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A ARTE NO EGITO

A ARTE NO EGITO

 Desenvolvida às margens do rio Nilo,


na África, a civilização egípcia foi uma
das mais importantes da Antiguidade.
Passaremos a conhecer muitos detalhes
dessa civilização.
A ARTE NO EGITO

Hieróglifo
RIO NILO
UMA ARTE DEDICADA À VIDA DEPOIS DA MORTE

 A arte desenvolvida pela cultura egípcia refletiu


suas crenças fundamentais. Segundo essas crenças,
a vida humana podia sofrer interferência dos
deuses. Além disso, a vida após a morte era
considerada mais importante do que a existência
terrena. Assim, desde seu início a arte egípcia
concretizou-se nos túmulos e nos objetos, como
estatuetas e vasos deixados juntos aos mortos,
Também a arquitetura egípcia realizou-se sobretudo
nas tumbas e nas construções mortuárias.
UMA ARTE DEDICADA À VIDA DEPOIS DA MORTE

 As tumbas dos primeiros faraós eram réplicas da


casa em que moravam. Já as pessoas sem posição
social de destaque eram sepultadas em
construções retangulares muito simples, as
MASTABAS, que deram origem às grandes
pirâmides, que viriam a ser construídas mais
tarde.
UMA ARTE DEDICADA À VIDA DEPOIS DA MORTE

 A palavra “mastaba” provém do termo árabe


maabba, que significa “banco”, pois a distância
esse tipo de túmulo lembra um banco de pedra ou
lama. As mastabas podiam ser construídas com
pedra calcária ou tijolo de barro (adobe). A
câmara mortuária, em geral, localizava-se bem
abaixo da base, ligando-se a ela por uma
passagem em forma de poço.
A IMPONÊNCIA DO PODER RELIGIOSO E POLÍTICO

 O faraó Djoser, que deu início ao Antigo


Império, exerceu o poder autoritariamente e
transformou o Baixo Egito, com a capital em
Mênfis, no centro mais importante do reino.
 Desse período restaram importantes monumentos
artísticos, erguidos para ostentar a grandiosidade
e a imponência do poder político e religioso do
faraó.
A IMPONÊNCIA DO PODER RELIGIOSO E POLÍTICO

 As obras arquitetônicas mais famosas, porém, são


as pirâmides do deserto de Gizé, construídas por
ordem de 3 importantes faraós do Antigo
Império: Queóps, Quéfren e Miquerinos.
PIRÂMIDE DE
DJOSER, EM SACARÁ
(SÉC. XVIII a.C)
A IMPONÊNCIA DO PODER RELIGIOSO E POLÍTICO

 A maior dessas três pirâmides é a de Queóps: tem


146 metros de altura e ocupa uma área de 54 300
metros quadrados. Esse monumento revela o
domínio técnico da arquitetura egípcia: não foi
utilizada nenhuma espécie de argamassa entre os
blocos de pedra que formam suas imensas paredes.

 Argamassa: mistura de areia e água com um


aglutinante, como cimento.
PIRÂMIDE DE
QUEÓPS
PIRÂMIDE DE MIQUERINOS
PIRÂMIDE DE
QUEÓPS, QUÉFREN
E MIQUERINOS
A IMPONÊNCIA DO PODER RELIGIOSO E POLÍTICO

 No Egito Antigo eram também construídas esfinges,


figuras fantásticas, por exemplo, com corpo de leão
e cabeça humana, cuja finalidade era guardar os
túmulos. Junto às pirâmides de Queóps, Quéfren e
Miquerinos encontra-se a mais conhecida delas, a
esfinge de Quéfren. É outra obra gigantesca: tem 20
metros de altura e 74 de comprimento. Sua cabeça
representa o faraó Quefrén, mas a ação erosiva do
vento e das areias do deserto deu-lhe, ao longo dos
séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
ESFINGE QUE REPRESENTA O
FARAÓ QUÉFREN, NA PLANÍCIE
DE GIZÉ.
UMA ARTE DE CONVENÇÕES
 Entre as regras seguidas na pintura e nos baixos-
relevos, destaca-se a lei da frontalidade, uma
verdadeira marca da arte egípcia. De acordo com
ela, a arte não deveria apresentar uma reprodução
naturalista, que sugerisse ilusão de realidade:
pelo contrário, diante de uma figura humana
retratada frontalmente, o observador deveria
reconhecer claramente tratar-se de uma
representação.
UMA ARTE DE CONVENÇÕES

 Nas imagens mostradas, veem-se as


características determinadas pela lei
da frontalidade: o tronco das figuras
representado de frente, enquanto a
cabeça, as pernas e os pés vistos de
perfil.
UMA ARTE DE CONVENÇÕES

 No Antigo Império, a escultura foi a


manifestação artística que ganhou as
mais belas representações. Embora
também cheia de convenções, a
escultura desenvolveu uma
expressividade que surpreende o
observador.
UMA ARTE DE CONVENÇÕES

