: expressão emocional, apreciação
estética, comunicação, representação simbólica, contribuição para a integração da
sociedade e mensagem.
Fonte: novaescola.org.br
Fonte: pnld.moderna.com.br
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Na visão de Tavares (2003) este estudo tem como objetivo investigar os vetores
estéticos que incorporam em seus fundamentos a proposta de abertura para a
recepção. Primeiramente e por exclusão, analisaremos o porquê de as noções de arte
como fazer, de arte como conhecimento e de arte como expressão, quando
manifestas de forma excludente e absolutizadas em si mesmas, não bastarem para
explicar a idéia de abertura estética.
Uma forma é uma obra realizada, ponto de chegada de uma produção e ponto
de partida de uma consumação que articulando-se volta a dar vida, sempre e de novo,
à forma inicial, sob perspectivas diversas. (UMBERTO ECO apud TAVARES, 2003).
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objeto percebido desenvolve ante o sujeito toda a sua riqueza sensível, à qual é
inerente por sua forma um significado: o de que o sujeito lê ao perceber o objeto, e
não antes ou fora de sua atividade perceptiva".
Nesta circunstância, subentende-se que a singularidade do que uma pessoa
sente no ato de contemplação estética não necessariamente é igual à qualidade por
ela atribuída à obra, ou seja, o reconhecimento da qualidade de uma melodia (por
exemplo, se ela é alegre ou triste) é distinto das emoções que sente a pessoa quando
a ouve.
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criador, ao utilizar códigos diversos, envia uma dada mensagem que, ao ser
transmitida por meio de um canal, é decodificada pelo receptor. Com base nessa
dinâmica, evidencia-se um espaço de diálogo entre criador, obra e receptor. Ao
investigar as possibilidades de produção de sentido no contexto desse espaço de
troca entre criador e receptor, a estética da comunicação, constituída em 1983 por
Mario Costa e Fred Forest, propõe-se sobretudo a refletir filosoficamente sobre a
condição antropológica e as consequentes formas de experiência estética inerentes
às novas tecnologias da comunicação.
Ao recuperar a proposta da avant-garde de que novas técnicas transformam o
regime e as configurações do imaginário, remetendo à elaboração de modelos de
comportamento adaptados às condições existenciais emergentes, a estética da
comunicação pretende dar continuidade ao trabalho das vanguardas, no intuito de
utilizar os instrumentos atuais da comunicação (telefone, televisão, redes telemáticas,
satélites etc.) para manifestar uma nova sensibilidade e provocar experiências
estéticas de uma nova espécie (TAVARES, 2003, p. 1).
Esta teoria pressupõe uma mudança de foco de atuação: passa-se da produção
de objetos para invenção de modelos e sistemas. O artista propõe seus modelos como
alternativa, seus próprios valores como ética, perseguindo sua produção simbólica por
meio de ações transgressoras. Estas atividades procuram revelar a mudança
emocional a ser liberada pela experiência da presença e ação à distância, e também
pelo senso de ubiquidade e simultaneidade. Ao tomar como objeto a própria
comunicação, o artista age sobre o espaço da informação utilizando-se da capacidade
de metacomunicação. A estética da comunicação não só propõe a troca de objeto,
mas também a mudança de meios. O artista reintroduz, dentro de sua função
antropológica original, a noção de estética como sistemas de signos, de símbolos e
de ações (TAVARES, 2003, p. 1).
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ajuda de algum código de signos exteriores. A expressão comporta, portanto, duas
facetas: o conteúdo (interior) e sua objetivação exterior para outrem (ou também para
si mesmo) ” (BAKHTIN, 2002: 111 apud PASSOS, 2011).
Fonte:brasilescola.uol.com.br
Aquele que fala (ou aquele que escreve, pinta, interpreta, dança, compõe uma
obra) deve sempre pressupor que alguém estará recebendo os signos das linguagens
utilizadas (através dos órgãos dos sentidos) e percebendo ou interpretando seus
conteúdos. A obra de arte nunca é somente expressão do artista ou criação de formas
(do ponto de vista da produção), nem somente comunicação com o público ou
apresentação de conteúdos (do ponto de vista da recepção). A obra de arte pode
expressar, comunicar, apresentar e criar conteúdo.
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recepção do som e das imagens são processos fisiológicos. Os processos de criação
do artista e de percepção do público envolvem atividades mentais, sendo processos
psicológicos. A estes processos devemos somar o contexto social (abordagem
sincrônica) e o contexto histórico (abordagem diacrônica) onde esta manifestação da
linguagem acontece.
