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UNESA – Universidade Estácio de Sá

Design Gráfico
Fundamentos de Arte e História
Prof.ª Flavia Simonini Paradella

EGITO
LOCALIZAÇÃO:
• Nordeste da África
• Norte: Mar Mediterrâneo; Sul: deserto da Núbia; Leste: Mar Vermelho; Oeste: deserto da
Líbia.

CONTEXTO:
A sociedade era dividida em camadas sociais bem definidas: a dos privilegiados
(sacerdotes, nobres, funcionários) e a dos populares (artesãos, camponeses e escravos.)
A economia baseava-se na agricultura (trigo, cevada, linho, algodão, legumes, frutas e
papiro), na criação (bois, asnos, gansos, patos, cabras e carneiros), na mineração (ouro, cobre e
pedras preciosas) e no artesanato.
As mulheres da nobreza raspavam a cabeça e colocavam perucas presas com cola de
peixe. Suas roupas e mobiliários eram muito simples, mas de muita riqueza.
Nossas heranças egípcias: cadeira de palha, maquiagem, perucas, adornos, óleos,
cremes.
Para os egípcios, a decoração era o determinante maior da expressividade. Toda forma
deveria ser enriquecida pelo ornamento. Em quase toda obra egípcia, encontramos e estilização
do lótus e do papiro e o predomínio das formas triangulares.
Pintura egípcia: sem volume, gráfica, em tons vibrantes. Faraó sempre maior que os
outros, por questão de hierarquia.

Princípios gerais da arquitetura egípcia:


• Solidez e durabilidade;
• Sentimento de eternidade;
• Aspecto misterioso e impenetrável;
• Dominantes horizontais (largura sobre o comprimento);
• Predomínio dos cheios sobre os vãos;
• Paralelismo rigoroso;
• Simetria de massas;
• Predomínio da aparência sobre a realidade.

A arquitetura egípcia divide-se em arquitetura cultural, funerária e civil. Os monumentos


de maior expressão são os túmulos e templos, que podem ser ao ar livre e subterrâneos.
Os templos ao ar livre possuem como estrutura:
• Dois obeliscos monolíticos;
• Quatro estátuas monumentais;
• Quatro mastros com flâmulas;
• Portal monumental.
Em seu interior, compreendia:
• Pátio a céu aberto;
• Pequenas salas que diminuem de tamanho e altura à medida que chegam ao santuário;
• Santuário;
• Capela sagrada com paredes pintadas de motivos variados.

Túmulo como três formas clássicas:


• Pirâmide – túmulo real, para o faraó: divide-se em capela, corredores e câmara
mortuária.
• Mastaba – túmulo do nobre
• Hipogeu – túmulo do povo

Arquitetura civil: o povo do Rio Nilo construiu dois tipos de habitação: palácio e casa
residencial. Mesmo nos palácios, a luxuosa decoração egípcia não se comparava as pirâmides.

Ordens arquitetônicas:
• Protodórica ou Primitiva – pilar quadrangular na origem, depois com oito e dezesseis
faces.
• Lotiforme – Estilização do botão do lótus, formando o capitel. Fuste reproduz caules
atados por laço e capitel representa um ramo de lótus com pétalas fechadas.
• Palmiforme – Inspirada na palmeira.
• Papiriforme – Fuste fasciculado, com arestas vivas.
• Campaniforme – Com umbelas abertas.

Para os egípcios, o obelisco era a representação de um raio de sol estilizado.


Para a realização de tais obras, o material usado pelos egípcios foi:
• Madeira (palmeira, loto, ébano, papiro);
• Terra (pisada, tijolo, cru);
• Pedra (granito, calcário, grés).

DECORAÇÃO:
O afresco, guache e a têmpera aparecem a três mil anos antes de Cristo. As cores
empregadas eram o vermelho, amarelo, azul e verde, além do branco e preto.