 Um bom exemplo é a
conhecida imagem que
mostra um escriba no
exercício de sua função
UMA ARTE DE CONVENÇÕES
 Essa obra, encontrada em um sepulcro da
necrópole de Sacará, representa bem a
importância dada à escultura no Antigo
Império: por meio dela, revelam-se dados
particulares do retratado, como sua fisionomia,
seus traços raciais e sua condição social. Trata-
se de uma obra de autoria desconhecida,
realizada entre 2620 e 2350 a.C e que retrata,
provavelmente, um escriba ou um príncipe.
UMA ARTE DE CONVENÇÕES
 Essa dúvida é motivada pela qualidade da obra. Os
cuidados com os detalhes não eram comumente
dedicados pelos artistas na representação dos
funcionários da burocracia do Império. A hipótese
de que se trata de um escriba é reforçada pelos
olhos fixos em um provável interlocutor e lábios
cerrados do homem retratado, que, no momento,
não está falando ou sorrindo, mas concentrado em
ouvir para reproduzir por meio da escrita as
palavras de quem lhe fala alguma coisa. As mãos
completam a atitude de prontidão para a escrita.
UMA ARTE DE CONVENÇÕES
 Apesar da expressividade obtida na
escultura do Antigo Império, no período
seguinte, o Médio Império o
convencionalismo e o conservadorismo das
técnicas voltaram a produzir esculturas e
retratos estereotipados (de acordo com um
padrão), que representava, a aparência ideal
dos seres – principalmente dos reis – e não
seu aspecto real.
NEFERTITI
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Foi no Novo Império que o Egito viveu o ponto
alto de seu poder e de sua cultura. Nesse período,
os faraós reiniciaram as grandes construções,
processo que havia sido interrompido por
sucessivas crises políticas. Dessas construções, as
mais conservadas são os templos de Luxor e
Carnac, ambos dedicados ao deus Amon.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Construído por determinação de Amenófis
III, por volta de 1380 a.C., o templo de
Luxor possui colunata composta de sete
pares de colunas com cerca de 16 metros de
altura. Esteticamente, seu aspecto mais
importante é o novo tipo de coluna, com
capitel (arremete superior) trabalhando com
motivos tirados da natureza, como o papiro
e a flor de lótus.
TEMPLO DE
TEMPLO DE LUXOR
LUXOR
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Entre os grandes monumentos funerários desse
período, um dos mais importantes é o templo da
rainha Hatshepsut. Essa construção imponente e
harmoniosa deve sua beleza, em grande parte, à
maneira como foi concebida: a montanha rochosa
que lhe serve de fundo parece fazer parte do
conjunto, o que cria uma profunda integração
entre a arquitetura e o ambiente natural
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Na pintura do Novo Império
surgiram criações artísticas mais
leves e de cores mais variadas que
as dos períodos anteriores.
Abandona a rigidez de postura das
figuras, elas parecem ganhar
movimento.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Tais alterações na expressão artística
decorreram de mudanças políticas
promovidas por Amenófis IV. Esse soberano
neutralizou radicalmente o grande poder
exercido pelos sacerdotes, que chegavam a
dominar os próprios faraós. Com sua morte,
porém, os sacerdotes retomaram o antigo
poder e passaram novamente a dirigir o
Egito ao lado de Tutancâmon, o novo faraó.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Tutancâmon, entretanto, viria a
morrer com apenas 18 anos de
idade. Em sua tumba, no Vale
dos Reis, o pesquisador inglês
Howard Carter encontrou, em
1922, um imenso tesouro.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 O túmulo de Tutancâmon é uma grande
construção formada por um salão de
entrada, onde duas portas secretas dão
acesso à chamada “câmara do tesouro” e à
sala sepulcral. O tesouro era constituído por
vasos, arcas, um rico trono, carruagens,
esquifes e inúmeras peças de esculturas,
entre as quais duas estátuas de quase 2
metros, representando o jovem soberano.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Feito de madeira esculpida, esse trono é
recoberto com uma lâmina de ouro e
ornamentado com incrustações
multicoloridas de vidro, cerâmica
esmaltada, prata e pedras. Trata-se de
uma das obras mais esplêndidas do
tesouro de Tutancâmon.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 A múmia imperial estava protegida por
três sarcófagos, um dentro do outro: um
de madeira dourada, outro também de
madeira, mas com incrustações
preciosas e, finalmente, o terceiro, em
ouro maciço com aplicações de lápis-
lazúli, coralinas e turquesas, e que
guardava o corpo do faraó.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Os reis da dinastia que se seguiu ao reinado de
Tutancâmon preocuparam-se em expandir o
poder político do Egito, o que foi conseguido por
Ramsés II. Como conseqüência, toda a arte de
seu reinado foi uma demonstração de poder. Isso
pode ser observado, por exemplo, nas estátuas
gigantescas e nas imensas colunas
comemorativas dos feitos políticos desse
soberano.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 As quatro figuras que representam o faraó na
fachada do templo tem mais de 20 metros de
altura. Não fosse por uma campanha
internacional em sua defesa, a barragem de Assuã
o teria deixado submerso pelas águas do Nilo.
Em 1968, a parte escavada na rocha foi cortada
em grandes blocos e transferida de local. Hoje, o
templo repousa acima do nível das águas da
represa.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Data também dessa época a utilização dos
hieróglifos como elemento estético. Com a
intenção de deixar gravados para a
posterioridade os feitos de Ramsés II, eles
começaram a ser esculpidos nas fachadas e
colunas dos templos. Assim, passaram a
fazer parte da ornamentação das obras
arquitetônicas.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Após a morte de Ramsés II, o poder real
tornou-se muito fraco e o Império passou a
ser governado pelos sacerdotes. Com isso,
houve uma estabilidade apenas aparente, e
as ameaças de invasão acabaram tornando-
se realidade. O Egito foi invadido
sucessivamente por etíopes, persas, gregos
e, finalmente, pelos romanos.
O APOGEU DO PODER E DA ARTE
 Aos poucos, essas invasões foram
desorganizando a sociedade egípcia e,
consequentemente, sua arte:
influenciada pela cultura dos povos
invasores, ela foi perdendo suas
características e refletindo a própria
crise política do Império.

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