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compreender as formas linguísticas dentro do contexto de um discurso. Assim, possuir
competência artística é ter a capacidade de compreender as formas artísticas (os
signos) dentro do contexto do discurso do artista e/ou da obra (PASSOS, 2011, p. 1).
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percepção, além de englobar aspectos de ordem técnica e estética (RAMPANELLI;
LIPPMANN, 2013).
Assim, podemos perceber como as diferentes formas de conhecimento que
compreendem as chamadas humanidades englobam, entre outros, o ensino da arte e
a educação estética. A escola brasileira atual, quando justifica sua função através da
formação do cidadão não só para o trabalho, mas também para viver em sociedade,
deveria valorizar mais o ensino das humanidades, visto que sua importância já era
discutida desde o século passado (RAMPANELLI; LIPPMANN, 2013).
Fonte: http:www.tribunadonorte.com.br
6 A LINGUAGEM VISUAL
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impacto e efeito no observador, já que utilizamos maneiras mais objetivas através das
mensagens visuais em seus diversos exemplos (JUNIOR 2018).
Ver significa essencialmente conhecer, perceber pela visão, alcançar com a
vista os seres, as coisas e as formas do mundo ao redor. Ver é também um exercício
de construção perceptiva onde os elementos selecionados e o percurso visual podem
ser educados (JUNIOR 2018).
Observar é olhar, pesquisar, detalhar, estar atento de diferentes maneiras às
particularidades visuais relacionando-as entre si. O saber ver e observar podem ser
trabalhados de maneira que a pessoa possa analisar, refletir, interferir e produzir
visualmente através do entendimento da linguagem visual (JUNIOR 2018).
Fonte: publicadosbrasil
A linguagem visual pode ser encontrada por toda parte aeroportos, rodovias,
fábricas, conceitua JUNIOR (2018) de compreensão imediata para pessoas de
idiomas diversos, ela já faz parte da moderna paisagem urbana. A placa com o
desenho de um avião indica o caminho para o aeroporto; com um prato entre uma
faca e um garfo alerta que há um restaurante logo ali; o cartaz com um cigarro aceso,
cortado por uma faixa vermelha, lembra que não é permitido fumar; o contorno de um
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homem ou mulher sobre uma porta informa que ali é um banheiro masculino ou
feminino; flechas apontam as mãos do trânsito; silhuetas humanas imitando
determinados movimentos simbolizam atividades esportivas; degraus avisam que há
uma escada por perto; e a clássica caveira sobre duas tíbias cruzadas adverte: perigo
à vista.
Estes são exemplos de glifos, refere JUNIOR (2018) palavra grega que significa
inscrição se comparados a seus ancestrais os aristocráticos hieróglifos egípcios, os
modernos até que são sinais muito corriqueiros. Enquanto os egípcios usavam os
hieróglifos apenas para adornar monumentos, templos e túmulos, os atuais glifos
podem ser encontrados por toda parte. A tal ponto estão incorporados à paisagem
urbana, em lugares públicos, mas também em fábricas e escritórios que chegam a ser
uma imagem de modernidade. Hieróglifos, em grego, significa inscrições sagradas.
Mas os glifos atuais são apenas utilitários. Eles foram se espalhando à medida que a
revolução nos transportes e comunicações produziu o turismo internacional de massa,
pondo a circular pelo mundo milhões de pessoas pouco familiarizadas com a língua
dos países visitados.
Daí a necessidade de uma linguagem que pudesse ser compreendida por
qualquer um, principalmente em lugares grandes, movimentados e complexos, como
os aeroportos, onde a informação rápida e precisa é fundamental não apenas para os
viajantes como também para o funcionamento do próprio sistema (JUNIOR, 2018).
Aliás, essa é mais uma diferença entre os atuais e antigos glifos. Enquanto os
sinais dos egípcios eram de propósito indecifráveis para os mortais comuns, os atuais
só têm sentido se forem facilmente identificáveis pelo maior número possível de
pessoas de todas as condições. No meio de tantas diferenças, há pelo menos uma
semelhança. Cada qual à sua maneira, os dois tipos de glifos são bonitos. Os atuais,
como resultado de muitas pesquisas dos especialistas em arquitetura, comunicação
visual, arte gráfica e design. Os antigos, como resultado de uma valorização cultural
comparável às tradicionais formas de arte, como a pintura ou a escultura (JUNIOR,
2018).
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7 MÚSICA: ORIGEM, LINGUAGEM E EPISTEMOLOGIA
Fonte: aupex.com.br
Abre-te! Abre-te ouvido, para os sons do mundo, abre-te ouvido para os sons
existentes, desaparecidos, imaginados, pensados, sonhados, fruídos! Abre-
te para os sons originais, da criação do mundo, do início de todas as eras.