PIRÂMIDES:
Erguidas com precisão geométrica, as pirâmides estavam sempre perfeitamente
orientadas em relação aos os pontos cardeais e, sem dúvida, edificá-las exigiu elevados
conhecimentos matemáticos e astronômicos. As três maiores, as de Gizé, foram orientadas com
tanta precisão que se pode ver a estrela polar de qualquer ponto da estreita entrada. O
desalinhamento das pirâmides se dá pelo alinhamento das “3 marias” que não são alinhadas.
As pedras pesavam de 2 /10-20 toneladas, mas ver o faraó descansar em outra
dimensão sem ter o corpo sacrificado valia o esforço.
Atualmente as pirâmides só nos transmitem um pálido reflexo do que foram, pois nos
mostram apenas a sua estrutura interna formada por imensos blocos de pedra, talhados e
sobrepostos em degraus. Originalmente, tais blocos estavam cobertos por um revestimento
uniforme de pedra calcária e, assim, cada face formava uma superfície plana e polida. Na
pirâmide de Kefren ainda hoje chama logo a atenção à permanência em seu topo de boa parte
desse revestimento de pedras calcárias. De modo geral elas comportavam em seu interior uma
câmara mortuária contendo um sarcófago de pedra. Ao redor delas estendia-se uma ampla
superfície coberta de lajes e delimitada por um muro.
Elas não eram construções isoladas, mas faziam parte de um conjunto de edificações
que as acompanhavam, principalmente templos e capelas, além de túmulos de familiares e
dignitários (funcionários com alto cargo) do Faraó. Na maioria dos casos, o complexo piramidal
era formado por uma pirâmide principal, uma ou mais pirâmides secundárias, um templo situado
junto ao vale do Nilo, na orla da área cultivável, e outro localizado junto à pirâmide e, ainda, uma
calçada, também chamada de avenida, que unia os dois templos, separados entre si, às vezes,
por distâncias superiores a um quilômetro. Nas proximidades de todo esse conjunto e ocupando
grandes extensões, as mastabas dos membros da família reinante e dos cortesãos,
simetricamente dispostas, formavam grandes cemitérios.
Os templos situados junto ao Nilo — os templos do Vale — destinavam-se a receber as
procissões fluviais e, para isso, geralmente dispunham de ancoradouros para a atracação de
barcos e ligavam-se ao rio através de um canal. Isso permitia que a procissão funeral atingisse o
complexo piramidal sem a necessidade de uma longa jornada por via terrestre. No interior dos
templos, capelas de calcário abrigavam santuários.
Após o sepultamento do faraó sua pirâmide era lacrada para sempre. Ao mortal comum
era proibido entrar no recinto que circundava o monumento, bem como na parte interna do
templo funerário. Só os sacerdotes responsáveis pelos ritos estavam autorizados a entrar.

MASTABAS:
O nome mastaba foi dado a estes sepulcros em tempos modernos. A palavra é de
origem árabe e significa banco. Isso porque, quando rodeadas por dunas de areia quase até a
sua altura total, fazem lembrar os bancos baixos construídos na parte externa das casas
egípcias atuais e nos quais os moradores sentam-se e tomam café com os amigos.
Os monumentos também eram localizados de acordo com os pontos cardeais.
Na face oriental da mastaba, nos ensina o historiador Maurice Crouzet, abria-se um
primeiro compartimento, a capela do culto dirigido ao defunto; exatamente acima do sarcófago, o
seu mobiliário comportava, antes de tudo, a mesa para as oferendas, colocada ao pé de uma
estela. Atrás desta estela, outro cômodo seguia para o interior da mastaba: era o "corredor"
(serdab em árabe), onde eram colocadas as estátuas do morto. A estela marcava, então, o limite
de dois mundos, o dos vivos e o dos mortos; não se comunicavam entre si, salvo por uma
estreita fenda da altura de um homem. A estela era esculpida, de maneira que desse a
impressão de uma porta — daí o nome estela, falsa-porta — e, por vezes, na sua moldura,
destacava-se uma estátua: era o morto, que voltava para o meio dos vivos. Ou, então, havia uma
trapeira (abertura ou janela rente ao telhado), que se abria por cima das folhas da porta e por
onde despontava um busto: por ela estava o morto espiando o visitante.
Depois que tudo havia sido colocado em seus lugares, uma porta levadiça, de uma
pesada laje de pedra e que ficava suspensa por meio de suportes, era baixada, encaixando-se
em duas canaletas existentes nas laterais da abertura da mastaba para o exterior. O poço e as
escadas ou rampa eram então preenchidos com areia ou cascalho e cobertos com uma camada
externa de tijolos.

