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Mausoléu de Halicarnasso

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O mausoléu em ruínas, como ele encontra-se hoje

O mausoléu de Halicarnasso ou mausoléu de Mausolo foi uma tumba construída


entre 353 e 350 a.C. em Halicarnasso (atual Bodrum, Turquia) para Mausolo (em grego,
Μαύσωλος), um rei provinciano do império persa, e Artemísia II de Cária, sua irmã e
esposa. A estrutura foi desenhada pelos arquitetos gregos Sátiro e Pítis. Ela tinha
aproximadamente 45 metros de altura, e cada um de seus quatro lados foi adornado com
relevos criados por cada um dos quatro escultores gregos — Briáxis, Escopas de Paros,
Leocarés e Timóteo. A estrutura finalizada foi considerada como sendo um triunfo
estético por Antípatro de Sídon, que a identificou como uma de suas sete maravilhas do
mundo antigo. O termo mausoléu veio a ser usado genericamente para qualquer grande
tumba, embora "Mausol-eion" originalmente significasse "associado com Mausolo".

[editar] Vidas de Mausolo e Artemísia


[editar] Conquista

Halicarnasso era a capital de um pequeno reino na costa da Anatólia. Naquele ano o


monarca, Hecatômno de Milasa, morreu deixando o reino a seu filho, Mausolo.
Hecatômno, um sátrapa local dos persas, tomou o controle de várias das cidades e
distritos vizinhos. Após ter Mausolo e Artemísia, teve vários outros filhos e filhas: Ada
(mãe adotada de Alexandre), Idrieu e Pixodaro. Mausolo estendeu seu território até a
costa sudoeste da Anatólia, e com Artemísia — era costume na Cária reis desposarem
suas irmãs, preservando o poder e riqueza da família — governou o território ao redor
de Halicarnasso por 24 anos. Mausolo, embora descendendo do povo local, falava grego
e admirava a maneira grega de vida e governo: fundou muitas cidades de projeto grego
junto à costa e encorajou tradições democráticas gregas.
[editar] Halicarnasso

Mausolo decidiu construir uma nova capital, tão difícil de capturar quanto magnífica
para ser vista. Ele escolheu a cidade de Halicarnasso: se navios bloqueassem um
pequeno canal, podiam manter todos os navios inimigos à distância. Adequou-a a um
príncipe guerreiro: seus operários aprofundaram o porto da cidade e usaram a areia
dragada para fazer armas protetoras em frente ao canal. Em terra, calçaram praças, ruas
e casas para cidadãos normais, e em um lado do porto construíram um massivo palácio
fortificado, com vista do mar e das colinas — lugares de onde inimigos atacariam.

Em terra, construíram-se ainda muralhas e torres de guarda, um teatro em estilo grego e


um templo para Ares – o deus grego da guerra.

Mausolo e Artemísia gastaram uma soma gigantesca de impostos para embelezar a


cidade. Compraram estátuas, templos e edifícios de mármore cintilante. No centro da
cidade Mausolo traçou um plano para estabelecer um lugar de descanso para seu corpo
após a sua morte. Ela seria uma tumba que mostraria para sempre como ele e sua rainha
foram ricos.

[editar] Morte e memorial

Artemísia Prepara-se para Beber as Cinzas de seu


Marido, Mausolo (c. 1630), atribuído a Furini

Em 353 a.C. Mausolo morreu, deixando Artemísia


de coração partido. Como um tributo a ele, ela
decidiu construir-lhe a mais esplêndida tumba do
mundo então conhecido. Ela tornou-se uma
estrutura tão famosa que o nome de Mausolo é hoje
associado com todas as tumbas suntuosas através de
nosso termo moderno mausoléu. A construção era
também tão bela e única que tornou-se uma das sete
maravilhas do mundo antigo.

Após a construção da tumba, Artemísia encontrou-se numa crise. Rodes, uma ilha no
mar Egeu entre a Grécia e a Anatólia, fôra conquistada por Mausolo. Quando os
rodianos ouviram sobre a sua morte eles rebelaram-se e mandaram uma frota de navios
para capturar a cidade de Halicarnasso. Sabendo que a frota rodiana estava a caminho,
Artemísia escondeu seus próprios navios numa localização secreta na extremidade leste
do porto da cidade. Depois que as tropas da frota rodiana desembarcaram para atacar, a
frota de Artemísia capturou a frota rodiana e sirgou-a para o mar. Artemísia colocou
seus próprios soldados nos navios invasores e remou-os de volta a Rodes. Achando que
sua própria marinha vitoriosa voltava, Rodes não se defendeu e foi capturada
facilmente, sufocando-se a rebelião.