Para os sons rituais, para os sons míticos, místicos, mágicos. Encantados.
Para os sons de hoje e de amanhã. Para os sons da terra, do ar e da água.
Para os sons cósmicos, microcósmicos, macrocósmicos. Mas abre-te
também para os sons de aqui e de agora, para os sons do cotidiano, da
cidade, dos campos, das máquinas, dos animais, do corpo, da voz.... Abre-
te, ouvido, para os sons da vida... (FONTERRADA apud SCHAFER, 1992, p.
10 -11 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009).
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humano as receberá vibrando na mesma frequência, produzindo sensações neurais,
a que damos o nome de som. Estas sensações podem variar, de acordo com a faixa
de frequência captada. Quando a frequência é inferior a esse valor, entre 20Hz a
100Hz, por exemplo, o som é registrado pelos ouvidos como grave, e quando a
frequência é elevada (acima de 400Hz, por exemplo) ele soa de forma aguda
(SIQUEIRA, 2008).
As frequências propagam-se em um determinado intervalo de tempo e podem
ser mais longas ou mais curtas, refere o autor acima o que determina sua duração.
Quando vemos as notas dispostas numa pauta, elas não estão lá casualmente. A
posição que cada uma delas ocupa representa a sua altura. A combinação de notas
é o que produz a arte da música. Quando elas são tocadas ao mesmo tempo,
produzem a harmonia. Já a sequência com que elas são tocadas define a melodia.
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baldes, panelas, jornais, isqueiros, bolas, etc.; e os americanos do Blue Man Group,
que utilizam o PVC de forma diferente do Uakti, inserindo seus instrumentos em show
performáticos (CHIQUETO; ARALDI, 2009).
• Execução Musical: Foram realizadas práticas musicais individuais e em grupo,
que desenvolveram a musicalidade com os materiais escolhidos, formando conceitos
musicais através da aquisição de habilidades com o manuseio do som criado com
diversos aparatos. Foram trabalhadas as qualidades do som: Altura, duração
intensidade e timbre, mencionadas conforme os questionamentos durante as
experimentações com os objetos e instrumentos alternativos (CHIQUETO; ARALDI,
2009).
• Composição Musical: Possibilitou que os alunos produzissem um trabalho
artístico com sons alternativos, desenvolvendo suas capacidades cognitivas, afetivas
e psicomotoras através de combinações de sons e movimentos corporais. Os alunos
experimentaram esse processo de maneira individual ou em grupo, de modo a se
expressar pela música, com objetos sonoros e instrumentos musicais confeccionados
por eles. Estudos mostram que tais atividades (apreciação – execução – composição)
se retroalimentam (SWANWICK e FRANÇA, 1999 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009)
ou seja, o desenvolvimento musical do aluno por meio da apreciação, certamente
influenciará a sua atividade de execução e/ou composição e vice-versa.
No entendimento de Beineke (2003 apud CHIQUETO; ARALDI, 2009), é
principalmente na proposta da composição e arranjo que cada aluno colabora
segundo seus interesses, trazendo suas preferências musicais e assumindo funções
diversas no uso de suas habilidades, fazendo surgir o instrumentista, o arranjador, o
cantor, o maestro e o ouvinte crítico.
É importante citar também as Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação
Básica (2008), que recomenda ao professor contemplar o conjunto de conhecimentos
ligados à organização, articulação, registro e produção dos sons, de maneira a criar
ou identificar uma estrutura musical, reconhecendo-a auditivamente. O aluno deve ser
capaz de ampliar sua percepção sonora e musical, memorização, organização sonora,
registro, execução e interpretação dos sons memorizados e registrados, de modo a
compreender e avaliar o que foi experimentado e apreciado. O estudo sobre essa
temática, permitiu a fundamentação e a instrumentalização para implementar a
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proposta em sala de aula. A seguir apresentamos os resultados das aulas e seus
desdobramentos.
8 MÚSICA POPULAR
A Música Popular Brasileira (MPB) tem suas origens no Brasil colônia, a partir
da mistura de vários estilos Leal (2006) alega que a MPB surgiu quando brancos,
índios e negros integraram os ritmos e os sons de suas etnias e os disseminaram em
todas as classes sociais. Entre os séculos XVI e XVIII, por exemplo, havia em nosso
país a presença das cantigas populares, dos sons de origem africana, das fanfarras
militares, das músicas religiosas e músicas eruditas europeias, além dos cantos
indígenas e sons tribais.
Nos séculos XVIII e XIX, com o desenvolvimento e aumento demográfico das
cidades, os ritmos mais marcantes foram o Lundu e a Modinha. O Lundu, de origem
africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a
Modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida
calma e erudita (LEAL, 2006).