PIRÂMIDE DE KEFREN:
Embora visualmente dê a impressão de ser mais alta que a pirâmide de Kéops, por se
encontrar em terreno mais elevado, a pirâmide de Kefren é mais baixa que a de Kéops. Sua
altura original era de 143 m, o que a tornava três metros mais baixa que a primeira quando
ambas estavam intactas. Hoje ela mede 136 metros e, é cerca de apenas um metro mais baixa
que a Grande Pirâmide em seu estado atual. Cada lado da base mede 215 m e, portanto, a área
que ocupa é de 46 mil e 225 m2. Nela chama logo a atenção à permanência até hoje em seu
topo de boa parte do revestimento de pedras calcárias. À luz do sol do meio-dia elas ainda
brilham de forma deslumbrante. Na base também foi preservada parte da camada junto ao chão,
que era a única em granito vermelho de toda a pirâmide.
Quase toda a câmara mortuária foi talhada na rocha. A exceção ficou por conta do teto
em ponta que é formado por lajes de pedra calcária assentadas no mesmo ângulo das faces do
monumento.

PIRÂMIDE DE KÉOPS:
A quantidade de pedra talhada que foi usada para erguer a pirâmide de Kéops não pode
ser computada com exatidão, pois o centro de seu interior consiste de um núcleo de rochas cujo
tamanho não pode ser determinado com precisão. Todavia, estima-se que, quando pronta e
intacta, devia ser formada por dois milhões e 300 mil blocos de pedra, cada um pesando em
média duas toneladas e meia, sendo que os maiores deles pesavam 15 toneladas. O peso total
do monumento tem sido avaliado em 5.273.834 toneladas. Sua parte interna foi erguida com
rocha de qualidade inferior que se encontrava normalmente naquelas vizinhanças e todo seu
revestimento foi feito com a pedra calcária branca de excelente qualidade da região de Tura,
localidade perto do Cairo.
Calcula-se, por exemplo, que na área ocupada pela pirâmide caberiam a catedral de
Florença, a de Milão e a de São Pedro de Roma, bem como a abadia de Westminster e a
catedral de São Paulo de Londres. Por outro lado, sua altura original de 146 metros é superior à
da basílica de São Pedro em Roma, que é de 139 metros. Atualmente, porém, mede 137 metros
de altura, pois nove metros de seu topo se perderam com o passar do tempo. E para quem gosta
de comparações curiosas, alguém calculou que, caso a pirâmide fosse reduzida a cubos com 30
centímetros de lado e eles fossem colocados em fila, se estenderiam por uma distância igual a
dois terços da circunferência da Terra no Equador. Diz a lenda que Napoleão também fez um
desses cálculos curiosos e concluiu que as três pirâmides de Gizé contêm pedra suficiente para
erguer um muro ao redor da França com altura de três metros e espessura de 30 centímetros,
cálculo esse que foi confirmado por um eminente matemático francês contemporâneo do
imperador.

MORADIAS:
A casa era construída no fundo do jardim. A planta era retangular ou quadrada, com
pátio estreito que separava a casa da rua. O térreo servia de estábulo e celeiro. O acesso ao
primeiro andar era feito por uma escada externa.
As janelas, que podiam chegar a ser até oito por andar, eram pequenas e dotadas de
grades. As portas internas eram vedadas através de cortinas de junco (sistema de enrolar). O
telhado costumava ser plano, de madeira, esteira e lama, formando um terraço. Costumava-se
armar uma tenda para se proteger do forte sol. O piso interno era feito de lama e uma fina
camada de gesso, formando lajotas.
Os antigos egípcios gostavam imensamente de possuir jardins em suas residências e
deles cuidavam com muito zelo. Tanto no campo quanto na cidade, cada proprietário queria ter o
seu e cultivar verduras, legumes e frutas. Os que tinham poucas posses plantavam pelo menos
algumas árvores nos pequenos quintais de suas moradias. As pessoas abastadas mandavam
construir jardins que rivalizavam em exuberância e dimensões com as próprias residências.
Durante a III dinastia (c. 2649 a 2575 a.C.), era comum um alto oficial possuir um jardim com
mais de 1 hectare sempre com uma piscina, traço diferencial dos jardins egípcios. O jardim era
organizado em torno de uma ou mais piscinas. Elas serviam como viveiros de peixes,
reservatórios de água e como fonte de ar fresco para a casa, que se situava nas proximidades.
Muitas vezes o dono da casa mandava construir um gracioso pavilhão de madeira junto da
piscina, onde pudesse respirar o ar fresco da noite e receber amigos para um drinque
refrescante.
Eles eram formados por quadrados e retângulos cortados perpendicularmente por aléias
(caminhos ladeados por árvores) cheias de flores, sombreados por caramanchões e rodeados
por árvores frutíferas tais como videiras, tamareiras, figueiras e palmeiras. Belos cachos de uvas
azuis, que os egípcios adoravam saborear, pendiam e ornamentavam os ramos das videiras. À
sombra de quiosques sob as árvores, os donos da casa faziam suas refeições durante o verão.
As bebidas eram armazenadas em grandes recipientes ocultos entre a folhagem, ao lado de
mesas e prateleiras nas quais os criados arrumavam com arte as diversas iguarias da culinária
egípcia. Os gansos do Nilo circulavam livremente pelos pátios e jardins, tolerados em liberdade
pelo fato de serem excelentes guardas com seu grito rouco. Todo jardim possuía o seu lago,
construído em alvenaria, retangular ou quadrado e recoberto por plantas aquáticas que, entre
elas os patos tomavam banho. No espelho d'água uma barca poderia estar à disposição para um
passeio dos proprietários da moradia. Embora o mel e a cera de abelha fossem buscados no
deserto por homens especializados nesse ofício, também havia criação de abelhas nos jardins
das residências. Para a formação das colméias colocavam-se jarras de cerâmica e os
apicultores caminhavam sem proteção por entre os insetos, afastando-os com as mãos nuas
para recolher os favos.