Artemísia viveu dois anos após a morte de seu marido. As urnas com suas cinzas foram
colocadas na tumba ainda inacabada. Como sacrifício, um grande número de animais
mortos foi colocado na escada conduzindo à tumba, que foi selada com pedras e
escombros. De acordo com o historiador Plínio, os artesãos decidiram parar o trabalho
após a morte de seu cliente "considerando que ele foi ao mesmo tempo um memorial
de sua própria fama e da arte do escultor."

[editar] A construção do mausoléu

Modelo em escala do mausoléu em Miniatürk, Istambul

Artemísia decidiu não poupar na edificação da tumba.


Enviou mensageiros à Grécia para encontrar os artistas
mais talentosos da época, incluindo Escopas, que
supervisionara a reconstrução do templo de Artemis em
Éfeso. Outros escultores famosos como Briáxis, Leocarés e
Timóteo juntaram-se-lhe, bem como centenas de outros
artesãos.

A tumba foi erigida em uma colina tendo uma vista


panorâmica da cidade. A estrutura ficava um pátio fechado,
em cujo centro estava uma plataforma com a tumba. Uma escada, ladeada por estátuas
de leões de pedra, levava ao topo da plataforma. Ao longo da parede exterior desta
ficavam muitas estátuas descrevendo deuses e deusas. Em cada canto guerreiros de
pedra cavalgando guardavam a tumba. No centro da plataforma estava a tumba
propriamente dita. Feita principalmente de mármore, era um bloco quadrado de um
terço da altura de 45 metros do mausoléu. Esta seção era coberta de esculturas em
relevo exibindo cenas de ação da mitologia e história grega. Uma parte exibia a
Centauromaquia, batalha dos centauros com os Lápitas; outra, gregos em luta com as
amazonas, uma raça de mulheres guerreiras.

No topo desta seção da tumba trinta e seis colunas delgadas, nove por lado, erguiam-se
por outro terço da altura. Ereta entre cada coluna estava outra estátua. Atrás das colunas
estava um objeto resistente que carregava o peso do massivo telhado da tumba. O
telhado, que englobava mais do terço final da altura, era uma pirâmide. De pé no topo
ficava uma quadriga: quatro massivos cavalos puxando uma biga em que imagens de
Mausolo e Artemísia passeiam.

[editar] O mausoléu em épocas medievais e modernas

O mausoléu de Halicarnasso, pintado por Maarten


van Heemskerck (1498–1574), baseando-se em
descrições

O mausoléu teve uma vista panorâmica da cidade


de Halicarnasso por vários séculos. Ele esteve
intacto quando a cidade caiu sob Alexandre em 334
a.C. e ainda não danificado após ataques de piratas
em 62 e 58 a.C.. Ele permaneceu acima das ruínas da cidade por uns 16 séculos. Então
uma série de terremotos destruiu as colunas e derrubou a biga de pedra. Em 1404 apenas
a base natural do mausoléu ainda era reconhecível. No século XV, os hospitalários
invadiram a região e construíram um massivo castelo. Quando eles decidiram fortificá-
lo em 1494, eles usaram as pedras do mausoléu. Em 1522 rumores de uma invasão turca
fizeram com que os cruzados reforçassem o castelo em Halicarnasso (então chamada
Bodrum) e muito do restante da tumba foi desmanchado e usado nas muralhas do
castelo. Ainda se vê mármore polido da tumba lá.

Na ocasião um grupo de cavaleiros entrou na base do monumento e descobriu a sala


contendo um grande caixão. Decidindo que era tarde demais para abri-la, voltou na
manhã seguinte encontrando a tumba e qualquer tesouro que ela pudesse conter
roubada. Os corpos de Mausolo e Artemísia estavam perdidos também. Os cavaleiros
disseram que aldeões muçulmanos seriam os ladrões, mas é igualmente provável que
alguns dos próprios cruzados o fossem. Nas paredes do pequeno museu construído
próximo ao sítio do mausoléu há uma descrição diferente: pesquisa arqueológica dos
anos 1960 mostra que antes dos cavaleiros chegarem ladrões de túmulos cavaram um
túnel sob a câmara do túmulo, furtando seu conteúdo. Ademais, é mais provável que
Mausolo e Artemísia tenham sido cremados; assim somente uma urna com suas cinzas
foi colocada na câmara do túmulo.

O projeto do Santuário da Lembrança em Melbourne foi inspirado por aquele do


mausoléu

A Casa do Templo do Rito Escocês em Washington, edificado pelo arquiteto John


Russell Pope entre 1911–1915 é uma versão mais erudita
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mausol%C3%A9u_de_Halicarnasso

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