Nos saraus, espécie de reunião onde se recitavam poemas e se cantavam
músicas em tardes e noites cariocas, os dois gêneros causavam furor entre os jovens
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enamorados. Eram nestes encontros musicais que se podiam ouvir pianos, violas e
cantores diletantes, derramando lirismo e sarcasmo (LEAL, 2006).
Fonte: efemeridesdoefemello.com
A Modinha refere o autor acima foi gênero lírico, cantando o amor impossível,
as queixas dos apaixonados e desiludidos. Já o Lundu era gênero cômico com letras
engraçadas e cheias de duplo sentido, que levavam os ouvintes às gargalhadas
muitas vezes. O mais importante compositor e cantor de modinhas e lundus, no século
XVIII, Domingos Caldas Barbosa, era um padre que não usava batina e tocava viola.
Na segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da
mistura do Lundu, da Modinha e da Dança de Salão Europeia. Em 1899, a cantora
Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas
marchinhas carnavalescas da história (LEAL, 2006).
De acordo com PAULA (2008) a história do choro iniciou em meados do século
XIX, época em que as danças de salão passaram a ser importadas da Europa. A
abolição do tráfico de escravos, em 1850, provocou o surgimento de uma classe média
urbana, composta por pequenos comerciantes e funcionários públicos, geralmente de
origem negra, segmento de público que mais se interessou por esse gênero de
música. No início do século XX começam a surgir as bases do que seria o Samba.
Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e
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rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás. O
carnaval começa a tomar forma com a participação expressiva de ex-escravos e seus
descendentes.
O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o
primeiro samba que se tem notícia: Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a
primeira gravação de Pixinguinha, importante cantor e compositor da MPB do início
do século XIX. Com o crescimento e popularização do rádio nas décadas de 1920 e
1930, a Música Popular Brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio
brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores: Ary Barroso, Lamartine
Babo, Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes
intérpretes da música popular brasileira: Carmen Miranda, Mário Reis e Francisco
Alves (PAULA, 2008).
Nos anos de 1940 na visão de Fagundes (2017) ganha destaque no cenário
musical brasileiro Luiz Gonzaga, o "rei do Baião". Nesta mesma época surgiu o
Samba-Canção, com um ritmo mais calmo e orquestrado, e canções que falavam
principalmente de amor. Destacam-se neste contexto musical: Dolores Duran,
Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Caubi Peixoto.
Na década de 1950 surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado e suave.
Destaque para Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as
belezas brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos
Estados Unidos (FAGUNDES, 2017).
A televisão começou a se popularizar em meados da década de 1960,
influenciando na música. Nesta época, a TV Record organizou o Festival de Música
Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton Nascimento, Elis Regina,
Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período, a TV
Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores
Roberto Carlos e Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa. No final da década de 1960,
as músicas "Domingo no parque", de Gilberto Gil, e "Alegria, alegria", de Caetano
Veloso, deram início ao movimento musical chamado Tropicalismo, organizado não
só por esses dois compositores, como também por Tom Zé, Os Mutantes e Torquato
Neto (MENEGUEL, 2016).
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Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso nos quatro
cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas
da Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades. O mesmo
acontece com Djavan (Alagoas), Fafá de Belém (Pará), Clara Nunes (Minas Gerais),
Belchior e Fagner (Ceará), Alceu Valença (Pernambuco) e Elba Ramalho (Paraíba).
No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk
aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor (MENEGUEL, 2016, p. 1).
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9 BIBLIOGRAFIA
BONILHA, Caroline. Gonzaga. Arquitetura egípcia, [S. l.], p. 1-4, 14 maio 2011.
CANTO, Fernanda Soares Godoi Yano do; BRITO, Maria Cristina Ponçano; DIAS,
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desenvolvimento infantil, [S. l.], p. 1-7, 8 out. 2013.
JUNIOR, Garcia. ENTENDENDO A ARTE. Artes Visuais, [S. l.], p. 1-59, 14 out. 2018.
37
MENEGUEL, Yvonete Pedra. Diaadiaeducacao. O rádio no brasil: do surgimento à
década de 1940 e a primeira emissora de rádio em guarapuava, [S. l.], p. 1-27, 14
ago. 2016.
NETO, Rivaldo Bevenuto de Oliveira. Ufrn. A relação entre a teoria e a prática no
ensino de arte na escola, Rio Grande do Norte, p. 1-8, 14 out. 2019.
SOARES, Ana Cecília. Uninta. História da Arte, Sobral, p. 1-80, 14 set. 2017.
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