MOBILIÁRIO:
Os móveis da tumba de Tutankamon (c. 1333 a 1323 a.C.) mostraram ao mundo o grau
de suntuosidade a que chegou a marcenaria egípcia. Além de peças produzidas para uma
clientela refinada, também houve produção em massa de um mobiliário mais modesto. Cofres,
tronos, bancos, poltronas, armários, camas, apoios para nuca, ataúdes, arcas, leitos de repouso
e leitos funerários eram alguns dos móveis fabricados.
As camas possuíam pés ornamentados, às vezes na forma do deus Bes, uma divindade
que era representada como um anão fazendo caretas e que tinha o dom de evitar acidentes
domésticos como, por exemplo, as quedas. Sob o leito eram colocados os utensílios de toucador
e o vestuário, guardados em um cofre, bem como um escabelo (banco baixo, com encosto, cujo
assento é uma caixa com tampa). Tamboretes e banquinhos também aparecem nas ilustrações
compondo o mobiliário dos quartos de dormir.
A maioria dos móveis recebia incrustações de elementos decorativos em metal ou
madeira rara e inscrições e vinhetas em faiança ou esmalte. Terminado o trabalho do
marceneiro, o móvel era entregue aos seus colegas que deveriam completá-lo com gravuras ou
pinturas. Preferiam trabalhar com madeiras importadas da Sicília e do Líbano, pois o Egito
dispunha de poucas árvores, sendo que a palmeira, a mais abundante delas, é de
aproveitamento difícil. A oliveira, a figueira, o sicômoro e o cedro forneciam o material
necessário.
A cama, que era um desenvolvimento da cadeira de repouso, hoje é considerada
invenção dos egípcios. Acredita-se que a mesa também pertença às artes industriais daquele
povo. Como esses dois objetos constituíssem as maiores peças do equipamento mobiliar, eram
altamente decorados e esculpidos. Além desses dois móveis, é de criação egípcia: armário,
arca, cofre, divã e o carro.

PINTURA:
A pintura do antigo Egito deve partir da consideração da organização social e das
crenças religiosas de um povo dominado pela idéia de outro mundo e de uma concepção dúbia
da pessoa, onde sua supervivência ficará assegurada enquanto não se destruir o seu corpo ou
subsistir a sua representação. Nessa crença, que implicará uma hipertrofia do culto aos mortos,
origina-se a maior parte da arte egípcia. A pintura egípcia era profundamente impregnada de
elementos religiosos. É possível que os egípcios não julgassem que garantir uma boa vida após
a morte exigisse muito gasto e que, por isso tenham escolhido a pintura como um recurso que
poupava mão de obra e cortava gastos. Em lugar da dispendiosa arte escultórica ou da pedra
talhada, empregava-se uma expressão artística mais barata, a pintura.
Os trabalhos nesse campo tinham uma função decorativa e retratavam, sobretudo,
cenas da vida diária. A pintura egípcia, cuja matéria – uma pintura à cola fabricada com cores
minerais – é aplicada sobre uma camada de gesso branco que cobre a parede. O faraó é
sempre representado muito mais alto que um sacerdote ou militar, o cortesão, o servo, o inimigo
derrotado. Mas é menor do que o deus que personificava na terra, segundo os egípcios,
conforme uma escala que se baseava na hierarquia, sendo o tamanho dependente da posição
social. Não se utilizava gradação, mistura de tonalidades, nem claro-escuro. As cores mais
comuns são cinza e azul, além do preto. No teto azul dos templos, as estrelas estão
representadas por pequenos pontos luminosos. Conforme a lei da frontalidade, o tronco e o olho
aparecem de frente, numa tentativa de representar as diferentes partes do corpo da forma mais
caracterizada possível; as pernas aparecem sempre vistas pela sua face interna; os braços
costumam estar colados ao corpo, à altura do antebraço, geralmente o mais afastado. Os
homens eram caracterizados sempre na cor vermelha, as mulheres, na amarela, e o faraó,
quando já morto, mas ainda não completamente mumificado, na cor verde.
A pintura egípcia tem o seu grande campo de ação nas decorações dos monumentos
funerários. No interior das tumbas, grandes telas murais aparecem recobertas por relevos e
pinturas onde se descrevem as ocupações e o ambiente vital do defunto e se representam cenas
de caráter religioso. Junto a estas decorações funerárias, deve-se ressaltar também as pinturas
nos palácios e casas, que adquirem especial importância no Império Novo, e também as
pinturas sobre papiros, cuja peça principal é os Livros dos Mortos, ricamente decorados, onde
continham as instruções para se guiarem depois da morte e eram colocados junto ao defunto,
no interior da urna.
Na arte egípcia, a representação por inteiro da figura humana organizava-se segundo a
chamada “regra de proporção”, um rígido quadriculado, com dezoito unidades de igual tamanho,
que garantia a repetição acurada da forma ideal egípcia em quaisquer escalas e posições. Era
um sistema a prova de erro, que estabelecia as distâncias exatas entre as partes do corpo. O
sistema especificava também o comprimento exato das passadas nas figuras de caminhantes e
a distância entre os pés (ambos mostrados da face interna) nas figuras que estivessem a pé ou
imóveis. Os artistas desenhavam o quadriculado na superfície de trabalho e então ajustavam ali
dentro a figura que pretendiam representar.
LEI DA FRONTALIDADE:
Determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto
sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.
ESCULTURA:
A escultura egipcia pretendeu obter a eternização do homem. Era feita para reverenciar
uma pessoa ou comemorar um acontecimento. A estatuária desenvolveu um processo de
representação que pudesse preservar a imagem do Faraó ou de nobres importantes após a
morte. Estátuas de reis e rainhas que os egípcios consideravam deuses, eram feitas em
tamanhos enormes. Faraós incentivavam e financiavam os artistas.
Na escultura egípcia se observam uma série de características. As figuras estão imóveis
estáticas, quando se lhes quer representar andando, só se adianta ligeiramente a perna
esquerda, mas os pés permanecem sempre colados ao solo. Os homens eram mais escuros que
as mulheres (pois eles ficavam o dia inteiro trabalhando no Sol, enquanto as mulheres ficavam
em casa, e isso era muito importante de ser representado nas esculturas). Quando a escultura
era de uma pessoa sentada, a mão deveria ficar sobre os joelhos. Se o faraó era muito pequeno,
deveria ser esculpido sobre uma plataforma que o deixasse mais alto. Figuras importantes eram
representadas maiores que as figuras menos importantes, independente de serem ou não mais
altas na realidade. Os escultores representavam os faraós e os deuses em posição serena,
quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na
pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as
proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de
majestade.
Relevos eram esculpidos nas paredes dos templos retratando cerimônias religiosas ou
grandes acontecimentos como batalhas importantes. Os escultores também entalhavam
estátuas em madeira ou pedra para serem colocadas em sepulturas para representar o morto.
Estas figuras mostravam cenas da vida cotidiana iguais às atividades que se acreditava que o
morto iria desempenhar no outro mundo. Suas oficinas eram muito organizadas, aprendizes
faziam o trabalho mais pesado do começo do entalhe, escultores práticos realizavam o entalhe
final e o acabamento ficava para o especialista, que mais tarde tornava-se um chefe da oficina.
A ourivesaria egípcia utilizou-se principalmente do ouro, prata e pedras. Os materiais
produzidos eram utilizados por elementos da corte e possuíam a função de talismãs. Os templos
e túmulos também eram decorados com pedras preciosas e objetos de ouro com inscrições.
Estatuetas de cobre, colares e braceletes, assim como utensílios trabalhados em ouro e prata
com incrustações de pedras eram muito comuns, e com estilos variados dada a diversidade de
povos que ocupou a região.

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